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André Filho

ANTÔNIO ANDRÉ DE SÁ FILHO
(68 anos)
Compositor, Cantor, Arranjador, Percussionista, Instrumentista e Radialista

☼ Rio de Janeiro, RJ (21/03/1906)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/07/1974)

Antônio André de Sá Filho, mais conhecido com André Filho, foi um ator, multiinstrumentista (piano, violão, bandolim, violino, banjo, percussão), radialista, compositor e cantor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 21/03/1906.

Ficou órfão muito cedo, sendo por isso criado pela avó. Começou a estudar música erudita aos oito anos com Pascoale Gambardella. Estudou, anos depois, vários instrumentos como violão, violino, piano, bandolim, dedicando-se, então, à música popular brasileira.

Formou-se em Ciências e Letras no Colégio Salesiano de Niterói, RJ, onde foi colega de Almirante.

Na década de 1940, esteve internado com problemas psíquicos, que, somados a alguns outros, acabaram por fazê-lo abandonar a vida artística.

André Filho é autor de muitos sucessos, entre os quais a marcha "Cidade Maravilhosa" que se tornou o hino da cidade do Rio de Janeiro. Por isso virou uma figura histórica do Rio de Janeiro, além de ser o parceiro de Noel Rosa no samba "Filosofia".

André Filho começou a carreira artística cantando na Rádio Educadora. Foi arranjador, compositor de jingles, locutor de várias emissoras como a Rádio Tupi, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Phillips e Rádio Guanabara.


Sua primeira composição a ser gravada foi "Velho Solar", em 1929, pela Parlophon, interpretada por Henrique de Melo Moraes, o tio de Vinícius de Moraes. No mesmo ano, Ascendino Lisboa lançou o samba "Dou Tudo".

Em 1930, Carmen Miranda lançou duas músicas suas pela RCA Victor, o samba "O Meu Amor" e a marcha "Eu Quero Casar Com Você". Sílvio Caldas gravou também pela RCA Victor o seu samba "Nem Queiras Saber" (André FilhoFelácio da Silva).

Em 1931, Carmen Miranda gravou os sambas "Bamboleô" e "Quero Só Você", Jaime Vogeler a canção "Meu Benzinho Foi-se Embora" e Francisco Alves a valsa "Manoelina". No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, na Parlophon, interpretando os sambas "Estou Mal" (André FilhoHeitor dos Prazeres), e "Mangueira" (Saul de Carvalho). Lançou com J. B. de Carvalho, a macumba "Anduê, Anduá" (Maximiniano F. da Costa) e o samba "É Minha Sina" (André Filho).

Em 1932 teve diversas composições gravadas por diferentes intérpretes. Carmen Miranda registrou os sambas "Mulato De Qualidade", "Quando Me Lembro" e "Por Causa de Você"; Sílvio Caldas o samba "Jurei Me Vingar" (André Filho Valfrido Silva); O Grupo da Guarda Velha e Trio TBT, o samba "Como Te Amei".

Em 1933, gravou os sambas "Vou Navegar" e "Nosso Amor Vai Morrendo", e teve gravados por Carmen Miranda, os sambas "Fala Meu Bem" e "Lua Amiga", e por Elisa Coelho os sambas "O Samba é a Saudade" e "A Lua Vem Surgindo". Mário Reis foi convidado por Noel Rosa para gravar "Filosofia", pela Columbia.


Em 1934, Carmen Miranda lançou, junto com Mário Reis, o samba "Alô... Alô...", um grande sucesso no carnaval daquele ano. Ainda em 1934, gravou seu grande sucesso, a marcha "Cidade Maravilhosa", em dupla formada com a então novata Aurora Miranda, de apenas 19 anos. Segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, a escolha de Aurora Miranda "refletia de certo modo a tendência de romper com uma constante da época: a hegemonia masculina na gravação do repertório carnavalesco". De qualquer modo, o certo é que a entrada de Aurora Miranda em cena deve-se mesmo ao fato de ser irmã de Carmen Miranda, já então no auge da popularidade, inclusive nos carnavais. O lançamento de "Cidade maravilhosa", se deu no entanto, sem grande sucesso na Festa da Mocidade, em outubro daquele ano.

