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Antônio Ermírio de Moraes

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
(86 anos)
Empresário, Engenheiro e Industrial

* São Paulo, SP (04/06/1928)
+ São Paulo, SP (24/08/2014)

Antônio Ermírio de Moraes foi um empresário, engenheiro e industrial brasileiro. Foi presidente e membro do conselho de administração do Grupo Votorantim e presidente da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Seu pai, o engenheiro pernambucano José Ermírio de Morais, criou o Grupo Votorantim, comprando as ações de uma empresa de tecelagem localizada na cidade de Votorantim, São Paulo que pertencia ao seu sogro, avô de Antônio Ermírio, o imigrante português António Pereira Inácio, diversificando o negócio. Sua mãe, Helena Rodrigues Pereira, nasceu em Boituva, SP, e teve com José Ermírio de Morais, quatro filhos, dos quais Antônio Ermírio foi o segundo.

Antonio Ermírio nasceu sem um rim e isso o ajudou a lutar toda a vida. Formou-se em engenharia metalúrgica em 1949 pela Colorado School Of Mines, mesma universidade que o seu pai, José Ermírio de Morais, estudou. Casou em 1953 com Maria Regina, com quem passou a lua-de-mel na Europa.

Na década de 50, sua família foi taxada de louca por querer concorrer com os grandes produtores de alumínio, como Alcan, Alcoa e Vale, e fundou a Companhia Brasileira de Alumínio. A empresa iniciou suas operações em 1955 produzindo apenas 4 mil toneladas e completou seu cinquentenário com 400 mil toneladas.

Em 1956, Antônio Ermírio de Moraes, teve de contrair empréstimos que equivaliam a 16 meses de faturamento, na mesma época sofreu um acidente ao visitar a unidade e, queimado por soda cáustica, ficou um mês de cama. Esta experiência ajudou a sedimentar em sua obsessão por conduzir o Grupo Votorantim da forma mais conservadora possível, evitando contrair dívidas.

Após assumir o grupo, Antônio Ermírio transformou-o em uma multinacional, com a aquisição de uma fábrica de cimento no Canadá. Expandiu o Grupo Votorantim, com mais de 60 mil funcionários, atuou nas áreas de cimento, celulose, papel, alumínio, zinco, níquel, aços longos, filmes de polipropileno bi orientado, especialidades químicas e suco de laranja.

Apesar do Grupo Votorantim possuir um banco, Antônio Ermírio de Moraes era um crítico do sistema financeiro e da especulação financeira:

"Se eu não acreditasse no Brasil, seria banqueiro!"

Antônio Ermírio de Moraes, 1980
Quando o banco foi criado não se conformava com o fato dele, ocupando somente um andar e empregando poucos funcionários, ser mais lucrativo do que sua Companhia Brasileira de Alumínio. Em relação ao banco Antônio Ermírio de Moraes costumava brincar que a instituição só foi criada "para não pagar os juros cobrados pelo mercado e estabelecidos pelo Banco Central".

Ao mesmo tempo que lidava com matérias-primas, Antônio Ermírio de Moraes deu o aval para a criação da Votorantim Ventures, a caçula das empresas do grupo criada há quase quatro anos. A Votorantim Ventures é um fundo de investimento com 300 milhões de dólares para investir em áreas tão diversas como biotecnologia, bioinformática, distribuição de MRO, serviços de datacenter e de call center, comércio eletrônico e biodiversidade.

Assim como o pai, aventurou-se na política, lançando-se à candidatura ao governo do Estado de São Paulo em 1986 pela União Liberal Trabalhista Social (PTB, PL e PSC), ficando em segundo lugar, perdendo para Orestes Quércia, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em uma época em que não havia segundo turno. Durante esta experiência ficou chocado com as manobras políticas e fisiológicas, todos que o abordavam pediam cargos para poder ficar sem trabalhar.

Foi a frustração com a política que o levou a escrever peças teatrais, dizia que "a política é o maior de todos os teatros". É autor de três peças de teatro, duas já lançadas no circuito paulistano: "Brasil S.A.", "Acorda Brasil" e "S.O.S Brasil". Todas as peças acabaram virando livro e a peça "Acorda Brasil" foi vista por 26 mil pessoas.

Também escreveu para a Folha de São Paulo uma coluna dominical durante 17 anos. O empresário sempre dedicou parte de seu tempo à Sociedade Beneficência Portuguesa de São Paulo, uma hora e meia todo dia. Também se dedicou à Associação Cruz Verde de São Paulo, à Fundação Antônio Prudente, entre outras organizações não governamentais.

Em 2001 deixou a presidência do conselho de administração do Grupo Votorantim e entregou o comando do conglomerado aos filhos e sobrinhos. Trabalhador incansável, uma combinação de doenças afetaram sua mente e seus movimentos, imobilizando-o numa cama, levando-o a sofrer de Hidrocefalia e Mal de Alzheimer.


Resultados e Homenagens

Em 2013 a família de Antônio Ermírio de Moraes apareceram entre os 100 maiores bilionários do mundo, segundo ranking da Forbes, com fortuna avaliada em US$ 12,7 bilhões. No Brasil, a família foi considerada a terceira mais rica, segundo ranking divulgado pela revista em maio de 2014.

Antônio Ermírio de Moraes trabalhava 12 horas por dia, mas ponderava que era preciso moderação.

"Na vida, o meio termo é o correto, nem tanto ao mar,  nem tanto à terra. Eu acho que é preciso trabalhar, mas não se descuidar do lazer, para você, para sua família, para sua saúde inclusive!"
(Antônio Ermírio de Moraes durante uma entrevista à rádio CBN)

Pela intensa atividade social e pela trajetória empresarial ascendente, o empresário é um ícone da classe empresarial industrial. O currículo exibe ainda o Prêmio Eminente Engenheiro do Ano, mérito reconhecido em 1979. Em 2003 recebeu a Medalha do Conhecimento do Governo Federal.

Sua família ganhou o destaque do Prêmio Octavio Frias de Oliveira, tanto pela administração do Hospital Beneficência Portuguesa há mais de 50 anos, quanto pela participação no conselho curador da rede voluntária do Hospital A.C. Camargo e ser uma das maiores doadoras da Associação de Assistência à Criança Deficiente.

Em 2013, a vida do empresário foi retratada pelo sociólogo José Pastore em uma biografia intitulada "Antônio Ermírio de Moraes: Memórias de Um Diário Confidencial".

"No campo pessoal, a marca de Antônio Ermírio foi a simplicidade, sempre acompanhada de humildade e generosidade. Como empresário ele tinha como meta investir continuamente para gerar empregos de boa qualidade. [...] Como investidor ele pregava ser de responsabilidade dos empresários não apenas produzir e pagar impostos, mas também, ajudar o próximo. E para tanto, ele deu o exemplo ao longo dos seus 60 anos de trabalho", disse José Pastore, em nota.

