Lacraia

MARCO AURÉLIO SILVA DA ROSA
(33 anos)
Dançarino e Cantor

* Rio de Janeiro, RJ (19/05/1977)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/05/2011)

Ao convidar o menino homossexual pobre da comunidade do Jacarezinho para lhe acompanhar nos palcos Brasil afora, MC Serginho partiu para o tudo ou nada, em uma tacada de mestre.

Lacraia e MC Serginho
Numa área musical extremamente machista como o funk, dominado até então por homens brucutus e mulheres popozudas, MC Serginho elegeu um o rapaz franzino e de dança desengonçada para estar a seu lado.

O excesso de carisma de Lacraia afastou qualquer preconceito que pudesse vir sobre ele. Era tão autêntico e simpático no que fazia que afastava qualquer possibilidade de questionamento.

Lacraia abriu portas para a diversidade no funk. Não só para os gays, como também para as mulheres donas de seus narizes que surgiram depois dele, como Tati Quebra-Barraco.

Por isso, não foi surpreendente quando Lacraia invadiu as salas de estar de todas as casas brasileiras, dançando sua Eguinha Pocotó nas tardes dos programas de auditório de todas as emissoras. E, logo, todos queriam dançar como Lacraia, sobretudo as crianças.

Sua dança, absurda num primeiro olhar, logo se tornava uma manifestação da irreverência carioca e daquele sentimento tão brasileiro que faz qualquer um de nós tentar superar as situações mais adversas com alegria. Esta foi a lição de Lacraia e a plataforma de seu sucesso.

A notícia da morte de Lacraia, na verdade Marco Aurélio Silva da Rosa, aos 33 anos, no Rio de Janeiro, na terça-feira (10/05/2011), além de deixar o mundo do funk carioca mais triste, deixou a todos também aquela imagem que eternizou o dançarino: ele se saracoteando nos palcos dos programas de TV.

Lacraia estava internado desde o dia 06/06/2011, em coma induzido, no Hospital Universitário Gafrè Guinle, na Tijuca, no Rio de Janeiro. O hospital é ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Lacraia morreu às 05:00 hs. do dia 10/05/2011, vítima de Tuberculose, seguida de Insuficiência Respiratória e Falência Múltipla dos Órgãos.

Uma multidão acompanhou o cortejo fúnebre, que saiu da capela 1, do Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro. Na chegada do caixão à sepultura, houve uma longa salva de palmas e cantos do refrão de Éguinha Pocotó, hit que popularizou Lacraia.

Amigos contaram que um dos grandes desejos da dançarina não pôde ser realizado. Ela queria ser enterrada em um caixão rosa, tonalidade que marcou seus figurinos de shows. A família bem que tentou, mas não houve tempo de providenciar. A saída encontrada foi escolher flores rosas para decorar o caixão e todo o ambiente.

Fonte: R7 e O Fuxico

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