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Carlos Machado

CARLOS MACHADO
(83 anos)
Ator, Produtor e Diretor de Musicais e Teatro de Revista

☼ Porto Alegre, RS (16/03/1908)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/01/1992)

José Carlos Penafiel Machado, conhecido por Carlos Machado, o Rei da Noite, foi um produtor e diretor de espetáculos musicais nascido em Porto Alegre, RS, no dia 16/03/1908. Era pai da atriz Djenane Machado.

O auge de sua fama ocorreu entre o final da era dos cassinos, em 1946, e a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília, em 1960. 

Carlos Machado foi produtor de espetáculos musicais no formato de teatro de revista, apreciados pela nata da sociedade da época, entre eles estadistas, políticos, milionários, diplomatas, e onde podia ser encontrado o que de melhor havia entre músicos, cenógrafos, coreógrafos, atores e mulheres bonitas, mais conhecidas como as vedetes de Carlos Machado.

Carlos Machado produziu e dirigiu mais de 150 espetáculos. Seus shows eram realizados na boate Night And Day, no Rio de Janeiro.

Morte

Carlos Machado faleceu no domingo, 05/01/1992, aos 83 anos, vítima de uma hemorragia digestiva, no Rio de Janeiro, RJ.

Carlos Machado e sua filha Djenane Machado
Produções no Teatro
  • 1950 - Rio, de Janeiro a Janeiro
  • 1952 - A Filha da Tirolesa (com Grande Otelo)
  • 1953 - Esta Vida é um Carnaval
  • 1958 - Mister Samba
  • 1958 - Rio, I Love You
  • 1960 - Festival (com Bibi Ferreira)
  • 1961 - Joãozinho Boa Pinta
  • 1962 - Elas Atacam pelo Telefone
  • 1963 - Chica da Silva 63
  • 1964 - O Teu Cabelo Não Nega
  • 1964 - Samba, Carnaval y Mujer (México)
  • 1964 - Rio, Ciudad Maravillosa (México)
  • 1965 - Rio de 400 Janeiros
  • 1965 - 24 Horas na Vida de uma Vedete
  • 1966 - Holiday 66
  • 1966 - Pussy Pussy Cats
  • 1971 - Ninguém Segura Esse Mocotó
  • 1973 - Hip! Hip! Rio!

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #CarlosMachado

Carlos Wilson

CARLOS WILSON COUTINHO DA SILVEIRA
(41 anos)
Ator, Diretor Teatral, Cenógrafo e Coreógrafo

☼ Vitória, ES (24/05/1950)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/01/1992)

Carlos Wilson foi um ator, diretor teatral, cenógrafo e coreógrafo brasileiro nascido em Vitória, ES, no dia 24/05/1950.

Em 1984 recebeu o Troféu Candango de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília, pela atuação no filme "Noites do Sertão" (1983).

Carlos Wilson foi um renomado diretor de teatro como na primeira montagem de "Capitães de Areia" de Jorge Amado. Com esse espetáculo viajou em turnê para São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. No Rio de Janeiro, o apresentou no Teatro Ipanema, Teatro Casa Grande e Teatro Villa Lobos.

Dirigiu ainda "Os Doze Trabalhos de Hércules", "O Ateneu", entre vários outros espetáculos de grande sucesso junto ao público adolescente.

Carlos Wilson revelou, nos palcos cariocas, muitos jovens atores que posteriormente tornaram-se conhecidos do grande público por seus trabalhos em televisão, como por exemplo: Maurício Mattar, Felipe Camargo, Alexandre Frota, Enrique Diaz, Felipe Martins, Roberto Battalin, Bianca Byngton, Murilo Benício, Dedina Bernadelli, entre outros.

Morte

Carlos Wilson faleceu no dia 11/01/1992, aos 41 anos, na Clínica São Vicente, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, vítima de complicações decorrentes do vírus da AIDS.

Carlos Wilson "Os Três Mosqueteiros", 1988.
Trabalhos

Cinema
  • 1986 - Com Licença, Eu Vou à Luta ... Commissário
  • 1986 - Baixo Gávea
  • 1986 - As Sete Vampiras (Coreógrafo)
  • 1986 - Hell Hunters
  • 1985 - O Rei do Rio
  • 1984 - O Cavalinho Azul
  • 1984 - Garota Dourada
  • 1984 - Noites do Sertão
  • 1983 - Bar Esperança
  • 1982 - O Segredo da Múmia (Ator e Assistente de Produção)
  • 1982 - Tormenta (Cenarista)
  • 1980 - Cabaret Mineiro (Ator e Figurinista)
  • 1980 - Prova de Fogo
  • 1979 - O Bom Burguês
  • 1978 - Se Segura, Malandro!
  • 1977 - Ajuricaba, o Rebelde da Amazônia
  • 1976 - Perdida (Figurinista)

Televisão
  • 1987 - Mandala ... Pai-de-Santo
  • 1980 - Coração Alado ... Mexicano

Prêmios
  • 1986 - Prêmio Mambembe como Personalidade do Ano.
  • 1986 - Prêmio Molière pelo conjunto de trabalhos.
  • 1987 - Prêmio INACEN com "O Ateneu".
  • 1988 - Prêmio Coca-Cola, melhor produção infanto-juvenil, com "Os Três Mosqueteiros".

Luiz Greco

LUIZ ANTÔNIO GRECO
(57 anos)
Piloto Automobilístico

* (22/10/1935)
+ (23/12/1992)

A história de Luiz Antônio Greco no automobilismo começou em 1956, quando dirigiu pela primeira vez um DKW em uma prova de longa duração.

Durante algum tempo, disputou provas de subida de montanha na Serra de Santos e as 500 Milhas de Interlagos ao lado de Christian Heinz, com quem montou a revolucionária Equipe Willys.

Luiz Greco passou a ser facilmente reconhecido nos autódromos, fazendo gestos para cada amarelinho que passasse. Logo transformou-se em uma figura das mais carismáticas, que o público gostava de ver.

Com a morte de Christian Heinz nas 24 Horas de Le Mans de 1963, Luiz Greco passou a dirigir o Departamento de Competições da Williys, que em 1968 seria comprado pela Ford.

Naquele mesmo ano, a montadora anunciou o fim do apoio, depois de inúmeras vitórias de Luiz Pereira Bueno, Bird Clemente, Luís Fernando Terra Schimdt, José Carlos Pace, Francisco Lameirão, Carol Figueiredo, Wilson Fittipaldi entre outros, que em épocas diversas colaboraram com o êxito da equipe.

Alguns saíram magoados com Luiz Greco, por considerarem que ele tinha seus favoritos. Depois, continuou com a equipe de forma particular, além de montar os primeiros Fórmula Ford do país.

Em 1971, quase comprou a Brabham para torná-la a primeira construtora nacional de Formula 1. Na última hora, porém, o governo brasileiro recuou e retirou o apoio prometido.

Obteve vitórias também no Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, onde venceu as divisões 1, 2 e 3 em 3 anos consecutivos

Sua última proeza foi transformar a Fórmula Fiat, composta por modelos Uno e Palio, em um grande sucesso.

Como chefe de equipe, conquistou mais de 1000 vitórias. Talvez, a maior delas, tenha sido em El Pinar, Uruguai, quando comandou a vitória do Alpine de Bird Clemente sobre carros muito mais potentes.

Foi o primeiro a importar equipamentos como rodas de liga leve e freio a disco ventilado para equipar seus carros. Criou ainda o volante esportivo e construiu um esporte protótipo totalmente feito no Brasil.

Formou uma equipe de Rally e quase convenceu a Willys a comprar o autódromo de Interlagos.

Trovão faleceu jovem, aos 57 anos, no dia 23 de dezembro de 1992. Porém, sua equipe continuou, sob o comando de seu filho, Fabio Greco.

