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Pietro Bardi

PIETRO MARIA BARDI
(99 anos)
Jornalista, Ensaísta, Galerista, Marchand, Historiador, Crítico, Colecionador, Expositor e Negociador de Obras de Arte

☼ La Spezia, Itália (21/02/1900)
┼ São Paulo, SP (10/10/1999)

Pietro Maria Bardi foi um jornalista, historiador, crítico, colecionador, expositor e negociador de obras de arte. Pietro Maria Bardi ou simplesmente P.M. Bardi foi, junto com Assis Chateaubriand, o responsável pela criação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), sendo seu diretor por 45 dedicados anos consecutivos.

Filho de Pasquale Bardi e Elisa Viggioni, Pietro era o segundo de quatro irmãos. Diziam que era de poucos amigos e que sua vida escolar foi bastante atribulada. O próprio Pietro Bardi declarou, em inúmeras entrevistas, ter sido reprovado quatro vezes na terceira série do ensino fundamental.

Abandonou a escola ainda novo, desanimado pelo insucesso, e atribuía sua inteligência a um acidente doméstico, após uma queda em que feriu a cabeça, onde a partir daí tomou gosto pela leitura. Lia absolutamente tudo que podia durante sua adolescência, hábito que o acompanhou por toda a vida.

Pietro Bardi ao lado da estátua de Assis Chateaubriand
Jornalismo

Ainda rapaz, Pietro Bardi trabalhou como operário assistente no Arsenale Marittimo e, em seguida, tornou-se aprendiz em um escritório de advocacia. Em 1917 foi convocado para integrar o Exército italiano e partiu de La Spezia para não mais retornar.

É nessa fase que ele iniciou de fato sua carreira jornalística, antes já esboçada em alguns artigos e colaborações a jornais como Gazzetta di Genova e o Indipendente e com a publicação, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo.

Instalado em Bérgamo desde a baixa na carreira militar, Pietro Bardi encontrou trabalho no Giornale di Bergamo. Mais tarde, integrou a equipe do Popolo di Bergamo, Secolo, Corriere della Sera, Quadrante, Stile e muitos outros.

Escrever foi sua principal atividade profissional até a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polêmico e a crítica baseada no conhecimento profundo e na vivência cotidiana da arte, da política e principalmente da arquitetura.

Arte

Em 1924, Pietro Bardi transferiu-se para Milão e casou-se com Gemma Tortarolo, com quem teve duas filhas, Elisa e Fiorella. Foi em Milão que ele começou uma aventura como marchand e crítico de arte, com a aquisição da Galleria dell'Esame.

Em 1929 tornou-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e mudou-se para a capital.

Trazendo uma exposição a Buenos Aires, passou pelo Brasil pela primeira vez em 1933. Foi nessa ocasião que viu a Avenida Paulista, futuro endereço do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Após a Segunda Guerra Mundial, Pietro Bardi conheceu a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalhavam. Ele divorciou-se e casou-se com Lina Bo em 1946. No mesmo ano, atiraram-se à aventura da vinda para o Brasil, país com a perspectiva de prosperidade e cenário de uma arquitetura talentosa e promissora, situação oposta à da Europa, que amargava a reconstrução nos anos pós-guerra.

O casal alugou o porão de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay. Partiram de Gênova trazendo uma significativa coleção de obras de arte e peças de artesanato que seriam organizadas numa série de mostras. Transportaram também a enorme biblioteca do marchand. Chegaram ao Rio de Janeiro em 17/10/1946.

Lina Bo e Pietro Bardi
Com as obras trazidas da Itália, Pietro Bardi organizou a Exposição de Pintura Italiana Moderna, em cujos salões conheceu o empresário Assis Chateaubriand, que o convidou para montarem juntos um museu há muito tempo idealizado.

De 1947 a 1996 Pietro Bardi criou e comandou o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Paralelamente, manteve sua atividade de ensaísta, crítico, historiador, pesquisador, galerista e marchand.

Publicou, em 1992, seu 50º e último livro, "História do MASP".

Em 1996, já adoecido, afastou-se do comando do museu.

Fundou, ao lado de Massimo Bontempelli, a revista Quadrante, importante periódico no qual diversos arquitetos modernos italianos, como Giuseppe Terragni, puderam publicar suas obras.

Abatido e com sua saúde debilitada desde a morte de Lina Bo, em março de 1992, morreu em 10/10/1999, tendo cumprido quase um século de vida a provar sua definição de si próprio, em resposta ao parceiro Assis Chateaubriand"Sim, sou um aventureiro".

Fonte: Wikipédia

Geir Campos

GEIR NUFFER CAMPOS
(75 anos)
Poeta, Escritor, Contista, Radialista, Jornalista, Tradutor e Professor

☼ São José do Calçado, ES (28/02/1924)
┼ Niterói, RJ (08/05/1999)

Geir Nuffer Campos foi um poeta, escritor, jornalista e tradutor brasileiro. Filho de Getúlio Campos, dentista, e Nair Nuffer, professora.

Viveu parte da sua infância em Campos dos Goytacazes, RJ, e parte no Rio de Janeiro. A partir de 1941, passou a residir em Niterói, RJ.

Foi aluno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e do Colégio Plínio Leite, em Niterói.

Em 1951, casou-se com Alcinda Lima Souto, que passou a chamar-se Alcinda Campos. Deste casamento vieram seus dois filhos: Carlos Augusto Campos e Mauro Campos.

Piloto, tripulou navios mercantes do Lloyd Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Advindo daí a sua condição de civil ex-combatente.

Poeta, estreou em 1950 com "Rosa dos Rumos", após ter publicado em jornais e revistas, especialmente no Diário Carioca, vários poemas, contos e traduções.

Editor, fundou em 1951, com Thiago de Mello, as Edições Hipocampo, que chegaram a publicar vinte volumes de poesia e prosa, dos autores mais representativos da literatura brasileira e também de alguns estreantes como Paulo Mendes Campos e outros. Nessa coleção apareceu, em janeiro de 1952, "Arquipélago", o seu segundo livro de versos.


Como professor ginasial, atual ensino fundamental, lecionou no Colégio Plínio Leite, onde antes estudara, e no Colégio Figueiredo Costa, ambos em Niterói. Como professor universitário, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde em 1980 fez-se Mestre em Comunicação, com um trabalho, publicado, sobre "Tradução e Ruído na Comunicação Teatral", e em 1985 defendeu tese de doutoramento sobre "O Ato Criador na Tradução".

Como tradutor, começou a publicar em 1953, uma coletânea de poemas de Rainer Maria Rilke.

Como contista, lançou em 1960 a primeira edição de "O Vestíbulo".

Como radialista, em agosto de 1954 começou a produzir e apresentar, na Rádio Ministério de Educação, um programa semanal de meia hora, "Poesia Viva". Para essa mesma emissora produziu, durante muitos anos, diversos programas literários.

Como jornalista, colaborou e assinou colunas em diversos jornais, entre eles o Diário de Notícias e o Diário Carioca.

É o autor da letra do Hino de Brasília, cuja música é de autoria da professora Neusa Pinho França Almeida.

Foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, da qual foi presidente, lutando pela conscientização dos que traduzem profissionalmente no Brasil e pela regulamentação desta profissão.

