Marlene

VITÓRIA BONAIUTTI DE MARTINO
(91 anos)
Cantora e Atriz

* São Paulo, SP (22/11/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/06/2014)

Marlene, nome artístico de Victória Bonaiutti de Martino, foi uma cantora nascida em São Paulo, SP, no bairro da Bela Vista, conhecido reduto de ítalo-brasileiros, no dia 22/11/1922. Era conhecida como a Rainha da Era de Ouro do Rádio.

Seus pais eram italianos, e Victória Bonaiutti de Martino era a mais nova de três filhas. Ela herdou o nome do pai, que morreu sete dias antes de seu nascimento. A viúva, Antonieta, não se casou novamente, e criou sozinha as filhas, dando aulas de alfabetização no Instituto de Surdos e Mudos de São Paulo e como costureira.

Devota da Igreja Batista, internou a filha mais nova no Colégio Batista Brasileiro, cujas mensalidades foram dispensadas em troca de serviços prestados ao colégio, como arrumação dos quartos.

Ao deixar o colégio, Victória foi cursar a Faculdade do Comércio, situada na Praça da Sé, com o objetivo de se tornar contadora. Na mesma época, empregou-se, durante o dia, num escritório comercial. Foi quando começou a participar de uma entidade de estudantes, recém formada, a qual passou a dispor de um espaço na Rádio Bandeirantes, a "Hora dos Estudantes", programa em que estreou como cantora.

Vitória acabou deixando o curso de contadora em segundo plano, priorizando sua atividade artística.


Em 1940, estreou profissionalmente na Rádio Tupi. Nessa ocasião, adotou o nome artístico de Marlene, em homenagem a atriz alemã Marlene Dietrich. Nesse mesmo ano, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a atuar no Cassino da Urca e na Rádio Globo. Atuou em seguida na Rádio Mayrink Veiga, e no Cassino Icaraí, em Niterói. Atuou também como crooner do Golden Room do Hotel Copacabana Palace, onde passou uma longa temporada, e de onde chegou a estrela principal.

Em 1944 atuou no filme "Corações Sem Piloto", de Luís de Barros.

Em 1945 participou de "Pif-Paf", filme de Adhemar Gonzaga e Luís de Barros.

Em 1946, estreou em disco, pela gravadora Odeon, cantando com acompanhamento do conjunto Brazilian Serenaders, dirigido por Carlos Machado, o samba-choro "Swing no Morro" (Amado Régis e Felisberto Martins), e o samba "Ginga, Ginga, Moreno" (João de Deus e H. Nascimento). Nesse ano, gravou com os Vocalistas Tropicais, para o carnaval seguinte, a marcha "Coitadinho do Papai" (Henrique de Almeida e M. Garcez), que fez bastante sucesso. Também atuou no filme "Caídos do Céu", de Luís de Barros.

Em 1947, fez apresentações na boate Casablanca, acompanhada por Bené Nunes ao piano, Abel Ferreira na clarineta, Vidal no contrabaixo, Meneses na guitarra, além de outros músicos. Nesse ano, foi a primeira cantora a gravar pelo selo Star, futura gravadora Copacabana, registrando a marcha "Subúrbio da Central" (Carvalhinho e Mário Rossi), e o samba "Gabriela" (Romeu Gentil e Valtamito Goulart).


Sua carreira tomou impulso em 1948, quando foi contratada pela Rádio Nacional, onde se tornaria uma das principais estrelas da Música Popular Brasileira. Na Rádio Nacional, sua estreia deu-se no "Programa César de Alencar", quando recebeu o slogan "Ela Que Canta e Samba Diferente". Nesse ano, foi contratada pela gravadora Continental, estreando com os choros "Toca Pedroca" (Pedroca e Mário Morais), e "Casadinhos" (Luiz Bittencourt e Tuiú), este, cantado em dueto com o radialista César de Alencar.

