Mostrando postagens com marcador Empresário. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Empresário. Mostrar todas as postagens

Olacyr de Moraes

OLACYR FRANCISCO DE MORAES
(84 anos)
Empresário

☼ Itápolis, SP (01/04/1931)
┼ São Paulo, SP (16/06/2015)

Olacyr Francisco de Moraes foi um empresário brasileiro, que já foi o maior produtor individual de soja do mundo, que o tornou conhecido como "Rei da Soja", pioneiro deste cultivo na região de cerrado e dono da Fazenda Itamarati onde, dentre outras pesquisas, foram desenvolvidas variedades de cultivos, como o Algodão ITA-90, que tornou o Brasil exportador do produto. Pai do também empresário Marcos de Moraes, criador do primeiro e-mail gratuito do Brasil, o Zipmail e do Portal Zip.net, vendido para a Portugal Telecom.

Olacyr Francisco de Moraes nasceu em Itápolis, interior do estado de São Paulo, no dia 01/04/1931.

Aos oito anos seus pais se mudaram para a capital e já aos 14 anos Olacyr começou a trabalhar auxiliando seu pai que era vendedor de máquinas de costura. Com o final da Segunda Guerra Mundial, a empresa que seu pai trabalhava fechou as portas no Brasil e com o dinheiro economizado o senhor Augusto de Moraes adquiriu uma pequena transportadora chamada "Expresso Foguete". A frota de entrega era composta de apenas três ou quatro caminhões Ford 29, mas foi nela que Olacyr pode aprender a diversificar suas atividades auxiliando em tudo que a empresa necessitasse, da parte mecânica à contabilidade.

Aos 19 anos, junto com seu irmão Odimir e seu pai, Olacyr começou a sua carreira de empresário constituindo a empresa de transporte de cargas Argeu Augusto de Moraes e Filhos Ltda. Era uma pequena empresa que dispunha de alguns poucos caminhões velhos e para crescer, Olacyr decidiu contra a vontade do pai financiar caminhões novos que possibilitaria prospectar novos clientes.

A estratégia deu certo. Na época os financiamentos quase não pagavam juros e graças a seus veículos novos pode se candidatar a executar serviços para a prefeitura de São Paulo com o transporte de pedras para a pavimentação de ruas. Logo Olacyr percebeu que poderia lucrar mais se além do transporte de cargas, também pudesse executar a pavimentação das ruas já que a prefeitura de São Paulo na época terceirizava todo esse serviço.


Em 1957 nascia então a empresa Construção e Transportes Constran Ltda, uma sociedade em partes iguais entre Olacyr e seu irmão Odimir. Os irmãos pensavam da mesma forma: para crescer era necessário investir tudo que ganhavam na própria empresa. São Paulo não parava de crescer e a demanda da prefeitura por obras tinha que acompanhar esse ritmo. A Constran, uma empresa enxuta e com histórico de bom serviço prestado a cidade, foi conquistando o direito de executar diversas obras públicas, algumas bastante complexas e sofisticadas.

Em 1971 Olacyr resolveu abrir o capital da empresa transformando a Constran em uma Sociedade Anônima (S/A). Os constantes investimentos em pesquisa, desenvolvimento, recrutamento de engenheiros competentes e treinamento de pessoal qualificado fez com que a Constran passasse a dominar todos os ramos de engenharia civil pesada passando a construir aeroportos, ferrovias, pontes e viadutos, emissários submarinos, usinas, portos e túneis. Não havia limites para a atuação da Constran. Todos os desafios eram estudados e vencidos. Para se ter uma idéia de seu pioneirismo, os primeiros quilômetros do metrô de São Paulo, a primeira obra metroviária do Brasil, foram construídos por essa empresa, que ao longo de sua história passou a ser uma das maiores empresas de engenharia pesada do Brasil.

Os bons resultados obtidos pela Constran desde o início de suas atividades permitiram com que uma parte dos lucros da empresa fosse aplicado em outros setores. Uma delas foi o Banco Itamarati que visava dar maior prestígio e confiança às obras tocadas pela Constran.

Mas em 1966 com o objetivo de promover o desenvolvimento da região amazônica, o governo federal criaria a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) que instituía incentivos fiscais para empresários que investissem naquela região.

Achando que era uma boa oportunidade, em 1967, Olacyr junto a um grupo de empresários, criou a Orpeca S/A cujo objetivo era a criação e a engorda de gado no norte do estado do Mato Grosso, uma região até então inóspita, sem a menor infraestrutura em meios de transporte, comunicação e recursos humanos que exigia muita coragem e determinação para quem investisse ali. Para se ter uma idéia, para se chegar a fazenda e levar gente, equipamento e mantimentos foi preciso abrir uma picada na mata. O pioneirismo de Olacyr deu resultados e pouco tempo depois, Olacyr assumiria o controle acionário dessa empresa e assim outros projetos foram desenvolvidos na região.


Em 1973, iniciou uma bem sucedida atividade agrícola com a constituição da empresa Itamarati Agro Pecuária S/A, localizada na cidade de Ponta Porã, no estado do Mato Grosso do Sul. A Fazenda Itamarati contava com uma área total de 50 mil hectares onde eram cultivados principalmente soja, milho, arroz, trigo e algodão. Uma área menor da fazenda era destinada a estudos, produção e desenvolvimento de sementes certificadas de arroz, soja, trigo, algodão, feijão, girassol e sorgo.

O solo da região não era o ideal para os espécimes de soja produzidos no Brasil. Para tornar o projeto viável, Olacyr teve que investir muito em pesquisa em laboratórios próprios, construídos para isso, que contaram com a colaboração de um convênio feito com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Foram desenvolvidas mais de 3000 linhagens diferentes de soja e trigo, até achar a que melhor se adaptava e geraria maior produtividade na região. Deu mais do que certo. A soja desenvolvida na região gerava 48% de proteínas em relação ao seu peso contra 44% da soja produzida nos Estados Unidos.

Em 1975 no município de Diamantino, MT, a apenas 300 km de Cuiabá, Olacyr inaugurou a empresa Itamarati Norte S/A que ocupava uma área total de 110.000 hectares onde passou a produzir principalmente soja, milho e algodão.

As técnicas de otimização desenvolvidas por ele e aplicadas na Fazenda Itamarati e na empresa Itamarati Norte S/A Agropecuária obtiveram tamanho sucesso que alçou Olacyr ao título de "Rei da Soja" nos anos 80, por ser indiscutivelmente o maior produtor individual de soja do mundo.


Nas fazendas de seu grupo foi montada toda uma infraestrutura para servir aos funcionários que ali moraram e se estabeleceram. Haviam por exemplo, hospitais e médicos nas próprias fazendas, com toda estrutura para atender as necessidades de seus funcionários. Os trabalhadores solteiros contavam com alojamentos parecidos com hotel, com portaria, recepção e chave de seu quarto. Já os casados recebiam uma casa com água, luz e esgoto por conta da empresa. A alimentação era fornecida pelo sistema "bandejão" no restaurante aos funcionários que ali trabalhavam e aos trabalhadores do campo eram fornecidas a mesma comida em embalagens tipo marmita de alumínio.

