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Olavo de Carvalho

OLAVO LUIZ PIMENTEL DE CARVALHO
(74 anos)
Jornalista, Escritor, Ensaísta, Polemista, Influenciador Digital, Ideólogo, Astrólogo e Filósofo

☼ Campinas, SP (29/04/1947)
┼ Richmond, Estados Unidos (24/01/2022)

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho foi um jornalista, ensaísta, polemista, influenciador digital, ideólogo, astrólogo e filósofo autoproclamado, nascido em Campinas, SP, no dia 29/04/1947. Era considerado um representante do conservadorismo no Brasil, tendo também expressiva influência na extrema-direita brasileira.

Autor profícuo, escreveu mais de 40 livros, mais de 44 cursos, dezenas de milhares de páginas em apostilas e artigos, protagonizou um filme e, durante 14 anos, ministrou semanalmente seu Curso Online de Filosofia, o COF - contabilizando mais de 570 aulas.

Suas ideias ganharam protagonismo no debate público, pautando assuntos como conservadorismo, religião, filosofia e política. Segundo ele mesmo, seus cursos são os únicos realmente formadores de profissionais de alto nível no país, superiores às graduações de humanas nas universidades.

Chamado de Pai da Direita no Brasil, rejeitou tal título. Ciente de que fez muito pela direita no país, acredita que a democracia envolve o rodízio dos poderes e que a esquerda pretende ter a hegemonia governando.

Olavo de Carvalho continuou ensinando como podia até seu último dia. Como passatempo, costumava atirar usando uma arma austríaca de caça dos anos 60, Steyr-Mannlicher, além de assistir filmes e séries na Amazon.

Polemista por estilo, sua forma de atuação pública virou capa de praticamente todos os jornais do país, prova inconteste de que, tanto para os seus alunos quanto para seus opositores, Olavo de Carvalho estava ingresso nos cânones da filosofia Brasileira. Mas como tudo começou?

Estudos Independentes

Olavo de Carvalho tornou-se autodidata bem jovem, buscou o conhecimento por conta própria. Não se viu dependente do conteúdo escolar passado pelos professores regulares das instituições.

Aprendeu sozinho na companhia dos livros e também por meio de conversas com outros intelectuais brasileiros com quem teve contato.

Aos 2 anos de idade, saiu de Campinas, SP. Na cidade de São Paulo, morou no bairro do Glicério, perto da Praça da Sé.

Seu pai, Luiz Gonzaga de Carvalho, separou-se de sua esposa quando Olavo tinha aproximadamente 8 anos. Quando morreu, Olavo era ainda adolescente. Sua mãe, Nicéa Pimentel de Carvalho, era uma pobre operária da indústria gráfica. Faleceu aos 99 anos, após uma queda no banheiro seguida de fratura.

Olavo de Carvalho não era filho único, tinha também um irmão e juntos cuidaram da mãe. Tanto ela quanto o pai foram referenciados como sendo muito bons, pessoas excelentes.

Mesmo criado na pobreza e em um bairro com semi-analfabetos, Olavo de Carvalho já se dedicava à alta literatura aos 14 anos de idade, com a qual, por exemplo, já tinha lido a obra completa de Dostoievski.

Ele se recordava de se recusar a ler alguns autores brasileiros indicados no colégio, porque já estava lendo Goethe, autor que descobriu a partir da leitura de "Os Sofrimentos Do Jovem Werther".

Autonomamente, formou seu gosto literário por meio da grande literatura mundial. Sendo apenas um adolescente, já tinha lido Dante, Tolstoy, Shakespeare e tantos outros.

Como queria estudar assuntos mais profundos, deixou a escola, onde os professores, segundo afirmou, sequer acompanhavam seu nível. Abandonou o colégio na 4ª série ginasial, equivalente à oitava série do ensino fundamental.

O Envolvimento de Olavo Com o Comunismo

Em 1966, com apenas 19 anos, filiou-se ao Partido Comunista, devido ao seu interesse precoce por política.

Em 1968, aos 21, abandonou sua filiação ao comunismo. Durante o Regime Militar, foi opositor. Percebeu por que o socialismo não funcionava somente quando adulto.

