Vanessa Daya

VANESSA DAYA
(31 anos)
Piloto de Motovelocidade

☼ Brasília, DF (24/05/1982)
┼ Brasília, DF (17/07/2013)

Vanessa Daya foi uma piloto de motovelocidade nascida no dia 24/05/1982. Ela era a atual campeã brasiliense de motovelocidade.

Vanessa Daya nem sempre encarou a motovelocidade como atividade profissional. Foi ao lado da amiga, a fotógrafa Ladyane Borges, que o primeiro ronco de motor provocou arrepios na jovem. As duas se conheciam desde os 14 anos, e em 2010 estiveram em uma famosa festa sertaneja do Distrito Federal. Na porta, encontraram várias motos grandes e brincaram: "Essa é a minha!". Os donos dos veículos apareceram, empolgados e não demorou para que Vanessa engatasse namoro com um deles, que durou um ano e meio.

O romance acabou, mas a paixão pela motovelocidade se manteve. "Ela tirou a habilitação para moto meio escondidinha e só contou para as amigas com o documento nas mãos", descreveu a amiga.

A surpresa de ver Vanessa sobre duas rodas foi ainda maior para a mãe, Marinalva da Silva Soares.

"Só descobri quando ela já era profissional consagrada. Eu tinha medo de que acontecesse alguma coisa, mas não havia como convencê-la a parar. Desde criança, ela não aceitava 'não' como resposta."

Morte

Vanessa Daya ficou internada em estado grave, no Hospital de Base de Brasília. Foram feitas diversas cirurgias para estabilizar as consequências do edema cerebral resultante de um acidente de moto.

Ela morreu na madrugada de quarta-feira, 17/07/2013. Ela havia sido internada após sofrer uma forte queda durante corrida válida pela terceira etapa do Campeonato Brasiliense de Motovelocidade, realizada no domingo, 14/07/2013.

Segundo informações da empresa Capital Racing Motociclismo, organizadora do evento, Vanessa Daya sofreu o acidente na 7ª volta da prova, ao perder o controle de sua moto ao passar por um trecho com terra após uma tentativa de ultrapassagem, na chamada Curva da Piscina. Ela caiu em uma espécie de valão no Autódromo Internacional de Brasília.


De acordo com testemunhas do acidente, a moto capotou várias vezes, caiu em cima de Vanessa, quebrou o capacete da piloto e provocou um grave trauma encefálico. Vanessa Daya foi socorrida imediatamente, atendida em um posto médico e transferida para o Hospital de Base de Brasília.

Após dar entrada no Hospital de Base, Vanessa Daya passou por uma cirurgia para a implantação de dois cateteres para estabilizar a pressão intracraniana, e outro para a drenagem no tórax. No entanto, Vanessa não reagiu positivamente aos procedimentos e foi submetida a mais uma intervenção cirúrgica na região craniana no fim da tarde da segunda-feira, 15/07/2013.

Com o estado gravíssimo em decorrência do edema cerebral e da fratura na face, Vanessa Daya permaneceu sendo monitorada pela equipe clínica do hospital, e também foi acompanhada de perto pelo chefe da equipe médica do campeonato, Christiano Flores.


Na terça-feira, os médicos chegaram a suspeitar da morte cerebral de Vanessa. A paciente foi submetida a exames para confirmar o quadro. Vanessa passou por um ecodoppler - exame que avalia as funções neurológicas do paciente - e voltou a apresentar resposta aos estímulos, descartando a morte cerebral.

O corpo de Vanessa Daya, foi enterrado na manhã de sexta-feira, 20/07/2013, no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, DF. Mais de 300 pessoas participaram do velório, alguns vestiam uma camiseta com a foto da jovem. Como forma de homenagear a colega, cerca de 20 motociclistas fizeram um corredor no trajeto do caixão entre a capela e o túmulo, e conforme o caixão passava, eles aceleravam ou "roncavam os motores das motocicletas".

Gaúcho

LUÍS CARLOS TÓFFOLI
(52 anos)
Jogador e Técnico de Futebol

☼ Canoas, RS (07/03/1964)
┼ São Paulo, SP (17/03/2016)

Luís Carlos Tóffoli, mais conhecido por Gaúcho, foi um jogador e técnico de futebol brasileiro, que atuava como centroavante, nascido em Canos, RS, no dia 07/03/1964.

Gaúcho começou sua carreira nas divisões de base do Flamengo, mas depois foi jogar no XV de Piracicaba, Grêmio e Verdy Kawasaki, do Japão.

Em 1988, após passar pelo Santo André, chegou desacreditado ao Palmeiras. No entanto, Gaúcho começou a marcar gols e, com isso, foi consolidando seu lugar no time. A fama, porém, sobreviria de maneira inusitada, em um episódio memorável na história do futebol brasileiro.

É bem verdade que Gaúcho não conquistou nenhum título pelo Palmeiras, contudo, foi defendendo este time que ele escreveu seu nome nos anais do futebol, quando, em uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 1988, substituiu Zetti, que saiu de campo lesionado, e atuou como goleiro. Não fosse isso o bastante, por ironia do destino, o adversário do Palmeiras, naquele jogo, era o Flamengo. Mas o melhor de tudo é que a partida, por conta do regulamento da competição, terminou na disputa de pênaltis, quando Gaúcho defendeu as cobranças de Aldair e Zinho, garantindo a vitória ao Palmeiras.

Dois anos mais tarde, Gaúcho retornava ao Flamengo, para desta vez, tornar-se ídolo da torcida rubro-negra. Através de seus gols de cabeça, ajudou o Flamengo a conquistar a Copa do Brasil de 1990, o Campeonato Carioca de 1991 e o Campeonato Brasileiro de 1992.


Disputou 198 partidas e marcou 98 gols, tendo sido o artilheiro dos Campeonatos Cariocas de 1990 e 1991, da Libertadores da América de 1991 e da Supercopa Libertadores de 1991.

Do Flamengo, Gaúcho saiu para ir defender o Lecce, clube italiano da primeira divisão. Infelizmente, sua carreira não embalou na Itália, tendo disputado somente cinco partidas. Em seguida, passou pelo Boca Juniors, até chegar ao Clube Atlético Mineiro.

Em 1995, Gaúcho jogou na Ponte Preta e no Fluminense e em 1996, no Anápolis, aonde veio a encerrar sua carreira de jogador.

Em 2001, Gaúcho fundou o Cuiabá Esporte Clube, sendo que o seu clube foi o representante do Estado do Mato Grosso, na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Nesse ano, o clube passou a participar do Campeonato Matogrossense e, logo em sua estréia, o clube de Gaúcho conquistou o seu primeiro título regional. Em seguida começou a carreira de treinador nesse mesmo clube, como auxiliar.

Em 2010, começou a treinar equipes principais, no Mixto Esporte Clube, e o último clube que treinou foi o Luverdense Esporte Clube.

Gaúcho foi casado com a atriz Inês Galvão e teve 3 filhos.

Gaúcho faleceu em na quinta-feira, 17/03/2016, aos 52 anos, vitimado pelo câncer de próstata.

