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Dom Paulo Evaristo Arns

Paulo Evaristo Arns
(95 anos)
(Frade Franciscano e Cardeal)

☼ Forquilhinha, SC (14/09/1921)
┼ São Paulo, SP (14/12/2016)

Dom Frei Paulo Evaristo Arns OFM, foi um frade franciscano e Cardeal brasileiro nascido em Forquilinha, SC, no dia 14/09/1921. Foi o quinto Arcebispo de São Paulo, tendo sido o terceiro prelado dessa Arquidiocese a receber o título de Cardeal. Era Arcebispo-Emérito de São Paulo e protopresbítero do Colégio Cardinalício.

Quinto de treze filhos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner, brasileiros, descendentes de imigrantes provenientes da Alemanha, região de Rio Mosela.

Realizou seus estudos fundamentais em Forquilhinha, SC. Depois ingressou no seminário franciscano, no Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, em Rio Negro, PR.

Em 1940, entrou no noviciado, em Rodeio, SC. A Filosofia, cursou-a em Curitiba e a Teologia em Petrópolis, RJ.

Três de suas irmãs são freiras, e um irmão faz parte da Ordem dos Frades Menores (OFM). Também é irmão de Zilda Arns, morta em um terremoto em Porto Príncipe, Haiti, em 2010.

Paulo Evaristo Arns foi ordenado presbítero no dia 30/11/1945, em Petrópolis, por Dom José Pereira Alves, Arcebispo de Niterói.

Por cerca de uma década exerceu seu ministério, assistindo a população desfavorecida de Petrópolis, RJ, onde também lecionou no Teologado Franciscano de Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis. Depois disto, foi para a França para cursar letras na Sorbonne, onde se doutorou em 1952. Retornando ao Brasil, foi professor nas faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Agudos e Bauru. A seguir, retornou a Petrópolis, onde voltou a dar assistência aos desfavorecidos.

Em 02/05/1966 foi eleito Bispo da Sé Titular de Respecta e auxiliar de São Paulo, aos 44 anos. Recebeu a ordenação episcopal em 03/07/1966, na igreja matriz do Sagrado Coração de Jesus em Forquilhinha, SC, sendo sagrante principal Dom Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo, e consagrantes Dom Anselmo Pietrulla OFM, então Bispo de Tubarão, SC, e Dom Honorato Piazera SCI, então Bispo coadjutor de Lages, SC.

No dia 22/10/1970, o Papa Paulo VI o nomeou Arcebispo metropolitano de São Paulo, tendo tomado posse a 01/11/1970, exercendo o cargo até 15/04/1998, quando renunciou, por limite de idade, detendo o título de Arcebispo-Emérito de São Paulo.

No Consistório do dia 05/03/1973, convocado pelo Papa Paulo VI, na Basílica de São Pedro, Dom PauloEvaristo Arns foi criado Cardeal-Presbítero do título de Santo Antônio de Pádua, na Via Tuscolana.

Como Cardeal eleitor, participou dos dois conclaves, de agosto e de outubro de 1978. Participou ainda, como Cardeal não-votante, dos conclaves de 2005 e de 2013.

Em 09/07/2012 tornou-se o Protopresbítero do Colégio dos Cardeais, por ser aquele que há mais tempo foi elevado à dignidade cardinalícia entre todos os cardeais-presbíteros, sendo também o mais antigo de todos os membros do Colégio Cardinalício.

Brasão e Lema

Descrição: Escudo eclesiástico. Em campo de blau uma cruz em tau de jalde com um in-fólio aberto do mesmo, brocante sobre a cruz, e uma espada de argente, empunhada e guarnecida do primeiro metal, posta em pala, cosida sobre o livro; tendo, à dextra e à senestra, dois ramos de café "ao natural", ou seja de sinopla e frutado de goles. Em chefe, um Cálice de jalde encimado por uma Hóstia de argente. O escudo está assente em tarja branca, na qual se encaixa o pálio branco com cruzetas de sable. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada de duas travessas de ouro. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por quinze borlas cada um, tudo de vermelho. Brocante sob a ponta da cruz um listel de jalde com a legenda: EX SPE IN SPEM, em letras de blau.

Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de blau (azul) representa o manto de Maria Santíssima sob  cuja proteção o Cardeal pôs toda a sua vida sacerdotal, sendo que este esmalte significa: Justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A Cruz em Tau é própria da Ordem Franciscana, à qual pertence o Cardeal e, sendo de jalde (ouro) simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. O in-fólio com a espada representam São Paulo Apóstolo, numa referência ao padroeiro do Estado, da cidade e da Arquidiocese, sendo que o metal jalde (ouro) tem o significado acima descrito) e o metal argente (prata) da lâmina da espada simboliza: inocência, castidade, pureza e eloquência; virtudes essenciais num bispo. Os ramos de café frutados representam o estado de São Paulo, "Terra do Café", cuja capital é a sede episcopal do Cardeal; sendo que as expressões "ao natural" e "de sua cor" são recursos para se colocar os ramos de café, naturalmente com a cor sinopla (verde), com frutos de goles (vermelho) sobre o campo de blau (azul), sem ferir as leis da Heráldica. Os ramos, por seu esmalte sinopla (verde) representam: esperança, liberdade, abundância, cortesia e amizade; e os frutos de café, por seu esmalte goles (vermelho) simbolizam o fogo da caridade inflamada no coração do Cardeal, bem como, valor e socorro aos necessitados, e ainda o martírio de São Paulo Apóstolo. No chefe, a Hóstia de argente (prata) e o Cálice de jalde (ouro) lembram o santo sacrifício da missa, no qual o pão e o vinho são transubstanciados no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, com os significados destes metais, acima descritos. O lema: "EX SPE IN SPEM" (De Esperança em Esperança), traduz a certeza do cardeal de que em Deus esperou e não será confundido, numa referência ao Livro dos Salmos (Sl. 70,1), sendo uma expressão da total e confiante adesão a Cristo e do humilde abandono do cardeal nas mãos da Divina Providência.

Atividade e Contribuições

Sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, à formação de comunidades eclesiais de base nos bairros, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana. Ficou conhecido como o Cardeal dos Direitos Humanos, principalmente por ter sido o fundador e líder da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, e sua atividade política era claramente vinculada à sua fé religiosa. Segundo ele:

"Jesus não foi indiferente nem estranho ao problema da dignidade e dos direitos da pessoa humana, nem às necessidades dos mais fracos, dos mais necessitados e das vítimas da injustiça. Em todos os momentos Ele revelou uma solidariedade real com os mais pobres e miseráveis (Mt 11, 28-30); lutou contra a injustiça, a hipocrisia, os abusos do poder, a avidez de ganho dos ricos, indiferentes aos sofrimentos dos pobres, apelando fortemente para a prestação de contas final, quando voltará na glória para julgar os vivos e os mortos."

Enquanto bispo-auxiliar, trabalhou na Zona Norte paulistana, no bairro de Santana. Durante a ditadura militar, na década de 1970, notabilizou-se na luta pelo fim das torturas e restabelecimento da democracia no país, junto com o Rabino Henry Sobel, criando uma ponte entre a comunidade judaica e a Igreja Católica em solo paulista.

Renovou o plano pastoral da Arquidiocese de São Paulo, instituindo novas regiões episcopais (divisões da Arquidiocese de São Paulo) e quarenta e três novas paróquias.

Em 1972 criou a Comissão Brasileira de Justiça e Paz de São Paulo. Incentivou a Pastoral da Moradia e a Pastoral Operária.

Em 22/05/1977 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, juntamente com o presidente norte-americano Jimmy Carter, da Universidade de Notre Dame, Indiana, Estados Unidos. A distinção, concedida também ao Cardeal Kim da Coreia do Sul e ao Bispo Lamont da Rodésia, deveu-se ao seu empenho em prol dos direitos humanos.

