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Belfort Roxo

RAIMUNDO TEIXEIRA BELFORT ROXO
(56 anos)
Engenheiro

☼ São Luís, MA (11/09/1838)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/11/1896)

Raimundo Teixeira Belfort Roxo mais conhecido por engenheiro Belfort Roxo, foi um engenheiro nascido em São Luís, MA, no dia 11/09/1838.

Filho de José Rodrigues Roxo e Maria Rita Teixeira Vieira Belfort, o engenheiro Belfort Roxo teve um papel muito importante durante o período em que foi Inspetor Geral de Obras do Rio de Janeiro. Juntamente com o engenheiro Paulo de Frontin solucionou o problema de escassez de água que sofria o Rio de Janeiro em 1888, no chamado "Episódio da Água em Seis Dias", no verão de 1888.

Belfort Roxo realizou outros importantes trabalhos, como a ampliação e modernização do porto de São Luiz, no Maranhão, a inspeção de obras de construção da Estrada de Ferro Minas - Rio, além de dirigir a Inspetoria Geral de Obras Públicas do Rio de Janeiro.

Foi bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas pela Escola Central, mais tarde denominada Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Como Paulo de Frontin e Pereira Passos, ele foi mandado por Dom Pedro II à Europa, com dinheiro do próprio bolso do monarca, para estudos de especialização.

Belfort Roxo diplomou-se no Instituto dos Engenheiros Civis de Londres e na Escola de Pontes e Calçadas de Paris.

Quando o Império Morreu de Sede
Episódio da Água em Seis Dias

O Episódio da Água em Seis Dias ocorreu no final do Segundo reinado no Brasil, no verão de 1888. Eram dias de calor insuportável na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império, com os termômetros registrando 42° C a população sofria com o abastecimento irregular dos chafarizes.

Os comícios e passeatas eram frequentes e as críticas encontravam voz na imprensa principalmente através dos artigos de Ruy Barbosa no Diário de Notícias. Pressionado, o Imperador Dom Pedro II ordenou a realização de um concurso público para a escolha de um escritório de engenharia que realizasse novas obras de canalização.

O projeto vencedor, dos engenheiros Paulo de Frontin, Belfort Roxo e dos alunos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro foi dimensionado para ser realizado em seis dias, ao invés dos seis meses prometidos pelos empreiteiros ao Governo Central, e a um custo bem menor. Na ocasião Paulo de Frontin contava com 29 anos de idade apenas e era considerado muito novo para tal desafio pelos colegas mais velhos.

Apesar das pressões políticas e ameaças de agressão física, o projeto foi realizado no prazo prometido. A água das cachoeiras do Rio Tinguá, na Serra do Comércio, na Baixada Fluminense, chegou à Represa do Barrelão, na cidade do Rio de Janeiro, canalizada em tubulação assentada à margem da linha da Estrada de Ferro Rio d´Ouro.

O volume diário era de 16 milhões de litros. Este sistema de abastecimento foi posteriormente ampliado e abasteceu durante muito tempo o Rio de Janeiro. Com o Plano Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (PDA -RMRJ), elaborado pelo engenheiro Jorge Paes Rios, para a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), estas captações foram destinadas apenas ao abastecimento da Baixada Fluminense devido a sua enorme expansão demográfica. O engenheiro Paulo de Frontin foi declarado Patrono do Engenharia Brasileira.

Homenagens

No Estado do Rio de Janeiro, a região onde atualmente se situa o município de Belfort Roxo era habitada por índios. Mais tarde ali funcionou um engenho, que depois foi desmembrado em vários outros engenhos.

Em 1888 houve uma grande estiagem na Baixada Fluminense, e um dos homens que ajudou a resolver o problema foi Raimundo Teixeira Belfort Roxo. Como homenagem póstuma, seu nome foi dado à antiga Fazenda do Brejo, por onde passavam os trilhos da Estrada de Ferro Rio d´Ouro e a água encanada que alimentou durante décadas os chafarizes do Rio de Janeiro.

Em 1990 foi instalado o município de Belfort Roxo, que se desmembrou de Nova Iguaçu. Também no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, seu nome foi dado à Rua Belfort Roxo.

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio
#FamososQuePartiram #BelfortRoxo

Ulrico Mursa

ULRICO DE SOUZA MURSA
(72 anos)
Engenheiro

☼ Niterói, RJ (18/04/1862)
┼ (02/09/1934)

Ulrico de Souza Mursa foi um engenheiro brasileiro e diretor da Cia. Docas de Santos, nascido em Niterói, RJ, no dia 18/04/1862. Em sua homenagem, o seu nome foi dado ao estádio de futebol da Associação Atlética Portuguesa.