Olavo de Carvalho estima que o primeiro livro marxista que leu foi uma antologia organizada por um francês, uma coletânea de vários autores. Na época, não ficou muito impressionado. Apenas mais tarde se interessou, quando cooptado por uma organização de esquerda, que era uma dissidência do partido comunista.

Esta organização mais tarde se tornaria a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Foi nesse meio que ele conheceu grandes nomes da esquerda, como José Dirceu e Rui Falcão.

Olavo de Carvalho passou um tempo morando na Casa do Estudante, imóvel inaugurado em 1947 para abrigar os estudantes universitários de baixa renda da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Ele não estudava Direito, mas por estar franqueado pela organização política, por interesse partidário, conseguiu a vaga. Até mesmo José Dirceu morava nessa casa, ainda que fosse aluno da Pontifícia Universidade Católica (PUC), também por privilégio da organização que integrava.

Primeiros Trabalhos Jornalísticos

Olavo de Carvalho começou a sua carreira como jornalista na empresa Folha da Manhã S/A aos 17 anos. Posteriormente, conseguiu o melhor emprego de jornalismo em São Paulo na época, no Jornal da Tarde.

Foi ensaísta e colunista de diversos veículos: Folha de São Paulo, Bravo!, Planeta, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época, Zero Hora e Diário do Comércio. Participou também de jornais como A Gazeta e Estado de São Paulo.

Em seus primeiros anos como jornalista, como tinha uma visão de mundo alinhada à esquerda, desenvolveu-se rapidamente. Olavo de Carvalho foi repórter, copydesk, redator, roteirista e até foi credenciado no Palácio do Governo.

Trabalhou em jornais dessa forma entre os seus 17 e 30 anos de idade.

Ainda na década de 70, Olavo de Carvalho desistiu dos empregos no jornalismo e começou a trabalhar como freelancer. O que o levou a perder o interesse não foi nenhuma razão política, mas sim a má conduta moral das pessoas desses ambientes.

Ser freelancer na época era algo tão raro, que ele foi entrevistado para explicar como era isso. Na verdade, os motivos eram práticos. Ele fazia seus próprios horários e ganhava mais do que o dobro que a média dos jornalistas ganhava.

Durante a década de 80, trabalhou para várias revistas, como Nova, Quatro Rodas, Cláudia, dentre outras. Eram revistas de administração pública e privada, de economia, política e temas variados. Em entrevistas, Olavo de Carvalho relatava que aceitava o trabalho que aparecia. Foi, inclusive, freelancer da Abril e O Globo.

Mudanças e Trajetória de Vida

Olavo de Carvalho se mudou para o Rio de Janeiro na década de 90. Este foi um período fundamental em sua vida.

Sua trajetória pública começou quando publicou o artigo "Bandidos e Letrados", partes 1 e 2, no Jornal do Brasil, na seção de Opinião, abalando o meio intelectual brasileiro.

O primeiro curso de filosofia ministrado por Olavo de Carvalho fora de São Paulo foi no Rio de Janeiro. Ministrou também os cursos de História da Filosofia e Pensamento e atualidade em Aristóteles a Casa de Cultura Laura Alvim.

A maioria dos cursos foram organizados por Stella Caymmi, assistente pessoal do filósofo à época. Posteriormente, os cursos dados na Casa de Cultura Laura Alvim foram publicados em livros.

No Centro Educacional da Lagoa (Celtec), Olavo de Carvalho lançou "A Nova Era" e a "Revolução Cultural" pelo IAL e Stella Caymmi Editora. Houve palestra para um auditório lotado, iniciando uma trajetória de sucesso em Ciência Política.

As análises feitas nesse dia, mostraram-se certeiras nas décadas seguintes.

Olavo de Carvalho também se destacou a frente da Editora da Cidade ao editar e prefaciar um importante livro com ensaios de Otto Maria Carpeaux. Por essa mesma editora, lançou seu grande sucesso "O Imbecil Coletivo". Após essa obra, iniciou-se a derrocada da hegemonia gramciana implantada no Brasil desde os anos 60, tal qual ele a denunciou.