Entre 1979 e 1985, coordenou com o Pastor Jaime Wright, de forma clandestina, o projeto "Brasil: Nunca Mais". Este projeto tinha como objetivo evitar o possível desaparecimento de documentos durante o processo de redemocratização do país. O trabalho foi realizado em sigilo e o resultado foi a cópia de mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM). Contudo, este material foi microfilmado e remetido ao exterior diante do temor de uma apreensão do material. Em ato público realizado dia 14 de junho de 2011, foi anunciada a futura repatriação, digitalização e disponibilização para todos os brasileiros deste acervo. O livro homônimo "Brasil: Nunca Mais" reuniu esta pesquisa sobre a tortura no Brasil no período da Ditadura Militar e foi publicado pela Editora Vozes. Dom Paulo Evaristo Arns também foi um dos organizadores do movimento "Tortura Nunca Mais".

Em 03/06/1980 recebeu, em São Paulo o Papa João Paulo II.

Em 30/11/1984 inaugurou a Biblioteca Dom José Gaspar.

Em 1985, com a ajuda de sua irmã, a pediatra Zilda Arns Neumann, implantou a Pastoral da Criança.

Em 1989 a Arquidiocese de São Paulo, por decisão do Papa João Paulo II, teve seu território reduzido com a criação das novas dioceses: Osasco, Campo Limpo, São Miguel Paulista e Santo Amaro.

Em 1992, Dom Paulo Evaristo Arns criou o Vicariato Episcopal da Comunicação, com a finalidade de fazer a Igreja estar presente em todos os meios de comunicação.

Em 22/02/1992 inaugurou uma nova residência destinada aos padres idosos, a Casa São Paulo, ano em que também criou a Pastoral dos Portadores de HIV.

Em 1994 criou o Conselho Arquidiocesano de Leigos.

Em 1996, após completar 75 anos, apresentou renúncia ao Papa João Paulo II, em função das normas eclesiásticas, renúncia esta que foi aceita. A partir de então, tornou-se Arcebispo Emérito de São Paulo e foi substituído por Dom Frei Cláudio Cardeal Hummes.

Dom Paulo Evaristo Arns recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, em 1998.

Morte

Dom Paulo Evaristo Arns morreu na quarta-feira, 14/12/2016, aos 95 anos. Ele foi internado no Hospital Santa Catarina, no dia 28/11/2016, em decorrência de uma broncopneumonia. Com o passar do dia o estado de saúde piorou, e ele teve de ir para a UTI por causa de dificuldades na função renal. Segundo o hospital, Dom Paulo Evaristo Arns morreu às 11h45 vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Bibliografia

Autor de 49 livros, suas obras versam sobre a ação pastoral da Igreja nas grandes cidades e estudos da literatura cristã dos primeiros séculos, além de centenas de artigos escritos para as diversas revistas das quais foi redator, antes do episcopado.

Umas das principais obras foi a pesquisa por ele organizada, em que foi abordada a tortura durante os Anos de Chumbo: "Brasil, Nunca Mais".

Ordenações Episcopais

O Cardeal Paulo Evaristo Arns foi o principal sagrante dos seguintes bispos:

  • Benedito de Ulhôa Vieira (1920-2014)
  • Francisco Manuel Vieira (1925-2014)
  • Joel Ivo Catapan, S.V.D. (1927-1999)
  • Angélico Sândalo Bernardino (1933-)
  • Mauro Morelli (1935-)
  • Antônio Celso de Queiroz (1933-)
  • Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, S.J. (1930- 2006)
  • Dom Geraldo Majella Cardeal Agnelo (1933-)
  • Alfredo Ernest Novak, C.Ss.R. (1930-)
  • Ricardo Pedro Paglia, M.S.C. (1937-)
  • Aloísio Hilário de Pinho, F.D.P. (1934-)
  • José Carlos Castanho de Almeida (1930-)
  • Antônio Gaspar (1931-)
  • Fernando Antônio Figueiredo, O.F.M. (1939-)
  • Walter Bini, S.D.B. (1930-1987)
  • Walter Ivan de Azevedo, S.D.B. (1926-)
  • Irineu Danelon, S.D.B. (1940-)
  • José Vieira de Lima, T.O.R. (1931-)
  • Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M. (1950 -)
E foi consagrante de:

  • Dom Luís Flávio Cappio O.F.M.
  • Dom Manuel Parrado Carral
  • Dom Pedro Luiz Stringhini

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Doriel de Oliveira

DORIEL DE OLIVEIRA
(77 anos)
Pastor e Fundador da Igreja Casa da Bênção

☼ Araraquara, SP (27/05/1939)
┼ Brasília, DF (17/11/2016)

Doriel de Oliveira foi um pastor e fundador da igreja Casa da Benção, nascido em Araraquara, SP, no dia 27/05/1939. Era filho de Cycero de Oliveira e Idulmira Lyrio de Oliveira.  Era doutor em Teologia pela Jacksonville Theological Seminary - Flórida, Estados Unidos, presidente da Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus (ITEJ), conhecida como Casa da Bênção. Tinha sob sua responsabilidade mais de 2.000 igrejas em vários Estados do Brasil e 25 igrejas no exterior como nos Estados Unidos, Angola, Alemanha, Itália, Suíça, Japão, Portugal e Espanha.

Recebeu seu chamado para o Ministério ainda adolescente, aos 16 anos, quando participou de um culto realizado por dois missionários norte-americanos em uma tenda. Neste dia, estava presente uma menina com uma perna bem maior que a outra, cerca de uns 10 centímetros, o que a obrigava usar um aparelho especial. Um dos missionários falava que Deus havia-lhe revelado que aquela menina seria curada naquela noite.

Trazida do meio da multidão para frente, foi colocada sentada num ponto que dava para ser vista por todos. Chegada a hora, ele pediu que todos fechassem os olhos, mas Doriel de Oliveira, que depois de muito se espremer conseguiu chegar à frente da multidão, junto a uma corda prestava toda a atenção possível.


Durante a oração a perna da menina, como se tivera uma mola começou a crescer… Num instante, como se a fé lhe falhasse, retornou ao estado original, mas o Pastor clamou mais acirradamente ao Senhor e, para seu deslumbramento Doriel de Oliveira presenciou o primeiro milagre da sua vida. Naquele momento ele dobrou seus joelhos e aceitou Jesus como seu Salvador.

Doriel de Oliveira exercia o cargo de Presidente do Seminário Nacional da Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus, que anualmente centenas de pessoas são formadas para a obra de missões, sendo que vários destes já foram fazer a obra em outros países, também era presidente do Supremo Concílio da ITEJ e vice- presidente do Conselho de Pastores e Igrejas Evangélicas do Distrito Federal.

Por direção de Deus, foi para Belo Horizonte, MG, onde conseguiu alugar um pequeno salão para a nova e promissora igreja. Foi atrás das rádios para conseguir divulgar o seu ministério. A Casa da Benção foi inaugurada em 09/06/1964. O começo foi muito difícil e o povo continuava indiferente ao Evangelho, até que toda equipe programou uma grande campanha evangelística onde muitos foram curados e libertos, deixando-os espantados com o estrondoso sucesso conseguido. E desde então a igreja passou a ser forte, com cultos realizados pela manhã, tarde e noite. A obra se estendeu por Belo Horizonte e por inúmeras cidades de Minas Gerais.


No dia 31/05/1970, Doriel de Oliveira e sua comitiva mudaram-se para Brasília, optando por Taguatinga, onde os terrenos eram mais baratos e eram permitidas construções de madeiras. Com o crescimento da igreja em Brasília nasceu a necessidade de levar esta mensagem aos demais Estados da Federação.

No dia 08/07/1985 foi inaugurada a Catedral da Bênção, com cerca de 2.000 mts²,  um grande sonho realizado por Deus.

O ano de 1987 foi marcado por um acelerado crescimento da igreja Casa da Bênção em todo o Brasil e outros países como Estados Unidos, Japão, Alemanha, entre outros.