Ulrico Mursa,era filho de Laura Clementina Mursa e de Joaquim de Souza Mursa, irmão de Guido de Souza Mursa.

Em 1882 estudou engenharia na Universidade de Karlsruhe, em 1884 na Universidade de Braunschweig e na Universidade de Hanôver. Ao regressar ao Brasil, Ulrico Mursa participou da construção do Porto de Santos. Foi superintendente e diretor da Cia. Docas de Santos.

Ulrico Mursa foi associado benemérito e o primeiro presidente da Associação Beneficente dos Empregados da Companhia Docas de Santos, uma associação dos empregados da Docas. Ele era membro do conselho geral da Associação Protetora da Infância Desvalida.

Sendo um dos maiores benfeitores da Associação Atlética Portuguesa, Ulrico Mursa doou em 1914 a área usada para a construção do estádio da Portuguesa em 1917, tendo sido por isso homenageado com o seu nome dado ao estádio e a uma avenida de Santos.

Ulrico Mursa foi casado com Amalia Costa de Souza Mursa. Eles tiveram uma filha chamada Sônia.

Fonte: Wikipédia

Marcelo Tupynambá

FERNANDO ÁLVARES LOBO
(64 anos)
Engenheiro, Radialista, Crítico Musical, Poeta e Músico

☼ Tietê, SP (29/05/1889)
┼ São Paulo, SP (04/07/1953)

Marcelo Tupynambá (na grafia moderna Marcelo Tupinambá), era o pseudônimo de Fernando Álvares Lobo, filho de músicos portugueses de sobrenome Lobo. Sua mãe chamava-se Maria Rodrigues de Azevedo Lobo e era professora. Seu tio-avô, Elias Álvares Lobo, foi autor da primeira ópera escrita em português e seu pai, Eduardo Álvares Lobo, foi destacado no cenário musical de sua época para reger a orquestra que recepcionou Dom Pedro II no interior paulista.

Ainda pequeno, Marcelo Tupynambá mudou-se para São Paulo, onde fez o curso primário.

Também foi engenheiro formado pela Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), radialista, crítico musical e poeta. Trabalhou como engenheiro mas, sentindo que a sua verdadeira vocação era a música, a ela passou a dedicar-se inteiramente. Teve ativa participação durante a Semana de Arte Moderna. Foi amigo e colaborador das rodas literárias e artísticas onde conviveu com Villa-Lobos, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, e outros.

Foi ao lado de Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha, fundamental na edificação de um estilo de composição que se tornaria paradigma na identificação de uma música verdadeiramente nacional.

Sua obra compreende mais de trezentas canções para canto e piano ou piano solo, incluindo outros gêneros como operetas, bailados, corais e quartetos de corda.

A música de Marcelo Tupynambá exerceu enorme influência no gosto popular entre as décadas de 1910 e 1930. Os foliões, durante o período de carnaval, saiam às ruas entoando as melodias do autor, que eram, ainda, difundidas através dos teatros, cinemas, discos e mais tarde também através do rádio e TV, resultando num enorme índice de popularidade e aceitação. Famosas, as músicas de Marcelo Tupynambá logo foram impressas e consumidas em forma de partitura. 

Marcelo Tupynambá (1º à esquerda) entre colegas, 1946
As músicas de Marcelo Tupynambá já receberam mais de 200 gravações desde 1913 até hoje por intérpretes como Pixinguinha, Francisco AlvesInezita Barroso, Eudóxia de Barros, Guiomar Novaes, e foram reverenciadas por Villa-Lobos, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia e Darius Milhaud.

Porém grande parte das músicas de Marcelo Tupynambá permanece desconhecida do público em geral também porque cantores e músicos não têm fácil acesso a suas partituras.

O descaso perante a obra de Marcelo Tupynambá, que parece ser histórico, foi relatado primeiramente por Mário de Andrade, em artigo da década de 20 para a revista cultural "Ariel" e em seu famoso livro "Uma Pequena História da Música". O autor de "Macunaíma" queixava-se, já naquele tempo, dos músicos que abandonavam as partituras de Marcelo Tupynambá como se fossem moda passageira. O pensador, que liderou uma geração de compositores comprometidos com o desenvolvimento de uma verdadeira música nacional, de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Luciano Gallet e tantos outros, se referia à música de Marcelo Tupynambá como um dos mais sólidos pilares da cultura brasileira. Dizia ser "escritas como entre o povo se faz arte". E chegou a analisar:

"O que exalta a música de Marcelo Tupynambá é a linha melódica. Muito pura e variada. O compositor encerra nela a indecisão heterogênea de nossa formação racial...é atualmente, entre os nossos melodistas de nome conhecido, o mais original e perfeito."