Traduziu várias obras de Rilke, Brecht, Goethe, Shakespeare, Sófocles, Whitman e outros, sendo merecedor de um ensaio da professora Maria Thereza Coelho Ceotto da Universidade Federal do Espírito Santo.

Destacou-se enquanto ativista cultural de grande influência e presença na literatura brasileira, tornando-se o grande representante capixaba da "Geração de 45".

Foi um dos poucos poetas brasileiros a comporem uma coroa de sonetos.

Obras

Poesia
  • 1950 - Rosa dos Rumos
  • 1952 - Arquipélago
  • 1953 - Coroa de Sonetos
  • 1956 - Da Profissão do Poeta
  • 1957 - Canto Claro e Poemas Anteriores
  • 1959 - Operário do Canto
  • 1960 - Canto Provisório
  • 1964 - Cantigas de Acordar Mulher
  • 1968 - Canto ao Homem da ONU
  • 1969 - A Meus Filhos
  • 1970 - Metanáutica
  • 1977 - Canto de Peixe e Outros Cantos
  • 1982 - Cantos do Rio (Roteiro lírico do Rio de Janeiro)
  • 1983 - Cantar de Amigo ao Outro Homem da Mulher Amada

Contos
  • 1979 - O Vestíbulo
  • 1982 - Conto & Vírgula

Teatro
  • 1959 - O Sonho de Calabar
  • 1967 - Édipo-Rei, de Sófocles
  • 1970 - Macbeth, de William Shakespeare
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1972 - Castro Alves ou O Canto da Esperança
  • 1972 - As Sementes da Independência
  • 1976 - Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Diz-que-sim & Diz-que-não, de Bertolt Brecht
  • 1977 - O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Na Selva das Cidades, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht
  • 1978 - Luz nas Trevas, de Bertolt Brecht
  • 1978 - O Julgamento de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1978 - A Condenação de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)

Peças Não Publicadas, Mas Registradas na Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais (Levantamento Parcial)
  • 1967 - De Bocage a Nelson Rodrigues, (Com Nelson Rodrigues e Jaime Barcelos)
  • 1969 - Aquele Que Diz Sim e Aquele Que Diz Não, de Bertolt Brecht
  • 1974 - O Quarto Vazio
  • 1974 - Nós
  • 1974 - Arruda Para Você Também
  • 1974 - O Refugiado e os Sentados, de Miguel Hernandez
  • 1974 - A Estranha História do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe
  • 1974 - Amar / Luar, de Jack Larson
  • 1983 - Esse Bocage

Teatro Infantil
  • 1959 - O Gato Ladrão
  • 1960 - A Verdadeira História da Cigarra e da Formiga
  • 1960 - História dos Peixinhos Voadores (Parceria com Maria Niedenthal)

Literatura Infanto-Juvenil
  • 1973 - Qual é a História de Hoje?, Joana Angélica d’Avila Melo

(Geir Campos é o autor dos contos das páginas: 14-15, 15-16, 29-30, 36-37, 49, 61-62, 65-66, 80-81, 83-84, 90-91, 113-114, 124-125, 126-127, 137-138, 142-144, 149-151, 154-156, 163-164, 179 e 186-187)
  • 1987 - Estórias Pitorescas da História do Brasil (Para Gente Grande e Pequena)
  • 1991 - Histórias de Anjos

Ensaios
  • 1960 - Carta aos Livreiros do Brasil
  • 1967 - Rubén Dário, Poeta Participante
  • 1978 - O Problema da Tradução no Teatro Brasileiro
  • 1981 - Tradução e Ruído na Comunicação Teatral
  • 1985 - Do Ato Criador na Tradução (Tese de Doutorado - Inédita em livro)

Referências
  • 1960 - Pequeno Dicionário de Arte Poética
  • 1986 - Como Fazer Tradução
  • 1986 - O Que é Tradução
  • 1989 - Glossário de Termos Técnicos do Espetáculo

Antologias
  • S/D - Alberto de Oliveira
  • S/D - Livro de Ouro da Poesia Alemã
  • 1960 - Poesia Alemã Traduzida no Brasil
  • 1986 - Versei, Antologia Poética (Exterior)

Traduções (Levantamento Parcial)
  • 1953 - Poemas de Rainer Maria Rilke
  • 1956 - Parábolas e Fragmentos de Kafka
  • 1956 - Nossa Vida Com Papai, Romance de Clarence Day Jr.
  • 1957 - O Coronel Jack, Romance de Daniel Defoe
  • 1958 - A Sabedoria de Confúcio
  • 1959 - A Alma Boa de Setsuan, Fábula Teatral de Bertolt Brecht (Com Antônio Bulhões)
  • 1964 - Folhas de Relva, Poesia de Walt Whitman
  • 1964 - Sociologia e Filosofia Social de Karl Marx - Textos escolhidos, seleção, introdução e notas por T. B. Bottomore e Maximilien Rubel
  • 1965 - Flor do Abandono, Romance de Zsigmond Móricz
  • 1966 - Poemas e Canções, Bertolt Brecht
  • 1967 - Poemas e Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke (Com Fernando Jorge)
  • 1967 - Édipo-Rei, Peça de Sófocles
  • 1976 - Andares, Poesia de Hermann Hesse
  • 1977/1978 - Teatro de Bertolt Brecht (Várias peças como supervisor e tradutor)
  • 1980 - A Tragédia do Homem, Peça de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1983 - Folhas das Folhas de Relva, seleção de poesias de Folhas de Relva, de Walt Whitman
  • 1985 - Arco-íris de Amor, de Joan Walsh Anglund
  • 1988 - A Vida de Nosso Senhor, romance de Charles Dickens
  • 1988 - Haicais: Poesia do Japão, da versão de Jan Ulenbrook
  • 1988 - O Quinto Evangelho, romance de Mario Pomilio
  • 1990 - Frases de Cabeceira Gerald Goodfrey
  • 1984 - Frases de Cabeceira 2 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 3 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 4 Gerald Goodfrey
  • 1991 - As Melhores Histórias de Natal
  • 1991 - O Livro de Emmanuel, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1992 - As Fogueiras do Rei, romance de Pedro Casals
  • 1993 - O Livro de Horas, poesia de Rainer Maria Rilke
  • 1994 - O Livro de Emmanuel II, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1995 - Cantos do Meu Coração, poemas e fotografias de Daisaku Ikeda

Traduções Que Colaborou
  • 1956 - A Terra Inútil, de T. S. Eliot - Tradução de Paulo Mendes Campos
  • 1982 - Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol - Tradução de Fernanda Lopes de Almeida. Geir Campos traduziu os poemas das páginas 8 e 9, 49, 98 e 99, 102 e 103, 116 e 117.


Fonte: Wikipédia
Nota: Todas as informações constantes nesta página foram escritas por Mauro Campos, filho do Geir Campos. Elas estão disponíveis na Web, nas publicações citadas ou em documentos que pertencem à família.

Visconde de Sousa Franco

BERNARDO SE SOUSA FRANCO
(69 anos)
Jornalista, Magistrado e Político

☼ Belém, PA (28/06/1805)
┼ Rio de Janeiro, RJ (28/05/1875)

Bernardo de Sousa Franco, o Visconde de Sousa Franco, foi um jornalista, magistrado e político brasileiro. Foi deputado geral, presidente da província do Rio de Janeiro, ministro, conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1855 a 1875.

