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Palmirinha

PALMIRA NERY DA SILVA ONOFRE
(91 anos)
Cozinheira e Apresentadora de Televisão

☼ Bauru, SP (29/06/1931)
┼ São Paulo, SP (07/05/2023)

Palmira Nery da Silva Onofre, mais conhecida como Palmirinha Onofre, ou somente Palmirinha, foi uma cozinheira e apresentadora de televisão, apelidada carinhosamente por muitos como a Vovó do Brasil, nascida em Bauru, SP, no dia 29/06/1931.

Palmirinha é filha do baiano Felippe Nery da Silva e da imigrante italiana Ana Zambolin. Viveu uma vida difícil, com muitos desafios e com apenas 6 anos de idade, deixou a casa dos pais após desentendimentos com sua mãe e foi morar com uma francesa que adorava cozinhar. Foi lá que ela aprendeu muito do que descobriu sobre a culinária. Anos depois, precisou voltar para casa após a morte do pai, mas os problemas continuaram.

Aos 16 anos, sua mãe a vendeu para um fazendeiro, mas ela conseguiu fugir com a ajuda de um parente. Aos 19 anos, Palmirinha se casou para poder sair de casa. Infelizmente, ela viveu um relacionamento abusivo, por quase 20 anos, relatando ter passado inclusive por agressões físicas.

Palmirinha teve três filhas: Tânia, Nanci e Sandra.

Carreira

A carreira na televisão começou quando ainda fazia salgados e doces para vender e sustentar suas três filhas, depois que se separou do marido. Sua primeira aparição na televisão se deu em 1994, aos 63 anos, quando foi como convidada do programa de Sílvia Poppovic na TV Bandeirantes, cujo tema era "Criei Meus Filhos Sozinha". Além de contar sua história, Palmirinha presenteou a apresentadora com uma cesta de salgadinhos.

O talento de Palmirinha despertou interesse da apresentadora Ana Maria Braga que a convidou para participar do programa "Note e Anote", apresentado na época pela TV Record. Palmirinha permaneceu como colaboradora da atração por mais de cinco anos onde ensinava a preparar receitas.

Em 1997, a culinarista recebeu uma proposta da TV Gazeta e a partir de maio daquele ano ela atuou na emissora paulista como colaboradora dos programas "Mulheres" e "Pra Você" com suas receitas. Na emissora, Palmirinha também comandava o programa "TV Culinária", onde mostrava o passo-a-passo de receitas e tirava dúvidas dos telespectadores. Por decisão própria de não renovar contrato com a TV Gazeta onde permaneceu por treze anos, no dia 30/08/2010, Palmirinha deixou o comando do programa "TV Culinária".

Segundo informações, Palmirinha pretendia se dedicar a projetos pessoais. O programa teve continuidade, onde Palmirinha foi substituída pela apresentadora Viviane Romanelli.

Em fevereiro de 2012, a imprensa anunciou a contratação de Palmirinha pelo canal de TV a cabo Bem Simples, do grupo Fox. Ela afirmou em algumas entrevistas que foi cogitada por outras emissoras, mas que nenhuma delas aceitava a presença do boneco Guinho no programa, por isso Palmirinha optou por assinar com o Bem Simples.

O programa intitulado "Programa da Palmirinha" estreou no canal no dia 11/07/2012. Além de adotar o tradicional formato utilizado pela culinarista em programas anteriores, contava com a produção de Rafa Coleone entre outros produtores e roteiristas. O novo programa teve em sua equipe 60 profissionais, além de cozinha de apoio. Foram 26 programas com a duração de 30 minutos e durante 2 anos, mesmo com a mudança de nome do canal de Bem Simples para o Fox Life, Palmirinha recebeu artistas.

Em 2014, desfez parceria com o ator Anderson Clayton, que interpretava o boneco Guinho.

Em outubro de 2015, Palmirinha foi dispensada do Fox Life após o fim do contrato, decidindo afastar-se da televisão.

Em 2017, fez uma participação especial no filme "Internet: O Filme", interpretando ela mesma.

Em 26/02/2018, foi anunciada a volta da cozinheira para participação no "Mulheres" após saída conturbada da TV Gazeta em 2010, e em 01/03/2018 apareceu para participar no "Melhor da Tarde" com Catia Fonseca na TV Bandeirantes. Em 2018, fechou contrato com o Grupo Globo para participar do reality show de culinária "Chefe ao Pé do Ouvido", no canal a cabo GNT, no qual ela dava dicas e técnicas de receitas para participantes.

