TOMÁS SANTA ROSA
(47 anos)
Cenógrafo, Artista Gráfico, Ilustrador, Pintor, Gravador, Decorador, Figurinista, Professor e Crítico de Arte
* João Pessoa, PB (20/09/1909)
+ Nova Délhi, Índia (29/11/1956)
Tomás Santa Rosa, também conhecido por Santa Rosa, tornou-se famoso em meados do século XX, época em que assinava com as iniciais SR as ilustrações das capas de alguns dos escritores mais importantes daquela geração. Os mais próximos o chamavam simplesmente de "Santa".
É reconhecido principalmente como cenógrafo, ou melhor, o primeiro cenógrafo moderno brasileiro, porém a atividade a qual se dedicou ao longo de sua vida foi a de ilustrador de livros. Entretanto o seu trabalho no ramo dos livros não era apenas ilustrá-los, era mais do que isso. Ele desenvolvia identidades visuais para os livros, ou seja, fazia um planejamento visual para estabelecer uma unicidade às publicações de determinada editora. Atualmente, o profissional que exerce esse tipo de atividade é o designer gráfico.
Como cenógrafo criou o espaço cênico para o espetáculo "Vestido de Noiva" (1943), de Nelson Rodrigues, trabalho que revolucionou a concepção cenográfica do Brasil. Como designer gráfico projetou e também ilustrou livros para a Livraria José Olympio Editora. Entre os autores dos livros estavam José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade. Como pintor, auxiliou Cândido Portinari na preparação de diversos murais.
Vida
Tomás Santa Rosa nasceu na cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Quando criança estudou piano e fez parte de um coral. Quase na casa dos 20 anos já trabalhava como contabilista. Nessa época passou no concurso público para ocupar cargo de mesma função no Banco do Brasil. Já contratado, foi transferido para a cidade de Salvador, BA. De lá foi para a cidade de Maceió, AL, onde participou do movimento intelectual local.
Tomás Santa Rosa não tinha formação acadêmica, era autodidata.
Em 1932, mudou-se para o Rio de Janeiro, então a capital do Brasil e o local de concentração de artistas e intelectuais do todo país. Naquele período o país vivia um momento de explosão do mercado editoral e de valorização artística.
Tomás Santa Rosa morreu aos 47 anos durante uma viagem a Índia para participar, primeiro, como representante do Brasil na Conferência Internacional de Teatro, em Bombaim, depois, como observador da 9ª Conferência Geral da Unesco Para a Educação, a Ciência e a Cultura, em Nova Délhi.
Alguns Projetos Gráficos de Livros
Seu primeiro projeto gráfico foi para o livro "Cahétes" de Graciliano Ramos, em 1933, Livraria Schmidt Editora.
Alguns Projetos Para Ariel Editora:
- 1933 - "Cacau", de Jorge Amado
- 1933 - "Urugungo", de Raul Bopp
- 1934 - "Suor", de Jorge Amado
- 1934 - "Doidinho", de José Lins do Rego
- 1935 - "Curiango", de Afonso Schmidt
Alguns Projetos Para Livraria José Olympio Editora:
- 1935 - "Moleque Ricardo", de José Lins do Rego
- Década 30 - "Bangüê", da coleção "Ciclo da Cana-de-Açúcar", de José Lins do Rego
- Década 30 - "Menino de Engenho", da coleção "Ciclo da Cana-de-Açúcar", de José Lins do Rego
- Década 30 - "Usina", da coleção "Ciclo da Cana-de-Açúcar", de José Lins do Rego
- Década 30 - "A Luz no Subsolo", da coleção "A Luta Contra a Fome", de Lúcio Cardoso
- Década 30 - "Macunaíma", de Mário de Andrade
- 1935 - "Jubiabá", de Jorge Amado
- 1936 - "Histórias de Velha Totônia", de José Lins do Rego
- 1938 - "São Bernardo", de Graciliano Ramos
- 1938 - "Vidas Secas", de Graciliano Ramos
- 1940 - "A Mulher Ausente", de Adalgisa Nery
- 1940 - "Estrela Solitária", de Augusto Frederico Schmidt
- Década de 40 - "Fogo Morto", de José Lins do Rego
- Década de 40 - "Ar do Deserto", de Adalgisa Nery
- Década de 40 - "Assunção de Salviano", de Antônio Callado
- 1942 - "Poesias", de Carlos Drummond de Andrade
- 1942 - "O Visionário", de Murilo Mendes
- 1945 - "A Rosa do Povo", de Carlos Drummond de Andrade
- 1945 - "Abdias", de Cyro dos Anjos
- 1948 - "Poesia Até Agora", de Carlos Drummond de Andrade
- 1951 - "Sagarana", de Guimarães Rosa
- 1953 - "Memórias do Cárcere", de Graciliano Ramos
- 1953 - "Cangaceiros", de José Lins do Rego
Alguns Cenários:
- 1937 - "Ásia", de Henri-René Lenormand, Rio de Janeiro, RJ
- 1942 - "Orfeu", de Jean Cocteau, Rio de Janeiro, RJ
- 1943 - "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues
- 1944 - "Pelleas e Melisanda", de Maurice Maeterlink, Rio de Janeiro, RJ
- 1953 - "A Falecida", de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro, RJ
- 1954 - "Senhora dos Afogados", de Nelson Rodrigues
Algumas Pinturas:
- "Pescadores", s.d.; óleo s/ tela, c.i.d.; 60 x 80 cm - Coleção Particular
- 1940 - "Meninas Lendo", 1940; óleo s/ tela, c.i.d.; 72 x 84 cm
- 1943 - "Pescadores", óleo s/ tela, c.i.d.; 54 x 64,9 cm - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ)
- 1945 - "Na Praia", óleo s/ tela, c.i.d.; 64,5 x 80 cm
- 1948 - "O Vento", óleo s/ madeira, c.i.d.; 46 x 55 cm
- 1950 - "Cabeça", óleo s/ tela, c.s.d.; 70 x 60 cm
- 1950 - "Duas Mulheres", óleo s/ tela, c.i.d.; 56 x 47 cm
- 1955 - "Mulheres na Praia", óleo s/ tela; 50 x 68 cm
Fonte: Wikipédia
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