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Andréa de Mayo

ERNANI DOS SANTOS MOREIRA FILHO
(50 anos)
Empresária e Transexual

☼ São Paulo, SP (04/05/1950)
┼ São Paulo, SP (17/05/2000)

Ernani dos Santos Moreira Filho, conhecida como Andréa de Mayo, foi uma empresária do Bas-Fond paulistano e militante travesti pelos Direitos LGBT, nascida em São Paulo, SP, no dia 04/05/1950.

Andréa de Mayo foi engraxate, gari e menino de rua. Dormiu debaixo de um banco na Praça da República. Adolescente, tentou ser cantora pois tinha a voz boa, mas ser homossexual lhe emperrou a  carreira. Tentou ainda ser bailarina, mas nada. Então quis mudar. Aos 20 e poucos anos, Ernani dos Santos Moreira Filho decidiu transformar seu corpo. Nascia assim Andréa de Mayo.

Naquela época, anos 70, quanto mais litros de silicone tivesse um travesti, mais poderoso ele era e mais respeito conquistava em seu meio. E Andréa se encheu de silicone. Fez a famosa viagem a Paris e, na volta, abriu com Valdemir Tenório de Albuquerque, o Val, a boate Val Improviso, lendária casa de shows de travestis na Rua Marquês de Itu.

A Val Improviso e o Val Show, na Frederico Steidel, ajudaram a escrever a história do underground paulistano, com seus shows e sua frenética atividade, que às vezes chegava até o meio-dia. Cazuza foi um dos frequentadores e, não raro, a noite terminava com o cantor ao violão, a Val-Improviso entrou até em letra de música, ou com um prosaico churrasco.

Andréa de Mayo se tornou uma espécie de mãe de todas. Poderosa, protegia e defendia as travestis das intempéries da vida noturna. Quando abriu sua própria boate, a Prohibidu's, na Amaral Gurgel, passou a abrigar esse segmento que, muitas vezes, era discriminado até mesmo dentro da comunidade gay pois muitos clubes noturnos não deixavam entrar travestis.


Na Prohibidu’s, Andréa de Mayo misturou e aceitou todo mundo, em meio a garçons nus que fizeram o sucesso da casa e chamaram a atenção da cidade. Sem falar nos shows sempre no meio da madrugada, 4h00 - 4h30, e o povo da noite que saía de seus trabalhos ou de outros clubes para terminar na boate, já com o dia claro e o centro da cidade pulsante, avançando até 9h00 da manhã.

Tudo funcionava sob o olhar sempre vigilante e severo de Andréa de Mayo. Carismática, sentada em sua cadeira na porta, ao lado do fiel companheiro, o pequinês Al Capone, ela sabia orquestrar o local como ninguém, com seus perigos e atrativos - o fascinante apelo da mondanité. Andréa de Mayo cuidava e dava amparo. Servia de sentinela, de guardiã daquele mundo perigoso e cheio de regras veladas.

Algumas coisas pouca gente sabia da vida de Andréa de Mayo. Às vezes ela era vista sentada no banco da Praça da República, onde costumava dormir quando criança. Ficava ali sozinha, com o amigo Al Capone, pensando. Negociante de carros ajudava também instituições de caridade e favelas. Muitas doações foram feitas para a casa de travestis de Brenda Lee.

Em 1988, sua vida foi um dos temas do filme-documentário do suíço Pierre-Alain Meier, "Dores de Amor", que baseia-se em entrevistas com cinco mulheres transgêneras brasileiras: Andréa de MayoBrenda Lee, Telma Lipp, Condessa da Nostromundo e Cláudia Wonder, que falam de suas vidas, suas dores e seus amores. É uma produção em 16mm com 58 minutos de duração.

Andréa de Mayo vivia como empresária de sua casa noturna, a Prohibidu's, uma boate de estilo trash-cult no centro de São Paulo, desativada pouco após sua morte.

Andréa de Mayo e o inseparável amigo Al Capone
Militância

Militante incansável, Andréa de Mayo era freqüentemente chamada para participar de programas para debater em defesa dos direitos das Travestis e Transexuais. Um de seus embates mais emblemáticos foi no "Programa Livre" de Serginho Groisman, na época ainda do SBT, com o político paulistano Afanásio Jazadji, que assumidamente não simpatizava com as causas LGBTs e chegou a declarar que os homossexuais deviam ser afastados do convívio social, notícia que foi veiculada na Folha de S. Paulo, no dia 19/07/1985.

Na década de 90, Andréa de Mayo procurou alguns políticos garantindo seu voto e daqueles que a seguiam em troca da criação de um estatuto que garantisse os direitos cívicos a todos os integrantes da comunidade GLBT paulistana. Muito conhecida na cena artística paulistana, ela foi inclusive amiga intima de algumas personalidades.

Morte

Andréa de Mayo faleceu em São Paulo, SP, no dia 17/05/200, aos 50 anos. Faleceu em uma clínica de cirurgia plástica um dia após se submeter à retirada de silicone industrial das nádegas e de suas coxas. Morte provavelmente em virtude de embolia.

Antes da cirurgia, contudo, ela havia assinado um termo se responsabilizando pelos riscos da retirada do silicone, que eram bem altos em um procedimento dessa natureza.

Pedro de Lara foi o único famoso a comparecer ao enterro de Andréa de Mayo, que aconteceu no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Além de Pedro de Lara, cerca de 30 pessoas foram dar o último adeus à artista. Pedro de Lara estava muito emocionado e fez diversas declamações de amizade a Andréa de Mayo.

A missa de sétimo dia foi na boate que pertencia a ela, a Prohibidu's.

Na época de seu falecimento, o pai de Andréa de Mayo se negou a sepultá-la e, por isto, seu amigo Pai Walter de Logun Edé, de pronto, concessionário do referido túmulo, garantiu seu sepultamento no primeiro e histórico cemitério municipal da cidade de São Paulo, o Cemitério Consolação.

Homenagens

Em março de 2005, o estilista Walério Araújo ambientou seu desfile na capela do Hospital Humberto Primo, rendendo homenagem póstuma à antológica Andréa de Mayo.

No dia 17/11/2016, o Serviço Funerário do Município de São Paulo organizou uma cerimônia de homenagem a Andréa de Mayo. Foi fixado uma placa com o nome social no túmulo localizado, na Rua 25 LE Terreno 22, no Cemitério da Consolação. Renato Cymbalista, entusiasta da homenagem, doou a placa no túmulo.