Em 1949, gravou com Emilinha Borba, o samba "Eu Já Vi Tudo" (Peterpan e Amadeu Veloso), e a marcha "Casca de Arroz" (Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti), com acompanhamento de Severino Araújo e sua Orquestra Tabajara, desfazendo os rumores da suposta inimizade entre as duas cantoras. Nesse ano, foi eleita Rainha do Rádio, em concurso promovido pela Associação Brasileira de Rádio (ABR). Com o prestígio do título, ganhou um programa só seu na Rádio Nacional, intitulado "Duas Majestades", e um novo horário no "Programa Manuel Barcelos", onde permaneceu como estrela até o fechamento da Rádio Nacional. Nessa emissora, participou de vários programas, entre eles os de Manuel BarcelosCésar de Alencar, Paulo Gracindo, bem como "Gente Que Brilha", "Trem da Alegria", "Show dos Barros" e o de José Messias. Ainda em 1949, gravou com o grupo vocal Os Cariocas e acompanhamento de Severino Araújo e Orquestra Tabajara, os baiões "Macapá" e "Qui Nem Jiló", com o qual fez sucesso, da dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Em 1950, gravou o choro "Dona Vera Tricotando" (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), que fez bastante sucesso e, com Ivon Curi, o maxixe "Nego, Meu Amor" (José Maria de Abreu e Luiz Peixoto). Nesse ano, gravou a rancheira "Casamento de Rosa" (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), o maracatu "Cambinda Briante" (Evaldo Rui e Fernando Lobo), o choro "Esposa Modelo" (José Maria de Abreu e Carlos Souza), e a polca "Tome Polca" (José Maria de Abreu e Luiz Peixoto), com a qual fez bastante sucesso.

Marlene voltou a gravar com Emilinha Borba, lançando a marcha "A Bandinha do Irajá" (Murilo Caldas). Ao longo de 1950, manteve o título de Rainha do Rádio, dando início à célebre disputa entre os seus fãs e os de Emilinha Borba, que provocou uma rivalidade na disputa de títulos e prestígio, muito explorada pela imprensa da época. Rompeu ainda o ciclo de vitórias, acontecido até então, das irmãs Linda Batista e Dircinha Batista. Passou a ser a cantora exclusiva do "Programa Manuel Barcelos", na Rádio Nacional enquanto Emilinha Borba passou a ser exclusiva do programa de César de Alencar.


Ainda em 1950, atuou na revista "Deixa Que Eu Chuto", no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Atuou intensamente no teatro musicado, excursionando pelo exterior e por todo o Brasil em inúmeros espetáculos. Participou também do filme "Tudo Azul", ao lado do marido Luís Delfino, produzido por Rubens Berardo e dirigido por Moacyr Fenelon.

Em 1951, lançou os sambas "Peço Licença" (Lourival Faissal, Guaraná e Manoel Santana), "Sapato de Pobre" (Luiz Antônio e Jota Junior), que foi grande sucesso, "Para o Inferno ou Para o Céu" (Manoel Santana e Lourival Faissal), a marcha "Estou Com o Diabo no Corpo" (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira). Também nesse ano, gravou a valsa "Vamos à Praia" (Norival Reis e Rutinaldo), o baião "Pinheiral" (Luiz Antônio e Jota Junior), o samba-mambo "Panchito no Mambo" (Campelo, Murilo Vieira e Nelson Lucena), e, com Ivon Curi, o baião "Suspiro Que Vai e Vem" (Manezinho Araújo e Ismael Neto). Com o Trio Madrigal e o Trio Melodia gravou o baião "Piririm" (Humberto Teixeira e Zé Dantas), e o samba "Bandeira de Couro" (Humberto Teixeira). Atuou nesse ano na revista "Bonde do Catete", no Teatro João Caetano.

Em 1952, obteve grande repercussão, e talvez seu maior sucesso, com o samba "Lata D'água" (Luiz Antônio e Jota Junior), gravado com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra. Nesse ano, lançou as marchas "Sereia da Areia" (João de Barro, Antônio Almeida e Nássara), "Eva" (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), outro grande sucesso e, com Jorge Goulart, "Velho Barrigudo" (Caribé da Rocha e Ravenor). Lançou também o samba "Aquele Amor" (Geraldo Pereira e Arnaldo Passos). Ainda em 1952, estreou no Teatro de Comédia com a peça "Depois do Casamento", com a Companhia Marlene x Luiz Delfino, no Teatro Regina, com Vanda Lacerda e Maurício Sherman, direção de Mário Brazini e cenários de Fernando Pamplona. Atuou também na peça "Angelina e o Dentista" no Teatro Rival.