Xandó Batista

XANDÓ BATISTA
(72 anos)
Ator e Dublador

* São Paulo, SP (04/07/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/10/1992)

Seu trabalho artístico começou em cinema, em 1951, quando participou do filme "Ângela". No mesmo ano fez o filme "Suzana e o Presidente". Seu papel de maior destaque na TV foi o "Seu Jesus" da novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão" da extinta TV Manchete, cuja reprise teve início em 07 de junho de 2010 pelo SBT.

Ao longo da sua carreira como ator de cinema Xandó Batista trabalhou ao lado de importantes nomes como Mazzaropi, Othon Bastos, e Jofre Soares.

Atuou em sucessos do cinema nacional como "O Corintiano", "O Homem do Pau Brasil", "Tiradentes, O Mártir da Independência" e "O Predileto", entre vários outros filmes. Xandó Batista atuou em cerca de 36 filmes.

Por "O Predileto" Xandó Batista ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante em 1977.

No teatro , Xandó Batista, fez: "Eles Não Usam Black-Tie", "Chapetuba Futebol Clube" e "Solness, o Costrutor".

Como dublador, suas principais atuações foram como Dr. Bellows, na série Jeannie é Um Gênio e Abner, em A Feiticeira.

Xandó Batista foi casado duas vezes sendo que seu primeiro casamento foi com a grande atriz Léa Camargo. Seu segundo casamento foi com a atriz Celeste, com quem teve dois filhos.

Televisão

1990 - A História de Ana Raio e Zé Trovão
1990 - O Canto das Sereias (Minissérie)
1988 - Chapadão do Bugre (Minissérie)
1984 - Meus Filhos, Minha Vida
1983 - Braço de Ferro
1982 - Paiol Velho
1982 - O Coronel e o Lobisomem
1982 - Renúncia
1978 - O Direito de Nascer
1976 - Os Apóstolos de Judas
1975 - O Velho, o Menino e o Burro
1974 - Ídolo de Pano
1972 - Vitória Bonelli
1971 - Meu Pedacinho de Chão
1969 - O Bolha
1961 - Vigilante Rodoviário (1961-1962)

Cinema

1982 - O Homem do Pau-Brasil
1980 - O Gosto do Pecado
1979 - Sexo Selvagem
1979 - Histórias Que Nossas Babás Não Contavam
1979 - A Noite dos Imorais
1979 - Os Amantes da Chuva
1978 - A Noite dos Duros
1977 - Contos Eróticos
1977 - O Seminarista
1976 - Chão Bruto
1976 - Fruto Proibido
1976 - Já Não Se Faz Amor Como Antigamente
1976 - Tiradentes, O Mártir da Independência
1975 - Efigênia Dá Tudo Que Tem
1975 - O Predileto
1975 - A Casa das Tentações
1975 - O Sexualista
1974 - Trote de Sádicos
1973 - A Pequena Órfã
1970 - Marcado Para o Perigo
1967 - O Corintiano
1965 - O Beijo
1964 - Satan Mit Den Roten Haaren, Der
1963 - Mord In Rio
1962 - O Vigilante Rodoviário
1959 - O Preço da Vitória
1957 - Rebelião em Vila Rica
1954 - Candinho
1953 - Uma Pulga na Balança
1953 - Luz Apagada
1952 - Nadando em Dinheiro
1952 - Apassionata
1952 - Sai da Frente
1952 - Tico-Tico no Fubá
1951 - Suzana e o Presidente
1951 - Ângela

Não há registros da causa, nem do dia correto de sua morte, só se sabe, que pouco tempo depois do fim das gravações de Ana Raio e Zé Trovão (em Outubro/1992), o ator faleceu aos 72 anos

Fonte: Wikipédia

Denny Perrier

DENIS ROBERT STANISLAS PERRIER
(42 anos)
Ator

* Paris, França (01/11/1950)
+ Rio de Janeiro, RJ (1992)

Com o nome de Denny Perrier atuou no cinema e na TV a partir do final da década de 70. A estréia foi no cinema com "Fim de Festa" (1978) mas em seguida iria para a TV Globo onde estreou em "Dancin' Days" (1978) em um pequeno papel como Alberto Carlos.

No cinema, atuou em filmes como "Memórias do Cárcere" (1984), "Estranho Jogo do Sexo" (1983), "Escalada da Violência" (1982), "Os Três Mosqueteiros Trapalhões" (1980), "A Deusa Negra" (1978) e "Fim de Festa" (1978).

Na TV, Denny Perrier trabalhou em "Marquesa de Santos" (1984) na TV Manchete, "Roque Santeiro" (1985), "Os Gigantes" (1979), "Memórias de Amor" (1979) e "Dancin' Days" (1978), todas na TV Globo.

Participou também de várias fotonovelas e deu aulas de interpretação para atores no Rio de Janeiro na década de 80.

Sua morte mereceu apenas uma pequena nota no jornal "O Globo" e as informações são de que o ator teria morrido vítima da AIDS.

José Parisi

JOSÉ PARISI
(68 anos)
Ator e Diretor de Televisão

* São Paulo, SP (1924)
+ São Paulo, SP (29/12/1992)

O ator nasceu no bairro do Brás, filho de um imigrante italiano. Ainda garoto foi trabalhar na Zona Cerealista do Mercado Municipal de São Paulo e divertia a todos imitando os famosos locutores de rádio na época.

Incentivado pelos amigos foi participar de um concurso promovido pela Rádio Tupi que escolhia um galã para trabalhar com Maria Della Costa. Ficou em segundo lugar mas ganhou um contrato para estrear como locutor de rádio.

Participou da implantação e dos primeiros programas da TV brasileira, na TV Tupi, uma emissora qual pertenceu até que ela fechou as portas. Seu maior sucesso na emissora paulista foi o seriado "Falcão Negro" do qual foi o protagonista por 10 anos.

Também não esteve surgimento da Vera Cruz e participou do primeiro filme da produtora, "Caiçara", ao lado de Eliane Lage e Mário Sérgio. Participou do "TV de Vanguarda", "TV Teatro" e de todas as importantes produções da TV Tupi na década de 50.

No cinema Participou das produções "O Sobrado", "Vereda da Salvação" e "Chão Bruto". Nas novelas foi o Jorge Luiz da primeira versão de "O Direito de Nascer", na TV Tupi e teve papéis de destaque em "A Intrusa", "As Bruxas", "Simplesmente Maria", "A Fábrica", "Rosa dos Ventos", "Os Inocentes", "Tchan, a Grande Sacada" e "Salário Mínimo".

Trabalhou ainda na TV Cultura, no SBT e na TV Manchete, onde encerrou a carreira participando das novelas "Novo Amor" e "Mania de Querer".

Mas o papel que o lançou ao estrelato foi o do herói Falcão Negro, um aventureiro medieval de capa-e-espada, lançado por Péricles Leal no Rio de Janeiro.

Apesar do assédio feminino, José Parisi foi casado por 40 anos com Dirce, união que lhe deu dois filhos, um deles, José Parisi Junior, também ator.

Fonte: Wikipédia

José de Arimatheia

JOSÉ DE ARIMATHEIA
(72 anos)
Ator e Humorista

* Rio de Janeiro, RJ (1920)
+ Petrópolis, RJ (1992)

Começou na Rádio Nacional como humorista.

Trabalhou depois na TV Rio e na TV Continental até chegar à Rede Globo e participar das duas primeiras novelas: "Eu Compro Essa Mulher" e "O Rei dos Ciganos" em 1966. Fez ainda a novela "Bicho do Mato" como o índio Irú.

Se destacou em programas humorísticos ao lado de Chico Anysio e em Os Trapalhões. Seu personagem mais famoso foi o João Valentão do Chico Anysio Show.

José de Arimatheia faleceu vítima de uma parada cardíaca, em sua casa de Petrópolis, aos 72 anos.

Fonte: Wikipédia

Severo Gomes

SEVERO FAGUNDES GOMES
(68 anos)
Empresário e Político

* São Paulo, SP (10/08/1924)
+ Angra dos Reis, RJ (12/10/1992)

Foi Ministro da Agricultura no governo Castelo Branco, Ministro da Indústria e do Comércio no governo Geisel e Senador de 1983 a 1991 por São Paulo. Findo o mandato de Senador, foi escolhido Secretário da Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo durante o governo de Luiz Antônio Fleury Filho.