Fonte: Wikipédia
#famososquepartiram #andreademayo

Mr. Fisk

RICHARD HUGH FISK
(96 anos)
Empresário

☼ Tunbridge, Estados Unidos (03/09/1922)
┼ São Paulo, SP (25/02/2019)

Richard Hugh Fisk ou Mr. Fisk, foi um empresário americano, naturalizado brasileiro, e presidente da Fundação Richard Hugh Fisk, nascido em Tunbridge - Vermont, Estados Unidos, no dia 03/09/2019, em uma fazenda de propriedade de seu avô Roswell Fisk. Era filho de Sarah e Herbert Fisk.

Em  1924, quando Richard Fisk tinha 2 anos de idade, eles se mudaram da propriedade de seu avô e alugaram uma casa por perto, mas continuaram trabalhando para ele.

Em  1929, seu vizinho Clarence Rogers morreu e sua viúva Myra empregou Herbert Fisk como seu factótum (Faz Tudo). A família mudou-se para compartilhar a fazenda com o proprietário.

Em julho de 1933, quando Richard Fisk tinha 11 anos, a fazenda foi incendiada e a família se mudou de volta para  Fulton, NY,  onde era possível conseguir um emprego melhor. Logo, Herbert Fisk perdeu o emprego e voltou para os braços de Vermont e Myra. Sarah, que ficou em Fulton, pediu o divórcio, que foi concedido em 24/10/1934.

Aos 12 anos, Mr. Fisk mudou-se para o Estado de New York. Graduou-se em Relações Internacionais e obteve o diploma Master Of Arts pela School Of Advanced International Studies, Johns Hopkins University, em Washington, DC.


Em 1950, Mr. Fisk pretendia apenas visitar seu irmão que trabalhava no Consulado Americano no Brasil, mas encantou-se com o país e seu povo e nunca mais voltou a morar nos Estados Unidos.

A fim de manter-se no Brasil, Mr. Fisk começou a lecionar inglês e criou seu próprio método de ensino baseado nas dificuldades específicas dos brasileiros ao aprenderem o idioma. O interesse dos estudantes brasileiros foi tão grande que Mr. Fisk sentiu a necessidade de estabelecer sua própria escola em São Paulo. A partir daí, o crescimento foi vertiginoso e, pelo sistema de franquia, as Escolas Fisk se espalharam por todo o Brasil e também países vizinhos.

Mr. Fisk dava aulas a particulares de inglês, chegando até mesmo a trabalhar como professor para algumas escolas, o que fez por poucos anos, quando finalmente decidiu criar sua própria escola, cujo material didático e método seriam inteiramente novos e originais.

Em 1951, foi o primeiro apresentador de cursos de idiomas com Escola de Inglês na TV Tupi e TV Rio. Mr. Fisk fez o papel de Mr. Pep, um professor que ensinava inglês para seus alunos, que eram na verdade atores.

Em 15 de outubro de 2003 foi homenageado Cidadão Paulistano pela Câmara Municipal de São Paulo.

Em abril de 2015, foi homenageado como 'Personalidade Privada do Franchising pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Surgem As Escolas Fisk

A primeira escola Fisk foi instituída em julho de 1958, com sua sede à Rua Francisca Miquelina, no Bairro da Bela Vista, em São Paulo.

Os planos do seu fundador visavam elaborar um método prático e completo de ensino que eliminaria de vez dificuldades mais comuns relacionadas ao aprendizado de um idioma. Criaria simultaneamente bases sólidas para que o aluno pudesse atingir o nível da conversação fluente do modo mais rápido e perfeito possível.

A pequena escola no bairro da Bela Vista, em São Paulo, cumpria sua finalidade. O método Fisk tornara-se conhecido e ganhava adeptos. Em vista disso, havia necessidade de mais escolas.

Mr. Fisk estabeleceu mais algumas filiais próprias na capital de São Paulo, mas percebeu que jamais poderia, pessoalmente, controlar todas as escolas que rapidamente se espalhavam pelos quadrantes do Brasil.

A única solução era autorizar pessoas em outros Estados a usar o nome Fisk, bem como seu método e material didático. Assim era criado o sistema de Escolas Autorizadas Fisk (Franchising), e nascia a maior rede de ensino da língua inglesa do Brasil.


Era evidente que tal empreendimento exigia uma retaguarda tanto administrativa quanto didática de grande envergadura, ou seja, um esquema de treinamento, publicidade, orientação administrativa e didática que fosse eficaz o suficiente para prover uma perfeita cobertura e assistência às necessidades de todas as escolas autorizadas, cujo número não parava de aumentar.

Assim, o Corpo Administrativo, unido ao Departamento Pedagógico, incumbiu-se de contratar e treinar um número cada vez maior de professores para as Escolas Fisk de São Paulo, dar treinamento intensivo semestrais às Escolas Autorizadas a fim de padronizar a atuação da mesma, garantindo êxito absoluta da rede e fornecer orientação geral sobre localização das escolas, sobre a publicidade envolvida em seu planejamento, relações públicas e à recepção de alunos; traçar as diretrizes que norteariam o elevado padrão de escola a que os professores deveriam ser submetidos, cedendo aos candidatos aprovados extensivo treinamento, e depois, quando já em suas atividades, uma constante supervisão para que os mesmos continuassem mantendo o excelente nível que se exige no desempenho da aula.


A empresa, apesar de ainda ser mais conhecida pelo inglês, também tem cursos de espanhol. Em 2011, a companhia iniciou uma plataforma de cursos profissionalizantes, seguindo o direcionamento de concorrentes. Ao contrário das rivais, no entanto, a companhia manteve a marca Fisk mesmo ao buscar outros segmentos.

A companhia, que pertence até hoje à Fundação que leva o nome de seu fundador, não fez parte da onda de fusões e aquisições do setor de educação, que fez redes como Yázigi e Wizard mudarem de mãos. No início da década, nomes como o empresário Carlos Wizard Martins, fundador da Wizard, chegaram a expressar interesse em comprar a marca.

Hoje, a Fisk tem mais de 800 unidades em todo o País, considerando todos os segmentos em que atua, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Segundo o ranking da associação divulgado em janeiro e referente ao ano passado, a companhia hoje seria a 20ª maior rede de franquias brasileira.