Essa dedicação aos trabalhadores de suas empresas foi reconhecida pelos seus funcionários: Enquanto comandou essas empresas, nunca houve uma só greve ou manifestação exigindo nada a mais por parte dos trabalhadores mesmo nos turbulentos anos 80 onde sindicatos promoviam greves em ritmo quase industrial.

Em 1979, Olacyr diversificou ainda mais suas operações inaugurando a empresa Calcário Tangará na cidade de Tangará da Serra, também no estado do Mato Grosso, e, em 1985, fundou a Calcário Itamarati na cidade de Bela Vista, no estado do Mato Grosso do Sul. Ambas empresas visavam à produção e comercialização de calcário para correção de solos destinados à agropecuária. A capacidade de produção nessas duas empresas era superior a 1.400.000 toneladas por ano.

A partir de 1980, no Chapadão dos Parecis, município de Nova Olímpia, MT, a apenas 200 km de Cuiabá, Olacyr construiu e operou a empresa Usinas Itamarati S/A, proprietária de aproximadamente de 100.000 hectares de terras no estado de Mato Grosso, cultivando principalmente cana-de-açúcar em terras próprias e de terceiros.


Anos depois, a Usinas Itamarati S/A produziu sozinha acima de sete milhões de toneladas de cana que resultaram em mais de 6,3 milhões de sacos de açúcar, 211 milhões de litros de álcool anidro e 128 milhões de litros de álcool hidratado, tornando-se assim a primeira empresa no mundo em quantidade de cana esmagada por safra.

Em 1986, constitui a empresa Itamarati Armazéns Gerais, oferecendo armazenagem e conservação de grãos eficiente, tanto no Mato Grosso como no Mato Grosso do Sul, para tudo o que era produzido nessa região.

Foi também no Chapadão dos Parecis que em 1989, Olacyr iniciou um programa de melhoramento genético do algodão brasileiro. O resultado de tanta pesquisa e desenvolvimento junto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) gerou a criação de uma variedade de algodão (ITA90) de alta produtividade e graças a ela, o Brasil deixou de ser um grande importador para ser um dos maiores exportadores de algodão do mundo. Olacyr também é o maior recordista de produção de milho em terras brasileiras.

As empresas de Olacyr cresciam, batiam recordes de produção e ajudavam a projetar o Brasil no exterior. Mas os governos federal e estaduais ao invés de ajudarem, só atrapalharam.

Para aumentar a capacidade de produção de energia em Mato Grosso, no início da década de 90, Olacyr fez um acordo com o governo desse estado onde ele construiria duas usinas hidrelétricas (JUBA I e JUBA II, com capacidade total instalada de 84 megawatts) onde a energia elétrica excedente seria vendida a Centrais Elétricas Matogrossenses (CEMAT), concessionária de energia do Estado, com o compromisso de que o governo de Mato Grosso investisse nas linhas de transmissão de energia. O governo não fez nada e as hidrelétricas ficaram paradas por mais de um ano.


Outra decepção com o poder público veio com a Ferronorte, ou Ferrovia Norte Brasil, primeira ferrovia executada pela iniciativa privada no país, que visava funcionar como um importante corredor de escoamento de grãos produzidos na região Norte e Centro-Oeste do Brasil para o porto de Santos em São Paulo. Para viabilizar o negócio, foi acordado que o governo do Estado de São Paulo ergueria uma ponte sobre o Rio Paraná ligando Mato Grosso a São Paulo e Olacyr construísse a ferrovia. Olacyr cumpriu sua parte, mas o governo do Estado de São Paulo, não. Somente depois de quase oito anos após uma intervenção do Governo Federal a ponte ficou pronta gerando um enorme prejuízo ao grande investimento feito por Olacyr. Para complicar ainda mais, na mesma época, sua Constran levou um tremendo calote de vários Governos Estaduais que promoviam diversas obras públicas de grande porte visando seus interesses eleitorais sem ter recursos suficientes para honrar os acordos.

Mostrando que, quem nasce para rei nunca perde a majestade, Olacyr deu a volta por cima e atualmente estava engajado em empreendimentos de mineração, Itaoeste, Serviços e Participações LTDA e OFM Mineral Star, para exploração de minérios dos mais variados, como diversos tipos de calcário, wollastonita (utilizados na produção de cerâmica, tintas, plásticos, adesivos, produtos sujeitos à fricção e refratários entre outros), manganês, ferro, cobalto, cobre, titânio, tungstênio, atapulgita, apenas para citar alguns, distribuídos pelas regiões Nordeste (Bahia e Piauí) e Sudeste (São Paulo).

A atividade minerária desenvolvida por Olacyr de Moraes tem impacto direto não apenas no setor extrativista em si, mas novamente no desenvolvimento agrícola nacional, alavancado por corretivos de solo, como o calcário, insumos a base de cobre e manganês ou ainda fertilizantes naturais, como no caso do silicato de cálcio - wollastonita - produto hoje 100% importado - apontado como referência potencial em culturas como as de cana de açúcar e arroz, entre várias outras.

O homem que começou com uma pequena transportadora de pedras para a prefeitura de São Paulo, se transformou em empresário, dono de banco, construtor de hidrelétrica, metrô e ferrovia além de ter sido o maior produtor individual de soja do mundo e um dos maiores de algodão e milho do Brasil, continuava acreditando e investindo no Brasil.

Durante sua trajetória profissional Olacyr recebeu mais de 200 títulos, entre diplomas, méritos e medalhas, como o de engenheiro honorário e de administrador de empresas, honraria recebida do governo brasileiro pelo reconhecimento de sua importante contribuição ao desenvolvimento de nosso país.

Morte

Olacyr de Moraes morreu aos 84 anos na madrugada de terça-feira, 16/06/2015, em São Paulo. Ele lutava contra um câncer de pâncreas descoberto no início de 2014.

Aos 82 anos de idade, Olacyr descobriu que estava com câncer no pâncreas. O tumor foi retirado e o empresário chegou a fazer radioterapia e quimioterapia. A doença, no entanto, não foi totalmente curada.

Com o tempo, Olacyr não conseguia tomar muitas medicações, já que tinha diabetes, infecções e sagramentos intestinais. Tais doenças também atrapalhavam o tratamento contra o câncer e o estado nutricional. Nos últimos meses, o empresário passou a postar várias frases sobre a sua luta contra o câncer.

O velório de Oacyr ocorreu na manhã de terça-feira, 16/06/2015, no Hospital Albert Einstein, e seu corpo foi cremado à tarde no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Francesco Matarazzo

FRANCESCO ANTONIO MARIA MATARAZZO
(83 anos)
Agricultor, Mascate e Empresário

☼ Castellabate, Itália (09/03/1854)
┼ São Paulo, SP (10/12/1937)

Francesco Antonio Maria Matarazzo foi um agricultor italiano que, em 1881, emigrou para o Império do Brasil (1822-1889), tornando-se, neste país, mascate e, posteriormente, empresário. Tornou-se conhecido no Brasil como Francisco Matarazzo, Conde Francisco Matarazzo, Conde Matarazzo ou ainda Conde Francesco. Em italiano, sua titulação completa era Don Francesco Antonio Maria, Il Molto Onorevole Conte Matarazzo.

