Ernesto Geisel

ERNESTO BECKMANN GEISEL
(89 anos)
General do Exército e Presidente do Brasil

* Bento Gonçalves, RS (03/08/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/09/1996)

Ernesto Geisel foi um político e militar brasileiro, tendo sido 29º Presidente do Brasil de 1974 a 1979.

Ernesto Geisel nasceu em Bento Gonçalves, em 3 de agosto de 1907. Filho de imigrantes luteranos alemães, era o filho mais novo de Wilhelm August Geisel, que chegou ao Brasil em 1883, mudando seu nome para Guilherme Augusto Geisel e de Lydia Beckmann, brasileira de Teutônia, RS, filha de pais alemães. Tinha quatro irmãos: Amália, Bernardo, Henrique e Orlando. Passou a infância em Teutônia e Estrela, ambas no Rio Grande do Sul.

Em suas entrevistas concedidas ao Centro de Processamento e Documentação (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, depois transformadas em livro, Ernesto Geisel declarou que, em sua infância, entendia e falava o alemão, embora nunca tendo aprendido a ler nesse idioma. Na idade adulta entendia o idioma, mas falava com dificuldade.

Dois de seus irmãos também ingressaram na carreira das armas e tornaram-se generais: Henrique Geisel e Orlando Geisel, que chegou a ser ministro do exército durante o governo de Emílio Garrastazu Médici.

Ernesto Geisel iniciou sua carreira militar em 1921, ingressando no Colégio Militar de Porto Alegre. Formou-se oficial na Escola Militar de Realengo em 1928. Participou de ações militares na Revolução de 30 como tenente. Fez parte das tropas federais que combateram a Revolução Constitucionalista, de 1932.

No início dos anos 30 também desempenhou as funções de secretário de fazenda da Paraíba, quando os tenentes da Revolução de 1930 passaram a ocupar cargos políticos.

Em 1940, Ernesto Geisel casou-se com sua prima de primeiro grau, Lucy, com quem teve dois filhos: Amália e Orlando, este último falecido num acidente de trem em 1957. Ernesto Geisel jamais se recuperaria totalmente deste duro golpe.

Após o movimento de 1964, em 15 de abril de 1964, foi nomeado chefe da Casa Militar pelo presidente Castelo Branco, que o encarregou de averiguar denúncias de torturas em unidades militares do Nordeste do Brasil. Fez parte do grupo de militares castelistas que combateram a candidatura do marechal Costa e Silva à presidência da República.

Castelo Branco promoveu-o ainda a general-de-exército em 1966 e nomeou-o Ministro do Superior Tribunal Militar em 1967. No governo de Emílio Garrastazu Médici, tornou-se presidente da Petrobras, enquanto seu irmão Orlando Geisel tornou-se Ministro do Exército. O apoio de Orlando Geisel foi decisivo para que Emílio Garrastazu Médici o escolhesse como candidato à Presidência em 1974.

Em 1974, pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Adalberto Pereira dos Santos para vice, candidatou-se à presidência, onde venceu, com 400 votos (84,04%), a chapa oposicionista Ulysses Guimarães / Barbosa Lima Sobrinho do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que obteve 76 votos (15,96%).

Ernesto Geisel assumiu a Presidência do Brasil em 15 de março de 1974. Seu governo foi marcado pelo início de uma abertura política e amenização do rigor do regime militar brasileiro, onde encontrou fortes oposições de políticos chamados de "linha-dura".

A 1 de junho de 1977 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 13 de fevereiro de 1979 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante Dom Henrique.


Vida Política

Na década de 1950, Ernesto Geisel comandou a guarnição de Quitaúna e gerenciou a refinaria de Cubatão, ambas no estado de São Paulo. Durante este período, ele estreitou suas ligações com o grupo militar que mais tarde seria conhecido como "Sorbonne", ligado à Escola Superior de Guerra.

Ele sempre teve interesse na área de extração petrolífera, tendo dirigido a refinaria de Cubatão em 1956, a Petrobrás (1969 a 1973) e, após 1979, a Norquisa, depois de ter deixado a presidência da República.

Em sua gestão na presidência da Petrobras, empresa estatal que deteve até a década de 90 o monopólio da extração de petróleo no Brasil, concentrou esforços na exploração da plataforma submarina, tendo obtido resultados positivos. Conseguiu acordos no exterior para a pesquisa e firmou convênios com o Iraque, o Egito e o Equador.