Morte

Mr. Fisk faleceu às 2h30 de segunda-feira, 25/02/2019, aos 96 anos, em São Paulo, SP. 

Fonte: Wikipédia e Estadão
#famososquepartiram #Richard Hugh Fisk #mrfisk

Mamede Paes Mendonça

MAMEDE PAES MENDONÇA
(80 anos)
Empresário

☼ Ribeirópolis, SE (05/08/1915)
┼ São Paulo, SP (21/10/1995)

Mamede Paes Mendonça foi um empresário brasileiro, nascido em Ribeirópolis, SE, no dia 05/08/1915, pioneiro no ramo de supermercados no Brasil e fundador do Paes Mendonça, uma das maiores redes varejistas do país.

Filho de Eliziário e de Maria da Conceição, membros de uma família pobre de agricultores, que sobreviviam do que plantavam e colhiam em um pequeno lote de terra, num povoado do Município de Ribeirópolis, estado de Sergipe, chamado Serra do Machado, localizado numa região sofrida pelas longas estiagens.

Ainda muito jovem, aos 15 anos de idade, Mamede descobriu o comércio, vendendo farinha na feira, em sua cidade natal. Disposto a abandonar a roça, juntou dinheiro embaixo do colchão durante seis anos.

No ano de 1936, aos 21 anos de idade, havia poupado 1500 réis, que foram empregados na compra de uma pequena padaria, no município de Ribeirópolis.

Os negócios na pequena padaria iam bem, mas Ribeirópolis era um pequeno distrito, e Mamede entendia que era preciso crescer, ir para um grande centro da região, com um comércio maior e mais desenvolvido.

Assim, quatro anos mais tarde, em 1940, abriria um armazém de secos e molhados na cidade de Itabaiana, SE.

Em Itabaiana, os negócios cresciam, e a região começava a ficar pequena, Mamede partiu, então, para a capital, Aracaju, onde, em 1947, abriu filial, também com um armazém de secos e molhados.


Desde o primeiro comércio em Ribeirópolis, Mamede viajava muito para a Bahia, uma vez que sua capital, Salvador, era o centro abastecedor da região. Lá comprava as mercadorias para revender no seu comércio.

A convivência frequente com Salvador foi se tornando muito sedutora, para Mamede, que percebeu que para crescer teria que ir para aquela cidade, o que fez, em 1951, instalando-se na Praça Marechal Deodoro, com um loja de atacado, vendendo secos e molhados. Neste momento, o grande passo tinha sido dado.

Na década de 50, quando chegou em Salvador, a cidade era abastecida pelos armazéns, a maioria deles pertencente a comerciantes espanhóis e portugueses. Havia também as feiras-livres, como Água de Meninos e a das Sete Portas, que eram as mais conhecidas e procuradas. Prevalecia na época o sistema de venda por caderneta. O consumidor comprava semanalmente, ou por mês, através de caderneta. O pagamento era feito logo, contra a entrega da mercadoria, ou quando ele recebia seu salário, no fim do mês.

Anos mais tarde, nos idos de 1959, em viagem à Argentina, para comprar alpiste - que, na época, andava em falta no Brasil - conheceu alguns supermercados. Na volta, passando por Montevidéu, Uruguai, observou outras lojas em formato semelhante. Gostou e se convenceu de que aquele era o futuro do comércio de alimentos, retornando decidido a ser o pioneiro daquela nova forma de vender, na Bahia.

Assim, em 1959, é aberta a primeira de auto-serviço, supermercado, na Bahia, uma ideia avançada a época.


No dia 02/12/1959, inaugurou um pequeno supermercado no bairro de Nazaré, em Salvador, mais precisamente à Rua Jogo do Carneiro. Nascia ali a loja 1.

Os resultados positivos da primeira loja de supermercados o animou a continuar expandindo o setor. Menos de um ano depois, em 27/08/1960, inaugurou a loja 2, no Edifício Oceania, na Barra.

Em 1961, era inaugurada a loja 3 da Rua Visconde de São Lourenço, no forte de São Pedro. Em seguida, a loja 4, na Baixa dos Sapateiros.

Quando completou 25 anos em Salvador, inaugurou a loja 25. E aí por diante, atingindo e passando em muito o sonho/meta que tinha de completar 100 lojas, chegando ao pico de 156, em 4 estados do Brasil, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

A loja 100 foi inaugurada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, tida, na época, como o maior Hipermercado do Brasil e terceiro maior do mundo.

Mamede Paes Mendonça era casado com Lindaura Andrade, com quem teve seis filhos. Era irmão de Pedro Paes Mendonça e tio de João Carlos Paes Mendonça.

Em vida, foi condecorado com diversos títulos, tais como: Comendador, conferido pelo Governo de Portugal; Diploma da Fraternidade Sacerdotal de Sergipe e Amigo da Marinha. Em 1984, Mamede Paes Mendonça recebeu ainda o título de Cidadão Baiano, pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Apesar da idade, Mamede Paes Mendonça estava à frente dos negócios. Exercia a presidência do grupo. O faturamento do grupo em 1994 foi de US$ 805 milhões. Para 1995 a previsão era de US$ 947 milhões.

Morte

Mamede Paes Mendonça faleceu no sábado, 21/10/1995, em São Paulo, SP, aos 80 anos, no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há um mês. A causa da morte foi insuficiência respiratória em decorrência de câncer. Mamede Paes Mendonça tinha quatro pontes de safena.

O sepultamento ocorreu na segunda-feira, 23/10/1995, às 11h00 no cemitério Corpo Santo, em Salvador, BA.

Fonte: WikipédiaFolha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #PaesMendonça

Castor de Andrade

CASTOR GONÇALVES DE ANDRADE E SILVA
(71 anos)
Banqueiro do Jogo do Bicho e Empresário

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/02/1926)
┼ Rio de Janeiro, RJ (11/04/1997)

Castor Gonçalves de Andrade e Silva, mais conhecido por Castor de Andrade, foi o mais famoso e poderoso bicheiro do Brasil.

Seu pai, Eusébio de Andrade, fez fortuna explorando o jogo do bicho, e Castor teve uma infância despreocupada. Estudou no tradicional Colégio Pedro II, mas era um aluno relapso, que matava aulas para nadar na praia do Flamengo. Isso não o impediu de se formar em Direito.

