Sidney Cipriano

SIDNEY CIPRIANO
(46 anos)
Cantor

☼ São Paulo, (24/10/1964)
┼ Sorocaba, SP (01/02/2011)

Sidney Cipriano foi um cantor nascido em São Paulo, SP, no dia 24/10/1964. Ele era vocalista do Fat Family, grupo musical formado por irmãos que se destacam pela potência das vozes. Após partir para carreira solo passou a ser conhecido por Sidney Sinay.

Sidney Cipriano apareceu na mídia em 1998, ao lado dos irmãos, no grupo Fat Family, que se destacava pelo estilo musical e tom de voz de seus integrantes. A banda fez vários sucessos, principalmente no final da década de 90 e início dos anos 2000.

Participou dos primeiros discos de sua banda de origem, que foram gravados e lançados entre 1998 e 2004. Nesta época, ainda ao lado dos irmãos, se apresentava como Sidney Cipriano.

Sidney Cipriano deixou o Fat Family em 2005, quando o grupo se tornou Gospel.

Curiosamente, ele partiu para carreira solo, também no meio Gospel, mas, se apresentando agora com o nome artístico de Sidney Sinay.

Em 2007 lançou seu primeiro e único disco solo, intitulado "Sidney Sinay Um Novo Homem". O disco, que possui 13 faixas, tem como destaque as canções: "Pra Adorar", "Deus da Provisão", "Cristo Vive", "Sonda-me" e "Coração de Adorador".

Morte

Sidney Cipriano faleceu na noite de terça-feira, 01/02/2011, aos 45 anos, no Hospital Regional de Sorocaba, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele estava internado desde o dia 07/01/2011. A assessoria do hospital informou que ele teve uma parada cardiorrespiratória.

Fat Family

Fat Family teve sua origem na cidade de Sorocaba, SP, formado inicialmente pelos irmãos SidneyCelinhoCelinhaSimoneSuzettiKátia e Deise CiprianoSuely (ex-enfermeira padrão) entrou no grupo a partir do segundo álbum da banda no ano de 1999.

Inspirados por cantores norte americanos como Whitney HoustonChaka KhanAretha FranklinJames Brown, e a tradicional música gospel americana, o grupo atraiu notoriedade rapidamente no Brasil e no mundo.

Fat Family atraiu a atenção do Brasil no final da década de 90, mais precisamente em 1998. Em programas de televisão os irmãos de peso integrantes do grupo (fato que dá nome a banda), começaram a se apresentar inspirados em grupos vocais norte-americanos do estilo gospel.

O grupo também ficou conhecido pela sua "coreografia do pescoço", que todos os fãs tentavam imitar, mas o julgavam difícil. Além do integrante Celinho ensinar para o público como se fazia o pescoço em vários programas. Mas vozes sincronizadas, agudas e graves com bastante nitidez, é o que mais se destacava.

O primeiro sucesso do grupo foi "Jeito Sexy", versão de "Shy Guy" de Diana King, canção do primeiro álbum, "Fat Family", lançado em 1998. Este álbum vendeu cerca de 250 mil cópias. Em 1998, a canção "Onde Foi Que Eu Errei?", foi o tema da personagem da atriz Cláudia Jimenez na novela "Torre de Babel", da TV Globo. No Natal daquele mesmo ano, o grupo fez uma participação especial no seriado "Sai de Baixo", onde cantaram a música "Noite Feliz".

Em 1999 foi a vez da canção "Gulosa" que foi o tema de abertura da novela "Andando Nas Nuvens", também da TV Globo. No mesmo ano o grupo recebeu a mais nova integrante, Suely, formando assim um octeto, lançaram o segundo CD, intitulado "Fat Festa". Os sucessos deste álbum ficaram por conta das canções "Eu Não Vou""Madrugada""Fat Family", versão de "We Are Family", composta por Nile Rodgers para o grupo Sister Sledge, e a regravação a capela de "Oh Happy Day".

No fim do ano foi a vez do grupo estrear nas telonas juntamente com a apresentadora Xuxa Meneghel no filme dela, chamado "Xuxa Requebra". No filme, eles interpretaram os Fat Capangas, que foram contratados pela personagem de Elke Maravilha, que era a antagonista. No final do filme, o grupo cantou a canção "Chegou a Festa", do CD "Fat Festa". Com roupas brancas e posicionados como um coral, foram regidos pela mãe deles, Nelita Cipriano.