A importância de Francesco Matarazzo para o cenário econômico do Brasil só é comparável à que teve o Visconde de Mauá no Segundo Reinado do Império brasileiro (1822-1889), tendo sido um dos marcos da modernização do país.

Nasceu em Castellabate, uma pequena vila do sul da Itália, filho de Costabile Matarazzo e Mariangela Jovane, agricultores na região da Campânia. Francesco aos 27 anos emigra para o Império do Brasil (1822-1889), em 1881, em busca de melhores condições de vida. No desembarque, na Baía de Guanabara, perdeu a carga de banha de porco que trazia. Com o pouco dinheiro que lhe sobrou se estabeleceu na cidade de Sorocaba, província de São Paulo, no comércio de secos e molhados. Alguns anos depois estabeleceu uma empresa de produção e comércio de banha de porco.

Em 1890, mudou-se para São Paulo e fundou, com os irmãos Giuseppe e Luigi, a empresa Matarazzo & Irmãos. Diversificou seus negócios e começou a importar farinha de trigo dos Estados Unidos. Giuseppe participava da empresa com uma fábrica de banha estabelecida em Porto Alegre e Luigi com um depósito-armazém estabelecido na cidade de São Paulo.

No ano seguinte, a empresa foi dissolvida e constituiu-se em seu lugar a Companhia Matarazzo S.A. que já contava com 43 acionistas minoritários. Essa sociedade anônima passou a controlar também as fábricas de Sorocaba e Porto Alegre.

Em 1900, a guerra entre a Espanha e os países centro-americanos dificulto a compra do produto e ele conseguiu crédito do London And Brazilian Bank para construir um moinho na cidade de São Paulo. A partir daí, seu império empresarial se expandiu rapidamente, chegando a reunir várias fábricas por todo o Brasil. A renda bruta do conglomerado chegou a ser a quarta maior do país, e 6% da população paulistana dependia de suas fábricas, que, em 1911, passaram a se chamar Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM), uma sociedade anônima.

Sua estratégia de crescimento seguia o lema "uma coisa puxa a outra". Para embalar o trigo, montou uma tecelagem. Para aproveitar o algodão usado na produção do tecido, instalou uma refinaria de óleo, e assim por diante.

Em 1928, participou da fundação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).

Francesco Matarazzo morreu na condição de homem mais rico do país, com uma fortuna de 10 bilhões de dólares americanos, sendo o criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX. A riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava o PIB de qualquer Estado brasileiro, exceto São Paulo.

Títulos Nobiliárquicos

Francesco Matarazzo não pertencia à nobreza italiana nem à nobreza de outros países da Europa, no entanto, no Brasil, já bilionário, alguns de seus filhos vieram a se casar com membros da alta nobreza italiana. Entre os quais, suas filhas Claudia e Olga Matarazzo, que casaram-se com Dom Francesco Ruspoli, 8º príncipe de Cerveteri, e o príncipe Dom Giovanni Alliata Di Montereale, respectivamente. Seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com Dona Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi e Dona Adele dall'Aste Brandolini, respectivamente.

Para que não ficasse mal perante a nobreza, em função de entes da alta nobreza italiana estarem casados com plebeus, as referidas famílias nobres com que os filhos de Francesco Matarazzo estavam casados fizeram um lobby em torno do rei Vítor Emanuel III da Itália. Da mesma forma, Francesco Matarazzo fazia várias homenagens aos reis da Itália, como um hospital construído na cidade de São Paulo, o Hospital Umberto I, fundado em 1904 e nomeado em homenagem ao rei Humberto I de Itália.

Os referidos membros da alta nobreza italiana receberam, então, várias respostas negativas por parte do então rei italiano em relação ao conferimento de um título nobiliárquico a Francesco Matarazzo. Essas famílias da alta nobreza italiana buscavam, com o conferimento de um título nobiliárquico ao pai dos consortes de seus filhos, amainar o preconceito da nobreza europeia em relação aos consortes desses nobres.

No entanto, alguns anos depois a Itália entrou na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nesse cenário, o monarca italiano disse que, por se tratar do pai de consortes de membros da alta nobreza italiana, se Francesco Matarazzo doasse milhões de dólares estadunidenses ao Reino da Itália, o monarca italiano conferiria um título nobiliárquico ao mesmo. Após o envio de milhões de dólares estadunidenses e demais mercadorias, Francesco Matarazzo recebeu do rei Vítor Emanuel III o título nobiliárquico de O Muito Honorável Conde Matarazzo, em 1917.

No entanto, o agora conde Matarazzo jamais seria considerado como membro da nobreza por toda a nobreza europeia, somente os descendentes dos casamentos de seus filhos e filhas com os referidos membros da alta nobreza italiana que, é claro, são considerados membros. Por outro lado, com o título de nobreza, Francesco Matarazzo viria a ser aceito pelos quatrocentões.

Para além disso, suas filhas, Olga e Claudia Matarazzo, casadas com os referidos membros da alta nobreza italiana, passaram a ser tituladas, em italiano, como Donna Claudia dei Conti Matarazzo e Donna Olga dei Conti Matarazzo, sendo-lhes adicionado o Donna e o dei Conti Matarazzo, que, literalmente, em português, significa "dos Condes Matarazzo", como dita a tradição nobiliárquica italiana. Havendo a possibilidade das últimas alternarem para a titulação de Contessina Donna Olga Matarazzo e Contessina Donna Claudia Matarazzo, como também dita a tradição nobiliárquica italiana em relação as filhas de um conde, que podem usar o título de Contessina (literalmente, em português: Condessinha), bem como, há, também, a possibilidade de que, quando uma Contessina esteja mais crescida, venha a utilizar o título de Condessa.

Também, seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com as referidas nobres da alta aristocracia italiana, passaram a ser titulados, em italiano, como Don Giuseppe, Conte Matarazzo (Dom Giuseppe, Conde Matarazzo) e Don Attilio, Conte Matarazzo (Dom Attilio, Conde Matarazzo), como dita a tradição nobiliárquica italiana. O mesmo procedimento aconteceria com todos os filhos do agora Conde Matarazzo.

O Conde Francesco Matarazzo em fotografia, publicada na revista "A Cigarra", em 1917
Títulos e Comendas

  • O Muito Honorável Conde Matarazzo - Feito pelo rei Vítor Emanuel III da Itália, no Decreto Real de 25/06/1917, e, posteriormente, foi feita uma extensão do título aos filhos varões, no Decreto Real de 02/12/1926 (Itália).
  • Presidente Honorário do Palestra Italia (Que, atualmente, atende pelo nome de Palmeiras)
  • Cavaliere Magistrale del Sovrano Militare Ordine di Malta (Malta)
  • Cavaliere di Gran Croce del Gran Crodone dell’Ordine della Corona d'Italia (Itália)
  • Cavaliere del Lavoro (Itália)
  • Croce al Mertio Ungherese (Itália)
  • Cavaleiro Oficial (Primeira Classe) da Ordem do Cruzeiro do Sul (Brasil).