É importante também recordar que, em 1997, a Editora da Cidade em parceria com a Topbooks, de José Mario Pereira, dividiram um stand. A programação cultural foi rica, muito concorrida e tornou-se modelo para as bienais seguintes.

Além desses detalhes, nas terras cariocas, Olavo de Carvalho publicou seu outro sucesso "O Jardim das Aflições", pela editora Diadorim. Esse é considerado seu livro mais importante.

Olavo de Carvalho frequentou cursos de filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) com professores notáveis. Chegou a fazer o curso por três anos, mas não o completou. Estudou por um ano com o Padre Stanislavs Ladusãns no Conjunto de Pesquisas Filosóficas, COMPEFIL, no alto da Gavea. Não fez outros cursos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

No Rio de Janeiro, residiu em Copacabana e em Santa Cruz de Serra. Depois, mudou-se para o bairro Laranjeiras. Sendo muito pobre, residia em um edifício chamado de favelão. Ao lembrar desse período, ele considera que foi feliz. No Rio de Janeiro, ainda havia intelectuais de verdade, como Josué Montello, Herberto Sales, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony e Bruno Tolentino.

Conheceu também Antônio Olinto, intelectual e escritor brasileiro com livros traduzidos em 38 línguas.

Olavo de Carvalho os conheceu e teve seus livros lidos e apreciados por eles. Ao se recordar disso, considera essa admiração mais valiosa que qualquer apreciação vinda da grande mídia.

Rememorando sua trajetória de vida, diz que sua vida editorial começou de fato no Rio de Janeiro. Nessa época, ele já era chamado de polemista. Antes ele não emitia opinião, mas começou a falar de pessoas que nunca tinham sido criticadas, o que impactou a opinião pública.

Em 1999, saiu do Rio de Janeiro e se mudou para a Romênia, país em efervescência cultural, a convite do embaixador e ex-ministro da cultura, Jerônimo Moscardo. Ao voltar da Romênia, estava muito pobre.

Foi quando Rogério Marinho, irmão do Roberto Marinho, lhe concedeu uma coluna no jornal O Globo. Mas quando Rogério Marinho morreu, Olavo de Carvalho perdeu seu emprego, pois nenhum dos outros jornalistas o queria lá.

Também viveu por um tempo no Paraná, onde se dedicou mais intensamente ao ensino. Disse que lá encontrou os melhores estudantes, o que lhe foi um grande estímulo. Ficou por volta de um ano e meio com cursos praticamente todos os dias.

Em 2002, Olavo de Carvalho criou o website Mídia Sem Máscara (MSM), com o intuito de combater o viés de esquerda que via na grande mídia brasileira. É também o criador do programa de rádio pela internet chamado True Outspeak.

Olavo de Carvalho Nos Estados Unidos

Em 2005, Olavo de Carvalho passou a morar nos Estados Unidos porque recebeu a proposta de ser correspondente internacional do Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo. Não tinha planos de voltar a viver permanentemente no Brasil, uma vez que sua vida com filhos e netos estava constituída lá.

Esteve novamente no Brasil por questões de saúde, mas terminou seus dias no interior da Virgínia. Escolheu esse lugar porque gostou da beleza da região, do espírito dos moradores.

O professor também confessou que já estava cansado do Brasil. Preferiu a mudança pensando na liberdade que tinha para escrever sobre o que queria.

Entre 2005 e 2011 escreveu um conjunto de textos que foi reunido na coleção "Cartas de Um Terráqueo ao Planeta Brasil", em 10 volumes.

Mesmo morando nos Estados Unidos, pretendia continuar os trabalhos para O Globo, mas foi demitido. A ideia do curso de filosofia online sistemático veio de seu assessor e aluno, Silvio Grimaldo. Quando ministrou seu curso, esperava aproximadamente 100 alunos, mas alcançou mais de 5.000.

Ao tentar regularizar sua situação fora do Brasil, ele ganhou o visto de pessoas com realizações excepcionais em artes, letras, ciências, etc. Possuindo "extraordinary ability", o maior reconhecimento que um escritor brasileiro já recebeu desde o início do país, pôde residir legalmente nos Estados Unidos.