Castor herdou a banca de bicho de seu pai e a transformou num império. Era considerado um bicheiro romântico, que não permitia que outros negócios escusos, como o tráfico de drogas, fossem explorados juntamente ao jogo.

Membro da terceira geração de uma família ligada ao jogo do bicho, Castor de Andrade tornou-se o chefão da contravenção no Rio de Janeiro e, no auge do poder, expandiu seu império, muitas vezes a bala, chegando a bancar o jogo em outros Estados, inclusive no Nordeste. Na Bahia, a entrada dos bicheiros provocou uma guerra com os chefões locais, resultando em dezenas de mortes em Salvador.

A origem da dinastia é matriarcal: Sua avó, Dona Eurides, era bicheira no início do século XX. Seu pai, Eusébio de Andrade, o Zizinho, bancava o jogo em Bangu, bairro proletário da Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde a família se instalou num tempo em que esse tipo de aposta era quase uma brincadeira inocente, antes de se transformar numa organização criminosa sob suspeita de manipular resultados para roubar apostadores e de ter ligação com tráfico, sequestros e assassinatos, incluindo uma macabra aliança com a linha-dura nos porões da Ditadura Militar.


Nos anos 70, formada a cúpula da contravenção, com o fim das guerras entre os banqueiros do bicho do Rio de Janeiro, reinava uma aparente calma no submundo da jogatina. Em 1976, porém, um velho banqueiro da Tijuca, Euclides Ponar, o China Cabeça Branca, deu uma entrevista-bomba à imprensa, denunciando que os chefes haviam decidido fraudar os resultados, para aumentar seus lucros, evitando assim pagar apostas altas que fossem premiadas. O esquema, que mais tarde teria passado a ser feito com o auxílio de computadores, era relativamente simples: Os números mais apostados nunca seriam sorteados. A denúncia de China custou-lhe a vida, ele apareceu morto com um tiro de pistola.

Sob o comando de Castor de Andrade, a cúpula do jogo enfrentou outras crises, como a intromissão do ex-policial Mariel Mariscot, que queria entrar no negócio. Sua pretensão foi eliminada com uma rajada de balas, em 08/10/1981, no Centro do Rio de Janeiro, sendo Mariel Mariscot morto em frente a uma das fortalezas do banqueiro Raul Capitão, pai de Marcos Aurélio Corrêa de Mello, o Marquinhos, que era sócio do ex-policial. Sete anos depois, em maio de 1988, Marquinhos foi metralhado, apesar de seu pai ser membro da chefia.

Após a promulgação o AI-5 no regime militar, Castor de Andrade cumpriu pena na Ilha Grande, em 1969, por enriquecimento ilícito. Do pai, Castor de Andrade herdou ainda uma frase, com a qual pavimentou seu caminho, na relação com policiais, políticos, jornalistas e membros do Poder Judiciário: "Onde existe o homem sempre pode haver corrupção!".

A prova maior de que ele seguiu a frase à risca veio em abril de 1994, quando o Ministério Público estourou uma fortaleza de Castor de Andrade em Bangu, apreendendo disquetes de computador e livros-caixa com a contabilidade da contravenção. Estavam lá, na folha de pagamentos do bicho, policiais, juízes, jornalistas, advogados, deputados e até artistas. A maioria desmentiu o recebimento de propinas e ninguém foi condenado.

Castor de Andrade em seu dia-a-dia acompanhado de seu guarda-costas "Anjo Negro", ex-pugilista.
Anos depois, acusado de assassinatos, contrabando, formação de quadrilha e tráfico de drogas, o bicheiro foi condenado por formação de quadrilha, juntamente com os demais membros da cúpula, numa sentença da juíza Denise Frossard. Os bicheiros foram para a cadeia, mas Castor de Andrade tornou-se foragido. Castor de Andrade foi reconhecido e capturado em 26/10/1994, quando visitava o Salão do Automóvel, em São Paulo, disfarçado com um bigode postiço e uma peruca preta. Ao ser preso em outubro de 1994, após 203 dias, Castor de Andrade comentou: "Estava escrito".

Recolhido à carceragem da Polinter, fez ali uma verdadeira revolução. As celas se tornaram suítes de luxo, com ar-condicionado, lavadora de roupa, frigobar, televisão e videocassete. As festas na prisão eram constantes e movidas à champanhe e caviar. Além de comprar mordomias, o contraventor financiou a reforma das instalações e o conserto de carros de polícia. Por problemas cardíacos, obteve da Justiça o direito de cumprir sua pena em prisão domiciliar, em seu luxuoso apartamento na Avenida Atlântica. Mas saía às ruas com freqüência, sem ser incomodado.

Ídolo do subúrbio para alguns, tinha sua fachada de respeitabilidade: Castor de Andrade era bacharel em Direito, dono de uma metalúrgica, de postos de gasolina e casas comerciais. Herdou a liderança no Bangu de seu pai, Zizinho, e sempre lamentou não ter sido bom jogador. Usava no futebol os mesmos recursos que fizeram-no capo di tutti capi: Comprava.

O Rei de Bangu era um benfeitor da comunidade: Ajudava com distribuição de leite, serviços médicos, auxílio-funeral e aos paraplégicos.

Futebol e Carnaval

Castor de Andrade foi presidente de honra e grande financiador do Bangu Atlético Clube, sendo o grande responsável pela conquista do título de campeão carioca de futebol de 1966, quando seu pai, Euzébio Gonçalves de Andrade e Silva presidia o clube, e pelo vice-campeonato brasileiro de 1985, quando perdeu o campeonato para o Coritiba, que foi o campeão brasileiro após histórica decisão por pênaltis no Maracanã.

Castor de Andrade foi também patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba à qual ajudou a conquistar os títulos dos carnavais de 1979, 1985, 1990, 1991 e 1996. Mas sua participação no Carnaval não se limitava a esta escola de samba. Durante décadas colocou dinheiro na organização dos desfiles, numa época em que os demais contraventores não ousavam aparecer.

Deve-se ainda a Castor de Andrade a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que surgiu de uma dissidência da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro.