Maria Regina Costa de Moraes e Antônio Ermírio de Moraes
Família

Antônio Ermírio de Moraes tinha 9 filhos, entre eles, Regina de Moraes, presidente da ONG Velho Amigo. Seu filho Carlos Ermírio de Moraes faleceu no dia 18/08/2011 após lutar durante 4 anos contra um câncer.


Morte

Antônio Ermírio de Moraes morreu na noite de domingo, 24/08/2014, em São Paulo, aos 86 anos. Segundo informações da assessoria de imprensa da empresa, ele morreu em sua casa, no Morumbi, Zona Sul, vítima de insuficiência cardíaca.

O corpo do empresário será velado a partir das 09:00 hs de segunda-feira, 25/08/2014, no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa. A partir das 16:00 hs, o cortejo deve seguir ao Cemitério do Morumbi, onde ele será sepultado. Antônio Ermírio de Moraes deixa a esposa, Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos.


Nota do Grupo Votorantim

"É com grande pesar que o Grupo Votorantim comunica o falecimento do Drº  Antônio Ermírio de Moraes, aos 86 anos, na noite deste domingo, 24 de agosto, em São Paulo.
Presidente de honra do Grupo Votorantim, Dr. Antônio era engenheiro metalúrgico formado pela Colorado School Of Mines (EUA) e iniciou sua carreira no Grupo em 1949, sendo o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio, inaugurada em 1955.
Com o falecimento do Drº Antônio Ermírio de Moraes, o Grupo Votorantim perde um grande líder, que serviu de exemplo e inspiração para seus valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais justo, com saúde e educação de qualidade para todos.
Drº Antônio deixa a esposa, Dona Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos. O corpo será velado a partir das 9h desta segunda-feira no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa e o cortejo sairá às 16h rumo ao Cemitério do Morumbi, onde o corpo será enterrado."

Alberto Pittigliani

ALBERTO PITTIIGLIIANI
(85 anos)
Empresário, Comerciante, Industrial e Financista

* Imbituba, SC (16/04/1918)
+ Rio de Janeiro, RJ (02/08/2003)

Alberto Pittigliani, em 1954, adquiriu a gravadora Sinter, que transformou em uma das maiores do país, a Companhia Brasileira de Discos, vendendo-a quatro anos depois para a Philips, que o conservou na presidência até 1966. Sob sua direção, a gravadora obteve sucesso com o surgimento da Bossa Nova e foram lançados artistas como Elis Regina e Jorge Ben, hoje Jorge Benjor.

Alberto Pittigliani sempre incentivou a gravação de autores da Música Popular Brasileira, inclusive os da Velha Guarda, como Lamartine Babo, Pixinguinha, Ary Barroso, Ataulfo Alves, entre outros.

Além de gravar também com intérpretes brasileiros que viriam a se tornar grandes nomes do cenário internacional, teve participação direta na gravação e divulgação da música erudita nacional, produzindo discos de música clássica, de autores como Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Cláudio Santoro, entre outros.

Alberto Pittigliani, Teresinha Morango e os filhos Alberto Jr e Andréa.
Pioneiro na modernização da indústria fonográfica nacional, foi o primeiro a lançar o disco Long-Play (LP) e a montar, em São Paulo, uma fábrica de fitas minicassete. Foi o fundador e o primeiro presidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD).

Deixando o mundo do disco, foi um empresário de grande sucesso, tendo sido dono da fábrica de bebida Seagrams, que lançou no Brasil o Campari, e fundador da Tibrás, fábrica de titânio localizada na Bahia.

Alberto Pittigliani foi casado com Augusta Belleti, com quem teve uma filha, Suely Stambowsky, e com Teresinha Morango, Miss Brasil 1957, mãe de Andrea Pittigliani e Alberto Pittigliani Júnior.

Indicação: Miguel Sampaio

Hugo Miguel Etchenique

HUGO MIGUEL ETCHENIQUE
(88 anos)
Engenheiro e Empresário

* La Paz, Bolívia (24/11/1925)
+ São Paulo, SP (21/07/2014)

Hugo Miguel Etchenique foi um engenheiro e empresário, fundador da marca Brastemp, uma das mais importantes indústrias do país. Boliviano naturalizado brasileiro, Hugo Miguel era filho de Miguel Etchenique e Elena Etchenique Dorado, nasceu em La Paz, na Bolívia, no dia 24/11/1925.

Engenheiro industrial formado pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, passou por diversos cursos no Massachusetts Institute Of Technology (MIT), em Cambridge, e no Stevens Institute Of Techonology, em Hoboken, New Jersey.

Em 1950, desembarcou no Brasil para trabalhar com o pai no empreendimento da Brasmotor.

Depois de passar por todos os setores da fábrica de São Bernardo do Campo, assumiu uma das gerências da empresa e participou da criação da marca Brastemp em 1954. Peça importante nas negociações da transição da companhia para a linha-branca. Hugo Miguel trabalhou também na criação da Multibrás em associação com a Sears e a Whirlpool em 1958, e na montagem final da holding Brasmotor em 1961. Dois anos depois, assumiu a superintendência da Multibrás.


Nos anos 70, já à frente do Conselho de Administração e da Superintendência da Brasmotor S.A., coordenou a incorporação e o ajustamento da Consul e da Empresa Brasileira de Compressores (Embraco) ao grupo, processo que repetiria em 1984 com a aquisição do controle acionário da Semer, fabricante de fogões.

Nos anos 90, sob o comando de Hugo Miguel Etchenique, a Brasmotor solidificou sua estrutura corporativa e preparou as bases de sua internacionalização. Para realizar o primeiro objetivo, o presidente do Conselho de Administração propôs, em 1994, a fusão da Brastemp, Consul e Semer na nova Multibrás S.A. Eletrodomésticos. Nesse mesmo ano, Hugo Miguel Etchenique e seus executivos foram à Itália finalizar a compra da Aspera S.A., importante fábrica de compressores, incorporando-a à Empresa Brasileira de Compressores (Embraco).

No início de 1995, formalizaram uma joint-venture entre a Embraco, a Whirlpool e a Beijing Snowflake Electric Appliance Group, também para a produção de compressores para refrigeradores domésticos na China.

Apesar de ter deixado o comando do grupo Brasmotor, controlador da Multibrás, dona das marcas Brastemp e Consul, no ano 2000, após 30 anos, Hugo Miguel Etchenique ainda era chamado para opinar sobre os negócios da empresa, que teve o controle acionário vendido em 1997 para a americana Whirlpool.