Descendência

Francesco Matarazzo e Filomena Sansivieri (1850-1940) tiveram 13 filhos:

  • Giuseppe Matarazzo (1877-1972), casado com Dona Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi (1888-1959)
  • Andrea Matarazzo (1881-1958), casado com Dona Amália Cintra Ferreira (1885-1958)
  • Ermelino Matarazzo (1883-1920)
  • Teresa Matarazzo (1885-1960), casada com Gaetano Comenale
  • Mariangela Matarazzo (1887-1958), casada com Mário Comide
  • Attilio Matarazzo (1889-1985), casado com Dona Adele dall'Aste Brandolini
  • Carmela Matarazzo (1891-?), casada com Antonio Campostano
  • Lydia Matarazzo (1892-1946), casada com Giulio Pignatari (?-1937)
  • Olga Matarazzo (1894-1994), casada com o príncipe Dom Giovanni Alliata Di Montereale (1877-1938)
  • Ida Matarazzo (1895-?)
  • Claudia Matarazzo (1899-1935), casada com Dom Francesco Ruspoli, 8º principe di Cerveteri (1899-1989)
  • (Luigi) Luís Eduardo Matarazzo (1902-1958), casado com Bianca Troise.

Fonte: Wikipédia

Francisco Matarazzo Júnior

FRANCISCO MATARAZZO JÚNIOR
(77  anos)
Empresário

☼ São Paulo, SP (1900)
┼ São Paulo, SP (27/03/1977)

Francisco Matarazzo Júnior, também conhecido como Conde Chiquinho, foi um empresário brasileiro que dirigiu durante quatro décadas, desde 1937, com o falecimento do fundador, seu pai Francesco Matarazzo, até sua morte, as Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, durante muito tempo o maior complexo industrial da América Latina.

Penúltimo dos treze filhos do fundador do complexo industrial, foi escolhido pelo pai para sucedê-lo no comando do grupo após a morte do filho anteriormente escolhido, Ermelino Matarazzo. A escolha gerou conflitos familiares.

Francisco Matarazzo Júnior protagonizou grandes desavenças com Assis Chateaubriand, como na questão da desocupação do prédio para a construção do Edifício Matarazzo, hoje sede da prefeitura paulistana.

Francisco Matarazzo Júnior teve cinco filhos e escolheu como sucessora a caçula, Maria Pia Esmeralda Matarazzo. A escolha também desagradou os outros herdeiros, gerando inclusive disputas judiciais.

Fonte: Wikipédia

Haroldo de Andrade

HAROLDO ANDRADE SILVA
(73 anos)
Locutor, Radialista, Apresentador de TV, Publicitário e Empresário

* Curitiba, PR (01/05/1934)
+ Rio de Janeiro, RJ (01/03/2008)

Haroldo Andrade Silva, popularmente conhecido por Haroldo de Andrade, foi um locutor, radialista, apresentador de TV, publicitário e empresário brasileiro.

Nascido na capital paranaense, Haroldo de Andrade trabalhou ainda na infância como office-boy no comércio.

Sempre que podia, Haroldo ia aos estúdios do Serviço de Alto-Falantes Iguaçú, localizado na Praça Tiradentes, onde era locutor Vicente Mickosz, com quem fez amizade. Naquela época, tais serviços de alto-falantes anunciavam produtos do comércio local.

Com seu conhecimento junto aos donos de lojas, Haroldo começou a fazer anúncios dos estabelecimentos no microfone. Foi nesta primeira experiência que a boa voz e a dicção muito clara chamou a atenção do público e o fez ingressar na Rádio Clube Paranaense, onde passou a atuar como locutor, apresentando o "Grande Programa RCA Victor", com repertório de músicas clássicas e líricas. Foi nesta época que Haroldo ouviu pela primeira vez o "Concerto Nº 1 Para Piano e Orquestra", do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky, cuja melodia o encantou.

Haroldo de Andrade aos 17 anos, em Curitiba, com seu primeiro microfone.
Aos 20 anos de idade, resolveu deixar a terra natal e tentar a sorte como radialista na então Capital Federal, o Rio de Janeiro.

Em 1954, começou a trabalhar na antiga Rádio Mauá, cuja frequência era 1060, onde os mesmos predicados que o celebrizaram em Curitiba logo chamaram a atenção do público carioca. Numa época em que o rádio ainda detinha a primazia da popularidade, grandes emissoras possuíam grandes auditórios, onde havia espaço para o público assistir às irradiações. Na Rádio Mauá, a plateia não existia, e logo Haroldo criou uma maneira diferente de permitir a participação do público nas transmissões.

Foi quando lançou o programa "Musifone", em que os ouvintes podiam telefonar para o radialista e pedir músicas, participar de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Com isso, Haroldo inaugurou a interatividade no rádio brasileiro, muitos anos antes de esta expressão começar a ser utilizada. A atração logo alcançou o primeiro lugar na audiência.

Com o sucesso do "Musifone", Haroldo chamou a atenção de emissoras maiores. Foi quando a Rádio Globo o contratou, em 1961. Lá, a partir do dia 06/11/1961, Haroldo passou a comandar o programa "Alvorada Carioca", das 06:00 hs às 08:00 hs da manhã, além de continuar apresentando o "Musifone" na parte da tarde.

Em 1962 recebeu seu primeiro prêmio no Rio de Janeiro, o "Microfone de Ouro", na categoria de "Melhor Locutor".

Haroldo de Andrade no auditório do "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No final de 1965 Haroldo passou a se apresentar também na Rádio Eldorado, emissora pertencente ao Sistema Globo de Rádio, comandando pela manhã o "Haroldo, Muniz e a Música", ao lado de Roberto Muniz.

Em 1966 passou a apresentar um programa de televisão na recém-inaugurada Rede Globo. Em "Os Maiorais da Globo", Haroldo de Andrade dividia a tela com os também radialistas Luís de Carvalho, Jonas Garret, Mário Luís Barbato e Roberto Muniz, apresentando as paradas musicais do momento.

No início de 1966 sofreu um acidente automobilístico que lhe deixou sequelas físicas permanentes.

Em 1968 passou a se apresentar na TV Excelsior, onde ganhou um programa exclusivo, o "Haroldo de Andrade Show", com apresentações musicais, jogos e concursos entre artistas. Naquele mesmo ano, estreou um dos quadros que mais celebrizariam o comunicador, o "Bom Dia".

Em 1969 passou a apresentar os shows populares que a Rádio e a TV Globo patrocinavam em comemoração ao Dia do Trabalhador, que caia no mesmo dia de seu aniversário. O primeiro show foi realizado no estádio do Bangu Atlético Clube. A partir de 1970, com o imenso sucesso da iniciativa, os shows passam a serem realizados nos jardins da Quinta da Boa Vista, sempre com audiências superiores a 100 mil pessoas. 1970 também marcou a volta de Haroldo de Andrade à TV Globo, agora com um programa exclusivo.

Jerry Adriani e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
No rádio, o grande destaque do "Programa Haroldo de Andrade" passou a ser a mesa de debates, com nomes importantes de diversos campos debatendo o noticiário. Eram os Debates Populares, cujo formato passou a ser copiado por todas as emissoras do Brasil. Foi o auge de seu sucesso no veículo, conquistando liderança absoluta de audiência por mais de 30 anos consecutivos. Isso fez com que o "Programa Haroldo de Andrade" recebesse o prêmio de "Melhor Programa Radiofônico da América Latina" em 1977, no 10° Fórum Internacional de Programação de Rádio. No mesmo ano, a revista norte-americana Billboard apontou Haroldo de Andrade como a "Maior Personalidade No Ar".