Zico e Gaúcho
Títulos

Flamengo
  • 1993 - Campeonato da Capital
  • 1993 - Troféu Libertad
  • 1992 - Campeonato Brasileiro
  • 1991 - Campeonato Carioca
  • 1991 - Taça Rio
  • 1991 - Copa Rio
  • 1991 - Campeonato da Capital
  • 1990 - Copa do Brasil
  • 1988 - Taça Guanabara
  • 1988 - Copa Kirin
  • 1988 - Troféu Colombino
  • 1987 - Taça Euzebio de Andrade
  • 1987 - Torneio El Cabon
  • 1987 - Torneio Internacional de Angola
  • 1984 - Taça Guanabara

Grêmio
  • 1985 - Campeonato Gaucho
  • 1985 - Torneio Ciudad Palma de Mallorca
  • 1985 - Torneio de Rotterdam

Atletico-MG
  • 1995 - Campeonato Mineiro

Artilharia
  • 1991 - Campeonato Carioca (17 gols)
  • 1991 - Taça Libertadores da América (8 gols)
  • 1991 - Supercopa Libertadores (3 gols)
  • 1990 - Campeonato Carioca (14 gols)

Fonte: Wikipédia
Indicação: Marcelo Furtado

André Filho

ANTÔNIO ANDRÉ DE SÁ FILHO
(68 anos)
Compositor, Cantor, Arranjador, Percussionista, Instrumentista e Radialista

☼ Rio de Janeiro, RJ (21/03/1906)
┼ Rio de Janeiro, RJ (02/07/1974)

Antônio André de Sá Filho, mais conhecido com André Filho, foi um ator, multiinstrumentista (piano, violão, bandolim, violino, banjo, percussão), radialista, compositor e cantor brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 21/03/1906.

Ficou órfão muito cedo, sendo por isso criado pela avó. Começou a estudar música erudita aos oito anos com Pascoale Gambardella. Estudou, anos depois, vários instrumentos como violão, violino, piano, bandolim, dedicando-se, então, à música popular brasileira.

Formou-se em Ciências e Letras no Colégio Salesiano de Niterói, RJ, onde foi colega de Almirante.

Na década de 1940, esteve internado com problemas psíquicos, que, somados a alguns outros, acabaram por fazê-lo abandonar a vida artística.

André Filho é autor de muitos sucessos, entre os quais a marcha "Cidade Maravilhosa" que se tornou o hino da cidade do Rio de Janeiro. Por isso virou uma figura histórica do Rio de Janeiro, além de ser o parceiro de Noel Rosa no samba "Filosofia".

André Filho começou a carreira artística cantando na Rádio Educadora. Foi arranjador, compositor de jingles, locutor de várias emissoras como a Rádio Tupi, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Phillips e Rádio Guanabara.


Sua primeira composição a ser gravada foi "Velho Solar", em 1929, pela Parlophon, interpretada por Henrique de Melo Moraes, o tio de Vinícius de Moraes. No mesmo ano, Ascendino Lisboa lançou o samba "Dou Tudo".

Em 1930, Carmen Miranda lançou duas músicas suas pela RCA Victor, o samba "O Meu Amor" e a marcha "Eu Quero Casar Com Você". Sílvio Caldas gravou também pela RCA Victor o seu samba "Nem Queiras Saber" (André FilhoFelácio da Silva).

Em 1931, Carmen Miranda gravou os sambas "Bamboleô" e "Quero Só Você", Jaime Vogeler a canção "Meu Benzinho Foi-se Embora" e Francisco Alves a valsa "Manoelina". No mesmo ano, gravou seu primeiro disco, na Parlophon, interpretando os sambas "Estou Mal" (André FilhoHeitor dos Prazeres), e "Mangueira" (Saul de Carvalho). Lançou com J. B. de Carvalho, a macumba "Anduê, Anduá" (Maximiniano F. da Costa) e o samba "É Minha Sina" (André Filho).

Em 1932 teve diversas composições gravadas por diferentes intérpretes. Carmen Miranda registrou os sambas "Mulato De Qualidade", "Quando Me Lembro" e "Por Causa de Você"; Sílvio Caldas o samba "Jurei Me Vingar" (André Filho Valfrido Silva); O Grupo da Guarda Velha e Trio TBT, o samba "Como Te Amei".

Em 1933, gravou os sambas "Vou Navegar" e "Nosso Amor Vai Morrendo", e teve gravados por Carmen Miranda, os sambas "Fala Meu Bem" e "Lua Amiga", e por Elisa Coelho os sambas "O Samba é a Saudade" e "A Lua Vem Surgindo". Mário Reis foi convidado por Noel Rosa para gravar "Filosofia", pela Columbia.


Em 1934, Carmen Miranda lançou, junto com Mário Reis, o samba "Alô... Alô...", um grande sucesso no carnaval daquele ano. Ainda em 1934, gravou seu grande sucesso, a marcha "Cidade Maravilhosa", em dupla formada com a então novata Aurora Miranda, de apenas 19 anos. Segundo Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, a escolha de Aurora Miranda "refletia de certo modo a tendência de romper com uma constante da época: a hegemonia masculina na gravação do repertório carnavalesco". De qualquer modo, o certo é que a entrada de Aurora Miranda em cena deve-se mesmo ao fato de ser irmã de Carmen Miranda, já então no auge da popularidade, inclusive nos carnavais. O lançamento de "Cidade maravilhosa", se deu no entanto, sem grande sucesso na Festa da Mocidade, em outubro daquele ano.

A marchinha foi inscrita em 1935 no Concurso de Carnaval da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, obtendo, para indignação do autor, a 2ª colocação. Também em 1935, gravou a marcha "Guarde Um Lugarzinho Para Mim" (André Filho e Valfrido Silva) e o samba "Jura Outra Vez" (Alcebíades Barcelos e Valfrido Silva), e com Aurora Miranda, gravou de sua autoria, a marcha "Ciganinha Do Meu Coração" e o samba "O Que Você Me Fez".

Em 1936, lançou as marchas "Teu Cabelo Vou Pintar" e "Cadê a Minha Colombina", de sua autoria. Aurora Miranda gravou de sua autoria, o samba "Quero Ver Você Sambar" e a marcha "Bacharéis Do Amor", e Carmen Miranda a marcha "Beijo Bamba" e o samba "Pelo Amor Daquela Ingrata".

Em 1937 teve mais duas marchas gravadas por Aurora Miranda, "Se a Moda Pega..." e "Quero Ver Você Chorando".


Em 1938, Aurora Miranda gravou a marcha "Na Sua Casa Tem..." (André Filho e Heitor dos Prazeres) e o samba "Chorei Por Teu Amor".

Em 1939 lançou a marcha "Linda Rosa" e o samba "Quem Mandou?".

Em 1941, gravou a marcha "Carnaval na China" (André Filho e Durval Melo) e o samba "Estrela do Nosso Amor" (André Filho). Vicente Celestino gravou pela RCA Victor a valsa "Cinzas No Coração", obtendo grande sucesso, e a canção "Cancioneiro Do Amor".

Em 1960, um decreto oficializou "Cidade Maravilhosa" como hino da cidade. No final da década de 1960, convidado e entrevistado por Ricardo Cravo Albin, então diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS), gravou histórico depoimento para o museu, tendo sido seu estado mental considerado bastante razoável pelo entrevistador.