Filho legítimo do negociante matriculado da província do Pará, Manuel João Franco, e de Catarina de Sousa Franco, nasceu na capital da mesma província em 28/06/1805.

Formado em Direito pela Faculdade de Olinda em 1835, foi Conselheiro de Estado e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Em 1836 ocupou o lugar de procurador fiscal da Tesouraria de Pernambuco, cargo em que permaneceu por dois anos e de juiz do cível da Capital.

Exerceu a presidência das Províncias do Pará em 1839, de Alagoas em 1844 e a do Rio de janeiro em 1864.

Em 1848 foi Ministro da Fazenda interino e em 1857, com o Gabinete Olinda, convidado, ocupou pela segunda vez a pasta da Fazenda. Executou a Nova Tarifa Alfandegária. As moedas inglesas passaram a ser recebidas nas repartições públicas, pois era sua convicção de que a expansão das emissões fomentava a indústria e o comércio.

Filiado à escola da pluralidade bancária, sua gestão no Ministério da Fazenda foi denominada, por Joaquim Nabuco, de período de ensaio da chamada liberdade bancária, pois então se desenrolou a luta entre os partidários da pluralidade e os da unidade emissora.

Visconde de Sousa Franco foi Senador em 1855.

Além de muitos relatórios publicados, como Ministro de Estado e como Administrador de Província, escreveu artigos políticos editados em diversas folhas. Na sua bibliografia destaca-se o seguinte:

  • 1848 - Os Bancos do Brasil - Sua história, defeitos da organização atual e reforma do sistema bancário
  • 1863 - A Situação Econômica e Financeira do Brasil (Biblioteca Brasileira, Rio de Janeiro, I (1/2). Revista mensal editada por uma Associação de Homens de Letras)
  • 1857-1858 - Proposta e relatório apresentados à Assembléia Geral Legislativa (Rio de Janeiro, Tipografia Nacional)


Aluízio Alves

ALUÍZIO ALVES
(84 anos)
Jornalista, Advogado e Político

* Angicos, RN (11/08/1921)
* Natal, RN (06/05/2006)

Aluízio Alves foi um jornalista, advogado e político brasileiro natural do Rio Grande do Norte, estado do qual foi governador entre 1961 e 1966 sendo depois cassado pelo Ato Institucional Número Cinco (AI-5) em 1969. É o decano do clã dos Alves, contraparte política da família Maia num embate que há anos domina a cena política potiguar, em especial a partir dos anos 80 do Século XX.

Filho de Manuel Alves Filho e Maria Fernandes Alves, advogado com Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Maceió com especialização em Serviço Social, voltou-se às atividades jornalísticas após a graduação: primeiro como funcionário dos jornais A Razão e A República, ambos em Natal, tendo se dirigido em 1949 ao Rio de Janeiro onde foi redator-chefe da Tribuna da Imprensa, que pertencia a Carlos Lacerda.

De volta ao seu estado natal, em 1950, fundou e dirigiu a Tribuna do Norte. Ainda no ramo de comunicação foi diretor da Rádio Cabugi, da TV Cabugi e da Rádio Difusora de Mossoró. Antes foi Oficial de Gabinete da Interventoria Potiguar, chefe do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS) e diretor estadual da Legião Brasileira de Assistência (LBA).

Sua vocação política surgiu em consequência das suas atividades profissionais e a estréia se deu sob as bênçãos de José Augusto Bezerra de Medeiros e Dinarte Mariz, líder-mor da União Democrática Nacional (UDN) potiguar e assim Aluízio Alves foi eleito deputado federal em 1945 e participou da Assembleia Nacional Constituinte que promulgaria a nova Constituição em 18/09/1946.


Reeleito em 1950, 1954 e 1958, chegou aos postos de secretário-geral da União Democrática Nacional (UDN) e vice-líder da bancada. Figura de proa na eleição de Dinarte Mariz para o governo do estado em 1955, rompeu com seu aliado em face de um episódio onde o governador recém-eleito ignorou uma série de ações de governo que foram reunidas por Aluízio Alves num extenso documento. Irritado, afastou-se politicamente de seu mentor e ingressou no PSD e foi eleito governador em 1960 para o desgosto de Dinarte Mariz.

A animosidade entre os dois líderes tornou-se cada dia mais férrea e com o advento do Regime Militar de 1964 foi Dinarte Mariz quem retomou o comando da cena política, o que não impediu, contudo, o ingresso de Aluízio Alves na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a conquista de seu quinto mandato de deputado federal em 1966 após Dinarte Mariz vetar sua candidatura a senador. No ano anterior Aluízio Alves derrotou o grupo de Dinarte Mariz ao eleger o monsenhor Valfredo Gurgel para governador.

Veio então o revés: Em 07/02/1969 teve seu mandato cassado pelo AI-5 sob a acusação de corrupção sendo indiciado em um processo que foi arquivado em fevereiro de 1973. Mesmo sem poder atuar diretamente na política usou sua experiência e se manteve influente ao levar seus correligionários para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1970, e ademais sua condição de empresário permitiu que mantivesse boas relações com os arenistas, à exceção de Dinarte Mariz.


Executivo da União das Empresas Brasileiras, expandiu suas atividades para além da área de comunicação e tão logo foi restaurado o pluripartidarismo ingressou no Partido Progressista (PP) e a seguir no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) sendo derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte em 1982 por José Agripino Maia do Partido Democrático Social (PDS).

Entusiasta da candidatura vitoriosa de Tancredo Neves à Presidência da República foi indicado Ministro da Administração pelo presidente eleito sendo confirmado no cargo por José Sarney e permaneceu à frente desse ministério entre 15/03/1985 e 15/02/1989 e durante a sua gestão foi criada a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

Em 1990 foi eleito para o sexto mandato de deputado federal, cargo do qual esteve licenciado durante o governo Itamar Franco quando foi Ministro da Integração Regional entre 08/04/1994 e 01/01/1995. Como Ministro da Integração, Aluízio Alves retomou o projeto de transposição do Rio São Francisco.

Morte

Aluízio Alves morreu às 14:55 hs, do dia 06/05/2006, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele vinha agonizando desde quarta-feira, 03/05/2006, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento e foi socorrido pelo SAMU que o encaminhou para a Casa de Saúde São Lucas.

Na sexta-feira, 05/05/2006, o seu quadro clínico tinha apresentado uma pequena melhora e os médicos já tinham suspendido a medicação de indução a coma, no entanto na madrugada de sábado, 06/05/2006, o ex-governador apresentou novas complicações e teve a morte cerebral constatada.

O velório ocorreu no Palácio da Cultura, antigo Palácio da Esperança, local onde Aluízio Alves exerceu o cargo de governador do Estado entre 1961 e 1966. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério Morada da Paz.

Aluízio Alves era pai do deputado federal Henrique Eduardo Alves.