O bordão "Não é assim uma Brastemp", um dos mais famosos da publicidade brasileira, foi criado na sua gestão. "Ele era uma Brastemp", comentou o seu filho Rodrigo, que participava com ele da direção da empresa.


Morte

Hugo Miguel Etchenique morreu na segunda-feira, 21/07/2014, às 22:22 hs, aos 88 anos. O empresário tinha 83 anos e sofria de complicações pulmonares há cerca de três anos. No domingo, 20/07/2014, foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, mas a infecção agravou-se e ele não resistiu.

O velório ocorreu na terça-feira, 22/07/2014, das 10:00 hs às 14:00 hs, no Einstein, na Avenida Albert Einstein, 672, no Morumbi, e em seguida o sepultamento no Cemitério São Paulo, na Avenida Cardeal Arcoverde, em Pinheiros.

Hugo Miguel Etchenique deixa cinco filhos, quatorze netos e um bisneto.

Na nota de falecimento assinada por João Carlos Brega, Chief Executive Officer (CEO) da Whirpool, lamenta a perda:

"Em nome dos 68 mil colaboradores da Whirlpool Corporation em todo mundo, manifestamos irrestrita solidariedade e carinho aos familiares. Inexistem palavras capazes de descrever o profundo respeito e admiração que sempre tivemos pelo Srº Etchenique, além do reconhecimento por suas inúmeras contribuições ao nosso País, à indústria brasileira e à inovação."

"Hugo Miguel Etchenique será para sempre lembrado como um ícone e um exemplo para os brasileiros e para a indústria", escreveu em comunicado enviado à imprensa.

Fonte: Economia IG
Indicação: Miguel Sampaio

Norberto Odebrecht

NORBERTO ODEBRECHT
(93 anos)
Engenheiro e Empresário

* Recife, PE (09/10/1920)
+ Salvador, BA (19/07/2014)

Norberto Odebrecht nasceu em Recife, PE, em 09/10/1920. Filho de Emílio Odebrecht e Hertha, Norberto chegou a Salvador aos cinco anos. Aos 15 anos, começou a trabalhar nas oficinas da empresa do pai, a Emílio Odebrecht & Cia, onde aprendeu os ofícios de pedreiro, serralheiro, armador. Foi chefe de almoxarifado e responsável pelo transporte. Conviveu e aprendeu com mestres-de-obras e operários.

Quando completou 18 anos, Norberto Odebrecht ingressou no curso de engenharia da Escola Politécnica de Salvador. No terceiro ano de faculdade, aos 21 anos, assumiu a empresa do pai, que havia entrado em dificuldades. Apesar de conciliar trabalho, estudos e a convocação para o serviço militar, Norberto Odebrecht concluiu a graduação em engenharia em 1943.


Em 1944, após constituir a própria empresa e negociar dívidas, fundou a Construtora Odebrecht, que fica em Salvador. Após algumas décadas no mercado, a empresa tornou-se um conglomerado que atua em países como Angola, Argentina, Equador, Portugal, Estados Unidos, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.

Em 1965, Norberto Odebrecht criou a Fundação Odebrecht, que apoia projetos de desenvolvimento social no Baixo Sul da Bahia.

Em 1991, Norberto Odebrecht passou a presidência da Odebrecht S.A. ao filho Emílio Odebrecht. O fundador da Organização se tornou então presidente do Conselho de Administração, cargo que mais adiante o filho Emílio assumiu em 1998. Desde então, Norberto Odebrecht era o Presidente de Honra da Odebrecht S.A., além de Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht e membro da Academia Nacional de Engenharia.

Atualmente, o filho Emílio segue na presidência do Conselho de Administração da Odebrecht S.A. e seu neto Marcelo Odebrecht é o diretor-presidente da Organização Odebrecht.


Organização Odebrecht

Entre 1945 e 1948, Norberto Odebrecht realizou obras em Salvador e no interior da Bahia. A partir de 1969, a organização expandiu as atividades para o sudeste brasileiro. Em 1973, com obras na maioria dos estados brasileiros, a Odebrecht tornou-se uma empresa de atuação nacional e conquistou o título de uma das principais construtoras do Nordeste.

Já em 1980, a organização entrou no segmento de hidrelétricas, com a incorporação da Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), e expandiu a atuação em engenharia e construção no Brasil.

Em 1981 foi criada a holding Odebrecht S.A., voltada para a preservação das concepções filosóficas e o direcionamento dos Negócios. A Organização Odebrecht faz 70 anos, com atuação diversificada por meio de 15 Negócios, três Fundos de Investimento e cinco Empresas Auxiliares, além da atuação social da Fundação Odebrecht e do amplo conjunto de programas socioambientais e culturais nas Comunidades em que está presente. Além disso, são 35 anos de atuação no Peru, 30 anos em Angola e dez anos em Moçambique.


Morte

Norberto Odebrecht morreu aos 93 anos, no sábado, 19/07/2014, por volta das 20:00 hs, em Salvador, BA. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do grupo Odebrecht na capital baiana. Ele estava internado há dois dias no Hospital Cádio Pulmonar com problemas cardíacos.

O corpo do engenheiro foi sepultado na manhã de domingo, 20/07/2014, no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador. 

Fonte: Wikipédia e G1

Eduardo José Farah

EDUARDO JOSÉ FARAH
(80 anos)
Empresário e Dirigente Esportivo

* Campinas, SP (01/05/1934)
+ São Paulo, SP (17/05/2014)

Eduardo José Farah foi um empresário e dirigente desportivo brasileiro. Foi presidente da Federação Paulista de Futebol de 1988 a 2003.

Farah iniciou suas atividades profissionais no ramo de tecidos. Depois, tentou a sorte nos setores imobiliário e financeiro até se tornar dirigente esportivo.

Colecionador de polêmicas ao longo de sua trajetória como dirigente, Eduardo José Farah foi presidente do Guarani de Campinas em 1967 e depois comandou a Federação Paulista de Futebol entre os anos de 1988 e 2003.

Farah deixou o cargo poucos meses após uma briga judicial entre a Federação Paulista de Futebol e a TV Globo. O dirigente negociou os direitos de transmissão do Campeonato Paulista de 2003 com o SBT, alegando que a emissora carioca não exerceu o direito de preferência na renovação do contrato do Estadual. A TV Globo contestou a posição de Farah, dizendo que enviou à federação uma proposta nos mesmos termos financeiros propostos pelo canal de Silvio Santos.

A competição começou sem uma decisão definitiva da Justiça, no dia 25/01/2003, com uma situação constrangedora para a entidade e as duas emissoras. A partida de abertura, entre Santo André e Santos, foi transmitida por TV Globo e SBT, apesar de uma liminar garantir o direito exclusivo da emissora paulista. A TV Globo alegava que não tinha conhecimento da liminar conquistada pela Federação Paulista de Futebol, e apresentou outra decisão judicial, anterior, para entrar no estádio e fazer a transmissão do jogo.