A marchinha foi inscrita em 1935 no Concurso de Carnaval da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, obtendo, para indignação do autor, a 2ª colocação. Também em 1935, gravou a marcha "Guarde Um Lugarzinho Para Mim" (André Filho e Valfrido Silva) e o samba "Jura Outra Vez" (Alcebíades Barcelos e Valfrido Silva), e com Aurora Miranda, gravou de sua autoria, a marcha "Ciganinha Do Meu Coração" e o samba "O Que Você Me Fez".

Em 1936, lançou as marchas "Teu Cabelo Vou Pintar" e "Cadê a Minha Colombina", de sua autoria. Aurora Miranda gravou de sua autoria, o samba "Quero Ver Você Sambar" e a marcha "Bacharéis Do Amor", e Carmen Miranda a marcha "Beijo Bamba" e o samba "Pelo Amor Daquela Ingrata".

Em 1937 teve mais duas marchas gravadas por Aurora Miranda, "Se a Moda Pega..." e "Quero Ver Você Chorando".


Em 1938, Aurora Miranda gravou a marcha "Na Sua Casa Tem..." (André Filho e Heitor dos Prazeres) e o samba "Chorei Por Teu Amor".

Em 1939 lançou a marcha "Linda Rosa" e o samba "Quem Mandou?".

Em 1941, gravou a marcha "Carnaval na China" (André Filho e Durval Melo) e o samba "Estrela do Nosso Amor" (André Filho). Vicente Celestino gravou pela RCA Victor a valsa "Cinzas No Coração", obtendo grande sucesso, e a canção "Cancioneiro Do Amor".

Em 1960, um decreto oficializou "Cidade Maravilhosa" como hino da cidade. No final da década de 1960, convidado e entrevistado por Ricardo Cravo Albin, então diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), gravou histórico depoimento para o museu, tendo sido seu estado mental considerado bastante razoável pelo entrevistador.

Em 1974, Chico Buarque resgatou "Filosofia", regravando o samba em seu álbum "Sinal fechado", dedicado a outros autores por causa da censura imposta à sua produção. O samba foi, na época, grande sucesso e uma maneira inteligente de dar um recado ao regime militar. O samba voltaria a ser ouvido na voz de Mário Reis, na década de 1970 e, posteriormente, incluído no filme "Brás Cubas" (1985), adaptação do cineasta Júlio Bressane para o clássico de Machado de Assis "Memórias Póstumas de Brás Cubas". No filme, "Filosofia" é o tema do personagem Quincas Borba.

Devido a várias crises pessoais, inclusive o fim prematuro de casamento com a esposa Zilda, o que lhe teria provocado graves crises psíquico-nervosas, afastou-se completa e prematuramente da vida artística, passando a orar com a mãe que o abrigou, cercando-o de carinho e cuidados, o que obscureceu a avaliação de sua obra, fazendo com seu trabalho fosse lembrado basicamente apenas pela marcha "Cidade maravilhosa".

Em 2006, seu acervo passou a pertencer ao Instituto Moreira Salles que o homenageou por ocasião do centenário de seu nascimento com uma exposição de partituras, documentos e fotografias.

André Filho morreu aos 68 anos , no dia 02/07/1974, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1941 - Carnaval Na China / Estrela Do Nosso Amor (Odeon, 78)
  • 1939 - Linda Rosa / Quem Mandou? (Columbia, 78)
  • 1938 - Perdão, Emília / Onde é Que Eu Vou Parar (Odeon, 78)
  • 1937 - Maravilhosa / Ó Rosa (Odeon, 78)
  • 1936 - Teu Cabelo Vou Pintar / Cadê a Minha Colombina (Odeon, 78)
  • 1935 - Guarde Um Lugarzinho Pra Mim / Jura Outra Vez (Odeon, 78)
  • 1935 - Ciganinha Do Meu Coração / O Que Você Me Fez (Odeon, 78)
  • 1934 - Cidade maravilhosa (Odeon, 78)
  • 1934 - Lourinha Brasileira / Não Chore Mais (Columbia, 78)
  • 1933 - Vou Navegar / Nosso Amor Vai Morrendo (RCA Victor, 78)
  • 1931 - Estou Mal / Mangueira (Parlophon, 78)
  • 1931 - Se o Teu Amor... / Você Diz Que é Melhor (Parlophon, 78)
  • 1931 - Vai De Uma Vez / Amizade Não Se Compra (Parlophon, 78)
  • 1931 - Cala a Boca / Vivo Feliz Sem Você (Parlophon, 78)
  • 1931 - Anduê, Anduá / É Minha Sina (Parlophon, 78)


