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Bispo do Rosário

ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
(80 anos)
Artista Plástico

* Japaratuba, SE (14/05/1909)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/07/1989)

Arthur Bispo do Rosário foi um artista plástico brasileiro que viveu por meio século recluso em um hospital psiquiátrico. Transitando entre a realidade e o delírio, acreditava estar encarregado de uma missão divina e utilizava materiais dispensados no hospital para produzir peças que mapeavam sua realidade. Valendo-se da palavra como elemento pulsante, manipulou signos e brincou com a construção e desconstrução de discursos para criar bordados, assemblages, estandartes e objetos que seriam, posteriormente, consagrados como obras referenciais da arte contemporânea brasileira.

Pouco se conhece de sua infância e adolescência. O que se sabe é que nasceu na cidade de Jarapatuba, em Sergipe. Uns dizem que em julho de 1909. Outros, em março de 1911. A data mais aceita é 14 de maio de 1909. Aos 16 anos, foi inscrito pelo pai na Escola de Aprendizes de Marinheiros de Sergipe e embarcou num navio como ajudante-geral. Ficou na instituição até 1933, viajando pelo País e colecionando advertências por comportamentos inadequados. Mas também se tornou um bom boxeador. Foi campeão sul-americano na categoria peso-leve.

Quando foi afastado da instituição, estava no litoral do Rio de Janeiro. Sua rotina era perambular pela cidade, fazendo pequenos bicos. Até ser aceito como lavador de bondes da Light. Um dia sofreu um acidente de trabalho e ao levar o caso à Justiça, conheceu o advogado  Humberto Magalhães Leoni, que, sensibilizado, convidou Bispo do Rosário para morar num quartinho em sua casa. O sergipano tornou-se ajudante geral da família. Tudo ia bem até que vozes mudaram seu destino.


Considerado louco por alguns e gênio por outros, a sua figura insere-se no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte, no Brasil. A sua história liga-se também à da Colônia Juliano Moreira, instituição criada no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XX, destinada a abrigar aqueles classificados como anormais ou indesejáveis - doentes psiquiátricos, alcoólatras e desviantes das mais diversas espécies.

Na noite 22 de dezembro de 1938, despertou com alucinações que o conduziram ao patrão, o advogado Humberto Magalhães Leoni, a quem disse que iria se apresentar à Igreja da Candelária. Saiu da casa e começou uma peregrinação por igrejas cariocas. Depois de peregrinar pela Rua Primeiro de Março e por várias igrejas do então Distrito Federal, terminou subindo ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou a um grupo de monges que era um enviado de Deus, encarregado de julgar os vivos e os mortos. Dois dias depois foi detido e fichado pela polícia como "negro, sem documentos e indigente", e conduzido ao Hospício Pedro II, o hospício da Praia Vermelha, primeira instituição oficial desse tipo no país, inaugurada em 1852, onde anos antes havia sido internado o escritor Lima Barreto.

Um mês após a sua internação, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, localizada no subúrbio de Jacarepaguá, sob o diagnóstico de "esquizofrênico-paranoico". Na Colônia Juliano Moreira recebeu o número de paciente 01662, e permaneceu por mais de 50 anos e, dentro de um quartinho apertado, produziu um dos mais fantásticos conjuntos de obras do País. Tudo alheio ao que acontecia além dos limites do hospício. De forma absolutamente intuitiva, sem frequentar escolas de arte ou ler livros, Arthur Bispo do Rosário deixou acadêmicos abobados com sua expressividade e originalidade.

Na Colônia Juliano Moreira, Bispo do Rosário repetia a história para quem quisesse ouvir: "Vozes dizem para me trancar num quarto e começar a reconstruir o mundo". E assim fez.

Produzia sem parar, mesmo sob forte medicação e choques elétricos. Os companheiros de manicômio o ajudavam na missão, buscando entulhos e papelões que serviriam para seu trabalho. Às vezes ficava meses sem sair do quarto, numa jornada de 16, 18 horas por dia. Sete anos depois, a voz reapareceu: "A obra está concluída".

Em determinado momento, Bispo do Rosário passou a produzir objetos com diversos tipos de materiais oriundos do lixo e da sucata que, após a sua descoberta, seriam classificados como arte vanguardista e comparados à obra de Marcel Duchamp, o francês que criou o conceito de que objetos do cotidiano poderiam ser levados para o campo das artes. Entre os temas, destacam-se navios (tema recorrente devido à sua relação com a Marinha na juventude), estandartes, faixas de misses e objetos domésticos. Tudo com beleza, ineditismo, múltiplos significados. Seguia uma linha convergente ao que se discutia sobre arte contemporânea mundial, mesmo sem ter nenhum contato com influências exteriores.