Marcelo Tupynambá e sua esposa Irene Menezes
Em outro trecho conclusivo do artigo da "Ariel"Mário de Andrade afirma, quase que profeticamente:

"Não se ouve mais o 'Matuto', ninguém mais se lembra de 'Ao Som da Viola'. Mas é possível que um dia os compositores nacionais, conscientes da sua nacionalidade e destino, queiram surpreender a melodia mais bela e original de seu próprio povo. As músicas de Marcelo Tupynambá serão nesse dia observadas com admiração e amadas com mais constância. Elas o merecem e o artista que as compôs, será lembrado, como um dos que melhor e primeiramente souberam surpreender os balbucios da consciência nacional nascente."
Foi, ainda Mário de Andrade, parceiro responsável pelos versos de "Canção Marinha", música de Marcelo Tupynambá, gravada em disco pela cantora Inezita Barroso.

O compositor francês Darius Milhaud, pertencente ao Grupo dos Seis (Les Six) em Paris, de passagem pelo Brasil no final da década de 1910, também descreveu a falta de atenção dos músicos brasileiros aos temas de Marcelo TupynambáDarius Milhaud classificou Marcelo Tupynambá como "umas das glórias e jóias da arte brasileira", e afirmou que suas melodias seriam como estrelas–guia da nossa riqueza musical, ignorada, desperdiçada, sem maiores explicações.

"Tupynambá e Nazareth precedem a música de seu país como aquelas duas grandes estrelas do céu sulino (Centauro e Alfa Centauri) precedem os cinco diamantes do Cruzeiro do Sul."
(Darius Milhaud, in La Revue Musicale, 1920)

Darius Milhaud fez o que aconselhava a todo músico brasileiro: estudou-as e tratou ele mesmo de citar sete melodias de Marcelo Tupynambá em uma das suas músicas mais interpretadas até os dias atuais, o balé "Le Boeuf Sur Le Toit".

Villa-Lobos, em 28/04/1923, concedeu um retrato autografado a Marcelo Tupynambá, que juntamente com o retrato assinado do maestro Eleazar de Carvalho e Souza Lima, tinham lugares reservados em cima do piano do compositor. Numa outra ocasião, Villa-Lobos, considerado nosso maior compositor, afirmou ter composto uma sinfonia sob inspiração dos temas de Marcelo Tupynambá, e assim escreveu na dedicatória: "Foi de um tema, de uma parte de tua alma sonora, filha dos trópicos de nosso Brasil, que criei esta sinfonia sertaneja."

Registro da participação de Marcelo Tupynambá em programas da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (08/10/1925)
As partituras da coleção Marcelo Tupynambá, em sua maioria, são para canto e piano, piano solo, coro, banda e orquestra. Uma obra extensa, composta por mais de trezentas partituras para canto e piano (canções) e piano solo, uma dezena de peças para coro e orquestra (operetas), outra dezena de músicas para orquestra sinfônica (bailados e trilha sonora) e ainda algumas composições para instrumento solo e piano (lendas para violino e piano) e outras para coro (motivos folclóricos e música sacra).

Toda essa diversidade de composições incluíam colaboradores, letristas, parceiros e arranjadores. Os versos das canções de Marcelo Tupynambá são dos poetas Guilherme de AlmeidaMenotti Del PicchiaMário de Andrade, Afonso Schmidt, Amadeu Amaral, Manuel Bandeira, Castello Netto, Olegário Mariano, Homero Prates, Alphonsus de Guimarães, entre outra dezena de escritores, alguns representantes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Participaram de arranjos de músicas suas os maestros Guerra-PeixePixinguinha, Gabriel Migliori, Souza Lima e Gaó. Interpretaram suas canções Francisco Alves, Vicente Celestino, Silvio CaldasInezita Barroso e Zizi Possi. Gravaram suas músicas Pixinguinha e Oito Batutas, Altamiro Carrilho, Eudóxia de Barros e Mário de Azevedo.

Escreveram criticamente sobre sua obra Oswald de AndradeMário de Andrade, Vasco Mariz, Ary Vasconcelos, Mariza Lira, Edigar de Alencar, José G. Vinci de Moraes, Manoel Aranha Correa do Lago, Renato Almeida, Bruno Kiefer, Aloysio Alencar Pinto, Darius Milhaud, Oneyda Alvarenga, Benedito Pires de AlmeidaMenotti Del Picchia, José Miguel Wisnik, Zuza Homem de Mello, José Ramos Tinhorão, Homero PratesManuel Bandeira, Elizabeth Travassos, Ulisses Paranhos, Cravo Albin, Jairo Severiano, Duprat Fiúza, Beatriz Leal Guimarães, Sérgio Millet e Ailton Rodrigues.