Assim, passou a viver do Diário de Comércio e dos cursos.
"A maior recompensa do meu trabalho é: Eu ver a inteligência dos meus alunos despertando!"
(Olavo de Carvalho)

De toda a sua trajetória de vida e suas obras, o que mais se recorda do professor Olavo de Carvalho foi o período em que ele se envolveu com astrologia, tópico usado para desmerecer seus trabalhos.

Por volta dos seus 30 anos, o assunto polêmico e popular da época era a astrologia. Mas como isso entrou na vida do professor Olavo de Carvalho?

Havia um psicólogo argentino em São Paulo, criado na Suíça, gênio da psicologia clínica, que chamou Olavo de Carvalho para assistir seu curso e redigi-lo. O tema era astrologia e, como não havia entendido, Olavo de Carvalho recebeu do doutor uma série de livros sobre astrologia para estudar.

Foi assim que seu interesse pelo assunto começou. Seus estudos de astrocaracterologia e alquimia estendiam-se às análises de conjuntura política, passando pela psicologia, gnoseologia e religião.

Como astrólogo, colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia para estudantes de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1979, quando tinha 32 anos.

Ele estudou as correntes em alta na época e, por isso, recebeu muita atenção da mídia, como a TV Manchete, por exemplo. Após estudar bastante, tornou-se um dos grandes nomes em astrologia no país. Mas percebendo que o assunto era difícil e que não havia conclusão sobre o tema, resolveu deixá-lo de lado.

O público se interessava pelas temáticas de astrologia e alquimia, estudo de esoterismo, deixando de lado os aspectos teórico e científico da astrologia.

Hoje, a parte científica e complexa desses estudos não é do interesse do jornalismo. Tudo que o professor Olavo de Carvalho estudou sobre astrologia é usado apenas para manchar sua reputação, sendo constantemente depreciado como um charlatão, majoritariamente por pessoas que não leram seus livros nem conhecem a abrangência do tema sobre o qual falam.

Reputação e Polêmicas

Olavo de Carvalho é um dos maiores nomes da política, cultura e ensino em filosofia. É o maior polemista brasileiro, graças às suas provocações e acusações à mídia no poder dos maiores veículos informativos do país.

Embora possua um vastíssimo trabalho de longo prazo, é constantemente ignorado e atacado a partir, principalmente, de suas manifestações no Facebook.

Olavo de Carvalho usava o Facebook como uma espécie de diário. Assim, ele explicava que dava aos seus alunos o exemplo de um filósofo filosofando diariamente sobre suas impressões diárias.

Ele enfatizava que o pensamento não é distinto da vida, já que muitos vivem de uma maneira diferente em relação ao que falam e defendem filosofias de vida nunca postas em prática.

Costumeiramente, quando ele é mencionado, o tom é de deboche, sarcasmo ou acusações. Apenas suas postagens curtas e polêmicas recebem destaque fora de contexto.

Falando de si, Olavo de Carvalho considerava possuir uma história parecida com a de Ronaldo Alves, um amigo nascido no Morro da Rocinha, que costumava dizer:
"Eu sofri mais discriminação na favela por ler livros do que fora dela por ser preto!"
Analogamente, Olavo de Carvalho afirmava que ler livros era ser considerado louco. Dizia ter experimentado, desde o tempo na escola, a estranheza de ser um leitor assíduo e ávido perto dos que não buscavam se formar bem.

A reputação de Olavo de Carvalho é constantemente atacada por ele ter se envolvido com astrologia e por ser considerado um forte conselheiro do presidente Jair Bolsonaro.

Olavo de Carvalho rejeitava qualquer vínculo com a presidência de Bolsonaro, pois falou com ele pouquíssimas vezes e, inclusive, recusou o cargo de ministro da educação.

Sua vida familiar também já foi exposta. Em setembro de 2017, sua filha escreveu uma carta o acusando, mas os outros 7 filhos foram contra as difamações da irmã. Segundo Olavo de Carvalho, aparentemente ela fez isso por não ter sido mencionada em seu filme.

