Dorival Caymmi

DORIVAL CAYMMI
(94 anos)
Cantor, Compositor, Violonista e Pintor

* Salvador, BA (30/04/1914)
+ Rio de Janeiro, RJ (16/08/2008)

Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Poeta popular, compôs obras como "Saudade de Bahia", "Samba da Minha Terra", "Doralice", "Marina", "Modinha Para Gabriela", "Maracangalha", "Saudade de Itapuã", "O Dengo Que a Nega Tem", "Rosa Morena".

Filho de Durval Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi, era casado com Adelaide Tostes, a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos são também cantores: Dori Caymmi, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.

Dorival Caymmi era descendente de italianos pelo lado paterno, as gerações da Bahia começaram com o seu bisavô, que chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do Elevador Lacerda e cujo nome era grafado Caimmi.

Dorival Caymmi na década de 50
Ainda criança, iniciou sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, dona de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava apenas no lar. Ouvindo o fonógrafo e depois a vitrola, cresceu sua vontade de compor.

Cantava, ainda menino, em um coro de igreja, como baixo-cantante. Com treze anos, interrompeu os estudos e começou a trabalhar em uma redação de jornal, O Imparcial, como auxiliar. Com o fechamento do jornal, em 1929, tornou-se vendedor de bebidas.

Em 1930 escreveu sua primeira música, "No Sertão", e aos vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia. Já em 1935, passou a apresentar o musical "Caymmi e Suas Canções Praieiras".

Com 22 anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba "A Bahia Também Dá". Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentivou a seguir uma carreira no sul do país.


Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival Caymmi, viajou de Ita (navio que cruzava o norte até o sul do Brasil) à cidade do Rio de Janeiro para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de Direito. Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão no jornal Diários Associados. Ainda assim, continuava a compor e a cantar. Conheceu, nessa época, Carlos Lacerda e Samuel Wainer.

Foi apresentado ao diretor da Rádio Tupi, e, em 24 de junho de 1938, estreou na rádio cantando duas composições, embora ainda sem contrato. Saiu-se bem como calouro e iniciou a cantar dois dias por semana, além de participar do programa "Dragão da Rua Larga". Neste programa, interpretou "O Que é Que a Baiana Tem", composta em 1938. Com a canção, fez com que Carmen Miranda tivesse uma carreira no exterior, a partir do filme "Banana da Terra" (1938).

Sua obra invoca principalmente a tragédia de negros e pescadores da Bahia: "O Mar", "História de Pescadores", "É Doce Morrer no Mar", "A Jangada Voltou Só", "Canoeiro", "Pescaria", entre outras.

Filho de santo de Mãe Menininha do Gantois, para quem escreveu em 1972 a canção em sua homenagem, "Oração de Mãe Menininha", gravado por grandes nomes como Gal Costa e Maria Bethânia.


Morte

Dorival Caymmi morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em sua casa, em Copacabana. às 06:00 hs, vítima de Insuficiência Renal e Falência Múltipla dos Órgãos em consequência de um Câncer Renal que possuía há 9 anos. Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007.

Fonte: Wikipédia