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Carlos Torres Pastorino

CARLOS JULIANO TORRES PASTORINO
(69 anos)
Ex-Padre, Espírita, Radialista, Jornalista, Escritor, Teatrólogo, Historiador, Filólogo, Filósofo, Professor, Poliglota, Poeta e Compositor

☼ Rio de Janeiro, RJ (04/11/1910)
┼ Brasília, DF (13/06/1980)

Carlos Juliano Torres Pastorino foi um ex-padre que se dedicou ao estudo da Doutrina Espírita e da Fenomenologia Mediúnica, autor do maior best-seller de auto-ajuda no país, "Minutos de Sabedoria".

Era mais conhecido por Professor Pastorino e era filho de José Pastorino e Eugênia Torres Pastorino. Desde criança demonstrou inusitada inteligência e vocação para a vida eclesiástica. Com apenas 14 anos de idade, em 1924, recebeu os diplomas de Geografia, Corografia e Cosmografia, do Colégio Dom Pedro II e, logo em seguida, ainda no mesmo ano, o diploma de Bacharel em Português, no mesmo colégio.

Viajou para Roma a fim de cursar o Seminário, onde, em 1929, foi diplomado pelo Cardeal Basilio Pompili, para a Ordem Menor de Tonsura. Formou-se em Filosofia e Teologia em 1932, sendo ordenado sacerdote em 1934.

Abandonou a vida eclesiástica da Igreja Católica Romana, quando, em 1937, aguardava promoção para diácono. Surpreendeu-se com a recusa do Papa Pio XII, em receber o Mahatma Gandhi em seu tradicional traje branco. O Colégio Cardinalício exigia que o grande líder da Índia vestisse casaca, para não quebrar a tradição das entrevistas dos chefes de Estado. Pastorino, diante dessa recusa, imaginou que se Jesus visitasse o Vaticano, não se entrevistaria com o Papa, pois vestia-se de forma similar a Gandhi, e jamais se sujeitaria ao rigor exigido pela Igreja.

Regressou de imediato ao Brasil e desenvolveu intensa atividade pedagógica. Ingressou no Instituto Italo-Brasileiro de Alta Cultura, como professor de Latim e Grego, cargo que exerceu de 1937 a 1941. Em 1938, recebeu o registro de Professor de Psicologia, Lógica e História da Filosofia do Ensino Secundário. Foi também professor de Espanhol.

Em paralelo com o magistério, exercia atividades jornalísticas, como correspondente dos Diários Associados. Foi Adido Cultural e Jornalístico da Academia Brasileira de Belas Artes. Sócio de inúmeras Sociedades Esperantistas, no Brasil e no exterior. Delegado especializado (Faka Delegito) da Universidade Esperanto Asocio, com sede na Holanda. Foi fundador da Sociedade Brasileira de Esperanto, no Rio de Janeiro. Sua bibliografia é extensa, com mais de 50 livros publicados e outros tantos inéditos.

Pastorino falava fluentemente vários idiomas, legando-nos inúmeros livros didáticos. Traduziu obras de vários autores ingleses, franceses, espanhóis, italianos, clássicos latinos e gregos.

No dia 31/05/1950 concluiu a leitura de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, que recebera por empréstimo de um seu colega do Colégio Dom Pedro II. Nesse dia declarou-se espírita, data que guardava com muito carinho. Passou a frequentar o Centro Espírita Júlio César, no Grajaú, o qual foi sua escola inicial de Espiritismo. No dia 08/01/1951, com um grupo de abnegados companheiros, fundou o Grupo Espírita Boa Vontade, posteriormente mudado para Grupo de Estudos Spiritus, para não haver confusão com a Legião da Boa Vontade.

No Grupo de Estudos Spiritus, nasceu o Lar Fabiano de Cristo, o boletim Serviço Espírita de Informação (SEI). Fundou a Livraria e Editora Sabedoria e a revista com o mesmo nome, prestando relevantes serviços à Doutrina, no terreno cultural.