Os objetos recolhidos dos restos da sociedade de consumo foram reutilizados como forma de registrar o cotidiano dos indivíduos, preparados com preocupações estéticas, onde se percebem características dos conceitos das vanguardas artísticas e das produções elaboradas a partir de 1960.

Utilizava a palavra como elemento pulsante. Ao recorrer a essa linguagem manipula signos e brinca com a construção de discursos, fragmenta a comunicação em códigos privados.

Inserido em um contexto excludente, Bispo do Rosário driblava as instituições todo tempo. A instituição manicomial se recusando a receber tratamentos médicos e dela retirando subsídios para elaborar sua obra, e museus, quando sendo marginalizado e excluído, é consagrado como referência da Arte Contemporânea brasileira.


Cavalheiro e Solitário

A fama de Bispo do Rosário se alastrou pela cidade e, depois, pelo país. Bispo do Rosário recebia visitas de estudiosos, artistas, curiosos. Aos que queriam conhecer seu ateliê improvisado, fazia uma intrigante pergunta: "Qual é a cor do meu semblante?". Se não gostasse da resposta, encerrava a visita.

Para quem o chamava de artista, rebatia: "Não sou artista. Sou orientado pelas vozes para fazer desta maneira".

Tornou-se uma lenda, estudado por várias correntes do conhecimento. "É possível analisá-lo pela Psicanálise, pela Sociologia, pela História da Arte, pela Semiótica e pela Antropologia", avalia Jorge Anthonio e Silva, autor de "Arthur Bispo do Rosário – Arte e loucura" (Quaisquer, 2003).

Manto da Apresentação

Entre as suas obras de maior impacto, está o "Manto da Apresentação", que Bispo do Rosário deveria vestir no dia do Juízo Final. Com eles, Bispo do Rosário pretendia marcar a passagem de Deus na Terra. O "Manto da Apresentação" é uma veste com um emaranhado de pequenos símbolos e figuras, como tabuleiros de xadrez, mesas de pingue-pongue, ringues de boxe, crucifixos. Destaca-se também uma espécie de Arca de Noé, construída com papelão e pano, destinada a salvar o mundo. Além de uma nave que o levaria para o céu. Suas obras foram expostas em galerias de arte da cidade. Mas Bispo do Rosário não era muito favorável a que elas saíssem do ateliê. As tratava como filhas, perguntava até se estavam bem.

Bispo do Rosário era um homem sério, de poucas palavras. Um cavalheiro com as mulheres. Gostava de andar limpo e ficava semanas sem se alimentar. Sentia-se um enviado de Deus, uma espécie de Cristo. Gostava de concurso de misses e quase nunca era violento. Mas sempre solitário.

"Os doentes mentais são como beija-flores: nunca pousam, ficam sempre a dois metros do chão", costumava dizer.

Estátua de Bispo do Rosário em sua cidade natal, Japaratuba, Sergipe
Morte

Em 5 de junho de 1989, se sentiu mal e foi atendido no setor médico. Estava muito magro pelos jejuns. Morreu horas depois, vítima de infarto, aos 80 anos.

"Ele morreu na solidão de sua cela, sem ver seu império classificado como obra de arte, percorrendo o mundo",  disse a escritora Luciana Hidalgo, autora de "Arthur Bispo do Rosário - O Senhor do Labirinto" (Rocco, 1997). "Mas, aos olhos da crítica e do público, já era um artista".

Após várias exposições pelo país, a obra de Bispo do Rosário representou o Brasil na prestigiada Bienal de Veneza, na Itália, em 1995.

Hoje a Colônia Juliano Moreira não funciona mais como manicômio. O espaço abriga o Museu  Bispo do Rosário de Arte Contemporânea.


Santa Rosa

TOMÁS SANTA ROSA
(47 anos)
Cenógrafo, Artista Gráfico, Ilustrador, Pintor, Gravador, Decorador, Figurinista, Professor e Crítico de Arte

* João Pessoa, PB (20/09/1909)
+ Nova Délhi, Índia (29/11/1956)

Tomás Santa Rosa, também conhecido por Santa Rosa, tornou-se famoso em meados do século XX, época em que assinava com as iniciais SR as ilustrações das capas de alguns dos escritores mais importantes daquela geração. Os mais próximos o chamavam simplesmente de "Santa".

É reconhecido principalmente como cenógrafo, ou melhor, o primeiro cenógrafo moderno brasileiro, porém a atividade a qual se dedicou ao longo de sua vida foi a de ilustrador de livros. Entretanto o seu trabalho no ramo dos livros não era apenas ilustrá-los, era mais do que isso. Ele desenvolvia identidades visuais para os livros, ou seja, fazia um planejamento visual para estabelecer uma unicidade às publicações de determinada editora. Atualmente, o profissional que exerce esse tipo de atividade é o designer gráfico.