Aparições na Mídia

Palmirinha acabou por se tornar conhecida por todo o Twitter, até mesmo em lugares que não recebem o sinal da TV Gazeta através do programa "CQC" da TV Bandeirantes. O programa já exibiu diversos vídeos da apresentadora no quadro "Top Five". Na maioria deles Palmirinha aparece em situações como esquecendo o nome de utensílios domésticos e se esquecendo de responder a perguntas, além de outras falhas que se tornaram hit na Internet.

Dado a repercussão de seus vídeos, foi convidada especial para apresentar o quadro "Top Five" no dia 06/09/2012.

Em abril de 2010 foi entrevistada no "Programa do Jô" da TV Globo, no qual contou como chegou à televisão. No mesmo programa revelou que foi Ana Maria Braga quem a apelidou de Palmirinha, pois ela referia-se à Ana como Aninha.

Em 2011 participou do quadro "Lata Velha" do programa "Caldeirão do Huck", que foi exibido em 28 de maio. No programa em questão, Palmirinha ensina ao participante do quadro como preparar algumas receitas. Ainda em maio de 2011, Palmirinha apareceu em um viral publicitário onde fez o papel de uma avó aprendendo a andar de skate com o neto. Na cena ela sofre uma queda, que foi representada por um dublê. Ainda em 2011, Palmirinha foi entrevistada no programa "Agora é Tarde" do dia 27 de julho.

Em 2012, Palmirinha foi entrevistada por Marília Gabriela no programa "De Frente Com Gabi" do dia 18 de março, onde ela contou toda sua trajetória, além de fatos de sua vida pessoal.

Palmirinha é citada no livro "Os 198 Maiores Memes Brasileiros Que Você Respeita", de Kleyson Barbosa.

Morte

Palmirinha faleceu no domingo, 07/05/2023, às 11h20, aos 91 anos, em São Paulo, SP, em decorrência de agravamento de problemas renais crônicos. Palmirinha estava internada na Unidade Paulista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, desde o dia 11/04/2023.

Os familiares noticiaram o falecimento em sua conta oficial do Instagram. Segundo eles, Palmirinha sofria de problemas renais que se agravaram.

Palmirinha deixou três filhas, seis netos e seis bisnetos.

Carreira

Televisão
  • 1993-1997 - Note e Anote ... TV Record (Colaboradora Quadro: "Culinária")
  • 1997-2000 - Mulheres ... TV Gazeta
  • 1997-2000 - Pra Você
  • 2000-2010 - TV Culinária ... Apresentadora
  • 2012-2015 - Programa da Palmirinha ... Fox Life
  • 2018-2023 - Chef ao Pé do Ouvido ... GNT (Jurada)
Cinema
  • 2017 - Internet: O Filme ... Ela mesma

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #Palmirinha

Tia Ciata

HILÁRIA BATISTA DE ALMEIDA
(70 anos)
Cozinheira e Mãe de Santo

* Santo Amaro da Purificação, BA (11/01/1854)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/04/1924)

Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, foi uma cozinheira e mãe de santo brasileira. Foi a mais famosa de todos as baianas, a mais influente, relembrada em todos os relatos do surgimento do samba carioca e dos ranchos, onde seu nome aparece gravado SiataCiata ou Assiata. Foi iniciada no candomblé em Salvador por Bangboshê Obitikô, era filha de Oxum. No Rio de Janeiro era Iyakekerê na casa de João Alabá

Seu nome, afirmado por seus descendentes e que figura nos livros que se referem à baiana, quando escrito por extenso, é Hilária Batista de Almeida. Entretanto, no seu atestado de óbito, está como Hilária Pereira de Almeida, e numa petição para sócio do Clube Municipal encaminhada por seu filho João Paulo em 1949, este escreve o nome da mãe como Hilária Pereira Ernesto da Silva. Dúvidas documentais sem maior importância.

Também ficou marcada como uma das principais animadoras da cultura negra nas nascentes favelas cariocas. Ela era a dona de uma casa onde se reuniam sambistas e onde foi criado "Pelo Telefone", o primeiro samba gravado em disco, assinado por Donga e Mauro de Almeida, na voz do cantor Bahiano, nascido também em Santo Amaro da Purificação.

Tia Ciata nasceu em Santo Amaro da Purificação em 13/01/1854. Foi a mais famosa das tias baianas, que eram na maioria Iyalorixás do candomblé que deixaram Salvador por causa das perseguições policiais, do início do século. Eram negras baianas que foram para o Rio de Janeiro especialmente na última década do século XIX e na primeira do século XX para morar na região da Cidade Nova, do Catumbi, Gamboa, Santo Cristo e arredores.