Eneida de Moraes

ENEIDA DE VILLAS BOAS COSTA DE MORAES
(66 anos)
Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Militante Política

* Belém, PA (23/10/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/04/1971)

Eneida de Villas Boas Costa de Moraes, ou simplesmente Eneida, como ela preferia ser chamada, foi jornalista, escritora, militante política e pesquisadora brasileira. Eneida é sempre descrita em relatos de amigos e parentes como uma mulher forte, viva, corajosa, audaciosa e inteligente.

"Eneida sempre livre / Eneida sempre flor / Eneida sempre viva / Eneida sempre amor", diz o poeta João de Jesus Paes Loureiro.

Filha de um comandante de navios, desde pequena nutriu grande afeição pelos rios e pela Amazônia. Ainda criança, participou de um concurso de Jovens Escritores, obtendo o primeiro lugar, com um texto que falava do imaginário de um caboclo amazônida.

Eneida foi uma mulher que contestou os padrões instituídos ao papel feminino de sua época, transitando em redutos considerados masculinos: a redação de jornais, a publicação de livros e a célula partidária - mecanismos que ela utilizou para o exercício de sua militância em 50 anos de atuação no cenário político e jornalístico-literário brasileiro (1920-1970).


A abrangência desse período pode ser dividida em três momentos:

1920-1930, época  em que a escritora residia em Belém do Pará, sua terra natal, e ingressou oficialmente no jornalismo colaborando, entre outros, nos jornais o Estado do Pará e Para Todos (RJ) e nas revistas Guajarina, A Semana e  Belém Nova. Participou também de vários grupos  e associações de intelectuais em Belém e no Rio de Janeiro, e publicou o livro "Terra Verde".

1930-1945, período em que fixou residência no Rio de Janeiro e, seduzida pelas idéias socialistas, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB) engajando-se no ativismo revolucionário dos anos 30, aderindo ao discurso proletário quando este se fez uma motivação radical. Declaradamente marxista, contestou o poder constituído participando de movimentos de reivindicações sociais e de agitação e propaganda comunista, produzindo uma escritura panfletária veiculada em volantes e jornais de células. Envolveu-se diretamente nas revoluções de 1932 e 1935, o que resultou em prisões, torturas, clandestinidade e exílio. Na prisão, conheceu Olga Benário e Graciliano Ramos, que a imortalizou em "Memórias do Cárcere".

1945-1970, fase caracterizada por uma "escrita consentida", atuando como jornalista profissional em periódicos partidários e da grande imprensa, nas  funções de repórter e de cronista, entremeando essas atividades com a publicação de 11 livros e várias traduções.

Escreveu "História do Carnaval Carioca" (1958), a primeira grande obra sobre este assunto, que estabeleceria as principais categorias do carnaval brasileiro ao definir o conceito de cordões, corso, ranchos, sociedades e entrudo, entre tantos outros. Foi criadora do Baile do Pierrot no Rio de Janeiro e em Belém.

As escolas de samba Salgueiro em 1973, com o tema "Eneida, Amor e Fantasia e Paraíso do Tuiuti" em 2010, com "Eneida, o Pierrot Está de Volta", homenagearam a jornalista no carnaval.

Obras

  • 1958 - História do Carnaval Carioca
  • Terra Verde (Poesia)
  • O Quarteirão (Crônicas)
  • Paris e Outros Sonhos (Crônicas)
  • Sujinho da Terra (Crônicas)
  • Cão da Madrugada (Crônicas)
  • Aruanda (Crônicas)

Fonte: Wikipédia

Deolindo Amorim

DEOLINDO AMORIM
(78 anos)
Jornalista, Sociólogo, Publicitário, Escritor e Conferencista Espírita

* Baixa Grande, BA (23/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/04/1984)

Deolindo Amorim foi um jornalista, sociólogo, publicitário, escritor e conferencista espírita brasileiro. Colaborou no Jornal do Commercio e em praticamente toda a imprensa espírita do país.

Deolindo Amorim nasceu no seio de uma família pobre e católica, vindo a tornar-se presbiteriano fervoroso. Rompeu com a sua igreja e permaneceu muitos anos sem definição filosófica ou religiosa. Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do país. Graduou-se em Sociologia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, tendo feito, ainda, outros cursos de nível superior. Tornou-se jornalista e, posteriormente, funcionário público, tendo galgado elevada posição funcional no Ministério da Fazenda.

Um de seus três filhos é o jornalista Paulo Henrique Amorim.

O Ativista Espírita

Por volta de 1935, já no Rio de Janeiro, passou a frequentar o Centro Espírita Jorge Niemeyer, onde entrou em contato com o acervo da Doutrina Espírita, mostrando-se profundo admirador das obras de Léon Denis.

Já em 1939 idealizou e promoveu o I Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no auditório da sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro em 15 de novembro. A importância da iniciativa pode ser avaliada considerando-se que, no plano externo, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial, e que, no plano interno, o Espiritismo era perseguido por setores da igreja Católica e pela polícia do Estado Novo.

Também esteve ao lado de Leopoldo Machado na promoção do I Congresso de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1948, e na criação do Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas.

Privou da amizade de grandes vultos do Espiritismo no Brasil e no exterior, como, por exemplo, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado, Herculano Pires, Leôncio Correia e Humberto Mariotti.

Um dos mais ardorosos defensores das obras codificadas por Allan Kardec e profundo admirador de Léon Denis, foi presidente do Instituto de Cultura Espírita do Brasil e presidente de honra da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas.

Levou o Espiritismo ao meio universitário, proferindo bela conferência no Instituto Pinel da Universidade do Brasil, focalizando o tema: "O Suicídio à Luz do Espiritismo".

Umberto Mariotti e Deolindo Amorim
Em Defesa do Conceito de Espiritismo

Um dos problemas mais emergentes relativos ao bom entendimento da Doutrina Espírita, em meados do século XX, foi a constante tentativa de confundi-lo quer seja com o Candomblé, quer com a Umbanda, quer com as diversas doutrinas espiritualistas. As confusões eram muito grandes, principalmente com os cultos afro-brasileiros. A própria Federação Espírita Brasileira (FEB) pretendeu chamar de "Espiritismo" todas as práticas mediúnicas ou assemelhadas e de "Doutrina Espírita", os conceitos decorrentes da obra codificada por Allan Kardec.

Para dirimir dúvidas, lançando luz sobre o assunto, em 1947 Deolindo Amorim publicou "Africanismo e Espiritismo", obra onde deixa clara a inexistência de ligações filosóficas, práticas ou doutrinárias entre o Espiritismo e as correntes espiritualistas apoiadas na cultura africana, trazida pelos escravos e que se converteram em vários cultos de gosto popular.

Posteriormente, determinado a explanar didaticamente as bases da doutrina de Allan Kardec, escreveu "O Espiritismo e os Problemas Humanos" e o "O Espiritismo à Luz da Crítica", este último em resposta a um padre que escrevera uma obra criticando a Doutrina. Segui-se-lhes "Espiritismo e Criminologia", oriundo de uma conferência no Instituto de Criminologia da Universidade do Rio de Janeiro.

Por fim, em 1958, lançou a obra "O Espiritismo e as Doutrina Espiritualistas", onde sem combater nenhuma corrente ou filosofia espiritualista, como a Teosofia, a Rosacruz, e as diversas seitas de origem asiática e africana, embora ressaltando eventuais coincidências de pontos filosóficos, simplesmente define, separa e identifica o que é o Espiritismo, mostrando a sua independência.

