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Walter D'Ávila

WALTER D'ÁVILA
(81 anos)
Ator e Humorista

* Porto Alegre, RS (29/11/1914)
+ Rio de Janeiro, RJ (19/04/1996)


Começou no circo ainda criança, seguindo a carreira da irmã mais velha, também um comediante Ema D'Ávila. Iniciaram a carreira artística como na sociedade Amadores Carnavalesca Passa Fome e Anda Gordo. O nome da entidade já era o prenúncio da carreira de comediante que ambos iriam abraçar mais tarde. Depois, conseguiram um contrato na Rádio Gaúcha, Walter como comediante e Ema como cantora de música popular. A convite de Jardel Jércolis, passaram a integrar sua companhia de teatro, no Rio de Janeiro. Walter foi aproveitado apenas como ponto, mas aceitou o trabalho com humildade, pois assim poderia continuar sem teatro. Passado algum tempo, Alda Garrido convidou-os para uma temporada em São Paulo.

Entrou para o rádio em 1932 e para uma TV em 1957. Ainda no rádio, nos anos 1950, na Escolinha do Professor Raimundo, criou o Seu Baltazar da Rocha, personagem que o acompanhou até o fim da vida.O personagem interpretado por Walter conquistou um grande êxito de público e ele passou a ser o primeiro cômico da Companhia. No início da década de 60, o humorista já era uma figura popular, atuando nos programas mais importantes das emissoras de televisão do Rio e São Paulo. Em suas últimas aparições na versão televisiva da Escolinha, já não se parecia muito com o comediante vivaz de outros tempos.


D'Ávila trabalhou com o lendário produtor de teatro de revista Walter Pinto, fez shows com Carlos Machado e teve uma boa quilometragem Cinematográfica, participando de filmes como Noites Cariocas (1935), O ébrio (1946), Família Lero-Lero (1953) e Três colegas de batina (1961).

Atuou em novelas, como Feijão Maravilha (1979) e Espelho Mágico (1977).

Desde que se estabeleceu na TV, porém, deixou de lado como outras atividades. Walter chegou a participar de praticamente todos os importantes programas humorísticos da televisão, como "Balança Mas Não Cai" e "A Praça da Alegria". O próprio comediante se considerava um descansado e dizia preferir a televisão, justificando: "Paga mais e cansa menos."

Morreu vítima de Pneumonia e Câncer Generalizado.

Profeta Gentileza

JOSÉ DATRINO
(79 anos)

Figura Folclórica

Cafelândia, SP (11/04/1917)
Mirandópolis, SP (29/05/1996)

Nasceu em Cafelândia, São Paulo, no dia 11 de abril de 1917. Com mais onze irmãos, teve uma infância de muito trabalho, na qual lidava diretamente com a terra e com os animais. Para ajudar a família, puxava carroça vendendo lenha nas proximidades.

O campo ensinou a José Datrino a amansar burros para o transporte de carga. Tempos depois, como profeta Gentileza, se dizia "amansador dos burros homens da cidade que não tinham esclarecimento".

Desde sua infância José Datrino era possuidor de um comportamento atípico. Por volta dos treze anos de idade, passou a ter premonições sobre sua missão na terra, na qual acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. Este comportamento causou preocupação em seus pais, que chegaram a suspeitar que o filho sofria de algum tipo de loucura, chegando a buscar ajuda em curandeiros espirituais.

No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, houve um grande incêndio no circo "Gran Circus Norte-Americano" que foi chamado de Tragédia do Gran Circus Norte-Americano e considerado uma das maiores fatalidades em todo o mundo circense. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras Agradecido e Gentileza. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar "José Agradecido", ou simplesmente "Profeta Gentileza".

Após deixar o local que foi denominado "Paraíso Gentileza", o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - "Sou maluco para te amar e louco para te salvar".