Fez sucesso em 1953 com os sambas "Zé Marmita" (Brasinha e Luiz Antônio), e "Gente do Morro" (Getúlio Macedo, Manuel Santana e Benê Alexandre). Gravou também a marcha "Quebra Mar" (Adelino Moreira, José Gonçalves e Zilda Gonçalves), e o samba "Gente do Morro" (Manoel Santana, Getúlio Macedo e Bené Alexandre). Em dueto com Paulo Tapajós gravou os baiões "Eu Vou Pro Ceará" (Humberto Teixeira), e "Baião no Deserto" (Abel Ferreira, José MenezesPaulo Tapajós). Nesse ano, gravou um disco pela gravadora Todamérica com os baiões "Baião do Gago" (Luiz Vieira), e "Estrela Miúda" (Luiz Vieira e João do Vale), e atuou na peça "Maya", no Teatro Rival, com Luis Delfino e Roberto Duval.

Marlene e Beth Carvalho
Em 1954, gravou os sambas "Patinete no Morro" (Luiz Antônio) e "Mora na Filosofia" (Monsueto Menezes e Arnaldo Passos), com os quais fez grande sucesso, além dos sambas "Toma Jeito João!" (Luiz Bandeira), "Batucada" (João de Barro), o baião "Mariquinha Namoradeira" (Caribé da RochaLuiz Bandeira), as marchas "Funga-Funga" (José Gonçalves e Adelino Moreira) e "Marcha do Tambor" (Jurandir Prates, Hianto de Almeida e Evaldo Rui). Fez sucesso também com marcha "É Sempre o Papai" (Miguel Gustavo).

Em 1955, atuou na revista "Me Leva Que Eu Vou", no Teatro João Caetano. Nesse ano, gravou com Chiquinho e Sua Orquestra, o choro "O Lenço do Chiquinho" (Hianto de Almeida e Haroldo de Almeida). Também no mesmo ano, fez sucesso com a valsa "Marlene Meu Bem" (Mário Lago), e o samba "Saudosa Maloca" (Adoniran Barbosa). Gravou também o samba "Couro do Falecido" (Monsueto Menezes e Jorge de Castro) e "Marcha do Ibrahim" (Miguel Gustavo).

Em 1956 ingressou na gravadora RCA Victor e lançou logo dois discos com as marchas "Papai do Céu Castiga" (Antônio Almeida e Jota Junior), "Cão Que Ladra Não Morde" (Arnô Provenzano, Otolindo Lopes e Oldemar Magalhães) e os sambas "Inda Tem Que Rebolar" (Antônio Almeida e Zé Tinoco) e "Ingratião" (Jota Junior, Oldemar Magalhães e Vera Silva). Fez sucesso nessa época com o samba "O Lamento da Lavadeira" (Monsueto Menezes, Nilo Chagas e J. Vieira Filho). Nesse ano, com a finalidade exclusiva de homenagear o compositor Assis Valente, então muito esquecido, lançou pela gravadora Sinter o LP "Marlene Apresenta Sucessos de Assis Valente" no qual cantou os sucessos "Recenseamento", "Camisa Listrada", "Cansado de Sambar", "Maria Boa", "E o Mundo Não Se Acabou", "Boas Festas", "Jarro D'água", "Uva de Caminhão" e "Té Já". Também no mesmo ano, recebeu o título de Favorita da Aeronáutica, outorgado pela Força Aérea Brasileira (FAB) e entregue pelo ministro da Aeronáutica, brigadeiro Eduardo Gomes.