Detentor de grande fortuna pessoal, notabilizou-se nacionalmente ao conciliar sua relevante vida política com as atividades empresariais de criação de gado na Amazonia e comando da sua fábrica dos cobertores Parahyba instalada em São José dos Campos, cidade localizada no Vale do Paraíba.

Faleceu em acidente aéreo junto a sua esposa Anna Maria Henriqueta Marsiaj. Além deles faleceram no acidente Ulysses Guimarães e a esposa Mora Guimarães, juntamente com o piloto do helicóptero de propriedade do Moinho São Jorge, que caiu no mar.

Sua vasta propriedade residencial em São José dos Campos foi transformada em espaço de convívio comunitário denominado Parque da Cidade Roberto Burle Marx.

Fonte: Wikipédia

Jânio Quadros

JÂNIO DA SILVA QUADROS
(75 anos)
Político e Presidente do Brasil

* Campo Grande, MS (25/01/1917)
+ São Paulo, SP (16/02/1992)

Quando criança morou em Curitiba tendo feito os 4 primeiros anos do ensino fundamental no Grupo Escola Conselheiro Zacarias, hoje Colégio Estadual Conselheiro Zacarias. Mais tarde , estudou no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo para, depois, formar-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Foi professor de Geografia no tradicional Colégio Dante Alighieri, considerado excelente professor. Tempos depois, lecionou Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Nascido no estado de Mato Grosso (na porção que hoje corresponde ao Mato Grosso do Sul), mas criado em Curitiba e na capital paulista.

Em 1947 foi eleito suplente de vereador na cidade de São Paulo pelo Partido Democrata Cristão (o mesmo partido do jovem André Franco Montoro, a quem enfrentaria em uma eleição estadual 35 anos depois). Com a cassação dos mandatos dos parlamentares do Partido Comunista Brasileiro (por determinação geral do então presidente Eurico Gaspar Dutra), pôde assumir uma cadeira na Câmara Municipal, desempenhando mandato entre 1948 e 1950. Na ocasião ficou conhecido como o maior autor de proposições, projetos de lei e discursos de todas as casas legislativas do país no período, assinando ainda a grande maioria das propostas e projetos considerados favoráveis à classe trabalhadora. Na sequência foi consagrado como o deputado estadual mais votado, com mandato entre 1951 e 1953.

Prefeito e Governador

A seguir elegeu-se prefeito do município de São Paulo, o que caracterizou uma grande façanha, pois enfrentou um enorme arco de partidos, assim composto: PSP-PSD-UDN-PTB-PRP-PR-PL. Essa coligação registrou a candidatura do professor Francisco Antonio Cardoso, que tinha uma campanha milionária, com uma enxurrada de material de propaganda e com apoio ostensivo das máquinas municipal e estadual. De outro lado, o PDC e o PSB lançam Jânio Quadros, com poucos recursos financeiros - sua campanha foi chamada de o tostão contra o milhão. Exerceu a função de 1953 a 1955, licenciando-se do cargo em 1954, durante a sua campanha para governador. Seu vice, que exerceu interinamente o cargo, foi José Porfírio da Paz, que também foi autor do hino do São Paulo Futebol Clube.

Candidato da aliança PTN-PSB, ganhou o pleito sobre o favorito Ademar de Barros (um de seus maiores inimigos políticos) por uma pequena margem de votos, de cerca de 1%. Sua gestão foi entre 1955 e 1959. Durante o mandato procurou executar ações que passassem uma imagem de moralização da administração pública e de combate à corrupção (uma prática comum era a das visitas surpresa às repartições públicas, a fim de verificar a qualidade do serviço oferecido à população) aliadas a um empreendedorismo que buscava destaque e projeção, seja na criação de novos serviços e órgãos ou na construção de grandes obras, como pode se verificar, por exemplo, na criação do Complexo Penitenciário do Carandiru. Assim, angariou grande popularidade e se consagrou como um líder entre os paulistas.

A presidência da República seria o passo a seguir mas, no final de 1958, para não passar um "tempo ocioso" na política, se candidatou e se elegeu deputado federal pelo estado do Paraná, com o maior números de votos, mas não assumiu o mandato. Em lugar disso, preparou sua candidatura à presidência, com apoio da União Democrática Nacional (UDN). Utilizou como mote da campanha o "varre, varre vassourinha, varre a corrupção", cujo jingle tinha como versos iniciais:

"Varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já tá cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!"

Rápida Ascensão Política

Jânio chegou à presidência da República de forma muito veloz. Em São Paulo, exerceu sucessivamente os cargos de vereador, deputado, prefeito da capital e governador do estado. Tinha um estilo político exibicionista, dramático e demagógico. Conquistou grande parte do eleitorado prometendo combater a corrupção e usando uma expressão por ele cunhada: varrer toda a sujeira da administração pública. Por isso o seu símbolo de campanha era uma vassoura.

Presidente da República

Foi eleito presidente em 3 de outubro de 1960, pela coligação PTN-PDC-UDN-PR-PL, para o mandato de 1961 a 1966, com 5,6 milhões de votos - a maior votação até então obtida no Brasil - vencendo o marechal Henrique Lott de forma arrasadora, por mais de dois milhões de votos. Porém não conseguiu eleger o candidato a vice-presidente de sua chapa, Milton Campos (naquela época votava-se separadamente para presidente e vice). Quem se elegeu para vice-presidente foi João Goulart, do Partido Trabalhista Brasileiro. Os eleitos formaram a chapa conhecida como chapa Jan-Jan.

Qual a razão do sucesso de Jânio Quadros? Castilho Cabral, presidente do antigo Movimento Popular Jânio Quadros, sempre se perguntava por que esse moço desajeitado conseguiu realizar, em menos de quinze anos, uma carreira política inteira - de vereador a Presidente da República - que não tem paralelo na história do Brasil. Jânio não alcançou o poder na crista de uma revolução armada, como Getúlio Vargas. Não era rico, não fazia parte de algum clã, não tinha padrinhos, não era dono de jornal, não tinha dinheiro, não era ligado a grupo econômico, não servia aos Estados Unidos nem à Rússia, não era bonito, nem simpático. O que era, então, Jânio Quadros?

Hélio Silva, em seu livro A Renúncia, tenta explicar:

"Jânio trazia em si e em sua mensagem, algo que tinha que se realizar. E que excedia, até mesmo excedeu, sua capacidade de realização … Todo um conjunto de valores e uma conjugação de interesses somavam-se em suas iniciativas e aliavam-se, nas resistências que encontrou. Analisada, a renúncia não tem explicação. Ou melhor, nenhuma das explicações que lhe foram dadas satisfaz."

Jânio representava a promessa de revolução pela qual o povo ansiava. Embora Jânio fosse considerado um conservador - era declaradamente anticomunista - seu programa de governo foi um programa revolucionário.

Propunha a modificação de fórmulas antiquadas, uma abertura a novos horizontes, que conduziria o Brasil a uma nova fase de progresso, sem inflação, em plena democracia.

Assumiu a presidência (pela primeira vez a posse se realizava em Brasília) no dia 31 de janeiro de 1961.

Embora tenha feito um governo curtíssimo - que só durou sete meses - pôde, nesse período, traçar novos rumos à política externa e e orientar, de maneira singular, os negócios internos. A posição ímpar de Cuba nas Américas após a vitória de Fidel Castro mereceu sua atenção. Comenta Hélio Silva em A Renúncia:

"Foi em seu Governo, breve mas meteórico, que se firmaram diretrizes tão avançadas que, muitos anos passados, voltamos a elas, sem possibilidade real de desconhecer as motivações que as inspiraram."

Para combater a burocracia, tomou emprestado a Winston Churchill - que usara o método durante a Guerra - o hábito de comunicar-se com ministros e assessores diretamente por meio de memorandos - apelidados pela imprensa oposicionista de os bilhetinhos de Jânio - os quais funcionário ou ministro algum ousava ignorar. Adquirira esse hábito, que causou estranheza a alguns conservadores - e era até objeto de chacotas da oposição - no governo de São Paulo.