Seu público majoritário era composto por donas de casa, aposentados, motoristas de táxi e estudantes. Sua popularidade gerou reações curiosas, como a de uma ouvinte que diariamente esperava o apresentador na porta da Rádio Globo vestida de noiva, pronta para "se casar" com seu ídolo assim que este quisesse. Na mesma entrada da emissora, diariamente, dezenas de fãs e aspirantes à carreira artística também costumavam abordá-lo, em busca de um autógrafo, uma palavra de carinho ou uma chance de divulgação. Foi assim que Haroldo de Andrade foi responsável pelo lançamento das carreiras de vários artistas hoje consagrados.

O sucesso e a liderança de Haroldo de Andrade na Rádio Globo permaneceram inalterados ao longo de mais de quatro décadas, malgrado uma curta passagem pela Rádio Bandeirantes, entre 1982 e 1983.

No final da década de 1990, reformulações no rádio começaram a afetar a posição de Haroldo de Andrade na preferência popular. Foi quando a direção do Sistema Globo de Rádio resolveu nacionalizar a programação da rede. Haroldo de Andrade, que embora tivesse ouvintes em outros estados já era completamente identificado com o público carioca e fluminense, resistiu à ideia de dirigir-se aos públicos de outras localidades. Com isso, a Rádio Globo acabou por demiti-lo em julho de 2002, num episódio doloroso para o velho apresentador.

Paulo Sérgio e Haroldo de Andrade no "Programa Haroldo de Andrade" na TV Globo.
Haroldo de Andrade não foi informado com antecedência da decisão da direção da emissora, e só soube de seu afastamento quando indagou de um funcionário do Departamento Pessoal a razão da não-renovação de seu contrato. Naquele mesmo dia, o "Programa Haroldo de Andrade" saiu do ar, sem que Haroldo pudesse se despedir de seus ouvintes.

Retirado à sua residência no bairro das Laranjeiras e limitado a administrar a sua empresa de marketing, Haroldo de Andrade não se conformou com o fim de seu trabalho. Conversou com algumas outras emissoras, mas não entrou em acordo com nenhuma. Foi quando decidiu abrir a sua própria emissora. Conseguiu adquirir a emissora que funcionava no mesmo "dial" de sua primeira rádio no Rio de Janeiro, o 1060, que em 07/11/2005 passou a se chamar Rádio Haroldo de Andrade.

Reunindo outros comunicadores de sua geração e afastados das grandes emissoras, a Rádio Haroldo de Andrade dedicou sua programação ao Rio de Janeiro e às cidades no entorno metropolitano. Logo, a emissora já alcançava o terceiro lugar geral em audiência entre as rádios AM.

No entanto, dificuldades técnicas e a falta de recursos de propaganda foram derrubando a audiência. A saída da comunicadora Cidinha Campos em um episódio conturbado também minou o crescimento da emissora.

Morte

A partir de 2007, diversos problemas de saúde obrigaram Haroldo de Andrade a se afastar dos microfones. Ele já sofria de diabetes há alguns anos, e passou a padecer também de problemas cardíacos e renais.

Após um breve retorno, a necessidade da colocação de um marcapasso nos últimos dias de 2007, bem como a dependência do tratamento de diálise retiraram novamente Haroldo de Andrade dos microfones.

Em janeiro de 2008, após um tombo em sua casa, Haroldo de Andrade novamente voltou ao hospital. Lá, foi constatada uma gangrena em sua perna, que acabou por ser amputada. A fragilidade do paciente levou a equipe médica que o atendia a colocá-lo em coma induzido, de onde não mais sairia.

Haroldo de Andrade faleceu às 15:00 hs do dia 01/03/2008, exatamente dois meses antes de completar 74 anos de vida, vítima de falência múltipla dos órgãos. Foi enterrado no dia seguinte, ao lado de um de seus oito filhos, no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju.

Sua morte foi notícia em todos os veículos de comunicação do país e ao seu funeral compareceram mais de quinhentas pessoas, entre ouvintes, políticos e artistas. No dia anterior, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, César Maia, anunciou que batizaria uma rua da cidade com seu nome. A promessa foi cumprida, com a publicação do Decreto Nº 29061, de 06/03/2008, que batizou como "Largo Haroldo de Andrade" o logradouro situado na Rua do Russel, lado par, próximo à Ladeira de Nossa Senhora, na Zona Sul do Rio de Janeiro e bem próximo ao edifício-sede do Sistema Globo de Rádio. A homenagem, no entanto, não foi concretizada até hoje.

A Rádio Haroldo de Andrade foi extinta em 05/05/2008, com a venda da emissora para o grupo Canção Nova, de emissoras católicas.

Em 19/05/2011, o Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou que um conjunto habitacional a ser construído no bairro de Barros Filho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, com recursos do programa federal "Minha Casa, Minha Vida", ganharia o nome de Haroldo de Andrade.

No dia 12/09/2011 foi inaugurado no interior da Estação Glória do Metrô Rio, um busto do radialista. A ideia da homenagem partiu do deputado estadual Paulo Ramos. O autor da obra foi o escultor Edgar Duvivier. No mesmo ano, o escritor e jornalista Victor Grinbaum passou a escrever a biografia do radialista.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Ivone Kassu

IVONE KASSU
(66 anos)
Assessora de Imprensa, Empresária Artística e Promoter

* Itu, SP (13/07/1945)
+ Rio de Janeiro, RJ (03/07/2012)

Nascida em Itu em 13/07/1945, Ivone Kassu foi a primeira assessora de imprensa da área artística no Brasil. Começou sua trajetória ainda em São Paulo, contratada para ser secretária de Roberto Colossi, famoso empresário de artistas no fim da década de 60. Rapidinho enturmou-se e encontrou seu caminho.

"Eu ia aos estúdios e shows acompanhando os artistas e passei a registrar tudo o que poderia gerar notícia, além do trabalho deles. Fui a primeira a passar notas para a imprensa e a criar esse nicho que, hoje, é enorme."
(Ivone Kassu)

E será que a menina do interior não se deslumbrou ao circular em meio a tantos nomes que, durante toda a vida, ela só tinha visto em revistas e ouvido no rádio?

"Claro! Lembro quando fui chamada pelo Tom Jobim para cuidar da sua relação com a imprensa. Nosso primeiro encontro foi na casa dele, no Rio de Janeiro, e quando entrei na sala, aquele homem lindo sentado ao piano, tocando… Era quase um cenário de sonho. Fiquei petrificada na porta. Ele, sempre muito gentil, viu o meu estado e me levou para a varanda, me segurando pelo ombro, para me mostrar os passarinhos. Quase morri!"
(Ivone Kassu relembra, em meio a muitas gargalhadas)

Bom humor, aliás, aqui não falta. Mesmo quando teve de lidar com situações complicadas, como cuidar dos quatro últimos anos da carreira de Tim Maia, incluindo a fatídica apresentação no Teatro Municipal de Niterói, em 1998, que seria registrada para o Multishow. Como todo mundo sabe, Tim Maia entrou no palco e, quando se preparava para soltar os primeiros versos de "Não Quero Dinheiro", não resistiu e saiu dali direto para o hospital, no qual morreria uma semana depois.