Como cenógrafo criou o espaço cênico para o espetáculo "Vestido de Noiva" (1943), de Nelson Rodrigues, trabalho que revolucionou a concepção cenográfica do Brasil. Como designer gráfico projetou e também ilustrou livros para a Livraria José Olympio Editora. Entre os autores dos livros estavam José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade. Como pintor, auxiliou Cândido Portinari na preparação de diversos murais.


Vida

Tomás Santa Rosa nasceu na cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Quando criança estudou piano e fez parte de um coral. Quase na casa dos 20 anos já trabalhava como contabilista. Nessa época passou no concurso público para ocupar cargo de mesma função no Banco do Brasil. Já contratado, foi transferido para a cidade de Salvador, BA. De lá foi para a cidade de Maceió, AL, onde participou do movimento intelectual local.

Tomás Santa Rosa não tinha formação acadêmica, era autodidata.

Em 1932, mudou-se para o Rio de Janeiro, então a capital do Brasil e o local de concentração de artistas e intelectuais do todo país. Naquele período o país vivia um momento de explosão do mercado editoral e de valorização artística.

Tomás Santa Rosa morreu aos 47 anos durante uma viagem a Índia para participar, primeiro, como representante do Brasil na Conferência Internacional de Teatro, em Bombaim, depois, como observador da 9ª Conferência Geral da Unesco Para a Educação, a Ciência e a Cultura, em Nova Délhi.

Meninas Lendo (Óleo Sobre Tela)

Alguns Projetos Gráficos de Livros

Seu primeiro projeto gráfico foi para o livro "Cahétes" de Graciliano Ramos, em 1933, Livraria Schmidt Editora.


Alguns Projetos Para Ariel Editora:

Alguns Projetos Para Livraria José Olympio Editora:

Alguns Cenários:
  • 1937 - "Ásia", de Henri-René Lenormand, Rio de Janeiro, RJ
  • 1942 - "Orfeu", de Jean Cocteau, Rio de Janeiro, RJ
  • 1943 - "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues
  • 1944 - "Pelleas e Melisanda", de Maurice Maeterlink, Rio de Janeiro, RJ
  • 1953 - "A Falecida", de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro, RJ
  • 1954 - "Senhora dos Afogados", de Nelson Rodrigues

Algumas Pinturas:
  • "Pescadores", s.d.; óleo s/ tela, c.i.d.; 60 x 80 cm - Coleção Particular
  • 1940 - "Meninas Lendo", 1940; óleo s/ tela, c.i.d.; 72 x 84 cm
  • 1943 - "Pescadores", óleo s/ tela, c.i.d.; 54 x 64,9 cm - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ)
  • 1945 - "Na Praia", óleo s/ tela, c.i.d.; 64,5 x 80 cm
  • 1948 - "O Vento", óleo s/ madeira, c.i.d.; 46 x 55 cm
  • 1950 - "Cabeça", óleo s/ tela, c.s.d.; 70 x 60 cm
  • 1950 - "Duas Mulheres", óleo s/ tela, c.i.d.; 56 x 47 cm
  • 1955 - "Mulheres na Praia", óleo s/ tela; 50 x 68 cm

Fonte: Wikipédia

Darcy Penteado

DARCY PENTEADO
(61 anos)
Desenhista, Artista Plástico, Pintor, Escritor, Cenógrafo, Figurinista, Autor Teatral e Militante do Movimento LGBTTTs

* São Roque, SP (1926)
+ São Paulo, SP (02/12/1987)

Distinguindo-se sempre pelos elegantes desenhos a bico de pena, trabalhou primeiro em publicidade e como figurinista, ilustrando revistas de moda, passando logo a trabalhar em teatro, como figurinista e cenógrafo, tendo participado, na década de 1950, do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).

Participou de inúmeras exposições, ilustrou livros e foi uma figura presente na cena cultural da cidade de São Paulo entre a década de 1950 e década de 1980. Foi reconhecido em Nova York como um dos dez melhores retratistas do mundo.


Em 1973 participou da XII Bienal com um audiovisual que propunha uma tese em termos estéticos contra a violência e a intolerância. Nesse ano foi produzido um filme documentário de curta metragem intitulado "Via Crucis Segundo Darcy Penteado".

Em 1976 publicou o seu primeiro livro de contos "A Meta" e a partir desse mesmo ano iniciou o ativismo na luta contra a discriminação aos homossexuais. Participou ativamente, durante os anos de repressão da ditadura militar, do jornal O Lampião, publicação pioneira para os gays brasileiros, ativo na defesa dos direitos dos homossexuais.


Por anos Darcy carregou sozinho a bandeira dos homossexuais no Brasil. Foi dele, ainda no início da década de 1980, a primeira tentativa de arrecadação de fundos em benefício da pesquisa sobre a AIDS no Brasil, através de um leilão. Apesar de desiludido com os resultados, participou de diversas campanhas de conscientização da doença. Gravou uma chamada para a televisão, de alerta ao público.

