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Bento Hinoto

ALBERTO HINOTO
(25 anos)
Guitarrista

☼ Itaquaquecetuba, SP (07/08/1970)
┼ Serra da Cantareira, SP (02/03/1996)

Alberto Hinoto, conhecido por Bento Hinoto, foi o guitarrista brasileiro nascido em Itaquaquecetuba, SP, no dia 07/08/1970. Era guitarrista da banda Mamonas Assassinas.

Além da música, algumas de suas características eram seu cabelo rastafári e sua paixão pelo Palmeiras. Conheceu Sérgio Reoli, pelo seu irmão Maurício que descobriu que Sérgio Reoli era baterista e o apresentou para o irmão Bento Hinoto.

Entre outras homenagens, sua cidade natal deu seu nome à antiga Estrada de Santa Isabel, a SP-56, que liga Itaquequecetuba a Igaratá.

Em 2011 foi a vez da Cidade de Guarulhos prestar sua homenagem alterando o nome da Rua dos Japoneses para Rua Alberto Hinoto "Bento", endereço a qual Bento Hinoto adquiriu um apartamento para sua família antes do acidente.

Morte

No dia 02/03/1996, enquanto voltavam de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam, modelo 25D prefixo PT-LSD, chocou-se contra a Serra da Cantareira, numa tentativa de arremetida, matando todos que estavam no avião.

O sepultamento aconteceu no dia 04/03/1996 no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, SP, e foi acompanhado por mais de 65 mil fãs. Em algumas escolas, não houve aula por motivo de luto. O sepultamento também foi transmitido na televisão, com canais interrompendo sua programação normal.

O Acidente

A aeronave havia sido fretada com a finalidade de efetuar o transporte do grupo musical para um show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e estava sob o comando do piloto Jorge Luiz Martins, 30 anos de idade, e do co-piloto Alberto Yoshiumi Takeda, 24 anos de idade.

No dia 01/03/1996, transportou esse grupo de Caxias do Sul, RS, para Piracicaba, SP, onde chegou às 15h45.

No dia 02/03/1996, com a mesma tripulação e 7 passageiros, decolou de Piracicaba, SP, às 07h10, com destino a Guarulhos, SP, onde pousou às 7h36. A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto, onde, às 11h02, apresentou um plano de voo para Brasília, DF, estimando a decolagem para as 15h00.

Após duas mensagens de atraso, decolaram às 16h41. O pouso em Brasília, ocorreu às 17h52. A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21h58. O voo, no nível Flight Level (FL) 410, transcorreu sem anormalidade. Na descida, cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo, de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto de Guarulhos (SBGR).

A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas provas para possibilitar a interceptação do localizador (Final do procedimento). A interceptação ocorreu no bloqueio do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada.

Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205 nós a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu. A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento. A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou setor norte. Na perna do vento, a aeronave confirmou à Torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da Torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o Controle São Paulo (APP-SP) para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em aproximação IFR.

O PT-LSD chamou o Controle São Paulo (APP-SP), o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou "perna base alongando", sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento. No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23h16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés (1006 metros), no ponto de coordenadas 23º25'52"S 046º35'58"W. Em consequência do impacto, a aeronave foi destruída e todos os ocupantes faleceram no local.

O velório dos integrantes da banda Mamonas Assassinas ocorreu no ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos, SP. Além dos cinco músicos, foram velados os corpos do segurança Sergio Saturnino Porto e o ajudante de palco Isaac Souto, que também morreram no acidente. Os caixões, perfilados, estavam lacrados, por causa da mutilação dos corpos, e cobertos por bandeiras do Brasil e de Guarulhos.
Conclusões Sobre o Acidente

Uma operação equivocada do piloto Jorge Luiz Martins é a versão do Departamento de Aviação Civil (DAC) para explicar o acidente com o jatinho que causou a morte dos cinco integrantes do grupo. A 10 km do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o piloto repetia, a pedido da torre de controle, o procedimento de aterrissagem. No entanto, em vez de fazer uma curva para a direita, onde fica a Rodovia Dutra, virou o avião para a esquerda, chocando-se com a Serra da Cantareira.

Mamonas e Os Aviões

Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma certa relação com aviões.

  • Quando adolescente, Samuel Reoli costumava desenhar aviões.
  • No final dos anos 80, Sérgio ReoliBento Hinoto e Samuel Reoli formaram a banda Ponte Aérea, que depois se tornaria Utopia.
  • Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
  • No disco homônimo do grupo Mamonas Assassinas, há um agradecimento a Santos Dumont "Por ter inventado o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé!" (o disco foi gravado e produzido nos Estados Unidos).
  • Um trecho da música "1406" cita um avião: "Você não sabe como parte um coração / Ver seu filhinho chorando querendo ter um avião!".
  • Em um vídeo, Júlio Rasec e Dinho cantam a música "Donna", de Ritchie Valens. Durante uma entrevista ao Top 20 MTV, à época comandado pela apresentadora Cuca LazzarottoDinho afirmou que os Mamonas Assassinas não lançariam um segundo disco: "Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu falar em La Bamba?".
  • Em algumas oportunidades o vocalista chegou a assumir o lugar do piloto durante as viagens do grupo. As brincadeiras com um possível acidente era constante, e diversas brincadeiras com a morte foram registradas.
  • Em uma entrevista dada em 1996, Sérgio Reoli disse: "O avião em que costumávamos viajar caiu em Brusque, Santa Catarina, em novembro. Morreram três pessoas. Falha humana. O cara que vendeu as camisetas da banda em Porto Seguro, Bahia, bateu com o carro depois do show e também embarcou".
  • No dia 02/03/1996, no próprio dia do acidente, Júlio Rasec disse a um amigo cabeleireiro que havia sonhando com um acidente de avião. O depoimento foi gravado e teve muita repercussão na época

Fonte: Wikipédia

Dinho

ALECSANDER ALVES LEITE
(24 anos)
Cantor

☼ Irecê, BA (05/03/1971)
┼ Serra da Cantareira, SP (02/03/1996)

Alecsander Alves Leite, mais conhecido por Dinho, foi um cantor brasileiro nascido em Irecê, BA, no dia 05/03/1971. Era o vocalista da banda Mamonas Assassinas.

Antes da fama, Dinho trabalhou em campanhas políticas fazendo imitações de Lula, Sílvio Santos, Gil Gomes, entre outras personalidades.

Antes de atingir o sucesso com os Mamonas Assassinas, os integrantes criaram o grupo Utopia, onde a banda contava com letras de sua própria autoria. Porém não tiveram a mesma sorte que os Mamonas Assassinas tiveram. A banda Utopia era formada pelos mesmos integrantes da banda Mamonas Assassinas e com um disco lançado e vendas pífias, o grupo não foi para frente.

Após um filho de um empresário do ramo musical ver uma fita, onde os futuros Mamonas Assassinas cantavam suas canções de maneira pouco profissional, e mostrá-la a seu pai, os Mamonas Assassinas foram descobertos.

Dinho namorou a modelo Valéria Zopello por seis meses.

Morte

No dia 02/03/1996, enquanto voltavam de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam, modelo 25D prefixo PT-LSD, chocou-se contra a Serra da Cantareira, numa tentativa de arremetida, matando todos que estavam no avião.