Em 1974, Chico Buarque resgatou "Filosofia", regravando o samba em seu álbum "Sinal fechado", dedicado a outros autores por causa da censura imposta à sua produção. O samba foi, na época, grande sucesso e uma maneira inteligente de dar um recado ao regime militar. O samba voltaria a ser ouvido na voz de Mário Reis, na década de 1970 e, posteriormente, incluído no filme "Brás Cubas" (1985), adaptação do cineasta Júlio Bressane para o clássico de Machado de Assis "Memórias Póstumas de Brás Cubas". No filme, "Filosofia" é o tema do personagem Quincas Borba.

Devido a várias crises pessoais, inclusive o fim prematuro de casamento com a esposa Zilda, o que lhe teria provocado graves crises psíquico-nervosas, afastou-se completa e prematuramente da vida artística, passando a orar com a mãe que o abrigou, cercando-o de carinho e cuidados, o que obscureceu a avaliação de sua obra, fazendo com seu trabalho fosse lembrado basicamente apenas pela marcha "Cidade maravilhosa".

Em 2006, seu acervo passou a pertencer ao Instituto Moreira Salles que o homenageou por ocasião do centenário de seu nascimento com uma exposição de partituras, documentos e fotografias.

André Filho morreu aos 68 anos , no dia 02/07/1974, no Rio de Janeiro.

Discografia

  • 1941 - Carnaval Na China / Estrela Do Nosso Amor (Odeon, 78)
  • 1939 - Linda Rosa / Quem Mandou? (Columbia, 78)
  • 1938 - Perdão, Emília / Onde é Que Eu Vou Parar (Odeon, 78)
  • 1937 - Maravilhosa / Ó Rosa (Odeon, 78)
  • 1936 - Teu Cabelo Vou Pintar / Cadê a Minha Colombina (Odeon, 78)
  • 1935 - Guarde Um Lugarzinho Pra Mim / Jura Outra Vez (Odeon, 78)
  • 1935 - Ciganinha Do Meu Coração / O Que Você Me Fez (Odeon, 78)
  • 1934 - Cidade maravilhosa (Odeon, 78)
  • 1934 - Lourinha Brasileira / Não Chore Mais (Columbia, 78)
  • 1933 - Vou Navegar / Nosso Amor Vai Morrendo (RCA Victor, 78)
  • 1931 - Estou Mal / Mangueira (Parlophon, 78)
  • 1931 - Se o Teu Amor... / Você Diz Que é Melhor (Parlophon, 78)
  • 1931 - Vai De Uma Vez / Amizade Não Se Compra (Parlophon, 78)
  • 1931 - Cala a Boca / Vivo Feliz Sem Você (Parlophon, 78)
  • 1931 - Anduê, Anduá / É Minha Sina (Parlophon, 78)


Indicação: Miguel Sampaio

Ivo Pitanguy

IVO HÉLCIO JARDIM DE CAMPOS PITANGUY
(90 anos)
Cirurgião Plástico, Professor e Escritor

☼ Belo Horizonte, MG (05/07/1926)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/08/2016)

"A busca da cirurgia plástica emana de uma finalidade transcendente. É a tentativa de harmonização do corpo com o espírito, da emoção com o racional, visando estabelecer um equilíbrio que permita ao indivíduo sentir-se em harmonia com sua própria imagem e com o universo que o cerca."
(Ivo Pitanguy)

Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy foi um cirurgião plástico, professor e escritor brasileiro, membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Letras. É considerado um dos mais renomados cirurgiões plásticos do país e do mundo.

Ivo Pitanguy nasceu em 05/07/1926 na cidade de Belo Horizonte, MG, filho da humanista Maria Stael Jardim de Campos Pitanguy e do cirurgião-geral Antônio de Campos Pitanguy.

Durante a infância e a adolescência, suas paixões eram os livros, a pintura, a poesia, a natureza e o esporte. O fascínio pelas artes, foi herdado da mãe, uma mulher sensível e culta, que lhe deu quatro irmãos: IvanIvetteYeda Lúcia e Jacqueline. A vocação pela medicina surgiu após o término dos estudos secundários, por influência do pai.

Ivo Pitanguy fez o ginásio em Belo Horizonte, nos colégios Arnaldo e Affonso Arinos. Cursou medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) até o 4º ano, quando, para servir o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva sem interromper os estudos, transferiu-se para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que frequentou até concluir o curso, ao mesmo tempo que servia na Cavalaria dos Dragões da Independência.

Por meio de concurso para interno de cirurgia geral, iniciou sua formação cirúrgica no Hospital do Pronto-Socorro do Rio de Janeiro, atual Hospital Souza Aguiar, complementada nos Serviços dos Professores George Grey, Josias de Freitas e Ugo Pinheiro Guimarães.

Sentindo que a sua vocação era a cirurgia plástica, inscreveu-se em um concurso organizado pelo Institute Of International Education, sendo contemplado com uma bolsa de estudos que o levou a Cincinnati, Estados Unidos, na condição de cirurgião residente do Serviço do Professor John Longacre, no Bethesda Hospital. Posteriormente, foi Visiting Fellow da Mayo Clinic, em Minnesota, e do Serviço de Cirurgia Plástica do Drº John Marquis Converse, em Nova York.


De volta ao Brasil, foi trabalhar no Hospital do Pronto-Socorro do Rio de Janeiro, onde recebeu o convite do professor Marc Iselin, que visitava o hospital, para ser seu assistant étranger (assistente estrangeiro) em Paris, onde ficaria por dois anos, período em que visitou os Serviços de Cirurgia Plástica dos professores C. Dufourmentel e R. Mouly em Paris e do Professor Paul Tessier em Suresnes.

O amadurecimento de sua formação profissional deu-se no Reino Unido, onde, através de uma bolsa de estudos do British Council, frequentou os serviços de Cirurgia Plástica de Sir Harold Gillies, em Londres, Sir Archibald McIndoe, no Queen Victoria Hospital, em East Grinstead, e do Professor Kilner, no Churchill Hospital, em Oxford.

A dificuldade encontrada nesta longa peregrinação por diversos Centros de Cirurgia Plástica o fez compreender a necessidade de transmitir os conhecimentos adquiridos através da criação de uma escola e ressaltar a importância social da especialidade para a classe médica e a população em geral.  

Criou o Serviço de Queimados do Hospital do Pronto-Socorro e o primeiro serviço de Cirurgia de Mão e de Cirurgia Plástica Reparadora da Santa Casa. O ensino que de forma socrática vinha prestando a seus discípulos, ganhou fôro ao conquistar a cátedra de cirurgia plástica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e mais tarde a do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas. Nesta época, com a colaboração dos médicos residentes, pôde tratar de forma abrangente as vítimas do grande incêndio do Gran Circo Norte-Americano em Niterói, acontecimento que despertou a atenção de todos para a real importância social da cirurgia plástica.

