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Raul Longras

RAUL DA SILVA LONGRAS
(76 anos)
Radialista, Locutor, Apresentador, Jornalista, Repórter, Letrista, Compositor, Escritor e Comissário de Polícia

☼ Rio de Janeiro, RJ (05/01/1914)
┼ Juiz de Fora, MG (04/04/1990)

Raul Longras foi um radialista, locutor, apresentador, jornalista, repórter, letrista, compositor e escritor, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05/01/1914.

Filho de José da Silva Longras e Leonor Copelli da Silva Longras, foi casado com Zilda da Silva Longras (in memoriam) e posteriormente, com Marlene Lomba. Pai de José da Silva Longras Neto (in memoriam), cujo um dos filhos é o advogado Raul da Silva Longras Neto, do seu casamento com Zilda e pai da Monalisa Longras, nascida em Brasília em 1983, do casamento com Marlene. Além do advogado Raul Neto, é avô de Márcia Longras.

Raul Longras foi era torcedor do Flamengo, simpatizante do América e ligado à Escola de Samba Império Serrano, pela qual foi homenageado.


No rádio, foi narrador esportivo, introduzindo o "pimba", na hora do gol. Antes de se tornar narrador esportivo, foi apresentador de um programa de nome "Para Você Recordar" e de "Cancioneiros Famosos", ambos de Januário Ferrari, levados ao ar pela Rádio Educadora do Brasil, que se transformou em Rádio Tamoio. Esses programas passaram depois para a Rádio Ipanema (depois Mauá) e terminaram na Rádio Rio de Janeiro. Somente depois, Raul Longras passou a locutor esportivo e chefe da equipe de esportes da Rádio Mundial.

Na televisão, apresentou o  "Casamento na TV", programa de auditório, exibido na TV Globo, TV Excelsior e TV Rio, cujo objetivo era unir casais, tendo contabilizado 1.380 casamentos.

Como compositor, Raul Longras compôs, com Ari Monteiro, o samba "Rua das Ilusões", gravado por Carlos Galhardo.

Em Juiz de Fora, MG, Raul Longras residiu na rua Julieta Andrade, no bairro Granbery, Zona Sul da cidade e foi proprietário de loja e de colégio.

Casamento na TV

"Casamento na TV" foi um programa de auditório exibido de 06/08/1967 à 06/07/1969 na TV Globo. O programa realizava entrevistas com mulheres e homens solteiros que desejavam se casar. Com 45 minutos de duração, o programa era transmitido ao vivo no período das 19h00 aos domingos.

Apresentado e dirigido por Raul Longras, "Casamento na TV" contava também com a direção de Mário FrancoAugusto César Vannucci entre outros. Já a produção ficou por conta de Ruy Mattos.

Produzido e transmitido inicialmente no Rio de Janeiro, com o tempo passou a ser transmito em São Paulo através de video-tape. O programa também foi apresentado por Silvio Santos.

Os candidatos do programa eram dispostos no auditório em fileiras separadas de homens e mulheres. O apresentador Raul Longras andava pelo auditório com seu microfone na mão e ia até um candidato ou candidata e perguntava as características que essa pessoa pretendia encontrar de sua futura noiva ou noivo. A pessoa descrevia todas as características que considerava importante, como por exemplo no caso de uma candidata os atributos esperados poderiam ser "bonito, trabalhador, bom marido, que cuide de nossos filhos".


E assim o programa seguia com o apresentador fazendo a pergunta aos demais participantes. Os candidatos que encontrasse alguém que gostasse e decidissem casar, tinham todas as despesas do casamentos bancadas pela TV Globo. A emissora organizava a cerimônia do casamento em uma igreja perto de suas instalações. Já a festa ocorria dentro da própria emissora, em um terraço que era todo enfeitado para a recepção dos noivos. Os patrocinadores tinham uma participação muito importante durante a cerimônia de casamento e na vida do casal após o enlace. Presenteavam os noivos com toda a alimentação e bebida do casamento, as roupas dos noivos, alianças, viagem de lua-de-mel e também móveis e enxovais para a casa do casal. Em seu auge o programa chegou a realizar de 10 a 15 casamentos por mês.

Os telespectadores acabavam acompanhando o namoro do casal pela televisão, muitas vezes se emocionando com as declarações de amor dos participantes. O apego com os candidatos era tanto, que muitos telespectadores acabavam comparecendo na igreja no dia do casamento.

No começo de sua exibição o programa não fez tanto sucesso, porém um escândalo no meio do programa despertou o interesse de novos telespectadores, causando um aumento significativo da audiência. Em um dos programas uma mulher grávida, com a devida autorização da produção, parou o programa para delatar um dos candidatos a noivos como pai de seu filho. Essa acusação surpreendeu muito o rapaz e segundo o produtor Ruy Mattos estava em todos os jornais no dia seguinte. Com o aumento da popularidade o programa que antes era transmitido em 45 minutos passou a ter uma hora de duração e contava agora com apresentações musicais.

Morte

Raul Longras faleceu na quarta-feira, 04/04/1990, aos 76 anos, em Juiz de Fora, MG, no Hospital Cotrel, vítima de um infarto agudo do miocárdio, sendo sepultado em 05/04/1990, no Cemitério Municipal Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Poço Rico.

Indicação: Carlos Ferreira

Gil Gomes

CÂNDIDO GIL GOMES JÚNIOR
(78 anos)
Jornalista, Repórter Policial e Advogado

☼ Sorocaba, SP (13/06/1940)
┼ São Paulo, SP (16/10/2018)

Cândido Gil Gomes Júnior, mais conhecido por Gil Gomes, foi um jornalista e advogado bem como repórter policial do rádio e televisão, bastante popular graças a seus estilos personalíssimos de voz, gestos e forma de se vestir, nascido em Sorocaba, SP, no dia 13/06/1940.

Paulistano nascido e criado na Mooca, Gil Gomes vendia balas e santinhos na porta de uma igreja, onde mais tarde foi aceito como congregado Mariano.

Sofria de gagueira e para superá-la tentava imitar os locutores esportivos que ouvia pelo rádio. O método funcionou graças, segundo afirma, a sua força de vontade. Foi então convidado a ser locutor nas quermesses da igreja e descobriu que a comunicação era sua vocação. Abandonou assim a ideia de ser médico, como desejava seu pai.

