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Estela Borges Morato

ESTELA BORGES MORATO
(22 anos)
Policial e Bancária

* Campo Limpo, SP (22/01/1947)
+ São Paulo, SP (07/11/1969)

Estela Borges Morato foi uma investigadora da Polícia Civil do Estado de São Paulo e a primeira mulher brasileira morta no cumprimento do dever, no exercício da profissão de policial. Nasceu na cidade de Campo Limpo, próximo a Jundiaí, Estado de São Paulo, em 22/01/1947. Fez o curso primário no Externato Santo Antonio, o ginásio e o curso científico no Colégio Paulistano.

Em 1964 tomou parte em um concurso bíblico instituído por uma estação de rádio da Capital Paulista, obtendo o primeiro lugar. Recebeu como prêmio mil discos e um aparelho de televisão. Em 18/12/1965 casou-se com Marcos Morato, união que se desfez com a sua morte em 1969.

Foi bancária, ingressando no Banco Comércio e Indústria de São Paulo, em 1966, através de concurso. Aperfeiçoando-se na profissão, fez o curso de Grafodactiloscopia bancária "Preventivo de Falsificação", na Academia de Polícia de São Paulo (Acadepol), onde, primeiramente, se familiarizou com a atividade policial.

Entrou para a carreira de investigadora de Polícia, mediante concurso público em 1969. Foi destacada para prestar serviço no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), onde de acordo com a opinião das autoridades com quem trabalhou foi exemplo de disciplina, abnegação e patriotismo.

Em 07/11/1969, deu com apenas 22 anos, sua vida cheia de crenças, sonhos e esperanças à glória e liberdade da terra que a viu nascer, quando no cumprimento do dever tomou parte com intrepidez o cerco destinado a prisão do perigoso Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), chefe da subversão do Estado de São Paulo.

Estela Borges Morato, foi a primeira mulher brasileira e paulista a ser vítima de uma nobre audácia, no trabalho árduo contra o terrorismo, em defesa da sociedade, em defesa dos postulados cristãos e da Pátria Brasileira.

Os Fatos

Sozinho e confiante, o subversivo Carlos Marighella caminhou para o carro onde morreu. Repetia o erro de Gaúcho e de todo o seu esquema de segurança. A armadilha funcionava, deixando claro que as 23 prisões (Frei Fernando, ex-Frei Ivo, doze seminaristas dominicanos, dois jornalistas, sete outras pessoas) feitas em São Paulo e no Rio de Janeiro não haviam chegado ao conhecimento do líder maior do terrorismo.

Terroristas menores, em São Paulo, aparentemente sabiam das prisões e estavam alertas. A notícia havia chegado até o Rio Grande do Sul. Sete horas antes da morte de Carlos Marighella e uma antes da invasão policial ao Seminário Cristo-Rei, na cidade de São Leopoldo, o seminarista dominicano Carlos Alberto Toledo Cristo, Frei Beto, havia fugido. Ele era o encarregado de providenciar fugas de terroristas para o exterior.

Carlos Marighella não sabia do que se passava e caminhava para o carro. Então, a encenação policial terminou. Do carro dos "namorados" saltou o delegado Fleury dando voz de prisão. Os "operários" deixaram os materiais de construção e mostraram suas armas. Carlos Marighella correu, o ex-Frei Ivo, sentado à direção, abriu-lhe a porta direita e o tiroteio começou.

Frei Ivo saiu pela porta esquerda, braços levantados; os homens da segurança de Carlos Marighella responderam ao fogo enquanto fugiam; Frei Fernando deitou-se no banco traseiro. Cinco minutos depois estava tudo acabado. Dois mortos: Carlos Marighella e o protético Friederich Rohmann, que nada tinha com o terrorismo. E dois feridos: o delegado Rubens Tucunduva, com um tiro na perna, e a investigadora Estela Borges Morato, com um tiro na testa, falecendo dias depois.

A Crônica

No mês anterior, Estela escreveu uma crônica para o jornal editado pelo Sindicato dos Bancários que sintetizou a sua visão do mundo:

"Que Tipo de Mundo Você Queria?

