Sebastião Camargo

SEBASTIÃO FERRAZ DE CAMARGO PENTEADO
(84 anos)
Empresário

☼ Jaú, SP (25/09/1909)
┼ São Paulo, SP (26/08/1994)

Sebastião Ferraz de Camargo Penteado foi um empresário nascido em Jaú, SP, no dia 25/09/1909. Foi o fundador da construtora Camargo Corrêa.

Sebastião Camargo era filho de fazendeiros e em 1926, seu pai morreu deixando os dez filhos órfãos e o dinheiro se esvaeceu. Estudou só até o terceiro ano primário e aos 17 anos, aprendeu a transportar terra retirada de construções usando uma carroça puxada por um burro.

Tomou gosto pelo negócio e, em 1939, comprou duas carroças. Com a pá em punho e as rédeas nas mãos, Sebastião Camargo ajudou a construir as estradas que se multiplicavam pelo interior de São Paulo.

Logo aprendeu terraplenagem e se transformou num modesto empreiteiro. Quando conheceu o advogado Sylvio Brand Corrêa, em 1939, abriu com ele uma pequena construtora, a Camargo Corrêa & Cia Ltda Engenheiros e Construtores, com um capital de 200 contos de réis.

Em 1940, Sebastião Camargo adquiriu um trator, o que significou grande vantagem tecnológica em relação à concorrência.

Sebastião Camargo e Juscelino Kubitschek
Nos anos 50, a construção de Brasília era o sonho do empreiteiro. Ao participar da licitação, ouviu de um assessor do presidente Juscelino Kubitschek que a Camargo Corrêa não tinha máquinas em número suficiente para encarar as obras da nova capital. "Pois então me dê três dias e eu provo que o senhor está enganado", respondeu, contrariado.

Quando o prazo expirou, o empresário desfilou pelo cerrado com mais de 100 tratores vindos de seus canteiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Coube à Camargo Corrêa a abertura de várias estradas que possibilitaram o acesso à Capital Federal.

Em 1960, Juscelino Kubitschek sugeriu que Sebastião Camargo construísse um moinho de trigo para abastecer Brasília. Preocupado com o rigor técnico que a tarefa exigia, ele trouxe um especialista da Suíça para garantir a qualidade do serviço. Batizou-o de Moinho de Trigo Jauense.

Em 1962, quando a empreiteira construiu a hidrelétrica Usina Hidrelétrica Engenheiro Sousa Dias, também conhecida por Usina de Jupiá, no Rio Paraná, uma das maiores do Brasil, concluída em 1968, o tamanho da obra obrigou que uma cidade fosse construída ao seu redor para alojar os 12 mil funcionários.

Nos anos 70, a construtora entrou na licitação para as obras da Ponte Rio-Niterói e tirou o segundo lugar. Mortes de pedreiros e desmoronamentos em meio à construção obrigaram o presidente Emílio Garrastazu Médici a pedir ao empreiteiro que assumisse a obra. "Pois não, senhor presidente, mas vou fazer do meu jeito. Vou começar derrubando tudo e partir do zero", respondeu Sebastião Camargo.

Grupo Camargo Corrêa

A Camargo Corrêa & Cia Ltda. Engenheiros e Construtores foi responsável por mais de mil obras, incluindo as rodovias Imigrantes e Bandeirantes, o gasoduto Brasil-Bolívia, além da Usina Nuclear de Angra I e as hidrelétricas de Ilha Solteira, Itaipu e Tucuruí.

A partir dos anos 1990, o empresário passou a fazer parte da lista de bilionários da revista Forbes e sua fortuna pessoal foi avaliada em US$ 1,3 bilhão.

Foi casado com Dirce Camargo, falecida em 20/04/2013, e teve três filhas, Rosana Camargo de Arruda Botelho, Renata de Camargo Nascimento e Regina de Camargo Pires Oliveira Dias.

Após a sua morte em 1994, o controle da Holding Morro Vermelho, que abrangia 34 empresas dos mais variados setores, incluindo agricultura, siderurgia, têxtil, alumínio e transporte, passou para os genros, Fernando de Arruda Botelho, Luiz Roberto Ortiz Nascimento e Carlos Pires Oliveira Dias.

Fernando de Arruda Botelho faleceu em 13/04/2012 em acidente aéreo na cidade de Itirapina, interior de São Paulo. O atual presidente do grupo é Luiz Roberto Ortiz Nascimento.

Curiosidades

  • O astuto Bastião, como era chamado pelos mais íntimos, ou China, para a maioria, devido aos traços orientais de seus olhos, não admitia homem barbudo, cabeludo ou desquitado na firma.
  • Sempre com um cachimbo na boca, Sebastião Camargo reservava os fins de semana para se atirar no mato. Não era raro ele se aventurar em caçadas no Mato Grosso. Podia-se medir a paixão observando a coleção particular de animais empalhados na fazenda em Jaú. Pelo menos uma vez por ano embrenhava-se em alguma selva africana. Tudo mudou radicalmente em 1988, quando o caçador quase virou caça. Ao deparar-se com um leão, ele mirou a fera e errou o alvo. Foi salvo por pouco e passou a se dedicar à criação de javalis, patos, gado e cavalos.
  • Na construção de Itaipu, houve quase um atrito diplomático. A Camargo Corrêa não havia sido aceita para a obra do lado brasileiro. O ditador paraguaio Alfredo Stroessner, amigo de pescaria do construtor, protestou: "Onde está Don Sebastián?" Ameaçou melar o negócio, obrigando o governo brasileiro a contratar a Camargo Corrêa.

Morte

Sebastião Ferraz de Camargo Penteado faleceu na sexta-feira, 26/08/1994, às 23h45, aos 84 anos. Segundo a família, Sebastião Camargo teve morte natural. Estava em sua casa, na região sul de São Paulo, SP.

O corpo foi velado no Hospital Albert Einstein. O féretro saiu às 15h00, de 27/08/1994, para o Cemitério de Vila Alpina, onde foi cremado às 16h00.


Fonte: Wikipédia

Um comentário:

  1. GRANDE HOMEM,FIGURA HUMANA, CONHECI O EM JUPIÁ, DEPOIS FOMOS PARA ILHA SOLTEIRA, AGUA VERMELHA E TUCURUI,ELE SEMPRE ESTEVE PRESENTE E EXIGIA DISCIPLINA, LIMPEZA E NUNCA ESQUECIA UMA PESSO, CONVERSEI COM ELE E DONA DIRCE E AS FILHAS QUANDO ADOLESCENTE, VÁRIAS VEZES

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