Na literatura, Darcy Penteado ilustrou o primeiro livro de Jorge Amado, "O País do Carnaval" e "Navegação de Cabotagem".

Darcy Penteado faleceu em dezembro de 1987, aos 61 anos vitimado pela AIDS.

Atualmente, suas obras podem ser vistas no museu mantido pelo Centro Cultural Brasital, no município de São Roque, em São Paulo.


Em frente a entrada principal do Edifício Copan, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua Major Sertório, centro de São Paulo, existe ali uma praça com o nome de Praça Darcy Penteado. Uma justa homenagem a este pioneiro no combate à intolerância.

Para finalizar, uma frase de Darcy Penteado escrita em uma de suas obras de 1985:

"Subsistir apenas, não basta. É preciso dignificar a vida!"
(Darcy Penteado)

Fonte: Blog Grisalhos e Wikipédia

Bajado

EUCLÍDES FRANCISCO AMÂNCIO
(83 anos)
 Artista Plástico, Chargista, Letreirista, Cartazista e Pintor de Quadros e Murais 

* Maraial, PE (09/12/1912)
+ Olinda, PE (15/11/1996)

Euclides Francisco Amâncio, artista plástico, chargista, letreirista, cartazista, pintor de quadros e murais, conhecido mundialmente como Bajado, nasceu no dia 9 de dezembro de 1912, no município de Maraial, no Estado de Pernambuco.

O apelido Bajado surgiu na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, seu passatempo preferido.

Bajado mudou-se para Catende, outro município pernambucano, ainda adolescente, indo trabalhar como ajudante e pintor de cartazes de filmes de faroeste, onde ficou até 1930.

Quatro anos depois, foi morar no Recife, onde arranjou um emprego como letreirista de cartazes e operador de máquina do Cine Olinda, função que exerceu até 1950.

Nas horas vagas pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins, ornamentando-os com figuras ou compondo painéis e quadros.


O artista prestou uma grande homenagem ao bloco carnavalesco Donzelinhos dos Milagres que estava encerrando, para sempre, os seus festejos de carnaval, pintando na parede de sua sede os versos: "O mar que levou a praia, levou também Donzelinhos."

O gosto pela arte se manifestou quando Bajado retratou os clubes carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante, O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo.

Em 1964, junto com alguns amigos de profissão, inaugurou o Movimento de Arte da Ribeira, em Olinda, onde passou a expor seus trabalhos.


Dentre uma mistura de cores e tintas, Bajado foi capaz de reproduzir inúmeras telas sobre a vida cotidiana, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.

O artista possuía um temperamento calmo e brincalhão. Fluiu na arte, com a simplicidade de um homem humilde. Era considerado um artista primitivo, inserido no estilo da arte contemporânea. Sua tendência artística era a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os folguedos carnavalescos, como também reverenciavam políticos e personalidades ilustres da sociedade pernambucana: Agamenon Magalhães, o presidente Jânio Quadros, o general Teixeira Lott, entre outros.

Na década de 1970, um turista italiano, Giuseppe Baccaro, ao ver as suas pinturas e quadros a óleo expostos nas residências e estabelecimentos comerciais de Olinda, ficou impressionado diante do primitivismo artístico do pintor que assinava da seguinte maneira as suas obras: "Bajado um artista de Olinda". Contactando-o, lançou-se como divulgador e administrador dos seus trabalhos.

Bajado (Acervo: www.onordeste.com)
Em decorrência disso, alguns meses depois, começaram a aparecer as suas primeiras exposições e mostras no Recife, na Casa da Cultura, na Fundação Joaquim Nabuco, na Caixa Econômica Federal, no Lions Club, no Cabanga Iate Clube.

Novas oportunidades continuaram a surgir, desta vez para o artista expor em outras capitais brasileiras como o Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Vitória. Do exterior, Bajado recebeu vários convites para ir apresentar as suas obras. Neste sentido, iniciou pela França uma maratona artística, passando pela Itália, Espanha, Holanda e Tchecoslováquia, atual República Tcheca.

Em 1994, no limiar dos 80 anos, Bajado foi homenageado com uma mostra internacional na sede da Unesco, em Paris, com a participação de diversos artistas internacionais.

Contido, apesar da sua fama e do seu talento artístico, ele sempre viveu humildemente. Tinha como o maior prazer da vida a expressão da sua arte primitiva, a alegria do seu povo.


Bajado passou seus últimos dias assistindo filmes antigos na televisão e recordando as peripécias da sua mocidade. O artista plástico, faleceu em 1996, aos 83 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Amparo, nº 186, em Olinda, imóvel este que lhe foi doado por  Giuseppe Baccaro, o seu marchand italiano.