O sepultamento aconteceu no dia 04/03/1996 no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, SP, e foi acompanhado por mais de 65 mil fãs. Em algumas escolas, não houve aula por motivo de luto. O sepultamento também foi transmitido na televisão, com canais interrompendo sua programação normal.

O Acidente

A aeronave havia sido fretada com a finalidade de efetuar o transporte do grupo musical para um show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e estava sob o comando do piloto Jorge Luiz Martins, 30 anos de idade, e do co-piloto Alberto Yoshiumi Takeda, 24 anos de idade.

No dia 01/03/1996, transportou esse grupo de Caxias do Sul, RS, para Piracicaba, SP, onde chegou às 15h45.

No dia 02/03/1996, com a mesma tripulação e 7 passageiros, decolou de Piracicaba, SP, às 07h10, com destino a Guarulhos, SP, onde pousou às 7h36. A tripulação permaneceu nas instalações do aeroporto, onde, às 11h02, apresentou um plano de voo para Brasília, DF, estimando a decolagem para as 15h00.

Após duas mensagens de atraso, decolaram às 16h41. O pouso em Brasília, ocorreu às 17h52. A decolagem de Brasília, de regresso a Guarulhos, ocorreu às 21h58. O voo, no nível Flight Level (FL) 410, transcorreu sem anormalidade. Na descida, cruzando o FL 230, a aeronave de prefixo PT-LSD chamou o Controle São Paulo, de quem passou a receber vetoração por radar para a aproximação final do procedimento Charlie 2, ILS da pista 09R do Aeroporto de Guarulhos (SBGR).

A aeronave apresentou tendência de deriva à esquerda, o que obrigou o Controle São Paulo (APP-SP) a determinar novas provas para possibilitar a interceptação do localizador (Final do procedimento). A interceptação ocorreu no bloqueio do marcador externo e fora dos parâmetros de uma aproximação estabilizada.

Sem estabilizar na aproximação final, a aeronave prosseguiu até atingir um ponto desviado lateralmente para a esquerda da pista, com velocidade de 205 nós a 800 pés acima do terreno, quando arremeteu. A arremetida foi executada em contato com a torre, tendo a aeronave informado que estava em condições visuais e em curva pela esquerda, para interceptar a perna do vento. A torre orientou a aeronave para informar ingressando na perna do vento no setor sul. A aeronave informou setor norte. Na perna do vento, a aeronave confirmou à Torre estar em condições visuais. Após algumas chamadas da Torre, a aeronave respondeu e foi orientada a retornar ao contato com o Controle São Paulo (APP-SP) para coordenação do seu tráfego com outros dois tráfegos em aproximação IFR.

O PT-LSD chamou o Controle São Paulo (APP-SP), o qual solicitou informar suas condições no setor. O PT-LSD confirmou estar visual no setor e solicitou "perna base alongando", sendo então orientado a manter a perna do vento, aguardando a passagem de outra aeronave em aproximação por instrumento. No prolongamento da perna do vento, no setor Norte, às 23h16, o PT-LSD chocou-se com obstáculos a 3.300 pés (1006 metros), no ponto de coordenadas 23º25'52"S 046º35'58"W. Em consequência do impacto, a aeronave foi destruída e todos os ocupantes faleceram no local.

O velório dos integrantes da banda Mamonas Assassinas ocorreu no ginásio Paschoal Thomeu, em Guarulhos, SP. Além dos cinco músicos, foram velados os corpos do segurança Sergio Saturnino Porto e o ajudante de palco Isaac Souto, que também morreram no acidente. Os caixões, perfilados, estavam lacrados, por causa da mutilação dos corpos, e cobertos por bandeiras do Brasil e de Guarulhos.
Conclusões Sobre o Acidente

Uma operação equivocada do piloto Jorge Luiz Martins é a versão do Departamento de Aviação Civil (DAC) para explicar o acidente com o jatinho que causou a morte dos cinco integrantes do grupo. A 10 km do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o piloto repetia, a pedido da torre de controle, o procedimento de aterrissagem. No entanto, em vez de fazer uma curva para a direita, onde fica a Rodovia Dutra, virou o avião para a esquerda, chocando-se com a Serra da Cantareira.

Mamonas e Os Aviões

Os Mamonas Assassinas sempre tiveram uma certa relação com aviões.


  • Quando adolescente, Samuel Reoli costumava desenhar aviões.
  • No final dos anos 80, Sérgio Reoli, Bento HinotoSamuel Reoli formaram a banda Ponte Aérea, que depois se tornaria Utopia.
  • Todos os integrantes do grupo moravam perto do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
  • No disco homônimo do grupo Mamonas Assassinas, há um agradecimento a Santos Dumont "Por ter inventado o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé!" (o disco foi gravado e produzido nos Estados Unidos).
  • Um trecho da música "1406" cita um avião: "Você não sabe como parte um coração / Ver seu filhinho chorando querendo ter um avião!".
  • Em um vídeo, Júlio Rasec e Dinho cantam a música "Donna", de Ritchie Valens. Durante uma entrevista ao Top 20 MTV, à época comandado pela apresentadora Cuca Lazzarotto, Dinho afirmou que os Mamonas Assassinas não lançariam um segundo disco: "Vamos fazer um show no interior e nós vamos de monomotor, você já ouviu falar em La Bamba?".
  • Em algumas oportunidades o vocalista chegou a assumir o lugar do piloto durante as viagens do grupo. As brincadeiras com um possível acidente era constante, e diversas brincadeiras com a morte foram registradas.
  • Em uma entrevista dada em 1996, Sérgio Reoli disse: "O avião em que costumávamos viajar caiu em Brusque, Santa Catarina, em novembro. Morreram três pessoas. Falha humana. O cara que vendeu as camisetas da banda em Porto Seguro, Bahia, bateu com o carro depois do show e também embarcou".
  • No dia 02/03/1996, no próprio dia do acidente, Júlio Rasec disse a um amigo cabeleireiro que havia sonhando com um acidente de avião. O depoimento foi gravado e teve muita repercussão na época

Fonte: Wikipédia e Terra Música

Cascatinha

FRANCISCO DOS SANTOS
(76 anos)
Cantor e Instrumentista

☼ Araraquara, SP (20/04/1919)
┼ São José do Rio Preto, SP (14/03/1996)

Francisco dos Santos, conhecido pelo nome artístico de Cascatinha, foi um cantor e instrumentista nascido em Araraquara, SP, no dia 20/04/1919.

Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, desde cedo apaixonou-se pela poesia da música sertaneja. Francisco dos Santos já tocava bateria e violão e se apresentava cantando modinhas, canções e valsas românticas. Quando da chegada do circo Nova Iorque no município de Araraquara, Francisco conheceu o cantor Chopp e resolveu formar dupla com ele, adotando então o nome artístico de Cascatinha, nome de famosa cerveja da época, para estar de acordo com o nome do parceiro. Por essa época, Ana Eufrosina se apresentava como solista em um conjunto formado por seus irmãos. A dupla Chopp e Cascatinha se apresentava em circos. FranciscoAna Eufrosina se conheceram e casaram em 1941. Formou-se então o Trio Esmeralda, com Chopp, Cascatinha e Inhana, nome artístico adotado por Ana Eufrosina.

Marido e esposa, juntos formaram uma das principais duplas sertanejas do Brasil. Suas mais famosas músicas foram "Índia" (1952) que os levou a um grande sucesso, "Meu Primeiro Amor" (1952) e "Colcha de Retalhos" (1959).