"Era a redenção dele, depois de um tempo envolvido em problemas. Ele estava animado, feliz… Durante a tarde, tinha feito um ensaio memorável, a banda dizia que havia sido a melhor apresentação da vida dele, mas, infelizmente, nada foi registrado. Quando ele saiu do palco, no começo da apresentação, meio cambaleando, tentei me aproximar, mas não podia fazer muita coisa."
(Ivone Kassu)

Entretanto, antes do triste fim, Tim Maia deu muitas alegrias a Ivone Kassu, além de ótimas histórias.

"Lembro de um dia que ele me ligou, de madrugada, pedindo para cancelar todas as entrevistas do dia seguinte, aí respondi, meio sonolenta, que não tinha nada agendado. Ele retrucou: 'Mas cancela mesmo assim'."

Sem contar a vez em que Tim Maia encasquetou que queria visitar Roberto Carlos. Ela, claro, com toda a paciência do mundo, tentou demovê-lo da ideia. Sem sucesso. Tim Maia pegou o carro, estacionou na porta do prédio de Roberto Carlos, na Urca, e começou a gritar o nome do amigo.

"Roberto o deixou subir, mas nunca descobri o teor da conversa. Só sei que, no dia seguinte, Tim Maia me ligou para contar da aventura, morrendo de rir, e disse: 'Ficam falando que eu sou louco, mas louco é o Roberto Carlos, que conversa com samambaia. Ninguém me contou isso não, eu vi'."
Ivone Kassu e Leda Nagle
O primeiro trabalho de Ivone Kassu foi em 1965, quando fez a divulgação do primeiro espetáculo de humor de Chico Anysio.

Desde 1978 trabalhava com Roberto Carlos e esteve ao lado do Rei nos momentos mais difíceis de sua vida, como a morte da esposa, Maria Rita, em 1999 e mais recentemente na morte da mãe do cantor Laura, em 2010. Era sempre ela quem falava com os jornalistas e auxiliava Roberto Carlos nas divulgações de seus trabalhos.

Além de Roberto Carlos, Kassu, como era carinhosamente conhecida no meio, trabalhou com nomes como, Tom JobimMaria BethâniaTim MaiaCaetano VelosoAlcioneWilson SimonalChico BuarqueNey MatogrossoMilton NascimentoMarcos ValleMPB 4Clara NunesRita LeeCláudia RaiaEdson CelulariPaulinho da ViolaWilson SimonalJorge Ben Jor Roberto Carlos,  só para citar alguns.

Ela foi considerada a precursora da profissão de assessora de imprensa no Brasil e estava começando a escrever um livro sobre os bastidores do show business brasileiro.

Profissional ao extremo, jamais deixou de atender um telefonema de repórter que fosse em busca de notícias de Roberto Carlos, a quem defendia com unhas e dentes. Mesmo interpretando muitas vezes o papel de cão de guarda do Rei junto a jornalistas, Ivone Kassu jamais se permitiu ser deselegante ou agir com má vontade. Era firme, sim, mas de educação ímpar.

Provavelmente, Ivone Kassu era a pessoa que mais sabia da vida particular de Roberto Carlos. Mas, fiel ao extremo, jamais abriu a boca para revelar o que só a ela cabia saber. Morreu com todos os segredos.

Ivone Kassu não cantava, não compunha e não tinha nenhum grande dom artístico. Mesmo assim, a mulher foi um ícone da cultura brasileira, pelo menos no que diz respeito aos bastidores. Ela, tal e qual um Forrest Gump tupiniquim, foi testemunha ocular das principais reviravoltas musicais, políticas e pessoais dos maiores nomes da música popular brasileira no período e ajudou a criar, definir e consolidar o ofício do assessor de imprensa no Brasil.

Roberto Carlos, aliás, confiava no trabalho de Ivone Kassu há mais de 30 anos.

"Foi uma vida em silêncio, por trás dos panos, fazendo conexões e possibilitando encontros. Mas tenho muito orgulho dos meus quase 40 anos de assessoria de imprensa, em uma época que esse nome ainda nem existia."
(Ivone Kassu)

Roberto Carlos

Roberto, aliás, merece um capítulo à parte na biografia de Ivone Kassu. A relação dos dois começou em 1978, quando a CBS convocou a assessora para cuidar do lançamento do disco do cantor naquele ano. A empatia foi imediata e, dois anos depois, ela seria contratada pelo próprio para cuidar de todas as suas relações com a imprensa. E isso prosseguiu até sua morte.

"Já passei por muita coisa ao lado dele, momentos bons, ruins, perdas, sucesso, muito sucesso. Ele é um grande amigo. Uma coisa, aliás, que vou sempre oferecer a ele é a minha amizade e lealdade", emociona-se. Sem perder o trocadilho, foram mesmo muitas emoções nessa relação, já que ela passou, segurando na mão do rei, por momentos fortes como a morte de Nice Braga, a primeira mulher de Roberto Carlos, "ela que me ajudava a convencê-lo de algumas coisas"; Maria Rita, "o grande amor da vida do Roberto"; da mãe dele, Lady Laura, "a melhor mulher que já conheci na vida"; além do Projeto Emoções, de 1983, que fez Roberto Carlos atravessar o país se apresentando em cerca de 18 cidades, em um avião customizado da Vasp, para um público estimado em 600 mil pessoas, em 40 dias.

"Foi o momento mais bonito da carreira de Roberto que vivenciei. Era a primeira vez que se apresentava em algumas cidades do país e, a cada noite, era uma emoção maior que a outra. Ele, várias vezes, chorou depois dos shows."

Sobre o período no qual o cantor enfrentou o  Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), a reclusão e a dor da perda de Maria Rita, ela prefere não se estender muito.

"Roberto nunca foi de sair muito de casa, com exceção da época que ele era casado com Myrian Rios, que adorava circular. Portanto, a doença e a consequente reclusão não mudaram muito a rotina. Só descobrimos do que se tratava, ele, inclusive, depois da morte de Maria Rita, quando ele começou a se cuidar. Roberto é muito caseiro, só abre mão de ficar em casa por poucos amigos, como foi no lançamento do livro de Boni, em novembro de 2011. Às vezes ele vai ao [restaurante] Antiquarius ou à [pizzaria] Capricciosa, que adora. Roberto Carlos, aliás, é o maior cliente do delivery de Ipanema."

A lealdade ao rei era, como pode se perceber, um ponto crucial na vida da assessora, o que motiva até crises de ciúmes em seus outros clientes e amigos.

"Ney [Matogrosso] sempre retruca: 'Você pode até gostar de mim, mas ama mesmo Roberto'", diverte-se. Mas onde começa e onde termina a vida pessoal de alguém que vive seu trabalho quase 24 horas por dia?