Para esta pergunta, a resposta é sempre a descrição de uma utopia. Porém, eu gosto deste século, cheio de vivacidade e colorido, planos e esforços que nos fazem participar de uma experiência excitante e maravilhosa, sendo exatamente isso que dá a vida sua única atração verdadeira. Vida é movimento. Quero este mundo assim como ele é, com sonhos para sonhar, problemas para resolver e lutas para lutar. Vivamos intensamente a vida que Deus nos deu, afinal ela nos oferece mais prazer que dor, mesmo que haja sempre algo para ser resolvido ou remediado. Este mundo merece voto de confiança, porque ele é bom, só é mau para gente dura e de cabeça mole. O homem, enfrentando suas dificuldades, pode mostrar que é homem, aceitando o desafio. As dificuldades serão superadas e a vida valerá a pena ser vivida. Afinal já conquistamos a Lua."

Por reconhecimento dos seus contemporâneos, Estela Borges Morato foi homenageada com a designação do seu nome para uma das ruas da cidade de São Paulo e para uma Escola Estadual.

Tio Nilson

NILSON DE SOUZA PEREIRA
(89 anos)
Bancário, Telegrafista e Espírita

* Salvador, BA (26/10/1924)
+ Salvador, BA (21/11/2013)

Nilson de Souza Pereira, carinhosamente chamado de Tio Nilson, foi um espírita brasileiro. Junto com o seu amigo e "irmão" Divaldo Pereira Franco fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção e a obra social Mansão do Caminho, que presidiu durante muitos anos. Ambos se conheceram na juventude, quando, na época da Marinha, Nilson frequentou aulas de português ministradas por Divaldo Franco.

Tio Nilson desempenhou as atividades de bancário, telegrafista do Ministério da Marinha e funcionário da Empresa de Correios e Telégrafos, conciliando as atividades profissionais com a assistência aos necessitados. Após a aposentadoria, e até a desencarnação, dedicou-se inteiramente ao próximo, nas tarefas diárias da Mansão do Caminho e nas viagens de iluminação doutrinária, quando acompanhava o irmão de ideal.

Divaldo Franco e Tio Nilson
Militância Espírita

Em 1945, junto com Divaldo Franco e orientados pela benfeitora Joanna de Ângelis começaram os trabalhos assistenciais que resultaram na fundação, em 07/09/1947, do Centro Espírita Caminho da Redenção, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, BA.

Em 15/08/1952, Divaldo Franco e Nilson realizam outra empreitada em favor dos necessitados e fundaram a Mansão do Caminho, obra social do Centro Espírita Caminho da Redenção. Nesses trabalhos a experiência e dedicação de Nilson eram essenciais para o desenvolvimento dos trabalhos.

Enquanto Divaldo Franco viajava, pregando o Espiritismo pelo mundo, Nilson presidia as atividades das obras e dirigia os trabalhos doutrinários e gráficos. Prossegue, no plano espiritual, sua tarefa missionária.


Embaixador da Paz

Em 30/12/2005, Tio Nilson recebeu o título de Embaixador da Paz no mundo pela Ambassade Universelle Pour La Paix, em Genebra, Suíça, capital da Organização Mundial da Paz, braço da Organização das Nações Unidas (ONU), concedido pelos relevantes serviços prestados à humanidade. Portanto Nilson de Souza Pereira é o 206º Embaixador da Paz.

Divaldo Franco e Tio Nilson
Morte

O fundador da Mansão do Caminho, Nilson de Souza Pereira, desencarnou na madrugada de quinta-feira, 21/11/2013, às 4:40 hs, no Hospital Santa Isabel, em Salvador, BA, vítima de falência múltipla dos órgãos.

Tio Nilson, como era chamado pelos amigos e crianças da Mansão do Caminho, tinha 89 anos e fazia tratamento contra um câncer de próstata. A informação é de Miguel de Jesus Sardano, comunicador da Rede Boa Nova de Rádio e amigo pessoal de Tio Nilson, que na época estava em viagem pelo interior de São Paulo com Divaldo Franco.

