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Sérgio Bernardes

SÉRGIO WLADIMIR BERNARDES
(83 anos)
Arquiteto

* Rio de Janeiro, RJ (09/04/1919)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/06/2002)

Sérgio Bernardes foi exímio arquiteto de prédios, designer de móveis, projetista de automóveis e aeroplanos, planejador urbano, pensador de sistemas, piloto de corridas, candidato a prefeito do Rio de Janeiro, professor e, sobretudo, uma pessoa cativante e irresistível para todos que o conheceram.

Nascido no Rio de Janeiro, desde jovem Sérgio Bernardes pilotava monomotores, e disputava corridas pela cidade.

Cursou arquitetura pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Um ano antes de sua graduação, um dos seus projetos, o Country Club de Petrópolis, foi publicado na revista francesa L’Architecture d’Aujourd’hui, em edição dedicada à nova arquitetura brasileira.

Graduado em 1948, trabalhou com Lúcio Costa e Oscar Niemeyer no início de sua carreira, sendo autor de obras representativas como o projeto do pavilhão brasileiro na Feira Mundial da Bélgica em 1958, do Pavilhão de São Cristóvão, do Centro de Convenções de Brasília, do Mastro da Bandeira Nacional de Brasília e do Hotel Tropical Tambaú em João Pessoa. Também concebeu um grande número de projetos encomendados por órgãos públicos, no entanto destacou-se por seus projetos residenciais. São dele os projetos de casas de muitas celebridades, como a do cirurgião plástico Ivo Pitanguy.

Ao longo de sua carreira Sérgio Bernardes venceu algumas Bienais, dentre elas a de Veneza, em 1964, cujo prêmio em dinheiro trocou por uma Ferrari, que levava em suas viagens ao exterior e pilotava em autódromos.

O imóvel onde funcionava seu antigo escritório, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, transformou-se em 1999 na boate A Nuth Lounge.
Sérgio Bernardes apresentando Plano para o Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
O Livro "Sérgio Bernardes"

A última mulher do grande Sérgio Bernardes, Kykah Bernardes escreveu, com Lauro Cavalcanti, diretor do Paço Imperial, um livro sobre a obra do visionário e notável arquiteto que morreu em 2002. O lançamento de "Sérgio Bernardes", pela editora ArtViva, foi na Livraria Argumento do Leblon. Ivo Pitanguy e Mariza Monte também prestigiaram.

Sérgio Bernardes foi um pioneiro, um audacioso do traço, um bon vivant, bom amigo, amante das mulheres e, sobretudo, um arquiteto extraordinário. Entre suas audácias, está o Pavilhão de São Cristóvão, com seu telhado côncavo, "o maior vão do mundo", que infelizmente o poder público não conservou, deixou despencar, fazendo com que a obra única acabasse virando apenas mais uma arena.

Sérgio Bernardes, um homem afável, que não colecionava atritos, acabou vítima de seu próprio temperamento conciliador, quando não soube dizer não à encomenda de um mastro de bandeira fincado em Brasília, na Praça dos Três Poderes, pelos Governos Militares. Mal sabia ele que isso seria visto como um gesto colaboracionista e uma ofensa ao conjunto da obra de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Pelo resto de sua vida, o genial Sérgio Bernardes passou a ser alvo de constrangimentos e preconceitos. Mas sua obra magnífica e sua personalidade notável, com o tempo, transformaram o episódio numa página inexpressiva de sua história profissional.

Morte

Sérgio Bernardes, de 83 anos, morreu na manhã do dia 15/06/2002 em sua casa, no Rio de Janeiro. A morte ocorreu por Falência Múltipla dos Órgãos, decorrente de um derrame que, nos últimos dois anos, havia paralisado parcialmente seus movimentos. Sérgio Bernardes  foi sepultado no Cemitério de João Baptista.

Apesar do derrame, Sérgio Bernardes ainda trabalhava.  Passou os últimos momentos envolvido na recuperação do Pavilhão de São Cristóvão, projetado por ele em 1958. "Nunca parou de produzir. Estava sempre envolvido em algum projeto", contou Maria Rosa Bernardes, nora do arquiteto. Sérgio Bernardes deixou dois filhos e nove netos.

