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Marechal Rondon

CÂNDIDO MARIANO DA SILVA RONDON
(92 anos)
Militar, Sertanista, Explorador, Geógrafo e Pacificador

☼ Santo Antônio do Leverger, MT (05/05/1865)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/01/1958)

Cândido Mariano da Silva Rondon, mais conhecido como Marechal Rondon, foi um militar, sertanista, explorador, geógrafo e pacificador brasileiro.

De origem indígena por parte de seus bisavós maternos (Bororo e Terena) e bisavó paterna (Guará), Cândido Rondon tornou-se órfão precocemente, tendo sido criado pelo tio e, depois de sua morte, transferiu-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar: além dos estudos serem gratuitos, os alunos da escola recebiam - desde que assentassem praça - soldo de sargento.

Alistou-se no 3º Regimento de Artilharia a Cavalo em 1881. Dentre outros estudos, cursou Matemática e Ciências Físicas e Naturais da Escola Superior de Guerra.

Ainda estudante, teve participação nos movimentos abolicionista e republicano. Foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso. Foi então designado para a comissão de construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás.

O governo republicano tinha preocupação com a região oeste do Brasil, muito isolada dos grandes centros e em regiões de fronteira. Assim decidiu melhorar as comunicações construindo linhas telegráficas para o centro-oeste.

Cândido Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios.


Manteve contato com muitas tribos indígenas, entre elas os Bororo, Nambikwara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariquemes, Boca Negra, Pacaás Novo, Macuporé, Guaraya e Macurape.

Em 1889 Cândido Rondon participou diretamente com Benjamin Constant Botelho de Magalhães das articulações que resultaram na criação da República Brasileira.

Entre 1892 e 1898 ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, entre Cuiabá e o Araguaia, e uma estrada ligando Cuiabá a Goiás.

Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras de Paraguai e Bolívia.

Em 1906 encontrou as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, a maior relíquia histórica de Rondônia.

Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada Comissão Rondon. Seus trabalhos desenvolveram-se de 1907 a 1915. Nesta mesma época estava sendo construída a Ferrovia Madeira-Mamoré, que junto com o desbravamento e integração telegráfica de Cândido Rondon ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia.

Cândido Rondon realizou expedições com a Comissão Rondon, com o objetivo de explorar a região amazônica. Em 1910 organizou e passou a dirigir o Serviço de Proteção Aos Índios e de maio de 1913 a maio de 1914 realizou mais uma expedição, em conjunto com ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt.


Em setembro de 1913, Cândido Rondon foi atingido por uma flecha envenenada dos índios Nambikwara, sendo salvo pela bandoleira de couro de sua espingarda, ordenou a seus comandados, porém, que não reagissem e batessem em retirada, demonstrando seu princípio de penetrar no sertão somente com a paz.

Em 1914, com a Comissão Rondon, construiu 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (depois Vila de Rondônia e atual Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes, na área do atual estado de Rondônia.

Em 01/01/1915, concluiu sua missão com a inauguração da estação telegráfica de Santo Antônio do Madeira.

De 1919 a 1924 foi diretor de engenharia do Exército. Com a Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder, foi preso.

Em maio de 1956, Juarez Távora escreve:

"Esclareço que o fato de haver oposto restrição quanto à oportunidade do empreendimento (linhas telegráficas) do Marechal Rondon, não significava desapreço pelo conjunto de sua obra sertanista - e aí incluo o nobre esforço de catequese leiga de nossos índios — Rondon foi sem dúvida um pioneiro."

Cândido Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios. Manteve contato com diversos povos indígenas, porém, sem nunca levar a morte ou o horror dos brancos a eles.

Desbravador do interior do país, foi inspiração para criar o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Teve seu primeiro encontro com os índios, alguns hostis, outros escravos de fazendeiros, quando construía as linhas telegráficas que ligaram Goiás a Mato Grosso.

Apoio a Getúlio Vargas

Tornou-se então colaborador de Getúlio Vargas. Em 1942, pronunciou discurso em apoio de Getúlio Vargas:

"Por este conduzir a bandeira política e administrativa da Marcha para o Oeste, visando ao alargamento do povoamento do sertão e de seu aproveitamento agropecuário com fundamentos econômicos mais sólidos e eficientes. Homenagem pela sua expressão de simpatia para com os indígenas e disposição de ocupar o vazio do território que permanecia despovoado."