Numa dessas quermesses recebeu, aos 18 anos, o convite para seu primeiro emprego na Rádio Progresso como locutor esportivo. Na mesma função, passou por várias rádios paulistanas e do interior até chegar à Rádio Marconi. Quando a rádio parou de fazer coberturas esportivas, Gil Gomes passou a integrar o departamento de jornalismo da emissora cuja chefia assumiu no fim dos anos 60.


Na mesma rádio trabalhava Ana Vitória Vieira Monteiro, dramaturga, poetisa e escritora, com quem Gil Gomes casou e teve três filhos, Guilherme Gil Gomes, Daniel e Vilma, em um casamento que durou 14 anos.

Guilherme Gil Gomes o primeiro trabalhou com o pai até sua morte prematura, de hepatite C. O segundo filho o empreendedor de sucesso Daniel Gil Gomes ocupa o posto deixado vago pelo irmão, é casado e pai de três filhas. A terceira filha, Vilma Gil Gomes, é advogada, casada e mãe de um filho.

Gil Gomes tinha orgulho de ser amigo de sua ex-mulher, com a qual desenvolveram uma relação de respeito e amizade.

Gil Gomes foi casado pela segunda vez com Eliana, com quem teve duas filhas: Flávia e Nataly.

Um incidente ocorrido em 1968 fez nascer casualmente o repórter policial Gil Gomes. Ele realizava entrevistas pelo telefone com políticos, quando tomou conhecimento que um caso de agressão sexual estava ocorrendo no edifício onde a rádio estava instalada. Num impulso, resolveu fazer a cobertura do caso ao vivo. Desceu as escadas do prédio com o microfone na mão, fazendo locução e entrevistando os envolvidos e as testemunhas.


A Rádio Marconi obteve uma audiência recorde com essa cobertura e Gil Gomes concluiu que um programa policial ao vivo era o caminho a seguir. Mas foi um caminho difícil, o regime militar não tolerava críticas ao trabalho da polícia. Para agravar a situação, a Rádio Marconi já era visada pelas autoridades por adotar, em seu noticiário, uma linha de oposição ao governo.

Várias vezes, mais de trinta, conforme afirma o próprio Gil Gomes, ele e sua equipe foram presos e a rádio retirada do ar. De todas as prisões, conseguiu se livrar sem maiores consequências por conta de sua amizade com policiais. Quando a programação da rádio começou a sofrer censura prévia, Gil Gomes narrava no ar historinhas infantis e receitas culinárias em substituição ao noticiário censurado.

Mas não só as autoridades o hostilizavam. Ao colaborar, com sua equipe, na elucidação de crimes, passou também a sofrer ameaças de morte de bandidos.

Concorria com o primeiro repórter policial da rádio Bandeirantes, José Gil Avilé, o Beija-Flor.

Gil Gomes veio a apresentar um programa também na Rádio Tupi.

Aqui Agora

Para se diferenciar do jornalismo sisudo e bem comportado da Rede Globo, em 1991, o SBT idealizou o jornal diário "Aqui Agora" como um jornal popular no formato e na linguagem. Entre os convidados para integrar a equipe de locutores e repórteres do jornal estavam Gil Gomes aparecendo ao lado de Sônia Abrão, Celso Russomanno, Jacinto Figueira Jr. (O Homem do Sapato Branco), Wagner Montes, entre tantos outros.

Como o "Aqui Agora" dava ênfase a reportagens sobre acidentes graves e crimes de toda sorte, Gil Gomes teve um papel destacado: Foi onde ele aprimorou o visual, a voz e o gestual que caíram no gosto do grande público e serviram de inspiração para os imitadores dos programas de humor.

Vestido invariavelmente com uma camisa de cores berrantes, como se tivesse sido comprada numa banca de camelô de um bairro popular, a mão direita empunhando o microfone e a esquerda gesticulando em horizontal como se alisasse o pelo de um cão, Gil Gomes narrava os fatos diretamente na cena do crime com sua voz arrastada e grave, que crescia em volume nos momentos mais dramáticos. Usava frases curtas, que às vezes nem chega a completar. Nas entrevistas, não adotava uma posição neutra: Se emocionava diante das vítimas e explodia de indignação diante dos criminosos.

O "Aqui Agora" fez tanto sucesso que passou mais tarde a ter duas edições diárias. Mas com o aparecimento de concorrentes, foi perdendo audiência e saiu do ar em 1997.

Em 1998, Gil Gomes foi contratado pela TV Gazeta para ser repórter do programa "Mulheres".

A "Escolinha do Barulho" foi ao ar pela TV Record em 1999 quando a TV Globo deixou de apresentar a "Escolinha do Professor Raimundo" e dispensou diversos atores cômicos do elenco, os quais a TV Record resolveu contratar para fazer um programa semelhante. Como inovação, em vez de um único professor, a "Escolinha do Barulho" teve quatro professores fixos: Dedé Santana, Miele, Bemvindo Sequeira e Gil Gomes.

Entre 2004 e 2005, Gil Gomes foi repórter e apresentador do "Repórter Cidadão" da RedeTV!.

Afastamento da Televisão e do Rádio

Em 2005, afastou-se da família e dos amigos bem como da televisão e do rádio. Os quase 50 anos de carreira foram aparentemente encerrados pelo Mal de Parkinson.

No dia 23/03/2014, Gil Gomes foi recebido pelo apresentador e jornalista Geraldo Luís no programa "Domingo Show" da TV Record e concedeu uma célebre entrevista, relembrando sua trajetória no rádio e na televisão.

Em dezembro de 2016, Gil Gomes retornou novamente à televisão, contratado pela TV Ultrafarma para desenvolver um trabalho de reportagens e comentários no programa "Bom Dia! Boa Noite!".

Morte

Gil Gomes faleceu na terça-feira, 16/10/2018, em São Paulo, SP, aos 78 anos, em decorrência de um câncer no fígado, da qual lutava desde 2015. Gil Gomes estava em casa, quando foi encontrado desacordado e levado às pressas ao Hospital São Paulo, que confirmou a morte.

O corpo de Gil Gomes foi velado no Obelisco do Parque Ibirapuera, em São Paulo. Uma viatura do Corpo de Bombeiros transportou o corpo de Gil Gomes para o sepultamento, num caixão coberto pela bandeira da Portuguesa, ao Cemitério Vertical, no Jardim Adriana, Guarulhos, em São Paulo.

Gil Gomes sofria de Mal de Parkinson e passava a maior parte do tempo recluso em casa. Ele deixa quatro filhos e nove netos.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #GilGomes

Marcelo Rezende

MARCELO LUIZ REZENDE FERNANDES
(65 anos)
Jornalista, Repórter e Apresentador de Televisão

☼ Rio de Janeiro, RJ (12/11/1951)
┼ São Paulo, SP (16/09/2017)

Marcelo Luiz Rezende Fernandes foi um jornalista, repórter e apresentador de televisão brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 12/11/1951.