Olavo de Carvalho se considerava um escritor independente, sem vinculação a partidos ou grupos políticos. Além de independente, ele não se considerava um ideólogo, mas sim um analista da realidade. A diferença é que um ideólogo força a realidade dentro de um escopo de ideias que ele quer que sejam reais. O analista, por sua vez, analisa os fatos e diz o que vê.

Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro
Sobre o presidente Bolsonaro, considerava que é um homem sincero, que fala aquilo que vê e que é necessário para o Brasil. Sugeriu pessoas que considerava intelectuais para alguns cargos e alguns se concretizaram.  

Por outro lado, em Lula, via uma pessoa que se tornou cínica, mentirosa. Olavo de Carvalho foi o primeiro a denunciar concretamente os motivos que tornaram o PT um partido criminoso. Fez isso ao revelar a existência do Foro de São Paulo.

Ele não se afirmava como um ideólogo de direita e dizia que qualquer influência sua foi somente um subproduto de seu trabalho.

Em seus cursos, livros e artigos não ensinava "direitismo". Ele se preocupava em criar intelectos, não partidos.

De acordo com Olavo de Carvalho, não havia partido, revista, jornal diário, estação de rádio ou universidade conservadora no Brasil. Isso significava que o povo, majoritariamente conservador e cristão, não tinha representação.

Ele explicava que a esquerda entendia que isso era a democracia. Essa é a razão para que Olavo de Carvalho afirmasse que o problema não era a esquerdização, mas a exclusão das alternativas. Isso o motivou a escrever "O Imbecil Coletivo", 1996.

Os imbecis eram, para Olavo de Carvalho, aqueles que se persuadiam uns aos outros sem serem confrontados.

Olavo de Carvalho perdeu todos os seus empregos na mídia por causa de suas opiniões. Por esse livro, tornou-se a persona non grata, na Academia Brasileira de Letras, pois criticou o processo de imbecilização nas universidades e o constrangimento ideológico que sofriam aqueles que não se adequavam às pautas da esquerda.

Olavo de Carvalho não concluiu seu curso de filosofia na universidade. No entanto, sempre estudou, principalmente filosofia, psicologia e religião. Quando trabalhava assiduamente como jornalista, tinha apenas um registro profissional.

A falta de um diploma e a dependência de uma validação de uma universidade reconhecida tornou-se motivo para seus opositores negarem que ele fosse um filósofo. Outros o rotulavam como filósofo autoproclamado ou pseudofilósofo.

Seus alunos, porém, estavam prontos a atestar que Olavo de Carvalho era um filósofo no sentido genuíno da palavra. Como exemplo, citam que os grandes filósofos da humanidade, principalmente os gregos, não tinham diploma algum, simplesmente faziam filosofia com suas vidas. Para eles, determinante é ter um pensamento filosófico próprio, procurar a verdade a qualquer custo com sinceridade, sem medo do que se pode encontrar na investigação. Sem diploma algum, Olavo de Carvalho possui uma vasta obra filosófica com suas análises, reflexões e pensamentos.

Assim, ele dava a conhecer ao grande público o que pensava sobre a realidade política, econômica e cultural do dia a dia brasileiro.
"O filósofo busca a explicação do real segundo sua própria exigência de veracidade e segundo o nível alcançado por seus antecessores!"
O trabalho real de um filósofo é a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. Trata-se de uma necessidade e uma busca incessante por alcançar a unidade do conhecimento.

Obras

Como escritor, seu primeiro livro é de 1980, intitulado "A Imagem do Homem na Astrologia".

Olavo de Carvalho é autor de uma vastíssima obra, destacando-se os livros "A Nova Era e a Revolução Cultural", "O Jardim Das Aflições", "O Imbecil Coletivo", "Aristóteles em Nova Perspectiva", "A Dialética Simbólica", "O Futuro do Pensamento Brasileiro", "A Filosofia e Seu Inverso", "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota"; a tradução comentada "Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão", de Arthur Schopenhauer; a edição do debate com o cientista político russo Alexandre Dugin e "Os EUA e a Nova Ordem Mundial".