Em 1876, com 22 anos, chegou ao Rio de Janeiro, indo morar inicialmente na Rua General Câmara. Tempos depois, se mudou por conveniência para as vizinhanças de um dos líderes da colônia baiana no Rio de Janeiro, Miguel Pequeno, marido de Dona Amélia do Kitundi, na Rua da Alfândega, 304. Com 22 anos, Tia Ciata trouxe o Samba de Roda para o Rio de Janeiro.

Tia Ciata e Tia Josefa
Logo na chegada ao Rio de Janeiro, conheceu Noberto da Rocha Guimarães com o qual se envolveu e acabou ficando grávida de sua primeira filha, lhe dando o nome de Isabel. O caso dos dois não foi adiante. Ela acabou se separando de Noberto e, para sustentar a filha, começou a trabalhar como quituteira na Rua Sete de Setembro, sempre paramentada com suas vestes de baiana. Era na comida que ela expressava suas convicções religiosas, ou seja, a sua fé no candomblé, religião proibida e perseguida naqueles tempos. Ia para o ponto de venda com sua roupa de baiana uma saia rodada e bem engomada, turbante e diversos colares (guias ou fio-de-contas) e pulseiras sempre na cor do orixá que iria homenagear. O tabuleiro era famoso e farto, repleto de bolos e manjares que faziam a alegria dos transeuntes de todas as classes sociais.

Mais tarde, Tia Ciata casou-se com João Batista da Silva, que para aquela época era um negro bem-sucedido na vida. Deste casamento resultaram 14 filhos, uma relação fundamental para a sua afirmação na Pequena África, como era conhecida a área da Praça Onze nesta época.

Recebia todos os finais de semana em sua casa, nos pagodes, que eram festas dançantes, regadas a música da melhor qualidade e claro seus quitutes. Partideira reconhecida, cantava com autoridade respondendo aos refrões das festas, que se arrastavam por dias. Tia Ciata cuidava para que a comida estivesse sempre quente e saborosa e o samba nunca parasse.

Foi em sua casa que se reuniram os maiores compositores e malandros, como Donga, Sinhô e João da Baiana, para saraus. A hospitalidade dessas baianas fornecia a base para que os compositores pudessem desenvolver no Rio de Janeiro. A casa da Tia Ciata na Praça Onze era tradicional ponto de encontro de personagens do samba carioca, tanto que nos primeiros anos de desfile das escolas de samba, era "obrigatório" passar diante de sua casa.

Normalmente, a polícia perseguia estes encontros, mas Tia Ciata era famosa por seu lado curandeiro e foi justamente um investigador e chofer de polícia, conhecido como Bispo que proporcionou a ela uma interessante história envolvendo o presidente da República, Wenceslau Brás. O presidente estava adoentado em virtude de uma ferida na perna que os médicos não conseguiam curar e este investigador então disse ao presidente que Tia Ciata poderia curá-lo. Feito isto, foi falar com ela, dizendo:


- Ele é um homem, um senhor do bem. Ele é o criador desse negócio da Lei de um dia não trabalha...

E ela respondeu:

- Quem precisa de caridade que venha cá!

Ela então incorporou um Orixá que disse aos presentes haver cura para a tal ferida e recomendou a Wenceslau Brás que fizesse uma pasta feita de ervas que deveria ser colocada por três dias seguidos. O presidente ficou bom e em troca ofereceu a realização de qualquer pedido. Tia Ciata respondeu que não precisava de nada, mas que seu marido sim, pedindo para o presidente um trabalho no serviço público, "pois minha família é numerosa", explicou ela.

Além dos doces, Tia Ciata alugava as roupas de baiana para os teatros, para que fossem usados como figurinos de peça e para o Carnaval dos clubes. Nesta época, mesmo os homens, se vestiam com as suas fantasias, se divertindo nos blocos de rua. Com este comércio, muita gente da Zona Sul da cidade, da alta sociedade, ia à casa da baiana e passando assim a frequentar as suas festas. Era nessas festas que Tia Ciata passou a dar consultas com seus Orixás. Sua casa é uma referência na história do samba, do candomblé e da cidade.

Em 1910, morreu seu marido João Batista da Silva, mas ela já havia conquistado o seu lugar de estrela no universo do samba carioca. Era respeitada na cidade, coisa de cidadão, muito longe da realidade comum dos negros de sua época.