Um mestre inato da arte da comunicação, Jânio, no intuito de se manter diariamente na "ribalta", utilizava factoides como a proibição do biquíni nos concursos de miss, a proibição das rinhas de galo, a proibição de lança-perfume em bailes de carnaval, e a tentativa de regulamentar o carteado.

Jânio condecorou, no dia 19 de agosto de 1961, com a Grã Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, Ernesto Che Guevara, o guerrilheiro argentino que fora um dos líderes da revolução cubana - e era ministro daquele país - em agradecimento por Guevara ter atendido a seu apelo e libertado mais de vinte sacerdotes presos em Cuba, que estavam condenados ao fuzilamento, exilando-os na Espanha. Jânio fez esse pedido de clemência a Guevara por solicitação de dom Armando Lombardi, Núncio apostólico no Brasil, que o solicitou em nome do Vaticano. A outorga da condecoração foi aprovada no Conselho da Ordem por unanimidade, inclusive pelos três ministros militares. As possíveis consequências desse ato foram mal calculadas por Jânio. Sua repercussão foi a pior possível e os problemas já começaram na véspera, com a insubordinação da oficialidade do Batalhão de Guarda que, amotinada, se recusava a acatar as ordens de formar as tropas defronte ao Palácio do Planalto, para a execução dos hinos nacionais dos dois países e a revista. Só a poucas horas da cerimônia, já na manhã do dia 19, conseguiram os oficiais superiores convencer os comandantes da guarda a se enquadrar. A oposição aproveitou-se desse mero ato de cortesia, feita a um governante que havia prestado um favor ao Brasil, para transformá-lo em tempestade num copo d'água. Na imprensa e no Congresso começaram a surgir violentos protestos contra a condecoração de Guevara. Alguns militares ameaçaram devolver suas condecorações em sinal de protesto. Em represália ao que foi descrito como um apoio de Jânio ao regime ditatorial de Fidel, nesse mesmo dia, Carlos Lacerda entregou a chave do Estado da Guanabara ao líder anticastrista Manuel Verona, diretor da Frente Revolucionária Democrática Cubana, que se encontrava viajando pelo Brasil em busca de apoio à sua causa.

A Política Externa Independente (PEI) criada por San Tiago Dantas (juntamente com Afonso Arinos e Araújo Castro) e adotada por Jânio, introduziu grandes mudanças na política internacional do Brasil. O país transformou as bases da sua ação diplomática e esta mudança representou um ponto de inflexão na história contemporânea da política internacional brasileira, que passou a procurar estabelecer relações comerciais e diplomáticas com todas as nações do mundo que manifestassem interesse num intercâmbio pacífico.

Inaugurada em seu governo, foi firmemente conduzida pelo chanceler Afonso Arinos de Melo Franco. A inovação não era bem vista pelos Estados Unidos da América nem por vários grupos econômicos que se beneficiavam da política anterior e nem pela direita nacional, em especial por alguns políticos da UDN, que apoiara Jânio Quadros na eleição.

Enquanto o chanceler Afonso Arinos discursava no Congresso Nacional e divulgava, pela imprensa, palavras que conseguiam tranquilizar alguns setores mais esclarecidos da opinião pública, a corrente que comandava a campanha de oposição à nova política externa, liderada por Carlos Lacerda, Roberto Marinho (Organizações Globo), Júlio de Mesquita Filho (O Estado de São Paulo) e Dom Jaime de Barros Câmara (arcebispo do Rio de Janeiro), ganhava terreno entre a massa propriamente dita, a tal ponto que alguns de seus eleitores começaram a acusar Jânio de estar levando o Brasil para o comunismo.

Essa inovadora política externa de Jânio também provocou algumas resistências nos meios militares. O almirante Penna Botto, que havia protagonizado a deposição de Carlos Luz no episódio do Cruzador Tamandaré, chegou a lançar, em 1961, um livro intitulado A Desastrada Política Exterior do Presidente Jânio Quadros.

Por outro lado as duras medidas internas, que visavam a combater a inflação - que foi crescente durante o governo JK - e já grassava solta após a inauguração de Brasília, bem como algumas medidas que visavam reorganizar a economia, desagradavam à esquerda. Jânio reprimia os movimentos esquerdistas, pelos quais não tinha simpatia alguma, e muitos deles eram liderados por João Goulart. Sua política de austeridade, baseada principalmente no congelamento de salários, restrição ao crédito e combate à especulação, desagradava inúmeros setores influentes.

Jânio nunca teve um bom esquema de sustentação no Congresso Nacional. Sua eleição se deu ao arrepio das forças políticas que compunham esse Congresso, que fora eleito em 1958, e já não mais correspondia às necessidades e às aspirações do eleitorado, que mudara de posição. Diz Hélio Silva, em A Renúncia: O resultado do pleito em que Jânio recebeu quase 6 milhões de votos rompeu o controle das cúpulas partidárias.

No Seu Curto Período de Governo, Jânio Quadros:

* Continuou a política internacional que teve seu início no governo de Vargas e uma aprofundação no governo JK. Aumentou a política externa independente (PEI), que visava estabelecer relações com todos os povos, particularmente os da área socialista e da África. Restabeleceu relações diplomáticas e comerciais com a URSS e a China. Algo impensável dentro do plano geopolítico e geoestratégico de inserção brasileiro. Nomeou o primeiro embaixador negro da história do Brasil.

* Defendeu a política de autodeterminação dos povos, condenando as intervenções estrangeiras. Condenou o episódio da Baía do Porcos e a interferência norte-americana que provocou o isolamento de Cuba.

* Deu a Che Guevara uma alta condecoração, a Ordem do Cruzeiro do Sul, o que irritou seus aliados, sobretudo os da UDN.

* Criou as primeiras reservas indígenas, dentre elas o Parque Nacional do Xingu, e os primeiros parques ecológicos nacionais.

* Através da Resolução nº 204 da Superintendência da Moeda e do Crédito, acabou com subsídios ao câmbio que beneficiavam determinados grupos econômicos importadores às custas do erário público - inclusive os grandes jornais, que importavam papel de imprensa a um dólar subsidiado em cerca de 75%, e que se irritaram com essa perda de seus privilégios.

* Instalou uma avara política de gastos públicos, enxugando onde fosse possível a máquina governamental. Abriu centenas e centenas de inquéritos e sindicâncias em um combate aberto à corrupção e ao desregramento na administração pública.

* Enviou ao Congresso os projetos de lei antitruste, a lei de limitação e regulamentação da remessa de lucros e royalties, e a pioneira proposta de lei de reforma agrária. Naturalmente nenhum desses projetos jamais foi posto em votação pelo Congresso - hostil a seu governo - que os engavetou, uma vez que Jânio se recusava a contribuir com o que chamava de espórtulas constrangedoras que os congressistas estavam acostumados a exigir para aprovar Leis de interesse da nação.

* Finalmente, proibiu o biquíni na transmissão televisada dos concursos de miss, proibiu as rinhas de galo, o lança-perfume em bailes de carnaval e regulamentou o jogo carteado. Por hilárias que possam ter parecido essas medidas na ocasião, mais de 45 anos depois, passados mais de dez presidentes pela cadeira que foi sua, todas essas leis editadas por Jânio ainda continuam em vigor.

A Renúncia

O dia 21 de agosto de 1961 Jânio Quadros assinou uma resolução que anulava as autorizações ilegais outorgadas a favor da empresa Hanna e restituía as jazidas de ferro de Minas Gerais à reserva nacional. Quatro dias depois, os ministros militares pressionaram a Quadros a renunciar: "Forças terríveis se levantaram contra mim...", dizia o texto da renuncia.