Em 1957, voltou a atuar no Teatro João Caetano, na revista "Aperta o Cinto". Nesse ano gravou os sambas "Grand Mond do Crioléu" (Ary Barroso), "Dora Me Disse" (Jota Júnior e Oldemar Magalhães), "Saudades da Bahia" (Dorival Caymmi), "Quero Samba" (Zé Keti), e "Minha Candeia" (Luiz Vieira e João do Vale).


Em 1958 gravou o coco "Biá-tá-tá" (Hekel Tavares) e o batuque "Eu Subi" (João da Baiana e Príncipe Pretinho). Ingressou na Odeon e gravou o beguine "O Gandoleiro" (Angelis e Broussolle), com versão de Sérgio Porto, e a toada "Canoeiro" (Dorival Caymmi). Em seguida gravou o choro "Bom Que Dói" (Luiz Bonfá e Aloísio de Oliveira). Nesse ano, a convite da cantora francesa Edith Piaf, tornou-se a primeira brasileira a apresentar-se no Teatro Olympia, de Paris, e lá fez uma temporada de quatro meses.

Em 1959, lançou o LP "Explosiva", pela gravadora Odeon, no qual se destacaram como sucesso o samba "Apito no Samba" (Luiz Bandeira e Luiz Antônio) e o samba-canção "Brigas Nunca Mais" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes). Também no mesmo ano, atuou na peça "Tia Mame", no Teatro Dulcina, com Dulcina de Moraes, Odilon, Conchita de Moraes, Gracinda Freire, Yolanda Cardoso e Thelma Reston. Também nessa época, recebeu o título de Cidadã Carioca, outorgado pela Câmara de Vereadores do Distrito Federal.

Em 1960, lançou o LP "Caixinha de Saudade", pela gravadora Odeon, cantando entre outras, as marchinhas "Aí, Heim?" e "Isso é Lá Com Santo Antônio", ambas de Lamartine Babo, "Esquina do Pecado" (Francisco Mattoso), "Amor, Amor" e "Um Pouquinho de Amor" de Joubert de Carvalho, e "Cartinha Cor de Rosa" e "Primavera no Rio" de João de Barro.

Gravou para o carnaval de 1963, a marcha "Twist no Carnaval" (João de Barro e Jota Júnior). Nesse ano, lançou o LP "Sassaruê", que pretendia lançar um novo ritmo e dança, intitulados Sassaruê, com onze composições de Marino Pinto e Pernambuco, entre as quais, "ABC do Sassaruê", "Denguinho", "Quem Me Deu a Flor", "Vamos Sassaruá", "Sassruá, Meu Bem" e "Sultão de Bagdá".

Em 1965, recebeu o troféu IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, conferido pela Superintendência dos Festejos do IV Centenário do Rio de Janeiro, que lhe foi entregue no programa de Manoel Barcellos, pelo já jornalista Ricardo Cravo Albin, então assessor do secretário de Cultura do Estado da Guanabara.

Participou da gravação, em 1968, dos LPs "Carnavália - Eneida Conta a História do Carnaval - Volume 1 e 2", com sete pot-pourris cada um com composições de carnaval, tais como "A Dor de Cotovelo no Carnaval", "A Sátira no Carnaval", "A Bebida no Carnaval" e "Os Bichos no Carnaval". Nesse ano, prestou seu primeiro depoimento ao Museu da Imagem e do Som (MIS). Ainda em 1968, estrelou o musical de P. A. Grisolli e Sidney Miller, intitulado "Carnavália", ao lado da cronista Eneida e dos cantores Nuno Roland e Blecaute, que ficou quase um ano em cartaz no Rio de Janeiro.


Em 1969, recebeu o Troféu Carmen Miranda, criado para premiar os melhores intérpretes de carnaval nos concursos promovidos pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) e patrocinados pela TV Tupi e Secretaria de Turismo do Rio de Janeiro.

Em 1970 tornou a receber o Troféu Carmen Miranda e lançou o LP "É a Maior", no qual interpretou "A Onda" (Mário Lago), "Fez Bobagem" (Assis Valente), "Joia Falsa" (Evaldo Rui), "Beco do Mota" (Milton Nascimento e Fernando Brant) e "Coração Vagabundo" (Caetano Veloso). Nesse ano, atuou na peça "Alice no País Divino Maravilhoso", no Teatro Casa Grande, com Ary Fontoura, Milton Gonçalves e Hildegard Angel, com direção de Sidney Miller e Paulo Afonso Grisolli.