Indicação: Miguel Sampaio

Zé Menezes

JOSÉ MENEZES DE FRANÇA
(92 anos)
Compositor e Instrumentista

* Jardim, CE (06/09/1921)
+ Teresópolis, RJ (31/07/2014)

José Menezes de França, por pseudônimo Zé Menezes era um violonista, compositor, tocava violão de seis e sete cordas, violão tenor, bandolim, banjo, cavaquinho, viola de dez cordas, guitarra amplificada, guitarra portuguesa e contrabaixo.

Zé Menezes é considerado um dos grandes cavaquinistas da Música Popular Brasileira.


De Juazeiro Para o Mundo

Zé Menezes começou sua carreira de instrumentista de forma precoce. Seu gosto musical foi despertado quando aos 6 anos de idade ouviu a banda de música de sua cidade natal. Aos 8 anos de idade, já tocava cavaquinho profissionalmente no cinema de Juazeiro do Norte, CE, e passou a ser conhecido como Zé do Cavaquinho. Nesta época, compôs sua primeira música "Meus Oito Anos" a qual teve o privilégio de apresentar perante o Padre Cícero. Aos 11 anos, já era músico da Banda Municipal de Juazeiro.

Por volta dos 12 anos de idade, em companhia do primo Luís Roseo, Zé Menezes foi então residir em Fortaleza, CE, onde passou um ano como locutor de um serviço de alto-falantes. Retornou posteriormente a Juazeiro, onde retomou sua carreira de músico em festas e cinemas.

Em 1938, Luís Roseo passou pela cidade como líder de uma banda de jazz. Zé Menezes decidiu-se a acompanhá-lo de volta à Fortaleza, onde, durante algum tempo, dedicou-se a aprender o ofício de alfaiate. Todavia, por volta de 1940 foi contratado como segundo violonista pela Ceará Rádio Clube e acabou por formar seu próprio grupo musical, um "regional", com o qual se apresentou na emissora durante quatro anos.

Passando por Fortaleza em 1943, para a inauguração do serviço de ondas curtas da Ceará Rádio Clube, o radialista César Ladeira conheceu o jovem músico e ofereceu-lhe um contrato com a Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro. Naquela cidade, angariou prestígio como solista e em 1945 formou o Conjunto Milionários do Ritmo.

Em 1947, Zé Menezes foi contratado pela Rádio Nacional, emissora onde permaneceria por cerca de 25 anos, apresentando-se inicialmente ao lado de Garoto no programa "Nada Além de Dois Minutos".

Em 1948 teve a primeira música gravada, o samba "Nova Ilusão" (Zé Menezes e Luiz Bittencourt) pelo grupo Os Cariocas. A música fez tanto sucesso que acabou por converter-se numa espécie de prefixo do conjunto. Em 1950 seria regravada por Francisco Sergi e Orquestra e em 1953 por Dick Farney e Quinteto.


Do "Quarteto Continental" ao "Sexteto Radamés"

Foi na Rádio Nacional que Zé Menezes conheceu o maestro Radamés Gnattali, o qual, em 1949, convidou-o para integrar o Quarteto Continental tocando guitarra. O Quarteto Continental era composto ainda pelo próprio Radamés Gnattali ao piano, Luciano Perrone (bateria) e Pedro Vidal Ramos (contrabaixo). Além das apresentações na Rádio Nacional, com os arranjos requintados e inovadores criados pelo maestro, o grupo acompanhou em estúdio gravações feitas por artistas conceituados da época, tais como Os Cariocas, Edu da Gaita e Aracy de Almeida.

Em 1951, o Quarteto Continental tornou-se um Quinteto, com a entrada de Chiquinho do Acordeom, e em 1959, com a entrada de Aída Gnattali, irmã de Radamés Gnattali, tocando um segundo piano, o grupo tornou-se o Sexteto Radamés Gnattali. O Sexteto excursionou pela Europa no ano seguinte, tendo apresentado-se em Paris, Londres, Oxford, Roma, Lisboa e Porto.