A inauguração da Clínica Ivo Pitanguy em 1963 e sua integração com a 38ª Enfermaria da Santa Casa permitiu estruturar a formação profissional e de ensino. A clínica tornou-se um centro de referência nacional e internacional da especialidade, tendo sido frequentada por cerca de 5000 cirurgiões plásticos, entre Fellows e Visitantes. Sob sua orientação, na Clínica Ivo Pitanguy, na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e nos Serviços Associados, o curso de três anos de pós-graduação em cirurgia plástica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) criado em 1960 já formou 500 cirurgiões plásticos de mais de 40 países.

O Serviço da 38ª Enfermaria da Santa Casa, que atende a população menos favorecida, ressalta a importância social da cirurgia plástica, abolindo, da especialidade, seu caráter elitista. A necessidade da resolução de problemas que foram surgindo deu, a Ivo Pitanguy, a oportunidade de criar inúmeras técnicas para solucioná-los.


Por sua iniciativa neste campo, Ivo Pitanguy foi agraciado pelo Papa João Paulo II com o Prêmio Cultura pela Paz. A Unesco, através do Instituto Internacional de Promoção e Prestígio, lhe concedeu também o Prêmio pela Divulgação Internacional da Pesquisa Médica, além dos diversos títulos e honrarias.

O conhecimento e a maturidade permitiram-lhe levar a experiência adquirida para todo Brasil e para várias partes do mundo através de mais de 1500 conferências, demonstrações cirúrgicas em encontros, seminários, simpósios e congressos internacionais.

Organizou e ministrou inúmeros cursos de Cirurgia Plástica no Brasil e no exterior, destacando-se o 1º Curso de Extensão Universitária em Cirurgia Plástica, da então Universidade do Brasil, ministrado no anfiteatro da Clínica Ivo Pitanguy, unindo a iniciativa privada ao ensino público. Organizou o 1º Curso de Cirurgia da Mão, o 1º Curso de Cirurgia Plástica da Academia Nacional de Medicina; os Cursos da Universidade Camplutense de Madrid; o Curso de Cirurgia Plástica do XXIII World Congress Of The International College Of Surgeons, Universidade de Harvard, Universidade de Paris, entre outros.

Membro de respeitadas entidades acadêmicas e culturais, Ivo Pitanguy é autor de cerca de 800 trabalhos científicos em revistas brasileiras e internacionais, tendo publicado uma série de livros. A obra "Plastic Surgery Of The Head And Body" foi premiada na Feira do Livro de Frankfurt e se tornou uma importante fonte didática e científica.

Ivo Pitanguy é patrono da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro honorário da American Society Of Plastic Surgery, (AISAPS) e de inúmeras outras entidades científicas e culturais.

Atualmente, além das cirurgias que realizava, Ivo Pitanguy apresentava conferências e ministrava aulas a convite de universidades e entidades médicas do Brasil e de outras partes do mundo. O professor participou de 2064 conferências no Brasil e em outros países, com aproximadamente 1800 publicações entre livros, capítulos de livros, prefácios, conferências e artigos científicos.

"O sofrimento do individuo não é proporcional à deformidade e sim ao transtorno causado a sua harmonia de viver com a sua imagem."
(Ivo Pitanguy)

A Família

O prazer de viver de Ivo Pitanguy era compartilhado com sua família. O cirurgião era casado com Marilu, que com seu refinamento e seu equilíbrio, era sua companheira há mais de 50 anos. Ivo Pitanguy sempre fez do esporte um forte elo com seus filhos Ivo, Gisela, Helcius e Bernardo.

Ao longo dos anos, os momentos de lazer do médico, eram intensamente desfrutados com a família em sua casa na Gávea, em sua ilha em Angra dos Reis e na prática do esqui nos alpes suíços. Com os filhos já adultos, Ivo Pitanguy acompanhava com orgulho e alegria o amadurecimento de seus netos, Ivo, Mikael, Pedro, Rafael e Antonio Paulo.

Amigo da Natureza

Se quando pequeno Ivo Pitanguy levava uma jibóia pendurada no pescoço pelas ruas de Belo Horizonte, a paixão pelos animais perdurou. O nome Pitanguy, inclusive, significa "rio das crianças" em tupi-guanari. "O convívio direto com a natureza é simplesmente vital para minha existência, meu bem-estar, minha harmonia", atestou. Foi este sentimento ecológico que o motivou a criar um santuário na Ilha dos Porcos Grande, em Angra dos Reis, RJ, onde desde a década de 70 preservava diversas espécies em extinção.

Nelida Piñon e Ivo Pitanguy
Academias

Ivo Pitanguy foi membro titular da Academia Nacional de Medicina desde 28/06/1973, quando assumiu a cadeira número 67.

Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 11/10/1990, na sucessão de Luís Viana Filho. Foi recebido em 24/09/1991, pelo acadêmico Carlos Chagas Filho. Ocupou a cadeira 22, cujo patrono é José Bonifácio, o Moço.


Morte

Ivo Pitanguy faleceu no sábado, 06/08/2016, aos 90 anos, no Rio de Janeiro. Ivo Pitanguy estava em casa, quando sofreu uma parada cardíaca, e não houve tempo para socorro.

A cremação ocorrerá no domingo, 07/08/2016, às 18h00, no Memorial do Carmo, no Caju, Rio de Janeiro. O corpo será velado a partir das 13h00, em uma cerimônia reservada à família e amigos próximos.

Ivo Pitanguy e Renata Fialdini
Títulos Honoríficos e Prêmios

  • Membro titular da Academia Nacional de Medicina
  • Membro da Academia Brasileira de Letras
  • Patrono da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
  • Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
  • Membro do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (Comissão Nacional da Unesco) e de várias associações médicas internacionais
  • 1976 - Cidadão Honorário do Rio de Janeiro
  • 1981 - Prêmio para Melhor Livro Científico do Ano (1981) na Feira Internacional do Livro de Frankfurt, pela sua obra "Aesthetic Surgery Ff The Head And Body"
  • 1984 - Humanitarian Award, Chicago, Estados Unidos
  • 1986 - Philosophiae Doctor Honoris Causa, conferido pela Universidade de Tel Aviv, Israel
  • 1987 - Prêmio Alfred Jurzykowski da Academia Nacional de Medicina
  • 1988 - Chancellier des Universités de Paris
  • 1988 - Membro Honorário de La Società Medica Di Bologna, vinculada à Universidade de Bologna
  • 1989 - Prêmio Cultura Per La Pace, concedido por S.S. o Papa João Paulo II e pela associação Insieme per la Pace, Itália

Fonte: Wikipédia, Clínica Ivo Pitanguy e IstoÉ
Indicação: Soraya Veras, Fadinha Veras, Neyde Almeida, Aline Alencar, Valmir Bonvenuto e Miguel Sampaio

Gregório Fortunato

GREGÓRIO FORTUNATO
(62 anos)
Segurança

☼ São Borja, RS (24/01/1900)
┼ Rio de Janeiro, RJ (23/10/1962)

Gregório Fortunato foi o chefe da guarda pessoal do presidente brasileiro Getúlio Vargas, também é conhecido como "Anjo Negro", devido ao seu porte físico e sua cor racial.

Gregório Fortunato nasceu na cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul. Era filho dos escravos alforriados Damião Fortunato e Ana de Bairro Fortunato. Foi casado com Juraci Lencina Fortunato, com quem teve um casal de filhos.

