Ryan Gracie

RYAN GRACIE
(33 anos)
Lutador de Jiu-Jitsu

☼ Rio de Janeiro, RJ (14/08/1974)
┼ São Paulo, SP (15/12/2007)

Ryan Gracie foi um lutador brasileiro de jiu-jitsu. Era membro da família Gracie, filho de Robson Gracie e Vera Lucia Gracie, e neto de Carlos Gracie, um dos criadores do Brazilian Jiu-Jítsu. Tem como irmãos: Renzo Gracie, Flavia Gracie e Ralph Gracie. Foi casado com Elaine Caparroz e tiveram um filho, Rayron Gracie, nascido em 08/12/2001.

Ryan Gracie foi o idealizador do Projeto Kapacidade, que usa o jiu-jitsu como ferramenta de inclusão social, visando educar, capacitar, elevar a auto estima e criar novos cidadãos. Hoje o projeto é tocado pela sobrinha Kyra Gracie, penta campeã mundial de jiu-jitsu, e já conta com mais de 150 crianças carentes. Ganhou cinco lutas no evento PRIDE Fighting Championships, na Copa Company McDonald's de Judô, no Panamericano de Jiu-Jitsu em 1997, no Campeonato Brasileiro de 1997 e no Campeonato Sem Kimono.

Temperamento

Ryan Gracie formou-se faixa preta de jiu-jitsu na Gracie Barra no Rio de Janeiro junto de seu irmão Renzo Gracie, e mudou-se para São Paulo para representar a equipe em 1994. Desde então construiu seu império na capital paulista, hoje a Gracie SP conta com cerca de 30 filiais.

De acordo com a polícia Ryan Gracie era uma pessoa de gênio bastante difícil, tendo sido preso diversas vezes. Em março de 2000, Ryan Gracie ficou dezoito dias preso no Rio de Janeiro, sua cidade natal, acusado de esfaquear um estudante durante uma briga que destruiu uma casa de festas na Barra da Tijuca. O caso foi apurado e Ryan Gracie foi absolvido pois a denuncia não procedia. Segundo testemunhas que estavam no local a briga começou por volta da meia-noite com uma discussão perto da piscina da casa, localizada na Ilha da Fantasia. Marcus Vinícius Marins da Rosa, 26 anos, conhecido como Chuck Noris do Meier e figura conhecida por arranjar confusões, ficou provocando o lutador Ryan Gracie e acabou acontecendo a briga. Segundo relatos, a faca pertencia a Marcus Vinicius e na briga o lutador Ryan Gracie a tomou de Marcus Vinicius e ele, Marcus Vinicius, acabou se ferindo. Marcus Vinicius já teve passagem pela polícia pelo mesmo fato. Acusou outra pessoa de ter lhe esfaqueado e ganhou uma boa soma em dinheiro devido a indenização.

Em 2005, foi preso em São Paulo, acusado de agredir fisicamente um policial civil e xingar uma delegada dentro do 78ª DP, nos Jardins. Ryan Gracie é acusado de agredir policial dentro de delegacia.

Numa de suas últimas lutas no PRIDERyan Gracie xingou o juiz e o encarou demonstrando estar pronto para agredi-lo, por considerar errada a interrupção da luta que estava a seu favor. Os dois lutadores recomeçaram a luta em pé, e Ryan Gracie venceu seu adversário. Para seus fãs e espectadores, ficava claro que seu temperamento estava cada vez mais instável.

Teve muitas brigas fora de ringue com o lutador Jorge "Macaco" Patino, inclusive chegando a depredarem uma loja em uma dessas brigas.

Também teve notória rivalidade com Wallid Ismail, hoje dono do Jungle Fight. A luta entre os dois não chegou a acontecer.


Morte

Ryan Gracie foi encontrado morto na manhã de sábado, 15/12/2007, em uma das celas da carceragem do 91º Distrito Policial (CEAGESP), em São Paulo. Ele havia sido preso na tarde de sexta, 14/12/2007, e indiciado por roubo e tentativa de roubo. Ele chegou às 3:00 hs de sábado ao 91º DP, onde fica a carceragem provisória para os detidos durante a noite, finais de semana e feriados. Ryan Gracie seria encaminhado a um Centro de Detenção Provisória (CDP) na segunda-feira, 17/12/2007.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o lutador recebeu o acompanhamento de um médico particular durante seu exame de corpo de delito antes de ser encaminhado ao 91º DP.

Ryan Gracie foi encontrado morto, deitado na cela, por volta das 7:30 hs, horário de troca de turno dos carcereiros, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. Ele estava sozinho no local. 

Prisão

Ryan Gracie havia sido detido sob acusação de ter roubado o carro de um idoso de 76 anos no Itaim Bibi, bairro nobre da zona oeste da cidade. O lutador acabou contido por motoboys e foi preso, em seguida, pela Polícia Militar.

Na delegacia, Ryan Gracie chegou agitado e dizendo que estava sendo "perseguido" quando foi preso. O delegado Aílton Camargo Braga, que registrou a ocorrência, disse que o lutador dizia que estava sendo perseguido "pelo pessoal da favela e pelo PCC (Primeiro Comando da Capital)".

Ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para realizar também, além do corpo de delito, exames toxicológicos, para saber se ele estava sob efeito de drogas.

