RADAMÉS GNATTALI
(82 anos)
Compositor, Arranjador e Instrumentista
* Porto Alegre, RS (27/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/02/1988)
Radamés Gnattali estudou com Guilherme Fontainha no Conservatório de Porto Alegre, e na Escola Nacional de Música, com Agnelo França. Terminou o curso de piano em 1924 e fez concertos em várias capitais brasileiras, viajando também como violista do Quarteto Oswald, desde então passou a estudar composição e orquestração.
Em 1939 substituiu Pixinguinha como arranjador da gravadora RCA Victor. Durante trinta anos trabalhou como arranjador na Rádio Nacional. Foi o autor da parte orquestral de gravações célebres como a do cantor Orlando Silva para a música "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro, ainda a famosa gravação original de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, ou de "Copacabana", de João de Barro e Alberto Ribeiro. Esta última imortalizada na voz de Dick Farney.
Em 1960, Radamés Gnattali, embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía acordeão, guitarra, bateria e contrabaixo.
Foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Pixinguinha. Na década de 70, Radamés Gnattali teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Maurício Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Nasceu assim uma amizade que gerou muitos encontros e parcerias. Em 1979 surgiu, no cenário da música instrumental, o conjunto de choro Camerata Carioca, tendo Radamés Gnattali como padrinho. Também compôs obras importantes para o violão, orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros.
Radamés Gnattali foi parceiro de Tom Jobim. No seu círculo de amizades Tom Jobim, Cartola, Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Lorenzo Fernândez e Camargo Guarnieri. É autor do hino do Estado de Mato Grosso do Sul - a peça foi escolhida em concurso público nacional.
Em janeiro de 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria de música erudita. Na ocasião, foi homenageado com um concerto no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca. Em maio do mesmo ano, numa série de eventos em homenagem a Pixinguinha, Radamés Gnattali e Elizeth Cardoso apresentaram o recital "Uma Rosa Para Pixinguinha" e, em parceria com a Camerata Carioca, gravou o disco "Vivaldi e Pixinguinha".
A saúde começou a fraquejar em 1986, quando Radamés Gnattali sofreu um derrame que o deixou com o lado direito do corpo paralisado. Em 1988, em decorrência de problemas circulatórios, sofreu outro derrame, falecendo no dia 13 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro.
Homenagem a Radamés
Em 2007 foi gravado um CD duplo com composições de Radamés Gnattali com patrocínio da Petrobras, "Retratos de Radamés" com os violonistas Edelton Gloeden e Paulo Porto Alegre.
Discografia
- 1948 - A Saudade Mata a Gente / Copacabana - Fim de Semana em Paquetá
- 1949 - Barqueiro do São Francisco / Um Cantinho e Você
- 1949 - Isso é Brasil / Carinhoso
- 1949 - Bate Papo / Caminho da Saudade
- 1949 - Tico-Tico no Fubá / Fim de Tarde (Com o Quarteto Continental)
- 1949 - Sempre Esperei Por Você / Remexendo (Com o Quarteto Continental)
- 1950 - Onde Estás? / Tema (Vero e Seu Ritmo)
- 1950 - Tocantins / Madrigal (Vero e Seu Ritmo)
- 1952 - Mambolero / Improviso
- 1953 - Fantasia Brasileira / Rapsódia Brasileira (Com Sua Orquestra)
- 1982 - Tributo a Garoto (Com Raphael Rabello)
Principais Composições
- 1944-1962 - Brasilianas nº 1,2,3,6,9 e 10
- 1963 - Concertos Para Piano e Orquestra nº 1,2 e 3
- 1941 - Concerto Para Violoncelo e Orquestra
- 1960 - Concerto para Harmônica de Boca
- Hino do Estado do Mato Grosso do Sul
- 10 Estudos Para Violão
Fonte: Wikipédia