Sobre a questão religiosa no Espiritismo, a sua posição foi a mesma de Allan Kardec. Citando as palavras do fundador, concluía que, como qualquer filosofia espiritualista, o Espiritismo tinha consequências religiosas, mas de forma alguma se tornava uma religião constituída.

Herculano Pires (sentado) com Deolindo Amorim no Instituto de Cultura Espírita do Brasil.
A Fundação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB)

Tendo existido, no Rio de Janeiro, a Faculdade Brasileira de Estudos Psíquicos a que pertenceu e foi seu último presidente, quando a instituição se tornou insubsistente Deolindo Amorim promoveu a criação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), fundado em 07 /12/1957 e por ele dirigido até sua morte.

Quanto à questão da unificação do movimento, Deolindo Amorim nunca se ligou à Federação Espírita Brasileira, tendo mantido laços com a Liga Espírita do Brasil, entidade criada em 1927 por Aurino Barbosa Souto e da qual Deolindo Amorim foi o último 2º vice-presidente.

Em 1949, com a assinatura do "Pacto Áureo", a Liga Espírita do Brasil, que não tinha representatividade nacional, deixou de existir, transformando-se numa entidade federativa estadual. Atualmente, após várias denominações, é denominada União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (USEERJ).

Deolindo Amorim foi contra o acordo, à época, referindo:

"Quando a Liga [Espírita do Brasil] aceitou o Acordo de 5 de outubro [de 1949], acordo que se denominou depois, Pacto Áureo, tomei posição contrária (...) votei contra a resolução, porque não concordei com o modo pelo qual se firmara esse documento. E o fiz em voz alta, de pé, na Assembleia, com mais doze companheiros que pensavam da mesma forma."

Obras
  • Africanismo e Espiritismo
  • Allan Kardec
  • Análises Espíritas
  • Doutrina Espírita
  • Espiritismo à Luz da Crítica
  • Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas
  • Espiritismo e Criminologia
  • Idéias e Reminiscências Espíritas (Documentário)
  • Ponderações Doutrinárias
  • Relembrando Deolindo Vol. 1
  • Relembrando Deolindo Vol. 2

Fonte: Wikipédia

Michel Laurence

MICHEL LAURENCE
(76 anos)
Jornalista

* Marselha, França (05/09/1938)
+ São Paulo, SP (25/10/2014)

Michel Laurence foi um jornalista franco-brasileiro e uma das mais conhecidas personalidades do jornalismo esportivo do país, filho de Samuel Laurence, ex-editor de esportes do jornal Última Hora. Apesar de ter nascido em Marselha, na França, tornou-se conhecido no Brasil pelo seu trabalho com o jornalismo.

Em 1969, trabalhando na Edição de Esportes, suplemento semanal esportivo de O Estado, conquistou um Prêmio Esso de Jornalismo, concedido a ele e a José Maria de Aquino, com o artigo "O Jogador é Um Escravo".

Um dos fundadores da revista Placar, foi o criador, ao lado do fotógrafo Manoel Motta, do Troféu Bola de Prata, dado anualmente pela revista aos melhores jogadores do Campeonato Nacional desde 1970. Ainda naquele ano, assinou junto com Narciso James uma série de reportagens chamada "A Falência Dos Cartolas", em que eram propostas diversas mudanças no futebol brasileiro, inclusive a criação de um campeonato verdadeiramente nacional, o que ocorreria em 1971.


Deixou a revista Placar após a Copa do Mundo de 1974, voltando ao jornal O Estado de S. Paulo, onde já tinha trabalhado antes de ir para a Editora Abril. Trabalhou ainda nos jornais Última Hora, onde começou a carreira, e Jornal do Brasil.

Na televisão, teve passagens pela TV Globo, TV Record, TV Bandeirantes, Rede Manchete e TV Cultura. Nesta última foi um dos idealizadores dos programas "Cartão Verde" e "Grandes Momentos do Esporte".

Michel Laurence teve textos publicados em 2010 em dois livros, "Pelé 70" e "11 Gols de Placa", este último com a reprodução de "O Jogador é Um Escravo".

Michel Laurence era casado e pai de seis filhos. Dentre eles estão Bruno Laurence, da TV Globo, e Gerard Laurence, do Canal Combate. Era irmão da atriz Jacqueline Laurence 

Atualmente Michel Laurence estava trabalhando na TV Cultura.

Morte

Michael Laurence morreu aos 76 anos, na noite de sábado, 25/10/2014. Ele estava internado no Hospital São Camilo, em São Paulo, e faleceu devido a uma septicemia - infecção generalizada - após passar por uma cirurgia no braço.

Michael Laurence estava internado no hospital desde o dia 15/10/2014 para realizar a cirurgia, causada por uma queda.

Beatriz Thielmann

BEATRIZ HELENA MONTEIRO DA SILVA THIELMANN
(63 anos)
Jornalista e Repórter

* Juiz de Fora, MG (13/01/1952)
+ São Paulo, SP (29/03/2015)

Beatriz Helena Monteiro da Silva Thielmann, mais conhecida como Beatriz Thielmann, foi uma jornalista e repórter brasileira.

Com mais de 30 anos de carreira, Beatriz Theilmann cobriu importantes momentos do país, como a promulgação da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, a eleição e morte de Tancredo Neves, a implantação do Plano Cruzado, a Eco-92, os Jogos Pan-Americanos e a visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro.

A primeira escolha profissional foi o curso de Direito, mas, depois de dois anos, trocou pelo de Jornalismo. No final de 1982, Beatriz Thielmann ficou sabendo que a TV Globo abriria uma vaga de editor de texto. Entrou para o estágio e acumulou duas funções. Uma no jornal impresso e outra na TV. Na TV Globo, passou por "Bom Dia Brasil", "Jornal da Globo", "Jornal Nacional", "Globo Repórter", além da GloboNews. Cobriu diversas áreas, entre cidade, economia e política.


Beatriz Thielmann foi a primeira repórter da TV Globo a entrevistar Fidel Castro, em 1987. Ela viajou junto com o ministro das Relações Exteriores na época, Abreu Sodré, e mais uma equipe de sete jornalistas e colunistas. Era a única repórter de televisão. A jornalista também acompanhou, por quase 20 dias, uma viagem do então presidente da República, José Sarney, à União Soviética e ao Leste Europeu.

Em 2003, escreveu o livro "De Mulheres Para Mulheres" com a médica Odilza Vidal, contando o que a medicina apresentava de novo para a vida da mulher depois dos 40 anos.

Beatriz Thielmann também roteirizou e dirigiu dois documentários. Um foi "O Bicho Dá. O Bicho Toma", em 2005, a convite da ONG Renctas, que luta pela preservação dos animais silvestres. O outro foi em 2007, "Vento Bravo", documentário sobre a história musical de Edu Lobo, que dirigiu em parceria com a jornalista Regina Zappa.

Morte

Beatriz Thielmann faleceu em São Paulo no domingo, 29/03/2015, aos 63 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, vítima de insuficiência respiratória. Ela lutava contra um câncer no peritônio. Beatriz Thielmann deixou dois filhos e dois netos.