"Fiz tudo o que podia para ser uma boa mãe para o meu filho, André, que hoje é publicitário e me enche de orgulho. Tenho certeza que deixei um legado muito importante para ele: a cultura. Vinicius [de Moraes], por exemplo, quando André nasceu, escreveu um cartão que dizia: 'Saiba que você tem três pais, o Arthur, Deus e Vinicius'. É ou não é para se sentir especial?", pergunta Kassu, com os olhos brilhando ao falar de sua família, principalmente das duas netas. "Atualmente, tudo o que faço é por elas. Antes de morrer, vou deixar todas as minhas memórias, as histórias mais escondidas e cabeludas, registradas em uma gravação. Aí elas decidem o que vão fazer com isso".

Morte

Ivone Kassu morreu na terça-feira, 03/07/2012, dez dias antes de completar 67 anos, em sua casa em Copacabana, Rio de Janeiro, após sofrer uma parada cardíaca às 16:30 hs. O corpo de Ivone Kassu foi velado desde o início da manhã de quarta-feira, 04/04/2012, na Capela 9 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O sepultamento foi marcado para as 16:00 hs, no mesmo local.

De acordo com funcionários da Kassu Produções, a empresária se recuperava de uma cirurgia realizada há cerca de duas semanas antes da morte. Ela passou por uma cirurgia no pulmão, na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ivone Kassu já estava em sua casa, em Copacabana, e se recuperava bem do procedimento. Ela se sentia bem nos últimos dias,  mas na tarde de terça-feira passou mal, sofreu uma parada cardíaca fatal.

Ivone Kassu deixou um filho, o publicitário André Kassu e duas netas.

Fonte: G1, R7 , O FuxicoGlamura

Samuel Klein

SAMUEL KLEIN
(91 anos)
Empresário

* Lublin, Polônia (15/11/1923)
+ São Paulo, SP (20/11/2014)

Quem esbarra com ele dificilmente vai associá-lo ao empresário que em seis décadas ergueu um dos maiores e mais sólidos empreendimentos do varejo brasileiro. Simples, de camisas pólo e chinelos franciscanos, boa conversa e um vibrante sotaque judaico, Samuel Klein pode ser facilmente confundido com o público - os fregueses, como ele costuma se referir aos milhões de clientes que frequentam suas lojas.

Vendedor nato, Samuel Klein adorava contar histórias do mundo dos negócios. Nem de longe deixava transparecer os horrores vividos durante a Segunda Guerra Mundial, quando abandonou uma Europa ameaçada por regimes autoritaristas e fincou raízes em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Sobre esse tempo, Samuel Klein parece ter uma memória seletiva. O passado deixou suas marcas, mas não dirige o futuro. "Eu vivo e deixo os outros viverem", costuma dizer.

Samuel Klein e família na famosa charrete
A Origem Humilde

Samuel Klein nasceu em Lublin, na Polônia, o terceiro de nove irmãos, filho de carpinteiro de família judaica. Nascido no dia 15/11/1923, na Polônia, Samuel Klein foi testemunha de um dos capítulos mais cruéis da história da humanidade, o genocídio de judeus pelos  nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Aos 19 anos foi preso pelos nazistas e mandado com o pai para o campo de concentração de Maidanek, na Polônia. Sua mãe e cinco irmãos mais novos foram para o campo de extermínio de Treblinka, e Samuel nunca mais os viu.

Ao lembrar desses tempos, Samuel afirma que sua sorte foi ser jovem e forte pois isso fez com que os nazistas o mandassem para um campo de trabalhos forçados, onde sobreviveu com suas habilidades de carpinteiro, ofício que havia aprendido com o pai.

Sua sorte começou a mudar em 1944. Aproveitando-se de uma distração dos guardas, Samuel sumiu no mato a caminho da Alemanha. Conseguiu fugir, permanecendo na Polônia até acabar a guerra. Em seguida foi para Munique, na Alemanha, em busca do pai.

Na Alemanha, Samuel fez de tudo para ganhar a vida vendendo produtos para as tropas aliadas. Em cinco anos juntou algum dinheiro e casou-se com uma jovem alemã, de nome Ana.

Em 1951, Samuel decidiu aventurar-se para a América do Sul. Primeiro, enquanto outros irmãos emigraram para os Estados Unidos. Inicialmente foi para a Bolívia, mas ao deparar-se com o país em plena guerra civil, rapidamente mudou o rumo e chegou no ano seguinte ao Brasil, onde, depois de uma rápida passagem pelo Rio de Janeiro, viajou para São Paulo, instalando-se em São Caetano do Sul, na região do ABC Paulista. A esposa e o primeiro filho do casal, Michael, então com um ano de idade, o acompanharam. Na bagagem, além da família, trazia o sonho de prosperar em um país onde, principalmente, se podia viver em paz.

O Primeiro Endereço da Casa Bahia
O Começo

Com US$ 6 mil no bolso, Samuel comprou uma casa e uma charrete. Com a ajuda de um conhecido que transitava bem pelo comércio do Bom Retiro, reduto dos imigrantes judeus e árabes na década de 50, adquiriu uma carteira de 200 clientes e mercadorias - roupas de cama, mesa e banho. De porta em porta, começou a mascatear pelas ruas de São Caetano do Sul. Quando alguém dizia que não podia pagar, Samuel logo lhe oferecia condições: ficar com o produto e pagar em prestações, tudo no crediário, cuja contabilidade era executada pela mulher.

Cinco anos depois, em 1957, já tinha capital suficiente para dar mais um passo em direção ao futuro. A primeira loja foi adquirida em 1957 e ficava no Centro de São Caetano, no número 567 da Avenida Conde Francisco Matarazzo. Ela recebeu o nome de Casa Bahia em homenagem aos nordestinos que se deslocaram para o ABC para atuar na indústria. Com a ampliação para outras unidades, o nome da primeira loja ganhou o plural, Casas Bahia, e batizou o empreendimento.

No endereço de número 567, da Avenida Conde Francisco Matarazzo, Samuel aumentou a variedade de produtos e começou a negociar com móveis, colchões de algodão, entre outros itens. A clientela não demorou a frequentar a loja para pagar suas prestações e, lógico, adquirir novas mercadorias. Era o início de um império que foi conquistando cada vez mais clientes e mercados até se transformar na potência dos dias de hoje.

Sua história de superação está entre as mais marcantes trajetórias dos grupos empresariais brasileiros e a empresa fundada por ele, a Casas Bahia, transformou-se em ícone na comercialização de produtos para as classes de baixo poder aquisitivo.

Samuel Klein já vendia para Classe C  quando grande parte das empresas desprezava esses consumidores, hoje cobiçados por todos os setores.

Mão de Ferro

Enquanto esteve à frente da Casas Bahia, Samuel Klein era considerado um gestor centralizador e costumava dizer que não queria sócios.

Em 2009, o Grupo Pão de Açúcar anunciou que havia fechado um acordo de fusão com as Casas Bahia. Segundo comunicado divulgado ao mercado na ocasião, o contrato visava a integração dos seus negócios no setor de varejo e de comércio eletrônico. Com isso, a associação uniu as operações do Ponto Frio (Globex), das Casas Bahia e do Extra Eletro (Grupo Pão de Açúcar) em uma única e nova sociedade.