Sabendo que a partida do amigo estava próxima e com uma série de palestras no interior de São Paulo, Divaldo Franco havia conversado com Tio Nilson, se despedido e orientado a equipe da Mansão do Caminho para o sepultamento.

Tio Nilson foi sepultado no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, BA.


Obra

Dando sua contribuição ao movimento espírita, Tio Nilson organizou os seguintes livros:
  • Terapia Espírita Para os Desencarnados
  • A Serviço do Espiritismo (Divaldo Franco na Europa)
  • ... E o Amor Continua
  • Exaltação à Vida
  • Depois da Vida
  • Vidas em Triunfo
  • Viagens e Entrevistas


Além de escrever para a revista Presença Espírita.


Mauro Duarte

MAURO DUARTE DE OLIVEIRA
(59 anos)
Compositor, Ourives e Bancário

* Matias Barbosa, MG (02/06/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/08/1989)

Conhecido também como Bolacha, apelido que ganhou por causa de sua cara arredondada, Mauro Duarte foi um senhor compositor. Embora seu nome seja pouco lembrado, é um dos mais importantes compositores do samba carioca e deixou composições que influenciaram gerações de sambistas e influenciam até hoje.

Além de compositor, ganhou a vida como ourives e bancário.

Mauro Duarte nasceu em Matias Barbosa, distrito de Juiz do Fora, MG, mas se mudou pro Rio de Janeio com apenas 3 anos de idade. Morador de Botafogo, frequentava desde criança os blocos carnavalescos do bairro e aos 15 anos já participava da ala de compositores da Mocidade Alegre de Botafogo. No bairro, veio a conhecher grandes compositores, como Walter Alfaiate e Niltinho Tristeza. Mauro passava a integrar o seleto grupo de compositores de Botafogo, que anos mais tarde passaria a contar com a presença do jovem Paulinho da Viola.

Só em 1960 teve sua primeira musica gravada, a composição Palavra interpretada por Miltinho.

Acabaria fazendo do tamborim seu instrumento predileto. Fez parte de dois conjuntos musicais na década de 1960. O primeiro deles foi Os Autênticos (com Walter Alfaiate, Noca da Portela, Adélcio de Carvalho, Eli Campos e Vinícius do Surdo) e depois Os Cinco Crioulos, substituindo Paulinho da Viola (com Nelson Sargento, Élton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro e Jair do Cavaquinho).

Com Os Cinco Crioulos, Mauro Duarte gravou três discos: Samba... No Duro (1967), Samba... No Duro Vol. 2 (1968) e Conjunto os Cinco Crioulos (1969)

Dentre suas inúmeras parcerias, destacam-se aquelas com Paulo Cesar Pinheiro. Juntos eles fizeram verdadeiras obras primas, muitas delas imortalizadas na voz de Clara Nunes: Portela na Avenida (1981), Canto das Três Raças (1976), Menino Deus (1974). É, inclusive, dos dois em parceria com João Nogueira o samba Um Ser de Luz, em homenagem à guerreira que cantou como ninguém a obras desses três compositores.

Mauro Duarte e Cristina Buarque
Em 2008 o pessoal do Samba de Fato em parceria com Cristina Buarque, lançaram o CD duplo O Samba Informal de Mauro Duarte. Uma preciosidade pra quem conhecer a fundo a obra do Bolacha. Os clássicos como Lama, Meu Sapato Já Furou, além de outros maravilhosos sambas ficaram de fora, pois já são conhecidos do público e estão na boca do povo nas rodas de samba. A idéia é divulgar canções pouco conhecidas.

Entre as gravações, algumas inéditas como Dúvida, Jeito do Cachimbo e Reza, Meu Bem, outras com gravações raras, difíceis de se encontrar, e diversos sambas cujas letras foram deixadas incompletas por Mauro Duarte e terminadas postumamente por Paulo Cesar Pinheiro, como é o caso de O Samba Que Eu Lhe Fiz, Compaixão, Lamento Negro, Samba de Botequim e muitos outros. Ao todo são 30 musicas em um CD duplo, cheio de arranjos muito bem feitos pelo pessoal do Samba de Fato, encabeçados pelo Alfredo Del Penho.