Em 2001, o grupo lançou o terceiro álbum pela gravadora EMI Music, intitulado "Pra Onde For, Me Leve". A regravação da faixa "Fim de Tarde", que foi o grande sucesso da cantora Cláudia Telles, também obteve êxito nas rádios. Outros singles foram: "Pra Onde For, Me Leve""Sem Parar""Noite de Setembro", versão de "September" de Earth, Wind And Fire, e "Pudera", gravado primeiramente por Tim Maia. Este foi o último trabalho do grupo pela gravadora EMI.

Em 2003, o grupo lançou o quarto CD, intitulado "Fat Family", pela gravadora Sum Records. Este álbum do grupo trouxe uma grande variedade de estilos, entre eles o MPB e o Gospel. O álbum inteiro foi feito de regravações de grandes sucessos nacionais e internacionais e entre eles estão: "Lilás", de Djavan"Amor de Índio", de Milton Nascimento "Força Estranha" de Caetano Veloso.

As regravações gospel foram "Joyful, Joyful", gravada originalmente para o filme "Mudança de Hábito 2""Poor Pilgrim Of Sorrow""O Homem de Nazareth" e "Deus é o Amor", essa em especial, recebeu também uma versão remixada no mesmo álbum.

Conversão ao Cristianismo

Fat Family se converteu ao Cristianismo em 2003, na sua própria casa, por intermédio de Deise Cipriano, a irmã caçula. Por onde o Fat Family passa, em igrejas de todo o Brasil, Deise Cipriano conta como foi a conversão de sua família. Ela conta que foi em um culto na casa do lutador de vale-tudo, Vitor Belfort, amigo da família. Lá ela se converteu ao Cristianismo, e logo depois os outros membros da família também se converteram.

Cirurgias de Redução do Estômago

Em 2005, Sônia, empresária do grupo e irmã, fez a cirurgia de redução do estômago.

Em 01/02/2005, os integrantes CelinhoSuzetti e Kátia se submeteram à cirurgia de redução do estômago. Eles eliminaram juntos 177 kg.

Em 2007, a integrante Simone, também se submeteu a mesma cirurgia feita pelos irmãos SôniaCelinhoSuzetti e Kátia.

Saídas do Grupo e Carreiras Solo

Partindo para carreira solo no gênero gospel, deixaram o grupo em 2006: Sidney Cipriano, que adotou o nome artístico de Sidney Sinay e Celinha Batista.

Sidney Cipriano gravou um CD gospel em 2007 intitulado "Sidney Sinay: Um Novo Homem"Celinha Batista já tem três CDs gravados: "Tua Palavra" (2011), "Um Novo Tempo" (2013) e "Teu Espírito" (2015). Atualmente, usa o nome Célia Soul.

Suely Cipriano deixou o Fat Family em 2016, mas não seguiu carreira solo.

Fonte: Wikipédia

Souza Dantas

LUIZ MARTINS DE SOUZA DANTAS
(78 anos)
Diplomata

* Rio de Janeiro, RJ (17/02/1876)
+ Paris, França (16/04/1954)

A História do Brasil registra feitos de muitos heróis. Heróis de guerras, heróis que morreram em defesa da liberdade do nosso país. Contudo, ainda hoje, existem outros tantos heróis desconhecidos que nos merecem todas as honrarias.

É possível que poucos ou nenhum de nós tenha ouvido falar a respeito de Luiz Martins de Souza Dantas. Seu nome, em verdade, não figura em nenhum livro-texto de História do Brasil.

Sob ofício de missão diplomática brasileira, na França, concedeu vistos para o Brasil a vários judeus e outras minorias perseguidos pelos Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, contrariando a política do governo Vargas. O resgate de sua história deve-se ao professor Fábio Koifman em seu livro "Quixote nas Trevas".

Biografia

Após concluir os estudos de Direito aos 21 anos, ingressou no Ministério das Relações Exteriores já no período republicano. Galgou todos os postos da carreira diplomática e serviu em diversas capitais do mundo.

Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foi nomeado ministro interino das Relações Exteriores e durante alguns meses respondeu pelo Itamaraty. Chegou ao posto de embaixador em 1919, quando passou a chefiar a representação brasileira em Roma.