O violeiro e a moreninha se casaram cinco meses depois, no dia 23/09/1941. Romance que daria pra virar música, filme e poesia. Cantaram nos picadeiros de centenas de circos por todo o país, gravaram 54 discos de 78 rpm e 30 LPs. Venderam milhares de discos numa época em que vitrola era artigo de luxo. Cantaram o Brasil mulato, o Brasil Caboclo, o Brasil fronteiriço a outros sons e culturas, traduziram a linguagem rítmica e poética de um país que nos anos 50 vivia um acelerado processo de urbanização.


Cascatinha
, como contava, ganhou o apelido ainda na infância, por matar as aulas pra tomar banho de cascata. Outra versão sobre o apelido, é que este teria surgido depois da formação da parceria com Chope, em alusão à cerveja Cascatinha .

Do casamento surgiu o Trio Esperança, composto por Cascatinha, Ana e Chope). Com o desentendimento de Cascatinha e Chope, Ana começou oficialmente a dividir os palcos com o marido. Cascatinha achou que Inhana, corruptela de Sinhá Ana, seria ideal pra ela. Assim, em 1942 surgia a dupla que faria história: Cascatinha & Inhana.

Foram contratados pelo Circo Estrela Dalva e, entre diversas excursões pelo Brasil, atuaram também em outros circos e também no Parque de Diversões Imperial.

Em 1947, quando o parque passou por Bauru, SP, Cascatinha e Inhana assinaram um contrato de um ano com a Rádio Clube de Bauru. Nessa ocasião, cansados que estavam de tantas andanças, acharam que seria a hora de dar uma pausa.

Assim, em 1948, um novo rumo: a Capital Paulista. Contratados pela Rádio América, foram morar num quarto e cozinha no Ipiranga. Dois anos depois, foram para a Rádio Record, onde permaneceram por 12 anos.

Em 1951, Raul Torres, que Cascatinha e Inhana já conheciam desde os tempos em que tentavam a sorte no Rio de Janeiro, juntamente com Florêncio e Rielli, tinham um show marcado na cidade de Jundiaí. Como Raul Torres havia adoecido, sugeriu que Cascatinha e Inhana o substituíssem. E, nesse show, apesar do cachê razoável oferecido e que havia chegado em boa hora, Cascatinha & Inhana interpretariam somente a célebre "Ave-Maria no Morro" (Herivelto Martins). Eles foram aplaudidos de tal modo que só conseguiram sair do palco após cantar mais uma meia dúzia de outros sucessos.


Nesse mesmo ano, Raul Torres, quando soube do sucesso do casal em Jundiaí, convidou Inhana para fazer o acompanhamento vocal nas gravações das modas de viola "Rolinha Correio" (Raul Torres e Sebastião Teixeira) e "Pomba do Mato" (Raul Torres), na Todamérica, gravadora na qual Raul Torres tinha boa influência. No dia seguinte, o primeiro disco foi gravado: um 78 RPM contendo "La Paloma" (S. Yradier com versão de Pedro Almeida) e "Fronteiriça" (José Fortuna), lançado em julho de 1951. José Fortuna, por sinal, era o compositor preferido de Cascatinha.

No quinto disco, também pela Todamérica, o maior sucesso da carreira da dupla: as duas conhecidíssimas versões de José Fortuna para as guarânias paraguaias "Índia" (M. Ortiz Guerrero, José Asunción Flores com versão de José Fortuna), no lado A, e "Meu Primeiro Amor (Lejania)" (Hermínio Giménez com versão de José Fortuna e Pinheirinho Junior), no lado B. Disco esse que atingiu a vendagem astronômica superior a 2.500.000 cópias. Um marco na época, pois foi a primeira vez que um disco de música sertaneja atingiu tal vendagem. Um fato inusitado, pois, nos anos 50, poucas pessoas tinham aparelhos fonográficos em casa.

Tal o sucesso dos dois lados desse 78 RPM, que veio também o convite para participarem do filme, "Carnaval em Lá Maior" de Adhemar Gonzaga, em 1955, filme no qual Cascatinha & Inhana interpretaram os dois sucessos.

E esse disco demorou a sair, porque o diretor artístico da Todamérica, Hernani Dantas, não queria gravar pois não acreditava que fosse fazer sucesso. Além disso, ele também argumentava que a versão original em castelhano era conhecida demais, para surgir de repente com uma nova letra diferente.

Na verdade, Hernani Dantas acabou cedendo aos pedidos insistentes dos ouvintes que escutavam as duas guarânias que o casal cantava ao vivo com frequência na Rádio Record e que procuravam inutilmente os discos nas lojas, as quais, por sua vez, os encomendavam à gravadora.


"Índia" e "Meu Primeiro Amor" também foram regravadas ao longo do tempo por grandes nomes da música brasileira, tais como Dilermando Reis (em solo de violão), Carlos Lombardi, Gal Costa, Nara Leão e Taiguara, apenas para citar alguns.

Calcula-se que a vendagem de "Índia" e "Meu Primeiro Amor" tanto em 78 RPM, como em LP e CD, pode ter faturado algo equivalente à vendagem dos discos da dupla "Chitãozinho e Xororó" no auge da década de 80.

Em 1954, Cascatinha & Inhana receberam Medalha de Ouro da revista Equipe e passaram a ser conhecidos como Os Sabiás do Sertão, pelos recursos vocais e agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla. A voz soprano de Inhana é considerada uma das vozes femininas mais perfeitas do Brasil.

Téo Azevedo considerava a voz de Inhana como:
"A mais bonita e afinada que já surgiu no Brasil desde que Cabral pisou nesta terra. Gal Costa, Tetê Espíndola e Elis Regina, as quais são consideradas por muitos como as maiores cantoras do país, são muito boas, mas afinação e voz bonita igual a de Inhana nunca mais apareceu. Era perfeita!"
O casal "terçava" as vozes como fazem as duplas caipiras, porém, a beleza em particular do timbre das duas vozes, aliada à facilidade com que Inhana conseguia passear pelas notas agudas, mais a sofisticação da segunda voz do Cascatinha e os arranjos instrumentais bem elaborados deram a Cascatinha & Inhana uma liberdade incomum para escolha do repertório, por sinal, um dos mais bem escolhidos, não só na música caipira, mas na música brasileira, de um modo geral.


Cascatinha & Inhana
também gravaram obras de grandes compositores brasileiros tais como "Guacyra" (Hekel Tavares e Joracy Camargo), "Quero Beijar-te as Mãos" (Lourival Faissal e Arsênio de Carvalho), "O Menino e o Circo" (Ely Camargo), "Flor do Cafezal" (Luiz Carlos Paraná), "Chuá, Chuá" (Pedro Sá Pereira, Marques Porto e Ary Pavão), "Colcha de Retalhos" (Raul Torres), e "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo), esta com um excelente acompanhamento de piano, orquestra e violinos em Pizzicatti, gravada na Chantecler/Continental. Enfim, um repertório riquíssimo em canções de bastante lirismo, toadas, baiões, xotes, valsas, canções rancheiras e tangos brejeiros, além das famosas versões de músicas latinas, principalmente as já mencionadas guarânias paraguaias.

A dupla Cascatinha & Inhana ganhou também o Troféu Roquete Pinto em 1951, 1953 e 1954, além de seis Discos de Ouro por vendagens de mais de 100.000 exemplares.