Sob a liderança de Castor de Andrade e de Capitão Guimarães, dez escolas de samba, financiadas por bicheiros, que eram minoria e sempre derrotadas nas deliberações da Associação, criaram a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA), que passou a dominar o Carnaval carioca.

Morte

Castor de Andrade faleceu no dia 11/04/1997, aos 71 anos, vítima de um ataque cardíaco. Ele cumpria prisão domiciliar, mas quando passou mal estava na casa de uma amiga, no Leblon, jogando cartas. Castor de Andrade foi levado para o Prontocor, na Lagoa, mas chegou morto. Ele sofria de miocardiopatia dilatada, conhecida como coração de boi, e já havia tido cinco edemas pulmonares.

Presidente de honra da Mocidade Independente de Padre Miguel e patrono do Bangu Atlético Clube, Castor de Andrade foi velado na quadra da Escola de Samba e enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. No sepultamento, o vereador Agnaldo Timóteo (PPB) cantou a "Ave Maria" diante do corpo e houve toques de surdo, fogos de artifício e pétalas de rosa.

No carnaval de 1998, público e foliões presentes ao sambódromo fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem.

O contraventor deixou quatro filhos: Paulo Roberto, então com 46 anos, e Carmem Lúcia, de 31, do casamento com Wilma Andrade, além de Ricardo, de 12 anos, e Camila, de 5, de sua união com Ana Cristina Bastos Moreira, com quem estava vivendo desde que obtivera na Justiça a prisão domiciliar, meses antes.


A morte de Castor de Andrade deflagrou uma guerra na família, que acabaria tendo consequências na estrutura do jogo do bicho como um todo. Nesse novo cenário, as disputas na família Andrade ganharam corpo. Ainda em vida, Castor de Andrade teria escolhido o sobrinho Rogério para comandar o jogo do bicho na Zona Oeste do Rio de Janeiro e em outras áreas do Estado. Inconformado com a decisão, seu filho Paulo Roberto, o Paulinho, começou uma guerra contra Rogério pelo controle da contravenção na região.

Em 1998, Paulinho e um segurança foram assassinados na Barra da Tijuca. Com a morte de Paulo Roberto, seu cunhado, Fernando Iggnácio Miranda, assumiu o lugar na disputa.

De acordo com investigações da polícia, a partir da metade dos anos 1990, Fernando Iggnácio controlaria a Adult Fifty, empresa que explorava caça-níqueis em toda a Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Em 1998, Rogério teria fundado a Oeste Rio. Com a queda nos lucros do jogo do bicho, a cobiça pelo mercado de caça-níqueis aumentou e os dois entraram em guerra em 2001. No mesmo ano, a polícia deu início a uma operação para apreender caça-níqueis no Estado. Os inimigos passaram a atacar as máquinas um do outro. Dos ataques passaram a assassinatos.

Segundo a polícia, o conflito provocou pelo menos 50 mortes. O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001. Em abril de 2010, outro golpe: O filho de Rogério, de 17 anos, morreu num atentado na Barra. Em vez do pai, era o rapaz que dirigia o carro quando uma bomba explodiu.

Fonte: WikipédiaAcervo O Globo
#FamososQuePartiram #CastordeAndrade

Ruth Escobar

MARIA RUTH DOS SANTOS ESCOBAR
(82 anos)
Atriz, Produtora Cultural e Empresária

☼ Porto, Portugal (31/03/1935)
┼ São Paulo, SP (05/10/2017)

Maria Ruth dos Santos Escobar foi uma atriz e produtora cultural luso-brasileira, nascida na cidade do Porto, norte de Portugal, no dia 31/03/1935.

Tornou-se uma atriz de destaque e uma das mais importantes produtoras culturais do Brasil e destacada personalidade do teatro brasileiro, empreendedora de muitos projetos culturais especialmente comprometidos com a vanguarda artística.

Nascida numa família pobre, aos 16 anos, em 1951, emigrou com sua mãe, Marília do Carmo, para o Brasil. Casou-se com o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar, e juntos, em 1958, partiram para a França, onde Ruth fez cursos de interpretação. Ao retornar ao Brasil, montou companhia própria, a Novo Teatro, em parceria com o diretor Alberto D'Aversa.

Protagonizou "Antígone América", texto de seu marido, em 1962, após algumas experiências de palco, como "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt Brecht, em 1960, e "Males da Juventude", de Ferdinand Bruckner, em 1961, ambas dirigidas por Alberto D'Aversa.

No mesmo ano que estreia "Antígone América", seu casamento com Carlos Henrique Escobar se desfaz. Ao mesmo tempo começa a reunir recursos para financiamento do seu teatro.

Em 1964, decide fazer teatro popular e adapta um ônibus, transformando-o em palco, para levar espetáculos à periferia de São Paulo, iniciativa que recebeu o nome de Teatro Popular Nacional. Por essa nova experiência teatral passaram Antônio Abujamra, que dirigiu "A Pena e a Lei", de Ariano Suassuna e Silnei Siqueira, que encenou "As Desgraças de uma Criança", de Martins Pena, entre outros. As atividades do Teatro Popular Nacional se encerraram em 1965.

Inauguração do Teatro Ruth Escobar

Ainda em 1964, Ruth Escobar inaugurou seu próprio teatro, que recebeu o seu nome, situado no bairro da Bela Vista, na cidade de São Paulo.

Separou-se do primeiro marido e casou-se com o arquiteto Wladimir Pereira Cardoso, que se tornou cenógrafo das produções da companhia. Entre outras, são encenadas em seu teatro a "A Ópera dos Três Vinténs", de Bertolt Brecht e Kurt Weill, com direção de José Renato, em 1964, "O Casamento do Sr. Mississipi", de Dürrenmatt, dirigida por Jô Soares, em 1965, "As Fúrias de Rafael Alberti", outra encenação de Antônio Abujamra, em 1966, "O Versátil Mr. Sloane", de Joe Orton, sob a direção de Antônio Ghigonetto, em 1967, e "Lisístrata", de Aristófanes, encenação de Maurice Vaneau, em 1968.

Em 1968, com a vinda para o Brasil do diretor argentino Victor García, convidado para a montagem de "Cemitério de Automóveis", adaptação do próprio Victor García para a obra de Fernando Arrabal, uma antiga garagem na rua Treze de Maio foi totalmente remodelada. A encenação destacou Ruth Escobar como atriz e produtora.