Em nota, a Rede Globo disse:

"Para os colegas, a perda é irreparável. A direção da Globo ressalta que Beatriz era uma profissional brilhante e uma colega de trabalho sem igual."

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio

Prisco Viana

LUIZ HUMBERTO PRISCO VIANA
(82 anos)
Jornalista e Político

* Caetité, BA (04/06/1932)
+ Brasília, DF (26/02/2015)

Luiz Humberto Prisco Viana foi um jornalista e político brasileiro, tendo exercido sete mandatos de deputado federal pelo Estado da Bahia, Estado do qual foi candidato a governador em 2002. Foi também ministro de estado no governo José Sarney.

Filho de Alvino Viana e Zilda Borba Prisco Viana, nasceu no distrito de Caldeira. Órfão ainda novo, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde ingressou no Colégio Pedro II por intercessão do presidente Getúlio Vargas.

Jornalista, foi diretor da Imprensa Oficial de Ilhéus e redator da Assembleia Legislativa da Bahia (1956-1962) sendo nomeado Secretário de Comunicação durante o governo Luís Viana Filho em 1967, cargo o qual deixou para ingressar na política.

Eleito deputado federal em 1970, 1974 e 1978, aproximou-se de Filinto Müller e com o tempo foi guindado ao cargo de secretário-geral da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a seguir do Partido Democrático Social (PDS), novo partido governista surgido em 1980.

Prisco Viana e José Sarney (1983)
Reeleito em 1982, tentou evitar, sem sucesso, a fragmentação do Partido Democrático Social (PDS) por ocasião da sucessão presidencial em 1985. Ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira que previa o restabelecimento da eleição direta para presidente.

Em 15/01/1985 votou em Paulo Maluf para presidente no Colégio Eleitoral no dia em que a vitória coube a Tancredo Neves que faleceria sem tomar posse. Efetivado José Sarney na presidência da República, Prisco Viana foi eleito líder do Partido Democrático Social (PDS), mas disputas internas o fizeram migrar para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) pelo qual foi reeleito em 1986.

Na Assembleia Nacional Constituinte instalada em 01/02/1987 foi relator da Comissão de Organização Eleitoral, Partidária e de Garantia das Instituições e titular da Comissão de Sistematização.

Nomeado Ministro da Habitação pelo presidente José Sarney, sobre sua demissão do ministério relatou o cronista Sebastião Nery que:

"Estava Prisco Viana em sua casa com amigos, dizendo que o Presidente Sarney nada fazia sem o consultar. Neste momento tocou o telefone e era Sarney. Prisco atendeu e voltou dizendo que estava sendo comunicado de sua demissão - sem sua consulta."

Reeleito deputado federal em 1990, retornou ao Partido Democrático Social (PDS) no ano seguinte e com a extinção deste último migrou para o Partido Progressista Renovador (PPR), e a seguir para o PPB, obtendo seu último mandato em 1994.

Prisco Viana encerrou a carreira política candidatando-se ao governo da Bahia pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em 2002, pleito vencido por seu conterrâneo de Caetité, Paulo Souto.

Morte

Prisco Viana morreu na manhã de quinta-feira, 26/02/2015, em Brasília, DF, aos 82 anos. Estava hospitalizado e faleceu após complicações decorrentes do Mal de Alzheimer.

Por meio de nota, o governador da Bahia, Rui Costa, lamentou morte:

"Prisco Viana foi um político influente, que por diversas vezes representou a Bahia no Congresso Nacional, merece todo o respeito e homenagem. Aos amigos e parentes, nossos sinceros sentimentos e que a memória deste grande homem possa superar a dor da perda!"

Fonte: Wikipédia
Indicação: Fada Veras

Pandiá Calógeras

JOÃO PANDIÁ CALÓGERAS
(63 anos)
Engenheiro, Geólogo, Jornalista, Escritor, Historiador e Politico

* Rio de Janeiro, RJ (19/06/1870)
+ Petrópolis, RJ (21/04/1934)

João Pandiá Calógeras nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, em 19/06/1870, filho de Michel Calógeras e de Júlia Ralli Calógeras. Seu pai, de ascendência francesa, orientou a construção da Estrada de Ferro Mauá até Petrópolis, e dirigiu a ferrovia que ligava Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. A família Calógeras era de origem grega, proveniente de Chipre.

Pandiá Calógeras fez os primeiros estudos com professores particulares alemães, ingressando aos 14 anos no Colégio Pedro II, onde completou o curso secundário. Matriculou-se em seguida na Escola de Minas de Ouro Preto, em Minas Gerais, pela qual se formou engenheiro em 1890. Seu primeiro trabalho depois de formado foi a realização de pesquisas geológicas em Cariguaba, SC.

Casou-se em 1891 com Elisa da Silva Guimarães, filha de Joaquim Caetano da Silva Guimarães, ministro do Supremo Tribunal Federal, e sobrinha do escritor Bernardo Guimarães. Ainda em 1891, foi nomeado engenheiro, da então província de Minas Gerais e iniciou duradoura colaboração científica com publicações do Rio de Janeiro.

Em 1894, assumiu o cargo de consultor técnico do secretário de Agricultura, Comércio e Obras Públicas de Minas Gerais, Francisco Sá.

Foi eleito deputado federal na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM) para a legislatura de 1897-1899, logo destacou-se na Câmara por seu conhecimento dos problemas nacionais, especialmente os ligados à engenharia e à mineração. Defendeu a redução das tarifas alfandegárias, manifestou-se sobre a questão de fronteiras com a Guiana Francesa e se opôs à transferência da Escola de Minas para Barbacena, MG.

Tendo ficado contra o presidente da República, Prudente de Moraes, na cisão do Partido Republicano Federal (PR Federal), não conseguiu a reeleição para a Câmara no pleito de 1900 por lhe faltar o apoio dos grupos oligárquicos que, na época, controlavam as eleições no país.  

Depois de trabalhar algum tempo na mineração de manganês e de realizar uma viagem à Europa, Pandiá Calógeras retornou ao país e, em 1903, publicou "As Minas do Brasil e Sua Legislação", obra que lhe valeu projeção nacional. No livro, defendia a tese que mais tarde apresentou na Câmara e foi transformada na Lei Calógeras: propunha que se estabelecesse uma distinção entre a propriedade do solo e a do subsolo, assegurando ao governo o direito de desapropriar o subsolo para explorá-lo.

Retornou à Câmara ainda em 1903, eleito pelo Distrito de Ouro Preto na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM), e em pouco tempo adquiriu a reputação de uma das figuras mais expressivas do Congresso. Reeleito sucessivamente em 1906, 1909 e 1912, manteve-se no Parlamento até 1914, participando com destaque do debate de todas as principais questões nacionais da época.

Pronunciou-se sobre a valorização do café, a caixa de conversão, a reforma tributária, a política de transportes, a consolidação das fronteiras, a generalização de instrução pública de nível primário e, naturalmente, a mineração. Apresentou o projeto transformado na Lei Calógeras e, a convite do Barão do Rio Branco, integrou a delegação brasileira à III Conferência Pan-Americana, realizada no Rio de Janeiro em 1906. Interveio na questão do condomínio da Lagoa Mirim, na fronteira entre Brasil e Uruguai, e da livre navegação no rio Jaguarão no Rio Grande do Sul.