Doriel de Oliveira era casado com Ruth Brunelli de Oliveira e é pai de três filhos: A missionária Lílian Brunelli, o pastor Júnior Brunelli e o caçula Samuel Wesley de Oliveira.

Ex-deputado evangelico Júnior Brunelli
Oração da Propina

Seu filho, ex-deputado distrital, Júnior Brunelli ficou famoso em todo o país no episódio que ficou conhecido como a "Oração da Propina". Em 2009, Júnior Brunelli, o então colega de Câmara Legislativa Leonardo Prudente e Durval Barbosa, delator da Caixa de Pandora, fazem uma oração após receberem dinheiro desviado.

Em maio de 2012, Júnior Brunelli chegou a ser preso pela Polícia Civil, depois de dois dias foragido. Ele é acusado de desviar R$ 1,7 milhão de emendas parlamentares.

Morte

Doriel de Oliveira morreu na quinta-feira, 17/11/2016, em Brasília, DF, aos 77 anos. Doriel de Oliveira estava internado desde o fim de agosto de 2015 no Hospital Brasília, no Lago Sul, após sofrer fortes dores abdominais.

O velório ocorrerá na quarta-feira, 23/11/2016, à tarde, na Catedral da Bênção, em Taguatinga, DF. O enterro será às 10h00 de quinta-feira, 24/11/2016, no Cemitério Campo da Esperança em Brasília, DF.

A ideia de esperar uma semana entre a morte e a cerimônia é dar tempo de fiéis de todo o país virem para Brasília.

Frei Antônio Moser

ANTÔNIO MOSER
(76 anos)
Padre

☼ Gaspar, SC (29/08/1939)
┼ Rio de Janeiro, RJ (09/03/2016)

Frei Antônio Moser foi um padre Católico brasileiro nascido em Gaspar, SC, no dia 29/08/1939. Era filho de Ângelo Moser e Elizabeth Beiler Moser.

Frei Antônio Moser estudou Filosofia e Teologia em Petrópolis, RJ, após isso cursou a licenciatura em Teologia em Lyon, França e doutorou-se em Teologia, com especialização em Moral, na Academia Alfonsianum, Roma, com a tese doutoral: "O Compromisso do Cristão Com o Mundo na Teologia de M.D. Chenu", obtendo Summa cum laude.

Durante 10 anos lecionou Teologia Patrística, foi professor na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, lecionando na graduação e na pós-graduação, além de ter passagens como professor convidado na Universidade Católica de Lisboa, Portugal e na Universidade de Berkeley, Califórnia, Estados Unidos.

É autor de 25 livros, vários deles traduzidos para outras línguas, participou como co-autor e colaborador de inúmeros títulos e publicou incontáveis artigos espalhados por revistas nacionais e internacionais.

Construiu quinze comunidades de fé, algumas na Baixada Fluminense e outras em Petrópolis, RJ. Algumas delas, tais como a Comunidade Menino Jesus de Praga e a Paróquia de Santa Clara, merecem destaque se observados a arquitetura e o paisagismo.

Atualmente era Diretor Presidente da Editora Vozes, professor de Teologia Moral e Bioética no Instituto Teológico Franciscano (ITF) em Petrópolis, Pároco da Igreja de Santa Clara, além de conferencista no Brasil e no exterior.

Vida Acadêmica

Possuía graduação em Filosofia pelo Seminário Maior da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil (1962), graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1983), mestrado em Teologia pela Facultas Theologica Lugdunensis (1970), e doutorado em Teologia pela Pontificie Universitates Lateranenses (1973). Atuando principalmente nos seguintes temas: Compromisso, Mundo.

Morte

Frei Antônio Moser faleceu aos 76 anos, na manhã de quarta-feira, 09/03/2016, em decorrência de uma tentativa de assalto na Rodovia Washington Luiz, na altura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

De acordo com o site oficial dos Franciscanos, Frei Antônio Moser foi morto a tiros após ser abordado em seu carro por assaltantes. O crime aconteceu por volta das 6h10 na pista sentido Rio de Janeiro. Mesmo ferido, Frei Antônio Moser, ainda conseguiu dirigir o carro até o acostamento. Os bandidos conseguiram fugir.

Frei Antônio Moser estava a caminho de São Paulo, onde gravaria o programa "Pelos Caminhos da Fé" para a TV Canção Nova.

Livros Publicados

  • 2010 - Colhendo Flores Entre Espinhos
  • 2006 - Bioética do Consenso ao Bom Senso
  • 2006 - Casado ou Solteiro Você Pode Ser Feliz
  • 2005 Paróquia do Sagrado Coração de Jesus - Comunidade Cristã Menino Jesus de Praga: Um Sonho Que Se tornou Realidade 02/06/1990 - 02/06/2005
  • 2005 - Biotecnología y Bioética - Hacia Dónde Vamos?
  • 2004 - El Enigma de La Esfinge - La Sexualidad
  • 2004 - Biotecnologia e Bioética
  • 2001 - O Enigma da Esfinge
  • 1996 - O Pecado: Do Descrédito ao Aprofundamento
  • 1992 - Ética Ecológica
  • 1992 - Assim Nasceu Jesus
  • 1991 - Teologia Moral: Desafios Atuais
  • 1990 - Moral Thology - Dead Ends And Ways Forward
  • 1989 - Moral Theologie - Engpässe Und Auswege
  • 1989 - Afetividade Compromisso Social na América Latina
  • 1989 - Teologia Moral: Impasses e Alternativas
  • 1988 - Teologia Morale: Conflitti e Alternative
  • 1988 - Pastoral Familiar: Desafios e Persperctivas - Balizamentos Éticos Para Uma Pastoral Familiar
  • 1988 - Integracion Afectiva y Compromiso Social en America Latina
  • 1987 - Integração Afetiva e Compromisso Social na América Latina
  • 1987 - Teología Moral - Conflictos y Alternativas
  • 1984 - Mudanças na Moral do Povo Brasileiro
  • 1983 - O Problema Ecológico e Suas Implicações Éticas
  • 1982 - Liberta: Desafio da Educação - A Libertação do Homem só se Realiza Plenamente no Horizonte de Deus
  • 1978 - O Problema Demográfico e as Esperanças de um Mundo Novo
  • 1976 - O pecado Ainda Existe? Pecado, Conversão, Penitência
  • 1975 - A Paternidade Responsável - Face a Uma Mentalidade Contraceptiva (Paternidade Responsável - Esterilização - Aborto)
  • 1973 - O Compromisso do Cristão Com o Mundo na Teologia de M.D. Chenu

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Luiz de Carvalho

LUIZ AGAPITO DE CARVALHO
(90 anos)
Evangelista, Diácono e Cantor

☼ Bauru, SP (16/05/1925)
┼ São Bernardo do Campo, SP (17/11/2015)

Luiz Agapito de Carvalho ou simplesmente Luiz de Carvalho, foi um evangelista, diácono e um dos primeiros cantores da música cristã contemporânea no Brasil. Luiz de Carvalho fundou a gravadora Boas Novas, que mais tarde foi adquirida pela gravadora Bompastor, de propriedade de seu filho Elias de Carvalho.

Luiz de Carvalho foi o primeiro cantor cristão e também de estilo sacro na música brasileira a gravar um LP de 33 RPM em 1955. Quem realizou a primeira gravação em 1948 na história da música evangélica no Brasil foi Feliciano Amaral, contudo sua gravação se trata de um disco de 78 RPM. Um dos principais discos e importantes de sua carreira foi lançado em 1958 intitulado "Musical Boas Novas". Também introduziu o violão nos cultos em meados dos anos 50.

O álbum "Meu Tributo - A Deus Toda a Glória" foi lançado em 1983, premiado com disco de ouro na época pela vendagem de 200 mil cópias.

Luiz de Carvalho foi presidente da União de Mocidade da Igreja Batista da cidade de Tupã, interior de São Paulo, na década de 40.