O professor Carlos Torres Pastorino realizou muitas palestras no Rio de Janeiro e em vários outros Estados. Participou ativamente de Congressos, Semanas Espíritas, Simpósios, Cursos e tantos outros eventos. Fez-se sócio de inúmeras instituições espíritas e colaborou com a imprensa espírita nacional e do exterior. De sua vasta bibliografia espírita, destaca-se "Minutos de Sabedoria", que bate todos os recordes de vendagem, já em várias edições "Sabedoria do Evangelho", publicado em fascículos na revista Sabedoria e Técnicas da Mediunidade, excelente livro sobre o assunto.

O grande sonho de Carlos Torres Pastorino era criar uma Universidade Livre, para ensinar Sabedoria. Em 1973 recebeu, por doação, do Drº Miguel Luz, famoso médico paulista, já desencarnado, magnífico terreno numa área suburbana de Brasília, denominada Park Way, onde iniciou as obras da Universidade. Já com algumas dependências construídas, passou a residir no local, para administrá-la. Chegou a realizar vários cursos, estando a sua Biblioteca em pleno funcionamento, com o respeitável número de 8000 volumes, adquiridos ao longo de sua existência, toda voltada para a cultura geral e o bem-estar da humanidade. Infelizmente faleceu antes de ver concretizado esse sonho.

Foi casado com Silvana de Santa M. Pastorino, deixando três filhos maiores e sete netos. Deixou também um casal de filhos menores do segundo casamento.

Obra

Carlos Torres Pastorino publicou uma extensa bibliografia de mais de 50 obras, muitas delas ainda inéditas. Poliglota, traduziu obras de diversos idiomas. Foi também radialista, sendo a sua obra magna - "Minutos de Sabedoria" - uma coleção de suas mensagens propaladas no rádio. Compôs 31 peças musicais para piano, orquestra, quarteto de cordas e polifonia, a três e quatro vozes. Entre as suas obras, destacam-se:

  • 1966 - Minutos de Sabedoria
  • 1966 - Teu Filho, Tua Vida
  • 1966 - Tua Mente, Tua Vida
  • 1968 - Técnica da Mediunidade
  • Sabedoria do Evangelho (Vários Volumes)

O livro "Minutos de Sabedoria" já ultrapassou a marca de 9 milhões de exemplares vendidos - tendo sido, por reincidência em mais de dois anos consecutivos, retirado da lista elaborada pela revista Veja, dos mais vendidos. A obra, originalmente destinada a subsidiar os trabalhos assistenciais e educativos do professor Pastorino, hoje teve, após ação na Justiça, os seus direitos revertidos para os herdeiros.

Na obra "Técnica da Mediunidade", aborda, com o recurso a inúmeros quadros comparativos, numa ótica cientificista, o fenômeno mediúnico. Em seu prefácio, o General-de-Brigada Drº Manoel Carlos Netto Souto registra:

"Pastorino volta à Terra e tenta mostrar ou demonstrar fatos que para ele são axiomáticos, fazendo o arcabouço da ponte que une o físico ao espiritual, uma vez que os considera da mesma natureza, sem irrealidades nem fantasia."

A obra, editada em 1968, teve as suas edições póstumas proibidas pela família, praticante do catolicismo. Nela, o autor assim refere a mediunidade:

"As vibrações, as ondas, as correntes utilizadas na mediunidade são as ondas e correntes de "pensamento". Quanto mais fortes e elevados os pensamentos, maior a freqüência vibratória e menor o comprimento de onda. E vice-versa. (…) Tudo isso faz-nos compreender a necessidade absoluta de mantermos a mente em "ondas" curtas, isto é, com pensamentos elevados, para que nossas preces e emissões possam atingir os espíritos que se encontram nas altas camadas."