Em fins de 1922, Souza Dantas foi nomeado embaixador do Brasil na França, cargo em que permaneceria até 1944. Entre 1924 e 1926, durante alguns períodos, foi também o representante do governo brasileiro na Liga das Nações – órgão que reunia representantes de vários países com o intuito de zelar pela paz mundial baseada na negociação e no entendimento cordial entre as nações. Em 1931, já era o decano do corpo diplomático em Paris, ou seja, o embaixador há mais tempo em atividade na capital francesa.

Resgate

Em 1940, com a iminência da invasão alemã no Norte da França, o governo francês se retirou para o Sul, instalando um governo colaboracionista na cidade de Vichy. Naturalmente, o corpo diplomático estrangeiro o acompanhou. Registros dessa época mostram que Souza Dantas já vinha intercedendo em favor de refugiados do nazismo desde a sua saída de Paris. É possível comprovar o envolvimento pessoal e direto do embaixador, que começou a emitir os primeiros vistos diplomáticos "irregulares" de próprio punho. A maioria desses documentos foi concedida em Vichy e beneficiava não apenas judeus, mas também homossexuais, comunistas e qualquer pessoa ameaçada pelo nazismo.

No entanto, de acordo com a legislação vigente na época, era raro um embaixador conceder pessoalmente um visto, e isto só costumava ser feito em casos excepcionais. Para um "indesejável" receber um visto - mesmo o que se encaixava nas poucas exceções preestabelecidas –, era necessário apresentar uma série de documentos, como atestados negativos de antecedentes criminais, de "não ser de conduta nociva à ordem pública", de saúde e prova de profissão lícita, entre outros. Era muito difícil conseguir estas declarações, principalmente para os refugiados que se encontravam longe de seus países de origem. A autoridade consular brasileira que emitia o visto, por sua vez, tinha a obrigação de informar a "origem étnica" do estrangeiro.

Uma grande quantidade de pessoas que requeriam vistos era apátrida, portadoras de Passaportes Nansen – fornecidos pela Liga das Nações para indivíduos expatriados por causa de problemas políticos. Outras não possuíam qualquer tipo de documento para viajar. Algumas provinham de países que se encontravam tecnicamente extintos naquele momento devido aos conflitos ou cujos governos não os reconheciam mais como cidadãos. A exigência de uma série de documentos e certidões dos imigrantes tinha, na realidade, a função de impedir a entrada de refugiados no Brasil.

No dia em que Souza Dantas deixou Paris rumo a Vichy, já no caminho, ao passar por cidades como Perpignan e Bordeux, começou a assinar passaportes e documentos de viagem de estrangeiros, a maioria refugiados. Não eram pessoas "especiais" ou "importantes", mas gente comum. Ele não seguiu nenhuma regra do governo brasileiro, não exigiu taxas, transferências bancárias, declarações ou atestados, e tampouco perguntou ou informou a alguém a origem étnica dos pretendentes.

Cerca de 500 vistos diplomáticos foram emitidos entre meados de junho de 1940 e 12 de dezembro do mesmo ano – data em que Souza Dantas foi proibido formalmente de conceder qualquer tipo de visto. Entretanto, de acordo com depoimentos, muitos refugiados estiveram com o embaixador nos primeiros meses de 1941 e receberam vistos com datas anteriores a 12 de dezembro de 1940. Ou seja, ele ainda concedeu alguns vistos, mesmo depois de ter sido repreendido e proibido.

Por causa da presença de soldados brasileiros na guerra, das notícias da resistência de Souza Dantas à invasão da embaixada em Vichy e de seu longo internamento na Alemanha, os jornais brasileiros passaram a tratá-lo como herói. Mas a transformação do diplomata processado pelo governo em herói não agradou ao ditador Vargas.

Rapidamente, as notícias de homenagens a Souza Dantas sumiram da mídia, então controlada rigidamente pelo Estado. Enquanto durou o Estado Novo, Getúlio tratou de manter o diplomata fora de evidência no Brasil. Com a queda da ditadura em 1945, o velho embaixador saiu do ostracismo graças à influência política de antigos companheiros do Itamaraty.

Já aposentado, Souza Dantas foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores para chefiar a delegação brasileira na Primeira Assembléia Geral das Nações Unidas, em Londres, entre 10 de janeiro e 14 de fevereiro de 1946. O embaixador foi o primeiro brasileiro a discursar neste órgão precursor da ONU.