Seu prestígio aumentou, em 1969, com a produção de "O Balcão", de Jean Genet, encenada por Victor Garcia, cenografada por Wladimir Pereira Cardoso. A produção arrebatou todos os prêmios importantes do ano, e Ruth Escobar foi agraciada com o Troféu Roquette Pinto para a personalidade do ano.

Polêmicas sempre cercaram a atriz e produtora. Uma delas ocorreu em 1972, quando produziu "Missa Leiga", de Chico de Assis, direção de Ademar Guerra, e foi proibida de utilizar a Igreja da Consolação como palco e foi montada numa fábrica.

Nos anos subsequentes, Ruth Escobar ficou à frente do Centro Latino-Americano de Criatividade, projeto abortado por falta de recursos, e centralizou no seu teatro importantes manifestações contra o Regime Militar, inclusive a fundação do Comitê da Anistia Internacional.

Ruth Escobar, 1982
Festival Internacional de Teatro

Com o I Festival Internacional de Teatro, em 1974, Ruth Escobar passou a apresentar periodicamente em São Paulo o melhor da produção cênica mundial. A cidade pôde conhecer, entre outros, o trabalho de Bob Wilson, "Time And Life Of Joseph Stalin", que a censura obrigou a mudar para "Time And Life Of David Clark", a premiada montagem de "Yerma", por Victor García, com Nuria Espert, além dos encenadores Andrei Serban e Jerzy Grotowski.

Em 1974, centralizou a produção para circuito internacional de "Autos Sacramentales", outra encenação de Victor García baseada em "Calderón de La Barca". Depois de estrear em Shiraz, no Irã, a realização teve êxito na Bienal de Veneza, em Londres e em Portugal.

Em 1976, outro projeto de fôlego, a Feira Brasileira de Opinião, reuniu textos dos mais destacados dramaturgos da época, mas foi interditado pela Censura, o que obrigou Ruth Escobar a arcar com os prejuízos da montagem em andamento.

No II Festival Internacional de Teatro, de 1976, chegaram ao país o grupo catalão Els Joglars, com "Allias Serralonga", os City Players, do Irã, com uma inusitada montagem de "Calígula", de Albert Camus, a companhia Hamada Zenya Gekijo, do Japão, o grupo G. Belli, da Itália, com "Pranzo di Famiglia", dirigida por Tinto Brass, entre outros.

Ruth Escobar, 2001
Volta à Cena e Outras Produções

Em 1977, Ruth Escobar resolveu voltar à cena. Para interpretar a exasperada Ilídia de "A Torre de Babel", trouxe a São Paulo o autor Fernando Arrabal para dirigi-la.

Produziu "A Revista do Henfil", de Henfil e Oswaldo Mendes, sob a direção de Ademar Guerra, em 1978.

Em 1979, voltou à cena em "Caixa de Cimento", encenação do argentino Juan Uviedo. Ainda em 1979, produziu "Fábrica de Chocolate", texto de Mário Prata que aborda a tortura.

Entre as grandes atrações do III Festival Internacional de Teatro, em 1981, estavam o grupo norte-americano Mabu Mines, o belga Plan K, o La Cuadra, de Sevilha, além do uruguaio Galpón e do português A. Comuna.

Política e Últimos Festivais

Nos anos 1980, Ruth Escobar afastou-se parcialmente do teatro. Eleita deputada estadual para duas legislaturas, dedicou-se a projetos comunitários.

Em 1994, voltou aos festivais internacionais, então mais discretos, porém ampliando sua abrangência ao trazer grupos de teatro, de dança, de formas animadas ou aqueles que uniam todas essas linguagens, como o Aboriginal Islander Dance Theatre, o Bread And Puppet, o Cricot 2, os Dervixes Dançantes.

A quinta edição, de 1995, acentuou a forte tendência à diversificação ao trazer para o país a dança de Carlota Ikeda e o grupo japonês Dumb Type, o russo Lev Dodine com "Gaudeamus", Michell Picolli, entre outros.

Em 1996, Philippe Decouflé, o grupo Dong Gong Xi Gong, de Taiwan, e Josef Nadj foram os destaques da 6ª edição.

Em 1987, Ruth Escobar lançou "Maria Ruth - Uma Autobiografia", contando parte da sua trajetória, na qual a produção cultural se mescla, de modo indissolúvel, à sua atuação social, voltada sobretudo para o inconformismo com as regras estabelecidas.

Em 1990, retornou aos palcos, numa encenação de Gabriel Villela"Relações Perigosas", de Heiner Müller.

Entre 1994 e 1997, voltou a produzir festivais internacionais, com o nome Festival Internacional de Artes Cênicas.

Em 1998 recebeu, do governo francês, a condecoração da Legião de Honra.

Em 2001, criou uma versão de "Os Lusíadas", de Camões, seu último trabalho nos palcos, como produtora.

Alzheimer e Patrimônio

Em 2000, Ruth Escobar foi diagnosticada com a Doença de Alzheimer, que, ao longo dos anos, se intensificou e atingiu nível avançado, comprometendo sua memória e toda sua atividade profissional.

Em 2006, sua filha Patrícia Escobar conseguiu interditar na justiça o patrimônio de Ruth, que passou a ser gerido por um escritório de advocacia.

Em 2011, Inês Cardoso, outra de suas filhas, fez uma carta aberta como pedido de ajuda ao expor o fato da mãe não ter plano de saúde e estar em situação de abandono médico. A filha ainda denunciou que o escritório não estaria cuidando devidamente do patrimônio, que inclui algumas casas e também o acervo pessoal da artista, com documentos históricos do moderno teatro brasileiro. Nelson Aguiar, outro filho de Ruth Escobar, culpa a irmã Patrícia pela escolha da interdição que ocasionou a má administração do legado.

Morte

Ruth Escobar faleceu na tarde de quinta-feira, 05/10/2017, aos 82 anos, informou a Associação de Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (APETESP), organização que é proprietária do Teatro Ruth Escobar. Ela faleceu entre 13h30 e 14h00, no Hospital 9 de Julho, na Bela Vista.

Ruth sofria de Alzheimer e estava internada havia um mês no Hospital Nove de Julho. Ela deixa quatro filhos, um quinto já morreu.