Com a morte de Inhana, Cascatinha continuou a se apresentar sozinho em Votuporanga, SP e depois em São José do Rio Preto, SP, onde veio a falecer em 1996, na Beneficência Portuguesa, vítima de cirrose hepática.

Viu lançados pela Revivendo dois CDs: "Índia - Volume 1" e "Meu Primeiro Amor - Volume 2", os quais reuniram 38 músicas de seus antigos discos de 78 RPM. A gravadora paranaense também produziu os volumes 3, 4 e 5 no mesmo estilo dos dois primeiros, formando um conjunto bastante representativo da obra de Cascatinha & Inhana, além do excelente encarte explicativo e dados fiéis do disco original, como acontece em todos os CD's da Revivendo.

Cascatinha também chegou a lançar no ano seguinte ao falecimento de Inhana o LP "Canto Com Saudade". Também participou de uma gravação de "Flor do Cafezal" (Luís Carlos Paraná) juntamente com Rolando Boldrin em 1982, pela RGE, hoje Som Livre.

No casamento, tiveram um filho adotivo chamado Marcelo José.

Morte

Cascatinha faleceu na quinta-feira, 14/03/1996, aos 76 anos, em sua casa na cidade de  São José do Rio Preto, SP, vítima de uma parada cardíaca, poucos dias antes de seu 77º aniversário.

Norah Fontes

ORGANDINA DE SOUZA CARDOSO
(86 anos)
Atriz

* Porto Alegre, RS (17/08/1910)
+ Porto Alegre, RS (09/10/1996)

Uma das pioneiras do rádio-teatro no Rio Grande do Sul nos anos 30, era casada com o também ator rádio Dário Cardoso, com quem teve o filho Régis Cardoso, diretor de televisão, falecido em 2005.

Em 1940, quando o marido foi contratado pela Companhia Eva Tudor e Luiz Iglesias, teve um infarte e morreu. Viúva, após alguns anos, Norah Fontes resolve vir para São Paulo, com seus dois filhos: Renato e Régis. Começou a trabalhar na Emissoras Associadas de São Paulo, logo encaminhando os filhos para pequenos serviços de escritório. Norah estava casada agora com o locutor Armando Mota.

Em 1950 veio a televisão e mãe e filhos foram trabalhar na PRF3 - Tupi de Televisão. Lá ela atuou em inúmeros teleteatros e entrou para as novelas em 1964 em "A Gata".

Participou de grande sucessos da TV como "A Ré Misteriosa"; "Antonio Maria"; "A Cabana do Pai Tomás"; "Pigmalião 70"; "A Próxima Atração"; "Vitória Bonelli" e "Meu Rico Português". Sua última atuação foi na novela "Os Gigantes", da Globo, em 1979.

Televisão

1979 - Os Gigantes - Matilde
1975 - Meu Rico Português - Mercedes
1974 - A Barba-Azul - Televina
1973 - Rosa-dos-Ventos
1972 - Vitória Bonelli - Mãe Ana
1971 - Minha Doce Namorada - Dona Anita
1970 - A Próxima Atração - Júlia
1970 - Pigmalião 70 - Guiomar
1969 - A Cabana do Pai Tomás - Jéssica
1968 - Antônio Maria - Berenice
1967 - Os Rebeldes
1967 - Meu Filho, Minha Vida
1967 - A Intrusa
1966 - A Ré Misteriosa - Deolinda
1965 - Um Rosto Perdido
1965 - Fatalidade
1965 - A Outra - Dircília
1965 - O Cara Suja - Sofia
1965 - Comédia Carioca
1964 - O Sorriso de Helena - Angélica
1964 - A Gata - Ama de Adriana
1962 - A Estranha Clementine
1959 - TV de Vanguarda
1959 - Doce Lar Teperman
1958 - TV de Comédia
1958 - Sétimo Céu
1958 - TV Teatro
1957 - Seu Genaro
1957 - O Corcunda de Notre Dame - Mãe de Quasímodo
1957 - Pequeno Mundo de D. Camilo
1955 - Seu Pepino
1954 - O Homem Sem Passado

Cinema

1976 - Ninguém segura essas mulheres
1975 - Amadas e violentadas
1970 - Em família
1968 - Bebel, garota propaganda
1968 - O pequeno mundo de Marcos
1965 - Quatro Brasileiros em Paris
1958 - O grande momento
1949 - Quase no céu

Faleceu em Porto Alegre, de Pneumonia, aos 86 anos de idade.

Fonte: Wikipédia, Dramaturgia Brasileira - In Memoriam e www.museudatv.com.br

Magalhães Pinto

JOSÉ DE MAGALHÃES PINTO
(86 anos)
Banqueiro e Político

* Santo Antônio do Monte, MG (28/06/1909)
+ Rio de Janeiro, RJ (06/03/1996)

Para José de Magalhães Pinto, a política era como uma nuvem: "Você olha e ela está de um jeito; olha de novo e ela já mudou." A frase famosa, muitas vezes atribuída a Ulysses Guimarães, era expressão do "frasismo" do ex- banqueiro, ex-deputado, ex-governador de Minas Gerais e então ministro das Relações Exteriores, na época da publicação do Ato Institucional nº 5.

Um dos signatários do histórico Manifesto dos Mineiros – primeiro pronunciamento público de setores liberais contra o Estado Novo (1937-1945), em outubro de 1943 –, Magalhães Pinto subscreveu o AI-5 na "esperança" de que o decreto tivesse vigência de seis ou oito meses, diria em entrevista, 16 anos depois.

Ainda governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto envolveu-se diretamente no golpe de 1964, das articulações que levaram à derrubada de João Goulart às negociações para a escolha do novo presidente, Castello Branco.

Assumiu cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1967, mas exerceu mandato apenas até 14 de março: por ocasião da posse presidencial do general Costa e Silva, assumiu o Ministério das Relações Exteriores. Um dos marcos de sua gestão no ministério foi a recusa a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Trajetória

Filho do comerciante de cereais José Caetano de Magalhães Pinto e da dona-de-casa Maria Araújo de Magalhães Pinto, o ex-ministro nasceu no dia 28 de junho de 1909, em Santo Antônio do Monte, centro-oeste de Minas Gerais.

Aos 17 anos, foi admitido escrituário do Banco Hipotecário e Agrícola, futuro Banco do Estado. Atuou em associações comerciais, trabalhou em empresas de mineração, formou-se em direito e casou-se com Berenice Catão, com quem teria seis filhos.

Nas eleições de 1945, foi eleito, pela UDN, deputado federal – cargo para o qual se reelegeria até 1960, quando assume o governo de Minas.

Pós AI-5

Com o afastamento de Costa e Silva da Presidência, e com a posse de Medici, Magalhães Pinto deixou o ministério e voltou à Câmara. Em 1970, foi eleito senador e, cinco anos depois, eleito presidente do Senado.

Em sua carreira política, ainda cogitaria se candidatar, durante da democratização, à Presidência da República. No entanto, após admitir que "política é como nuvem", reconheceria que as alternativas de então eram Paulo Maluf ou Tancredo Neves. Acabou apoiando o conterrâneo.

Paralelamente, na área financeira destacou-se como um importante banqueiro: em 1974, o Banco Nacional, fundado por ele, tornou-se o terceiro mais importante do país.