Pavilhão de São Cristovão
Principais Obras

  • 1951 - Residência Lota Macedo Soares
  • 1958 - Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial da Bélgica
  • 1958 a 1960 - Pavilhão de São Cristóvão, Rio de Janeiro
  • 1966 - Hotel Tropical Tambaú em João Pessoa
  • 1972 - Centro de Convenções de Brasília
  • 1972 - Mausoléu do ex-General Castello Branco, Fortaleza, Ceará
  • 1980 - Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto
  • 1989 a 1990 - Casa Kouri
  • Hotel Tropical de Manaus
  • Residência Turkson

Premiações

  • 1º Prêmio na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, com a residência Lota de Macedo Soares
  • 1952 - Bienal de Veneza, com a residência Jadir de Souza
  • 1958 - Exposição de Bruxelas, com o Pavilhão do Brasil
  • 1964 - Bienal de Veneza

Billy Blanco

WILLIAM BLANCO ABRUNHOSA TRINDADE
(87 anos)
Arquiteto, Compositor e Escritor

* Belém, PA (08/05/1924)
+ Rio de Janeiro, RJ (08/07/2011)

Atraído pela música desde criança. Quando começou a compor, tinha cuidado ao escrever seus sambas com letras elaboradas, assuntos e composições das canções. Nos anos 1940, quando cursava o segundo ano de engenharia, foi para São Paulo para fazer o curso de arquitetura. Ingressou no Mackenzie College em 1946. Foi para o Rio de Janeiro, e estudou na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes, em 1948. Graduou-se em 1950 em arquitetura.

Tem um estilo próprio, descrevendo os acontecimentos a sua volta, com humor ou no gênero de exaltação, falando de amor e das desilusões, onde seu samba sincopado, que fugia da cadência vigente do estilo, passou a chamar a atenção dos cantores da época.

Sua primeira composição foi "Pra Variar", em 1951. Nos anos 1950 e 1960 seus sucessos foram gravados por Dick Farney, Lúcio Alves, João Gilberto, Dolores Duran, Sílvio Caldas, Nora Ney, Jamelão, Elizeth Cardoso, Dóris Monteiro, Os Cariocas, Pery Ribeiro, Miltinho, Elis Regina e Hebe Camargo.

Seu primeiro sucesso foi "Estatutos da Gafieira", na voz de Inesita Barroso, em gravação da RCA Victor de 1954.

Entre seus parceiros estiveram Baden Powell, em "Samba Triste", Tom Jobim, em "Sinfonia do Rio de Janeiro" (suíte popular em ritmo de samba, de 1960) e João Gilberto, em "Descendo o Morro" e "A Montanha", "O Morro", onde os dois doutores do asfalto homenageiam o samba de gente simples e de favela. Foram 56 parcerias com o violonista Sebastião Tapajós e com outros compositores, num total de quinhentas músicas, sendo que trezentas já gravadas.

Entre seus sucessos destacam-se "Sinfonia Paulistana", "Tereza da Praia", "O Morro", "Estatuto da Gafieira", "Mocinho Bonito", "Samba Triste", "Viva Meu Samba", "Samba de Morro", "Pra Variar", "Sinfonia do Rio de Janeiro" e "Canto Livre".

"Sinfonia do Rio de Janeiro" é composta por dez canções, escritas em parceria com Tom Jobim, em 1960. As canções que formam a suíte são "Hino ao Sol", "Coisas do Dia", "Matei-me no Trabalho", "Zona Sul", "Arpoador", "Noites do Rio", "A Montanha", "O Morro", "Descendo o Morro" e "Samba do Amanhã".