Entretanto, um artigo de autoria da professora Luiza Petersen e do jornalista e escritor Marcelo Câmara, que conviveram com Datrino ("Jornal do Brasil" de 21/02/2010) e rebatido por outro artigo publicado no Jornal do Brasil [2] afirma que ele, apesar de falar em gentileza como um mantra, era "agressivo, moralista e desbocado [...] Vociferava, ofendia e ameaçava espancar transeuntes", ao ponto de às vezes ser necessário chamar a polícia para acalmá-lo. "Suas principais vítimas eram as mulheres de minissaia ou com calças apertadas, de cabelos curtos, que usavam maquiagem, salto alto e adereços [...] A maioria da população, especialmente as mulheres e crianças, fugia dele". A imagem que se criou dele após sua morte, segundo os autores, não corresponde às lembranças dos que conviveram com ele durante os anos 1960 e 1970.

A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju, que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5 km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização.

Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a gentileza e a aplicarem gentileza em toda a Terra.

"Gentileza gera gentileza" é a frase mais conhecida

Em 28 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu na cidade de seus familiares, onde se encontra enterrado, no "Cemitério da paz".

Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. A eliminação das inscrições foi criticada e posteriormente com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, com o objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.

No final do ano 2000 foi publicado pela EdUFF (Editora da Universidade Federal Fluminense) o livro Brasil: Tempo de Gentileza, de autoria do professor Leonardo Guelman. A obra introduz o leitor no "universo" do profeta Gentileza através de sua trajetória, da estilização de seus objetos, de sua caligrafia singular e de todos os 56 painéis criados por ele, além de trazer fatos relacionados ao projeto Rio com Gentileza e descrever as etapas do processo de restauração dos escritos. O livro é ricamente ilustrado com inúmeras fotografias, principalmente do profeta e de seus penduricalhos e painéis. Além de fotos do próprio profeta Gentileza trabalhando junto a algumas pilastras, existem imagens dos escritos antes, durante e após o processo de restauração.

Em 2001, foi homenageado pela Escola de Samba GRES Acadêmicos do Grande Rio.

Em Conselheiro Lafaiete, cidade do interior de Minas Gerais, há um amplo trabalho feito pela ONG AMAR que dá continuidade ao trabalho do Profeta Gentileza. Foram desenvolvidas oficinas com jovens da cidade, onde foi possível repassar as técnicas de mosaico. Além disso, um grande muro no bairro São João recebeu uma linda aplicação de mosaico. E a praça São Pedro, no bairro Albinopólis, foi toda decorada seguindo o exemplo do Profeta Gentileza.

Fonte: Wikipédia

Roberto Ribeiro

DERMEVAL MIRANDA MACIEL
(55 anos)
Cantor, Compositor e Puxador de Samba-Enredo

* Campos dos Goytacazes, RJ (20/07/1940)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/01/1996)

Roberto Ribeiro foi um cantor e puxador de samba-enredo brasileiro. Sambista do Império Serrano, Roberto Ribeiro construiu uma respeitável carreira de intérprete e compositor desde a segunda metade da década de 1960. De voz bem timbrada e enxuto fraseado, seu repertório incluíam sambas de todos os tipos, como afoxés, ijexás, maracatus e outros ritmos africanos. Tem mais de 20 discos gravados, com sucessos populares como as canções "Acreditar", "Estrela de Madureira", "Todo Menino é Um Rei", "Malandros Maneiros", "Fala Brasil" e "Amor de Verdade".

Filho do jardineiro Antônio Ribeiro de Miranda e de Júlia Maciel Miranda, Dermeval era um carioca típico, apaixonado por futebol e samba. Aos 9 anos de idade, trabalhava como entregador de leite. Naquele tempo, já frequentava a Escola de Samba Amigos da Farra, da cidade de Campos dos Goytacazes, e participava das festas do tradição "Boi Pintadinho".

Dermeval foi jogador de futebol profissional em sua cidade natal. Depois de passagens por equipes amadoras como Cruzeiro e Rio Branco, ele se tornou goleiro do Goytacaz Futebol Clube. Era conhecido pelo apelido de "Pneu".

Em 1965, Dermeval mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro em busca de um lugar em um clube grande carioca. Chegou a treinar no Fluminense, mas acabou desistindo da carreira e começou a trabalhar com música, a se apresentar no programa "A Hora do Trabalhador", da Rádio Mauá, do Rio de Janeiro. Sua performance chamou a atenção da compositora Liette de Souza, que viria a ser sua esposa, irmã do compositor Jorge Lucas. Ela resolveu apresentá-lo aos sambistas da Império SerranoDermeval passou a frequentar as rodas de samba da tradicional escola de Madureira. A diretoria da Império Serrano convidou-o para ser o puxador de samba-enredo da escola no Carnaval de 1971.