O velório começou a ser realizado na tarde de quinta-feira, 05/10/2017, no próprio teatro. O local do enterro não foi confirmado, mas deve começar às 11h00 de sexta-feira, 06/10/2017.

Ruth Escobar, 2001
Trabalhos

Como Intérprete
  • 1959 - Festival Branco e Preto (Também Diretora)
  • 1960 - Mãe Coragem
  • 1961 - Os Males da Juventude
  • 1962 - Antígone América
  • 1964 - A Ópera dos Três Vinténs
  • 1964 - A Farsa do Mestre Patelin
  • 1964 - As Desgraças de Uma Criança
  • 1965 - Soraia Posto 2
  • 1965 - Histórias do Brasil
  • 1965 - O Casamento do Senhor Mississipi
  • 1966 - As Fúrias
  • 1966 - Os Trinta Milhões do Americano
  • 1967 - O Estranho Casal
  • 1967 - O Versátil Mr. Sloane
  • 1968 - Roda Viva
  • 1968 - Cemitério de Automóveis
  • 1968 - Lisístrata
  • 1968 - Os Sete Gatinhos
  • 1969 - O Balcão
  • 1969 - Romeu e Julieta
  • 1969 - Os Monstros
  • 1971 - Os Dois Cavaleiros de Verona
  • 1972 - A Massagem
  • 1974 - Capoeiras da Bahia
  • 1974 - I Festival Internacional de Teatro
  • 1976 - II Festival Internacional de Teatro
  • 1977 - Torre de Babel
  • 1978 - Revista do Henfil
  • 1979 - Fábrica de Chocolate
  • 1979 - Caixa de Cimento
  • 1981 - III Festival Internacional de Teatro
  • 1982 - Irmã Maria Ignácio Explica Tudo
  • 1989 - Relações Perigosas
  • 1994 - IV Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1995 - V Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1996 - VI Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1997 - VII Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1999 - VIII Festival Internacional de Artes Cênicas

Como Produtora
  • 1959 - Festival Branco e Preto
  • 1960 - Antígone América
  • 1964 - A Pena e a Lei
  • 1964 - A Ópera dos Três Vinténs
  • 1964 - As Desgraças de Uma Criança
  • 1966 - As Fúrias
  • 1967 - O Estranho Casal
  • 1967 - O Versátil Mr. Sloane
  • 1968 - Cemitério de Automóveis
  • 1968 - Os Sete Gatinhos
  • 1968 - Roda Viva
  • 1969 - O Balcão
  • 1969 - Romeu e Julieta
  • 1969 - Os Monstros
  • 1970 - Cemitério de Automóveis
  • 1972 - Missa Leiga
  • 1972 - A Massagem
  • 1972 - A Viagem
  • 1973 - Missa Leiga
  • 1974 - Autos Sacramentais
  • 1974 - Capoeiras da Bahia
  • 1974 - I Festival Internacional de Teatro
  • 1976 - II Festival Internacional de Teatro
  • 1978 - Revista do Henfil
  • 1979 - Fábrica de Chocolate
  • 1979 - Caixa de Cimento
  • 1981 - III Festival Internacional de Teatro
  • 1982 - Irmã Maria Ignácio Explica Tudo
  • 1989 - Relações Perigosas
  • 1994 - IV Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1995 - V Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1996 - VI Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1997 - VII Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 1999 - VIII Festival Internacional de Artes Cênicas
  • 2001 - Os Lusíadas

Fonte: Wikipédia e Veja
#FamososQuePartiram #RuthEscobar

Lúcia Garófalo

LÚCIA GAROFALO
(72 anos)
Jornalista, Radialista e Empresária

☼ São Jose do Rio Preto, SP (10/02/1945)
┼ Brasília, DF (23/09/2017)

Lúcia Garófalo foi uma jornalista e empresária brasileira nascida em São José do Rio Peto, SP, no dia 10/02/1945.

Menina do interior, nascida na cidade de São Jose do Rio Preto, SP, logo cedo despertou o interesse pela Educação. Apaixonada pelo dom de educar, formou-se em Pedagogia e em São Paulo trabalhou por anos com muita paixão.

Interessada na carreira diplomática, já em Brasília, cursou a Faculdade de Direito na Universidade de Brasília (UNB), onde tornou-se Bacharel e onde exerceu pouco a profissão, porém conheceu grandes professores e amigos.

Por influências e a atração na área da Comunicação Social, se formou também em Jornalismo na Universidade de Brasília (UNB). Foi uma das fundadoras do PRODASEN por acreditar no poder revolucionário da informática, que conforme dizia o Ministro Pereira Lira, seu amigo e professor, achavam que a informática na jurisprudência iria comandar o mundo.


Ganhadora de várias medalhas de Honra ao Mérito e diplomas pela sua fidelidade e perseverança à cultura Brasiliense, fundou em 1980, juntamente com seu esposo o jornalista Mário Garófalo, a Brasília Super Rádio FM.

Acompanhou todos os passos da empresa deste a licitação à concessão da emissora, a instalação dos equipamentos, a emoção da entrada no ar, a entusiástica reação dos primeiros ouvintes, sendo a única emissora do mundo, com exceção da Rádio Vaticano, a ter sido inaugurada por um Papa, João Paulo II, quando esteve em Brasília, no dia 30/06/1980.

Após o falecimento, em 27/09/2004, do saudoso Mário Garófalo, com quem viveu por 28 anos, Lúcia Garófalo manteve a atividade profissional como apresentadora, diretora, locutora e produtora da Brasília Super Rádio FM, incluindo o tradicional programa "Um Piano Ao Cair Da Noite". Entre os ouvintes, a radialista era famosa pelo bordão "A diferença é a música!".

Lúcia Garófalo surpreendeu a todos que achavam que a emissora iria desaparecer após a partida do seu criador Mário Garófalo.

Morte

Lúcia Garófalo faleceu na noite de sábado, 23/09/2017, aos 72 anos. Segundo familiares, Lúcia Garófalo lutava contra um câncer diagnosticado há dois anos. O comunicado foi transmitido em tom emocionado pela rádio na qual ela trabalhou por 37 anos, em nome da equipe e da família.
"Esta voz que, diariamente ao longo de 37 anos, embalou e despertou o sono da capital do Brasil, emudeceu-se. Os familiares e a equipe da Brasília Super Rádio FM, a emissora da música diferente, pesarosamente, comunicam ao nosso estimado público ouvinte e parceiros o falecimento de Lúcia Garófalo, ocorrido na noite deste sábado de primavera!"
O velório ocorreu na segunda-feira, 25/09/2017, a partir das 8h00, no cemitério Campo da Esperança, na capela 7, em Brasília, DF, e o sepultamento às 11h30.