Zé Menezes, o "Transviado"

Com o declínio das emissoras de rádio frente ao avanço da televisão na década de 60, Zé Menezes mudou de atividade e tornou-se maestro na RCA Victor e arranjador de um time de estrelas da Música Popular Brasileira que incluíam Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Gilberto Milfont, Miúcha, Tom Jobim, entre outros.

Foi também a partir de 1960 que Zé Menezes criou o grupo Os Velhinhos Transviados, composto por músicos experientes e que se dedicou a criar paródias de músicas antigas e modernas. Segundo Zé Menezes, "Era uma sátira àquelas coisas todas que a gente via, aqui e no exterior. A gente tocava música antiga de forma moderna, e música moderna de forma antiga, sempre brincando muito"Os Velhinhos Transviados gravaram seu primeiro discos, homônimo, em 1962, seguido por "Os Velhinhos Transviados - Sensacionais" no mesmo ano e "Os Velhinhos Transviados - Fabulosos" em 1963. Ao todo, foram treze LPs lançados até 1971.


Zé Menezes, Global

Na década de 70, Zé Menezes passou a trabalhar na Rede Globo de Televisão como primeiro guitarrista. Depois, ocupou os cargos de maestro, arranjador e diretor musical. Foi na Rede Globo que ele se aposentou em 1992, não sem antes compor trilhas e vinhetas para programas tais como "Chico City", "Viva o Gordo" e "Os Trapalhões", do qual é o autor do famoso tema de abertura, ainda presente no imaginário popular brasileiro.


Morte

Zé Menezes morreu na noite de quinta-feira, 31/07/2014, aos 92 anos, em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital São José e a causa da morte não foi divulgada.


Discografia

  • 2007 - Gafieira Carioca (CD)
  • 1998 - Relendo Garoto (RGE, CD)
  • 1995 - Chorinho In Concert (CID, CD)
  • 1971 - Os Velhinhos Transviados na Curtisom (RCA Victor, LP)
  • 1964 - Os Velhinhos Transviados - Bárbaros! (RCA Victor, LP)
  • 1963 - Os Velhinhos Transviados - Espetaculares (RCA Victor, LP)
  • 1962 - Os Velhinhos Transviados - Sensacionais (RCA Victor, LP)
  • 1962 - Os Velhinhos Transviados (RCA Victor, LP)
  • 1961 - Para Ouvir, Dançar e Amar (RCA Victor, LP)
  • 1960 - E daí...? / Noites de Moscou (Sinter, 78)
  • 1959 - Carrilhão na Batucada / A Felicidade (Sinter, 78)
  • 1958 - Come Prima / O-lá-lá Bambolê (Sinter, 78)
  • 1957 - Nunca, Jamais / 'Na Voce, 'Na Chitarra E' o Poco' e Luna (Sinter, 78)
  • 1957 - Maracangalha / Le Rififi (Sinter, 78)
  • 1957 - Bolero Napolitano / Faz Que Vai (Sinter, 78)
  • 1957 - Ritmos Em Alta Fidelidade (Sinter, LP)
  • 1957 - Temperado / Ritmo Latino (Mocambo, 78)
  • 1957 - Anastácia / Gafieira é Comigo (Mocambo, 78)
  • 1955 - Amor Brejeiro / Violão na Gafieira (Continental, 78)
  • 1955 - Il Torrente / Polca Brasileira (Continental, 78)
  • 1955 - Maluquinho / Meu Xodozinho (Mocambo, 78)
  • 1954 - Um, Dois, Três / Borocochô (Sinter, 78)
  • 1954 - Se Você Não Tem Amor / Currupião (Sinter, 78)
  • 1954 - A Voz do Violão (Sinter, LP)
  • 1953 - Vai ou Não Vai? / Mentira de Amor (Sinter, 78)
  • 1952 - Meu Cavalo Alumínio / Baião do Ceará (Sinter, 78)
  • 1951 - Não Interessa Não / Vitorioso (Sinter, 78)
  • 1951 - Encabulado / De Papo Pro Á (Sinter, 78)
  • 1951 - Copacabana / Um Domingo no Jardim de Alah (Sinter, 78)
  • 1951 - Guriatan de Coqueiro / A Viola do Zé (Sinter, 78)
  • 1945 - Comigo é Assim / Seresteiro (Todamérica, 78)
  • 1941 - Nunca Aos Domingos / Taki (Philips, 78)