Ele aceitou, mas se afastou nos dois carnavais seguintes para gravar seus primeiros discos como cantor. A partir de 1974, já como Roberto Ribeiro, firmou-se como puxador oficial da IImpério Serrano, defendendo a agremiação até o Carnaval de 1981. Dentre os grandes destaques nos desfiles cariocas, estão os sambas-enredo "Brasil, Berço dos Imigrantes", de 1977, feito em parceria com o cunhado Jorge Lucas, e em "Municipal Maravilhoso, 70 Anos de Glórias", de 1979, parceria com Jorge Lucas e Edson Passos.

Sua carreira como cantor ganhou impulso a partir de 1972 com gravações de três compactos em parceria com Elza Soares pela Odeon. Satisfeita com o sucesso dos compactos, o selo lançou o LP "Elza Soares e Roberto Ribeiro". No ano seguinte, Roberto Ribeiro gravou um LP, "Simone Et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé", junto com a Simone, lançado pela Odeon exclusivamente para o mercado externo.

Em 1975, a mesma gravadora lançou o compacto duplo "Sucessos 4 Sambas", no qual Roberto Ribeiro interpretou "Leonel/Leonor" (Wilson Moreira e Neizinho). Ainda neste ano, foi lançado o disco "Molejo", que despontou com os sucessos "Estrela de Madureira" (Acyr Pimentel e Cardoso) e "Proposta Amorosa" (Monarco) e chamou a atenção da crítica.

Em 1976 foi lançado "Arrasta Povo", LP que destacou mais dois grandes sucessos nas rádios de todo o Brasil: "Tempo É" (Zé Luiz e Nelson Rufino) e "Acreditar" (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho).



Gravou em 1977 o LP "Poeira Pura", onde se destacou "Liberdade" (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho). Um ano depois, foi lançado o álbum "Todo Menino é Um Rei", que o colocou outra vez nas lista dos discos mais vendidos, puxado pelos sucessos da faixa-título de Nelson Rufino e Zé Luiz, "Amei Demais" (Flávio Moreira e Liette de Souza), "Isso Não São Horas" (Catoni, Chiquinho e Xangô da Mangueira) e "Meu Drama" (Silas de Oliveira e J. Ilarindo) - esta incluída também na trilha sonora da novela "Pai Herói", da Rede Globo.

Em 1979, foi a vez do lançamento do LP "Coisas da Vida", que teve entre as mais tocadas "Vazio" (Nelson Rufino), também conhecida na época como "Está Faltando Uma Coisa Em Mim", e "Partilha" (Romildo e Sérgio Fonseca).

No início da década de 1980, Roberto Ribeiro gravou "Fala Meu Povo". Neste LP, de 1980, constavam algumas composições de sua autoria como "Vem" (Roberto RibeiroToninho Nascimento), e sucessos como "Só Chora Quem Ama" (Wilson Moreira e Nei Lopes) e "Quem Lucrou Fui Eu" (Monarco).

Em 1981, foi lançado "Massa, Raça e Emoção", com o sucesso "Santa Clara Clareou" (Zé Baiano do Salgueiro).

Em 1983, foi lançado o disco "Roberto Ribeiro", com o sucesso "Algemas" (Roberto RibeiroToninho Nascimento).



Em 1984, no seu LP "De Palmares Ao Tamborim", obteve êxito com "Lágrima Morena" (Roberto Ribeiro e Toninho Nascimento). Nesse ano participou do disco "Partido Alto Nota 10", de Aniceto do Império Serrano, no qual interpretaram em dueto a faixa "Chega Devagar", de autoria de Aniceto do Império Serrano.

Em 1985, foi lançado o LP "Corrente de Aço", que contou com a participação de Chico Buarque de Hollanda na música "Quem Te Viu, Quem Te Vê" (Chico Buarque), e de Nei Lopes em "Malandros Maneiros" (Nei Lopes e Zé Luiz).