São de sua autoria algumas das reportagens investigativas de maior impacto exibidas pela TV Globo na década de 1990, como a denúncia das sessões de espancamento e assassinato de moradores da Favela Naval, em Diadema, por integrantes da Polícia Militar de São Paulo.

Mesmo não tendo formação acadêmica superior, destacou-se no jornalismo trabalhando nas redações das maiores organizações de mídia do país, como Grupo Globo, Record e Editora Abril.

A descoberta do jornalismo ocorreu de forma inusitada para o jovem carioca de classe média baixa que não queria estudar e virou hippie na Bahia. Marcelo Rezende tinha 17 anos, matriculado em um curso técnico de mecânica, foi visitar a redação do Jornal dos Sports no Rio de Janeiro, com o primo Merival Júlio Lopes, que trabalhava lá. No local, se ofereceu para ajudar um senhor que datilografava uma relação de clubes de várzea. Ele era diretor do jornal, que convidou Marcelo Rezende para estagiar. No Jornal dos Sports Marcelo Rezende ficou até os 19 anos.

"Volta para a mecânica, você não leva o menor jeito para ser jornalista, não presta atenção em nada", disse seu chefe. De muitas amizades, conseguiu rapidamente uma recolocação, na Rádio Globo, e logo depois, em 1972, foi convidado para trabalhar como copidesque no jornal O Globo, tendo a oportunidade de aproximar-se do ídolo Nelson Rodrigues e trabalhar com o colega Tim Lopes.


Depois de sete anos em O Globo, ele foi convidado para a mais importante publicação da área de esportes, a revista paulistana Placar, da Editora Abril. Ficou nas reportagens daquela redação por oito anos e meio, cobrindo inclusive a Seleção Brasileira em duas Copas do Mundo. Registro raro é sua participação no programa "Roda Viva", da TV Cultura, onde Ayrton Senna era o entrevistado e Marcelo Rezende, um dos entrevistadores convidados.

Em 1987, o repórter chegou à televisão, na área de esportes da TV Globo. Cobriu os clubes do Rio de Janeiro e participou das transmissões dos jogos, por exemplo, a Copa América de 1989, na equipe de Galvão Bueno e Chico Anysio. A diretora-executiva de jornalismo Alice-Maria e o diretor-geral, Armando Nogueira, tinham outros planos e ele foi transferido para a editoria "Geral". A primeira cobertura policial foi o assassinato de um dos empresários mais ricos do Rio de Janeiro, José Carlos Nogueira Diniz Filho. Foi onde o instinto investigativo de repórter apareceu. Mas continuou na "Geral", fazendo fontes.

Marcelo Rezende participou da transmissão do festival de música Rock In Rio, fez reportagem sobre a primeira rede de telefonia celular do Brasil e participou da cobertura do funeral de Ayrton Senna, em São Paulo.

Seu pai era diretor de uma unidade para menores infratores e depois se tornou coordenador de uma escola, que era chamada de "Serviço Assistencial ao Menor". Foi nesse ambiente e convívio social que se apresentaria em reportagens investigativas e coberturas jornalísticas: A prisão dos sequestradores do empresário Roberto Medina, a busca ao paradeiro de PC Farias, o crescimento e as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, a indústria da pirataria fonográfica chinesa e a corrupção na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Favela Naval - Divisor de Águas nos Direitos Humanos

Em 1997, o caso dos dez policiais flagrados por cinegrafista amador torturando e atirando em pessoas durante operações na Favela Naval, em Diadema, SP, virou um marco em sua carreira. A TV Globo descreve no site Memória Globo que a reportagem, "pelo seu impacto e repercussão (inclusive internacional) entraria para a história da Globo e do jornalismo brasileiro".

As gravações ocorreram nos dias 3, 5 e 7 de março de 1997, e transmitidas no Jornal Nacional em 31 de março daquele ano, com a advertência do apresentador William Bonner ao público das cenas que seriam mostradas:

"O motorista de um dos automóveis é esbofeteado e levado para trás de uma parede por um dos policiais. Os outros conversam tranquilamente enquanto se ouvem os gritos de súplica do rapaz que é espancado. Outro trecho mostra que o policial espancador chama o colega e, em seguida, dispara um tiro. Os dois PMs então se afastam e um deles guarda a arma e ri. A gravação também mostrava o assassinato do passageiro de um carro."

Após a reportagem de Marcelo Rezende foi lido um editorial da emissora. Do recebimento da fita e a exibição, Marcelo Rezende levou cinco dias confirmando a veracidade da história. Ele montou uma equipe com 13 profissionais, que o ajudaram nas investigações. Além de várias testemunhas, localizaram o homem que dirigia o carro no qual foi assassinado o mecânico que estava de férias e fora visitar um amigo.

Marcelo Rezende e sua equipe de reportagem também descobriu que, nos meses que antecederam o caso, dezenas de denúncias já haviam sido encaminhadas às autoridades, mas que não tomaram nenhuma providência.

O Caso Favela Naval é considerado um divisor de águas na questão dos direitos humanos no Brasil, que passou a ser disciplina obrigatória para formação de policiais, além da criação pelo Governo Federal da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.

Marcelo Rezende quando apresentava o programa "Linha Direta"
Linha Direta - Violência Simulada e Em Suspense na TV

Em 1999, no programa "Linha Direta", horário nobre da TV Globo, Marcelo Rezende iniciou seu percurso como apresentador, sendo um dos criadores da nova versão do programa. Ele permaneceu na função apenas na primeira temporada. O programa de suspense e mistério tinha oficialmente o objetivo de combater a impunidade ao destacar casos que tivessem transitado na justiça e sido julgados, com condenados foragidos, e por meio das simulações de crimes dramatizados por atores, com base no inquérito, no processo e no depoimento de amigos e familiares.

Marcelo Rezende trabalhou sete meses montando uma equipe de 50 profissionais, entre os quais 20 jornalistas, e contou com o apoio do centro de documentação da emissora e da Central Globo de Produção, na responsabilidade do diretor Roberto Talma.