Negro, de origem humilde e sem instrução, Gregório Fortunato trabalhou durante muito tempo como peão nas fazendas de gado da região de São Borja, RS. Aproximou-se da família Vargas em 1932, quando se destacou no combate à Revolução Constitucionalista de São Paulo, como soldado do 14º Corpo Auxiliar de São Borja, hoje Brigada Militar do Rio Grande do Sul, integrado uma unidade comandada por Benjamim Vargas, irmão do presidente Getúlio Vargas.

Em maio de 1938, após o fracassado golpe integralista contra Getúlio Vargas, Benjamim Vargas organizou uma guarda pessoal para proteger seu irmão. Preocupado em garantir a máxima fidelidade a Getúlio Vargas, recrutou em São Borja os 20 primeiros membros da guarda, inclusive Gregório Fortunato, que se tornou, na prática, o chefe da guarda que acompanhou o presidente até o final do Estado Novo.

Em 1945, Gregório Fortunato assumiu a chefia formal da equipe, sempre sob a supervisão de Benjamim Vargas. Nesse mesmo ano, com o golpe militar de 29 de outubro que depôs Getúlio Vargas, a guarda pessoal foi desativada. Nos anos seguintes, Gregório Fortunato trabalhou como funcionário da polícia gaúcha. Com a eleição de Getúlio Vargas para a presidência em outubro de 1950 e a posterior posse em janeiro de 1951, coube-lhe a tarefa de reorganizar e chefiar a nova guarda pessoal do presidente.

Desde o início do governo, Getúlio Vargas enfrentou uma das mais cerradas oposições da história da República, movida sobretudo pela União Democrática Nacional (UDN), por importantes setores das Forças Armadas, do empresariado e pela maioria dos grandes jornais do país. Gregório Fortunato era apresentado à opinião pública como símbolo da corrupção que, supostamente, crescia no interior do Governo Federal, sendo acusado de se aproveitar da sua proximidade com o poder para aplicar uma política clientelística e de favoritismo.

Atentado da Rua Tonelero

No dia 05/08/1954 ocorreu o evento considerado como o mais dramático da história política brasileira, que ficou conhecido como "Atentado da Rua Tonelero", que foi a tentativa de assassinato do jornalista Carlos Lacerda, ferrenho opositor de Getúlio Vargas.

Gregório Fortunato foi acusado de ser o mandante do crime, do qual Carlos Lacerda saiu levemente ferido, não tendo a mesma sorte o major da Aeronáutica do Brasil, Rubens Florentino Vaz, que foi baleado e morreu a caminho do hospital.

Na madrugada do dia 05/08/1954, o jornalista Carlos Lacerda, uma das mais destacadas figuras da oposição anti-getulista e então candidato a deputado federal pelo Distrito Federal na legenda udenista, foi levemente ferido em um atentado ocorrido na Rua Tonelero, no Rio de Janeiro. No atentado, morreu o major-aviador Rubens Florentino Vaz, que o acompanhava naquela ocasião. Logo no começo das investigações, Climério Euribes de Almeida, membro da guarda pessoal do presidente, foi envolvido no crime. No dia 09/08/1954, Getúlio Vargas determinou a dissolução da guarda, o que não impediu o aumento da tensão político-militar. Pouco depois, Gregório Fortunato acabou confessando ter encarregado Climério Euribes de Almeida de eliminar Carlos Lacerda.

A polícia fez busca e apreensão na casa de Gregório Fortunato e encontrou papéis que mostravam, que apesar de receber um salário de 15 mil cruzeiros, Gregório Fortunato era dono de um conjunto de bens estimado em torno de 65 milhões de cruzeiros. Os documentos apreendidos revelaram ainda que Gregório Fortunato comprou por 4 milhões de cruzeiros duas propriedades do filho mais moço de Getúlio VargasManuel Sarmanho Vargas, o Maneco, que se encontrava em situação financeira difícil. Quando os documentos vieram a público, Getúlio Vargas inicialmente não acreditou na veracidade. Depois ficou profundamente abalado.

No dia 15/08/1954, Gregório Fortunato foi preso e transferido para a Base do Galeão, onde passou 24 dias incomunicável, tendo sido interrogado várias vezes. Em seu depoimento, acusou Benjamim Vargas de mandante do crime, mas sempre sustentou a inocência de Getúlio Vargas, que se suicidou no dia 24/08/1954, em pleno desenvolvimento das investigações.

Julgado em outubro de 1956, Gregório Fortunato foi condenado a 25 anos de reclusão. Sua pena foi comutada para 20 anos pelo presidente Juscelino Kubitschek e, depois, para 15 anos pelo presidente João Goulart.

João Cabanas, Não Identificado e Gregório Fortunato
Morte

Em 23/10/1962, Gregório Fortunato foi assassinado na penitenciária Frei Caneca, no Rio de Janeiro, pelo também detento Feliciano Emiliano Damas, o que é apontado por muitos como queima de arquivo, já que o "Anjo Negro" escrevera um caderno de anotações, único objeto de sua propriedade que desapareceu na prisão após sua morte.

O JULGAMENTO DE GREGÓRIO
Publicado na Folha da Tarde, sexta-feira, 12 de outubro de 1956
Neste texto foi mantida a grafia original

RIO 11 (FOLHAS) - O julgamento de Gregorio Fortunato, indigitado mandante do crime da rua Toneleros, teve inicio às 9h10 de hoje. A despeito da grande multidão que se acotovelava diante dos portões do Foro Criminal, o número de pessoas que ocupava as dependências do Tribunal não era muito grande, graças às providências tomadas pelo presidente Sousa Neto para limitar a assistência através da expedição de convites numerados, correspondendo essa numeração à das cadeiras existentes no salão. Como nos julgamentos anteriores desta sessão, o policiamento era abundante e de grande eficiência, feito por elementos da Polícia Militar, Guarda Judiciária e Guarda Civil.

O CONSELHO DA SENTENÇA

Mediante o sorteio, foram escolhidos os seguintes jurados para compor o conselho de segurança: Francisco Gallotti, Joaquim Teixeira Mendes, Radagasio Tovar, Arlindo Ribeiro, Jorge Dutra de Sousa Gomes, Pedro Ening Cardoso e Otavio Augusto Lins Pereira. A defesa havia recusado a sra. Derly Schasfit Freitas e o sr. José Borges Macedo. A acusação não fez impugnações.

BEM DISPOSTO E CALMO

Gregorio Fortunato chegou ao Tribunal sob forte escolta da Polícia Militar. Mostrava-se bem disposto, parecia calmo e estava impecavelmente trajado com um costume de gabardine creme. Não assumiu a atitude humilde nem a postura cabisbaixa preferida pelos seus dois companheiros de empreitada que o antecederam no banco dos réus. Ao contrário, sentou-se com o busto erecto e a cabeça erguida. Portando-se com toda a naturalidade e desembaraço, como se estivesse num banco de bonde ou de jardim casualmente entre dois soldados.

A acusação tem a mesma composição dos dois julgamentos anteriores, isto é, o promotor Araújo Jorge auxiliado pelo deputado Adauto Lucio Cardoso e pelo criminalista Hugo Baldessarini. A defesa está a cargo dos advogados Romeiro Neto e Carlos de Araujo Lima.