Em 1972, recebeu o diploma Campeão do Carnaval, como puxadora do samba-enredo da Escola de Samba Império Serrano. Também nesse ano, concedeu um segundo depoimento ao Museu da Imagem e do Som (MIS) e iniciou a temporada da peça "Botequim", que permaneceu por dois anos no Teatro Princesa Isabel e depois no Teatro João Caetano, além de percorrer várias capitais brasileiras. Faziam parte do elenco lvan Cândido, Osvaldo Louzada, André Valli e lsolda Cresta, com direção de Gianfrancesco Guarnieri.

Em 1973 tornou-se a única cantora a receber por três vezes o Troféu Carmen Miranda, de intérpretes de músicas de carnaval. Nesse ano, lançou o LP "Botequim", pela gravadora RGE, com a trilha sonora da peça de mesmo nome, com músicas e ToquinhoGianfrancesco Guarnieri, como "Quem Sabe Mais", "Sou Assim", "Esperando Por Você", "Canção do Medo", "Mesa de Bar", "Vem Amor, Vem Vingança", entre outras.

Em 1974, estreou a peça "A Dama de Copas e o Rei de Cuba" no Teatro Santa Rosa, com Emiliano Queiroz e Vanda Lacerda. Nesse ano, estrelou o show "Te Pego Pela Palavra" na boate Number One e no Teatro Senac. Foi também lançado o LP do show no qual interpretou canções como "Serenô" (Antônio Almeida), "Cabaré" (Aldir Blanc e João Bosco), "Trem de Alagoas" (Ascenso Ferreira e Waldemar Henrique), "Roupa Prateada" (Zé Rodrix), "Meu Coração é Um Pandeiro" (Gonzaguinha), "Ponta de Areia" (Milton Nascimento e Fernando Brant), "Pra Onde Vai, Valente?" (Manezinho Araújo), "Ronda" (Paulo Vanzolini), além de seus grandes sucessos "Lata D'água" e "Zé Marmita". Ainda nesse ano, recebeu o título de Madrinha da Banda de Ipanema, realização de Albino Pinheiro, quando desfilou ao lado de Martinho da Vila. Atuou ainda na remontagem do show "Carnavália", no Teatro Opinião, com Albino Pinheiro, Nuno Roland e Paulo Marquez.

Thereza Falcão e Marlene
Em 1976, participou do "Projeto Seis e Meia" atuando ao lado de Gonzaguinha no Teatro João Caetano, e participou da peça "O Quarteto", no Teatro lpanema, trabalhando ao lado de Ziembinski, Roberto Pirilo e Louise Cardoso, com direção de Ziembinski.

Em 1977 lançou o LP "Antologia da Marchinha", no qual interpretou pot-pourris de Joubert de Carvalho, João de Barro, Noel Rosa, Tom Jobim, Francisco Mattoso, Chico Buarque, Assis Valente, Lamartine Babo, Ary Barroso e Custódio Mesquita.

Em 1979 e 1980, participou da "Ópera do Malandro", de Chico Buarque no Teatro São Pedro, em São Paulo, que contou com as participações de Abrahão Farc, Tânia Alves e grande elenco. Essa peça viajou durante dois anos por todo o Brasil. No disco da peça lançado pela gravadora Philips, cantou com sucesso a música "Viver de Amor" (Chico Buarque e Francis Hime). Em 1980, participou com João Bosco do "Projeto Pixinguinha", viajando por toda a região sudeste.

Em 1982, atuou no show "Na Boca do Povo", com direção de Ricardo Cravo Albin, inaugurando o "Projeto Carnavalesca", da Funarte, com a participação do conjunto Coisas Nossas. Também nesse ano, trabalhou na peça "A Mente Capta", apresentada no Teatro da Praia, no Rio de Janeiro, com Anselmo Vasconcelos, Cininha de Paula, Louise CardosoBetty Erthal, Claudia Gimenez, Cristina Ferreira e Diogo Vilela, com direção de Wolf Maia.