"Linha Direta" foi um grande sucesso, com dezenas de denúncias diárias para a emissora e autoridades contra criminosos procurados pela justiça por crimes de assassinato, estupro e sequestro. Meses antes da estreia, uma espécie de piloto (programa teste) do "Linha Direta" foi exibido no "Fantástico", com uma entrevista exclusiva do Maníaco do Parque, com trilha de suspense e análises de psicólogos e até astrólogos.

No ano de 2010, na TV Bandeirantes, Marcelo Rezende apresentou o "Tribunal na TV", semelhante ao "Linha Direta" por causa das dramatizações de histórias, mas desta vez somente do ponto de vista do judiciário. O cenário era similar a um tribunal e não tinha o objetivo de encontrar fugitivos.

Cidade Alerta - Jornalismo Policial, Opinativo e Informal

Depois de deixar a TV Globo, em 2002, Marcelo Rezende passou por três emissoras: TV Record, Band e RedeTV!, onde apresentou o telejornal "RedeTV! News" e ficou por dois anos como apresentador do formato mais tradicional de telejornalismo.

No programa "Cidade Alerta", da TV Record, ele conseguiu se manter na televisão e popularizar-se até entre jovens com bordões como "Corta pra mim!" e "Bota exclusivo, minha filha, dá trabalho pra fazer!".

Por reestruturação na programação da TV Record, a primeira passagem dele pelo programa foi curta, entre 2004 e 2005. A segunda iniciou em junho de 2012 e desde então, ao lado do colega, comentarista de segurança, Percival de Souza, deu um novo tom ao formato, inédito nesse tipo de programa de rede nacional: Intercalou as notícias de violência cotidiana com falas irônicas e brincadeiras com integrantes do programa, inclusive dos bastidores. A iniciativa é justificada pela longa duração na programação da TV Record, onde a transmissão chegou a ter quase 4 horas diariamente.

Fundamental, na estratégia de audiência do canal para o fim de tarde e começo da noite, o novo formato do "Cidade Alerta" alcançou altos índices de audiência, sempre com dois dígitos de pontos no Ibope, tendo seu auge nos anos de 2013 e 2014.

Foi destacada a apresentação de Marcelo Rezende na cobertura da histórica onda de protestos pelo país, em junho de 2013, que aconteciam no horário em que o programa era exibido. A adrenalina do "ao vivo" diário atrelada à forte personalidade do jornalista o fez soltar declarações polêmicas no ar: Demonstrar apoio às manifestações populares aqui citadas, ser contra a Reforma Previdenciária do Governo Temer e ser favorável à pena de morte para crimes graves e à diminuição da maioridade penal.

Marcelo Rezende e a namorada Luciana Lacerda
Vida Pessoal

Marcelo Rezende é pai de quatro filhas e um filho, com idades de 15 a 40 anos, todos de 5 mulheres diferentes e foi casado durante 19 anos. Ele tem dois netos, um irmão não biológico e uma prima como colega de trabalho, a repórter Adriana Rezende, da TV Record. Marcelo Rezende afirmava crer em Deus e que não seguia nenhuma religião.

Doença

Em 14/05/2017, a TV Record exibiu uma entrevista de Marcelo Rezende para o programa "Domingo Espetacular" em que revelou o diagnóstico, semanas antes, de câncer pancreático com metástase no fígado. Ele demonstrou fé, pediu energia do público e anunciou seu afastamento temporário do trabalho para fazer o tratamento.

Desde então, e como forma de combater notícias falsas na internet sobre seu estado de saúde, ele utiliza suas redes sociais para divulgar videos informando sua luta contra a doença, tal quando declarou fazer um retiro espiritual.

Morte

Marcelo Rezende morreu no sábado, 16/09/2017, às 17h45 aos 65 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer.

Marcelo Rezende foi diagnosticado no início do ano de 2017 com câncer no pâncreas com metástase no fígado. Ele se afastou do comando do programa "Cidade Alerta", da TV Record, para fazer o tratamento de quimioterapia. Ele estava internado no Hospital Moriah, na Zona Sul de São Paulo.

Em um vídeo postado no dia 03/09/2017, Marcelo Rezende falou sobre os altos e baixos do tratamento contra o câncer.
"O que eu tenho, a doença que eu tenho, o câncer que eu tenho, tem altos e baixos, é como uma montanha-russa. Uma hora eu to lá em cima, outra hora eu to lá embaixo. O mais importante é que eu estou firme e estar firme é aqui, onde a mente funciona. E eu estou firme para enfrentar os baixos, até chegar o momento em que o alto vai deslizar e aí a cura vai chegar. E eu tenho certeza dela porque Deus está comigo, Deus está contigo!"

Premiações

1994 - Festival de Filme e Televisão de Nova York
  • Diploma de Honra ao Mérito - Trabalho do Menor: Globo Repórter

1998 - Troféu APCA - Telejornalismo
  • Violência Policial em Diadema

1998 - Prêmio Líbero Badaró
  • Violência Policial em Diadema

Livro
  • 2013 - Corta Pra Mim: Os Bastidores das Grandes Investigações


Marcelo Rezende e Percival de Souza - Programa "Cidade Alerta"
Programas
  • 1987 - 1990 - Globo Esporte (TV Globo, Repórter)
  • 1990 - 1999 - Fantástico (TV Globo, Repórter)
  • 1990 - 1999 - Globo Repórter (TV Globo, Repórter)
  • 1990 - 1999 - Jornal Nacional (TV Globo, Repórter)
  • 1999 - 2000 - Linha Direta (TV Globo, Apresentador)
  • 2002 - 2004 - Repórter Cidadão (RedeTV!, Apresentador)
  • 2004 - 2005 - Cidade Alerta (TV Record, Apresentador)
  • 2006 - 2008 - RedeTV! News (RedeTV!, Apresentador)
  • 2010 - Tribunal Na TV (Bandeirantes, Apresentador)
  • 2010 - 2011 - Domingo Espetacular (TV Record, Repórter Especial)
  • 2011 - 2012 - Repórter Record (TV Record, Apresentador)
  • 2012 - 2017 - Cidade Alerta (TV Record, Apresentador)

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #MarceloRezende

Sandra Moreyra

SANDRA MARIA MOREYRA
(61 anos)
Jornalista, Repórter, Apresentadora, Diretora de Programação e Editora

☼ Rio de Janeiro, RJ (28/08/1954)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/11/2015)

Sandra Maria Moreyra foi uma jornalista brasileira, nascida no Rio de Janeiro, em 28/08/1954, com o jornalismo correndo nas veias.