Como se vê, o Tribunal que está julgando Gregorio é praticamente o mesmo que juizou Climerio e Alcino, condenando-os a 32 anos de reclusão. O juiz, o promotor e seus auxiliares são os mesmos, assim como pelo menos 4 dos 7 jurados funcionaram nos julgamentos anteriores.

MANDOU CLIMERIO "DAR UM JEITO"

Gregorio Fortunato ergueu-se com dignidade ao ser chamado para depor. Seu falar típico de gaúcho não era facilmente captado da bancada de Imprensa, mas num grande esforço íamos anotando as declarações do "anjo negro". Negou que houvesse mandado matar Carlos Lacerda para receber dinheiro.

Em suas declarações depois de ouvir a acusação de que havia colaborado para que outrem fizesse disparos contra o major Rubens Vaz, respondeu imediatamente: "Não é verdade! Não mandei isso! Não conhecia o major". E prosseguiu em suas declarações afirmando que fora instigado pelo general Mendes de Morais, o qual afirmara que a pregação de Carlos Lacerda vinha pondo em perigo o presidente Getulio Vargas e poderia levar o país a guerra civil e que, portanto, cabia a ele, Gregorio, conjurar esse perigo para salvar Getulio e a nação. Pensou durante três dias sobre as palavras do general Mendes de Morais. Lodi também falou no assunto, declara Gregorio, porém foi repelido porque falou em dinheiro. Disse que, não sendo assassino e tendo mulher e filhos, não mataria ninguém por dinheiro. Matou sim, porém "peleando". E acrescentou que não queria mentir, referindo então o episódio em que acusa coronel Adil de haver tentado matá-lo na Base Aérea porque se recusava a transferir a culpa do general Mendes de Morais para o presidente Vargas. Disse que o coronel sacou de um revolver para ameaçá-lo sendo obstado pelo coronel Scaffa, resultando daí a qualidade de "pai branco", que foi tão comentada.

Disse que o coronel João Adil de Oliveira, vendo que com ameaças não conseguia que Gregorio acusasse Getulio Vargas, tentou fazer com que ele acusasse qualquer pessoa da família Vargas ou que lhe fosse muito chegada, como o comandante Amaral Peixoto, o deputado Danton Coelho ou o sr. João Goulart, prometendo que modificaria tudo a seu favor se fizesse tal declaração. Ante suas negativas, afirma Gregorio, o coronel Adil espumava de raiva.

Declarou que não conhecia Alcino antes de ir ao Galeão. Mas conhecia Soares e supõe fosse homem de bem e trabalhador. Quando no entanto, viu sua ficha no Galeão ficou apavorado. Declarou também que nunca foi processado. Não reconheceu a arma do crime.

Voltando a falar do general, disse textualmente: "Fui procurado pelo general Mendes de Morais no Rio Negro para que desse um jeito no jornalista Carlos Lacerda para evitar que o país caísse numa guerra civil. Nunca me passou pela cabeça mandar matar ninguém, mas o general me falou de tal maneira que acabei me convencendo que era preciso matar Carlos Lacerda. Falei com Climerio, que fazia parte da guarda, e mandei que ele desse um jeito no jornalista. Climerio aceitou e depois eu soube que ele chamou para ajudar Soares, Alcino e João do Nascimento."

"LODI IA MATAR LACERDA"

O acusado prosseguiu dizendo que poucos dias antes do crime Mendes de Morais lhe dissera que já tinha outra pessoa para fazer o "serviço". Por isso, quando o delegado Brandão Filho lhe telefonou, informando-o do crime, pensou que tivesse sido praticado pelo homem mandado por Mendes de Morais. Nunca imaginou que a vítima de tudo viesse a ser o major Vaz. Disse que o deputado Euvaldo Lodi insistira dias antes do crime, dizendo que se ele, Gregorio, não tivesse quem praticasse o crime, o próprio Lodi faria o serviço.

Logo depois de reduzidas a termo as declarações do acusado, o juiz Sousa Neto iniciou a leitura do seu relatório, que se prolongou até às 17h40, em virtude do número de documentos cuja leitura foi pedida pela defesa.

BLOCO DE CONSTRANGIMENTO

Com a palavra o promotor Araujo Jorge, leu o libelo expresso em 15 itens, acusando Gregorio Fortunato de haver contribuído de algum modo para que outrem fizesse disparos de arma de fogo contra o jornalista Carlos Lacerda na noite de 4 para 5 de agosto de 1954, de que resultaram ferimentos na pessoa do jornalista e do guarda municipal Salvio Romeiro e a morte do major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz.

Em seguida, o promotor disse que era chegado o ponto culminante do processo, não pelo reflexo que podem ter na opinião pública mas pela maior culpabilidade do réu. Voltou a falar na "cadeia de constrangimento" já aludida nos julgamentos anteriores e disse que os acusados constituíam um verdadeiro bloco de constrangidos. Dizendo, a seguir: "...vimos Alcino transferir sua culpa para Climerio e este procurar transferir um pouco da sua pesada carga para Soares. Hoje vemos Gregorio transferir para os ombros agaloados do sr. general Mendes de Morais a sua culpa. Veremos que esse "preto de alma branca" procura passar a culpa para os "brancos de alma preta". Assim habilmente conduzida, a defesa coloca a acusação em posição difícil, pois transferindo sucessivamente a culpa de cada um é ela diminuída".

O GENERAL NÃO ESTÁ LIVRE

Prosseguindo, o sr. Araujo Jorge declarou que se disse e de certo é verdade que o general está livre do processo. Sim, está livre em virtude do pronunciamento do ex-senador Ivo de Aquino, que promoveu o arquivamento de denúncia na justiça militar. Mas todos se esquecem de que há o pronunciamento do Supremo Tribunal pelo qual os crimes contra o jornalista Carlos Lacerda e o guarda são crimes comuns e o cometido contra o major é crime militar. A defesa embargou a decisão do Supremo, porém, para honra do Brasil e do general acusado, a decisão será mantida porque se ele proclama sua inocência deve desejar um julgamento que ponha termo à acusação. O general, portanto, deverá ser julgado aqui mesmo neste tribunal.

Passou depois a criticar o fato haver sido feita uma longa leitura de documentos por artes da defesa. Leitura que considerou afrontosa ao júri, dizendo que tinha o fito de cacetear os jurados. Admitiu que o processo suscitou uma onda de agitação no país e que realmente houve muita exploração política em torno dele, porém, o que se explorava era um fato concreto.

O REPORTER E A LANTERNA

Durante o discurso do promotor, por duas vezes faltou luz no Tribunal, durante alguns minutos, mas os trabalhos não chegaram a ser suspensos. O repórter das FOLHAS, que casualmente tinha em seu poder uma lanterna elétrica, acendeu-a, continuando a anotar as palavras do orador, o que provocou ligeira hilaridade de que participou o próprio juiz Sousa Neto. Restabelecida a iluminação, o promotor, que não se perturbara com a falta de luz, prosseguiu sem se abalar, passando a criticar o sr. Tancredo Neves que à época do crime era ministro da Justiça, por haver pronunciado uma frase que o promotor disse ser umas das mais infelizes da nossa história. Referia-se ao fato de haver o então ministro declarado que o crime não era mais que um incidente de rua. Segundo o promotor, essa frase provocou viva revolta no seio das classes armadas, e que daí por diante os chefes militares tiveram dificuldades de conter os ânimos exaltados da juventude militar, que sentia a declaração do ministro como uma bofetada.