Em 1987, Roberto Ribeiro gravou o disco "Sorri Pra Vida", obtendo sucesso com a faixa "Ingrata Paixão" (Mauro Diniz, Adílson Victor e Ratinho) e, um ano depois, "Roberto Ribeiro", que contou com a participação especial de Alcione na faixa "Mel Pra Minha Dor" (Nelson Rufino e Avelino Borges) e do Grupo Raça, em "Malandro Mais Um" (Ronaldinho e Carlos Moraes).

Em 1995, a EMI-Odeon lançou a coletânea "O Talento de Roberto Ribeiro", na qual compilou 22 sucessos de seus vários discos. Roberto Ribeiro participara ainda naquele ano do disco-homenagem "Clara Nunes Com Vida", produzido por Paulo César Pinheiro, no qual interpretou, com sua voz acrescida posteriormente, um dueto com Clara Nunes, "Coisa da Antiga" (Wilson Moreira e Nei Lopes).

Roberto Ribeiro passou a sofrer de um seríssimo problema de vista e perdeu a visão de um olho em razão de uma contaminação por fungo agravada pelo diabetes.


Morte

Em janeiro de 1996, faleceu após ser atropelado próximo à sua casa, por alguém que sequer lhe prestou socorro, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Roberto Ribeiro ficou em coma no Hospital Municipal Miguel Couto, mas não resistiu vindo a falecer.


Discografia


  • 2007 - Roberto Ribeiro - Programa Ensaio
  • 1995 - O Talento de Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)
  • 1995 - Clara Nunes Com Vida (EMI-Music)
  • 1988 - Roberto Ribeiro (BMG/RCA)
  • 1987 - Sorri Pra Vida (EMI-Odeon)
  • 1985 - Corrente De Aço (EMI-Odeon)
  • 1984 - De Palmares Ao Tamborim (EMI-Odeon)
  • 1984 - Partido Alto Nota 10 (CID)
  • 1983 - Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)
  • 1981 - Massa, Raça e Emoção (EMI-Odeon)
  • 1980 - Brazilian Popular Music (Fundação Nacional de Arte Funarte)
  • 1980 - Fala Meu Povo! (EMI-Odeon)
  • 1979 - Coisas Da Vida (EMI-Odeon)
  • 1978 - Todo Menino é Um Rei (EMI-Odeon)
  • 1978 - Pai Herói (Trilha Sonora Novela)
  • 1977 - Poeira Pura (EMI-Odeon)
  • 1976 - Roberto Ribeiro (EMI-Odeon)
  • 1976 - Arrasta Povo (EMI-Odeon)
  • 1975 - Sucessos 4 Sambas (Odeon)
  • 1975 - Molejo (EMI-Odeon)
  • 1973 - Simone Et Roberto Ribeiro (Odeon)
  • 1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) - Compacto Duplo
  • 1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) - Compacto Simples
  • 1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) - Compacto Duplo
  • 1972 - Elza Soares e Roberto Ribeiro (Odeon) - LP

Fonte: Wikipédia

Ernesto Geisel

ERNESTO BECKMANN GEISEL
(89 anos)
General do Exército e Presidente do Brasil

* Bento Gonçalves, RS (03/08/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/09/1996)

Ernesto Geisel foi um político e militar brasileiro, tendo sido 29º Presidente do Brasil de 1974 a 1979.

Ernesto Geisel nasceu em Bento Gonçalves, em 3 de agosto de 1907. Filho de imigrantes luteranos alemães, era o filho mais novo de Wilhelm August Geisel, que chegou ao Brasil em 1883, mudando seu nome para Guilherme Augusto Geisel e de Lydia Beckmann, brasileira de Teutônia, RS, filha de pais alemães. Tinha quatro irmãos: Amália, Bernardo, Henrique e Orlando. Passou a infância em Teutônia e Estrela, ambas no Rio Grande do Sul.

Em suas entrevistas concedidas ao Centro de Processamento e Documentação (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, depois transformadas em livro, Ernesto Geisel declarou que, em sua infância, entendia e falava o alemão, embora nunca tendo aprendido a ler nesse idioma. Na idade adulta entendia o idioma, mas falava com dificuldade.