Olavo de Carvalho se atribuía o feito de ter quebrado a hegemonia da esquerda com suas publicações e com os alunos que formou. Desde o começo dos anos 90, ele já analisava o debate dos intelectuais.

Foi ele que revelou as estratégias de dominação da cultura para a implantação do socialismo em seu livro "Nova Era e a Revolução Cultural", em 1994. Ele previu a vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) e o que fariam. O PT não estava disposto a suportar o rodízio no poder. Olavo de Carvalho já havia dito isso.
"Minha trajetória de vida são os livros que escrevi, eu não faço outra coisa além de escrever e ensinar!"
Ele explicava que houve uma esquerdização da mídia, universidades e show business. Há 20 anos, disse que o primeiro candidato com discurso conservador venceria, o que aconteceu com o Bolsonaro.

Falando sobre sua obra, "Jardim das Aflições", que está entre as mais conhecidas, disse:
"Meu propósito não é mudar o rumo da história, mas atestar que nem todos estavam dormindo enquanto a história mudava de rumo!"
Em "O Imbecil Coletivo", previu também a hegemonia que a esquerda tomaria na política brasileira e documentou o processo de decadência intelectual que estava acontecendo no Brasil.

Nas entrevistas que concedeu, costumava ressaltar que antes de algo ser vivido na prática, tudo começava com ideias em pequenos grupos.

Seu livro "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota", 2013, tornou-se um fenômeno de vendas instantâneo. Mesmo sendo um livro compendioso, de 615 páginas, a obra figurou em todas as listas dos mais vendidos da Internet, desde a semana de lançamento.

Morte

Olavo de Carvalho faleceu na segunda-feira, 24/01/2022, aos 74 anos, na região de Richmond, na Virgínia, Estados Unidos, deixando sua esposa, a filósofa Roxane de Carvalho, oito filhos e 18 netos.

A família de Olavo de Carvalho divulgou uma nota em redes sociais sobre sua morte, oito dias após ser diagnosticado com Covid-19. Ele estava internado num hospital em Richmond, na Virgínia, Estados Unidos. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada junto da nota, sua filha Heloísa afirmou que ela se deveu à Covid-19.

Por outro lado, Ahmed Youssif El Tassa, médico de Olavo de Carvalho, disse que o motivo do falecimento teria sido Insuficiência Respiratória Aguda associada a Pneumonia Bacteriana.

Olavo de Carvalho negava a existência da pandemia, chegando a afirmar, em 2020, que o coronavírus era "a mais vasta manipulação de opinião pública que já aconteceu na história humana". Era também crítico da vacinação, da proteção pessoal com a utilização de máscara e do lockdown.

Após a sua morte, políticos de extrema-direita, como o presidente da República Jair Bolsonaro e seus filhos, lamentaram o ocorrido. Ministros, ex-ministros e parlamentares do mesmo espectro político também se manifestaram. O Governo Federal ainda emitiu uma nota de pesar, manifestando condolências e Jair Bolsonaro decretou luto oficial de um dia após a confirmação oficial da morte.

Olavo de Carvalho foi sepultado no cemitério Saint Joseph em Petersburg no dia 26/01/2022. A seu funeral, estiveram presentes familiares, o ex-chanceler Ernesto Araújo, o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster e o blogueiro Allan dos Santos.