Em 1983 prestou depoimento ao Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro.

Em 1984, participou do show "É Com Esse Que Eu Vou", da série "Carnavalesca" da Funarte, com direção de Ricardo Cravo Albin, sobre a obra do compositor Pedro Caetano, e que contou com a participação do conjunto Céu da Boca.

Jacqueline Laurence e Marlene
Recebeu em 1985 o título de Cidadã Honorária da Cidade do Rio de Janeiro, outorgado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, por proposição do vereador Mauricio Azêdo, e o Troféu Funarte, homenagem aos ídolos da Rádio Nacional. Fez também o seu terceiro depoimento para o Museu da Imagem e do Som (MIS).

Em 1986, participou do show "Praça Onze dos Bambas", com direção de Ricardo Cravo Albin, sobre a história da Praça Onze e seus bambas do samba, que contou com as participações de Zeca do Trombone, Alceu Maia e Aécio Flávio, e foi considerado pela crítica o Melhor Show do Ano. Viajou ainda pelas regiões Nordeste e Sudeste com o "Projeto Pixinguinha".

Entre 1987 e 1990, foi apresentadora do "Programa Marlene Total", na Rádio Ministério da Educação, no qual mostrava as raízes da Música Popular Brasileira, entrevistando personalidades da música e da cultura em geral. Esse programa foi premiado nos Estados Unidos. Ainda em 1990, recebeu a Medalha Funarj, conferido pela Fundação Nacional de Artes do Rio de Janeiro (FUNARJ), pelo conjunto de trabalhos prestados à cidade do Rio de Janeiro.

Em 1991, fez a peça "Um Céu de Asfalto" no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, com excursão por várias capitais do Nordeste, com direção de Luiz Fernando Lôbo.

Em 1993, fez depoimento sobre sua carreira para o Museu da Imagem e do Som de São Paulo. Recebeu no mesmo ano, a Medalha Tiradentes, outorgada pela Câmara de Deputados do Rio de Janeiro, por iniciativa da deputada Dayse Lucidi e o Título de Gratidão da Cidade de São Paulo, outorgada pela Câmara de Vereadores da Cidade de São Paulo, por proposição da vereadora Lydia Correia.

Em 1995, fez no Canecão com direção de Túlio Feliciano, o show "50 Anos de Alegria", de abertura das festividades dos seus 50 anos de carreira.


Em 1998, lançou o CD "Estrela da Vida", música título de sua autoria com Paulo Baiano e Zé Carlos Asberg, no qual cantou entre outras músicas, "Olha" (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), "Como Uma Onda" (Nelson Motta e Lulu Santos), "Meu Guri", "Uma Canção Desnaturada" e "Geni e o Zepelim", de Chico Buarque. A partir dessa época, passou a atuar anualmente nos shows públicos promovidos pela prefeitura do Rio de Janeiro, durante os festejos de fim de ano nas areias de Copacabana, e do carnaval na Cinelândia, ao lado de um selecionado elenco das chamadas "Estrelas da Velha Guarda".

Em 2002, apresentou-se em temporada de duas semanas no Teatro Rival Petrobras, com o show "Marleníssima", escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin, no qual cantava apenas os seus grandes sucessos, em retrospectiva, desde o final dos anos 1940 até aquela época. Deste show o seu fã clube "Família Marlenista" tirou um CD com o mesmo título, gravado ao vivo, mas não distribuído comercialmente.

Em 2003, fez uma turnê pelas lonas culturais do município divulgando seu último disco que foi vendido em praças públicas por ela mesma. No mesmo ano fez show no Teatro Rival. Foi também publicada a brochura "A Incomparável", de César Sepúlveda, contando sua vida e que foi acompanhada de um CD com o registro  do show no Teatro Rival. Também nesse ano, o colecionador Haroldo Coronel começou a desenvolver o projeto "Marlene, Teu Nome é Vitória", com alentado arquivo fotográfico sobre a cantora. Ainda em 2003, o samba-canção "A Grande Verdade", com Luís Bittencourt, foi regravado pela cantora Marion Duarte no CD "Fonte de Energia".