Dois de seus irmãos também ingressaram na carreira das armas e tornaram-se generais: Henrique Geisel e Orlando Geisel, que chegou a ser ministro do exército durante o governo de Emílio Garrastazu Médici.

Ernesto Geisel iniciou sua carreira militar em 1921, ingressando no Colégio Militar de Porto Alegre. Formou-se oficial na Escola Militar de Realengo em 1928. Participou de ações militares na Revolução de 30 como tenente. Fez parte das tropas federais que combateram a Revolução Constitucionalista, de 1932.

No início dos anos 30 também desempenhou as funções de secretário de fazenda da Paraíba, quando os tenentes da Revolução de 1930 passaram a ocupar cargos políticos.

Em 1940, Ernesto Geisel casou-se com sua prima de primeiro grau, Lucy, com quem teve dois filhos: Amália e Orlando, este último falecido num acidente de trem em 1957. Ernesto Geisel jamais se recuperaria totalmente deste duro golpe.

Após o movimento de 1964, em 15 de abril de 1964, foi nomeado chefe da Casa Militar pelo presidente Castelo Branco, que o encarregou de averiguar denúncias de torturas em unidades militares do Nordeste do Brasil. Fez parte do grupo de militares castelistas que combateram a candidatura do marechal Costa e Silva à presidência da República.

Castelo Branco promoveu-o ainda a general-de-exército em 1966 e nomeou-o Ministro do Superior Tribunal Militar em 1967. No governo de Emílio Garrastazu Médici, tornou-se presidente da Petrobras, enquanto seu irmão Orlando Geisel tornou-se Ministro do Exército. O apoio de Orlando Geisel foi decisivo para que Emílio Garrastazu Médici o escolhesse como candidato à Presidência em 1974.

Em 1974, pelo Aliança Renovadora Nacional (ARENA), na chapa com Adalberto Pereira dos Santos para vice, candidatou-se à presidência, onde venceu, com 400 votos (84,04%), a chapa oposicionista Ulysses Guimarães / Barbosa Lima Sobrinho do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que obteve 76 votos (15,96%).

Ernesto Geisel assumiu a Presidência do Brasil em 15 de março de 1974. Seu governo foi marcado pelo início de uma abertura política e amenização do rigor do regime militar brasileiro, onde encontrou fortes oposições de políticos chamados de "linha-dura".

A 1 de junho de 1977 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 13 de fevereiro de 1979 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante Dom Henrique.


Vida Política

Na década de 1950, Ernesto Geisel comandou a guarnição de Quitaúna e gerenciou a refinaria de Cubatão, ambas no estado de São Paulo. Durante este período, ele estreitou suas ligações com o grupo militar que mais tarde seria conhecido como "Sorbonne", ligado à Escola Superior de Guerra.

Ele sempre teve interesse na área de extração petrolífera, tendo dirigido a refinaria de Cubatão em 1956, a Petrobrás (1969 a 1973) e, após 1979, a Norquisa, depois de ter deixado a presidência da República.

Em sua gestão na presidência da Petrobras, empresa estatal que deteve até a década de 90 o monopólio da extração de petróleo no Brasil, concentrou esforços na exploração da plataforma submarina, tendo obtido resultados positivos. Conseguiu acordos no exterior para a pesquisa e firmou convênios com o Iraque, o Egito e o Equador.

Com a posse de Costa e Silva na presidência, Ernesto Geisel caiu no ostracismo político.


Presidente da República

Lançado oficialmente candidato da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) à presidência em 18 de abril de 1972, foi eleito presidente com 600 votos contra 63 do "anticandidato" do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) Ulysses Guimarães, em 15 de janeiro de 1973.

Ernesto Geisel dedicou-se à abertura política, que encontrou resistência nos militares da chamada "linha-dura", sendo que o episódio mais dramático foi a contratação do ministro do exército, Sylvio Frota, em 12 de outubro de 1977.

Em 1975, em Sarandi, PR, aconteceu uma invasão de terras no Engenho de Annoni que dá início ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) existente até hoje.