Aparício Basílio

APARÍCIO ANTÔNIO BASÍLIO DA SILVA
(56 anos)
Empresário, Escultor e Estilista

☼ Itajaí, SC (Novembro de 1936)
┼ São Paulo, SP (19/10/1992)

Aparício Antonio Basílio da Silva foi um empresário brasileiro nascido em Itajaí, SC, em novembro de 1936.

Aparício Basílio veio com a família para São Paulo ainda criança, de Itajaí, SC. Nos anos 50, estudou pintura, mas desistiu da carreira quando viu artistas como Di Cavalcanti e Aldemir Martins passando dificuldades financeiras.

Mais tarde, cercou-se de obras de arte, colecionando telas de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Carlos Prado e outros. Tornou-se comerciante, industrial e, em 1981, inaugurou uma exposição de 23 esculturas e 78 múltiplos (esculturas reproduzidas mais de uma vez) numa galeria de New York.

Escultor, estilista, ex-presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo e empresário de sucesso, tendo sido responsável pela criação da linha de perfumes Rastro, a segunda perfumaria nacional, logo depois da Phebo. Aparício Basílio era frequentador assíduo da alta sociedade paulista, sua vaidade se refletia na vestimenta, possuindo mais de 200 camisas, 240 pares de meia e 60 pares de sapato. Era capaz de reunir em poucos minutos um dos grupos mais animados da cidade para uma festa e contar histórias que deixavam indiferentemente bem ou mal as mais conhecidas figuras do país.


Em 1978, ele fez uma incursão no campo teatral, tornando-se produtor da peça "Chuva", de Somerset Maugham, protagonizada por Consuelo Leandro, Sergio Mambert e Raul Cortez, no Teatro Anchieta, em São Paulo. Ouviu críticas da classe teatral que o recebeu como um intruso no meio.

Sua perfumaria nasceu no fundo de um quintal de uma loja de presentes com o mesmo nome, Rastro, na Rua Augusta, em 1956, que veio a ser a primeira butique da cidade. Ali, em sociedade com uma amiga, ele começou vendendo praticamente tudo na área de roupas e adereços, e acabou desenhando moda para as clientes.

Em 1960, com o irmão João Carlos, químico, começou a fazer a colônia Rastro. O sucesso foi imediato. Depois de algum tempo, a colônia, num conjunto que também compunha sabonete e desodorante, tornou-se um negócio mais importante do que a loja que lhe dera origem, colocando-se bem num mercado altamente competitivo.

Em 1978, quando vigorava o autoritarismo, uma campanha publicitária lançada para promover o perfume Rastro, aconselhava sugestivamente para todos os contatos irresistíveis de primeiro, segundo, terceiro ou qualquer grau. Emoldurando a peça, três fotografias eram apresentadas: a de um elegante casal, a de uma cena de carícia entre duas mulheres e a de um jovem e um homem de meia-idade posando juntos.


Um dos mais bem sucedidos Self Made Man do país, Aparício Basílio comercializava também louças sob a marca Faiança, tecidos sob a marca Trama, bijuterias finas com pedras brasileiras e sachês, tudo encomendado a terceiros.

Escreveu também um livro em inglês "A Romantic Is Born" e outro em francês "Moi Tout Nu Ou Presque Nu". Em 1989 escreveu o livro de crônicas "Escritos Visantes".

Muito antes das celebridades tomarem conta das badalações, das revistas especializadas e dos programas de TV, Aparício Basílio já se comportava como uma celebridade. Ia a tantos eventos da noite paulistana que tinha até um lema: "O segredo é surgir, sorrir e sumir!".

Ele reinou por mais de três décadas, do início dos anos 1960 até 1992, quando teve uma morte trágica, aos 56 anos em 19/10/1992.

Morte

Aparício Basílio foi brutalmente assassinado com 97 perfurações, a maioria no peito, rosto e pescoço, provocadas por uma tesoura, no dia 19/10/1992, aos 56 anos, no bairro de Riacho Grande, em São Bernardo do Campo, SP, região do ABCD.

Na noite fatídica, Aparício Basílio, havia conhecido um rapaz chamado Arlindo na boate Rave Dinner Club, na Rua Bela Cintra, uma das únicas boates gays da cidade naquela época, sem imaginar que ele era um criminoso à espreita de uma vítima. Na saída, esse bandido e um casal de comparsas entraram com Aparício Basílio em seu Fiat Tempra. Eles mataram o empresário e roubaram o seu carro. O corpo foi encontrado em uma vala à beira de uma represa.

Segundo a polícia, é provável que a vítima tenha reagido à tentativa de roubo, como mostrou uma reportagem da revista na época. Os assaltantes foram condenados por latrocínio. Cada um deles ficou 11 anos na cadeia.

A Condenação dos Assassinos

Os assassinos do empresário Aparício Antonio Basílio da Silva foram condenados no dia 23/05/1994 a penas que variaram de 27 a 29 anos e meio de reclusão em regime fechado.

A sentença foi dada pela juíza Sandra Regina Nostre Marques, da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Os assassinos foram Arlindo Cajazeira de Carvalho, 21 anos, Alexandre Santamaria Mendes, 22 anos, e Kátia Valéria Moretto Mello, 23 anos.

Arlindo Cajazeira de Carvalho foi condenado a 29 anos e seis meses de reclusão e seus cúmplices a 27 anos.

A juíza baseou-se na Lei dos Crimes Hediondos, que torna mais grave as penas e retira benefícios para quem comete os seguintes delitos: tráfico de drogas, estupro, atentando violento ao pudor, sequestro e latrocínio (roubo seguido de morte).

Na sentença, a juíza negou a possibilidade de os condenados apelarem em liberdade.

Com base na lei, as penas deverão ser cumpridas em presídio (regime fechado). Os condenados não poderão gozar de benefícios como liberdade condicional ou prisão agrícola.

Fonte: Wikipédia e Grisalhos  e Folha de S.Paulo
#FamososQuePartiram #AparicioBasilio