Marechal Rondon em contato com índios entre Mato Grosso e Rondônia.
Homenagens

Em 05/05/1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro concedido pelo Congresso Nacional.

Em 17/02/1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia, em 1981 elevado a Estado.

O município de Marechal Cândido Rondon foi criado em 1960.

Em 1957 foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, pelo Explorer's Club, de New York.

Seu rosto foi estampado na nota de mil cruzeiros.

O principal aeroporto de Mato Grosso chama-se Aeroporto Internacional Marechal Rondon, enquanto o Aeroporto de Marechal Cândido Rondon serve à cidade homônima.

O Marechal Rondon é também homenageado nomeando diversos bairros, escolas e logradouros no Brasil, como a Rodovia Marechal Rondon e a Escola Marechal Rondon, em Recife, PE.

O reconhecimento da obra de Rondon extrapolou as fronteiras do Brasil. Teve a glória de ter seu nome escrito em letras de ouro maciço no Livro da Sociedade de Geografia de New York, como o explorador que penetrou mais profundamente em terras tropicais, ao lado de outros imortais como Amundsen e Peary, descobridores dos pólos norte e sul; e Charcot e Byrd, exploradores que mais profundamente penetraram em terras árticas e antárticas.

Marechal Rondon é o Patrono das Telecomunicações no Brasil, e 05 de maio é o Dia Nacional das Comunicações, criado em sua homenagem.

Em 01/07/2015, o Governo Federal determinou a inscrição do nome de Rondon no Livro de Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.

Em 1963, o Marechal Rondon foi homenageado com a designação de Patrono da Arma de Comunicações do Exército Brasileiro.

Carreira Militar


  • Segundo-tenente em 4 de janeiro de 1890;
  • Primeiro-tenente, três dias depois, por serviços relevantes à Proclamação da República, no mesmo ato em que o Marechal Deodoro foi promovido a Generalíssimo e Benjamin Constant a General, em 7 de janeiro de 1890;
  • Marechal Honorário (Lei nº 2.409, de 27 de janeiro de 1955) em 5 de maio de 1955.


Positivismo

Sob influência do positivismo, Marechal Rondon fez seu credo:

"Eu Creio:
Que o homem e o mundo são governados por leis naturais.
Que a Ciência integrou o homem ao Universo, alargando a unidade constituída pela mulher, criando, assim, modesta e sublime: simpatia para com todos os seres de quem, como poverello, se sente irmão.
Que a Ciência, estabelecendo a inateidade (sentimento nato) do amor, como a do egoísmo, deu ao homem a posse de si mesmo. E os meios de se transformar e de se aperfeiçoar.
Que a Ciência, a Arte e a Indústria hão de transformar a Terra em Paraíso, para todos os homens, sem distinção de raças, crenças,: nações – banido os espectros da guerra, da miséria, da moléstia.
Que ao lado das forças egoístas – a serem reduzidas a meios de conservar o indivíduo e a espécie – existem no coração do homem: tesouros de amor que a vida em sociedade sublimará cada vez mais.
Nas leis da Sociologia, fundada por Augusto Comte, e por que a missão dos intelectuais é, sobretudo, o preparo das massas humanas: desfavorecidas, para que se elevem, para que se possam incorporar à Sociedade.
Que, sendo, incompatíveis às vezes os interesses da Ordem com os do Progresso, cumpre tudo ser resolvido à luz do Amor.
Que a ordem material deve ser mantida, sobretudo, por causa das mulheres, a melhor parte de todas as pátrias e das crianças, as pátrias do futuro.
Que no estado de ansiedade atual, a solução é deixando o pensamento livre como a respiração, promover a Liga Religiosa,: convergindo todos para o Amor, o Bem Comum, postas de lado as divergências que ficarão em cada um como questões de foro íntimo, sem perturbar a esplêndida unidade – que é a verdadeira felicidade."

Rondon ingressou na Igreja Positivista ao fim de 1898, como major e como ardoroso membro na teoria e na prática positivista.

Fonte: Wikipédia