Em 2004, apresentou-se com sucesso no popular baile carnavalesco da Cinelândia, centro do Rio de Janeiro.

Em 2006, apresentou na Sala Baden Powell, em Copacabana, Rio de Janeiro, em espetáculo comemorativo dos 20 anos de fundação da Associação Marlenista, um de seus mais atuantes fã clubes. Ainda durante o carnaval deste ano, recebeu grande homenagem no palanque da prefeitura, instalado nas escadarias da Câmara dos Vereadores, na abertura do carnaval, na sexta-feira.


Em 2007, retornou ao palco da Rádio Nacional, para gravar seu primeiro DVD, no qual interpretou músicas como "Geni" (Chico Buarque), "Como Uma Onda" (Lulu Santos), entre outras.

Em 2009, em homenagem aos 60 anos de sua coroação como Rainha do Rádio, foi tema de uma extensa reportagem da revista O Globo, feita em seu apartamento em Copacabana, na qual ela falou de sua vida e carreira. No mesmo ano, lançou em show na Modern Sound, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, o DVD "A Rainha e os Artistas do Rádio".

Em 2010, foi entrevistada pelo radialista Simon Khoury, para livro da série do radialista com atores e atrizes da cena teatral brasileira.

Em 2011, foi lançado pelo selo Discobertas em convênio com o Instituto Cultural Cravo Albin (ICCA), a caixa "100 Anos de Música Popular Brasileira", com a reedição em 4 CDs duplos dos oito LPs lançados, com as gravações dos programas realizados pelo radialista e produtor Ricardo Cravo Albin, na Rádio MEC, em 1974 e 1975. No volume 3, estão incluídas suas interpretações para os sambas "Praça Onze" (Herivelto Martins e Grande Otelo) e "Se Acaso Você Chegasse" (Lupicínio Rodrigues). Ainda em 2011, estreou no Teatro Maison de France, no centro do Rio de Janeiro, o musical "Emilinha e Marlene - As Rainhas do Rádio" com texto de Thereza Falcão e Julio Fischer, direção de Antonio De Bonis, direção musical de Marcelo Alonso Neves, e as atrizes Solange Badin e Vanessa Gerbelli nos papéis principais. O musical retrata a eterna rivalidade entre as cantoras Marlene e Emilinha Borba. Ainda em 2011, a Associação Marlenista (AMAR), lançou o primeiro número da revista "Marleníssima" dedicada à vida e a carreira da cantora, com depoimentos dela mesma, Diana Aragão, Simon Khoury, José Caminha, Nieta Carvalho e Ciro Gallo. Ao longo de 42 páginas são revisitados momentos da carreira da cantora como shows, discos, participações em filmes e peças de teatro, além de frases e fotos da artista.

Morte

Marlene faleceu na sexta-feira, 13/06/2014 aos 91 anos vítima de falência múltipla de órgãos. Ela estava internada desde o dia 07/06/2014 no Hospital Casa de Portugal, com quadro de pneumonia severa, e sofreu falência múltipla dos órgãos, vindo a morrer por volta das 17:15 hs.

O corpo de Marlene foi velado no Teatro João Caetano, no centro do Rio de Janeiro, no sábado, 14/06/2014, a partir das 8:00 hs.