De acordo com Auro de Moura Andrade, as razões de seu ato, citado em sua carta renúncia, entregue ao ministro da Justiça Oscar Pedroso Horta, foram:

Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior. Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração.
Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo que não manteria a própria paz pública.
Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes, para os operários, para a grande família do Brasil, esta página da minha vida e da vida nacional. A mim não falta a coragem da renúncia.
Saio com um agradecimento e um apelo. O agradecimento é aos companheiros que comigo lutaram e me sustentaram dentro e fora do governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade. O apelo é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus patrícios, para todos e de todos para cada um.
Somente assim seremos dignos deste país e do mundo. Somente assim seremos dignos de nossa herança e da nossa predestinação cristã. Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor. Trabalharemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria."

Brasília, 25 de agosto de 1961.

J. Quadros

Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, - o derrubador de presidentes - percebendo que Jânio fugia ao controle das lideranças da UDN, mais uma vez se colocou como porta-voz da campanha contra um presidente legitimamente eleito pelo povo (como havia feito com relação a Getúlio Vargas e tentado, sem sucesso, com relação a Juscelino Kubitschek). Não tendo como acusar Jânio de corrupto, tática que usou contra seus dois antecessores, decidiu impingir-lhe a pecha de golpista.

Em um discurso no dia 24 de agosto de 1961, transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, Lacerda denunciou uma suposta trama palaciana de Jânio e acusou seu ministro da Justiça, Oscar Pedroso Horta, de tê-lo convidado a participar de um golpe de estado.

Na tarde de 25 de agosto, Jânio Quadros, para espanto de toda a nação, anunciou sua renúncia, que foi prontamente aceita pelo Congresso Nacional. Especula-se que talvez Jânio não esperasse que sua carta-renúncia fosse efetivamente entregue ao Congresso. Pelo menos não a carta original, assinada, com valor de documento.

O popular rádio jornal daquela época, o Repórter Esso, em edição extraordinária, no dia 25 de agosto, atribuiu a renúncia a "forças ocultas", frase que Jânio não usou, mas que entrou para a história do Brasil e que muito irritava Jânio, quando perguntado sobre ela.

Cláudio Lembo, que foi Secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura durante o segundo mandato de Jânio, recorda dois pedidos de renúncia que Jânio lhe entregou - e preferiu guardar no bolso. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo disse Lembo:

"Ele fazia isso em momentos de tensão ou muito cansaço, ou de "stress", como os jovens dizem hoje. Era aquele cansaço da luta política, de quem diz 'vou embora'. Mas não era para valer".

Era voz corrente, na ocasião, que os congressistas não dariam posse ao vice-presidente, João Goulart, cuja fama de "esquerdista" agravou-se após Jânio tê-lo enviado habilmente em missão comercial e diplomática à China. Essa fama de "esquerdista" fora atribuída a Jango quando ele ainda exercia o cargo de ministro do Trabalho no governo democrático de Getúlio Vargas (1951-1954), durante o qual aumentou-se o salário mínimo a 100% e promoveu-se reforma agrária – atitudes essas consideradas suficientemente "comunistas" pelos setores conservadores na época.

Por outro lado especula-se que Jânio estaria certo de que surgiriam fortes manifestações populares contra sua renúncia, com o povo clamando nas ruas por sua volta ao poder - como ocorreu com Charles de Gaulle. Por isso Jânio permaneceu por horas aguardando dentro do avião que o levaria de Brasília a São Paulo.

Tudo indica, entretanto, que algum tipo de arranjo foi feito, nos bastidores da política, para impedir que a população soubesse em que local Jânio se encontrava nos momentos mais cruciais - imediatamente após a divulgação de sua carta de renúncia.

Jânio Quadros alegou a pressão de "forças terríveis" que o obrigavam a renunciar, forças que nunca chegou a identificar. Com sua renúncia abriu-se uma crise, pois os ministros militares vetavam o nome de Goulart. Assumiu provisoriamente Ranieri Mazzili, enquanto acontecia a Campanha da Legalidade; nesta campanha destacou-se Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango. Com a adoção do regime parlamentarista, e consequente redução dos poderes presidenciais, finalmente os militares aceitaram que Goulart assumisse. O primeiro Primeiro-Ministro do Brasil foi Tancredo Neves. A experiência parlamentarista, contudo, foi revogada por um plebiscito em 6 de janeiro de 1963, depois de também terem sido primeiros-ministros Brochado da Rocha e Hermes Lima.

Cassação dos Direitos Políticos e Regresso

No ano seguinte à renúncia Jânio foi candidato a governador de São Paulo sendo derrotado por seu velho desafeto Ademar de Barros. Com a eclosão do Regime Militar de 1964 foi um dos três ex-presidentes a ter seus direitos políticos cassados ao lado de João Goulart e Juscelino Kubitschek. Após fazer declarações à imprensa em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, em julho de 1968, o ex-presidente foi detido pelo Exército Brasileiro, por ordem do então Ministro da Justiça, Luís Antônio da Gama e Silva, ficando confinado em Corumbá, cidade que fica no Pantanal sul-mato-grossense, na fronteira com a Bolívia. O ex-presidente ficou hospedado no Hotel Santa Mônica, que ainda funciona em Corumbá.

Recuperou os direitos políticos em 1974, mas manteve-se afastado das urnas inclusive nas eleições legislativas de 1978, ano em que seus simpatizantes (agrupados sob o denominado "Movimento Popular Jânio Quadros") o levaram a visitar o bairro paulistano de Vila Maria, tradicional reduto "janista". Em novembro do ano seguinte manifestou a intenção de concorrer à sucessão de Paulo Maluf ao governo do estado de São Paulo filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (agora uma agremiação conservadora de direita, tendo pouca relação com a antiga legenda de Getúlio e Jango) tão logo foi efetivada a reforma partidária.

Ciclotímico, Jânio Quadros deixou o PTB sete meses depois de sua filiação e tentou ingressar no PMDB, tendo sua entrada indeferida pela executiva nacional do partido, voltando assim ao PTB, legenda pela qual foi candidato a governador de São Paulo em 1982, num pleito onde o vitorioso foi Franco Montoro, seu antigo correligionário no PDC. Jânio terminou a eleição na terceira posição, atrás ainda do malufista Reynaldo de Barros. Por ocasião do processo sucessório do presidente João Figueiredo, declarou apoio ao candidato da oposição, Tancredo de Almeida Neves. Em 1985, contando com o proeminente apoio do empresariado (Olavo Setúbal, Herbert Levy) e dos setores e figuras mais conservadoras da sociedade paulistana, como a TFP, a Opus Dei, o ex-governador Paulo Maluf e o ex-ministro Antônio Delfim Netto, retornou aos cargos públicos elegendo-se prefeito de São Paulo também pelo PTB, derrotando o candidato situacionista, senador Fernando Henrique Cardoso (PMDB), e o representante das esquerdas, deputado federal Eduardo Suplicy (PT). A vitória de Jânio Quadros contrariou os prognósticos dos institutos de pesquisa e contradisse as avaliações segundo as quais o ex-presidente era tido como um nome "ultrapassado" no novo contexto da política brasileira emergente do processo de redemocratização e da campanha das Diretas Já. Fernando Henrique Cardoso, o então primeiro colocado nas pesquisas, chegou a tirar uma foto, publicada pela Revista Veja, sentado na cadeira de prefeito de São Paulo. Tal fato levou Jânio a tomar posse com um tubo de inseticida nas mãos, declarando: "Estou desinfetando a poltrona porque nádegas indevidas a usaram".

Prefeito de São Paulo Pela Segunda Vez

Recebeu o cargo de Mário Covas, um ex-janista que havia se tornado uma das principais lideranças do PMDB. Em tese, seu mandato foi exercido até o primeiro dia de 1989, quando seu Secretário dos Negócios Jurídicos, Cláudio Lembo, passou o cargo para Luiza Erundina (Jânio havia deixado o gabinete dez dias antes, indo passar o reveillón em Londres). Em sua última empreitada político-administrativa repetiu seus lances populistas habituais: pendurou uma chuteira em seu gabinete (para ilustrar o suposto desinteresse em prosseguir na política), proibiu jogos de sunga e o uso de biquínis fio-dental no Parque do Ibirapuera (onde era localizada a então sede da prefeitura), com frequência mandava publicar no Diário Oficial do município os célebres bilhetinhos enviados aos seus assessores, obrigou a direção da Escola de Balé do Teatro Municipal a expulsar alguns alunos tidos como homossexuais, aplicou multas de trânsito pessoalmente, posou para a imprensa com a camisa do Corinthians e fechou os oito cinemas que iriam exibir o filme A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorsese, por considerá-lo desrespeitoso à fé cristã. A obra só estrearia na cidade no início de 1989, após o final de seu mandato.