Em 1908, discursou na Câmara sobre o reaparelhamento bélico. Participou da IV Conferência Pan-Americana, realizada em Buenos Aires em 1910, e ainda nesse período converteu-se ao catolicismo, manifestando-se em debates parlamentares contra o divórcio e a favor da instalação de uma representação diplomática permanente junto ao Vaticano.

Em seu último mandato fez cerrada oposição ao governo do marechal Hermes da Fonseca, e colaborou com a revista Defesa Nacional, dirigida pelo grupo dos "jovens turcos", oficiais que haviam estagiado no Exército alemão e pretendiam modernizar as forças armadas brasileiras. Eram conhecidos assim em alusão ao movimento nacionalista que atuava no processo de modernização da Turquia na mesma época.

No Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio

Ao assumir o governo federal, em 15/11/1914, o presidente Wenceslau Brás aceitou a sugestão de militares ligados aos "jovens turcos" e nomeou Pandiá Calógeras para a pasta da Agricultura, Indústria e Comércio. Em sua gestão, que durou apenas até julho do ano seguinte, o novo titular promoveu a reorganização de todos os departamentos do ministério, fixou as bases do crédito agrícola, aplicou a lei de sua autoria na regulamentação da propriedade das minas e estudou o uso do álcool como substituto da gasolina, em virtude de problemas de abastecimento causados pela Primeira Guerra Mundial. Baixou ainda decretos reorganizando os serviços de veterinária e de inspeção de defesa agrícola.

No Ministério da Fazenda

Em junho de 1915, substituiu interinamente o ministro da Fazenda, Sabino Alves Barroso Júnior, impedido por motivo de doença. Após acumular as duas pastas durante um mês, foi efetivado no Ministério da Fazenda, onde encontrou uma situação precária, marcada pela carência de rendas para cobrir as necessidades mais urgentes, uma grande dívida flutuante, a arrecadação aduaneira reduzida a 1/3, a suspensão da cobrança de impostos até que se resolvessem alguns protestos e reclamações, a paralisia dos transportes marítimos e a existência de um segundo funding loan (consolidação dos empréstimos brasileiros junto aos credores ingleses).

Além desses problemas, Pandiá Calógeras enfrentou a incúria administrativa e a corrupção, o que lhe valeu ataques publicados na imprensa pelos beneficiários desse estado de coisas. Superando os obstáculos, o novo ministro regularizou a dívida flutuante, reorganizou a Casa da Moeda e assumiu a responsabilidade integral pelo funding, promovendo um acordo com os credores estrangeiros que impediu seu controle sobre as alfândegas brasileiras. Ao deixar a pasta, em setembro de 1917, recebeu da Casa Rothschild um documento atestando que nunca as finanças brasileiras tinham se apresentado tão florescentes.

Reconduzido à Câmara Federal em 1918, recebeu do presidente eleito Francisco de Paula Rodrigues Alves a incumbência de elaborar um relatório da situação do país, que viria a ser posteriormente publicado sob o título de "Problemas da Administração". Em novembro desse ano, motivos de saúde impediram a posse de Rodrigues Alves no seu segundo mandato à frente do governo federal, assumindo então, por pouco tempo, o vice-presidente eleito Delfim Moreira.

Com o término da Primeira Guerra Mundial, realizou-se em Versalhes, França, a Conferência de Paz. Pandiá Calógeras integrou a delegação brasileira ao congresso, presidida pelo senador Epitácio Pessoa. Entretanto, Epitácio Pessoa foi eleito presidente da República para completar o quadriênio, e retornou ao Brasil. Pandiá Calógeras assumiu a chefia da delegação e, após o encerramento do Congresso de Versalhes, permaneceu ainda algum tempo na Europa, representando o Brasil em alguns encontros internacionais e chefiando a missão comercial que esteve na Inglaterra em 1919.

No Ministério da Guerra

Regressando ao Brasil, Pandiá Calógeras não retomou seu mandato parlamentar em virtude de ter sido nomeado ministro da Guerra do governo de Epitácio Pessoa, tornando-se o único civil a ocupar esse cargo na história republicana do país. Sua escolha foi aprovada por um grande número de oficiais do Exército, que já lhe haviam prestado homenagens quando de sua atuação nos outros ministérios. Também repercutira favoravelmente um discurso que pronunciara na Câmara no ano anterior sobre a situação das forças armadas.

Em sua administração, iniciada em outubro de 1919, o Exército brasileiro experimentou intensa modernização, expansão e aperfeiçoamento em todos os setores, contando para isso, a partir de 1920, com a assessoria da missão militar francesa chefiada pelo general Maurice Gustave Gamelin, que teve profunda influência na reorganização do Exército e na formação de oficiais de estado-maior.

Pandiá Calógeras promoveu a reforma da instrução dos quadros e da tropa, tornando-a mais técnica com a criação de escolas para cada especialidade, entre elas a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Além disso, baixou nova regulamentação para as escolas de Estado-Maior, de Aviação, de Veterinária e para os colégios militares. Instituiu também a instrução física obrigatória para todas as armas.

Alterou ainda a divisão territorial militar e a organização das divisões do Exército, reorganizando a Artilharia de Costa e criando a Diretoria Geral de Intendência de Guerra.

Fez grandes aquisições de material bélico moderno para as diversas armas e serviços, incrementando a indústria militar nacional, sobretudo as fábricas instaladas em Realengo, no Rio de Janeiro, e em Piquete, SP.  Construiu 103 estabelecimentos militares espalhados por todo o país, tomando cuidados especiais com as instalações de serviços básicos nas casernas. No setor de aviação, montou novas esquadrilhas, inclusive de aviões de caça.

Por influência direta da missão francesa, surgiram em 1920 o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE) e o Regulamento Interno de Serviços Gerais (RISG). Data também dessa época a formulação da primeira política de defesa nacional abrangendo todos os aspectos de vida do país, desde a preparação militar propriamente dita até o desenvolvimento de indústrias estratégicas, como a siderurgia. Foi o desdobramento dessa concepção que levou à criação, em 1927, do Conselho de Defesa Nacional.

Ainda em 1920 o Governo Federal adquiriu a Fazenda Quitaúna, em São Paulo, onde Pandiá Calógeras construiu um quartel-general que serviu de apoio à ampliação da força militar estacionada nesse estado.

No final de sua gestão à frente do Ministério da Guerra ocorreu o levante de 05/07/1922, inaugurando o ciclo de movimentos tenentistas que marcou a década. Pandiá Calógeras participou diretamente dos acontecimentos que antecederam a revolta, bem como da repressão ao levante. Foi ele que, a pedido do presidente Epitácio Pessoa, enviou em 1º de julho um aviso de repreensão ao marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar, por suas declarações contra a participação de tropas federais no conflito entre forças políticas pernambucanas em torno do resultado das eleições estaduais ali realizadas. A polêmica então estabelecida entre o marechal e o governo levou à sua prisão e ao fechamento do Clube Militar no dia 2 de julho, o que revoltou parcela ponderável da juventude militar. Informado dos preparativos para uma revolta no forte de Copacabana, Pandiá Calógeras enviou o capitão José da Silva Barbosa, acompanhado pelo general Bonifácio Costa, para substituir Euclides Hermes da Fonseca, filho de Hermes da Fonseca, no comando dessa corporação. A prisão desses oficiais legalistas pela guarnição de Copacabana configurou o início do levante, que envolveu também a Escola Militar e algumas tropas da Vila Militar, no Rio de Janeiro, além do contingente estacionado em Mato Grosso.