Discografia

  • 1956 - Marlene Apresenta Sucessos de Assis Valente (Sinter, LP)
  • 1957 - Vamos Cantar Com Marlene (Sinter, LP)
  • 1959 - Explosiva (Odeon, LP)
  • 1960 - Caixinha de Saudade (Odeon, LP)
  • 1963 - Sassuarê (Continental, LP)
  • 1968 - Carnavália-Eneida Conta a História do Carnaval Vol. 1 (MIS, LP)
  • 1938 - Carnavália-Eneida Conta a História do Carnaval Vol. 2 (MIS, LP)
  • 1969 - É a Maior (RGE / Fermata, LP)
  • 1972 - VII Festival Internacional da Canção Popular (Som Livre, LP)
  • 1973 - Na Transa do Carnaval (RCA Victor, LP)
  • 1973 - Quando as Escolas se Encontram (RCA Camden, LP)
  • 1973 - MPB - Grandes Autores / Monsueto (RCA Camden, LP)
  • 1973 - Convocação Geral (Som Livre, LP)
  • 1973 - Botequim (RGE, LP)
  • 1974 - Estas Dão Audiência (Odeon, LP)
  • 1974 - Carnaval de Todos os Tempos (Continental, LP)
  • 1974 - Te Pego Pela Palavra (Odeon, LP)
  • 1976 - O Dinheiro na Música Popular (V. SOM, LP)
  • 1976 - Marlene - Os Ídolos da MPB Vol. 18 (Continental, LP)
  • 1976 - 40 Anos de Rádio Nacional (Phillips, LP)
  • 1976 - Prazer em Conhecê-lo (PA, LP)
  • 1977 - Antologia da Marchinha (Phonogram, LP)
  • 1977 - Os Ídolos da MPB Vol. 26 (LP)
  • 1979 - As Rainhas do Rádio (Bandeirantes Discos, LP)
  • 1979 - Ópera do Malandro (Phonogram, LP)
  • 1979 - 100 Anos de MPB Vol. III (Tapecar / Projeto Minerva, LP)
  • 1979 - 100 Anos de MPB Vol. IV (Tapecar / Projeto Minerva, LP)
  • 1979 - Os Melhores Sambas Enredo (Gala, LP)
  • 1987 - Há Sempre um Nome de Mulher (LBA / Banco do Brasil, LP)
  • 1988 - Os Ídolos do Rádio VII (Collector's, LP)
  • 1996 - Marlene, Meu Bem (Revivendo, CD)
  • 1998 - Estrela da Manhã (Leblon Records, CD)

Trabalhos Como Atriz

Televisão
  • 1999 - Chiquinha Gonzaga
  • 1984 - Viver a Vida
  • 1981 - O Amor é Nosso ... Mayra
  • 1971 - Bandeira 2
Foi convidada para uma participação especial na telenovela Helena (Rede Manchete, 1987), mas o trabalho acabou não se concretizando.

Cinema
  • 1982 - Profissão Mulher
  • 1978 - A Volta do Filho Pródigo
  • 1967 - Carnaval Barra Limpa
  • 1959 - Quem Roubou Meu Samba?
  • 1958 - O Cantor e o Milionário ... Irene
  • 1955 - Adiós, Problemas
  • 1954 - Matar ou Correr
  • 1953 - Balança, Mas Não Cai
  • 1952 - Tudo Azul ... Maria Clara
  • 1950 - Todos Por Um
  • 1950 - Um Beijo Roubado
  • 1949 - Pra Lá de Boa
  • 1949 - Caminhos do Sul
  • 1948 - Esta é Fina
  • 1946 - Caídos do Céu
  • 1945 - Pif-Paf ... Maria
  • 1945 - Loucos Por Música
  • 1944 - Corações Sem Piloto
#FamososQuePartiram #Marlene

4 comentários:

  1. MARLENE, também não era tão santinha assim, muitas vêzes fazia comentários maldosos com a EMILINHA.

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  2. Marlene sempre foi uma artista múltipla e avançada no seu tempo.

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  3. A carreira de uma estrela, nota-se o prestígio em comentários e criticas...MARLENE não foi apenas uma cantora. Intérprete total, como atriz e apresentadora. Única!Maior que sua popularidade, elegância e personalidade. Sua legião de admiradores se orgulham do slogan "É a Maior!"

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  4. Lá em cima, no meio do texto, podemos ler: '...e um novo horário no Programa Manuel Barcelos, onde permaneceu como estrela até o fechamento da Rádio Nacional.'
    Até onde eu sei a Rádio Nacional (do Rio de Janeiro) nunca fechou. Encontra-se em pleno funcionamento, desde 1936 até os dias atuais. Seria legal, para a atividade do Blog, corrigir a informação. Obrigado.

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