Depois passou a rememorar os fatos que precederam o crime e as providências tomadas pelo general Caiado de Castro para que Gregorio não conseguisse fugir. Aí o promotor, em hábil golpe, passou a fazer o elogio do general Caiado de Castro, dizendo-o um grande patriota e homem de bem, para depois criticá-lo sutilmente, afirmando que não tivera a coragem de dar pessoalmente ordem a Gregorio para que não deixasse o Catete.

CINDIDA A DEFESA?

O promotor se alongou em seu discurso, ocupando quase todo o tempo reservado à acusação, e que parecia confirmar rumores insistentes, que corriam desde cedo, de que a acusação se desentendera e se cindira gravemente. Quando o sr. Araujo Jorge deixou a tribuna, restavam para seus auxiliares apenas 50 minutos. O sr. Baldessarini pouco pôde falar. No seu estilo habitual saiu da tribuna, aproximou-se do corpo de jurados e falando baixo, passou a ler jurisprudência e trechos de filosofia do Direito Penal, que trazia condensados em pequenas fichas de cartão. Em seguida, por 30 minutos, o sr. Adauto Lucio Cardoso falou da colaboração de Gregorio e do incentivo por ele oferecido aos desfalecimentos de Climerio, para que o crime fosse executado.

VEEMENTE ATAQUE AO SR. LACERDA

A defesa iniciou seu trabalho com o discurso pronunciado pelo advogado Carlos de Araujo Lima, que principiou dizendo:

"Lacerda não é brasileiro senão por nascimento pois é um agente dos "trusts" e de interesses estrangeiros. Suas campanhas contra a honra alheia levam ao crime". Depois, prosseguiu demonstrando a opinião de personalidades ilustres sobre o jornalista Carlos Lacerda. Citou palavras do sr. Seabra Fagundes em defesa do jornalista Carlos Lacerda, em certa ocasião, quando aquele homem público, entre outras coisas reconhece que Lacerda "... é o inimigo da paz pública e da ordem constituída, genial na manipulação do ódio como fator de perturbação".

Em seguida, disse que a acusação considerou a leitura dos autos como uma afronta ao Júri, mas que ela é uma necessidade processual, mesmo porque era preciso que se conhecessem os documentos em que a defesa iria se basear. Depois, citou a carta escrita por d. Helder Câmara ao jornalista Carlos Lacerda, em que o prelado adverte, como amigo e conselheiro, contra o perigo de incidir no erro de colocar suas paixões acima dos interesses nacionais e lhe dizia que não se entristecesse quando recebesse notícia de atos acertados. Fazia-lhe ver o perigo do panfletismo, do jornalismo violento e perturbador... No discurso em que o sr. Carlos de Araujo Lima defendeu Gregorio Fortunato, foi duramente atacado o jornalista Carlos Lacerda. "Lacerda é o crime, é a calunia, é o ódio e a violência em pessoa", disse o advogado, a certa altura. Afirmou que no seu afã de atacar, vilipendiar, injuriar, não mede conseqüências o terrível panfletário. Afirmou que o arquivo de Gregorio fora divulgado de maneira unilateral e justificou a juntada de documentos que tornaram mais longa a leitura dos autos, pois visavam ao restabelecimento da verdade, apresentada de um só lado, como o que foi feito na apresentação de propostas indecorosas feitas a Gregorio, sem que se publicassem as respostas que dera, repelindo-as. Aludiu ao fato de que o coronel Adil de Oliveira privava da intimidade dos falsários internacionais Malfussi e Cordero, relembrando o episódio da carta Brandi.

À 23h30 a sessão foi suspensa para ligeiro repouso, prosseguindo após a defesa com a palavra, na pessoa do criminalista Romeiro Neto. Ele continuava na tribuna à hora em que encerrávamos o expediente.

GREGÓRIO CONDENADO A 25 ANOS DE RECLUSÃO
Publicado na Folha da Tarde, sexta-feira, 12 de outubro de 1956
Neste texto foi mantida a grafia original

A sentença foi proferida às 5 horas da madruga de hoje - A pena: 11 anos pelo homicídio do major Vaz; 12 anos, pela tentativa de morte contra o jornalista Carlos Lacerda e 2 anos pelas lesões corporais causadas ao guarda municipal Salvio Romeiro - Durante o julgamento, o réu confessou que mandou Climerio "dar um jeito" no jornalista e reiterou suas acusações ao general Mendes de Morais.

RIO, 12 (FOLHAS) - Às 5 horas da madrugada de hoje o juiz Sousa Neto, de pé, juntamente com todo o Tribunal e a assistencia, anunciou a decisão do Conselho de Sentença, que considerava o réu Gregório Fortunato culpado de haver colaborado para que outrem fizesse disparos de armas de fogo contra o jornalista Carlos Lacerda, ferindo-o, e ao seu acompanhante, major Rubens Florentino Vaz, que veio a falecer em conseqüência destes ferimentos. Foi também o réu Gregorio Fortunato considerado culpado pelas lesões físicas que o guarda municipal Salvio Romeiro recebeu de João Alcino do Nascimento.

A totalidade dessas penas, como nos julgamentos anteriores, de Alcino e Climerio, somava 33 anos de reclusão. Porém, o juiz, reconhecendo que a intenção do réu era a de colaborar para crime menos grave do que o afinal sucedido, reduziu de 8 anos o montante da condenação. Assim sendo, o juiz condenou Gregorio Fortunato a 19 anos de reclusão pelo homicídio, dos quais diminuiu 8, em virtude da dirimente; a 12 anos, pela tentativa de homicídio contra Carlos Lacerda e, finalmente, a 2 anos, pelas lesões corporais causadas ao guarda municipal.

TESE DA DEFESA

Ao ser reaberta a sessão, do último intervalo dos debates, a palavra estava com a defesa, fazendo uso dela o advogado Romeiro Neto, que iniciou sua oração repelindo energicamente a acusação que lhe fizera o promotor público, de haver procedido com indignidade na defesa do acusado. Alegou a sua qualidade de advogado militante do Tribunal do Júri há 30 anos e em todo esse longo percurso de tempo só recebera manifestações de apreço, não só de seus colegas de profissão como também dos mais brilhantes vultos da magistratura. Em seguida, passou a definir a sua tese, alegando o motivo relevante que levou Gregorio a encomendar a Climerio o assassínio do jornalista Carlos Lacerda. Disse que não podia deixar de ser, assim considerada a fidelidade de Gregorio a pessoa do presidente Getulio Vargas e, no seu entender, própria segurança e base interna da nação.

REPLICA E TREPLICA

Na replica, depois do discurso do promotor Araujo Jorge, que procurou refutar as alegações da defesa, com a afirmativa de que Gregorio praticara o crime mediante paga, falaram também os srs. Hugo Baldessarini e Adauto Lucio Cardoso.