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais e Machado, Regina Coeli Vieira. Bajado. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Acesso em: 13 out. 2012.
Indicação: Gilson Oliveira

Burle Marx

ROBERTO BURLE MARX
(84 anos)
Artista Plástico e Paisagista

* São Paulo, SP (04/08/1909)
+ Rio de Janeiro, RJ (04/06/1994)

Roberto Burle Marx foi um artista plástico brasileiro, renomado internacionalmente ao exercer a profissão de arquiteto-paisagista. Morou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada ao redor de todo o mundo.

Era o quarto filho de Cecília Burle, de origem pernambucana e francesa, e de Wilhelm Marx, judeu alemão, nascido em Stuttgart e criado em Trier, cidade natal de Karl Marx, primo de seu avô.

A mãe, exímia pianista e cantora, despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas. Burle Marx a acompanhava, desde muito pequeno, nos cuidados diários com as rosas, begônias, antúrios, gladíolos, tinhorões e muitas outras espécies que plantava no seu jardim. Com a ama Ana Piascek aprendeu a preparar os canteiros e a observar a germinação das sementes do jardim e da horta.

O pai era um homem culto, amante da música erudita e da literatura europeia, preocupado com a educação dos filhos, aos quais ensinou alemão, embora se dedicasse aos negócios, como comerciante de couros, num curtume que mantinha em São Paulo.


Mudança Para o Rio de Janeiro

Quando os negócios começam a ir mal em São Paulo, seu pai resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913. A família viveu um tempo em casa de familiares e, quando a nova empresa de exportação e importação de couros de Wilhelm Marx começou a ter resultados positivos, finalmente se mudaram para um casarão no Leme. Nesse casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começou a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.

Período na Alemanha

Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e a família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Permaneceram na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.

As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes, a de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.

Formação Acadêmica em Arquitetura

Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estudou pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lúcio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentivou a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Burle Marx conviveu na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa, Milton Roberto, entre outros.

Início do Paisagismo Em Recife

O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, em Recife, no ano de 1934. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo, fez uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema, então Ministério da Educação e da Saúde.

Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade".

Seu grupo do movimento arquitetônico modernista, junto com Luiz Nunes, da Diretoria de Arquitetura e Construção, e Attílio Correa Lima, responsável pelo Plano Urbanístico da cidade, ganhou opositores como Mário Melo e simpatizantes como Gilberto Freyre, Joaquim Cardozo e Cícero Dias, com os quais sempre se reunia. Em 1937 criou o primeiro parque ecológico de Recife.

Ruptura e Modernidade

Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim, com espaços contemplativos e de estar, possuía uma configuração inédita no país e no mundo.

A partir daí, Burle Marx passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.

Morreu aos 84 anos vítima de Câncer.

Cronologia

  • 1909 - Nasce Burle Marx em 4 de agosto, em São Paulo.
  • 1913 - Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fixam domicílio.
  • 1928 a 1929 - Vive período na Alemanha com a família.
  • 1930 a 1934 - Ingressa e frequenta a Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
  • 1932 - Primeiro projeto de paisagismo para a residência da família Schwartz no Rio de Janeiro.
  • 1934 - Assume a Diretoria de Parques e Jardins do Recife, projeta praças e jardins públicos.
  • 1937 - Cria o primeiro Parque Ecológico do Recife.
  • 1949 - Adquire um sítio de 365.000 m², em Guaratiba, RJ, onde abriga uma grande coleção de plantas.
  • 1950 - Projeta o Parque Generalisimo Francisco de Miranda em Caracas, Venezuela.
  • 1953 - Projeta os Jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro.
  • 1953 - Projeta o Jardim do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
  • 1954 - Realiza o projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera, em São Paulo, SP (não executado).
  • 1955 - Projeta o paisagismo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.
  • 1961 - Projeta o paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília.
  • 1961 - Paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
  • 1968 - Projeta o paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, D.C. (Estados Unidos).
  • 1970 - Projeta o paisagismo do Palácio Karnak, sede oficial do Governo do Piauí.
  • 1971 - Projeta o paisagismo do aterro da Bahia Sul em Florianópolis.
  • 1971 - Recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco do Itamaraty em Brasília.
  • 1982 - Recebe o título Doutor honoris causa da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda).
  • 1982 - Recebe o título Doutor honoris causa do Royal College of Art em Londres (Inglaterra).
  • 1985 - Doou seu sítio de Guaratiba com seu acervo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (na ocasião se chamava Fundação Nacional Pró Memória).
  • 1990 - Projeta o paisagismo do Parque Ipanema, em Ipatinga, MG.
  • 1994 - Morre no Rio de Janeiro, em 5 de junho, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida. O falecimento foi no dia 4 de junho.