Nascido em Bauru, SP, o músico se sentiu atraído pela música desde a infância. Com o apoio do pai saiu de casa aos dez anos de idade a fim de investir em sua carreira musical e ajudar seus familiares. Morou em pensões de várias cidades paulistas e viajou por vários locais do Brasil. Contratado por uma gravadora já realizava alguns trabalhos musicais.

Aos 17 anos tinha uma banda chamada Conjunto Havaiano, que reuniu instrumentistas e dançarinos. O repertório baseava-se em vários gêneros musicais. Tal grupo passou a ser bastante notório no Brasil e se apresentou em países do exterior, como Chile, Argentina e México.

Em 1947 o músico converteu-se ao protestantismo através de um evangelismo realizado por um pastor numa rua em Tupã horas anteriores a um show da banda. A mensagem trazida pelo pastor despertou interesse em Luiz de Carvalho que decidiu procurá-lo, que lhe deu um exemplar da Bíblia, livro que Luiz de Carvalho leu logo em seguida.

Apesar de se tornar cristão, ele continuou a trabalhar com o conjunto da qual fazia parte, porém não tinha mais o mesmo entusiasmo e a animação de antes, pois sua vida anterior era controversa ao que estava aprendendo em sua religião.


Quando encerrou seu contrato com a banda, tendo o apoio de seu pastor, Luiz de Carvalho deixou o Conjunto Havaianos.

Ainda no ano de 1947, Luiz de Carvalho interessou-se pela música cristã e ingressou no Conservatório Carlos Gomes com o apoio de sua igreja. Seu primeiro trabalho musical foi gravado com a finalidade de dar recurso para a construção de um novo tempo de sua congregação. Todas as unidades foram vendidas e a construção foi concluída.

A partir do momento em que o cantor passou a lançar vários trabalhos mesmo sem o apoio de igrejas e mídias seu nome foi se solidificando no meio cristão, se tornando um músico bastante conhecido.

Em 1955 gravou o primeiro LP e depois, em 1958, gravou a música cristã no Brasil no álbum "Musical Boas Novas". A partir daí o cantor lançou diversos discos, alguns com vendagem superior a 200 mil cópias, como "Meu Tributo - A Deus Toda a Glória", lançado em 1983 e ganhador de um Disco de Ouro.

Uma das apresentações mais memoráveis do músico foi realizada em 1965 no Maracanã durante uma cruzada de Billy Graham, onde Luiz de Carvalho cantou para cerca de cento e vinte mil pessoas. No ano 2000 ele voltou a se apresentar no Maracanã novamente com recorde de público.

Luiz de Carvalho e Família
Na década de 70 Luiz de Carvalho fundou a gravadora Boas Novas, que mais tarde foi adquirida por seu filho Elias de Carvalho, tornando-se a Bompastor.

Em 2011 aos 86 anos, o cantor gravou seu mais recente trabalho solo, intitulado "Adoração". Por sua contribuição à música cristã foi homenageado no Troféu Promessas daquele ano.

Em 2013 Gravou em parceria com o cantor Edvaldo Holanda o CD e DVD "Grande Clássicos da Música Gospel", sendo portanto este seu mais recente trabalho.

No dia 16/05/2015, Luiz de Carvalho completou 90 anos de idade, na ocasião foi realizado um culto de louvor e ação de graças pela vida deste mensageiro da palavra de Deus. A celebração se deu na Igreja Batista Paulistana, e por conta da data foi lançada uma biografia do evangelista intitulada "Luiz de Carvalho - Vida e Ministério", de autoria do pastor Eliel Faria. Foi ainda lançado um CD intitulado "Louvor Saudade".

Luiz de Carvalho foi casado com Adelina, tendo o casal quatro filhos, Elias, Luiz Roberto, Marta e David. Entretanto por conta de uma aneurisma cerebral ela veio a falecer em 1986. Sua morte teve grande impacto na vida pessoal de Luiz de Carvalho. Após três anos de sua morte o músico conheceu Ernestina, com quem se casou e teve uma filha, Priscila.

Morte

Luiz de Carvalho faleceu na madrugada de terça feira, 17/11/2015, por volta das 4h30 hs, após um Acidente Vascular Cerebral que ocorreu no dia 27/10/2015. Luiz de Carvalho ficou 12 dias internado na UTI do Hospital da Unimed, em São Bernardo do Campo. Após este tempo os médicos decidiram por bem não realizar mais nenhum procedimento invasivo pois isto só causaria mais dor e sofrimento.

Discografia

Discos Solo
  • 1955 - Luiz de Carvalho
  • 1958 - Musical Boas Novas
  • 1960 - Canta
  • 1960 - Em Tudo Dai Graças
  • 1962 - Inspiração
  • 1964 - Sublime Promessa
  • 1964 - Pentecostes - Maravilhosos Hinos da Harpa Cristã
  • 1965 - Deus Cuidará de Ti
  • 1965 - Hinos Que Eu Pedi
  • 1965 - Cristo, a Única Esperança
  • 1966 - Gratidão
  • 1967 - Medite Comigo
  • 1969- Obra Santa
  • 1969 - O Violão Convertido
  • 1970 - Senhor, Eu Preciso de Ti
  • 1971 - De Joelhos
  • 1972 - 25 Anos Louvando a Jesus
  • 1972 - Jubileu de Prata
  • 1973 - Um Passeio Pelo Cantor Cristão
  • 1974 - Uma Voz
  • 1974 - Toque o Clarim (Também com o título: Oração de Fé)
  • 1975 - Perdão Senhor
  • 1976 - Águas Tranquilas (Também com o título: A Graça de Jesus)
  • 1976 - Hinos Evangélicos Famosos
  • 1977 - Feliz Natal
  • 1978 - O Rei Está Voltando
  • 1978 - Orando Quero Estar
  • 1979 - Vem Ver
  • 1979 - Só o Senhor é Deus (Também com o título: Uma Voz Canta Para Jesus)
  • 1980 - Glória a Deus
  • 1981 - Meus Hinos Queridos - Vol. I
  • 1982 - Alvo Mais Que a Neve
  • 1982 - Hinos Imortais Para a Nova Geração (Também com o título: Meus Hinos Queridos - Vol. IV)
  • 1983 - Meu Tributo - A Deus Toda a Glória
  • 1984 - Vamos Adorar a Deus
  • 1985 - Meus Hinos Queridos - Vol. II
  • 1986 - O Encontro
  • 1988 - Jardim de Oração
  • 1990 - Livrará
  • 1993 - Meus Hinos Queridos - Vol. III
  • 1994 - Ensina-me
  • 1998 - Meus Hinos Queridos - Vol. IV (Originalmente com título: Hinos Imortais Para a Nova Geração)
  • 1999 - Santo Espírito
  • 2000 - Com Todo Meu Coração
  • 2001 - Dia da Vitória
  • 2011 - Adoração
  • 2015 - Louvor Saudade

Coletâneas

  • 2002 - Bendirei Teu Nome
  • 2009 - Em Fervente OraçãoVENTE ORAÇÃO

Parceria Com Outros Cantores

  • 1964 - Duas Gerações, Um Ideal (Com Marta de Carvalho)
  • 1969 - Duas Vozes a Serviço do Rei (Com José Tostes)
  • 1972 - Agora Sou Feliz (Com Quarteto Prelúdio)
  • 1972 - Volume II (Com Quarteto Prelúdio)
  • 1973 - Trem da Salvação (Com Edgar Martins)
  • 1973 - Segura na Mão de Deus - Ontem e Hoje (Com Mara Dalila)
  • 1975 - A Paz Que Eu Anelo (Com Conjunto Vaso de Bençãos)
  • 1976 - Um Povo Santo (Com Conjunto Vaso de Bençãos)
  • 1977 - Eu Creio Num Ser (Com Betinho)
  • 1980 - Juntos (Com Denise)
  • 1983 - Juntos, Vol. II (Com Denise)
  • 1998 - Amigos, Vol. III (Com Denise)
  • 1998 - Cem Ovelhas, Vol. IV (Com Denise)
  • 2001 - Via Dolorosa, Vol. V (Com Denise)
  • 2013 - Grandes Clássicos da Música Gospel (Com Edvaldo Holanda)

Participações Especiais

  • 1988 - Magnífico (Daina Zarins)
  • 1998 - Pequeno Nome (Priscila de Carvalho)
  • 1998 - Forte Mão (Newton Azevedo)
  • 2002 - Jesus é Vida (Nelson Ned)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Dom Miguel de Lima Valverde

MIGUEL DE LIMA VALVERDE
(78 anos)
Arcebispo Católico

* Santo Amaro, BA (29/09/1872)
+ Recife, PE (07/05/1951)

Dom Miguel de Lima Valverde foi um arcebispo católico brasileiro. Nasceu a 29/09/1872 em Santo Amaro, Bahia. Criada a Diocese de Santa Maria, em 1910, seu território continuou sendo administrado pelo Arcebispo de Porto Alegre, Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão.