Aurélio Buarque de Holanda

AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA
(78 anos)
Crítico Literário, Lexicógrafo, Filólogo, Professor, Tradutor e Ensaista

* Passo de Camaragibe, AL (03/05/1910)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/02/1989)

Em 1923, mudou-se para Maceió (AL), onde, aos 14 anos de idade, começou a dar aulas particulares de português. Aos 15, ingressou efetivamente no magistério. Foi convidado pelo Ginásio Primeiro de Março a lecionar em seu curso primário. Já naquela época passou a se interessar por língua e literatura portuguesas. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1936. Nesse mesmo ano, tornou-se professor de Língua Portuguesa e Francesa e de Literatura no Colégio Estadual de Alagoas.

Passou a residir no Rio de Janeiro a partir de 1938, e continuou no magistério, como professor de Português e Literatura Brasileira, no Colégio Anglo-Americano em 1939 e 1940. Professor de Português no Colégio Pedro II, de 1940 a 1969 e professor de ensino médio do Estado do Rio de Janeiro de 1949 a 1980.

Aurélio Buarque de Holanda também publicou artigos, contos e crônicas na imprensa carioca. De 1939 a 1943, atuou como secretário da "Revista do Brasil". Em 1941, deu início a seu trabalho de Lexicógrafo, colaborando com o "Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa".

Em 1942, lançou o livro de contos "Dois Mundos", que foi premiado dois anos depois pela Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, trabalhou no "Dicionário Enciclopédico" do Instituto Nacional do Livro.

Em 1945, publicou o ensaio "Linguagem e Estilo de Eça de Queiroz". Nesse ano, participou do I Congresso Brasileiro de Escritores, em São Paulo, e lançou, juntamente com Paulo Rónai, o primeiro dos cinco volumes da coleção "Mar de Histórias", uma antologia de contos da literatura universal. Ainda em 1945, casou-se com Marina Baird, com quem teve dois filhos, Aurélio e Marisa Luísa, e cinco netos.

Entre 1947 e 1960, produziu textos para a seção "O Conto da Semana", do suplemento literário do "Diário de Notícias".

A partir de 1950, começou a escrever para a revista "Seleções" do Reader’s Digest, na seção "Enriqueça o Seu Vocabulário". Oito anos depois, reuniu todos os artigos que produziu para essa seção, publicando-os em um livro com o mesmo título.

De 1954 a 1955, lecionou Estudos Brasileiros na Universidade Autônoma do México, contratado pelo Ministério das Relações Exteriores.

A preocupação com a língua portuguesa e o amor pelas palavras levou-o a estudar e pesquisar o idioma durante muitos anos com o objetivo de lançar seu próprio dicionário. Finalmente, em 1975, foi publicado o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, conhecido como Dicionário Aurélio ou somente "Aurelião" ou "Aurélio".

Modesto, ele vetou a inclusão, na sua obra, do verbete "Aurélio" como sinônimo de dicionário. Em 1977, publicou o "Minidicionário da Língua Portuguesa", que também é chamado de "Mini-Aurélio".

Em 1989, lançou o "Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa", com ilustrações do Ziraldo. O autor também traduziu várias obras, como "Poemas de Amor", de Amaru, "Pequenos Poemas em Prova", de Charles Baudelaire e os contos para a coleção "Mar de Histórias".

Aurélio Buarque de Holanda foi membro da "Associação Brasileira de Escritores" na seção do Rio de Janeiro (de 1944 a 1949), da Academia Brasileira de Filologia, do Pen Clube do Brasil (Centro Brasileiro da Associação Internacional dos Escritores), da Comissão Nacional do Folclore, da Academia Alagoana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Hispanic Society of America.

Aurélio Buarque de Holanda tinha ascendentes Neerlandeses. Ao contrário do que tem sido propagado na internet, ele era apenas um primo distante de Sérgio Buarque de Holanda, pai do músico Chico Buarques.

Morreu vítima do Mal de Parkinson que sofria desde 1981.

Fonte: Wikipédia