Era neta da jornalista Eugênia Moreyra e do poeta e escritor Álvaro Moreyra, membro da Academia Brasileira de Letras, e dirigiu importantes revistas nos anos 1950, como Fon-Fon e Paratodos. Seu pai, Sandro Moreyra, fez história como um dos mais importantes cronistas esportivos do jornalismo brasileiro. Sua mãe, Lea de Barros Pinto, era professora. Era mãe da também jornalista Cecília Moreyra. Foi casada com o arquiteto Rodrigo Figueiredo, tinha dois filhos, Cecilia e Ricardo, e um neto, Francisco. Ela era irmã da também jornalista e diretora da GloboNews, Eugenia Moreyra.

Começou no jornalismo em 1975. Após um concurso, começou seu primeiro estágio, no Departamento de Pesquisa do Jornal do Brasil.

Formou-se em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1976, foi contratada e, em 1978, foi para a reportagem geral do Jornal do Brasil, onde começou a carreira de repórter.

Em 1979, deixou o Jornal do Brasil para acompanhar o marido que trabalhava numa empresa de engenharia e foi transferido para a Argélia.

Engravidou, voltou para o Brasil e começou a trabalhar numa agência de publicidade, onde teve seu contato com o vídeo.

TV Globo

Após passagens pela TV Aratu, na época afiliada da TV Globo, pela TV Bandeirantes e pela TV Manchete, entrou na TV Globo em 1984, como repórter em Minas Gerais.

No ano seguinte, participaria ativamente da cobertura da eleição e morte de Tancredo Neves. No dia da morte do primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar, Sandra Moreyra apareceu no Jornal Nacional acompanhando o cortejo fúnebre.

Em 1986, Sandra Moreyra deixou Minas Gerais e voltou para o Rio de Janeiro, se tornando uma das principais repórteres da editoria, cobrindo todo o tipo de pauta na região metropolitana, passando a fazer reportagens para o RJTV, Jornal Nacional, Globo Repórter e Bom Dia Brasil.

Entre 1999 e 2004, atuou na GloboNews na parte gerencial e administrativa do jornalismo. No canal, também apresentou o programa "Espaço Aberto Literatura".

Sandra Moreyra e Ricardo Boechat
40 Anos de Carreira

Com 40 anos de carreira, Sandra Moreyra participou de coberturas jornalísticas de importantes momentos do Brasil. Ela cobriu a morte de Tancredo Neves, o Plano Cruzado, o acidente radioativo em Goiânia com o Césio 137, a tragédia do iate Bateau Mouche, a Rio-92 e a ocupação do Complexo do Alemão.

A cobertura que a jornalista considerava mais marcante foi o enterro dos mortos na chacina de Vigário Geral, em 1993.

"Na hora de escrever o texto, a matéria tinha uma carga de emoção tão forte, da dor daquelas pessoas, da violência, que pensei: 'Tenho que botar isso nas palavras mais simples'. Quando a matéria entrou no ar, foi um soco no estômago!"
"Ela estava muito mais forte do que eu poderia imaginar, porque consegui exatamente isso, lidar com a realidade sem querer ser mais do que ela, sem querer aparecer mais. No dia em que fiz aquela matéria foi quando senti: 'Puxa vida, cresci. Que bom!'"
(Sandra Moreyra relatou ao site Memória Globo)

Já trabalhou como repórter, apresentadora, diretora de programação e editora. Nos anos 2000, apresentou a coluna de gastronomia "Arte da Mesa", no Bom Dia Brasil.

Dentre seus trabalhos na televisão destaca-se o especial "1808 - A Corte no Brasil", uma série de reportagens sobre os 200 anos da mudança da corte portuguesa para o Brasil.

No cinema, Sandra Moreyra trabalhou como roteirista no documentário "70" (2013), da diretora Emília Silveira. O filme refere-se a um episódio ocorrido no auge da ditadura militar do Brasil, quando um grupo de 70 presos políticos foi libertado e banido do país, em troca da libertação do embaixador suíço, Giovanni Enrico Bucher, que havia sido sequestrado por guerrilheiros da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Morte

Sandra Moreyra morreu na manhã de terça-feira, 10/11/2015, no Rio de Janeiro, aos 61 anos vítima de um câncer. O velório será na quarta-feira, 11/11/2015, às 12:00 hs, no Cemitério Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro.

Sandra Moreyra tinha entre suas várias paixões o time Botafogo. Após a notícia da morte da jornalista, o clube carioca decretou luto de três dias. Na nota, eles manifestaram solidariedade aos familiares:

"Com profundo pesar e tristeza, o Botafogo lamenta o falecimento de Sandra Moreyra, aos 61 anos. A jornalista botafoguense morreu na tarde deste terça-feira no Hospital Samaritano, onde estava internada e lutava contra um câncer. Filha do botafoguense Sandro Moreyra, Sandra sempre demonstrava seu amor pelo Botafogo. Atualmente, era repórter da TV Globo, com 40 anos de experiência na profissão. O Botafogo decreta luto oficial de três dias e manifesta sua solidariedade a familiares e amigos neste momento tão triste e difícil."

Fonte: WikipédiaG1 e Ego 

Luiz Quilião

LUIZ GONZAGA QUILIÃO JÚNIOR
(57 anos)
Repórter Cinematográfico

* Porto Alegre, RS (13/09/1957)
+ Brasília, DF (29/03/2015)

Dono de um olhar atento e criativo, Luiz Gonzaga Quilião Junior nasceu no dia 13 de setembro de 1957, em Porto Alegre, e começou a trabalhar na RBS da capital, então TV Gaúcha, em 1977, como contínuo.

"Não só colocava o papel no mimeógrafo, também botava as fitas nas máquinas de escrever e fazia radioescuta!"

Em seguida, ele, que gostava de desenhar e tentou uma vaga no departamento de arte, passou a ser auxiliar de cinegrafista e descobriu sua paixão pela "arte de filmar".

No início de 1979, o filho do militar, Luiz Gonzaga Quilião, e da funcionária da antiga companhia de aviação KLM, Terezinha de Jesus Damásio Quilião, tornou-se repórter cinematográfico. Nesse mesmo ano, ele cobriu a volta de Leonel Brizola (07/09/1979) e de Luís Carlos Prestes (20/10/1979) ao Brasil, após a Anistia. O repórter Roberto Kovalick fez a cobertura de Leonel Brizola ao lado de Luiz Quilião:

"Contamos a história dele desde engraxate, como ele se comportou em Carazinho!"

Nos anos 1980, o cinegrafista ganhou seu primeiro prêmio da Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI), com a matéria sobre o Rio Gravataí realizada ao lado da repórter Ananda Apple para o RBS Documento.