Em novembro de 1995, o Nacional sofreria intervenção do Banco Central e seria acusado de ter sua contabilidade fraudada desde 1986.

Um dos maiores escândalos de instituições financeiras do país que, depois de se arrastar por anos, levou ao afastamento dos diretores e à posterior incorporação do Nacional ao Unibanco não foi acompanhado por Magalhães Pinto.

O banqueiro e político morreu no dia 06/03/1996, dez anos após um Acidente Vascular Cerebral que o afastou da política e dos negócios.

Fonte: Wikipédia e www1.folha.uol.com.br

Ademir

ADEMIR MARQUES MENEZES
(73 anos)
Jogador de Futebol

* Recife, PE (08/11/1922)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/05/1996)

Apelidado de "Queixada" devido ao queixo proeminente, Ademir foi um cultuado artilheiro revelado pelo Sport Club do Recife, para muitos o maior jogador a ostentar no peito o escudo do leão e a Cruz de Malta, símbolos do rubro-negro Recifense e do Vasco da Gama.

Pela seleção brasileira, foi campeão sul-americano em 1949 e artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com nove gols.

Início de Carreira

Ademir iniciou sua carreira em 1938 no Infantil do Sport Club do Recife. Após brilhar no time juvenil e participar do elenco profissional em 1938 e 1939, se profissionalizou em 1941, quando conquistou o título de Campeão Pernambucano e a artilharia com 11 gols.

Ainda em 1941, o Sport participou de alguns amistosos no Rio de Janeiro, e seu futebol logo foi notado pelos times da cidade, o que lhe rendeu uma transferência para o Vasco da Gama, onde integrou um dos maiores times da história do clube, e para muitos do futebol mundial: o "Expresso da Vitória".

O "Expresso da Vitória"

A estréia do "Queixada" foi contra o América no campo do Botafogo, em Março de 1942. Estava em disputa o Troféu da Paz e o Vasco o conquistou ao vencer por 2 a 1, gols de Viladônica e Nelsinho para os rubros. A partir de então, os confrontos envolvendo Vasco e América ficaram sendo conhecidos como Clássico da Paz.

Na equipe, Ademir teve como companheiros Barbosa, Augusto, Laerte, Eli, Danilo, Jorge, Alfredo, Ipojucan, Maneca, Friaça, Tesourinha, Dejair e Chico, dentre outros.

Ida Para o Fluminense

Apesar de seu passe ter custado apenas 800 mil-réis, Ademir foi o primeiro profissional a exigir luvas (40 contos), mas o Vasco pagou 45 contos e venceu a disputa com o Fluminense para tirá-lo do Sport Club do Recife. Seu salário era de 500 mil réis.

No ano de 1946, porém, o técnico Gentil Cardoso, contratado pelo Fluminense, em uma célebre frase afirmou: "Dêem-me Ademir e eu lhes darei o campeonato".

Ao marcar o gol da vitória de 1 a 0 sobre o Botafogo no jogo final, em São Januário, o Tricolor sagrou-se campeão em 1946, naquele que é considerado o mais emocionante Campeonato Carioca da história, pois sendo disputado por pontos corridos terminou com quatro equipes empatadas em primeiro lugar, sendo necessária uma disputa extra entre eles que ficou conhecida como Supercampeonato.

Segundo Ademilson Marques de Menezes, seu irmão, antes de jogar no Vasco Ademir era tricolor: "Nossa família sempre torceu para o Fluminense. O time de botão do Ademir era o do Fluminense. Como ele vinha para o Fluminense e ficou no Vasco, fez amizade com os portugueses e tornou-se vascaíno. Foram doze anos de Vasco".

Retorno ao Vasco e Final de Carreira

Ao voltar ao Vasco, em 1948, Ademir ajudou a equipe a conquistar um de seus mais importantes títulos, o Campeonato Sul-Americano de Campeões, num empate em 0x0 com o River Plate de Di Stéfano.

Porém, devido à trágica derrota na final da Copa do Mundo de 1950, onde o Vasco cedeu 8 jogadores, sendo 6 titulares (Barbosa, Augusto, Danilo, Maneca, Ademir e Chico), o esquadrão cuz-maltino não teve um reconhecimento ainda maior na história. Nesta competição, Ademir foi o artilheiro com nove gols.

Seu último título foi o campeonato carioca de 1952; em 1956, abandona a carreira atuando pelo mesmo clube pelo qual começou, o Sport.

Ademir explicou o encerramento de sua carreira com uma simples frase: "Abandonei o futebol antes que ele me abandonasse", segundo ele "quando um jogador encerra sua carreira, ele está contrariando a ele mesmo, por isso é tão difícil parar."

Em São Januário Novamente, Agora Como Técnico

Após o fim de sua carreira, Ademir Menezes, que tantas alegrias havia dado à imensa torcida vascaína como jogador, agora assumia o cargo de técnico do Vasco no ano de 1967, estreitando ainda mais seus laços com o Clube da Colina do qual Ademir é um dos maiores ídolos da história até hoje. A carreira de Ademir como técnico, porém, não chegou nem perto de ser bem sucedida como sua carreira de jogador. Ademir ficou menos de um ano no comando do Vasco. Após a experiência como técnico, Ademir se tornou comentarista.

Estilo de Jogo

Seu estilo de jogo deu origem à posição de "ponta de lança"; sua versatilidade em atuar em qualquer posição do ataque e sua habilidade nas arrancadas a caminho do gol obrigou a adoção de novos sistemas de jogo pelos técnicos para tentar contê-lo.

Não tomava grande distância da bola para chutar, sem mudar o passo, partia para bola surpreendendo muitas vezes o goleiro.

No time que jogava, longos lançamentos eram feitos para aproveitar sua velocidade. No Vasco teve lançadores como Ipojucan e Danilo ("o Príncipe").

Seleção (1945 - 1953)

Pela Seleção Brasileira, disputou a Copa América, Copa Rocca, Copa do Mundo, Copa Rio Branco, Copa Oswaldo Cruz e Torneio Pan-Americano.

Estréia: 21 de Janeiro de 1945 (Brasil 3 x 0 Colômbia – Copa América, Santiago do Chile)

Despedida: 15 de Março de 1953 (Brasil 1 x 0 Uruguai – Copa América, Lima).

Em 41 partidas venceu 30, empatou 5 e perdeu 6, com 77,20% de aproveitamento. Goleador, Ademir fez 32 gols em 41 jogos internacionais pela Seleção Brasileira.

Copa do Mundo: 9 gols
Copa América: 12 gols
Copa Rio Branco: 6 gols
Copa Roca: 3 gols
Torneio Pan-Americano: 2 gols

Média: 0,82 gols por partida

No total, Ademir marcou 37 gols em 41 partidas pela seleção brasileira; média superior a 0,9 gols por partida.

A Revanche de 1950

O Peñarol era a base da Seleção Uruguaia de 1950 (nove jogadores), e em 1951 o Vasco teve o gosto da vingança, principalmente para Maneca, que ficou de fora da decisão por contusão.

Para os vascaínos, era uma questão de honra. Maneca foi o destaque do jogo de 8 de Abril de 1951, que entrou para a história como o "Jogo da Vingança", diante de 65 mil pessoas no Estádio Centenário, no Uruguai. Sua atuação foi considerada tão fantástica que a torcida do Peñarol aceitou a derrota por 3 a 0, e os jornais brasileiros e uruguaios só falavam em seu nome no dia seguinte. Ademir marcou o segundo e Ipojucan o terceiro aos 38' do segundo tempo.