Ordenado sacerdote em 30/03/1895. Não tardou, porém, e a Santa Sé elegeu, a 06/02/1911, Dom Miguel de Lima Valverde como primeiro Bispo da nova Diocese, sendo ordenado bispo no dia 29/10/1911, no Rio Grande do Sul.

Escolheu como lema de vida episcopal: "Quis ut Deus?" (Quem Como Deus?).

Tomou posse da Diocese de Santa Maria no dia 07/01/1912, com a presença de Dom Cláudio José Gonçalves Ponce de Leão.

Em seus dez anos de episcopado, Dom Miguel de Lima Valverde criou 14 novas Paróquias. Visitou diversas vezes o interior da vasta diocese incentivando as vocações sacerdotais, Deu início à construção do Seminário Diocesano São José, área hoje ocupada pelo Santuário e Parque Medianeira.

Foi nomeado pelo Papa Pio XI através da Bula Hodie Nos, de 14/02/1922. Havia sido o 1º Bispo de Santa Maria, RS, tendo sido sagrado pelo Arcebispo Primaz do Brasil Dom Jerônimo Tomé da Silva. Sua posse na Arquidiocese de Olinda e Recife ocorreu em 23/07/1922.


Esse prelado governou a Arquidiocese de Olinda e Recife entre 1922 a 1951, portanto, por quase trinta anos. Os seus contemporâneos, dentre os quais Gilberto Freyre, o descrevem como um homem "austero e até hierático", "um príncipe da Igreja". Mário Melo apresentou o seu nome pra membro do Instituto Histórico e Arqueológico de Pernambuco, como sócio honorário, o que significa suas boas relações com a sociedade civil e política pernambucana.

"O período de atuação de Dom Miguel foi um dos mais conturbados na história política pernambucana e brasileira, o que gerou oportunidades para que houvesse, por parte do Arcebispo, diversas manifestações de caráter político. Presenciou os movimentos que antecederam a Revolução de 1930, a Intentona Comunista, o estabelecimento do Estado Novo, a participação do Brasil na Guerra de 1939-1945, a reorganização democrática após a deposição de Getúlio Vargas. Seus pronunciamentos foram sempre no diapasão da ordem e da defesa das instituições, evitando qualquer palavra de apoio a movimentos que contestassem o status quo. Sempre reconheceu as mudanças após elas estarem estabelecidas."
(In Entre o Tibre e o Capibaribe, pg. 109)

Dom Miguel de Lima Valverde foi um tenaz opositor ao socialismo e ao comunismo, não poupando esforços em suas pastorais em combater essas ideologias políticas sociais como doutrinas que dizimariam a Igreja, o Estado e a Família, sustentáculos da vida católica. Esse seu ponto de vista foi fundamental para a formação do clero e povo de pernambuco, cuja influência ultrapassou ao seu governo diocesano, chegando aos dias atuais. Mesmo quando a Igreja de Pernambuco seguia uma linha mais "à esquerda", a partir de 1964, muitos dos clérigos formados por Dom Miguel se contrapuseram às novas idéias, como também leigos, irmandades e confrarias.

Bodas de prata de Agamenon Magalhães e Dona Antonieta, com Dom Miguel Valverde (16/07/1944)
Dom Miguel era amigo pessoal de Agamenon Magalhães, Interventor Federal em Pernambuco, homem de confiança do Arcebispo. Católico, o interventor tinha confessor indicado pelo prelado. Mantinha com o poder público relações amistosas, incentivando participação da sociedade nos programas governamentais, incluindo o censo, utilizando-se desses dados para uso administrativo eclesial, dentre esses a ereção de paróquias, dentre as quais: N. S. da Soledade, Bom Jesus do Arraial, N. S. do Rosário do Pina, São Sebastião do Cordeiro, Santo Antonio de Água Fria, Coração Eucarístico do Espinheiro, N. S. do Rosário de Tejipió e N. S. da Boa Viagem, dentre outras, em bairros que já apontavam aumento populacional. E ainda nova reforma da Sé de Olinda, remodelada em estilo neobarroco.

"Dom Miguel Valverde viu-se envolvido em uma disputa com os inovadores educacionais, especialmente Carneiro Leão, que introduzia no Estado de Pernambuco novos parâmetros, antecedendo o debate que viria ocorrer nas décadas seguintes entre os partidários de uma educação modernista e os defensores da tradição. Embora óbvio, assinalamos que as aulas de catecismo formam mentalidades e os católicos formados naquele período receberam a orientação anticomunista da Igreja no período, o que não é de pouca importância para o momento em que veio a ocorrer a movimentação progressista dos anos setenta."
(In Entre o Tibre e o Capibaribe, pg. 112)

Lápide de Dom Miguel de Lima Valverde

Sua morte foi assim noticiada pelos jornais:

"Às 5 horas e 30 minutos do dia 7 de maio de 1951, ocorreu o falecimento de Dom Miguel de Lima Valverde, Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, no Palácio do Manguinho, aos 79 anos."

Seu sepultamento na Sé de Olinda, onde jaz, ocorreu meio à comoção popular e foi muito concorrido pelo povo e pelas autoridades.

Tia Ciata

HILÁRIA BATISTA DE ALMEIDA
(70 anos)
Cozinheira e Mãe de Santo

* Santo Amaro da Purificação, BA (11/01/1854)
+ Rio de Janeiro, RJ (11/04/1924)

Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, foi uma cozinheira e mãe de santo brasileira. Foi a mais famosa de todos as baianas, a mais influente, relembrada em todos os relatos do surgimento do samba carioca e dos ranchos, onde seu nome aparece gravado SiataCiata ou Assiata. Foi iniciada no candomblé em Salvador por Bangboshê Obitikô, era filha de Oxum. No Rio de Janeiro era Iyakekerê na casa de João Alabá

Seu nome, afirmado por seus descendentes e que figura nos livros que se referem à baiana, quando escrito por extenso, é Hilária Batista de Almeida. Entretanto, no seu atestado de óbito, está como Hilária Pereira de Almeida, e numa petição para sócio do Clube Municipal encaminhada por seu filho João Paulo em 1949, este escreve o nome da mãe como Hilária Pereira Ernesto da Silva. Dúvidas documentais sem maior importância.

Também ficou marcada como uma das principais animadoras da cultura negra nas nascentes favelas cariocas. Ela era a dona de uma casa onde se reuniam sambistas e onde foi criado "Pelo Telefone", o primeiro samba gravado em disco, assinado por Donga e Mauro de Almeida, na voz do cantor Bahiano, nascido também em Santo Amaro da Purificação.