Em 1983, ano de estreia do SPTV, Luiz Quilião começou a trabalhar na TV Globo São Paulo e ficou cerca de um ano na cidade. Nessa época, ao lado de Fábio Pannunzio, ele registou o acidente entre dois trens em Itaquera.

"Fomos a primeira equipe a chegar à estação. A gente retratou as piores imagens possíveis. A imagem ficou na minha cabeça muito tempo!"


Depois de atuar em São Paulo, Luiz Quilião voltou para o Sul e, em seguida, foi para o Pará trabalhar com Paulo Martimbianco, que cuidava do RBS Documento. Antes de ir para Brasília, ele cobriu a doença e da morte de Tancredo Neves, em 1985, em São Paulo.

Nos anos 1990, ao lado de Renato Machado, o cinegrafista fez a cobertura do Governo Collor.

Em seguida, Luiz Quilião passou a trabalhar na TV Amazonas. Lá, ele fez parte da primeira equipe de televisão brasileira a subir o Monte Roraima e também participou da cobertura do conflito militar entre o Peru e o Equador.

"Os dois países que disputavam a saída para o Atlântico, e eu e o (Marcos) Losekann fomos destacados pra ir pra lá (região da Serra do Condor dos Andes), porque era mais perto!"

Em 1996, Luiz Quilião passou a trabalhar na TV Globo Rio. Nesse período, ele participou de grandes coberturas e matérias especiais como o desabamento do Edifício Palace II, em 1998, e a cidade de Mejido, local onde seria o Armagedon, segundo a Bíblia, em Israel, para o Fantástico, em 1999.

Entre 2000 a 2002, o cinegrafista voltou para a TV Globo São Paulo e participou de coberturas como o naufrágio da plataforma P-36, em 15/03/2001, ao lado de Edimilson Ávila e do assistente Marco Antônio Losch.

De 2002 a 2006, Luiz Quilião retornou para seu segundo momento na TV Globo Rio. Ao lado da jornalista Lilia Teles, o cinegrafista fez uma das coberturas mais complicadas de sua carreira: a tragédia causada pelas chuvas na região serrana do Rio em dezembro de 2001, especialmente em Petrópolis.

"Deixaram a gente de helicóptero lá. Só que o tempo fechou de uma forma que a gente não conseguiu voltar e ficou com a roupa do corpo durante uma semana. Foi uma operação de guerra!"

Luiz Quilião também participou de algumas séries. Em outubro de 2003, ele e Marcelo Canellas fizeram "Outros Tempos" para o Bom Dia Brasil. "A gente quis fazer retratar o interiorano, as pessoas do meio rural, das cidadezinhas, das comunidades que vivem em outro tempo". Também para o Bom Dia Brasil, fez a série "Vaqueiros e Peões".


Ainda em 2006, o cinegrafista voltou para Brasília. Lá, participou da série "Terra do Meio, Brasil Invisível", em 2007, para o Bom Dia Brasil junto com Marcelo Canellas.  Com esta série, ele ganhou oito prêmios, incluindo o Prêmio Fórum 2007, da Fundación Nuevo Periodismo, presidida por Gabriel García Márquez; o Prêmio Every Human Has Rights Media Awards, promovido pela Internews Europa; o Prêmio Embratel de Jornalismo; o Prêmio CNT de Jornalismo, entre outros.

Ao lado de Vinicius Donola fez a série "Amazônia e o Mercúrio" para o Fantástico, em 2008. Nesse mesmo ano, fez "Fronteiras da Amazônia" com Cristina Serra para o Jornal Nacional.

Em 2009, descobriu a história da tropa do Zé Merenda, exibida no Fantástico. No ano seguinte, participou da eleição da presidente Dilma Rousseff e fez a série "Doença do Silêncio" com Marcelo Canellas para o Bom Dia Brasil.

Junto com a produtora Daniela Moura, trabalhou embarcado por dias na plataforma brasileira P-18 para retratar a vida dos trabalhadores anônimos em uma plataforma em mar aberto. O material foi exibido no Fantástico, em 2011. No ano seguinte, ao lado de Marcelo Canellas, visitou vários presídios do país e fez uma matéria sobre menores infratores para o Fantástico.

O cinegrafista também acompanhou o Movimento Passe Livre, em 2013. No ano seguinte, participou da série "Padres Brasileiros Se Dedicam Ao Ritual do Exorcismo" feita novamente com Marcelo Canellas para o Fantástico.

Ao Memória Globo, Luiz Quilião falou sobre o olhar especial sobre a notícia.

"Estou sempre com o radar aberto escutando as pessoas, porque todo mundo tem uma história para contar, então alguma coisa acontece!"

O cinegrafista gostava de dar ideias sobre as matérias, dirigir as cenas, participar ativamente das pautas e procurar um olhar diferente sobre o tema retratada. Em 34 anos de carreira, ele imprimiu sua marca , um jeito próprio de dar mais brilho às reportagens.

"Por trás delas tem um elemento, um ser humano, que muitas vezes arriscou a própria vida para contar uma história, que muitas vezes passou certas circunstâncias mais difíceis, mas levou para as pessoas uma imagem que contou uma história que vai ficar para sempre, mesmo depois que ele for!"
(Luiz Quilião ao Memória Globo)

Morte

Luiz Quilião estava internado desde o dia 18/02/2015 com uma trombose intestinal. No domingo, 29/03/2015, teve um forte sangramento no intestino e uma parada cardíaca.

O velório acontece na terça-feira, 31/03/2015, em Brasília, na capela 10 do cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, a partir das 8:00 hs. A cerimônia de cremação está prevista para as 11:30 hs.

Luiz Quilião deixou dois filhos.

Fonte: Fonte: Memória Globo e G1

Beatriz Thielmann

BEATRIZ HELENA MONTEIRO DA SILVA THIELMANN
(63 anos)
Jornalista e Repórter

* Juiz de Fora, MG (13/01/1952)
+ São Paulo, SP (29/03/2015)

Beatriz Helena Monteiro da Silva Thielmann, mais conhecida como Beatriz Thielmann, foi uma jornalista e repórter brasileira.

Com mais de 30 anos de carreira, Beatriz Theilmann cobriu importantes momentos do país, como a promulgação da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, a eleição e morte de Tancredo Neves, a implantação do Plano Cruzado, a Eco-92, os Jogos Pan-Americanos e a visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro.