"Sinfonia Paulistana" foi concluída em 1974, depois de dez anos de trabalho. É composta por quinze canções, cantadas por Elza Soares, Pery Ribeiro, Cláudia, Claudette Soares, Nadinho da Ilha, Miltinho e pelo coro do Teatro Municipal de São Paulo. A produção foi de Aloysio de Oliveira, com orquestra regida pelo maestro Chico de Moraes. As músicas se chamam "Louvação de Anchieta", "Bartira", "Monções", "Tema de São Paulo", "Capital do Tempo", "O Dinheiro", "Coisas da Noite", "O Céu de São Paulo", "Amanhecendo", "O Tempo e a Hora", "Viva o Camelô", "Pro Esporte", "São Paulo Jovem", "Rua Augusta" e "Grande São Paulo".

Em "Monções", destaca-se o carimbó épico, e em "O Tempo e a Hora", a fusão entre bossa nova e pop.

O jornal O Estado de São Paulo definiu o refrão de "Tema de São Paulo" como "o que mais define o paulistano". Desde o ano em que foi concluída a suíte, essa música, a mais famosa da suíte, faz parte da trilha sonora do Jornal da Manhã, noticiário matutino da Rádio Jovem Pan.

Depois de passar uma temporada no Forte de Copacabana durante a ditadura brasileira, Billy Blanco compôs "Canto Livre".

Billy Blanco é avô de Lua Blanco (atriz e cantora) que atualmente está no ar com a novela Rebelde na TV Record, Ana Terra Blanco (atriz e cantora) atualmente em Malhação na TV Globo, Pedro Sol Blanco (ator e cantor), Estrela Blanco (atriz e cantora).

Estava em plena atividade dedicando-se a música gospel, até sofrer um Acidente Vascular Cerebral e ser internado no segundo semestre de 2010. Apesar do quadro estável, em dezembro ainda não conseguia se comunicar oralmente. Em 8 de julho de 2011, o cantor e compositor faleceu aos 87 anos. Ele estava internado desde outubro de 2010, quando sofreu AVC.

Fonte: Wikipédia

Lúcio Costa

LÚCIO MARÇAL FERREIRA RIBEIRO LIMA COSTA
(96 anos)
Aquiteto, Urbanista e Professor

* Toulon, França (27/02/1902)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/06/1998)

Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.

Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. Apesar de praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos uma arquitetura neocolonial), rompeu com essa formação historicista e passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil.

Em 1930, nomeado Ministro da Educação e Saúde o jurista Francisco Campos, chamou para seu chefe de gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade de grande influência entre os modernistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por indicação deste, foi nomeado para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, o jovem arquiteto Lúcio Costa, com a missão de renovar o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna.

Alterações introduzidas por Lúcio Costa mudaram a estrutura e o espírito do salão anual. Apareceram pela primeira vez na velha escola, ao lado dos antigos frequentadores, artistas ligados à corrente moderna, na sua maioria vindos da capital paulista. A trigésima oitava Exposição Geral (1931), foi por isso chamada de Salão Revolucionário.

Entre os alunos da renovada escola de arquitetura estava o jovem Oscar Niemeyer.

Sabendo da importância de sua geração na mudança dos rumos culturais do país, Lúcio Costa convenceu Le Corbusier a vir ao Brasil em 1936 para uma série de conferências (enquanto colaborava no projeto da sede do recém-criado Ministério da Educação e da Saúde Pública). A arquitetura moderna do projeto ia ao encontro dos objetivos do Governo Vargas, ao passar ares de modernidade e progresso ao país. Lúcio Costa, embora convidado a projetar o edifício sozinho, preferiu dividir o projeto com uma equipe que incluía o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e os seus sócios Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Machado Moreira e Affonso Eduardo Reidy.

Em 1939 foi co-autor do pavilhão brasileiro para a Feira Universal de Nova York juntamente com Oscar Niemeyer e Paul Lester Wiener.

Em 1957, ao ser lançado o concurso para a nova capital do país, Lúcio Costa enviou idéia para um anteprojeto, contrariando algumas normas do concurso. Apesar disso, venceu por quase unanimidade (apenas um jurado não votou nele), sofrendo diversas acusações dos concorrentes. Desenvolveu o Plano Piloto de Brasília e, como Oscar Niemeyer, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prédios públicos.