Vasco: Barbosa; Augusto e Clarel; Eli, Danilo e Alfredo (Jorge); Tesourinha, Ademir (Ipojucan), Friaça (Jansen), Maneca e Dejair.

Peñarol: Maspoli; Matias Gonzales e Romero; J. C. Gonzales, Obdulio Varela e Oturme; Ghiggia, Hohberg, Miguez (Abadie), Schiafino e Vidal (Perez).

O árbitro foi o uruguaio Cataldi, auxiliado por Latorre e Otonelli.

Duas semanas depois, no Rio, no dia 22 de abril, o Peñarol perdeu a revanche, o Vasco venceu novamente, desta vez por 2x0.

E em 8 de julho de 1951 o Vasco enfrentou o Nacional, a outra grande equipe uruguaia pela I Copa Rio. Nova vitória por 2 a 0, e uma invencibilidade de mais de 20 partidas internacionais consecutivas.

Curiosidades

Ademir era alto, fino de corpo e tinha as pernas alinhadas. No rosto sobressaía o queixo, daí o apelido de "Queixada".

Ademir: Vasco x Flamengo

"Neste jogo, um jogador pode se consagrar ou ser condenado ao ostracismo. Tudo depende do que acontecer em campo."

Uma final entre Vasco e Flamengo correspondeu a uma final de Copa do Mundo: "A tensão nervosa é a mesma. Eu posso falar, pois já participei das duas. Ninguém consegue dormir direito, pois todos estão pensando no jogo do dia seguinte. Os jogadores só conseguem controlar seus nervos após o início da partida. Aí sim, ele esquece de tudo e só pensa em vencer. Com a bola rolando acaba a tensão e o jogador só escuta os gritos das torcidas, que fazem uma partida extra nas arquibancadas."

Em 1949, jogando o Sul-Americano pela seleção brasileira, Ademir marcou quatro gols no goleiro paraguaio Garcia. Algum tempo depois, quando Garcia se transferiu para o Flamengo, Ademir sempre conseguia marcar no mínimo um gol. "Não que o Garcia não fosse bom goleiro, até pelo contrario. Ele era um ótimo goleiro, apenas eu dava sorte quando jogava contra ele." Por isso Ademir chegou a ser chamado de "Carrasco do Flamengo".

Certa vez, ao retornar ao Maracanã para comentar no rádio um clássico entre Vasco e Flamengo ele afirmou que era imparcial em seus comentários, mas que sua alma estaria dentro de campo, com o uniforme do Vasco, "pois a alma de um jogador jamais sai de campo".

Com 301 gols em 429 partidas, Ademir tornou-se o maior ídolo e artilheiro da história do Vasco da Gama, até ser ultrapassado em números de gols por Roberto Dinamite.

Sempre que encontrava novos valores, gostava de conversar e dar conselhos. Uma de suas lições era de que um jogador, por mais profissional que seja, nunca deve deixar de amar a camisa que veste.

"Especialmente uma camisa como a do Vasco, que é motivo de grande orgulho para quem tem o privilégio de vesti-la. É verdade que eu dei muito ao Vasco, tenho consciência disto. Mas o Vasco também me deu muito. Foi aqui neste clube que vivi os momentos mais importantes de minha vida. Daí este meu amor, esta minha torcida, este meu carinho todo. Sou um homem dominado pelo coração. E o meu coração é dominado pelo Vasco."

Morreu no Rio, em 1996, vítima de Câncer na Medula.

Fonte: Wikipédia

PC Farias

PAULO CÉSAR CAVALCANTE FARIAS
(50 anos)
Empresário

* Passo de Camarajibe, AL (20/09/1945)
+ Maceió, AL (23/06/1996)

PC Farias foi tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco, nas eleições presidenciais brasileiras de 1989. Foi a personalidade chave que causou o primeiro processo de impeachment da América Latina, em 1992.

Acusado por Pedro Collor de Mello, irmão do na ocasião Presidente da República do Brasil, em matéria de capa da revista Veja, em 1992, PC Farias seria o testa de ferro em diversos esquemas de corrupção divulgados de 1992 em diante. Em valores atuais, o "esquema PC" arrecadou exclusivamente de empresários privados o equivalente a US$ 8 milhões, equivalente a R$ 15 milhões, em dois anos e meio do governo Collor (1990-1992). Nenhuma destas contribuições teve qualquer ligação, com benefício ao "cliente" de PC, por conta de favor prestado por Fernando Collor. O "esquema PC" movimentou mais de US$ 1 bilhão dos cofres públicos.

PC Farias foi encontrado morto, junto com sua namorada Suzana Marcolino, na praia de Guaxuma em 1996. Investigações do legista Badan Palhares deram como resultado que Suzana Marcolino matou PC Farias e suicidou-se em seguida. O caso é considerado oficialmente apenas como um crime passional, mas para o médico-legista alagoano George Sanguinetti e o perito criminal Ricardo Molina de Figueiredo, o casal foi assassinado.

Cronologia do Caso PC Farias

15 de março de 1990 - Fernando Collor de Mello toma posse como presidente da República. Ex-prefeito de Maceió (AL) em 1979 e ex-governador de Alagoas de 1986 a 1990, Collor recebeu 35 milhões de votos, três milhões a mais do que o segundo colocado nas eleições presidenciais, Luiz Inácio Lula da Silva.

16 de março de 1990 - Um dia após a sua posse como presidente, Fernando Collor de Mello anuncia o Plano Collor, que retira US$ 100 bilhões da economia. Os brasileiros só podem fazer saques bancários no valor máximo de NCz$ 50 mil. O restante está sob controle do Banco Central (BC).

Outubro de 1990 - O então presidente da Petrobras, Luiz Octávio de Motta Veiga, pede demissão e denuncia pressões do empresário Paulo César Farias (PC Farias) e do secretário-geral da Presidência, Marcos Coimbra, para aprovar um empréstimo de US$ 40 milhões à companhia aérea VASP.

Janeiro de 1991 - O presidente anuncia o Plano Collor 2. Os preços são congelados e a economia, desindexada. Ações ordinárias da estatal Usiminas vão a leilão na Boverj (Bolsa de Valores do Rio de Janeiro). Eis a primeira empresa a ser privatizada.

Fevereiro de 1991 - Surgem as primeiras suspeitas de compras superfaturadas durante a administração Collor. As superintendências da LBA de São Paulo e do Amazonas detectam indícios de compras superfaturadas de cestas básicas.

Abril de 1991 - Ministros militares criticam os baixos salários dos militares.

8 de maio de 1991 - Zélia Cardoso de Mello, ministra da Economia, pede demissão após críticas e um escândalo amoroso com o ex-ministro da Justiça, Bernardo Cabral.

Junho de 1991 - O Banco do Brasil paga ao Midland Bank, de Londres, parte da dívida de US$ 85,9 milhões contraída por usineiros alagoanos.

Agosto de 1991 - Sob acusações de irregularidades, a presidente da LBA, primeira-dama Rosane Collor, abandona o cargo na entidade filantrópica.

Outubro de 1991 - Denúncias apontam que o Exército realizou concorrência superfaturada para a compra de fardas.