Com a posse de Costa e Silva na presidência, Ernesto Geisel caiu no ostracismo político.


Presidente da República

Lançado oficialmente candidato da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) à presidência em 18 de abril de 1972, foi eleito presidente com 600 votos contra 63 do "anticandidato" do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) Ulysses Guimarães, em 15 de janeiro de 1973.

Ernesto Geisel dedicou-se à abertura política, que encontrou resistência nos militares da chamada "linha-dura", sendo que o episódio mais dramático foi a contratação do ministro do exército, Sylvio Frota, em 12 de outubro de 1977.

Em 1975, em Sarandi, PR, aconteceu uma invasão de terras no Engenho de Annoni que dá início ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) existente até hoje.

Outro fato marcante foi a contratação, em 1976, do comandante do IV Exército de Minas Gerais, decorrente, dentre outros fatos, da repercussão da morte do jornalista Wladimir Herzog.

Ernesto Geisel conseguiu fazer seu sucessor João Figueiredo, que continuou a abertura política.


Principais Realizações do Governo Geisel

  • Divisão de Mato Grosso e criação do Mato Grosso do Sul
  • Reatamento de relações diplomáticas com a República Popular da China
  • Reconhecimento da independência de Angola
  • II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND)
  • Busca de novas fontes de energia, realizando o acordo nuclear com a Alemanha, criando os contratos de risco com a Petrobras e incentivando a utilização do álcool como combustível
  • Início do processo de redemocratização do país, embora tal processo tenha sofrido alguns retrocessos durante seu governo, como bem exemplifica o Pacote de Abril, em 1977
  • Abertura política do Brasil, sobre a qual Ernesto Geisel afirmou que a redemocratização do Brasil seria um processo "lento, gradual e seguro"
  • Extinguiu o AI-5, e preparou o governo seguinte, João Figueiredo, para realizar um conflito político e a volta dos exilados, mas sem que retomassem seus cargos políticos
  • Em política externa procurou ampliar a presença brasileira na África e na Europa, evitando o alinhamento incondicional à política dos Estados Unidos
  • Denúncia do tratado militar Brasil-Estados Unidos em 1977
  • Construiu grande parte da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Ernesto Geisel e Carlos Eloy
Vida Após a Presidência

Em sua vida pós-presidência, Ernesto Geisel manteve influência sobre o Exército ao longo da década de 1980 e, nas eleições presidenciais de 1985, apoiou o candidato oposicionista vitorioso Tancredo Neves, o que caracterizou a diminuição das resistências a Tancredo Neves no meio militar.

Ernesto Geisel foi presidente da Norquisa, empresa ligada ao setor petroquímico.

Em 1997, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou a transcrição de seu depoimento, no qual narrou sua vida particular, militar e política.

Após a presidência passou a viver em um apartamento simples, residência na qual morou até a sua morte. No dia 12 de setembro de 1996, aos 88 anos, vítima de um Câncer Generalizado.

Fonte: Wikipédia

5 comentários:

  1. Eu não defendo de maneira alguma qualquer tipo de ditadura, mas eu acho interessante pelo que notei, nenhum dos Generais que governaram o Brasil, ficaram ricos. Geisel, foi quem deu o pontapé inicial para a volta da democrácia.

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    1. Essa questão envolve muito mais que riqueza. O ruim numa ditadura, é alguém achar que sabe o que é certo para o outro.
      Daí, se o outro é diferente, podem matá-lo. Isso é bom???
      A melhor forma de convivência é a tolerância mútua.
      Votando certo, ou errando e aprendendo, um dia chegaremos lá.
      Ditadura não!
      Sabe o que é alguém morrer de porrada porque pensa diferente???
      Eu sei o que é isso.
      Matar alguém???
      Tô fora!

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    2. De longe,Geisel foi o mais nacionalista
      dos presidentes militares.Isso é fato.

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  2. Concordo,tambe'm nao defendo ditadura',MAS OS GENERAIS ERAM BEM MAIS .ETICOS E S.ERIOS EM RELACAO AOS DOIS ULTIMOS GOVERNOS,,DITOS POPULARES,CORRUPTOS MENSALEIROS.

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    1. Torturar e matar é ético, ou pelo menos humano???
      Pensa aí ô meu antes de falar besteira...

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