A briga entre as emissoras gerou fatos curiosos, como a transmissão por TV aberta de partidas do Paulistão às 21:00 hs, horário em que a TV Globo costuma exibir sua principal novela na programação.

SBT e TV Globo acabaram transmitindo juntas a maior parte da competição. No ano seguinte, meses depois de deixar o cargo, Farah disse a empresários durante uma palestra, em São Paulo, que o caso acabou forçando sua saída da federação. "Tirei a Globo do campo, ela me tirou da federação", disse o ex-dirigente, de acordo com relato da Folha de S.Paulo. Na ocasião, a TV Globo se defendeu dizendo que não foi "tirada de campo", já que manteve na Justiça o direito de preferência na transmissão do Paulistão 2004.


Farah foi substituído na  Federação Paulista de Futebol pelo seu vice-presidente, Marco Polo Del Nero, que ocupa o cargo mandatário da entidade até hoje e já é presidente eleito da  Confederação Brasileira de Futebol (CBF), um sonho que o antecessor não conseguiu realizar durante a era em que a confederação era dirigida por Ricardo Teixeira.

Ele também é lembrado por ter apresentado diversas inovações no futebol, como o caso do spray de espuma usado pelos árbitros de todo o mundo para marcação dos jogadores em cobranças de faltas.

A gestão de Farah foi marcada por uma série de inovações polêmicas, como a adoção de dois árbitros por partida, disputa de pênaltis em jogos empatados no tempo normal durante a fase de pontos no Estadual, e a criação da Liga Rio-São Paulo, em 2002. Também em sua gestão, a Federação Paulista de Futebol implantou o uso do spray para formação da barreira, mais tarde adotado por outras entidades de futebol no mundo todo.

Os regulamentos das competições organizadas por Farah também foram alvo de críticas ao longo de sua gestão. Na Liga Rio-São Paulo de 2002, São Paulo e Palmeiras fizeram a semifinal e empataram os dois jogos, por 1 a 1 e 2 a 2. O time alviverde tinha a melhor campanha na primeira fase, mas a vaga na final ficou com o Tricolor porque o primeiro critério de desempate foi o menor número de cartões amarelos e vermelhos recebidos na semifinal. O Corinthians acabou campeão do torneio após bater o São Paulo na decisão.

Dois anos antes, no Paulistão 2000, o Palmeiras precisou perder uma partida para o Corinthians no último jogo da terceira fase para ficar com a vantagem de dois resultados iguais na semifinal, contra o Santos. Como essa vantagem era dada ao time que tivesse maior pontuação na soma de todas as fases anteriores, o Verdão precisava enfrentar o Peixe. Se jogasse contra o São Paulo, que fez cinco pontos a mais na fase anterior, ficaria sem a vantagem. O Santos foi o primeiro colocado do outro grupo, com o Tricolor em segundo. O Palmeiras, com a derrota por 4 a 2 diante do Corinthians, ficou em segundo no grupo e enfrentou o time praiano. Acabou eliminado.

Outro feito polêmico de Farah na Federação Paulista de Futebol foi a criação da campanha Disque-Marcelinho, em 1998. A entidade comprou o passe de Marcelinho Carioca, que pertencia ao Valencia, por 7 milhões de dólares e realizou uma votação por meio de telefone com o prefixo "0900" para eleger o clube que receberia o jogador. Os quatro clubes grandes paulistas concorriam, e o Corinthians venceu. A ligação custava, à época, R$ 3,00. A campanha acabou barrada pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, que não liberou o alvará para o uso do "0900", mas o Timão levou o jogador

Depois de sair do mundo do futebol, dedicou-se a seus negócios pessoais.


Morte

O Hospital do Coração de São Paulo confirmou o falecimento do ex-presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, aos 80 anos. De acordo com o boletim médico divulgado, o ex-dirigente morreu às 5:30 hs de sábado, 17/05/2014, devido à falência múltipla dos órgãos.

Farah vinha sofrendo com doenças renais e enfrentava o problema desde o dia 16/11/2013, quando foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo. O sepultamento aconteceu ainda no sábado, 17/05/2014, às 16:00 hs, no Cemitério do Morumbi.

Fonte: Wikipédia, R7 EsportesVeja e UOL

Henry Maksoud

HENRY MAKSOUD
(85 anos)
Engenheiro e Empresário

* Aquidauana, MS (08/03/1929)
+ São Paulo, SP (17/04/2014)

Henry Maksoud foi um engenheiro civil, engenheiro eletricista e empresário brasileiro.

Henry Maksoud nasceu em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, em 1929. Mudou-se para São Paulo aos 15 anos para estudar. Formou-se em engenharia na Universidade Mackenzie, em 1951.

Recebeu o título de "Mestre De Ciências Em Mecânica de Fluidos", da Universidade de Iowa, Estados Unidos. Dono do lendário cinco estrelas Hotel Maksoud Plaza, tradicional hotel da região da Avenida Paulista em São Paulo, inaugurado em 1979 e um dos mais antigos cinco estrelas de São Paulo. Fundou também o Grupo Editorial Visão, que publicava a revista Visão, e a empresa de engenharia Hidroservice Engenharia, empresa de engenharia e projetos, fundada por ele em 1958 e responsável pelo Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Tom Jobim) e Aeroporto Internacional de Manaus (Eduardo Gomes).

A Hidroservice foi uma das primeiras empresas brasileiras a projetar grandes obras no exterior, como o sistema de telecomunicações da Nigéria.

Henry Maksoud foi o fundador da Sisco, uma das primeiras empresas de computadores, softwares e sistemas do país.

De 1967 a 1968, foi presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Entre 1988 e 1991 comandou um programa semanal na TV Bandeirantes intitulado "Henry Maksoud e Você", onde além de apresentar um tema ao telespectador os discutia com conhecidos interlocutores.

Era adepto a idéias francamente favoráveis à liberdade individual, à democracia representativa, ao estado de direito, ao governo limitado e adepto do liberalismo econômico.

Autor e diretor geral da peça teatral "Emoções Que o Tempo Não Apaga - Uma Crônica Musical" apresentada no Teatro Maksoud Plaza.


Maksoud Plaza

Maksoud Plaza é um hotel de luxo da cidade de São Paulo. Está localizado na Alameda Campinas, próximo à Avenida Paulista. Está entre os hotéis mais luxuosos da cidade, tendo recebido vários governantes e celebridades.

Lá aconteceram shows de Frank Sinatra e um grande número de eventos com celebridades mundiais como Michel Legrand, George Shearing, Joe Willians, Billie Eckstine, Julio Iglesias, Sammy Davis Jr., Alberta Hunter, Bobby Short, Buddy Guy, entre outros.