Fevereiro de 1992 - O ministro da Ação Social, Ricardo Fiúza, admite que ganhou um jet ski de presente da construtora OAS.

Março de 1992 - Surgem denúncias de que o ex-diretor do INSS Volnei DÁvila teria recebido propina para liberar verbas do FGTS.

Abril de 1992 - Ministros do governo Collor renunciam em bloco. Apenas Antônio Cabrera, Marcílio Marques Moreira, José Goldemberg, os militares e os recém-nomeados permanecem.

Maio de 1992 - O irmão de Fernando Collor, Pedro Collor, acusa PC Farias de ser o "testa-de-ferro" do presidente.

1 de junho de 1992 - O Congresso Nacional instala uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os negócios de PC Farias no governo Collor.

4 de junho de 1992 - O irmão de Collor, Pedro, depõe à CPI e acusa PC Farias de montar uma rede de tráfico de influência no governo, com a conivência do presidente.

Julho de 1992 - O motorista de Collor, Eriberto França, vai ao Congresso e confirma os depósitos de PC Farias para a secretária do presidente, Ana Acioli. No mesmo mês, França declara à revista IstoÉ que PC Farias pagava as contas da Casa da Dinda.

3 de agosto de 1992 - O ex-secretário de Imprensa da Presidência, Pedro Luís Rodrigues, avisa que não pretende se despedir de Collor ao deixar o governo. A executiva nacional do PT decide promover uma série de comícios no país pela aprovação do impeachment.

4 de agosto de 1992 - O ex-ministro da Educação José Goldemberg declara que foi "enganado e burlado" por Collor.

5 de agosto de 1992 - O governo decide que o prazo ideal para enfrentar a oposição na votação do impeachment será depois das eleições de 3 de outubro.

15 de agosto de 1992 - Collor anuncia em cadeia nacional de rádio e TV a devolução da última parcela de cruzados novos bloqueados e do empréstimo compulsório cobrado no governo Sarney.

16 de agosto de 1992 - O preto domina na guerra das cores proposta pelo presidente. A OAB decide que a entidade pedirá o impeachment de Collor quando o relatório da CPI ficar pronto.

21 de agosto de 1992 - A CPI confirma que a reforma na Casa da Dinda foi paga pela Brasil Jet. Cerca de 40 mil estudantes cariocas, convocados pela UNE, pediram o impeachment de Collor. O jornal norte-americano The New York Times comenta em editorial a situação política do Brasil sob o título "Lágrima pelo Brasil".

22 de agosto de 1992 - Telefonemas anônimos afirmam que há bombas no auditório Petrônio Portella, do Senado, onde será apresentado o relatório da CPI. O senador Amir Lando (PMDB-RO) encontra um vírus no computador no qual redigia o relatório da CPI.

24 de agosto de 1992 - A CPI conclui que Collor desonrou a Presidência e tem ligações com o Esquema PC.

25 de agosto de 1992 - Multidões vão às ruas das capitais do país exigir a renúncia de Collor. Os ministros divulgam nota afirmando que vão permanecer para garantir a governabilidade. O ministro da Justiça Célio Borja enfatiza que não é uma manifestação de solidariedade ao presidente. Collor fala sobre a crise para uma emissora de TV argentina. Garante que seu mandato não corre risco e analisa as manifestações de rua como fatos provocados pela campanha eleitoral.

26 de agosto de 1992 - Depois de 85 dias de trabalho da CPI, o senador Amir Lando conclui seu relatório, que incrimina Collor. O texto é aprovado na comissão por 16 a favor e 5 contra.

Setembro de 1992 - A primeira-dama Rosane Collor é indiciada por irregularidades na LBA. O procurador-geral da República, Aristides Junqueira, aponta envolvimento de Collor em crimes.

1 de setembro de 1992 - Em meio a uma onda de manifestações por todo o país, os presidentes da ABI, Barbosa Lima Sobrinho, e da OAB, Marcello Laveniére, apresentam à Câmara o pedido de impeachment de Collor.

29 de setembro de 1992 - A Câmara dos Deputados vota a favor da abertura do processo de impeachment de Collor por 441 votos a favor e 33 contra.

1 de outubro de 1992 - O processo de impeachment é instaurado no Senado.

2 de outubro de 1992 - Collor é afastado da Presidência até o Senado concluir o processo de impeachment. O vice-presidente Itamar Franco assume provisoriamente o governo e começa a escolher sua equipe ministerial.

29 de dezembro de 1992 - Começa o julgamento de Collor no Senado. O presidente renuncia por meio de uma carta lida pelo advogado Moura Rocha no Senado, para evitar o impeachment.

30 de dezembro de 1992 - Por 76 votos a favor e 3 contra, Fernando Collor é condenado à perda do mandato à inelegibilidade por oito anos.

19 de julho de 1993 - PC Farias foge do Brasil num bimotor acompanhado pelo piloto Jorge Bandeira de Mello, seu sócio na empresa de táxi aéreo Brasil-Jet. A rota de fuga começa em Ibimirim (PE), com escalas em Bom Jesus da Lapa (BA), Dourados (MS) e Assunção, no Paraguai, até chegar a Buenos Aires, na Argentina, no dia 20.

30 de junho de 1993 - O juiz Pedro Paulo Castelo Branco, da 10ª Vara Federal de Brasília, decreta a prisão preventiva de Paulo César Farias (PC Farias) por crime de sonegação fiscal.

20 de outubro de 1993 - PC é localizado em Londres, na Inglaterra.

Novembro de 1993 - O governo britânico concorda em decretar a prisão preventiva de PC, obrigando o empresário a deixar o país.

29 de novembro de 1993 - PC é preso em Bangcoc, na Tailândia.

2 de dezembro de 1993 - PC embarca no Boeing 747-400 da Varig que faz o voo de Hong Kong para São Paulo com escalas em Bangcoc (Tailândia) e Joanesburgo (África do Sul).

3 de dezembro de 1993 - PC é levado para um quarto-prisão na Superintendência da Polícia Federal (PF).

13 de dezembro de 1994 - O Supremo Tribunal Federal (STF) condena PC Farias a sete anos de prisão por falsidade ideológica.

22 de dezembro de 1994 - PC deixa Brasília e é transferido para uma cela no QG do Corpo de Bombeiros em Maceió (AL).

9 de junho de 1995 - PC deixa a prisão para cumprir o resto da pena em regime aberto, tendo de respeitar o horário de recolhimento à noite, nos fins de semana e feriados.

29 de agosto de 1995 - É exibido o programa SBT Repórter em que PC afirma que Collor tinha conhecimento de todas as suas atividades na campanha.

28 de dezembro de 1995 - O STF concede liberdade condicional ao tesoureiro da campanha de Fernando Collor.

23 de junho de 1996 - Os corpos de PC Farias e sua namorada Suzana Marcolino são encontrados na casa de praia de PC, em Maceió.

9 de agosto de 1996 - O legista Fortunato Badan Palhares endossa a versão de crime passional sobre a morte de PC Farias.

17 de dezembro de 1996 - Equipe de peritos que investigou o caso descarta o suicídio de Suzana Marcolino.

15 de setembro de 1999 - Vidente de PC Farias concede entrevista à revista IstoÉ e conta que as brigas entre PC e seu irmão Augusto aconteciam por causa de dinheiro.

18 de novembro de 1999 - A polícia encerra o inquérito sobre a morte de PC e indicia oito ex-funcionários de PC Farias.