Outro fato marcante foi a contratação, em 1976, do comandante do IV Exército de Minas Gerais, decorrente, dentre outros fatos, da repercussão da morte do jornalista Wladimir Herzog.

Ernesto Geisel conseguiu fazer seu sucessor João Figueiredo, que continuou a abertura política.


Principais Realizações do Governo Geisel

  • Divisão de Mato Grosso e criação do Mato Grosso do Sul
  • Reatamento de relações diplomáticas com a República Popular da China
  • Reconhecimento da independência de Angola
  • II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND)
  • Busca de novas fontes de energia, realizando o acordo nuclear com a Alemanha, criando os contratos de risco com a Petrobras e incentivando a utilização do álcool como combustível
  • Início do processo de redemocratização do país, embora tal processo tenha sofrido alguns retrocessos durante seu governo, como bem exemplifica o Pacote de Abril, em 1977
  • Abertura política do Brasil, sobre a qual Ernesto Geisel afirmou que a redemocratização do Brasil seria um processo "lento, gradual e seguro"
  • Extinguiu o AI-5, e preparou o governo seguinte, João Figueiredo, para realizar um conflito político e a volta dos exilados, mas sem que retomassem seus cargos políticos
  • Em política externa procurou ampliar a presença brasileira na África e na Europa, evitando o alinhamento incondicional à política dos Estados Unidos
  • Denúncia do tratado militar Brasil-Estados Unidos em 1977
  • Construiu grande parte da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Ernesto Geisel e Carlos Eloy
Vida Após a Presidência

Em sua vida pós-presidência, Ernesto Geisel manteve influência sobre o Exército ao longo da década de 1980 e, nas eleições presidenciais de 1985, apoiou o candidato oposicionista vitorioso Tancredo Neves, o que caracterizou a diminuição das resistências a Tancredo Neves no meio militar.

Ernesto Geisel foi presidente da Norquisa, empresa ligada ao setor petroquímico.

Em 1997, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou a transcrição de seu depoimento, no qual narrou sua vida particular, militar e política.

Após a presidência passou a viver em um apartamento simples, residência na qual morou até a sua morte. No dia 12 de setembro de 1996, aos 88 anos, vítima de um Câncer Generalizado.

Fonte: Wikipédia

Sarah Kubitschek

SARAH LUÍSA GOMES DE SOUSA LEMOS
(87 anos)
Primeira Dama Brasileira

* Belo Horizonte, MG (05/10/1908)
+ Brasília, DF (04/02/1996)

Foi primeira-dama brasileira de 1956 a 1961, tendo sido a esposa de Juscelino Kubitschek, ex-presidente do Brasil, com quem teve duas filhas Márcia Kubitschek e Maria Estela Kubitschek.

Ao lado de Darcy Vargas e Ruth Cardoso, foi uma das primeiras-damas mais ativas do país, engajando-se em obras sociais.

Sarah Luísa Gomes de Sousa Lemos nasceu em uma família tradicional de Belo Horizonte, Minas Gerais. Era filha do deputado federal Jaime Gomes de Sousa Lemos e de Luísa Negrão. Tinha quatro irmãos: Amélia, Maria Luísa, Geraldo e Idalina. Sua irmã, Amélia, era casada com o político Gabriel de Rezende Passos. Através de sua mãe, ela tinha dois primos famosos: Francisco Negrão de Lima e Otacílio Negrão de Lima. O avô paterno de Sarah, José, era natural de Lousã, Portugal.


Sarah e Juscelino Kubitschek

Na juventude, ela se apaixonou perdidamente por Juscelino Kubitschek de Oliveira. Porém, quando ele decidiu fazer especialização em urologia na Europa, Juscelino Kubitschek rompeu o noivado e passou a não responder suas cartas. Apesar disso, aconselhada por sua mãe, Sarah resolveu esperá-lo.

No dia 30 de dezembro de 1931, SarahJuscelino casaram-se na cidade do Rio de Janeiro. No dia seguinte, comemoraram o casamento no ano novo no famoso Hotel Copacabana Palace.