Ao mesmo tempo em que criava factoides midiáticos, investia na instalação de serviços de luz em cerca de 91% da área habitada da cidade, na pavimentação de aproximadamente 700 quilômetros de vias públicas, na abertura dos túneis da Avenida Juscelino Kubitschek, na inauguração do Corredor Santo Amaro e na reforma do Vale do Anhangabaú. Restaurou doze bibliotecas públicas, o Teatro Municipal e mais três teatros, além de ter inaugurado o Teatro Cacilda Becker. Seu programa também incluiu ações nos setores da limpeza pública, do saneamento básico (através da canalização de dois córregos), da habitação e da saúde (com a inauguração de dois hospitais e a recuperação de outros seis, fora cinquenta e oito unidades médicas). Concebeu pessoalmente o sistema viário de múltiplos túneis, conectores de diversas avenidas vitais de São Paulo, a cujas caríssimas, complexas e demoradas obras deu início ainda em seu mandato. Após terem sido interrompidas por Luiza Erundina, tais obras foram retomadas e concluídas na gestão de Paulo Maluf. O nome Túnel Presidente Jânio Quadros, por exemplo, foi dado em homenagem ao ex-presidente que havia feito a concorrência da obra. O atual prefeito Gilberto Kassab cogita em dar-lhes continuidade. Na área do transporte público inseriu, em caráter experimental, ônibus de dois andares (a exemplo dos encontrados em Londres) no trânsito da cidade, mas tal experiência não obteve o resultado esperado e foi definitivamente descartada por Luiza Erundina.

Nas eleições para governador de 1986, anunciou apoio a Orestes Quércia, candidato do PMDB e vencedor da eleição. Entretanto, sofreu denúncias de que teria usado a máquina da prefeitura para auxiliar na campanha de Paulo Maluf (PDS).

Em sua relação com a Câmara Municipal, Jânio Quadros utilizou as Administrações Regionais como elementos de barganha para obter o apoio político dos vereadores através de um sistema que consistia no loteamento das mesmas entre os parlamentares. Cada político exercia poder sobre uma administração regional e, não por acaso, ao final de seu mandato o número de ARs e o de legisladores municipais era o mesmo: trinta e três.

Segundo alguns analistas políticos e representantes da sociedade civil, Jânio adotou posturas autoritárias em diversas situações. Seu governo foi marcado por insatisfações de vários setores do funcionalismo público, materializadas através de greves e protestos nas proximidades de seu gabinete, aos quais quase sempre respondia com demissões em massa. Jânio também demonstrou posturas inflexíveis ante a manifestações de movimentos sociais, como o MST. Criou a Guarda Civil Metropolitana para, segundo ele, reforçar o policiamento na cidade, mas seus adversários o criticaram duramente por, na visão deles, utilizá-la como mais um de seus instrumentos de repressão. Ao longo de seu mandato afastou-se diversas vezes do cargo para cuidar tanto de sua saúde, já abalada, quanto da de sua mulher, Dona Eloá Quadros (falecida em 1990). Ao fim da gestão encontrava-se desgastado perante a opinião pública: apenas 30% dos paulistanos aprovaram sua administração, além do vexame de ter sido acusado, pelo à época vereador Walter Feldman (PMDB), de manter uma conta bancária na Suíça. Nas eleições de 1988, embora João Mellão Neto (PL) e Marco Antônio Mastrobuono (PTB), que foram integrantes de seu secretariado, concorressem à sucessão, apoiou o candidato João Oswaldo Leiva, do PMDB (lançado pelo então governador Orestes Quércia). Contudo, a vitória de Erundina (PT) em tal pleito configurou-se em uma dura derrota para Jânio Quadros, pois a mesma foi eleita amparada quase que exclusivamente por uma plataforma de esquerda antijanista.

Após a Prefeitura

Sua saúde frágil o impediu de concorrer à Presidência da República em 1989 (teria recebido inclusive um convite do PSD, que depois lançaria o nome de Ronaldo Caiado) e por conta desse fato hipotecou, no segundo turno do pleito, apoio ao ascendente Fernando Collor, cujo discurso e práticas políticas eram similares às suas. No mesmo ano reuniu a imprensa para anunciar a aposentadoria definitiva da política. A morte de Eloá, em novembro de 1990, agravou seu estado de saúde. Passou os últimos meses de sua vida entre casas de repouso e quartos de hospitais.

Faleceu em São Paulo, internado no Hospital Israelita Albert Einstein, ao dia 16 de fevereiro de 1992, em estado vegetativo, vítima de três derrames cerebrais.

Fonte: Wikipédia

Augusto César Vannucci

AUGUSTO CÉSAR VANUCCI
(58 anos)
Ator, Diretor e Produtor de TV

* Uberaba, MG (11/01/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (30/11/1992)

Com dez anos de idade ele já cantava em uma sorveteria. Com 17 anos muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como cantor nas rádios e de crooner nas orquestras.

Sua carreira de ator começa no teatro Jardel, em 1954. Fez parte da Companhia de Teatro César Ladeira-Renata Fronzi.

Logo em seguida, Vannucci estreou no cinema, no filme "Colégio De Brotos" (1956).

Usando o nome artístico de Augusto César, participou de vários filmes como "Alegria de Viver", "Zé do Periquito", "O Quinto Poder" e "Rio, Verão e Amor".

Na televisão, em 1964, dirigiu musicais e, em 1965 participou da fundação da TV Globo, onde estreou comandando o humorístico "TV1", com Agildo Ribeiro. Tornou-se um dos principais diretores da emissora, lá permanecendo até 1978.

Augusto César Vannucci foi o responsável pela concepção e direção dos grandes musicais da emissora como "Globo de Ouro", "Alô Brasil, Aquele Abraço" e "Fantástico".

Em 1988, se transferiu para a Rede Bandeirantes e, logo depois, para a TV Manchete, retornando à Globo em 1990.

Espiritualista, dirigiu vários programas voltados ao terna como "Terceira Visão" na Bandeirantes e "Fronteiras do Desconhecido" na Manchete.

Foi casado com a comediante Sonia Mamede e com a cantora Vanusa, com quem teve o filho Rafael Vanucci.

Morreu aos 58 anos de idade, de Isquemia Cerebral, e seu último trabalho na TV foi a direção do "Criança Esperança" no dia 12 de outubro de 1992. Ele também dirigiu 19 especiais de fim de ano do cantor Roberto Carlos na Globo.

João Só

JOÃO EVANGELISTA MELO FORTES
(48 anos)
Cantor e Compositor

* Teresina, PI (03/11/1943)
+ Salvador, BA (20/06/1992)

João Evangelista de Melo Fortes, ou simplesmente João Só, nasceu no dia 3 de novembro de 1943 em Teresina no Piauí. Filho caçula da família que já contava com 11 irmãos, mudou-se ainda bem cedo para Salvador na Bahia, onde passou boa parte da infância e da vida. João Só era portanto, como ele mesmo costumava dizer, baiano de coração.

O início de João Só na música aconteceu muito cedo. Costumava olhar um dos seus irmãos tocando violão, a fim de tentar memorizar algumas posições, e logo conseguiu base suficiente para destacar-se no cavaquinho, tendo inclusive feito uma apresentação em um programa chamado "Hora da Criança" de Adroaldo Ribeiro Costa na Rádio Cultura da Bahia.