O projeto de Lúcio Costa punha em prática os conceitos modernistas de cidade: o automóvel no topo da hierarquia viária, facilitando o deslocamento na cidade, os blocos de edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes. Ele também criou a Estação Rodoferroviária de Brasília.

Brasília possui diretrizes que remetem aos projetos de Le Corbusier na década de 1920 e ainda ao seu projeto para a cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifícios governamentais. A cidade de Lúcio Costa também possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Ludwig Karl Hilberseimer.


Após Brasília, recebeu convites para coordenar vários planos urbanísticos, no Brasil e no exterior.


Controvérsias

Em 1975 ele se recusou a assinar o ato de tombamento do Palácio Monroe, a sede anterior do Senado Brasileiro construída em 1906. A construção foi marcada para demolição para a construção da linha do metrô, porém devido às reclamações da sociedade, a companhia responsável pela obra modificou o trajeto. Mesmo assim isso de nada adiantou, devido à negação de tombamento, sendo prédio demolido logo em seguida.

Outra questão polêmica foi o favorecimento que Lúcio Costa deu à herança da colonização portuguesa acima de outras influências culturais brasilianas, com exceção apenas dos seus projetos modernistas. Devido a essa visão, arraigado também em preservacionistas mais jovens devido à influência de Lúcio Costa nas escolas de arquitetura do Brasil, muito da arquitetura dos séculos 19 e começo do 20, incluindo a alemã, japonesa e italiana, se perdeu para a renovação urbana dos anos 1960 e 1970 de Lúcio Costa.

Já em 1936, quando houve a competição para a construção do Ministério de Educação e Saúde, o vencedor foi um design eclético do arquiteto Archimedes Memoria. Lúcio Costa então fez uso de suas conexões políticas com o governo para modificar o resultado da competição e formar um novo projeto a partir de um grupo formado por ele mesmo e Le Corbusier, além de outros membros como os irmãos Roberto e Oscar Niemeyer. Ao longo dos anos houve muita discussão a respeito de quem teria sido o verdadeiro mentor do projeto, Lúcio Costa ou Le Corbusier.

Lúcio Costa faleceu no Rio de Janeiro, onde residiu a maior parte da vida. Deixou duas filhas, Maria Elisa Costa, arquiteta, e Helena.

Fonte: Wikipédia

Vilanova Artigas

JOÃO BATISTA VILANOVA ARTIGAS
(69 anos)
Arquiteto

* Curitiba, PR (23/06/1915)
+ São Paulo, SP (12/01/1985)

Vilanova Artigas foi um arquiteto brasileiro cuja obra é associada ao movimento arquitetônico conhecido como Escola Paulista.

Embora tenha nascido na cidade de Curitiba, Artigas é considerado um dos principais nomes da história da arquitetura de São Paulo, seja pelo conjunto de sua obra aí realizada, seja pela importância que teve na formação de toda uma geração de arquitetos.

Graduando-se engenheiro-arquiteto pela Escola Politécnica da Universidade de São PauloVilanova Artigas se envolveu ainda estudante com um grupo de artistas de vanguarda, dentre os quais destacar-se-ia mais tarde o pintor Alfredo Volpi, conhecido como Grupo Santa Helena, devido ao seu constante interesse pela atividade do desenho - tema cujo estudo viria a se tornar um dos elementos mais presentes em sua obra.

Tendo se tornado professor da Escola PolitécnicaVilanova Artigas fez parte do grupo de professores que deu origem à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU). Tornou-se um dos professores mais envolvidos com os rumos desta nova escola. É de sua autoria o projeto de reforma curricular implantado na década de 1960 que redefiniria o perfil de profissional formado por aquela escola e foi responsável, junto ao arquiteto Carlos Cascaldi, pelo projeto da nova sede da Faculdade: um edifício localizado na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira que leva seu nome e sintetiza seu pensamento arquitetônico.