No início de 1999, o hotel serviu de cenário para a telenovela "Torre de Babel", da TV Globo: dentro dele suicidou-se a vilã da trama, Ângela Vidal, interpretada por Cláudia Raia.


Arquitetura do Hotel

O majestoso Atrium Lobby dá aos hóspedes uma acolhida inesquecível revelando um casamento sofisticado do Edifício com o Meio Ambiente Verde, destacando-se: a estrutura escultural do inigualável teto solar ligado à atmosfera, as torres coloridas dos elevadores panorâmicos, as fontes e espelhos d'água, vegetações floridas e verdes, obras de arte, jardins suspensos de plantas tropicais e reflexos de tonalidades da luz solar nos forros dos 22 andares do Atrium, e com sons de músicas em todos os pontos do Hotel. Belas obras de arte de Bruno Giorgi, Toyota e a grandiosa escultura premiada de concreto armado Arrozal de Benguet de Maria Bonomi, além de outras muitas pinturas a óleo acrescentam à sofisticação da atmosfera.


Morte

Faleceu na quinta-feira, 17/04/2014, por volta das 13:00 hs, aos 85 anos em sua casa, na Chácara Flora, zona sul de São Paulo, SP, vítima de câncer no pulmão. Desde o começo do ano Henry Maksoud estava com a saúde debilitada devido a uma pneumonia.

O corpo de Henry Maksoud começou a ser na noite de 17/04/2014, no Cemitério do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista. A cerimônia de sepultamento aconteceu na manhã de sexta-feira, 18/04/2014.

Fonte: Wikipédia e Veja SP

Luciano do Valle

LUCIANO DO VALLE QUEIRÓS
(66 anos)
Locutor Esportivo, Apresentador de TV e Empresário

* Campinas, SP (04/07/1947)
+ Uberlândia, MG (19/04/2014)

Luciano do Valle Queirós foi um locutor esportivo, apresentador de televisão e empresário brasileiro.

Narrou várias Copas do Mundo e trabalhou em várias emissoras de rádio e televisão, como Rede Globo (1971-1982), Rede Record (1982-1983, 2003-2006) e Rede Bandeirantes (1983-2003, 2006-2014). Foi locutor de Fórmula 1 e transmitiu a fase áurea de Emerson Fittipaldi nessa categoria, que o transformou em um ídolo do esporte brasileiro.

Depois que saiu da Rede Globo no início dos anos 80, mais precisamente após à Copa de 1982, desenvolveu paralelamente uma carreira de empresário e promotor de esportes. Seu primeiro grande sucesso nessa carreira foi a promoção da seleção brasileira de voleibol, quando transmitiu um campeonato em São Paulo pela Rede Record. Seu trabalho tornou ídolos nacionais, jogadores como Bernard, William, Montanaro e Renan, que depois ficaram conhecidos como a "Geração de Prata" do vôlei brasileiro. Depois promoveria a carreira de Maguila, famoso lutador de boxe nacional.

Ao passar para a Bandeirantes, foi responsável pela ênfase da emissora nas transmissões esportivas (seu slogan passou a ser "Canal do Esporte"), exibindo aos domingos o programa de longa duração "Show do Esporte", que apresentava todo os tipos de evento esportivo, desde jogos de sinuca, boxe, automobilismo e esportes olímpicos.

Apresentou ao Brasil a Fórmula Indy e a Seleção Brasileira Masters de Futebol, que contava com seus grandes amigos Rivelino, Edu e Dario.

Durante o verão brasileiro, transmitia várias modalidades de esportes de praia, em programas especiais de verão.

Atualmente reduziu suas atividades empresariais, continuando como narrador e transmitindo o Campeonato Brasileiro pela Band, e as provas da Indy Racing League (IRL). Apresentou o programa "Apito Final", pela TV Bandeirantes, durante a Copa do Mundo de 2006, e transmitiu os jogos do Brasil na mesma copa pelo canal de televisão a cabo chamado Band Sports. Também apresentava com sua esposa Flávia do Valle, o programa "Tudo Em Dia", programa local exibidos aos domingos, na Band RS.


Morte

Luciano do Valle morreu na tarde de sábado, 19/04/2014, em Uberlândia, aos 70 anos. Ele foi internado em um hospital particular da cidade mineira, na tarde de 19/04/2014, após passar mal durante voo até a cidade - onde faria a transmissão do jogo entre Atlético-MG e Corinthians, no domingo, pelo Campeonato Brasileiro.

O jornalista, que viajava de São Paulo, foi socorrido ainda no aeroporto da cidade mineira pelo Corpo de Bombeiros. A morte do narrador foi confirmada pela TV Bandeirantes, emissora na qual trabalhava. O último jogo transmitido por ele foi a final do Campeonato Paulista - o título do Ituano sobre o Santos nos pênaltis no domingo, dia 13/04/2014.

De acordo com informações do hospital, o narrador deu entrada direto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A causa da morte ainda não foi confirmada, e o hospital não passou mais detalhes sobre o ocorrido. O médico que o atendeu no voo relatou à Bandeirantes que a passagem de Luciano do Valle foi sem sofrimento, uma "morte súbita". Infecção na aorta, embolia pulmonar e infarto são algumas hipóteses levantadas pelo médico, mas ainda é cedo para determinar a causa da morte.

O jornalista da TV Globo Marco Aurelio Souza estava no mesmo voo do narrador e contou o que se passou no avião.

"Ele não se sentiu bem durante o voo. Não teve nenhum rebuliço no avião. Ele só comunicou à comissária que não se sentia bem e pediu que, quando o avião descesse, chamassem um médico. Estava na primeira fileira. Todos os passageiros saíram, mas ele permaneceu. Quando eu saía, o comandante já tinha saído da cabine e conversava com ele indicando que tinha chamado um médico. A gente ficaria no mesmo hotel. Quem me relatava as coisas era o Fernando Fernandes, da Band. O Luciano já foi muito mal para o hospital. Meia hora depois, o Fernando me ligou para dizer que ele tinha morrido de um problema do coração - relatou o jornalista."

O repórter da Bandeirantes Fernando Fernandes também estava no voo. Ele relatou, em entrevista para a emissora, que Luciano do Valle já não se sentia bem em São Paulo, antes do embarque.

"Tínhamos o voo às 13h30m de São Paulo para Uberlândia. Ele disse que estava com dor nas costas. No meio do voo, fui lá para a frente e vi que ele não estava bem, que estava suando - comentou Fernandes."