O teatro musicado pode ser considerado o primeiro divulgador da música de Marcelo Tupynambá. Tão logo suas canções faziam sucesso nos espetáculos, as canções passavam a ser editadas no formato de partitura e gravadas em disco. A partir de 1924, também o rádio se tornaria outro importante instrumento de divulgação de sua obra.

Marcello Tupynambá e Edgard Arantes
Marcelo Tupynambá foi pioneiro na função de diretor artístico da Rádio EducadoraRádio BandeirantesRádio RecordRádio TupiRádio Gazeta em São Paulo. Para o cinema, escreveu trilhas sonoras e seu oficio no dia a dia, assim como o de Ernesto Nazareth, era acompanhar as fitas de cinema mudo.

Marcelo Tupynambá atuou desde sempre para o reconhecimento e valorização da arte popular brasileira. Ele preocupava-se com a música regional, por exemplo: as modas e toadas do interior, com melodias simples e letras inspiradas em assuntos do cotidiano, eram recriadas em versão para voz e piano.

Atuando em diversos campos artísticos, o compositor deve ser considerado um legítimo representante da consolidação da canção brasileira como música nacional por excelência.

Marcelo Tupynambá foi casado com Irene Menezes Lobo, com quem teve os filhos: Cecilia, Helena, Samuel, Cláudio, Eduardo, Thereza e Ignês.

A herma que os tieteenses ergueram em sua homenagem foi inaugurada em 27/08/1967. O dia 30 de maio foi instituído "Dia de Marcelo Tupynambá" pela Lei n° 1.149 de março de 1972.


Enedina Alves Marques

ENEDINA ALVES MARQUES
(68 anos)
Engenheira

☼ Curitiba, PR (05/01/1913)
┼ Curitiba, PR (20/08/1981)

Enedina Alves Marques foi a primeira mulher a se formar em Engenharia Civil no Brasil. Ela era uma mulher negra e pobre. Nasceu no início do século passado, em 05/01/1913, em Curitiba, PR. Filha de Paulo Marques e Virgília Alves Marques, Enedina Alves Marques venceu todas as barreiras e fez de tudo um pouco para tornar real o sonho de chegar à universidade e formar-se engenheira civil.

Entre a conclusão da escola secundária e a entrada na universidade passaram-se nove anos. Mas, ao vencer a barreira do vestibular em 1940, Enedina teve de enfrentar o preconceito de alunos e professores do curso de Engenharia.  Mas, com inteligência, determinação e carisma, superou esses obstáculos e conquistou amigos e a solidariedade dentro e fora do campus.

Depoimentos recordam que Enedina passava as noites estudando, copiando textos de livros que não podia comprar, até formar-se em 1945, aos 32 anos, tornando-se a primeira mulher engenheira do Paraná.

No início de sua carreira, Enedina trabalhou como engenheira fiscal de obras da Secretaria de Viação e Obras Públicas do Estado do Paraná. Depois, foi chefe de hidráulica, da divisão de estatísticas e do serviço de engenharia da Secretaria de Educação e Cultura. Atuou no levantamento topográfico da Usina Capivari Cachoeira, e deixou sua contribuição no levantamento de rios, na construção de pontes e na Usina Parigot de Souza.

Enedina Marques de Souza faleceu aos 68 anos, vítima de um infarto, no dia 20/08/1981, e foi imortalizada ao lado de outras 53 pioneiras do Paraná no Memorial à Mulher, em Curitiba, criado em homenagem a todas as mulheres que lutaram pela melhoria da qualidade de vida de seus descendentes.

A engenheira Enedina Alves Marques também empresta o nome ao Instituto de Mulheres Negras de Maringá. Mereceu biografia assinada por Ildefonso Puppi, e seu túmulo, no Cemitério Municipal, é mantido com respeito pelo Instituto de Engenheiros do Paraná.