A reforma curricular desenhada por Vilanova Artigas foi também importante ao definir uma séria de novas possibilidades de prática e atuação profissional aos novos arquitetos, associando a eles áreas como o desenho industrial e a programação visual, a partir da crença de que tal profissional deveria participar ativamente no desenvolvimento de todos os processos industriais requeridos pelo projeto nacional-desenvolvimentista então em voga no país.

Em 1969, por determinação do Regime Militar vigente no país, foi afastado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e obrigado a se exilar brevemente no Uruguai, devido à sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Embora tenha vivido no Brasil na década de 1970, foi impedido de atuar plenamente pelo regime. Seu retorno à faculdade se deu em 1979 - fruto do processo de anistia instaurado no país a partir daquele ano - e foi celebrado pelos alunos.

Continuaria a lecionar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo até sua morte, em 1985, ano em que lhe é atribuído o cargo de professor titular. Ironicamente, neste período de redemocratização, foi professor da disciplina Estudos de Problemas Brasileiros, criada pela Ditadura Militar e imposta pelo regime às faculdades brasileiras como instrumento de controle ideológico. Durante este curso, subverteu o programa clássico da disciplina e levou à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo diversas personalidades do mundo artístico, político, cultural, intelectuais de esquerda que também haviam sido perseguidos pelo regime, entre eles o pintor Aldemir Martins, o ator Juca de Oliveira e o então cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns.

Cronologia de Sua Obra

São Paulo

  • 1946 - Edifício Louveira, no bairro de Higienópolis
  • 1960 - Estádio do Morumbi
  • 1961 - Garagem de barcos do Santa Paula Iate Club
  • 1962-1969 - Edifício-sede da FAU-USP, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo
  • 1966 - "Casinha", no bairro de Campo Belo

Guarulhos

  • 1968-1972 - Conjunto habitacional Zezinho Magalhães Prado (Parque CECAP)
  • 1961 - Inaugurado Ginasio Estadual de Guarulhos

Itanhaém

  • 1959 - Escola de Itanhaém

Londrina

  • 1950 - Estação Rodoviária
  • 1950 - Casa da Criança

Curitiba

  • 1946 - Dupla residencia para seus irmãos
  • 1946 - Hospital São Lucas
  • 1953 - Residência Bettega
  • Residência Niclevicz

Jaú

  • 1971 - Estádio Zezinho Magalhães
  • 1973 - Estação Rodoviária
  • 1973 - Edifício do Paço Municipal (Prefeitura)

Fonte: Wikipédia

Aleijadinho

ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA
(76 anos)
Escultor, Entalhador e Arquiteto

* Ouro Preto, MG (29/08/1738)
+ Ouro Preto, MG (18/11/1814)

Pouco se sabe com certeza sobre sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerrado véu de lenda e controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao mesmo tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional.

A principal fonte documental sobre o Aleijadinho é uma nota biográfica escrita somente cerca de quarenta anos depois de sua morte. Sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras que deixou, embora mesmo neste âmbito sua contribuição seja controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das mais de quatrocentas criações que hoje existem associadas ao seu nome foi feita sem qualquer comprovação documental, baseando-se apenas em critérios de semelhança estilística com peças documentadas.

Toda sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.

Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar destacado na história da arte do ocidente.

Biografia

Muitas dúvidas cercam a vida de Antônio Francisco Lisboa. Praticamente todos os dados hoje disponíveis sobre sua vida são derivados de uma biografia escrita em 1858 por Rodrigo José Ferreira Bretas, 44 anos após a morte do Aleijadinho, baseando-se alegadamente em documentos e depoimentos de indivíduos que haviam conhecido pessoalmente o artista. Contudo, a crítica recente tende a considerar essa biografia em boa medida fantasiosa, parte de um processo de magnificação e dramatização de sua personalidade e obra, numa manipulação romantizada de sua figura cujo intuito era elevá-lo à condição ícone da brasilidade, um misto de herói e artista, um gênio singular, sagrado e consagrado, como descreveu Roger Chartier.