Durante a treplica, o advogado Carlos de Araujo Lima foi por várias vezes aplaudido pela assistencia que também, anteriormente, se manifestara contrária a alguns de seus argumentos. O juiz Sousa Neto, por mais de uma vez, teve de recorrer a enérgicos toques de sineta e ameaçou evacuar as galerias para manter a ordem. Falou também o sr. Romeiro Neto, que deu lugar às mesmas manifestações da assistencia.

Após a treplica, o juiz-presidente procedeu à leitura das conclusões e passou à formulação dos quesitos, recolhendo-se com os jurados à sala secreta, para deliberar, somente regressando ao salão do Júri às 5 horas da madrugada, quando anunciou a sentença que condenava Gregorio Fortunato a um total de 25 anos de reclusão.

Vander Lee

VANDERLI CATARINA
(50 anos)
Cantor e Compositor

☼ Belo Horizonte, MG (03/03/1966)
┼ Belo Horizonte, MG (05/08/2016)

Vanderli Catarina, mais conhecido como Vander Lee, foi um cantor e compositor brasileiro, conhecido por versos em que brincava com as palavras para falar do amor e do cotidiano, Vander Lee cantava sua simplicidade por meio da música. Com 19 anos de carreira e nove discos gravados - entre registros ao vivo e de estúdio -, Vander Lee viu grandes nomes da música nacional interpretarem suas canções, como Elza Soares, Gal Costa, Emilinha Borba, Maria Bethânia, Nando Reis, Rita Ribeiro, Margareth Menezes, Luiza Possi, entre tantos outros.

Nascido em Belo Horizonte, MG, em 03/03/1966, Vander Lee era o do meio entre sete irmãos e foi criado no Bairro Olhos D'água. Começou tocando em bares, abrindo shows de Maurício Tizumba no bar Vila Velha. O repertório ainda era pequeno, mas pouco depois veio a primeira demo, gravada com o guitarrista Luiz Peixoto, com as músicas próprias "Natureza", "Caminhada", "Minas Gerais" e "Canção do Bicho Homem".

Vander Lee passou a se apresentar em outros bares da noite mineira, saiu da casa dos pais, o emprego e a escola para viver da música, no início, contando com o grande apoio de Maurício Tizumba

Em 1987, participou do projeto Segunda Musical, no Teatro Francisco Nunes e fez a primeira apresentação baseada em composições próprias. No mesmo ano, participou do festival de música Canta Minas e ficou em segundo lugar com a música "Gente Não é Cor". A premiação impulsionou Vander Lee a gravar o primeiro disco independente. Nesta época, a assinatura do cantor ainda era Vanderly, mas o engano de um locutor de rádio, que o chamou de Vanderley, o fez repensar o nome artístico.


Em novembro de 1998, Vander Lee soube do lançamento de um livro de Elza Soares, no Cozinha de Minas. O mineiro superou a timidez e levou o disco até a cantora. Duas semanas depois, Elza Soares o ligou e pediu para incluir a música "Subindo a Ladeira" nos shows dela. Vander Lee dividiu o palco com ela em uma apresentação, em Belo Horizonte e logo depois em vários espetáculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A partir daí viu seu nome projetado para todo o país.

Em 1999, o produtor Mário Aratanha ouviu músicas inéditas de Vander Lee e o convidou a gravar um CD pelo selo Kuarup. "No Balanço do Balaio" rendeu boas críticas e teve participações do gaitista e produtor Rildo Hora e de alguns companheiros mineiros como Maurício Tizumba, Tambolelê, Raquel Coutinho e do pai, José Delfino.

Vander Lee foi chamado para fazer vários shows, quando foi morar no Rio de Janeiro e conheceu o poeta Sérgio Natureza. O escritor fez a ponte até Luiz Melodia, que apadrinhou o projeto Novo Canto, naquele ano, com apresentações em Copacabana, São João do Meriti, e, pouco depois, outras performances conjuntas em Belo Horizonte e São Paulo.

Em 2003, Vander Lee conquistou o terceiro lugar no 6º Prêmio Visa, entre três mil concorrentes. A premiação deu fôlego para o primeiro disco ao vivo, que trouxe participações especiais de Elza Soares e Rogério Delayon.

A gravadora Indie Records distribuiu o disco e, em 2004, viabilizou o lançamento do álbum "Naquele Verbo Agora", que trouxe os hits "Brêu", "Meu Jardim" e "Iluminado". As faixas do disco foram muito executadas nas rádios e o fizeram finalista do Prêmio Tim de Música, nas categorias Melhor Disco e Melhor Cantor da Canção Popular.


Em 2006, gravou o CD e DVD "Pensei Que Fosse o Céu", mostrando versatilidade entre a música popular brasileira, o samba e o funk. Com o registro, conquistou o Prêmio Tim na categoria Melhor Disco de Canção Popular.

Vander Lee fez shows internacionais, se apresentando em Turim, na Itália, em 2008, além do Festival SXSW, nos Estados Unidos e do Festival Romerias de Mayo, em Cuba, ambos em 2009.

Ainda em 2009, Vande Lee lançou o disco "Faro", com dez canções novas e duas regravações, "Obscuridade", de Cartola e "Ninguém Vai Tirar Você de Mim", de Edson Ribeiro e Helio Justo que virou sucesso na voz de Roberto Carlos.

Em 2010, voltou ao Festival SXSW e em 2013 se apresentou em Lisboa, na programação do Ano do Brasil em Portugal.

O trabalho seguinte foi "Loa", em 2014, disco romântico de música popular brasileira com arranjos delicados de piano, violões, sax e flauta.

Em 2015, Vander Lee lançou seu nono disco, com 12 faixas, todas assinadas por ele, exceto "Idos Janeiros", feita com Flávio Venturini.

Há apenas um mês, no dia 02/07/2016, Vander Lee esteve no Rio de Janeiro, e gravou um DVD no Teatro Tom Jobim, em comemoração aos 20 anos do lançamento do primeiro disco. O registro tem lançamento previsto para 2017.

Morte

Vander Lee morreu na manhã de sexta-feira, 05/05/2016, aos 50 anos. Ele estava internado no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte. Ele se sentiu mal na tarde de quinta-feira, 04/08/2016, quando fazia hidroginástica e foi levado ao hospital da Unimed. De lá, foi encaminhado para o Hospital Madre Teresa, onde foi constatado um aneurisma no coração.

O cantor foi operado durante a noite e internado na UTI 3 do Hospital Madre Teresa, mas, ainda durante a noite, teve 11 paradas cardíacas e acabou morrendo. De acordo com nota divulgada pelo hospital, Vander Lee faleceu às 8h00.

O corpo de Vander Lee vai ser levado para a funerária Pax de Minas, onde será preparado para o velório, que deve começar às 16h00 horas, no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal de Belo Horizonte.

Vander Lee era separado e deixou 3 filhos, Lucas (22 anos), Laura (18 anos), ambos do primeiro casamento, e Clara (13 anos), filha de Vander Lee e Regina Souza, também cantora.

Fonte: Wikipédia e UAI