"Infelizmente, ele estava muito alterado, não conseguimos pegar o depoimento dele com muito discernimento. Já soube que ele passava por problemas psicológicos. Ele, inclusive, parecia estar alterado pelo uso de medicamentos fortes que ele aparentemente tomava", afirmou o delegado, após ouvir o lutador.

Quando elaborava a ocorrência envolvendo Ryan Gracie, o delegado disse que recebeu uma ligação do advogado de uma clínica de tratamento psicológico, localizada no interior de São Paulo, para informar que o lutador passava por tratamento no local.

Questionado, o advogado disse desconhecer se Gracie apresentava problemas psicológicos pois mantinha somente um relacionamento profissional com seu cliente. No entanto, ele admitiu que o lutador não tinha noção dos acontecimentos e que dizia o tempo todo que estava sendo perseguido. O advogado alegou que o lutador não cometeu crime.

Agressões

Testemunhas que presenciaram a ação de Ryan Gracie disseram à polícia que, além de roubar o Corolla, o lutador agrediu o dono do veículo com uma faca de cozinha cortando um dedo da mão esquerda da vítima. Com o carro, Ryan Gracie andou por pouco tempo e bateu. Depois, tentou roubar uma moto.

Quando abordou o motoboy, Ryan Gracie teria mostrado uma faca e disse que era assalto. "Desce da moto, senão eu te mato", teria dito Ryan Gracie. O motoqueiro pegou a encomenda que levaria para Cotia, Grande São Paulo, enquanto Ryan Gracie subiu na moto sem conseguir ligá-la.

Outros motoboys pararam no semáforo e encorajaram a vítima a não deixar que Ryan Gracie levasse o veículo. O dono da moto afirmou que bateu com o capacete na cabeça de Ryan Gracie, que caiu e foi imobilizado pelo grupo de motociclistas.

"Acredito que ele realmente estivesse sob efeito de drogas, porque se ele estivesse são, teria derrubado todo mundo. ele era muito forte", disse o delegado.

Sabino Ferreira de Farias Netto
Laudo Médico

O laudo médico foi divulgado em 18/02/2008. O promotor do caso pretendia acusar o psiquiatra que atendeu Ryan Gracie por homicídio doloso.

"O que mais chama a atenção é a quantidade de drogas(remédios) que foram usadas ao mesmo tempo. Uma interage com a outra, o que pode aumentar o número de efeitos colaterais. Nesse caso, principalmente os cardíacos. O coração pode começar a bater fora do ritmo e entrar num quadro mais grave, que pode levar a parada cardíaca."
(Marcelo Feijó De Mello, psiquiatra da Unifesp)

Ryan Gracie e seu pai Robson
Prosseguimento do Inquérito

Em fevereiro de 2008, o advogado Pedro Lazarini, que defendia o psiquiatra, pediu a reconstituição do caso, sob a alegação de que a polícia impediu a remoção de Ryan Gracie para um hospital na noite de 15 de dezembro. Ao mesmo tempo, o  Drº Sabino Faria de Ferreira Netto foi indiciado por homicídio culposo (o promotor pretendia modificar para doloso), com base no laudo médico, que apontou pelo menos sete substâncias ingeridas pelo lutador dadas pelo médico e psiquiatra.

Em abril de 2008, o  Drº Sabino Faria de Ferreira Netto foi acusado de corrupção ativa. Ele teria oferecido dinheiro para um carcereiro do 91º Distrito Policial, do Ceasa, na Zona Oeste de São Paulo, para que seu paciente tivesse regalias na carceragem da delegacia. A denúncia por corrupção contra o médico foi feita pelo Grupo de Atuação Especial e Controle Externo da Atividade Policial (GECEP). "A vantagem indevida oferecida e prometida deveria causar e, de fato, causou amplas facilidades para o médico na carceragem do distrito", disse a polícia.

Cinco Anos Depois

Cinco anos depois, a família Gracie finalmente respira aliviada. Na primeira quinzena de novembro de 2012, o psiquiatra Sabino Ferreira de Farias Netto, acusado de negligência na morte do lutador, em 15/12/2007, ao causar a morte do lutador com excesso de remédios, foi condenado a dois anos de serviços comunitários por imprudência.

"Felizmente, depois de mais de cinco anos e uma luta diária para provar a culpa desse irresponsável que se denomina médico e se intitula também como um dos melhores do mundo, como pode ser, visto em depoimento ao Ministério Público, chegamos ao fim de uma grande batalha", comemora Flávia Gracie, irmã de Ryan Gracie.

"Sei que é uma pena muito branda diante de uma vida, mas nós nos sentimos vitoriosos por provar que ele é um irresponsável e assassino, e com isso impedir que ele venha a cometer outros crimes e a devastar a vida de outras famílias."

Não satisfeita, Flávia Gracie pede que o psiquiatra perca o direito de exercer sua profissão.

"Sabemos também que os casos contra erros médicos só aumentam, mas que cassação é rara. O caso do meu irmão Ryan não é um fato isolado na carreira do Drº Sabino, que já foi envolvido em várias denuncias ao Ministério Público e acontecimentos trágicos na sua clinica em Atibaia. Ele já teve, inclusive, seu CRM cassado e sua clinica fechada por movimento e passeata dos moradores da cidade."

Fonte: WikipédiaFolha On Line e Tatame

Um comentário:

  1. Muito Lamentavel, um jovem muito especial para muitos partir dessa forma. Que Deus abençoe e tenha misericordia dos que ainda não conseguiram parar com as drogas, procurem ajuda enquanto a termpo.

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