Tia Ciata nasceu em Santo Amaro da Purificação em 13/01/1854. Foi a mais famosa das tias baianas, que eram na maioria Iyalorixás do candomblé que deixaram Salvador por causa das perseguições policiais, do início do século. Eram negras baianas que foram para o Rio de Janeiro especialmente na última década do século XIX e na primeira do século XX para morar na região da Cidade Nova, do Catumbi, Gamboa, Santo Cristo e arredores.

Em 1876, com 22 anos, chegou ao Rio de Janeiro, indo morar inicialmente na Rua General Câmara. Tempos depois, se mudou por conveniência para as vizinhanças de um dos líderes da colônia baiana no Rio de Janeiro, Miguel Pequeno, marido de Dona Amélia do Kitundi, na Rua da Alfândega, 304. Com 22 anos, Tia Ciata trouxe o Samba de Roda para o Rio de Janeiro.

Tia Ciata e Tia Josefa
Logo na chegada ao Rio de Janeiro, conheceu Noberto da Rocha Guimarães com o qual se envolveu e acabou ficando grávida de sua primeira filha, lhe dando o nome de Isabel. O caso dos dois não foi adiante. Ela acabou se separando de Noberto e, para sustentar a filha, começou a trabalhar como quituteira na Rua Sete de Setembro, sempre paramentada com suas vestes de baiana. Era na comida que ela expressava suas convicções religiosas, ou seja, a sua fé no candomblé, religião proibida e perseguida naqueles tempos. Ia para o ponto de venda com sua roupa de baiana uma saia rodada e bem engomada, turbante e diversos colares (guias ou fio-de-contas) e pulseiras sempre na cor do orixá que iria homenagear. O tabuleiro era famoso e farto, repleto de bolos e manjares que faziam a alegria dos transeuntes de todas as classes sociais.

Mais tarde, Tia Ciata casou-se com João Batista da Silva, que para aquela época era um negro bem-sucedido na vida. Deste casamento resultaram 14 filhos, uma relação fundamental para a sua afirmação na Pequena África, como era conhecida a área da Praça Onze nesta época.

Recebia todos os finais de semana em sua casa, nos pagodes, que eram festas dançantes, regadas a música da melhor qualidade e claro seus quitutes. Partideira reconhecida, cantava com autoridade respondendo aos refrões das festas, que se arrastavam por dias. Tia Ciata cuidava para que a comida estivesse sempre quente e saborosa e o samba nunca parasse.

Foi em sua casa que se reuniram os maiores compositores e malandros, como Donga, Sinhô e João da Baiana, para saraus. A hospitalidade dessas baianas fornecia a base para que os compositores pudessem desenvolver no Rio de Janeiro. A casa da Tia Ciata na Praça Onze era tradicional ponto de encontro de personagens do samba carioca, tanto que nos primeiros anos de desfile das escolas de samba, era "obrigatório" passar diante de sua casa.

Normalmente, a polícia perseguia estes encontros, mas Tia Ciata era famosa por seu lado curandeiro e foi justamente um investigador e chofer de polícia, conhecido como Bispo que proporcionou a ela uma interessante história envolvendo o presidente da República, Wenceslau Brás. O presidente estava adoentado em virtude de uma ferida na perna que os médicos não conseguiam curar e este investigador então disse ao presidente que Tia Ciata poderia curá-lo. Feito isto, foi falar com ela, dizendo:


- Ele é um homem, um senhor do bem. Ele é o criador desse negócio da Lei de um dia não trabalha...

E ela respondeu:

- Quem precisa de caridade que venha cá!

Ela então incorporou um Orixá que disse aos presentes haver cura para a tal ferida e recomendou a Wenceslau Brás que fizesse uma pasta feita de ervas que deveria ser colocada por três dias seguidos. O presidente ficou bom e em troca ofereceu a realização de qualquer pedido. Tia Ciata respondeu que não precisava de nada, mas que seu marido sim, pedindo para o presidente um trabalho no serviço público, "pois minha família é numerosa", explicou ela.

Além dos doces, Tia Ciata alugava as roupas de baiana para os teatros, para que fossem usados como figurinos de peça e para o Carnaval dos clubes. Nesta época, mesmo os homens, se vestiam com as suas fantasias, se divertindo nos blocos de rua. Com este comércio, muita gente da Zona Sul da cidade, da alta sociedade, ia à casa da baiana e passando assim a frequentar as suas festas. Era nessas festas que Tia Ciata passou a dar consultas com seus Orixás. Sua casa é uma referência na história do samba, do candomblé e da cidade.

Em 1910, morreu seu marido João Batista da Silva, mas ela já havia conquistado o seu lugar de estrela no universo do samba carioca. Era respeitada na cidade, coisa de cidadão, muito longe da realidade comum dos negros de sua época.

Todo o ano, durante o Carnaval, armava uma barraca na Praça Onze, reunindo desde trabalhadores até a fina flor da malandragem. Na barraca eram lançadas as músicas, as conhecidas marchinhas, que ficariam famosas no Carnaval do Rio de Janeiro.

Tia Ciata morreu no Rio de Janeiro, em 1924, aos 70 anos, mas até hoje é parte fundamental da memória do samba. Curiosamente, existem pouquíssimas imagens de dela.

David Miranda

DAVID MARTINS MIRANDA
(78 anos)
Pastor Evangélico Pentecostal

* Reserva, PR (04/07/1936)
+ São Paulo, SP (21/02/2015)

David Martins Miranda foi um pastor evangélico pentecostal brasileiro, fundador da denominação evangélica brasileira Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA), fundada em 1962.

Filho do agricultor Roberto Martins de Miranda e da dona de casa Anália Miranda Paraná, David Miranda mudou-se para São Paulo em abril de 1958, ainda jovem, onde se converteu ao pentecostalismo em 06/07/1958 na Igreja Cristã Pentecostal Maravilhas de Jesus, dirigida na época pelo pastor Leonel Silva.

Até a década de 60, a grande maioria das igrejas pentecostais eram radicalmente contrárias à política, ao divórcio, à televisão e outras práticas, mas no final desta década muitas desses costumes foram abolidos e práticas modernas começaram a ser aceitas. Não conformado, David Miranda fundou um ministério em 1962, no bairro de Vila Maria, mudando-se posteriormente para a baixada do Glicério. O nome: Igreja Pentecostal Deus é Amor, segundo conta o missionário em sua autobiografia, foi revelado pelo próprio Deus numa madrugada de oração.

David Miranda casou-se em 12/06/1965, com Ereni Oliveira de Miranda, com quem teve 4 filhos: David Miranda Filho, Daniel Miranda, Débora Miranda de Almeida e Léia Miranda.

Em 1979, David Miranda adquiriu o terreno que hoje abriga a sede mundial da Igreja Pentecostal Deus é Amor.

Em janeiro de 2004 foi inaugurada a nova sede mundial, chamado O Templo da Glória de Deus, em uma área de 70 mil metros quadrados, com capacidade total para 140.000 mil pessoas, reconhecido como um dos maiores templos evangélicos do mundo.

David Miranda faleceu as 23:45 hs. do dia 21/02/2015 aos 78 anos de idade, vítima de infarto. 

O missionário costumava afirmar em tom de ameaça que o fiel que deixava a sua denominação perdia a salvação, que os rebeldes iriam para o inferno e que não havia salvação fora da Igreja Pentecostal Deus é Amor, conforme vídeo abaixo.

Fonte: Wikipédia

Padre Libério

LIBÉRIO RODRIGUES MOREIRA
(96 anos)
Padre

* Lagoa Santa, MG (30/06/1884)
+ Divinópolis, MG (21/12/1980)

"Eu não faço milagres não! O que faço é apenas abençoar com boa vontade. Só Deus tem o poder de ajudar". Esta era a resposta de uma das figuras religiosas mais admiradas pela população de Pará de Minas, MG, e região, quando lhe qualificavam como um santo.

Libério Rodrigues Moreira foi um padre católico brasileiro nascido em Lagoa Santa, MG, no dia 30/06/1884. Seus pais eram Joaquim Rodrigues Castro e Francisca Moreira Costa.