Indicação: Fadinha Veras

A. J. Renner

ANTÔNIO JACOB RENNER
(82 anos)
Empresário e Político

* Alto Feliz, RS (07/05/1884)
+ Porto Alegre, RS (27/12/1966)

Antônio Jacob Renner, mais conhecido como A. J. Renner, foi um empresário e político brasileiro e o fundador da Lojas Renner, uma das maiores redes varejistas gaúchas de vestuário. Foi um dos maiores empresários do Rio Grande do Sul.

Neto de imigrantes alemães, o materno foi capitão do Exército Imperial e voluntário na Guerra dos Farrapos, era filho de Jacob Renner e Clara Fetter. Quando tinha 2 anos seus pais se mudaram para Montenegro, RS, onde ele estudou em escola pública e nos estabelecimentos paroquiais particulares. Aos 12 anos já trabalhava nas oficinas da refinaria de banha paterna, aos 14 mudou-se para Porto Alegre, RS, onde, trabalhou inicialmente como aprendiz e depois como artífice, na Joalheria Foernges e aprendeu a dominar o ofício de ourives.

Em 1903, com 19 anos retornou para São Sebastião do Caí, RS, e, com o auxílio paterno, abriu uma ourivesaria. No ano seguinte casou-se com Mathilde Trein, uma das herdeiras da empresa Cristiano J. Trein & Cia., que dominava comércio de São Sebastião do Caí. Comércio este bastante intenso por causa do porto fluvial da cidade, que distribuía as mercadorias vindas de Porto Alegre e escoava a produção da colônia alemã, fazendo o transporte em lombo de burros por trilhas rudimentares.

Após o casamento, deixou o ofício de ourives e iniciou sua atividade empresarial, em 1847, com o sogro, Franz Trein, numa casa comercial na cidade de São Leopoldo, RS. Ingressou como sócio na empresa, com o trabalho de caixeiro-viajante.

A. J. Renner com a família, em Torres, RS.
Com a inauguração da estrada de ferro, o transporte animal tornou-se obsoleto, mas A. J. Renner já havia percebido as necessidades dos colonos em matéria de vestuário.

Em 1911 foi fundada no município de Caí uma empresa têxtil chamada Frederico Engel & Cia e o jovem A. J. Renner era um dos sócios da mesma. A empresa instalou-se inicialmente num galpão de madeira utilizado para pouso de tropeiros, e o capital investido foi pequeno para a época, 54 contos de réis. No primeiro ano não obteve bons resultados, consumindo o capital inicial e desanimando os investidores, A. J. Renner, tendo depositado ali suas esperanças e economias.

Como a empresa enfrentou problemas logo de início, A. J. Renner propôs seu nome para a direção na reunião dos acionistas que decidiria o futuro da tecelagem. Surgia assim, em 02/02/1912, a A. J. Renner & Cia., indústria fabril instalada no bairro Navegantes.

A. J. Renner conseguiu progresso rápido na sua fábrica porque criou um produto inédito e de grande utilidade: uma capa de chuva de qualidade muito superior às existentes no mercado. As chuvas que teve de enfrentar andando a cavalo, na época em que trabalhou como caixeiro viajante, o fizeram perceber a importância e a necessidade deste produto.

Anúncio das capas Renner
O grupo Renner atuava nos mais variados setores: indústria têxtil, de confecções, de tintas e vernizes, de feltro, curtume, de máquinas de costura, porcelanas e artefatos de cimento. Já em 1915, A. J. Renner implantou uma grande fábrica em Porto Alegre para atender aos numerosos pedidos do novo produto, capas de chuva das marcas Ideal, Oriental e Colonial. Além de produzir o tecido e confeccionar as capas, a empresa passou também a atuar no comércio, surgindo assim as Lojas Renner. As Lojas Renner tiveram seu primeiro ponto de venda inaugurado em 1922.

Os primeiros tempos foram de muitas dificuldades de cunho técnico, como fios importados de baixa qualidade e equipamentos rudimentares, e também financeiras, devido ao pouco capital disponível. Entretanto, a restrição de importações durante a primeira guerra mundial representou um grande aumento de vendas, tendo a fábrica, nesse período, passado a trabalhar em três turnos para atender a demanda.

Em 1920, sob o slogan "A boa roupa, ponto por ponto", a Renner fabricava trajes masculinos.
No final da década de 1920, a empresa era a maior indústria de fiação e tecelagem do Rio Grande do Sul, passando a produzir, além das capas de lã, trajes para homens. Seu eslogan era "Roupas Renner: A Boa Roupa Ponto Por Ponto".

A fabricação de ternos masculinos, até então, era praticamente monopolizada pelos alfaiates. Com a fabricação em escala industrial, a demanda por esse produto passou a ser prontamente atendida, além dos custos serem menores. Sua empresa ainda foi a responsável pela introdução da técnica da fiação penteada que permitia a produção de casemiras semelhantes, na qualidade, às casemiras inglesas.

Em 1933 iniciou a fiação e tecelagem do linho, estendendo a sua produção para todo o território nacional. Introduziu um sistema vertical de produção, único no país, que compreendia desde a produção do linho e da lã até a confecção e comercialização da roupa.


Envolveu-se com a organização dos sindicatos patronais, tendo sido presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul. Foi eleito, em eleição indireta, deputado estadual representante classista dos empregados, em 1935. Depois de conflitos políticos, desiludido renunciou ao cargo em 20/04/1937.

Também foi pioneiro na instituição de serviços para atender a seus funcionários e seus familiares: cooperativa de crédito, cooperativa de consumo, creche e atendimento à saúde.

Participou como capitalista na fundação de outras empresas, tais como as Tintas Renner, com 30%, junto a sua irmã Olga e seus sobrinhos. E com outros sócios em outras empresas, surgindo assim um verdadeiro império industrial e comercial, formado por Lojas RennerTintas Renner, fábrica de tecidos, porcelanas, feltros, calçados e máquinas de costura.

O Grêmio Esportivo Renner foi fundado em 1931 por funcionários da firma.
Financiou durante muitos anos o programa informativo "Repórter Renner" na Rádio Guaíba de Porto Alegre e o Grêmio Esportivo Renner. Foi também fundador do primeiro Rotary Club em Porto Alegre, do Clube Leopoldina Juvenil e do Porto Alegre Country Club, onde praticava golfe todas as semanas.

Em 1940, a empresa expandiu sua oferta de mercadorias e tornou-se uma loja de departamentos. Em 1965, foi constituída a companhia Lojas Renner S/A e, em 1967, ocorreu a sua abertura de capital.

Nas suas empresas, A. J. Renner praticava uma avançada política de relações com os funcionários. Por iniciativa própria, ele diminuiu a jornada de trabalho para oito horas diárias e deu aos seus funcionários várias outras vantagens que as leis da época não exigiam. Ele influiu sobre Lindolfo Collor, ministro do trabalho de Getúlio Vargas, para que este criasse a moderna legislação trabalhista que levou os funcionários das demais empresas brasileiras a gozar dos mesmos direitos que os funcionários do Grupo Renner já usufruíam.