Logo após o casamento passou a assinar Sara Luísa Lemos de Oliveira. Anos depois, quando Juscelino Kubitschek assumiu a presidência, seu nome passou a ser Sarah Luisa Lemos Kubitschek de Oliveira, para não assinar diferente do marido.

Sarah Kubitschek desejava ter muitos filhos, mas foram onze anos de tentativas até nascer Márcia Kubitschek. Anos depois, o casal adotou Maria Estela Kubitschek, um ano mais velha do que Márcia.

Uma mulher de forte temperamento, Sarah Kubitschek era uma mulher enérgica, determinada e bem-educada. Seu marido chegou a dizer que "às vezes tinha a impressão de que se casara com um tigre". Contudo, era conservadora e não gostava de política.

Dona Sarah foi a fundadora da Organização das Pioneiras Sociais, que realizou uma notável obra de assistencialismo em Minas Gerais. Incluía fundação de escolas no interior, creches e distribuição de roupas, alimentos, cadeiras de rodas e aparelhos mecânicos para deficientes físicos. Além disso, fundou hospitais-volantes na maioria dos Estados e hospitais flutuantes, vindos da Alemanha, para o Amazonas.

Depois de ficar viúva, ela passou a viver da pensão de Juscelino Kubitschek. Residia em um apartamento alugado na Capital, quando morreu aos oitenta e sete anos de idade, vítima de Parada Cardiorrespiratória.

Em sua homenagem, leva seu nome o Hospital Sarah Kubitschek, referência no tratamento de politraumatizados, com unidades em sete capitais brasileiras: Fortaleza, Macapá, Belo Horizonte, Brasília, São Luís, Rio de Janeiro, Belém e Salvador. Graças ao apoio de Sarah Kubitschek, existe hoje o Memorial JK, projetado por Oscar Niemeyer.


Dilermando Reis, Francisco Assis Barbosa, Juscelino Kubitschek, Sarah Kubitschek e Antônio Houaiss


Representações Na cultura e Homenagens

Sarah Kubitschek já foi interpretada pelas atrizes Marília Pêra (na fase madura) e Débora Falabella (na fase jovem) na minissérie "JK", de 2006, feita pela TV Globo.

Em 30 de julho de 1957 recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e em 28 de fevereiro de 1961 recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #SarahKubitschek

Renato Russo

RENATO MANFREDINI JÚNIOR
(36 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (27/03/1960)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/10/1996)

Renato Manfredini Júnior, mais conhecido pelo nome artístico Renato Russo, foi um cantor e compositor brasileiro, famoso por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana. Antes da fundação do grupo que o tornou conhecido mundialmente, Renato Russo integrou o grupo musical Aborto Elétrico, do qual saiu devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos.

Homossexual assumido, Renato Russo morreu devido as complicações causadas pela AIDS em 11 de outubro de 1996, à época com 36 anos. Amigos do cantor afirmam que o mesmo contraiu a doença após se envolver com um rapaz que conhecera em Nova York, portador da doença, em 1989.

Legião Urbana
Como integrante da Legião Urbana, Renato Russo lançou oito álbuns de estúdio, cinco álbuns ao vivo, alguns lançados postumamente, e diversos singles, escritos em sua maioria pelo próprio Renato. Gravou ainda três discos solo e cantou ao lado de Robert Evangelista, Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Laura Pausini, Biquini Cavadão, 14 Bis e Plebe Rude. Em 2010 foi lançado o disco "Duetos".

Infância

Até os seis anos de idade Renato Russo viveu no Rio de Janeiro junto com sua família. Começou a estudar cedo no Colégio Olavo Bilac, na Ilha do Governador, zona norte da cidade. Nessa época teria escrito uma bela redação chamada "Casa Velha, Em Ruínas…", disponível logo abaixo na íntegra.


Em 1967, mudou-se com sua família para Nova York pois seu pai, funcionário do Banco do Brasil, fora transferido para a agência do banco na cidade, mais especificamente para Forest Hills, no distrito do Queens. Foi quando Renato Russo foi introduzido a língua e a cultura norte-americanas. Em 1969 a família voltou para o Brasil, indo Renato Russo  morar na casa de seu tio Sávio na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.