Seus pais eram de origem humilde e tiveram sete filhos, criados com dificuldades. Desde criança, Libério tinha que ajudar o pai guiando bois. Em 1902 a família mudou-se para Mateus Leme, MG, onde Libério trabalhou como servente de pedreiro.

Aos sete anos Libério já mostrava os primeiros sinais de sua vocação pela vida sacerdotal. Sempre muito dedicado e perseverante, mas com condições financeiras precárias, o jovem soube esperar o momento certo quando contou com a ajuda de um parente para ingressar nos estudos. Após dez anos de estudo Libério ordenou-se sacerdote, em 25/04/1916. O maior sonho de Libério havia se concretizado.


Sua primeira missa foi celebrada na vizinha cidade de Mateus Leme, MG, quando pela primeira vez, Padre Libério sentiu o prazer em vestir os paramentos sagrados. Daí então prestou vários serviços sacerdotais em diversas localidades do Estado. Mas foi em Pitangui, MG, que trabalhou em sua primeira paróquia.

Já a localidade de Leandro Ferreira, MG, foi sua última paróquia onde permaneceu por 19 anos. Em um breve relato de sua vida nesta cidade pode-se dizer que Padre Libério morava com a única irmã, Maria Rodrigues Moreira, numa casa que chamavam de chalé. Foi o responsável pela criação da igreja-matriz e da casa paroquial da cidade, que conseguiu erguer com diversas contribuições num tempo de oito anos. Leandro Ferreira através de sua bondade foi crescendo e se tornando um lugarejo bastante visitado e estimado. Pequena no tamanho e enorme na fé. Mais tarde, ele próprio pediu dispensa do paroquiato preocupado com sua saúde, associada à idade avançada.

Assim, Padre Libério mudou-se para Pará de Minas, MG, e, mesmo doente não deixava de celebrar diariamente sua missa na Igreja Nossa Senhora das Graças. Sempre atendeu com bom humor a todos que o procuravam e de fato não eram poucos, encantando os visitantes com suas brincadeiras.


Recebeu homenagens como o título de Cidadão Honorário de Pará de Minas através da Câmara Municipal, além de seu nome ser também o de uma rua da cidade. Além disso, o artista, já falecido, Raimundo Nogueira de Faria, mais conhecido como Sica, esculpiu a sua imagem em pedra sabão que se encontra na praça que também leva o seu nome, localizada em frente à Igreja Nossa Senhora das Graças.

De Pará de Minas, Padre Libério decidiu fixar moradia em Divinópolis, MG, onde morou na Vila Vicentina, até o dia em que foi internado no Hospital São João de Deus, falecendo em 21/12/1980. Após seu corpo ter sido velado na própria Vila Vicentina, foi levado para Pará de Minas onde permaneceu várias horas na Igreja Nossa Senhora das Graças. Em seguida o cortejo fúnebre partiu em direção à cidade de Leandro Ferreira onde seu corpo foi depositado na igreja-matriz construída por ele.

Em Leandro Ferreira foi instalado um pequeno museu que conta parte de sua história. Por sua vida piedosa e por alguns milagres que lhe são atribuídos, é considerando popularmente como santo na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Embora não estando canonizado, a sua sepultura é local de romaria e peregrinações. Recentemente tem sido organizado eventos visando angariar fundos para custear o processo de canonização do religioso.

A data de nascimento do religioso é recordada, anualmente, com um feriado municipal, e diversas atividades.

Indicação: Vanessa Elysee

Frei Galvão

ANTÔNIO DE SANT'ANA GALVÃO
(83 anos)
Frade

* Guaratinguetá, SP (1739)
+ São Paulo, SP (23/12/1822)

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, ou São Frei Galvão, foi um frade brasileiro. Não se sabe ao certo o dia do seu nascimento e local exato de batismo, supõe-se que tenha sido batizado na Matriz de Santo Antonio em Guaratinguetá, SP, mas os registros de batismo da igreja deste período estão desaparecidos. Têm-se atribuído 10 de maio como data de seu nascimento, mas sem nenhuma comprovação documental.

Uma das figuras religiosas mais conhecidas do Brasil, famoso por seus poderes de cura. Frei Galvão foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 11/05/2007, tornando-se o primeiro santo nascido no Brasil.

A postuladora junto à Santa Sé que obteve o título de santo para Frei Galvão foi a irmã Célia Cadorin, da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Nesse trabalho teve grande apoio do cardeal arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns. Ela também foi postuladora no processo da Santa Madre Paulina, nascida em Trento, na Ítalia, e vindo a desenvolver seu trabalho no Brasil.

Biografia

Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em 1739 na freguesia de Santo Antônio de Guaratinguetá, na capitania de São Paulo. Era o quarto de dez ou onze filhos, de uma família profundamente religiosa de elevado status social e político.

Seu pai, o português Antônio Galvão de França, era o capitão-mor da vila. Natural de Faro, Portugal, e ativo no mundo do comércio, Antônio Galvão de França pertencia à Ordem Terceira de São Francisco e era conhecido por sua generosidade. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros e membro da família do famoso bandeirante Fernão Dias Pais, conhecido como o "Caçador de Esmeraldas". Ela morreu prematuramente em 1755, aos 38 anos. Também conhecida por sua generosidade, Isabel Leite de Barros teria doado todas suas roupas aos pobres à época de sua morte.

Galvão passou toda sua infância na casa que se situava na esquina da Rua do Hospital com a Rua do Teatro, atualmente Ruas Frei Galvão e Frei Lucas, respectivamente. O local foi demolido e recentemente reconstruído.

Aos 13 anos, Galvão foi enviado pelos pais ao seminário jesuíta Colégio de Belém, localizado em Cachoeira, na Bahia, com a finalidade de estudar ciências humanas. Seu irmão José já se encontrava no local. No Colégio de Belém, que freqüentou de 1752 a 1756, Galvão fez grandes progressos nos estudos sociais e na prática cristã. Ele aspirava se tornar um padre jesuíta, mas a perseguição anti-jesuíta liderada por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, fez com que ele se mudasse para um convento franciscano em Taubaté, seguindo o conselho do pai.

Aos 21 anos, em 15/04/1760, Galvão desistiu do futuro promissor, visto a influência de sua família na sociedade, e se tornou um noviço no Convento de São Boaventura de Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Lá, ele adotou o nome religioso de Antônio de Sant'Ana Galvão em homenagem à devoção de sua família a Santa Ana.

Durante o noviciado, Galvão se tornou conhecido por sua piedade, zelo e virtudes exemplares. Galvão fez sua profissão solene em 16/04/1761, assumindo o voto de defender o título de Imaculada da Virgem Maria, ainda considerada uma doutrina polêmica à época.

Em 11/07/1762, Galvão foi ordenado sacerdote e transferido para o Convento de São Francisco na cidade de São Paulo, onde continuou seus estudos em teologia e filosofia. Durante a jornada do Rio de Janeiro para São Paulo, fez uma breve parada em Guaratinguetá para celebrar sua primeira missa, realizada na Matriz de Santo Antônio, onde ele havia sido batizado.

Em 1768, ele foi nomeado confessor, pregador e porteiro do convento, considerado um cargo importante naquela época. Se destacou de tal forma que a Câmara Municipal lhe considerou o "Novo Esplendor do Convento".

Em 1770, foi convidado para fazer parte da Academia Paulista de Letras, chamada de "Academia dos Felizes". Na segunda sessão literária, realizada em março de 1770, Galvão declamou com sucesso, em latim, dezesseis peças de sua autoria, todas dedicadas a Santa Ana. Declamou também dois hinos, uma ode, um ritmo e doze epigramas. Suas composições são bem metrificadas e dotadas de profundo sentimento religioso e patriótico.

