Tomie Ohtake

TOMIE OHTAKE
(101 anos)
Artista Plástica

* Quioto, Japão (21/11/1913)
+ São Paulo, SP (12/02/2015)

Tomie Ohtake, nascida Tomie Nakakubo, foi uma artista plástica japonesa naturalizada brasileira. Aos 23 anos de idade viajou ao Brasil para visitar um irmão mas não pôde retornar, devido a Segunda Guerra Mundial.

É uma das principais representantes do abstracionismo informal. Sua obra abrange pinturas, gravuras e esculturas. Foi premiada no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1960. Em 1988, foi condecorada com a Ordem do Rio Branco pela escultura pública comemorativa dos 80 anos da imigração japonesa, em São Paulo.

Pela sua carreira consagrada Tomie Ohtake é considerada a "Dama das Artes Plásticas Brasileira". Segundo o crítico de arte Ichiro Hariu, os artistas como Tomie Ohtake, Tikashi Fukushima, Manabu Mabe e outros, são reconhecidos abstracionistas, representativos do Brasil, que contam com muitos apoiadores. Além de pertencerem ao grupo da geração de imigrantes do pré-guerra. Grupo esse constituído por imigrantes comuns que, após várias mudanças em suas vidas, despertaram para as artes plásticas e iniciaram seus trabalhos.

Tomie Ohtake é a mãe do arquiteto Ruy Ohtake e Ricardo Ohtake, diretor do Instituto Tomie Ohtake.


Tomie Nakakubo, filha de Inosuke e Kimi Nakakubo, chegou ao Brasil em 1936 para visitar um irmão. Conheceu o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake, também japonês, com quem se casou e teve dois filhos, Ruy e Ricardo. A família estabeleceu-se no bairro da Mooca, em São Paulo.

Em 1952, iniciou na pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, integrou o Grupo Seibi. Passou um certo tempo produzindo obras no contexto da arte figurativa, a artista define-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 70, passou a trabalhar com serigrafia, litogravura e gravura em metal.

Nos anos 50 e 60, participou de Salões nacionais e regionais, tendo sido premiada na maioria deles. Foi convidada a participar da Bienal de Veneza em 1972, pela própria instituição. Recebeu o Prêmio Panorama da Pintura Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Empregou ao longo da década de 60 o uso de tons contrastantes. Revelou afinidade com a obra do pintor Mark Rothko, "na pulsação obtida em suas telas pelo uso da cor e nos refinados jogos de equilíbrio".

Cecília França Lourenço, ao comentar a obra de Tomie Ohtake, quando ela atingiu um nível de maturidade, compara com a obra da artista com a de Fukushima e Mabe, no contexto que os três tinham "certa contenção, sem permitir extravasar totalmente a emoção da obra".


A arte na década de 80 foi influenciada pelo aparecimento de outros artistas e também pela atuação dos pioneiros, como Tomoo Handa, abstracionistas, como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Tomie Ohtake, Kazuo Wakabayashi e outros, onde atuaram, no desenvolvimento artístico, como também nos interesses da comunidade de artistas.

Tomie Ohtake se destacou também com o trabalho com esculturas em grandes dimensões em espaços públicos, sendo que na 23ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1995, teve uma sala especial de esculturas.

Atualmente, 27 de suas obras são obras públicas, as quais estão em algumas cidades brasileiras. Em São Paulo, parte delas se tornaram marcos paulistanos, como os quatro grandes painéis da Estação Consolação do Metrô de São Paulo, a escultura em concreto armado na Avenida 23 de Maio e a pintura em parede cega no centro, na Ladeira da Memória.

Em 1995 escreveu juntamente com Alberto Goldin o livro intitulado "Gota D'agua" que foi escolhido pela Jugend Bibliothek de Munique, na Alemanha, como um dos melhores livros editados no Brasil no ano de 1995. No mesmo ano recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura (MINC).

Em 2000 foi criado o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Morte

Tomie Ohtake morreu na quinta-feira, 12/02/2015, aos 101 anos, vítima de um choque séptico causado por broncopneumonia. A artista plástica se recuperava de uma pneumonia desde o dia 02/02/2015 e, na terça-feira pela manhã, estava prevista sua alta do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. No entanto, Tomie Ohtake sofreu uma grave broncoaspiração com alimentos do café da manhã, e, em seguida, uma parada cardíaca, na noite de quarta-feira, 11/02/2015.

O velório ocorreu na sexta-feira, 13/02/2015, entre 8:00 hs e 14:00 hs no instituto que leva seu nome, em São Paulo, e a artista foi cremada em cerimônia reservada para a família.

Fonte: WikipédiaO Globo

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