Todo o ano, durante o Carnaval, armava uma barraca na Praça Onze, reunindo desde trabalhadores até a fina flor da malandragem. Na barraca eram lançadas as músicas, as conhecidas marchinhas, que ficariam famosas no Carnaval do Rio de Janeiro.

Tia Ciata morreu no Rio de Janeiro, em 1924, aos 70 anos, mas até hoje é parte fundamental da memória do samba. Curiosamente, existem pouquíssimas imagens de dela.

Ofélia

OFÉLIA RAMOS ANUNCIATO
(73 anos)
Culinarista, Cozinheira e Apresentadora de TV

* Itatiba, SP (27/12/1924)
+ São Paulo, SP (26/10/1998)

Ofélia Ramos Anunciato, a Ofélia Anunciato nasceu no dia 27/12/1924. Pioneira da televisão, estreou como culinarista na TV Santos, uma sub-estação da TV Paulista, também pertencente às Organizações Victor Costa, no dia 11/02/1958.

Passados seis meses, estava na TV Tupi de São Paulo, sob a direção de Abelardo Figueiredo. Com ele, tornava-se culinarista do primeiro programa feminino da televisão brasileira: "Revista Feminina", apresentado por Maria Thereza Gregori. Ficou na TV Tupi até 1968, quando ela, o programa e toda a equipe se transferiram para a Rede Bandeirantes. No canal 13 paulistano acabou ganhando um programa próprio: "Cozinha Maravilhosa De Ofélia", que apresentou por mais de 30 anos.

Antes de entrar para a televisão, Ofélia escrevia uma coluna sobre culinária no jornal Tribuna de Santos. O interesse pela cozinha começou cedo. Aos 8 anos, puxava um banquinho e se debruçava sobre o fogão da fazenda da família em Garça, interior de São Paulo. Fritava batatas, fazia bolos, inventava receitas. Aos poucos, os quitutes começaram a ser desejados por toda a família.

Cidinha Santiago em almoço com Ofélia Anunciato, em 1994.
A mineira trabalhou com a apresentadora e culinarista por 12 anos
Aos 20 anos, ela estava servindo um lanche ao avô do marido e a um amigo dele, que era dono da Tribuna de Santos, quando recebeu o convite para escrever no jornal. A coluna ganhou o nome de "Um Docinho Para Mamãe".

Ofélia escreveu 14 livros, todos publicados pela Editora Melhoramentos, nos quais ensina os segredos das cozinhas brasileira, portuguesa e italiana. Em 1997, foi premiada com o Jabuti na categoria Produção Editorial, pelo livro "Ofélia, O Sabor Do Brasil". Na feira do livro de Frankfurt, o livro foi considerado um dos 13 mais lindos do mundo.

Ofélia era uma das figuras mais cativantes da televisão brasileira, com um público fiel, já chegou a receber cerca de 20 mil cartas por mês de fãs de todo o país, pedindo conselhos, receitas, sugestões para datas especiais ou simplesmente manifestando carinho. Querida pelo público - donas de casa, adultos e crianças - e estimada pelos seus companheiros de emissora, Ofélia sempre dividiu seu carinho entre os telespectadores e a família - a filha Beth, o genro Jorge e os netos Rodrigo e Juliana.

Ofélia durante gravação de seu antigo programa, "Cozinha Maravilhosa de Ofélia",
exibido pela Rede Bandeirantes, de 1968 a 1998

O segredo do sucesso das receitas de Ofélia sempre foi fundamentado nesta sua frase:

"Na verdade, não há segredos na arte de cozinhar. Se você cozinha gostando de cozinhar, certamente será capaz de fazer um prato saboroso. E se tiver por perto alguém que goste de ensinar a cozinhar, como eu gosto, então não haverá nenhum problema."

Todos os grandes mestres da culinária no Brasil passaram pela "Cozinha Maravilhosa De Ofélia" (1968) como convidados: Luciano Boseggia (Fasano e Gero), Sergio Arno, Dona Lucinha, Alencar de Souza (Santo Colomba), Manuel Andrade (Andrade) e Mao Hun Tseng (Shian San) entre muitos outros.

Ofélia faleceu às 3:00 hs do dia 26/10/1998, no Hospital da Beneficência Portuguesa, onde esteve internada por 15  dias. O corpo foi velado na Câmara Municipal de São Paulo, no Auditório Prestes Maia. A culinarista foi enterrada no Cemitério Memorial de Santos.

Fonte: NetSaber