O relato de Bretas, contudo, não pode ser completamente descartado, pois sendo a mais antiga nota biográfica substancial sobre Aleijadinho, sobre ele se construiu a maioria das biografias posteriores, mas as informações que traz precisam ser encaradas com algum ceticismo, sendo difícil distinguir o que é fato do que foi distorcido pela tradição popular e pelas interpretações do escritor.

Biografias e estudos críticos realizados pelos modernistas brasileiros na primeira metade do século XX também fizeram interpretações tendenciosas de sua vida e obra, aumentando a quantidade de estereótipos em seu redor, que ainda hoje se perpetuam na imaginação popular e em parte da crítica, e são explorados tanto por instâncias culturais oficias como pelas agências de turismo das cidades onde ele deixou sua produção.

A primeira notícia oficial sobre Aleijadinho apareceu em 1790 num memorando escrito pelo capitão Joaquim José da Silva, cumprindo ordem régia de 20 de julho de 1782 que determinava se registrassem em livro oficial os acontecimentos notáveis, de que houvesse notícia certa, ocorridos desde a fundação da Capitania de Minas Gerais.

O memorando, escrito ainda em vida, de Aleijadinho, continha uma descrição das obras mais notáveis do artista e algumas indicações biográficas, e em parte nele se baseou Bretas para escrever os traços biográficos relativos ao finado Antônio Francisco Lisboa, distinto escultor mineiro, mais conhecido pelo apelido de Aleijadinho, onde reproduziu trechos do documento original, que mais tarde se perdeu.

Primeiros Anos e Formação

Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, era filho natural de um respeitado mestre-de-obras e arquiteto português, Manuel Francisco Lisboa, e sua escrava africana, Isabel.

Na certidão de batismo invocada por Bretas consta que Aleijadinho, nascido escravo, fora batizado em 29 de agosto de 1730 na então chamada Vila Rica, atual Ouro Preto, na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, tendo como padrinho Antônio dos Reis e sendo alforriado na ocasião por seu pai e senhor. Na certidão não consta a data de nascimento da criança, que pode ter ocorrido alguns dias antes. Entretanto, há argumentos fortes que levam atualmente a se considerar mais provável que tenha nascido em 1738, pois em sua certidão de óbito consta como data de seu falecimento 18 de novembro de 1814, acrescentando que o artista tinha então 76 anos de idade. A data de 1738 é aceita pelo Museu Aleijadinho localizado em Ouro Preto, e segundo Vasconcelos o manuscrito original de Bretas, encontrado no arquivo da Arquidiocese de Mariana, remete o nascimento a 1738, advertindo corresponder a data ao registrado na certidão de óbito do artista.

O motivo da discrepância entre as datas no manuscrito e no opúsculo que foi impresso não é clara. Em 1738 seu pai casou com Maria Antônia de São Pedro, uma açoriana, e com ela deu quatro meios-irmãos a Aleijadinho, e foi nesta família que o artista cresceu.

Segundo Bretas o conhecimento que Aleijadinho tinha de desenho, de arquitetura e escultura fora obtido de seu pai e talvez do desenhista e pintor João Gomes Batista. Terá frequentado o internato do Seminário dos Franciscanos Donatos do Hospício da Terra Santa de 1750 até 1759, em Ouro Preto, onde aprenderia Gramática, Latim, Matemática e Religião. Entrementes, assistia seu pai nos trabalhos que ele realizava na Matriz de Antônio Dias e na Casa dos Contos, trabalhando também com seu tio Antônio Francisco Pombal, entalhador, e Francisco Xavier de Brito. Colaborou com José Coelho Noronha na obra da talha dos altares da Matriz de Caeté, projeto de seu pai. Data de 1752 o seu primeiro projeto individual, um desenho para o chafariz do pátio do Palácio dos Governadores em Ouro Preto.

Maturidade

Em 1756 pode ter ido ao Rio de Janeiro acompanhando Frei Lucas de Santa Clara, transportador do ouro e diamantes que deveriam ser embarcados para Lisboa, onde pode ter recebido influência dos artistas locais. Dois anos depois teria criado um chafariz de pedra-sabão para o Hospício da Terra Santa, e logo em seguida lançou-se como profissional autônomo. Contudo, sendo mulato, muitas vezes foi obrigado a aceitar contratos como artesão diarista e não como mestre.

