Silvinho da Portela

SÍLVIO PEREIRA DA SILVA
(66 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/02/2001)

Sílvio Pereira da Silva foi um cantor e compositor brasileiro. Desde os 16 anos, desfilava pelo Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, que viria a lhe emprestar o nome, tornando-o mais conhecido como Silvinho da Portela. No mundo do samba também era conhecido como Silvinho do Pandeiro. Fez parte do bloco carnavalesco Boêmios de Irajá, no qual atuava como ritmista e compositor.

Apesar de as escolas de samba sempre terem contado com pessoas responsáveis por puxar o canto, foi só muito mais tarde que surgiu a figura do intérprete oficial. Silvinho foi o primeiro a ocupar tal posto na Portela, entre 1969 e 1986. Em seguida foi cantor oficial da Viradouro, quando ainda desfilava em Niterói, e também do Império Serrano, além de ser Cidadão Samba em 1970.

Ao lado dos ritmistas Elizeu e Jorginho Pessanha, fez parte da delegação brasileira que se apresentou no "I Festival de Arte Negra", em Dakar, no Senegal, em 1966. Na ocasião, integrou o grupo de músicos que acompanhava Clementina de Jesus, Elton Medeiros, Ataulfo Alves, Heitor dos Prazeres, Paulinho da Viola, entre outros.

Silvinho da Portela estreou como puxador oficial da Portela em 1969, com "Treze Naus" (Ary do Cavaco). Vivenciou uma época áurea de sambas antológicos não só na história da Portela como na da própria MPB. Entre os sambas, cantou "Lendas e Mistérios da Amazônia" (Catoni, Jabolô e Waltenir), "Lapa Em Três Tempos" (Ary do Cavaco e Rubens), "Ilu-Ayê" (Cabana Norival Reis), "O Mundo Melhor de Pixinguinha" (Evaldo GouvêaJair Amorim e Velha), "Macunaíma" (David Corrêa e Norival Reis), "A Ressurreição das Coroas" e "Contos de Areia" (Dedé da PortelaNorival Reis).

Entre os sambas-enredos que interpretou, marcando época não só na Portela, mas na MPB como um todo, destacam-se "Lapa Em Três Tempos" (Ary do Cavaco e Rubens Alves de Sousa), com o qual a escola se classificou em 2º lugar do Grupo 1, em 1971. No ano seguinte, a Portela classificou-se em 3º lugar do Grupo 1 com o samba-enredo "Ilu Ayê" (Norival Reis e Cabana).

Em 1973, ao lado de Martinho da Vila, Darcy da Mangueira, Noel Rosa de Oliveira e Walter Rosa, participou do disco "A Voz do Samba", no qual interpretou de sua autoria "Amor de Raiz" (Silvinho e Jorge Barbosa) e "Escrevi" (Silvinho e Jorge José), além de "Caso de Amor" (Luiz Carlos e Miro).

Silvinho da Portela participou de um momento único, em 1975, ao interpretar "Macunaíma, Herói da Nossa Gente", de Norival Reis e Davi Corrêa, ao lado deste, Candeia e Clara Nunes, dois portelenses históricos. Com sua interpretação deu à escola o 5º lugar do Grupo 1.

No ano de 1978, lançou o seu único disco solo, "Silvinho e Suas Cabrochas".

No ano de 1999, participou de um show coletivo na casa noturna Rio Sampa, em Nova Iguaçu.

Na década de 80, Silvinho do Pandeiro também integrou a ala de compositores da Unidos da Viradouro. Venceu vários carnavais puxando o samba no tempo em que a escola vermelha e branco desfilava em Niterói. Na Portela, conquistou três vezes o Estandarte de Ouro, prêmio concedido pelo jornal O Globo, de Melhor Intérprete.

Em 1982, Neguinho da Beija-Flor, no disco "É Melhor Sorrir", pela gravadora Top Tape, interpretou "Um Grande Amor Se Acaba" (Silvinho da Portela, Xavier e Onofre do Catete).

Em 1983 conquistou o Estandarte de Ouro com o samba-enredo "A Ressurreição da Coroa, Reisado, Reino e Reinado" e que conseguiu o 3º lugar do Grupo 1 para a escola de samba.

Pouco antes de falecer, Silvinho da Portela participou do concurso de samba-enredo da Viradouro para o carnaval de 2001.

Silvinho da Portela faleceu vítima de um câncer na próstata, aos 66 anos, às vésperas do carnaval, em 08/02/2001, e foi sepultado no Cemitério de Inhaúma, no subúrbio do Rio de Janeiro. Ele deixou cinco filhos, 16 netos e quatro bisnetos.

Discografia

  • 1978 - Silvinho e Suas Cabrochas (LP)
  • 1973 - A Voz do Samba (LP)

Indicação: Miguel Sampaio

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