A primeira escolha profissional foi o curso de Direito, mas, depois de dois anos, trocou pelo de Jornalismo. No final de 1982, Beatriz Thielmann ficou sabendo que a TV Globo abriria uma vaga de editor de texto. Entrou para o estágio e acumulou duas funções. Uma no jornal impresso e outra na TV. Na TV Globo, passou por "Bom Dia Brasil", "Jornal da Globo", "Jornal Nacional", "Globo Repórter", além da GloboNews. Cobriu diversas áreas, entre cidade, economia e política.


Beatriz Thielmann foi a primeira repórter da TV Globo a entrevistar Fidel Castro, em 1987. Ela viajou junto com o ministro das Relações Exteriores na época, Abreu Sodré, e mais uma equipe de sete jornalistas e colunistas. Era a única repórter de televisão. A jornalista também acompanhou, por quase 20 dias, uma viagem do então presidente da República, José Sarney, à União Soviética e ao Leste Europeu.

Em 2003, escreveu o livro "De Mulheres Para Mulheres" com a médica Odilza Vidal, contando o que a medicina apresentava de novo para a vida da mulher depois dos 40 anos.

Beatriz Thielmann também roteirizou e dirigiu dois documentários. Um foi "O Bicho Dá. O Bicho Toma", em 2005, a convite da ONG Renctas, que luta pela preservação dos animais silvestres. O outro foi em 2007, "Vento Bravo", documentário sobre a história musical de Edu Lobo, que dirigiu em parceria com a jornalista Regina Zappa.

Morte

Beatriz Thielmann faleceu em São Paulo no domingo, 29/03/2015, aos 63 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, vítima de insuficiência respiratória. Ela lutava contra um câncer no peritônio. Beatriz Thielmann deixou dois filhos e dois netos.

Em nota, a Rede Globo disse:

"Para os colegas, a perda é irreparável. A direção da Globo ressalta que Beatriz era uma profissional brilhante e uma colega de trabalho sem igual."

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio

Carlos Spera

CARLOS SPERA
(36 anos)
Jornalista e Repórter

* São Paulo, SP (15/06/1929)
+ São Paulo, SP (11/01/1966)

Desde garoto queria ser repórter. Estava apenas com 20 anos quando começou a trabalhar no jornal Hoje onde ficou três anos. A seguir passou para o jornal Hora. Mais um ano e passou para os Diários Associados de Assis Chateaubriand.

Em 1953 ficou responsável pelo programa "Ronda dos Bairros". Em 1954, já contratado pela Rádio Difusora de São Paulo, começou a desenvolver intenso trabalho jornalístico. Investiu tanto no setor nacional como internacional e esteve nos Estados Unidos, em toda a Europa e no Oriente Médio. Estava em Londres, quando na cerimônia fúnebre de Wiston Churchiel.

A partir de 1955, apesar dos bons profissionais que haviam na televisão, dois jornalistas se destacaram na TV Tupi e iniciaram a fase do repórter de televisão: Carlos Spera e José Carlos de Moraes (Tico-Tico). Esses dois profissionais, vindos do jornal Diário de São Paulo, dedicaram-se ao noticiário da televisão, indo atrás dos fatos, tentando transmitir diretamente dos locais, informando em primeira mão antes do jornal e do rádio, fazendo com que o veículo gerasse mais intensamente suas próprias notícias.

Carlos Spera é o último a direita da foto
Em 1961, quando Jânio Quadros, então presidente, renunciou, Carlos Spera ficou no microfone por 24 horas consecutivas. Em 1963, esteve nos Estados Unidos, para transmitir informações sobre o assassinato do presidente Kennedy.

Incansável, irreverente, era muito respeitado por todos a quem entrevistava. Todos o consideravam o maior repórter de seu tempo. Além de trabalhar na TV Tupi, foi também repórter da TV Cultura, que foi por muito tempo a caçula, dentre as Associadas.

Carlos Spera foi importante na implantação da TV Cultura. Hoje ele dá nome à rua que contorna a sede da Fundação Padre Anchieta, que hoje congrega a TV Cultura, a Rádio Cultura AM e a Rádio Cultura FM. É um belo conjunto arquitetônico, que fica no bairro da Água Branca em São Paulo.

Carlos Spera entrevista Auro de Moura
Durante uma visita do líder cubano Fidel Castro ao Brasil, o repórter Carlos Spera conseguiu levá-lo à TV Tupi. Às pressas, improvisou-se uma equipe para sabatiná-lo. Foi ao ar uma "entrevista coletiva".

Carlos Spera faleceu ainda muito jovem, com apenas 36 anos, em 11/01/1966, no Hospital do Câncer em São Paulo, vítima de um câncer na garganta.

Ele foi casado com Esmeralda Lesjak Spera e  deixou 4 filhos, Sandra Spera, Katia Spera, Solange Spera e Carlos Spera Junior.

Indicação:  Carlos Spera Junior

Rubem Braga

RUBEM BRAGA
(77 anos)
Escritor,  Repórter, Redator, Editorialista e Cronista

☼ Cachoeiro de Itapemirim, ES (12/01/1913)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/12/1990)

Rubem Braga foi um escritor, irmão do poeta e jornalista Newton Braga. Era considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, em 12 de janeiro de 1913.

Iniciou seus estudos em Cachoeiro de Itapemirim, porém, quando fazia o ginásio, revoltou-se com um professor de matemática que o chamou de burro e pediu ao pai para sair da escola. Sua família o enviou para Niterói, RJ, onde moravam alguns parentes, para estudar no Colégio Salesiano.

Iniciou a faculdade de Direito no Rio de Janeiro, mas se formou em Belo Horizonte, MG, em 1932, depois de ter participado, como repórter dos Diários Associados, da cobertura da Revolução Constitucionalista, em Minas Gerais - no front da Mantiqueira conheceu Juscelino Kubitschek de Oliveira e Adhemar de Barros.

Na capital mineira se casou, em 1936, com Zora Seljan Braga, de quem posteriormente se desquitou, mãe de seu único filho Roberto Braga.

Rubem Braga foi correspondente de guerra do Diário Carioca na Itália, onde escreveu o livro "Com a FEB na Itália", em 1945, sendo que lá fez amizade com Joel Silveira. De volta ao Brasil morou em Recife, Porto Alegre e São Paulo, antes de se estabelecer definitivamente no Rio de Janeiro. Primeiro numa pensão do Catete, onde foi companheiro de Graciliano Ramos. Depois, numa casa no Posto Seis, em Copacabana, e por fim num apartamento na Rua Barão da Torre, em Ipanema.