O grande líder empresarial morreu em Porto Alegre, no dia 27/12/1966, aos 82 anos, e a empresa continuo sob o controle da família Renner

A. J. Renner foi pai de 6 filhos e avô de 14 netos, os quais continuaram a sua obra em empreendimentos nas mais diversas áreas da economia.

Lojas Renner

Até meados da década de 90, a Renner era um magazine que vendia de tudo.  Após uma profunda reestruturação, a Renner transformou-se em uma loja de departamentos especializada em moda, focada principalmente no público feminino. Com essa guinada, ficou mais próxima de seus principais concorrentes: Riachuelo e C&A. Mas, enquanto a C&A se especializou em moda jovem, os produtos da Riachuelo eram pensados para donas de casa e mães de família, o foco da Renner foi a mulher moderna que trabalha.

A partir de 1994, teve início um plano de expansão que foi conquistando vários estados do Brasil. Plenamente reestruturada, a Renner expandiu suas operações para os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e para o Distrito Federal, consolidando sua posição nesses mercados como uma loja de departamentos com mercadorias de qualidade a preços competitivos.

O ano de 1997 marcou a entrada das Lojas Renner no estado de São Paulo com a aquisição das tradicionais e famosas Lojas Mappin e Mesbla. Em 1991, a companhia contava com oito lojas e, até novembro de 1998, já havia inaugurado 13 novas lojas.

Em dezembro de 1998, a J. C. Penney Brazil Inc., subsidiária de uma das maiores redes de lojas de departamentos dos Estados Unidos, adquiriu o controle acionário da companhia, até então detido pela família Renner, bem como outras ações detidas por acionistas minoritários, data em que já tinha 21 lojas. Como subsidiária do grupo J. C. Penney Brazil Inc. a Renner obteve alguns benefícios operacionais, tais como o acesso a fornecedores internacionais, especialistas na escolha de pontos comerciais, bem como a procedimentos e controles internos diferenciados.

Em 1999, as Lojas Renner expandiram-se para o Rio de Janeiro, inaugurando quatro lojas na capital, uma em Niterói e uma em Volta Redonda. Foram inauguradas lojas também em Belo Horizonte e em Brasília. A expansão da Renner também envolveu a abertura de novas lojas nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a partir do ano 2000.


No ano de 2005, a J. C. Penney Brazil Inc. colocou à venda suas ações na bolsa de valores, deixando de ter o controle acionário da empresa. O mercado considerou a operação bem sucedida: 850 investidores compraram ações da Renner. Ninguém deteve o controle da empresa, os dez maiores acionistas foram fundos estrangeiros. Um fundo europeu deteve 7,7% de participação e o maior fundo brasileiro deteve 3% das ações.

Já em 2006, a Renner iniciou a segunda fase do plano de expansão e a rede passou a atuar nos estados de Pernambuco, Ceará e Bahia. Em 2007, entrou no mercado da Região Norte e ampliou sua presença no Nordeste. No ano passado, sua receita líquida em vendas foi de R$ 1,75 bilhões, a qual, comparada com os R$ 133,4 milhões obtidos em 1995, representa um crescimento de aproximadamente 1.200%.

O Conselho de Administração da Renner, presidido por Francisco Gros e integrado por José Galló, que está à frente da companhia desde a década de 90, conta com a participação da consultora de moda Glória Kalil, bem como Egon Handel, José Luiz Osório de Almeida Filho e Miguel Krigsner, presidente de O Boticário.

A Renner vem se diferenciando no segmento de varejo de moda por investir no conceito de lifestyle que veste homens, mulheres, adolescentes e crianças de acordo com o estilo de vida de cada um. O conceito levou à criação de marcas próprias como as Just Be, Blue Steel, Rip Coast, Get Over, Request, entre outras. Com isso, a rede vem conquistando a fidelidade dos seus novos clientes e reforçando a dos antigos. Atualizada com as tendências de mercado e preparada para oferecer o melhor da moda e dos estilos aos seus clientes, a Renner é hoje a terceira maior rede de varejo especializada em roupas no país, com mais de 101 lojas espalhadas pelos quatro cantos do Brasil.

Teotônio Vilela

TEOTÔNIO BRANDÃO VILELA
(66 anos)
Empresário e Político

☼ Viçosa, AL (28/05/1917)
┼ Maceió, AL (27/11/1983)

Teotônio Brandão Vilela foi um empresário e político brasileiro. Dentro de duas décadas foi deputado estadual, vice-governador e senador, reeleito para este último no pleito seguinte. É pai do político e atual governador de Alagoas, Teotônio Brandão Vilela Filho.

Filho de Elias Brandão Vilela e Isabel Brandão Vilela, Teotônio Vilela nasceu na cidade de Viçosa, Alagoas, na data do dia 28/05/1917.

Cedo fez o curso primário na sua cidade natal e o secundário no Ginásio de Maceió e no Colégio Nóbrega em Recife. Apesar de ter frequentado duas faculdades, a de Engenharia e de Direito, no Recife e no Rio de Janeiro, à época no então Distrito Federal. Não chegou a concluir nenhum curso superior, tornando-se autodidata.

No ano de 1937, abandonou os estudos e voltou para Alagoas, onde passou a trabalhar com seu pai, que era proprietário rural. Como o pai, virou agropecuarista e, em seguida usineiro, em sociedade o engenheiro agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Geraldo Gomes de Barros, em 12/04/1973 fundou uma usina de açúcar situada no município de Teotônio Vilela, antigo povoado de Feira Nova, localizado a cerca de 100 km da capital Maceió, chamada Usinas Reunidas Seresta.

Teotônio Vilela casou-se com Helena Quintela Brandão Vilela, com quem teve sete filhos, um dos quais, Teotônio Vilela Filho, eleito senador por três vezes consecutivas e governador de Alagoas, para o período de 2007 a 2010, e posteriormente reeleito para um novo mandato de 2010 e 2014.

Carreira Política

Filiou-se à União Democrática Nacional (UDN), em 1948, sendo um dos fundadores do partido em Alagoas, criado em 1952. Elegeu-se deputado estadual pela legenda nas eleições de 1954, exercendo mandato até 1958. Pertencente à "Bancada do Açúcar" neste mandato foi o relator da comissão que pedia o impeachment do populista Muniz Falcão, então governador, acusado pela oposição ferrenha de 22 deputados a Assembleia Legislativa de crime de responsabilidade e de ameça e violência contra deputados.