Fonte: Wikipédia

Joãosinho Trinta

JOÃO CLEMENTE JORGE TRINTA
(78 anos)
Artista Plástico e Carnavalesco

* São Luís, MA (23/11/1933)
+ São Luís, MA (17/12/2011)

Até os 18 anos de idade viveu em São Luís, Maranhão, onde trabalhou como escriturário. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951.

Começou sua carreira carnavalesca no Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, onde foi campeão, como assistente, em 1965, 1969 e 1971.

Após a saída dos carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues, foi promovido a carnavalesco da escola onde fez dupla com a artista plástica Maria Augusta no carnaval de 1973, com o enredo "Eneida: Amor e Fantasia".

Já como carnavalesco-solo ganhou o bi-campeonato em 1974 com "O Rei de França na Ilha da Assombração" e em 1975 com "O Segredo das Minas do Rei Salomão".


Após divergências com a diretoria salgueirense, transferiu-se para a escola de samba Beija-Flor, onde deu seu toque de genialidade com enredos ousados e luxuosos que deram à agremiação nilopolitana os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983, além de vários vice-campeonatos, entre eles os de 1986 com "O Mundo é Uma Bola" e o de 1989 com "Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia" gerando controvérsias com a igreja católica ao tentar levar ao desfile uma imagem do Cristo Redentor caracterizado como mendigo.

Também foi campeão nos Grupos de Acesso com as escolas Império da Tijuca e Acadêmicos da Rocinha, além de ter feito carnavais para escolas de São Paulo.

Após problemas de saúde transferiu-se para a escola de samba Unidos do Viradouro, onde ganhou o título do carnaval de 1997 com o impactante "Trevas! Luz! A Explosão do Universo".

Teve passagem marcante na Grande Rio com o 3º lugar inédito para a escola em 2003.

Em 11 de julho de 2006, após sofrer dois Acidente Vascular Cerebral (AVC), foi internado no Rio de Janeiro e, vinte dias depois, transferido para o Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, de onde teve alta em 19 de outubro.

Em 2006 transferiu-se definitivamente para o Distrito Federal onde foi agraciado com o título de Cidadão Honorário de Brasília e em 2010, concorreu a Deputado Distrital, mas não consegui eleger-se.

Morte

Joãozinho Trinta morreu no dia 17/12/2011 em um hospital de São Luís, capital do Maranhão, sua cidade natal, por choque séptico e infecção generalizada, e apresentava quadro de pneumonia e infecção urinária, razão pela qual estava internado há duas semanas.

Fonte: Wikipédia e UOL Notícias

Visconde de Taunay

ALFREDO MARIA ADRIANO D'ESCRAGNOLLE TAUNAY
(56 anos)
Nobre, Escritor, Músico, Artista Plástico, Professor, Compositor, Instrumentista, Engenheiro Militar, Político, Historiador e Sociólogo

* Rio de Janeiro, RJ (22/01/1843)
+ Rio de Janeiro, RJ (25/01/1899)

Foi o primeiro e único Visconde de Taunay.

Alfredo Taunay nasceu em uma família aristocrática de origem francesa no Rio de Janeiro. Seu pai, Félix Émile Taunay, era pintor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes e seu avô paterno foi o conceituado Nicolas-Antoine Taunay. Sua mãe, Gabriela Hermínia Robert d'Escragnolle Taunay, fora uma dama da alta sociedade brasileira e era irmã do Barão d'Escragnolle e filha do Conde d'Escragnolle.

Família e Educação

Após obter seu bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858, aos quinze anos de idade, Taunay estudou física e matemática no Colégio Militar do Rio de Janeiro, tornando-se bacharel em matemática e ciências naturais em 1863.

Casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do Barão de Vassouras, neta do primeiro Barão de Itambé e sobrinha-neta do Barão de Aiuruoca. Seu filho foi o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.

Guerra do Paraguai e Carreira Política

Taunay lutou na Guerra do Paraguai como engenheiro militar, de 1864 a 1870. Desta experiência surgiu seu livro "A Retirada da Laguna" (1869).

Após seu retorno ao Rio de Janeiro, Taunay lecionou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e iniciou simultaneamente sua carreira como político do Segundo Império.

Atingiu o posto de major em 1875. Foi eleito para a Câmara dos Deputados pela Província de Goiás em 1872, cargo para o qual seria reeleito três anos mais tarde.

No dia 26 de abril de 1876, foi nomeado presidente da Província de Santa Catarina. Assumiu o cargo de 7 de junho de 1876 a 2 de janeiro de 1877, quando o passou ao vice-presidente Hermínio Francisco do Espírito Santo, que presidiu a província por apenas um dia. Em 1 de janeiro de 1877, durante seu mandato como presidente, ele havia inaugurado, no Largo do Palácio, atual Praça Quinze de Novembro, o monumento aos heróis catarinenses da Guerra do Paraguai.