A música então incorporou-se de vez à vida de João Só. Aos 15 anos, já era um grande instrumentista, projetando-se no mercado profissional. Depois do cavaquinho, dedicou-se ao violão, seu principal instrumento. Trabalhando na noite, foi levado ao piano e a outros instrumentos como o violino, o bongô e o contrabaixo. No início da década de setenta, realizou várias apresentações no Norte e Nordeste em uma caravana da gravadora EMI, com o objetivo de engajar-se no cenário nacional. A oportunidade não demorou muito. Levado pelo cantor Miltinho, gravou na Odeon o seu primeiro e grande sucesso: "Menina da ladeira".

João Só concebeu esta música de uma maneira muito natural e espontânea. Após participar de um jantar oferecido aos profissionais de publicidade num dos restaurantes da Ribeira, onde se localizava o antigo aeroporto, começou a tocar o violão e cantar alguns versos. Já sozinho e com a casa fechando as portas, desenvolveu todo o tema da música: "Parecia até que era um trabalho antigo, conhecido" dizia. Quando chegou em casa, gravou tudo para não esquecer. No outro dia, viu que quase nada precisava ser mudado.

Com "Menina da ladeira", João Só começou a participar de shows em várias partes do País: "O disco estourou em todas as paradas em apenas quatro meses. A partir daí, minha vida ficou muito agitada. Tinha que atender compromissos em várias cidades. Às vezes saía de um avião para entrar em outro" costumava dizer. Nesse ritmo, se tornou cada vez mais conhecido. Em 1972, após apresentar-se na Argentina, ao lado de Paulo Diniz, gravou o primeiro LP, com músicas do porte de "Canção pra Janaína" e "Copacabana". Foi convidado para gravar outros discos. A partir de 1978, João se dedicou exclusivamente a shows: "Deixei um pouco de lado as gravações. E não estou arrependido, principalmente por causa do aprimoramento da música na noite" disse ele.

João Só veio a falecer de infarto no dia 20 de junho de 1992, quando descansava na casa de sua família em Salvador, aos 48 anos de idade. Em cerca de 20 anos de carreira, gravou 15 discos e algumas fitas, compôs mais de 40 músicas gravadas e fez centenas de shows por todo o Brasil. Deixou, além do trabalho, o único filho Richard Evangelista Fortes.

Fonte: http://joao.so.vilabol.uol.com.br/bio.htm

Herivelto Martins

HERIVELTO DE OLIVEIRA MARTINS
(80 anos)
Cantor, Compositor, Músico e Ator


* Rodeio, RJ (Atual Engenheiro Paulo de Frontim) (30/01/1912)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/09/1992)

Filho do agente ferroviário Félix Bueno Martins e da costureira e doceira Dona Carlota, nascido no distrito de Rodeio, em Engenheiro Paulo de Frontin, Herivelto Martins, aos três anos de idade, já se apresentava de casaca, declamando versos em eventos organizados por seu pai.

Em 1916, a família mudou-se para Barra do Piraí, onde "seu" Félix fundou a Sociedade Dramática Dançante Carnavalesca Florescente de Barra do Piraí, que além de bailes, criava e dirigia espetáculos teatrais. Ele organizou, ainda, o grupo Pastorinhas de Barra do Piraí, que se apresentava no Natal, com Herivelto vestido de Papai Noel.

As atividades artísticas do pai motivaram o pequeno Herivelto a criar o seu próprio grupo teatral, com seus irmãos Hedelacy, Hedenir e Holdira e algumas meninos da vizinhança. Aos 9 anos de idade, compôs a paródia Quero Uma Mulher Bem Nua (Quiero una mujer desnuda) e o samba Nunca Mais, que não foi gravado.

Aos 10 anos aprendeu música na Sociedade Musical União dos Artistas, de Barra do Piraí, onde tocou bombardino, pistom, e caixa, até a idade de 19 anos, mas apresentava preferência pelo violão e cavaquinho, que já "arranhava". Entre 1922 e 1931, participou como músico da banda da Sociedade Musical União dos Artistas de Barra do Piraí.

Os problemas financeiros eram constantes, assim como as discussões domésticas. Herivelto e seus irmãos ajudavam, vendendo os doces que sua mãe fazia. A família acabou falindo e perdendo a casa, para pagamento de dívidas da Sociedade fundada por "Seu" Félix. Aos 12 anos de idade, Herivelto foi ser caixeiro em uma loja de móveis, emprego que o pai lhe arranjou.

Em 1925, com apenas 13 anos, Herivelto conheceu os artistas circenses Zeca Lima e Colosso, que passavam pela cidade, e com eles formou um trio e seguiu para Juparanã, onde apresentaram um grandioso espetáculo. Durante um ano, o trio apresentou-se pelo interior do Rio de Janeiro, até que, procurados pela Polícia, Colosso e Zeca Lima foram presos em Vassouras e o delegado mandou Herivelto para casa.

Em 1930, com a promoção de "Seu" Félix, a família foi morar no Brás, a Rua Saião Lobato, em São Paulo e se empregou em um botequim, onde ganhou o apelido de Carioca.

Após mais uma discussão com o pai, aos 18 anos de idade e com apenas 1 conto e 200 réis no bolso, Herivelto partiu para o Rio de Janeiro, com o desejo de tentar uma carreira artística. Ele passou a dividir o aluguel de um pequeno quarto com seu irmão, Hedelacy, e mais seis rapazes, quatro deles mortos na Revolução de 32. Para sobreviver, teve de vender o relógio Roskoff "Estrada de Ferro", presente de seu padrinho.

No Rio de Janeiro, Herivelto foi palhaço de circo, vendedor, ajudante de contabilidade e, aos sábados, fazia barbas na barbearia onde o irmão Hedelacy trabalhava. Com o dinheiro da gorjeta, garantia o "Feijão à Camões" (prato fundo com feijão preto e uma colher de arroz no meio), do Bar de "Seu" Machado", da semana.

Foi no Bar de "Seu" Machado que Herivelto recebeu o convite de "Seu" Licínio, para gerenciar sua barbearia no Morro de São Carlos. Era sua oportunidade de conhecer os grandes sambistas que ali moravam. Foi no São Carlos onde Herivelto conheceu o compositor José Luís da Costa - Príncipe Pretinho - que lhe apresentou a J.B. de Carvalho, do Conjunto Tupi, amigo do dono da gravadora RCA Victor.

Em 1932, Herivelto Martins, através de uma parceria com J.B. de Carvalho, conseguiu lançar, pela RCA Victor, sua composição Da Cor do Meu Violão, homenagem a uma namorada que teve no bairro do Carvão, em Barra do Piraí, que seu pai insistia em dizer que era escura demais para ele. A marchinha fez grande sucesso no carnaval daquele ano, o que levou Herivelto a integrar o coro do Conjunto Tupi como ritmista. Ele inovou ao fazer breques durante as gravações, quando isso não era permitido, e por essa e outras iniciativas, Mister Evans, diretor geral da RCA Victor, o promoveu a diretor do coro.

Em 1933, Herivelto teve mais duas músicas gravadas: O Terço do Zé Faustino, com Euclides J. Moreira, pelo Conjunto Tupi, e O Enterro da Filomena, pelo Conjunto RCA.

Em uma época em que o samba ainda não havia descido o morro e ganhado a cidade, Herivelto criou várias músicas para homenagear a Estação Primeira de Mangueira, entre elas: Saudosa Mangueira e Lá em Mangueira.

Em 1986, Herivelto Martins foi homenageado pela escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo Tá na hora do samba, que fala mais alto, que fala primeiro, o homenageado participou do desfile.

Faleceu devido a uma Embolia pulmonar.

Hoje, a par de inúmeras gravações e orquestrações internacionais, suas inesquecíveis composições têm em seu filho Pery Ribeiro um de seus maiores intérpretes.


A Dupla Preto e Branco


Em 1932, Herivelto Martins conheceu Francisco Sena, seu colega no Conjunto Tupi, e com ele começou a ensaiar algumas canções, entre as quais a música Preto e Branco. No ano seguinte, o Teatro Odeon estava em busca de um grupo que pudesse se apresentar nos intervalos das sessões. O Conjunto Tupi se apresentou e não foi aprovado. A convite de Vicente Marzulo, Herivelto e Francisco fizeram o teste, em dueto, chamando a atenção de todos. Foram contratados. o nome da Dupla, O Preto e O Branco, foi dado por Marzulo. Herivelto passou a compor para a dupla.