Da década de 1760 até próximo da morte realizou uma grande quantidade de obras, mas na ausência de documentação comprobatória, diversas têm uma autoria controversa e são a rigor consideradas apenas atribuições, baseadas em critérios de semelhança estilística com sua produção autenticada.

Em 1767 morreu-lhe o pai, mas Aleijadinho, como filho bastardo, não foi contemplado no testamento. No ano seguinte alistou-se no Regimento da Infantaria dos Homens Pardos de Ouro Preto, onde permaneceu três anos, sem descontinuar sua atividade artística. Neste período recebeu encomendas importantes: o risco da fachada da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Sabará, e os púlpitos da Igreja São Francisco de Assis, de Ouro Preto.

Em torno de 1770 organizou sua oficina, que estava em franca expansão, segundo o modelo das corporações de ofícios ou guildas medievais, a qual em 1772 foi regulada e reconhecida pela Câmara de Ouro Preto. Ainda em 1772, no dia 5 de agosto, foi recebido como irmão na Irmandade de São José de Ouro Preto.

Em 4 de março de 1776 o governador da Capitania de Minas Gerais, Dom Antônio de Noronha, cumprindo instruções do vice-rei, convocou pedreiros, carpinteiros, serralheiros e ferreiros para integrarem um batalhão militar que trabalharia na reconstrução de um forte no Rio Grande do Sul. Aleijadinho teria sido obrigado a atender ao chamado, chegando a se deslocar até o Rio de Janeiro, mas então teria sido dispensado. No Rio providenciou o averbamento judicial da paternidade de um filho que tivera com a mulata Narcisa Rodrigues da Conceição, filho que se chamou, como o avô, Manuel Francisco Lisboa. Mais tarde ela o abandonou e levou o filho para o Rio, onde ele se tornou artesão.

Até então, de acordo com Bretas, Aleijadinho gozara de boa saúde e apreciava os prazeres da mesa e as festas e danças populares, mas a partir de 1777 começaram a surgir os sinais de uma grave doença que, com o passar dos anos, deformou-lhe o corpo e prejudicou seu trabalho, causando-lhe grandes sofrimentos. Até hoje, como Bretas reconhecera, é desconhecida a exata natureza de seu mal, e várias propostas de diagnóstico foram oferecidas por diversos historiadores e médicos.

Mesmo com crescente dificuldade, prosseguiu trabalhando intensivamente. Em 9 de dezembro de 1787 assumiu formalmente como juiz da Irmandade de São José. Em 1790 o capitão Joaquim José da Silva escreveu o seu importante memorando para a Câmara de Mariana, parcialmente transcrito por Bretas, onde deu diversos dados sobre o artista, e, testemunhando a fama que então já o acompanhava, saudou-o como:

"O novo Praxíteles… que honra igualmente a arquitetura e escultura… Superior a tudo e singular nas esculturas de pedra em todo o vulto ou meio relevado e no debuxo e ornatos irregulares do melhor gosto francês é o sobredito Antônio Francisco. Em qualquer peça sua que serve de realce aos edifícios mais elegantes, admira-se a invenção, o equilíbrio natural, ou composto, a justeza das dimensões, a energia dos usos e costumes e a escolha e disposição dos acessórios com os grupos verossímeis que inspira a bela natureza. Tanta preciosidade se acha depositada em um corpo enfermo que precisa ser conduzido a qualquer parte e atarem-se-lhe os ferros para poder obrar"

Iconografia

Não há notícia de que Aleijadinho tenha sido retratado em vida, mas no início do século XX foi descoberto, na Casa de Ex-Votos do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, um pequeno retrato de um mulato bem vestido, com as mãos parcialmente ocultas, a esquerda segurando a base de uma estatueta.

A obra foi então vendida em 1916 ao comerciante carioca Baerlein como sendo um retrato do artista, e depois de ir parar num antiquário, foi comprada por Guilherme Guinle, quando a esta altura se atribuiu a autoria a Mestre Ataíde.