Souza Dantas passou seus últimos anos de vida em Paris, morreu pobre e abandonado, em um humilde quarto de hotel, em Paris no ano de 1954, no mesmo ano da morte de Getúlio Vargas

No ano de 2003, seu nome foi inscrito no Museu do Holocausto, em Jerusalém, como Justo Entre as Nações, por seu empenho pessoal na emissão de centenas de vistos, durante os anos mais duros da repressão nazista na Europa.

O homem que pôs em risco sua carreira e sua vida, que desafiou nazistas na Europa e políticos no Brasil, recebeu a medalha póstuma, por seus méritos.

Ele merece brilhar na galeria universal dos heróis do século vinte.

Aracy Guimarães Rosa

ARACY MOEBIUS DE CARVALHO GUIMARÃES ROSA
(102 anos)
Poliglota e Tem Seu Nome Inscrito no Jardim dos Justos Entre as Nações
"O Anjo de Hamburgo"

* Rio Negro, PR (05/12/1908)
+ São Paulo, SP (03/03/2011)

O nome de João Guimarães Rosa é conhecido de norte a sul do Brasil. Um dos maiores escritores do país, seus personagens são inesquecíveis. Mas e de Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, alguém já ouviu falar?

Para quem não sabe, Araci foi o grande amor e a grande companheira do escritor. Dizem que o personagem Diadorim do livro Grande Sertão, Veredas foi inspirado nela.

Foi uma poliglota brasileira que prestou serviços ao Itamaraty, tornando-se a segunda esposa do escritor João Guimarães Rosa. Aracy também é conhecida por ter seu nome escrito no Jardim dos Justos Entre as Nações, no Museu do Holocausto (Yad Vashem), em Israel, por ter ajudado muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas. A homenagem foi prestada em 8 de julho de 1982, ocasião em que também foi homenageado o embaixador Luiz Martins de Souza Dantas. Ela é uma das pessoas homenageadas também no Museu do Holocausto de Washington (EUA).

Paranaense, nasceu em Rio Negro (PR), e ainda criança foi morar com os pais em São Paulo. Em 1930, Aracy casou com o alemão Johan von Teff, com quem teve o filho Eduardo Carvalho Teff, mas cinco anos depois se separou, indo morar com uma irmã de sua mãe na Alemanha. Por falar quatro línguas (português, inglês, francês e alemão), conseguiu uma nomeação no consulado brasileiro em Hamburgo, onde passou a ser chefe da Seção de Passaportes.

No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. Aracy ignorou a circular e continuou preparando vistos para judeus, permitindo sua entrada no país. Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas. Para obter a aprovação dos vistos, Aracy simplesmente deixava de pôr neles a letra J, que identificava quem era judeu.

Nessa época, João Guimarães Rosa era cônsul adjunto (ainda não eram casados). Ele soube do que ela fazia e apoiou sua atitude, com o que Aracy intensificou aquele trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte.

Seu coração generoso foi mais além. Na época, a Alemanha vivia um racionamento de comida e, os judeus recebiam uma quantidade menor de alimentos. Aracy passou a alimentá-los com a cota extra que recebia no Consulado. Ia de casa em casa distribuindo comida. Dizem que Guimarães Rosa a acompanhava nessas distribuições, mesmo morrendo de medo pelo que poderia acontecer com sua mulher.

Aracy é a única mulher brasileira que tem o nome no Museu do Holocausto, em Jerusalém. Lá, há uma árvore plantada em sua homenagem no chamado Jardim dos Justos, onde são citados outros protetores famosos, como Oskar Schindler.

Aracy permaneceu na Alemanha até 1942, quando o governo brasileiro rompeu relações diplomáticas com aquele país e passou a apoiar os Aliados. Seu retorno ao Brasil, porém, não foi tranquilo. João Guimarães Rosa ficaram quatro meses sob custódia do governo alemão, até serem trocados por diplomatas alemães. Aracy e João Guimarães Rosa casaram, então, no México, por não haver ainda, no Brasil, o divórcio.

Sua biografia inclui também ajuda a compositores e intelectuais durante o regime militar implantado no Brasil em 1964, entre eles Geraldo Vandré, de cuja tia Aracy era amiga.

Aracy enviuvou no ano de 1967 e não se casou novamente. Sofria de Mal de Alzheimer e morreu no dia 3 de março de 2011 em São Paulo, de causas naturais, aos 102 anos.