Inconformado com a queda do Partido Conservador, Taunay retirou-se da vida política em 1878, deixando o país para estudar, durante dois anos, na Europa.

Em 1881 é eleito deputado pela Província de Santa Catarina e, em 1885, nomeado presidente da Província do Paraná. Em Curitiba, foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque da cidade, o Passeio Público, inaugurado em 2 de maio de 1886 (véspera do dia da entrega do cargo).

Exerceu tal cargo até 3 de maio de 1886. Neste ano, torna-se senador por Santa Catarina, tendo sido escolhido de uma lista tríplice pelo Imperador em 6 de setembro de 1886, sucedendo Jesuíno Lamego da Costa.

Recebeu o título nobiliárquico de Visconde de Taunay de Dom Pedro II em 6 de setembro de 1889. Com a Proclamação da República naquele mesmo ano, Taunay deixou a política para sempre.

Carreira Literária e Artística

Crítico das influências da literatura francesa, Taunay buscava promover a arte brasileira no exterior. No dia 21 de agosto de 1883 propõe à Câmara dos Deputados a autorização de uma soma para a realização de uma sinfonia por Leopoldo Miguez em Paris, nos Concerts-Collone. Anteriormente fora responsável pela promoção de Carlos Gomes no exterior.

Taunay foi um autor prolífico, produzindo ficção, sociologia, música (compondo e tocando) e história. Na ficção, a obra Inocência é considerada pelos críticos como seu melhor livro.


Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira nº 13, que tem como patrono Francisco Otaviano.

Faleceu Diabetico no dia 25 de janeiro de 1899.

Abdias do Nascimento

ABDIAS DO NASCIMENTO
(97 anos)
Professor, Escritor, Artista Plástico, Dramaturgo, Político, Ator, Poeta, Escultor e Ativista Social

* Franca, SP (14/03/1914)
+ Rio de Janeiro, RJ (23/05/2011)

Foi um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil. Nome de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o Movimento Integralista, passando por atividade de poeta, com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul, até ativista do Movimento Negro. Ator, criou em 1944 o Teatro Experimental do Negro, e escultor.

Após a volta do exílio (1968-1978), inseriu-se na vida política e foi Deputado Federal de 1983 a 1987, e Senador de 1997 a 1999, além de colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado (1978).

Em 2006, em São Paulo, criou o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília.

É autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros", "Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros.

Foi também professor benemérito da Universidade de New York.

Foi casado quatro vezes. Sua terceira esposa foi a atriz Léa Garcia, com quem teve dois filhos, e a última a norte-americana Elizabeth Larkin, com quem teve um filho.

Morte

O ativista do Movimento Negro Abdias Nascimento morreu na noite de segunda-feira (23/05/2011). A informação foi confirmada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) na tarde desta terça-feira (24/05/2011).

Segundo Ivanir Santos, do conselho estratégico do Ceap, Abdias Nascimento, de 97 anos, estava internado no Hospital dos Servidores, no centro do Rio de Janeiro há dois meses e sofria de Diabetes.

De acordo com nota enviada pelo hospital, ele teve uma Insuficiênica Cardíaca na unidade. Ainda segundo o hospital, ele estava internado por complicações cardíacas desde o dia 15 de abril.

Filmografia


  • 2005 - Cinema de Preto
  • 1962 - Cinco Vezes Favela
  • 1962 - Terra da Perdição
  • 1959 - O Homem do Sputnik

Fonte: Wikipédia e G1

Patrícia Bins

PATRÍCIA DOREEN BINS
(79 anos)
Jornalista, Romancista, Cronista, Tradutora, Artista Plástica e Escritora

* Rio de Janeiro, RJ (29/07/1928)
+ Porto Alegre, RS (04/01/2008)

Filha da inglesa Iris Holliday e do húngaro Andor Ströh, que vêm para o Brasil para se casar, pois os pais não aprovam a união entre pessoas de nacionalidades diferentes.

Durante a infância, fala inglês dentro de casa. Em 1933, passa a estudar numa escola particular inglesa, onde aprende a dançar, a tocar piano e a pintar. No ano seguinte, a família se muda para Belo Horizonte, e Patrícia é matriculada no Colégio Americano.

Escreve seu primeiro poema, O Beijo, em 1937, um soneto que deixa sua mãe assustada por abordar um tema adulto.

Três anos depois, a família se muda para Porto Alegre, e, mais uma vez, a escritora é matriculada no Colégio Americano.

Em 1950, forma-se em artes plásticas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde conhece seu marido, então seu professor, o arquiteto Roberto Haroldo Bins, com quem teve dois filhos.

De 1968 a 1984, é responsável pelo suplemento cultural do jornal Correio do Povo. Termina sua segunda graduação, em jornalismo, em 1980. Lança, em 1982, seu primeiro livro, O Assassinato dos Pombos, organizado, ilustrado e publicado como presente de Natal por seu marido.

