Luiz Gallon

LUIZ GONZAGA NOGUEIRA GALLON
(73 anos)
Jornalista, Radialista e Homem de TV

* Ribeirão Preto, SP (25/11/1928)
+ Brasil (26/09/2002)

É um dos cinco filhos de Luiz e Minervina. Ela mineira, ele italiano, vindo de Veneza. Luiz era alfaiate, elegante, ela uma moça pacata, que gostava de cantar e cantava no coro da igreja. E foi na igreja que se conheceram e logo se casaram. Luiz Gallon, o caçula, nasceu em Ribeirão Preto, em 25 de novembro de 1928.

A família veio para São Paulo em 1930. Segundo Gallon, moraram em vários bairros. Gallon, seguindo o irmão Renato, que estava trabalhando em uma emissora de rádio, gostava de ouvir rádio-teatro ao lado de sua mãe. Foi um dia visitar a Rádio Tupi, era jovem e se enfurnou pelos corredores e salas. Gostou e começou a ir mais vezes. Na época estavam filmando Quase no Céu, e ele fez de tudo, ajudou no que pôde. Foi até figurante no filme.

Daí chegou o ano de 1950 e foi implantada a televisão. Gallon já estava contratado pelas Emissoras Associadas e foi em comitiva ao Porto de Santos buscar o material para a instalação da novidade. Ninguém sabia o que era, mas todos queriam participar.

Gallon esteve em todos os grandes e pequenos episódios para a implantação da televisão - "Uma aventura, que era sempre um sobressalto", disse Gallon. Foi contra-regra, decorador, programador de filmes, e chegou a diretor adjunto, ligado a Cassiano Gabus Mendes, o diretor artístico.

Luiz Gallon e seu Roquette Pinto de Ouro
Foi diretor de TV de muitos grandes teatros. Na época eles eram mais importantes que as novelas. E assim Gallon foi se aprimorando. Fez muita amizade com todos os "papas" da época: Walter Forster, Walter George Durst, Geraldo Vietri e J. Silvestre. Estes eram diretores de programas como o TV de Vanguarda e o TV de Comédia. Gallon era o diretor de TV, aquele que fazia a seleção das imagens, ficava na técnica e comandava os câmeras e todo o espetáculo.

Dedicou-se inteiramente ao que fazia. E tanto os colegas, como principalmente a crítica reconheceram seu trabalho. Ele recebeu inúmeros troféus, entre eles 7 Roquette Pinto. Este era um prêmio instituído pela TV Record, aos melhores profissionais do ano. Luiz Gallon era consecutivamente considerado o melhor diretor. Tanto que recebeu o 7º Roquette Pinto, que foi o Roquette Pinto de Ouro, depois do que ficou "hor’s concour".

Ganhou ainda o Prêmio Governador do Estado, sempre na mesma categoria. Este prêmio vinha acompanhado de um cheque do Banco do Estado de São Paulo. Também ganhou o Prêmio Helena Silveira, dado pelo Grupo Folha. O Prêmio Melhores da Semana, Gallon ganhou por 17 vezes e mais o Troféu Imprensa por diversas vezes.

Todos estes prêmios o deixaram muito feliz, mas o que gostava muito era de suas viagens pelo Brasil e de suas caçadas. Nunca se interessou por conhecer Europa e outros países. Por várias vezes, foi ao lado de seu amigo Orlando Villas Bôas, viajou até o Xingu para conhecer os índios e navegar nos rios ainda inexplorados.

Passou a dirigir atores, a dar a eles "aquele toque" necessário, para o bom resultado da peça. Luiz Gallon trabalhou também na TV Cultura, quando a TV Tupi de São Paulo teve seu transmissor lacrado, em junho de 1981.

Trabalhou em várias agências de propaganda como redator, criador de comerciais, diretor. Fez trabalhos free-lancer, e jamais se afastou inteiramente da televisão. Foi um dos vice-presidentes da Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira, primeiro nome da Pró-TV.

Luiz Gallon casou-se por quatro vezes e nas últimas décadas esteve casado com a advogada trabalhista Maria Claudia de Carvalho Gallon. Ele tem filhos e netos de seu casamento com Patricia Mayo, atriz.

Luiz Gallon faleceu em 26 de setembro de 2002.

Fonte: Museu da TV

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