Obras

Autor
  • 1980 - A Imagem do Homem na Astrologia
  • 1983 - O Crime da Madre Agnes ou A Confusão Entre Espiritualidade e Psiquismo
  • 1983 - Questões de Simbolismo Astrológico
  • 1983 - Universalidade e Abstração e Outros Estudos
  • 1985 - Astros e Símbolos
  • 1986 - Astrologia e Religião
  • 1986 - Fronteiras da Tradição
  • 1992 - Símbolos e Mitos no Filme "O Silêncio dos Inocentes"
  • 1993 - Os Gêneros Literários: Seus Fundamentos Metafísicos
  • 1993 - O Caráter Cforma Pura da Personalidade
  • 1994 - A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci
  • 1994 - Uma Filosofia Aristotélica da Cultura
  • 1995 - O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César - Ensaio Sobre o Materialismo e a Religião Civil
  • 1996 - Aristóteles Em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos
  • 1996 - O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras
  • 1998 - O Futuro do Pensamento Brasileiro. Estudos Sobre o Nosso Lugar no Mundo
  • 1998 - O Imbecil Coletivo II: A Longa Marcha da Vaca Para o Brejo e Logo Atrás Dela, os Filhos da PUC
  • 1998 - O Exército na História do Brasil (4 Volumes)
  • 2002-2006 - Coleção História Essencial da Filosofia
  • 2006 - A Dialética Simbólica - Ensaios Reunidos
  • 2011 - Maquiavel ou A Confusão Demoníaca
  • 2012 - A filosofia e Seu Inverso
  • 2012 - Os EUA e a Nova Ordem Mundial (Co-autor Alexandre Dugin)
  • 2013 - Visões de Descartes Entre o Gênio Mal e o Espírito da Verdade
  • 2013 - O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota
  • 2013 - Apoteose da Vigarice - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume I)
  • 2014 - O Mundo Como Jamais Funcionou - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume II)
  • 2014 - A Fórmula Para Enlouquecer o Mundo - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume III)
  • 2015 - A Inversão Revolucionária em Ação - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume IV)
  • 2016 - O Império Mundial da Burla - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume V)
  • 2016 - O Dever de Insultar - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VI)
  • 2017 - Breve Retrato do Brasil - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VII)
  • 2018 - Os Histéricos no Poder - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VIII)

Flávio Bolsonaro e Olavo de Carvalho
Prêmios

  • 1999 - Medalha do Pacificador
  • 2000 - Ordem Nacional do Mérito da Romênia
  • 2001 - Medalha do Mérito Santos-Dumont
  • 2012 - Medalha Tiradentes
  • 2019 - Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz (Essa é a mais alta homenagem diplomática conferida pelo Governo brasileiro, apenas para pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras pelos seus serviços ou méritos excepcionais)

#FamososQuePartiram #OlavodeCarvalho

José de Alencar

JOSÉ MARTINIANO DE ALENCAR
(48 anos)
Jornalista, Político, Advogado, Orador, Crítico, Cronista, Polemista, Romancista e Dramaturgo

* Messejana, CE (01/05/1829)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/12/1877)

Formou-se em Direito, iniciando-se na atividade literária no Correio Mercantil e Diário do Rio de Janeiro. Foi casado com Ana Cochrane. Filho do senador José Martiniano Pereira de Alencar, irmão do diplomata Leonel Martiniano de Alencar, primeiro e único Barão de Alencar, e pai de Augusto Cochrane de Alencar.

Vida e Obra

Nasceu em Messejana, na época um município vizinho a Fortaleza. A família transferiu-se para a capital do Império do Brasil, Rio de Janeiro, e José de Alencar, então com onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar.

Em 1844, matriculou-se nos cursos preparatórios à Faculdade de Direito de São Paulo, começando o curso de Direito em 1846. Fundou, na época, a revista Ensaios Literários, onde publicou o artigo questões de estilo.

Casa onde nasceu o escritor José de Alencar
Formou-se em direito, em 1850, e, em 1854, estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856 publicou o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Mas é com O Guarani em (1857) que alcançou notoriedade. Estes romances foram publicados todos em jornais e só depois em livros.

José de Alencar foi mais longe nos romances que completam a trilogia indigenista: Iracema (1865) e Ubirajara (1874). O primeiro, epopéia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" e "cabelos tão escuros como a asa da graúna". O segundo tem por personagem Ubirajara, valente guerreiro indígena que durante a história cresce em direção à maturidade.

Em 1859, tornou-se chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, sendo depois consultor do mesmo. Em 1860 ingressou na política, como deputado estadual no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador (Brasil Império).

Em 1868, tornou-se ministro da Justiça, ocupando o cargo até janeiro de 1870. Em 1869, candidatou-se ao senado do Império, tendo o Imperador Dom Pedro II do Brasil não o escolhido por ser muito jovem ainda.