"O relator da comissão, deputado Teotônio Vilela, concluía o veredicto para informar o que todos já esperavam:
Em face do exposto, não há como fugir à evidência da responsabilidade do senhor governador do estado nos crimes compendiados na denúncia oferecida pelo senhor deputado Oséas Cardoso Paes.
Pelo que, somos de parecer seja a denúncia considerada pela Assembléia do estado objeto de deliberação, prosseguindo nos termos ulteriores, na forma da lei."
("Curral da Morte" - Livro do jornalista alagoano Jorge Oliveira)

Em 1960, foi eleito vice-governador, na chapa do general udenista Luiz de Souza Cavalcante, para o período de 1961-1966, quando ambos sucederam ao governador Muniz Falcão.

Em outubro de 1965, com a edição do AI-2 pelo governo militar, foi reaberto o processo de cassações e suspensões de direitos políticos, a extinção dos partidos políticos existentes, a manutenção das eleições indiretas para a Presidência da República e o estabelecimento das eleições indiretas para os governos estaduais, além de limitadas as imunidades parlamentar e individual dos cidadãos.

Em dezembro do mesmo ano, foram criados dois novos partidos - um de apoio ao governo, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e outro de oposição, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Veio a filiar-se na primeira agremiação, sendo eleito para o primeiro mandato de senador em 1966.

No Senado, atuou como membro titular das comissões de Economia, de Agricultura, de Redação, de Ajustes Internacionais, de Legislação sobre Energia Atômica e de Indústria e Comércio. Ao final do mandato foi quarto suplente da mesa e vice-presidente da Comissão de Assuntos Regionais.

Nas eleições parlamentares de 1974, foi reeleito para o Senado, sendo um dos poucos arenistas a ter sucesso eleitoral pelo partido do governo, em todo o país, para a legislatura de 1975 a 1982. Luís Viana Filho, Henrique de La Rocque Almeida, Antônio Mendes Canale, Jarbas Gonçalves Passarinho e Petrônio Portella Nunes foram os outros arenistas.

Com a posse de Ernesto Geisel, em março de 1974, e o início de um projeto de "abertura" política "lenta, gradual e segura", proposta por Petrônio Portella, o senador alagoano após uma conversa reservada com o presidente, desfraldou a bandeira da redemocratização, colocando-se como porta-voz do processo de distensão e assumindo a posição de "oposicionista da ARENA".

Fazia pronunciamentos no Senado pró-democratização e buscou contatos com personalidades e instituições para elaborar um projeto de institucionalização política para o Brasil. Em abril 1978, o apresentou no Senado o que ficou conhecido como o Projeto Brasil, que incluía diversas propostas liberalizantes.

No mês seguinte, aderiu à Frente Nacional Pela Redemocratização, um movimento cujo programa, segundo Teotônio Vilela, era semelhante ao seu Projeto Brasil, além de oferecer uma possibilidade de mobilização. A Frente queria a candidatura do general Euler Bentes Monteiro à presidência e do senador emedebista Paulo Brossard para a vice-presidência da República, buscando agrupar, além do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), militares descontentes e políticos dissidentes da Aliança Renovadora Nacional (ARENA).

Filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), no dia 25/04/1979, e em meados de junho, durante o seu primeiro discurso como oposicionista, fez duras críticas ao governo provocando a retirada geral dos parlamentares da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) do plenário do Senado.

Batalhador incansável pela anistia geral exerceu a presidência da comissão mista que estudava o projeto sobre o tema, encaminhado ao Congresso pelo Governo.

Ao receber, em setembro de 1979, o título de Cidadão Paulistano reconhecido pela Câmara Municipal de São Paulo, explicou a sua devoção pela liberdade:

"Cidadão de Viçosa de Alagoas, dos arredores da Serra dos Dois Irmãos, um dos últimos redutos da Guerra dos Palmares, vivo contemplando a imagem do Zumbi, sinto-lhe o rumos dos sonhos e o calor do sangue libertário."

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em homenagem ao grande menestrel, batizou seu Plenário com o nome de "Teotônio Vilela".

Partido do Movimento Democrático Brasileiro

Em 1980, com o fim do bipartidarismo e o surgimento de diversos partidos de oposição no Brasil, Teotônio Vilela preferiu filiar-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), considerado o continuador do extinto Movimento Democrático Brasileiro (MDB), tornando-se um dos mais importantes nomes da legenda.

No seu discurso de despedida, em 30/11/1982, fez questão de deixar clara a sua disposição em continuar atuando politicamente:

"Estou saindo desta Casa esta semana, isto não é despedida, mesmo porque não é do meu hábito despedir de nada. A vida política continua comigo, continuarei lutando lá fora, só não terei o privilégio de usar esta ou aquela tribuna. Quanto ao mais, prosseguirei na minha vida de velho menestrel, cantando aqui, cantando ali, cantando acolá, as minhas pequeninas toadas políticas."
(Diário do Congresso Nacional, Brasília, DF, 02/12/1982)

Menestrel das Alagoas

Em setembro de 1983, os compositores Milton Nascimento e Fernando Brant lançaram em homenagem a Teotônio Vilela, "O Menestrel das Alagoas", cantada por Fafá de Belém, música que se transformaria, assim como "Coração de Estudante", em hinos da campanha das Diretas Já!, movimento que tomou conta do Brasil, nos primeiros meses de 1984, exigindo que o Congresso aprovasse a emenda constitucional que instituía a eleição direta para o sucessor do presidente João Figueiredo.

Partido da Social Democracia Brasileira

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), em 19/09/1995, criou o Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos e formação política do partido e, em 25/04/2005, foi inaugurado, em Maceió, o Memorial Teotônio Vilela, uma obra de Oscar Niemeyer em homenagem ao Menestrel das Alagoas, como ficou conhecido nacionalmente, devido a sua luta pela liberdade política e a redemocratização do Brasil.

Obras Publicadas

Publicou alguns trabalhos entre os quais podem ser destacados:

  • Mobilização Contra o Subdesenvolvimento (Rio de Janeiro: Dasp, 1958)
  • Andanças Pela Crônica (Maceió: Departamento Estadual de Cultura, 1963)
  • A Civilização do Zebu e a Civilização do Basset (Brasília, DF: Senado Federal, 1974)
  • A Pregação da Liberdade: Andanças de um Liberal (Porto Alegre: L&PM, 1977)

Morte

Teotônio Vilela encerrou sua carreira parlamentar, em novembro de 1982, em decorrência de um câncer. Morreu no dia 27/11/1983, vítima de câncer generalizado.

Em 1983, a deputada pernambucana Cristina Tavares fundou o Centro de Estudos Políticos e Sociais Teotônio Vilela, um palco importante onde seriam discutidos vários problemas da população brasileira.



Em 1986, Teotônio Vilela recebeu o título de Grande Oficial da Ordem do Congresso Nacional (In Memoriam).

Fonte: Wikipédia