A partir de 1995, escreve com menos freqüência, dedicando-se ao marido doente, que morre dois anos depois (29/01/1997).

Obras

1982 - O Assassinato dos Pombos
1983 - Jogo de Fiar
1984 - Antes Que o Amor Acabe
1986 - Janela do Sonho
1989 - Pele Nua do Espelho
1991 - Theodora
1993 - Sarah e os Anjos
1995 - Caçador de Memórias
1995 - La Piel Desnuda Del Espejo
1996 - O Dia da Árvore
1997 - Pedro e Pietrina
1998 - Receitas de Criar e Cozinhar Vol. 1
1999 - Instantes do Mundo
2001 - Receitas de criar e Cozinhar Vol. 2

Faleceu devido a problemas cardíacos.

Aldemir Martins

ALDEMIR MARTINS
(83 anos)
Artista Plástico, Ilustrador, Pintor e Escultor

☼ Ingazeira, CE (08/11/1922)
┼ São Paulo, SP (05/02/2006)

Aldemir Martins foi um artista plástico brasileiro, ilustrador, pintor e escultor autodidata, de grande renome e fama no Brasil e no exterior, nascido em Ingazeira, CE, no dia 08/11/1922.

A natureza e a gente do Brasil são os temas mais freqüentes da obra do artista plástico cearense Aldemir Martins. Em seus desenhos, gravuras e quadros, vêem-se cangaceiros, galos, peixes, gatos, frutas e paisagens têm a marca registrada da brasilidade, nos traços fortes e nas cores vibrantes, em que se mesclam influências cubistas e fauvistas, resultando num estilo muito peculiar e original.

Desde menino, Aldemir dedicou-se ao desenho. No colégio militar, tornou-se monitor de desenho de sua classe e, no Exército, ao qual serviu entre 1941 e 1945, venceu um concurso das oficinas de material bélico, recebendo a curiosa patente de Cabo Pintor.

Ainda no início dos anos 1940, Aldemir Martins agitou os meios artísticos cearenses, criando com Mário Barata e Antônio Bandeira, entre outros, o Grupo Artys e a Sociedade de Artistas Plásticos (SCAP). Nessa época, fez sua primeira exposição, no 2º Salão de Pintura do Ceará e trabalhou como ilustrador em jornais de Fortaleza.


Ao dar baixa do serviço militar, em 1945, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde participou de uma coletiva do Salão Nacional de Belas Artes e começou a ganhar renome nacional. No ano seguinte, mudou-se para São Paulo e realizou sua primeira individual, na seção paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil.

A partir de 1947, estava nos principais salões de arte do país e recebeu vários prêmios.

Em 1949, fez um curso de história da arte com Pietro Maria Bardi e tornou-se monitor do Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde também estudou gravura com Poty Lazzarotto e conheceu sua segunda mulher, Cora Pabst.

Após uma viagem ao Ceará, em 1951, Aldemir Martins decidiu retornar a São Paulo num caminhão Pau-de-Arara. Com essa experiência, iniciou uma série de desenhos de temática nordestina, que caracterizaria sua carreira.


Participou também de importantes mostras competitivas como as duas primeiras Bienais de São Paulo, sendo premiadas em ambas, e na Bienal Internacional de Veneza de 1956, na qual recebeu o Prêmio Internacional de Desenho, sua consagração definitiva.

Aldemir Martins viveu em Roma entre 1960 e 1961, mas depois retornou a São Paulo, onde permaneceu até o fim da vida.

Vale a pena ressaltar que, como artista, nunca se acomodou, não recusando a inovação, nem limitando sua obra, mas surpreendendo pela constante experimentação. Trabalhou sobre suportes diversos, como caixas de charuto, telas de linho, de juta e de tecidos variados.

Muitos de seus desenhos e pinturas foram reproduzidos em produtos industrias como pratos, bandejas, xícaras e embalagens. Além disso, foram usadas na abertura da telenovela "Gabriela, Cravo e Canela", baseada na obra de Jorge Amado.

Morte

Aldemir Martins faleceu no domingo, 05/02/2006, por volta das 19h30, aos 83 anos, vítima de um infarto em sua casa no bairro do Ibirapuera, em São Paulo, SP. Ele chegou a ser levado ao Hospital São Luís, onde morreu.

O corpo de Aldemir Martins foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo desde às 2h30 da madrugada de segunda-feira, 06/02/2006. O enterro aconteceu às 16hs, no Cemitério Campo Grande, em Santo Amaro, São Paulo, SP.

Segundo seu genro, "foi uma morte quase natural, de insuficiência cardíaca. Ele estava muito velhinho já e tinha sido internado várias vezes no ano passado".