Sandro Luis Fernandes
Gazeta do Povo
José Carlos Fernandes

Em agosto de 1981, o jornal Diário Popular tinha a matéria de capa que pedira aos infernos. Uma senhora fora encontrada morta em seu apartamento, na Rua Ermelino de Leão, centro de Curitiba. O porteiro sentira falta da moradora, chamou a polícia e a imprensa veio atrás. A foto da falecida saiu sem pudores, na cama, em camisolas, um tratamento dado aos "presuntos", no jargão da imprensa policial. Houve quem não gostasse, com punhos e coração.
A vítima se chamava Enedina Alves Marques, tinha 68 anos e fora a primeira engenheira negra do Brasil. Morreu vítima de infarto. Indignação. Seus companheiros de ofício fizeram uma grita nas páginas da revista Panorama. O Diário se retratou. Afinal, as vitórias de uma mulher negra e pobre que figurou entre os seletos bacharéis de Engenharia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na década de 1940, deveria constar nos anais da República, e não na manchete sanguinolenta de um tabloide.
Seu resultado: Enedina virou placa de rua no Cajuru. Ganhou inscrição de bronze no Memorial à Mulher Pioneira, criado pelas soroptimistas - confraria de caridosas da qual participou. Mereceu biografia assinada por Ildefonso Puppi. Seu túmulo, no Municipal, é mantido com respeito pelo Instituto de Engenheiros do Paraná. Tempos depois, batizou o Instituto Mulheres Negras, de Maringá.
Aos poucos, descansou em paz. Paz até demais. O centenário de nascimento de Enedina, em janeiro deste 2013, passou em branco. Poderia ter sido celebrado pari passu com o de sua contemporânea, a poeta Helena Kolody, com quem, suspeita-se, teria estudado. Sim, antes de engenheira foi normalista e civilizou os sertões de Rio Negro e Cerro Azul, saindo das lides de doméstica e de "mãe preta" para a de titular de uma sala de aula.
Eu mesmo, confesso, nunca tinha ouvido falar dela até semana passada, quando meu vizinho, Darcy Rosa, estufou o peito para contar que tinha trabalhado com Enedina na Secretaria de Viação e Obras. Publicamos a declaração. Foi o que bastou: súbito vieram mensagens revelando a catacumba onde se reúnem os cultores dessa mulher.
O cineasta Paulo Munhoz prepara um documentário sobre ela, em parceria com o historiador Sandro Luis Fernandes. A casa de Sandro, no São Braz, virou um pequeno memorial de todo e qualquer documento que traga informações sobre a engenheira. São raros, dispersos e imprecisos. Bem o sabe o estudante baiano Jorge Santana. Há dois anos, ele pinça toda e qualquer pista sobre Enedina para uma monografia no curso de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A pesquisa promete. Há fortes indícios de que Enedina sofreu perseguição racial nos bastidores da universidade.
Formou-se aos 31 anos, sem refresco, depois de uma saga nas madurezas. Vingou-se ao se aposentar, na década de 1960, como procuradora, respeitada por sua contribuição à autonomia elétrica do Paraná. Conheceu o mundo. Morava num apartamento de 500 metros quadrados. Impôs-se entre os ricos por sua cultura, 12 perucas e casacos de pele. Desconhece-se que tenha feito odes feministas ou em prol da igualdade. Ou que fizesse o tipo boazinha para ser aceita. Pelo contrário. Talvez Enedina tenha sido mais admirada que amada. É o que a torna ainda mais intrigante.
As pesquisas de Sandro e de Jorge, ambos negros, já tiraram Enedina do campo dos panegíricos, que se limitam a pintá-la como alguém que venceu pelo próprio esforço. É um discurso bem conveniente, como se sabe. Tudo indica que não se trata de uma biografia isolada, ainda que pareça.
A mulher baixinha, magérrima e durona sabia se impor entre os homens, com os quais gostava de beber cerveja. Enfrentava a lida nas barragens como um deles, armada se preciso fosse. É uma heroína perfeita para um longa-metragem. Nasceu de uma gente humilde do Portão. Era única menina numa casa de dez filhos. A mãe, Virgília, a Dona Duca, ganhava uns trocos como lavadeira. O pai, Paulo, está na categoria "saiu para comprar cigarros".
Mas não é tudo. Enedina teria feito parte de uma rede de resistência da comunidade negra paranaense, pré-Black Power, da qual pouco se ouve falar. As vitórias que teve desmentem a propalada passividade desse grupo diante das migalhas que lhe foram reservadas. O destino dela teria mudado ao cruzar com a família de Domingos Nascimento, negro de posses da Água Verde, e com os Heibel e os Caron, brancos progressistas que acabaram por se tornar os seus.
Nesses redutos não teria encontrado apenas um horário para estudar ao lado do fogão de lenha. Ali, suspeita-se, passou de Dindinha, seu apelido, a Enedina, a primeira engenheira, mas também uma das primeiras negras de fato alforriadas de que se tem notícia. