Condessa Pereira Carneiro

MAURINA DUNSHEE DE ABRANCHES PEREIRA CARNEIRO
(84 anos)
Empresária

* Niterói, RJ (15/08/1899)
+ Brasília, DF (06/12/1983)

Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro, mais conhecida como Condessa Pereira Carneiro, foi uma empresária brasileira, diretora-presidente do Jornal do Brasil. Nascida em Icaraí, Niterói, era filha do escritor João Dunshee de Abranches de Moura, também jornalista e político. A filha, que lhe fora secretária, publicou sua obra de mais de 100 livros. Neta e bisneta de jornalistas, casou-se com o conde Ernesto Pereira Carneiro, proprietário do Jornal do Brasil, jornal que herdou e reformulou, representando uma revolução na imprensa nacional.

Sob sua direção, o Jornal do Brasil deixou de ser antiquado e graficamente pesado, para transformar-se, na década de 50, em um modelo para o moderno jornalismo brasileiro. "Mulher não tinha cotação naquela época", disse em uma de suas últimas entrevistas, referindo-se ao ano de 1953, quando assumiu a direção do Jornal do Brasil, após a morte do segundo marido, o conde Ernesto Pereira Carneiro.

Casou-se pela primeira vez em 1920, com o diretor dos serviços legislativos da Câmara dos Deputados carioca, Amilcar Machesini, enviuvando aos 27 anos. Em 1940, casou-se com o conde, um rico empresário que entre outros negócios tinha o Jornal do Brasil e a Rádio JB. O jornal, economicamente abastado, refletia o espírito empresarial do dono. As primeiras páginas eram carregadas de classificados.

Poucos anos após assumir o jornal, a Condessa, assessorada pelo jornalista e escritor Odylo Costa Filho, presidiu uma reforma que envolveu a redação e o aspecto gráfico do jornal. Redatores hostis à máquina de escrever, habituados à pena, foram gentilmente mandados para casa, em muitos casos, sem perder seus salários. Essa mudança alterou a fisionomia do Jornal do Brasil, onde surgiu uma brilhante geração de repórteres e fotógrafos. Em pouco tempo, o jornal tornava-se sério concorrente em prestígio do Correio da Manhã, falecido em janeiro de 1975.

Condessa Pereira Carneiro e Antônio Maria
Apesar disso a Condessa Pereira Carneiro jamais se envolveu em questões políticas. Sua única e inflexível influência exerceu-se sempre ao apoio à Igreja Católica. A condessa ia à missa todos os domingos e o Jornal do Brasil jamais apoiou o divórcio.

Ela restringia sua vida social a um pequeno círculo de amigos. Em suas viagens costumava carregar na mala fotos dos netos e bisnetos. Colecionava quadros de pintores primitivos, que costumava comprar em Ouro Preto. Teve uma única filha, Leda, cujo marido, Nascimento Brito, é o principal executivo do jornal há cerca de 30 anos.

Aos 84 anos, a Condessa Pereira Carneiro ainda era uma mulher dinâmica. Quando estava no Rio de Janeiro, costumava ir quase todos os dias ao seu gabinete repleto de peças art-nouveau de diretora-presidente do Jornal do Brasil.

Sua morte ocorreu em Brasília, onde foi assistir à condecoração de seu genro, Manoel Francisco do Nascimento Brito, presidente do conselho diretor do  Jornal do Brasil, com a Ordem do Império Britânico. A condessa morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória, no dia 06/12/1983, no Centro de Reabilitação Sara Kubitscheck, em Brasília.

Sua morte causou grande comoção: o governador do Rio de Janeiro de então, Leonel Brizola, decretou luto oficial no Estado, o mesmo ocorrendo no Maranhão, por decreto do gestor Luís Rocha. O presidente do México, Miguel de la Madrid Hurtado, expressou suas condolências. A cerimônia fúnebre foi regida pelo cardeal Dom Eugênio Sales.

A Condessa Pereira Carneiro foi enterrada no Cemitério de São João Batista (Perpétuo 85-A, Aléia 1).

Fonte: Wikipédia e Revista Veja, 14/12/1983 - Edição n.° 797 - Página 115)

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