Rubem Braga (E) e Newton Braga (D) em 1932
Sua vida no Brasil, no Estado Novo, não foi mais fácil do que a dos tempos de guerra. Foi preso algumas vezes, e em diversas ocasiões andou se escondendo da repressão.

Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936, quando o autor tinha 22 anos, pela Editora José Olympio. Na crônica-título, escreveu:

"A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser conde."

De fato, quase tanto como pelos seus livros, o cronista ficou famoso pelo seu temperamento introspectivo e por gostar da solidão. Como escritor, Rubem Braga teve a característica singular de ser o único autor nacional de primeira linha a se tornar célebre exclusivamente através da crônica, um gênero que não é recomendável a quem almeja a posteridade.

Certa vez, solicitado pelo amigo Fernando Sabino a fazer uma descrição de si mesmo, declarou:

"Sempre escrevi para ser publicado no dia seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso, mas em bom estado de funcionamento."

Foi com Fernando Sabino e Otto Lara Resende que Rubem Braga fundou, em 1968, a Editora Sabiá, responsável pelo lançamento no Brasil de escritores como Gabriel García Márquez, Pablo Neruda e Jorge Luis Borges.

Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos texto de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."


A chave para entendermos a popularidade de sua obra, toda ela composta de volumes de crônicas sucessivamente esgotados, foi dada pelo próprio escritor: ele gostava de declarar que um dos versos mais bonitos de Camões"A Grande Dor Das Coisas Que Passaram", fora escrito apenas com palavras corriqueiras do idioma. Da mesma forma, suas crônicas eram marcadas pela linguagem coloquial e pelas temáticas simples.

Como jornalista, Rubem Braga exerceu as funções de repórter, redator, editorialista e cronista em jornais e revistas do Rio de Janeiro, de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Foi correspondente de O Globo em Paris, em 1947, e do Correio da Manhã em 1950.

Amigo de Café Filho, vice-presidente e depois presidente do Brasil, foi nomeado Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Santiago, no Chile, em 1953. Em 1961, com os amigos Jânio Quadros na Presidência e Affonso Arinos no Itamaraty, tornou-se Embaixador do Brasil no Marrocos. Mas Rubem Braga nunca se afastou do jornalismo. Fez reportagens sobre assuntos culturais, econômicos e políticos na Argentina, nos Estados Unidos, em Cuba, e em outros países.

Quando faleceu, era funcionário da TV Globo. Seu amigo Edvaldo Pacote, que o levou para lá, disse:

"O Rubem era um turrão, com uma veia extraordinária de humor. Uma pessoa fechada, ao mesmo tempo poeta e poético. Era preciso ser muito seu amigo para que ele entreabrisse uma porta de sua alma. Ele só era menos contido com as mulheres. Quando não estava apaixonado por uma em particular, estava apaixonado por todas. Eu o levei para a Globo... Ele escrevia todos os textos que exigiam mais sensibilidade e qualidade, e fazia isto mantendo um grande apelo popular."

Morte

Na noite de segunda-feira, 17/12/1990, o escritor Rubem Braga reuniu um pequeno grupo de amigos, cada vez mais selecionados por ele, na sua cobertura em Ipanema. Foi uma visita silenciosa, mas claramente subentendida pelos amigos Moacyr Werneck de Castro, Otto Lara Resende e Edvaldo Pacote.

Às 23:30 hs da noite de quarta-feira, 19/12/1990, sedado num quarto do Hospital Samaritano, Rubem Braga morreu, sozinho como desejara e pedira aos amigos. A causa da morte foi uma Parada Respiratória em conseqüência de um tumor na laringe que ele preferiu não operar nem tratar quimicamente.

Homenagem

Foi inaugurada no dia 30/06/2010 a terceira saída da estação General Osório do Metrô em Ipanema, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. O novo acesso, que conta com duas torres com dois elevadores ligando a Rua Barão da Torre ao Morro do Cantagalo, recebeu o nome de Complexo Rubem Braga, em homenagem ao escritor que por anos morou na cobertura do prédio vizinho à estação.

Crônica

  • 1936 - O Conde e o Passarinho
  • 1944 - O Morro do Isolamento
  • 1945 - Com a FEB na Itália
  • 1948 - Um Pé de Milho
  • 1949 - O Homem Rouco
  • 1951 - 50 Crônicas Escolhidas
  • 1954 - Três Primitivos
  • 1955 - A Borboleta Amarela
  • 1957 - A Cidade e a Roça
  • 1958 - 100 Crônicas Escolhidas
  • 1960 - Ai de Ti, Copacabana
  • 1961 - O Conde e o Passarinho e O Morro do Isolamento
  • 1964 - Crônicas de Guerra - Com a FEB na Itália
  • 1964 - A Cidade e a Roça e Três Primitivos
  • 1967 - A Traição das Elegantes
  • 1988 - As Boas Coisas da Vida
  • 1990 - O Verão e as Mulheres
  • 200 Crônicas Escolhidas
  • Casa dos Braga: Memória de Infância (Público Juvenil)
  • 2002 - 1939 - Um episódio em Porto Alegre (Uma Fada no Front)
  • Histórias do Homem Rouco
  • Os Melhores Contos de Rubem Braga (Seleção Davi Arrigucci)
  • O Menino e o Tuim
  • Recado de Primavera
  • Um Cartão de Paris
  • Pequena Antologia do Braga


Romance

  • Casa do Braga


Adaptações

  • O Livro de Ouro dos Contos Russos
  • Os Melhores Poemas de Casimiro de Abreu (Seleção e Prefácio)
  • Coleção Reencontro Audiolivro - Cirano de Bergerac - Edmond Rostand
  • Coleção Reencontro: As Aventuras Prodigiosas de Tartarin de Tarascon Alphonse Daudet
  • Coleção Reencontro: Os Lusíadas - Luis de Camões (Com Edson Braga)


Tradução

  • Antoine de Saint-Exupéry - Terra dos Homens.


Sobre Rubem Braga

  • Na Cobertura de Rubem Braga (João Castello)
  • Rubem Braga (Jorge de Sá)
  • Rubem Braga - Um Cigano Fazendeiro do Ar (Marco Antonio de Carvalho)


No volume publicado, também de crônicas, "As Coisas Boas da Vida", em 1988, Rubem Braga enumera, no texto que dá título ao livro "as dez coisas que fazem a vida valer a pena". A última delas: "Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte - o assim chamado descanso eterno".

Fonte: Wikipédia e Releituras