Fonte: Wikipédia


Rubens Corrêa

RUBENS ALVES CORRÊA
(64 anos)
Ator e Diretor de Teatro

* Aquidauana, MS (23/01/1931)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/01/1996)

O ator e diretor Rubens Corrêa construiu o Teatro Ipanema onde, tendo Ivan de Albuquerque como parceiro e sócio, desempenhou a maior parte dos papéis de sua carreira, sempre interpretando personagens fortes e que procuravam refletir as questões da arte e da sociedade contemporâneas.

Formou-se como ator em O Tablado em 1958, cursando, também, direção na Escola de Dulcina de Morais, na Fundação Brasileira de Teatro - FBT, ao lado de Ivan de Albuquerque, Yan Michalski e Cláudio Corrêa e Castro.

Associa-se a Ivan, com quem funda o Teatro do Rio onde, em 1959, estréia profissionalmente como ator e diretor e realiza em média três espetáculos por ano. É dirigido por Ziembinski em "Espectros" de Henrik Ibsen e "O Círculo Vicioso" de Somerset Maugham, ambos de 1961.

Tem a primeira consagração em "A Escada", de Jorge Andrade, que lhe rende Prêmio Moliére de melhor ator, em 1963. No ano seguinte, seu desempenho no monólogo "Diário de um Louco" de Nikolai Gogol, salva a companhia de uma iminente falência - sendo reprisado sempre que há crise financeira.

Entre 1964 e 1968, Rubens e Ivan se dedicam à construção de sua sede própria. Em 1967, atua em São Paulo, em "Marat-Sade", de Peter Weiss, direção de Ademar Guerra, como o Marquês de Sade, Prêmio Governador do Estado como melhor ator. Já no Teatro Ipanema, em "O Assalto", de José Vicente, dirigido por Fauzi Arap, destaca-se recebendo os prêmios Estácio de Sá e Golfinho de Ouro de melhor ator.

Em "O Arquiteto e o Imperador da Assíria", de Fernando Arrabal, em 1970, traz uma dimensão libertária, em que o primitivo e o ritual se expressam na visceralidade das ações do corpo, e ele foi preparado por Klauss Vianna. "Hoje É Dia de Rock", também de José Vicente, lhe permite criar o maior sucesso da companhia, além de render-lhe o Prêmio Molière de melhor diretor de 1971.

Suas elogiadas encenações do início da década de 70, "A China é Azul", de José Wilker, em 1972 e "Ensaio Selvagem" de José Vicente, em 1974, se caracterizam pela sofisticação plástica da linguagem e colocam em cena uma sucessão de imagens - não só visuais, como também sonoras - de apelo sensorial.

A partir de 1977, passa a trabalhar exclusivamente como ator, protagonizando todas as peças da companhia. É premiado com o Molière de melhor ator, como Molina, em "O Beijo da Mulher Aranha", de Manuel Puig, em 1981.

Em "Artaud!", coletânea de textos de Antonin Artaud, em 1986, faz um monólogo marcado pela entrega, ficando em cartaz por mais de três anos. Em 1993, com "O Futuro Dura Muito Tempo", de Louis Althusser, adaptação e direção de Márcio Vianna, tem sua última representativa atuação, ganhando o Prêmio Shell de melhor ator.

Estudioso em particular da obra de Jung (colabora, durante anos, com a doutora Nise da Silveira, no Museu do Inconsciente), extrai desse conhecimento parte da peculiaridade de seu estilo de interpretação. As personagens levam à cena o temperamento do ator expresso na sonoridade das palavras e no desenho dos gestos, imprimindo uma performance ao mesmo tempo estilizada e emotiva.

O crítico Yan Michalski, estabelecendo o perfil artístico do ator, analisa: "Figura singular, e uma das mais unanimemente admiradas dos palcos brasileiros, Rubens Corrêa é um ator diferente: talvez o último - e o único da sua geração - remanescente da estirpe dos monstros sagrados, em função da aura de magia e de sagrado que cerca a sua presença cênica e o seu conceito do ofício de ator. Mas um monstro sagrado visceralmente moderno, familiarizado com todos os desdobramentos da arte teatral na atualidade, e sempre pronto a transformar cada trabalho novo num mergulho no desconhecido. Por outro lado, um trabalhador fanático, que até hoje não passa um dia sem afiar o seu instrumental de voz e de corpo e aprofundar o seu estudo do teatro e do mundo. (...) Seu forte são as personagens de estatura acima da média dos homens comuns: os grandes loucos, os grandes desesperados, os grandes lúcidos ou místicos".

Rubens Corrêa morreu em 1996, vítima de AIDS.

Fonte: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam

Thaís de Andrade

THAÍS DE ANDRADE
(39 anos)
Atriz

☼ São Paulo, SP (09/02/1957)
┼ São Paulo, SP (26/04/1996)

Traís de Andrade foi uma atriz brasileira revelada no programa "Moacyr Franco Show" de Moacyr Franco, exibido pela TV Globo na década de 70, de onde também saíram atrizes como Myrian Rios e Sílvia Salgado.

Traís de Andrade estreou na TV Globo na novela "Locomotivas" como a doce e esperta Renata, uma das filhas de Kiki Blanche, em 1977. O sucesso foi imediato e ela atuou também nas novelas "Sinhazinha Flô" (1977), "Pai Herói" (1979), "Olhai os Lírios do Campo" (1980) e "Chega Mais" (1980), todas na TV Globo.

Transferiu para o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em 1983 e atuou em novelas como "Sombras do Passado" (1983), "Vida Roubada" (1983) e "Jogo do Amor" (1985). Também participou de vários episódios da série "Teletema", na TV Globo, e fez parte do elenco fixo de "A Praça é Nossa" do SBT, no final dos anos 80.

Traís de Andrade foi casada com o ator Cláudio Marzo.

Thaís de Andrade descobriu que estava doente em 1994. Foi vítima de um câncer linfático e na época trabalhava no programa "A Praça é Nossa", no SBT.

Elizângela, Ilka Soares, Thais de Andrade e Dênis Carvalho em "Locomotivas"
Televisão

  • 1987/1996 - A Praça É Nossa ... Várias Personagens
  • 1986 - Dona Beija
  • 1985 - Jogo do Amor ... Suzana
  • 1983 - Vida Roubada ... Nely
  • 1983 - A Justiça de Deus ... Adriana
  • 1983 - Sombras do Passado ... Isa
  • 1981 - O Amor é Nosso! ... Beatriz
  • 1981 - Sítio do Pica-Pau Amarelo ... Tudinha
  • 1980 - Chega Mais ... Rosa
  • 1980 - Olhai os Lírios do Campo ... Eunice
  • 1979 - Pai Herói ... Odete
  • 1977 - Sinhazinha Flô ... Chiquinha
  • 1977 - Locomotivas ... Renata


Cinema


  • 1978 - A Dama do Lotação


Teatro


  • 1982 - Peer Gynt - Estreia no Teatro Ginástico, Rio de Janeiro, em março de 1982. Levada para o Teatro Guaíra, em Curitiba, em junho de 1982, foi uma produção do Grupo Engenho de Teatro, sob direção de Marcos Fayad, o elenco composto por Arnaldo Marques, Theotônio de Paiva, Rogério Lima Thaís de Andrade.


Fonte: Wikipédia