Em todas essas frentes, a revolta foi rapidamente sufocada. Esperançosos de obter o apoio dos oficiais da Vila Militar, os alunos da Escola Militar, chefiados pelo coronel João Maria Xavier de Brito Júnior, começaram sua marcha sobre a cidade. Recebidos a tiros pela guarnição, recuaram para Realengo, onde se renderam. Como conseqüência, mais de quinhentos alunos foram expulsos da escola. Também em Mato Grosso a rebelião foi logo dominada, com o deslocamento de tropas da Força Pública de São Paulo, que obtiveram a rendição dos rebeldes.

No forte de Copacabana, a revolta teve início em um ambiente de desilusão, causado pela certeza de que não poderiam contar com o apoio dos companheiros de conspiração. Apesar disso, os revoltosos atingiram o prédio do Ministério da Guerra com tiros de canhão, o que alarmou as autoridades e levou à mudança do quartel-general legalista para a guarnição do Corpo de Bombeiros situada do outro lado da praça fronteiriça, o Campo de Santana. Em 6 de julho, o forte foi cercado e Pandiá Calógeras começou a ameaçar seus ocupantes com um ataque por terra e mar, caso não se rendessem. Diante da situação, o capitão Euclides Hermes liberou seus soldados e oficiais para optarem, permanecendo no quartel apenas 28 voluntários dispostos a lutar. Pouco depois, Euclides Hermes foi preso ao sair do forte para parlamentar com Pandiá Calógeras.

Sob o comando do tenente Antônio Siqueira Campos, os revoltosos resolveram então abandonar o quartel e continuar a luta marchando pela avenida Atlântica de encontro às forças legalistas, desencadeando então o episódio conhecido como Os 18 do Forte, última escaramuça da revolta de 1922, que resultou na morte de vários revoltosos e ferimentos nos restantes.

Depois de 1922

Com o fim do mandato de Epitácio Pessoa, 15/11/1922, Pandiá Calógeras deixou o ministério e se afastou da política por discordar da eleição de Arthur Bernardes para a presidência da República.

Entre 1923 e 1929, presidiu a Companhia Nacional de Artefatos de Cobre (Conac), desenvolvendo também grande atividade intelectual como jornalista, conferencista e escritor. Nesse período, publicou "A Política Exterior do Império", em três volumes, considerada sua obra mais importante como historiador e, em 1930, "Formação Histórica do Brasil". Em 1928, foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia.

Quando das eleições presidenciais de março de 1930, apoiou Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal (AL), coligação interpartidária de oposição. Com a vitória do situacionista Júlio Prestes, as forças oposicionistas aceleraram os preparativos para uma revolta armada que, deflagrada em 3 de outubro, foi vitoriosa ao cabo de 21 dias de luta. Convidado, Pandiá Calógeras recusou-se a participar da junta governativa que exerceu o poder até a formação, em 3 de novembro, do Governo Provisório, chefiado por Getúlio Vargas. Esse governo nomeou-o em 1931 relator do projeto sobre legislação de minas nas comissões legislativas então instituídas e membro da Comissão de Estudos Financeiros e Econômicos dos Estados e Municípios. No mesmo ano, a convite do governo mineiro, estudou a reforma do sistema tributário desse estado.

Em 1932 tornou-se presidente da Liga Eleitoral Católica e manifestou simpatias pela Revolução Constitucionalista, deflagrada em São Paulo para exigir a imediata reconstitucionalização do país e a devolução da autonomia estadual. Mesmo derrotada, a Revolução teve influência na convocação de eleições para a Assembléia Nacional Constituinte em 1933. Nesse pleito, concorrendo em Minas Gerais na legenda do Partido Progressista (PP), Pandiá Calógeras obteve a maior votação até aí alcançada no Brasil por um candidato a deputado. Pouco depois, seu nome foi incluído na lista apresentada por líderes mineiros a Getúlio Vargas para que este escolhesse o interventor que substituiria o governador Olegário Maciel, recém-falecido, na chefia do Executivo estadual. A escolha do chefe do Governo Provisório recaiu, entretanto, sobre Benedito Valadares.

Foi em Petrópolis, RJ, que Pandiá Calógeras viveu os últimos anos de sua profícua existência e onde provavelmente escreveu "Ascensões D'alma", obra publicada em 1934, com prefácio do Padre Leonel Franca, verdadeira obra-prima que revela seu amor pelo Criador e sua fidelidade aos ensinamentos do Evangelho.

Pandiá Calógeras faleceu em Petrópolis, no Sanatório São José, anexo aos Hospital Santa Tereza, onde se achava em tratamento havia poucos dias, às 20:30 hs do dia 21/04/1934. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal, numa sepultura em cuja lápide ainda hoje podem-se ler os dizeres:

"Ad pedes tuos... Fiat voluntas tua..."
(Aos teus pés... Faça-se a tua vontade...)"

Dizeres que refletem a resignação e a humildade evangélica que acompanharam sua alma profundamente cristã nos estertores de sua existência.

Pandiá Calógeras faleceu na vigência de seu mandato constituinte.

Foi patrono da cadeira nº 7 e membro correspondente no exterior da Academia Carioca de Letras. Além de inúmeros discursos, relatórios e artigos, publicou obras sobre diferentes temas, nas áreas de sociologia, história, finanças, indústria, administração, engenharia, política e pedagogia, entre as quais "As Minas do Brasil e Sua Legislação" (3v., 1904-1905), "La Politique Monétaire du Brésil" (1910), "Os Jesuítas e o Ensino" (1911), "Novos Rumos Econômicos" (1912), "Rio Branco e a Política Exterior" (1916), "A Política Exterior do Império" (3v., 1927-1933), "A União Brasileira" (1927), "A Ordem de São Bento e a Civilização" (1927), "Problemas de Governo" (1928), "Formação Histórica do Brasil" (1930), "Conceito Cristão do Trabalho" (1932), "Problemas de Administração" (1933), "Estudos Históricos e Políticos (Res Nostra)" (2ª ed., 1936), "O Marquês de Barbacena" (1936), "Ascensões D'alma (Uma Página Íntima)", "As Relações Exteriores do Brasil" e "A Lei de Minas".  

Deixou vários inéditos, entre os quais "Diário da Conferência de Paz", um ensaio sobre a eucaristia, e um trabalho de caráter íntimo chamado "Méditations".

Muitos artigos e livros foram escritos sobre a vida de Pandiá Calógeras, entre os quais o de de E.M de Castro e Silva, "À Margem do Ministério Calógeras", a coletânea "Pandiá Calógeras na Opinião de Seus Contemporâneos" (1934), o de Antônio Gontijo de Carvalho, "Calógeras" (1935) e o de Luís Pinto, "Pandiá Calógeras" (1955).