Em 1934, Herivelto gravou, com Francisco Sena, o primeiro disco da Dupla Preto e Branco, lançado pela Odeon, contendo os sambas Quatro Horas, com Sena, e Preto e Branco, de sua autoria. Compôs, em parceria com Francisco Sena, as marchas A Vida é Boa, gravada por Carlos Galhardo e Vamos Soltar Balão, gravada pela Dupla. Gravou, ainda, Como é Belo, de Gastão Viana e Pereira Filho.

Em 1935, a Dupla Preto e Branco gravou as marchas Bronzeada, de Moisés Friedman e Pedro Paraguassu, Passado, presente, futuro, de sua autoria, Um pouquinho só e Bela morena, ambas de Príncipe Pretinho, e fez algumas apresentações na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, mas o sucesso foi interrompido com a morte de Francisco Sena.

Herivelto passou a atuar sozinho, até ser contratado pelo Teatro Pátria, de Pascoal Segreto, no Largo da Cancela, em São Cristóvão, onde criou o palhaço caipira Zé Catinga, que fez muito sucesso, principalmente com as crianças. No ano seguinte, um amigo de infância de Herivelto lhe apresentou seu irmão, o cantor e compositor Nilo Chagas, com quem formou a nova Dupla Preto e Branco, por ter gostado da voz de Nilo.

Em 1937, a Dupla Preto e Branco gravou, junto com Dalva de Oliveira, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro.


Os Casamentos


No início da década de 30, Herivelto conheceu Maria Aparecida Pereira de Mello, sua primeira mulher, com quem teve os filhos Hélcio Pereira Martins e Hélio Pereira Martins. A convivência durou, aproximadamente, cinco anos. Separaram-se por Maria não aguentar mais as bebedeiras e traições de Herivelto.

Em 1935, no Cine Pátria, Herivelto conheceu Dalva de Oliveira e passaram a cantar em dueto. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de umbanda, que gerou os filhos Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. A União durou até 1947, quando as constantes brigas e traições da parte dele deram fim ao casamento. Mesmo casado, passava as noites fora de casa, bêbado e com prostitutas. Em 1949, após a separação oficial do casal e o final da primeira formação do Trio de Ouro, Herivelto e Dalva iniciaram uma discussão, inclusive através das composições que gravaram, bastante explorada pelos jornais e revistas da época. Depois de uma pequena turne na Venezuela, Herivelto sai de casa, logo depois, tira de Dalva a guarda dos filhos, e os manda para um internato. Passa a publicar em todos os jornais que Dalva é prostituta e promove orgias dentro de casa, o que a levou a fazer as canções "de guerra" um para o outro.

Em 1946, Herivelto passou a namorar a Aeromoça Lurdes Nura Torelly, uma mulher desquitada que tem um filho do 1º casamento. Ela é rica e é prima do Barão de Itararé, e em 1952, passaram a viver juntos, tendo oficializado a união em 1978. Herivelto e Lurdes geraram os filhos: Fernando José (já falecido), a atriz Yaçanã Martins e Herivelto Filho, além dele criar o filho de Lurdes como seu. O casamento durou 44 anos, até a morte de Lurdes, em 1990. A única esposa que mais respeitou e não traiu foi Lurdes. Foi muito feliz com Lurdes, que era doce e calma, Dalva era intensa e explosiva.

Fonte: Wikipédia

Older Cazarré

OLDER BERNARD CAZARRÉ
(57 anos)
Ator e Dublador

☼ Pelotas, RS (16/01/1935)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/02/1992)

Older Cazarré foi um dos mais importantes artistas do nosso país. Destacou-se como ator e um grande dublador da televisão brasileira. Nasceu no dia 15/01/1935, em Pelotas, RS. Era filho de Darcy Cazarré e de Dea Selva e era também irmão do ator e dublador Olney Cazarré.

Older Cazarré estreou no cinema em 1956, participando neste mesmo ano de "Sai de Baixo" e "Samba da Vila".

Na televisão estreou no programa "TV de Vanguarda" e também da "TV de Comédia", posteriormente passou a atuar como ator em diversas novelas da extinta TV Tupi, tais como "Hospital" (1971), "Na Idade do Lobo" (1972), "O Conde Zebra" (1973), "O Machão" (1974), "O Sheik de Ipanema" (1975), "Vila do Arco" (1975), "Canção Para Isabel" (1976) e "O Julgamento" (1976).

Permaneceu na TV Tupi por mais de 20 anos. Após o fechamento da emissora, foi trabalhar na TV Globo onde estreou participando da novela "Feijão Maravilha" (1979), depois em outras novelas como "O Amor é Nosso" (1981), "Ti Ti Ti" (1985) e "O Direito de Amar" (1987).

Sua voz também era bastante famosa em diversos desenhos animados. Quem não se lembra do Dom Pixote cantando "Ô Querida... Ô Querida Clementina!!!" e de tantos outros?

Morte

Infelizmente, 15 dias antes de estrear a peça "Das Duas... Uma", escrita e produzida por ele, morreu no dia 26/02/1992, aos 57 anos de idade, vítima de uma bala perdida de alguns traficantes do morro, enquanto dormia em seu apartamento em Copacabana.

O ator chegou a ser socorrido por sua parceira, Lucília Braga, mas morreu a caminho do Hospital Rocha Maia, no bairro de Botafogo.

Televisão

  • 1971 - Hospital
  • 1972 - Na Idade do Lobo
  • 1973 - O Conde Zebra
  • 1974 - O Machão
  • 1975 - O Sheik de Ipanema
  • 1975 - Vila do Arco
  • 1976 - O Julgamento
  • 1976 - Canção Para Isabel
  • 1977 - Cinderela 77
  • 1979 - Feijão Maravilha
  • 1981 - O Amor é Nosso
  • 1985 - Ti Ti Ti
  • 1987 - O Direito de Amar
  • 1988 - Fera Radical

Cinema

  • 1986 - Os Trapalhões e o Rei do Futebol
  • 1982 - Os Paspalhões em Pinóquio 2000
  • 1978 - A Mulher Que Põe a Pomba no Ar
  • 1977 - Pintando o Sexo ... Drº Nestor
  • 1976 - O Quarto da Viúva
  • 1976 - Guerra é Guerra
  • 1975 - Passaporte Para o Inferno
  • 1975 - Sexualista
  • 1975 - O Supermanso
  • 1973 - A Superfêmea
  • 1973 - O Detetive Bolacha Contra o Gênio do Crime
  • 1958 - Chico Fumaça
  • 1956 - Sai de Baixo
  • 1956 - Samba na Vila

Personagens Dublados

  • Dom Pixote
  • O carteiro Jaiminho de Chaves
  • Loop Le Beau
  • O ratinho Plic de Plic, Ploc & Chuvisco
  • O zelador Henry Órbita de "Os Jetsons"
  • O Homem Fluido de "Os Impossíveis"
  • Zorak de "Space Ghost"
  • Senhor Peebles de "Maguila, o Gorila"
  • Professor Gizmo de "Jambo e Ruivão"
  • Chumbinho em "Bacamarte & Chumbinho"
  • O Rei no desenho "Mosquito, Mosquete e Moscado"
  • Zé Colméia
  • Chacal, um dos mutantes de "Thundercats"
  • Homem-Garra de "He-Man"
  • O gato Gênio em "Manda Chuva"
  • Dom Pixote no desenho dos anos 80 "Zé Colméia e os Caçadores de Tesouros"
  • Efeitos vocais de Bam-Bam (junto com a dubladora Maria Inês) no desenho "Os Flintstones"
  • Walt Disney em "Disneylândia" (1ª dublagem)
  • O Decepticon Thundercracker da série "Transformers" exibida na Rede Globo em 1985

Fonte: Wikipédia e TV Sinopse