De acordo com a nota, a empresa resultante da operação teria, na época, 1.582 lojas, em 337 municípios, incluindo super e hipermercados. As unidades estão em 18 estados e no Distrito Federal. O faturamento anualizado da Companhia em 2008 com Ponto Frio e Casas Bahia estava ao redor de R$ 40 bilhões.

No site da Via Varejo, a informação atual é de que a rede tem mais de 56 mil funcionários e 620 lojas e está presente em 17 estados (SP, RJ, ES, MG, GO, MT, MS, BA, SC, PR, SE, CE, TO, PE, RN, AL e PB), além do Distrito Federal. A marca Casas Bahia foi avaliada em US$ 420 milhões e é considerada a 6ª marca de varejo mais valiosa da América Latina e a 2ª do Brasil, segundo ranking "Best Retail Brands", divulgado pela consultoria Interbrand.

A fusão da Casas Bahia com o Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar, foi liderada em 2010 por seu filho mais velho, Michael, a quem ele já havia nomeado como seu sucessor. Saul Klein, outro filho de Samuel e que também desempenhou um importante papel na gestão da varejista, decidiu sair do capital da empresa antes de concretizada a fusão.

Na época, a fusão foi vista como mais uma "tacada de mestre" de Abilio Diniz, herdeiro e líder do Grupo Pão de Açúcar, que conseguiu convencer um dos seus mais antigos concorrentes a fechar um negócio considerado até então pouco provável.

Pensamentos

Ao completar 80 anos, Samuel Klein escreveu sua biografia: "Samuel Klein e a Casas Bahia - Uma Trajetória de Sucesso". No livro Samuel Klein registrou suas memórias. Veja abaixo alguns de seus pensamentos:

"Acredito no ser humano. Caso contrário, não abriria as portas das minhas lojas todos os dias. O que ajuda a me manter vivo é a confiança que tenho no próximo."
"Em nossa vida profissional, não podemos falhar. São justamente nossos erros que estragam nossos acertos."
"Ontem foi ontem, já passou. Hoje é hoje e é o que nos importa. Amanhã, o futuro, a Deus pertence."
"De um bom namoro sai um bom casamento. Da boa conversa, sai um bom negócio."
"Que país abençoado esse Brasil. O povo também é pacato e acolhedor. O Brasil é um país que dá oportunidades para quem quer trabalhar e crescer na vida. Cresci junto com o Brasil. Não fiquei parado vendo o país crescer."
"O segredo é comprar bem comprado e vender bem vendido."
"A riqueza do pobre é o nome. O credito é uma ciência humana, não exata. Não importa se o cliente é um faxineiro ou um pedreiro, se ele for bom pagador, a Casas Bahia dará credito para que ele resgate a cidadania e realize seus sonhos."
"Temos que amar o país em que vivemos. A palavra crise não existe no meu dicionário. Eu sempre comprei por 100 e vendi por 200."
"Meu lema é confiar. Confiar no freguês, nos fornecedores, nos funcionários, nos amigos e, principalmente, em mim."
"Eu vivo e deixo os outros viverem."

Morte

Samuel Klein faleceu na madrugada de quinta-feira, 20/11/2014, aos 91 anos. Segundo informações da assessoria de imprensa da família, o empresário estava internado há 15 dias no Hospital Albert Einsten. A causa da morte foi insuficiência respiratória.

O velório aconteceu pela manhã no Cemitério Israelita do Butantã, onde o empresário foi enterrado no fim do dia em cerimônia fechada para amigos e familiares

Em comunicado divulgado à imprensa, a empresa lamentou o falecimento do fundador e ressaltou seu "espírito empreendedor", destacando sua contribuição para o desenvolvimento do varejo brasileiro.

"Foi a visão e o pioneirismo de Samuel Klein na oferta de crédito às camadas populares da população que possibilitou a realização dos sonhos de milhões de famílias brasileiras", informa a nota.

Fonte: Casas Bahia Institucional, IG Economia e G1
Indicação: Sérgio de Salles Penteado

Esther Tarcitano

ESTHER TARCITANO
(82 anos)
Atriz, Bailarina, Cantora e Empresária

☼ São Paulo, SP (10/10/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/05/2011)

Esther Tarcitano foi uma atriz e bailarina de teatro de revista. Foi também empresária teatral de sucesso e também trabalhou em rádio e televisão.

Nasceu no bairro da Mooca, em São Paulo, no dia 10/10/1928. Depois da separação dos pais, mudou-de para o Rio de Janeiro com sua mãe, Flora Tarcitano, e estudou num colégio de freiras, com a ideia de ingressar na vida religiosa. No entanto, seu projeto de vida tomou outro rumo depois de se apaixonar pelo sapateado e começar aulas com o coreógrafo Mr. Brown. Em uma de suas apresentações com seu grupo de sapateado, chamou a atenção de Walter Pinto, que a contratou junto com seu grupo para o Teatro Recreio. Três anos depois, ela era a única a ficar na companhia e estreou, em 1944, como girl na burleta "Maria Gasogênio", estrelada por Dercy Gonçalves. Em seguida, está no elenco das revistas "Momo Na Fila" (1944) e "Bonde da Laite" (1945).

Em 1950, na Companhia Bibi Ferreira, estreou na primeira fila de girls, na revista "Escândalos". Ao mesmo tempo, fazia parte dos shows de Caribé da Rocha, no Copacabana Palace, onde apresentava um solo de rumba.

Em 1957, ao substituir a vedete Siwa na revista "Agora a Coisa Vai", deixou o coro para de tornar estrela. Em 1957, já como primeira vedete, no espetáculo "Rumo a Brasília", apresentado no Teatro Paramount, em São Paulo, recebeu o Troféu Índio, conferido por jornalistas. Nesse mesmo ano, passou a ser empresária teatral e montou dois espetáculos que se transformaram em sucesso imediato, no Rio de Janeiro: "Mulher Só de Lambreta" e "Folias no Catete".

Emilinha Borba e Esther Tarcitano
Em 1958, fez sua estreia no famoso desfile de fantasias do Teatro Municipal, com a fantasia Sereia.

Em 1959, lançou-se como cantora de carnaval e lançou o sucesso "O Palhaço Que é Ladrão de Mulher".

Nos anos 70, com o fim do teatro de revista, investiu na carreira de empresária e montou espetáculos em boates e casas noturnas cariocas, fazendo números de strip-tease, sendo que o mais famoso deles é "Quanto Mais Pu... ra Melhor". Nesse período, participou como jurada do programa do Chacrinha, na TV Globo e TV Tupi.

Em 1989, casou-se com o americano William Bender, em Las Vegas. Viveu durante alguns anos nos Estados Unidos, onde fez programas de rádio em português e espanhol. De volta ao Rio de Janeiro, atuou durante cinco anos no comando do programa "Sábado Gigante é o Show", na Rádio Carioca, e como apresentadora de TV na TV Comunitária do Rrio de Janeiro.

Esther Tarcitano faleceu no Rio de Janeiro, no dia 10/05/2011, aos 82 anos. Foi velada no dia 10/05/2011, às 14:45 hs, e sepultada no Cemitério do Catumbi.

Indicação: Miguel Sampaio