Em 1941 Guinle doou o retrato ao Arquivo Público Mineiro, onde em 1956 foi redescoberto pelo historiador Miguel Chiquiloff, que deu início a uma pesquisa de quase vinte anos para provar sua autenticidade. A conclusão de Chiquiloff foi que a imagem de fato representa Aleijadinho, mas sua autoria foi atribuída a um obscuro pintor, Euclásio Penna Ventura.

Depois disso acendeu-se um grande debate na imprensa, e a opinião pública mineira foi induzida a mostrar-se favorável ao reconhecimento oficial da obra como um retrato autêntico do afamado mestre. A proposta foi inclusive objeto de um projeto de lei que deu entrada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mas de acordo com um parecer do Conselho Estadual de Cultura, que eximiu-se de julgar um assunto que lhe pareceu fora de sua alçada, o projeto foi vetado pelo governador. Contudo, a Assembleia derrubou o veto governamental e aprovou a Lei nº 5.984, de 12 de setembro de 1972, reconhecendo o retrato como a efígie oficial e única de Antônio Francisco Lisboa. É a imagem que ilustra esta biografia. Alguns artistas brasileiros também ofereceram versões conjeturais de sua aparência, entre eles Belmonte e Henrique Bernardelli.

Anos Finais e Morte

Em 1796 recebeu outra encomenda de grande importância, para a realização de esculturas da Via Sacra e os Profetas para o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, consideradas a sua obra-prima.

No censo de 1804 seu filho apareceu como um de seus dependentes, junto com a nora Joana e um neto.

Entre 1807 e 1809, estando sua doença em estado avançado, a sua oficina encerrou as atividades, mas ele ainda realizou alguns trabalhos. A partir de 1812 sua saúde piorou e ele passou a depender muito das pessoas que o assistiam.

Mudou-se para uma casa nas proximidades da Igreja do Carmo de Ouro Preto, para supervisionar as obras que estavam a cargo de seu discípulo Justino de Almeida. A esta altura estava quase cego e com as capacidades motoras grandemente reduzidas.

Por um breve período voltou para sua antiga moradia, mas logo teve de acomodar-se na casa de sua nora, que de acordo com Bretas se encarregou dos cuidados de que necessitava até que ele veio a falecer, em 18 de novembro de 1814.

Foi sepultado na Matriz de Antônio Dias, em uma tumba junto ao altar de Nossa Senhora da Boa Morte, de cuja festa pouco antes tinha sido juiz.

Fonte: Wikipédia

Athos Bulcão

ATHOS BULCÃO
(90 anos)
Pintor, Escultor, Arquiteto, Desenhista e Mosaicista

* Rio de Janeiro, RJ (02/07/1918)
+ Brasília, DF (31/07/2008)

Nascido no bairro carioca do Catete, desistiu do curso de medicina em 1939 para se dedicar às artes visuais. Sua primeira exposição individual veio em 1944, na inauguração da sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em sua cidade natal.

Em 1945 trabalhou como assistente de Cândido Portinari no painel de São Francisco de Assis da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Em seguida, mudou-se para Paris, onde viveu até 1949.

Foi funcionário do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura, onde trabalhou com ilustração de publicações. Também realizou trabalhos como artista gráfico e desenhista.

Na função de escultor e mosaiista, passou a colaborar com Oscar Niemeyer em 1955, integrando o esforço de construção de Brasília a partir de 1957. Em 1958, mudou-se defininivamente para a capital brasileira. Nos anos 1960, estabeleceu parceria com o arquiteto João Filgueiras Lima, cujas obras eventualmente apresentam painéis criados por Athos.

Pelo conjunto da obra, recebeu vários prêmios e condecorações, como a Ordem do Mérito Cultural, recebida em 1995 do Ministério da Cultura.

Faleceu aos 90 anos de idade no Hospital Sarah Kubitschek da Asa Sul em Brasília, devido a complicações do mal de Parkinson.

Fonte: Wikipédia