De 1769 a 1770, atuou como confessor no Recolhimento de Santa Teresa, casa que abrigava devotas de Teresa de Ávila na cidade de São Paulo. Lá, ele conheceu a irmã Helena Maria do Espírito Santo, uma freira penitente que afirmava ter visões onde Jesus lhe pedia para fundar um novo Recolhimento. Galvão, o confessor dela, estudou essas mensagens e se consultou com os outros religiosos, que as reconheceram como válidas e sobrenaturais.

Galvão ajudou a criar o novo Recolhimento, chamado Nossa Senhora da Luz, que foi fundado em 02/02/1774, na mesma cidade. Era baseado na Ordem da Imaculada Conceição, e se tornou um lar para meninas que desejavam viver uma vida religiosa sem fazer votos. Com a morte repentina da irmã Helena em 23/02/1775, Galvão se tornou o novo diretor do instituto, atuando como novo líder espiritual das irmãs.

Naquela época, uma mudança no governo da província de São Paulo trouxe um líder que ordenou o fechamento do convento. Galvão aceitou a decisão, mas as freiras se recusaram a abandonar o local e, devido à pressão popular e aos esforços do bispo, o convento foi logo reaberto.

Posteriormente, com o crescente número de novas irmãs, a construção de mais espaço de convivência se tornou necessária. Galvão demorou 28 anos para construir um novo convento e uma igreja, sendo esta última inaugurada em 15/08/1802. Além das obras de construção e dos deveres dentro e fora de sua Ordem, Galvão se comprometeu também com a formação das irmãs. Os estatutos que ele escreveu para elas eram um guia para a vida interior e para a disciplina religiosa.

Quando as coisas pareciam estar mais calmas, uma outra intervenção do governo trouxe uma nova provação para Galvão. O capitão-mor sentenciou um soldado à morte por ter ofendido a seu filho levemente, e o sacerdote foi obrigado a se exilar por ter defendido o soldado. Mais uma vez, a pressão popular conseguiu revogar a ordem contra o padre.

Em 1781, Galvão foi nomeado mestre dos noviços em Macacu. Entretanto, as irmãs e o bispo de São Paulo, Manuel da Ressurreição, recorreram ao superior provincial, escrevendo-lhe que "nenhum dos habitantes desta cidade será capaz de suportar a ausência deste religioso por um único momento". Como resultado, ele foi mandado de volta para São Paulo. Mais tarde, em 1798, Galvão foi nomeado Guardião do Convento de São Francisco, sendo reeleito em 1801.

Em 1808, Galvão teria instituído a devoção a Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul, durante viagem missionária ao Paraná. Galvão, ao chegar às margens do Rio Piraí, teria decidido passar alguns dias no povoado, se hospedando na casa de Ana Rosa Maria da Conceição. Antes de ir embora, deixou de presente a ela uma estampa de Nossa Senhora das Barracas. Ana Rosa colocou a lembrança numa moldura de madeira e fazia suas orações diante da imagem. Ficou viúva, se casou de novo e se mudou de endereço. Durante a mudança, a estampa se perdeu. Algum tempo depois, passando por uma região onde havia ocorrido um incêndio, ela encontrou o quadro entre as cinzas e os brotos da vegetação. A moldura havia se queimado, mas a imagem estava apenas chamuscada. O fato foi interpretado como um milagre e a notícia se espalhou pelo povoado. Como o povo já não se lembrava do nome original da imagem, rebatizaram-na de Nossa Senhora das Brotas e erigiram uma capela em sua homenagem.

Morte

Em 1811, fundou o Convento de Santa Clara em Sorocaba, SP. Onze meses depois, retornou ao Convento de São Francisco, na cidade de São Paulo. Em sua velhice, obteve permissão do Bispo Mateus de Abreu Pereira e de seu tutor para ficar no Recolhimento que ajudara a criar. Veio a falecer naquele local em 23/12/1822. Galvão foi sepultado na igreja do Recolhimento, sendo o seu túmulo até hoje um destino de peregrinação de fiéis que teriam obtido favores devido a sua intercessão.

Na época de seu enterro, sua fama de santo já havia se espalhado por todo Brasil, sendo que os frequentadores de seu velório, desejosos em guardar uma relíquia sua, foram cortando pedaços de seu hábito, que ficou reduzido até a altura dos joelhos de Galvão. Como ele possuía somente aquele hábito, foi sepultado com o de outro frade, que ficou igualmente curto.

A primeira lápide do túmulo de Galvão teria tido o mesmo destino de sua batina, sendo pouco a pouco levada pelos devotos. As pedras da lápide eram colocadas em copos com água para tratar os enfermos.

Em 1929, o Convento de Nossa Senhora da Luz tornou-se um mosteiro, sendo incorporado à Ordem da Imaculada Conceição. A edificação, atualmente chamada de Mosteiro da Luz, foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). No local também está localizado o Museu de Arte Sacra de São Paulo, que abriga um dos mais representativos acervos do patrimônio sacro brasileiro, originalmente reunido por Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo.

Misticismo

Frei Galvão era um homem de muita e intensa oração, sendo alguns fenômenos místicos atribuídos a ele, como telepatia, premonição e levitação. Casos de bilocação também foram famosos durante sua vida. Segundo relatos ele se fazia presente em dois lugares diferentes ao mesmo tempo para cuidar de enfermos ou moribundos que clamavam por sua ajuda.

Também era procurado pelo seu alegado poder de curar doenças numa época em que os recursos médicos eram escassos. Numa dessas ocasiões, escreveu num pedaço de papel uma frase em latim do Ofício de Nossa Senhora ("Após o parto, permaneceste virgem: Ó Mãe de Deus, intercedei por nós"). Em seguida, enrolou o papel no formato de uma pílula e deu-o a uma jovem cujas fortes cólicas renais estavam colocando sua vida em risco. Depois que ela tomou a pílula a dor cessou imediatamente e ela expeliu uma grande quantidade de cálculo renal. Em outra ocasião, um homem pediu a Galvão que ajudasse sua esposa, que estava passando por um parto difícil. Galvão fez com que ela tomasse a pílula de papel, e a criança nasceu rapidamente, sem maiores complicações. A história das pílulas se espalhou rapidamente e Galvão teve que ensinar às irmãs do Recolhimento como fabricá-las, o que elas fazem até os dias de hoje. Elas são distribuídas gratuitamente para cerca de 300 fiéis diariamente.

Em 25/10/1998, Galvão se tornou o primeiro religioso nascido no Brasil a ser beatificado pelo Vaticano, tendo sido declarado Venerável um ano antes, em 08/03/1997.

Em 11/05/2007, durante a visita de cinco dias do Papa Bento XVI ao Brasil, se tornou a primeira pessoa nascida no Brasil a ser canonizada pela Igreja Católica. A cerimônia de mais de duas horas, realizada ao ar livre no Aeroporto Militar Campo de Marte, perto do centro de São Paulo, reuniu cerca de 800 mil pessoas, segundo estimativas oficiais. Galvão foi o primeiro santo que o Papa Bento XVI canonizou numa cerimônia realizada fora da Cidade do Vaticano. Sua elevação ao status de santo veio depois que a Igreja concluiu que ele havia realizado pelo menos dois milagres.

De acordo com a Igreja, as histórias de Sandra Grossi de Almeida e Daniella Cristina da Silva são evidências da intercessão divina de Galvão. Após tomar uma das pílulas de papel em 1999, Sandra Grossi de Almeida, que possui uma malformação uterina que deveria impossibilitar que ela carregasse um feto no útero por mais de quatro meses, deu à luz a Enzo. As pílulas de Galvão, de acordo com a Igreja, também seriam responsáveis pela cura, em 1990, de Daniella Cristina da Silva, uma menina de 4 anos de idade que sofria de hepatite considerada incurável pelos médicos.

Apesar da popularidade das pílulas entre os católicos brasileiros, médicos e até mesmo alguns membros do clero consideram-nas como meros placebos. A orientação da Igreja é que somente pacientes em estado terminal devam tomá-las.

Fonte: Wikipédia