Em 1872 se tornou pai de Mário de Alencar, o qual, segundo uma história nunca totalmente confirmada, seria na verdade filho de Machado de Assis, dando respaldo para o romance Dom Casmurro.

Produziu também romances urbanos como Senhora (1875), Encarnação, escrito em 1877, ano de sua morte e divulgado em 1893; regionalistas como O Gaúcho (1870), O Sertanejo (1875) e históricos onde temos Guerra dos Mascates (1873), além de peças para o teatro.

Uma característica marcante de sua obra é o nacionalismo, tanto nos temas quanto nas inovações no uso da língua portuguesa. Em um momento de consolidação da Independência, José de Alencar representou um dos mais sinceros esforços patrióticos em povoar o Brasil com conhecimento e cultura próprios, em construir novos caminhos para a literatura no país. Em sua homenagem foi erguida uma estátua no Rio de Janeiro e um teatro em Fortaleza chamado Teatro José de Alencar.

José de Alencar
Academia Brasileira de Letras

Grande expoente da literatura brasileira do século XIX, não alcançou a fundação do Silogeu Brasileiro. Coube-lhe, entretanto, a homenagem de ser patrono da cadeira 23 da Academia.

Nas discussões que antecederam a fundação da Academia Brasileira de Letras, seu nome foi defendido por Machado de Assis para ser o primeiro patrono, ou seja, nominar a cadeira 1. Mas não poderia haver hierarquia nessa escolha, e resultou que Adelino Fontoura, um autor quase desconhecido, veio a ser o patrono efetivo. Sobre esta escolha, registrou Afrânio Peixoto:

"Novidade de nossa Academia foi, em falta de antecedentes, criarem-nos, espiritualmente, nos patronos. Machado de Assis, o primeiro da companhia, por vários títulos, quis dar a José de Alencar a primazia que tem, e deve ter, na literatura nacional. A justiça não guiou a vários dos seus companheiros. Luís Murat, por sentimento exclusivamente, entendeu honrar um amigo morto, infeliz poeta, menos poeta que infeliz, Adelino Fontoura."

Morte

Viajou para a Europa em 1877, para tentar um tratamento médico, porém não teve sucesso. Faleceu no Rio de Janeiro no mesmo ano, vitimado pela Tuberculose. Machado de Assis, que esteve no velório de José de Alencar, impressionou-se com a pobreza em que a família Alencar vivia.

Romance

  • 1856 - Cinco Minutos
  • 1856 - MeuKior
  • 1857 - A Viuvinha
  • 1857 - O Guarani
  • 1862 - Lucíola
  • 1864 - Diva
  • 1865 - Iracema
  • 1865 - As Minas de Prata - 1º volume
  • 1866 - As Minas de Prata - 2º volume
  • 1870 - O Gaúcho
  • 1870 - A Pata da Gazela
  • 1871 - O Tronco do Ipê
  • 1871 - Guerra dos Mascates - 1º volume
  • 1871 - Til
  • 1872 - Sonhos d'Ouro
  • 1873 - Alfarrábios
  • 1873 - Guerra dos Mascates - 2º volume
  • 1874 - Ubirajara
  • 1875 - O Sertanejo
  • 1875 - Senhora
  • 1877 - Encarnação

Teatro

  • 1857 - O Crédito
  • 1857 - Verso e Reverso
  • 1857 - O Demônio Familiar
  • 1858 - As Asas de um Anjo
  • 1860 - Mãe
  • 1867 - A Expiação
  • 1875 - O Jesuíta

Crônica

  • 1874 - Ao Correr da Pena

Autobiografia

  • 1873 - Como e Por Que Sou Romancista

Crítica e Polêmica

  • 1856 - Cartas Sobre a Confederação dos Tamoios
  • 1865 - Ao Imperador: Cartas Políticas de Erasmo e Novas Cartas Políticas de Erasmo
  • 1866 - Ao Povo: Cartas Políticas de Erasmo
  • 1866 - O Sistema Representativo

Fonte: Wikipédia