Adolescência

Em 1973 a família trocou o Rio de Janeiro por Brasília, passando a morar na Asa Sul. Em 1975, aos quinze anos, Renato Russo começou a atravessar uma das fases mais difíceis e curiosas de sua vida quando fora diagnosticado como portador da epifisiólise, uma doença óssea. Ao saber do resultado, os médicos submeteram-no a uma cirurgia para implantação de três pinos de platina na bacia. Renato Russo sofreu duramente a enfermidade, tendo que ficar seis meses na cama, quase sem movimentos. Durante o período de tratamento teria se dedicado quase que integralmente a ouvir música, iniciando sua extensa coleção de discos dos mais variados estilos. Em entrevista, teria alegado que este período fora determinante na formação de sua musicalidade.

Aborto Elétrico
Carreira

Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico, ao lado dos irmãos Felipe Lemos, Fê Lemos, (bateria) e Flávio Lemos (baixo elétrico), e do sul-africano André Pretorius (guitarra). O grupo durou quatro anos, de 1978 a 1982, terminando por brigas entre Fê Lemos e Renato Russo. O Aborto Elétrico foi a semente que deu origem à Legião Urbana e ao Capital Inicial, formado por Fê Lemos, Flávio Lemos, junto ao guitarrista Loro Jones e ao vocalista Dinho Ouro-Preto.

Após o fim do Aborto Elétrico, Renato Russo começou a compor e se apresentar sozinho, tornando-se o Trovador Solitário. A fase solo durou poucos meses, até que o cantor se juntou a Marcelo Bonfá, baterista do grupo Dado e o Reino Animal, Eduardo Paraná, guitarrista conhecido como Kadu Lambach e Paulo Guimarães, tecladista, conhecido como Paulo Paulista, formando a Legião Urbana, tendo Renato Russo como vocalista e baixista.

Suas principais influencias eram as bandas de post punk que surgiram na epoca, especificamente, Renato Russo se espelhava no trabalho de Robert Smith, vocalista do The Cure e especialmente Morrissey que era vocalista da banda The Smiths.

Após os primeiros shows, Eduardo Paraná e Paulo Paulista saíram da Legião Urbana. A vaga de guitarrista é assumida por Ico-Ouro Preto, irmão de Dinho Ouro-Preto, que fica até o início de 1983. Seu lugar é assumido definitivamente por Dado Villa-Lobos, que criou a banda Dado e o Reino Animal com Marcelo Bonfá, Dinho Ouro-Preto, Loro Jones e o tecladista Pedro Thompson. A entrada de Dado Villa-Lobos consagrou a formação clássica da banda.

À frente da Legião Urbana, que contou com o baixista Renato Rocha entre 1984 e 1989, Renato Russo atingiu o auge de sua carreira como músico, criando uma relação com os fãs que chegava a ser messiânica onde alguns adoravam o cantor como se fosse um deus. Os mesmos fãs chegavam a fazer um trocadilho com o nome da banda: Religião Urbana/Legião Urbana. Renato Russo desconsiderava este trocadilho e sempre negou ser messiânico.

Morte

Renato Russo, que se declarava católico que fazia seu próprio catolicismo, faleceu no dia 11 de outubro de 1996, às 01:15 hs, pesando apenas 45 kg, em consequência de complicações causadas pela AIDS. Ele era soropositivo desde 1989, mas jamais revelou publicamente sua doença. Deixou um filho, o produtor cultural Giuliano Manfredini, na época com apenas 7 anos de idade. O corpo de Renato Russo foi cremado e suas cinzas foram lançadas sobre o jardim do sítio de Roberto Burle Marx.

No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do cantor, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato Russo.

Livros

Durante sua carreira teve quatro livros publicados e, após sua morte, outros quatro livros foram lançados. Em junho de 2009, foi lançada a biografia "Renato Russo: O Filho da Revolução", do jornalista Carlos Marcelo Carvalho. A obra é contextualizada desde o período de infância de Renato Russo, passando pela sua juventude - com acontecimentos políticos históricos da época forte de opressão da Ditadura Militar como pano de fundo - e culminando com o seu amadurecimento como homem, poeta, artista e músico.

Fonte: Wikipédia
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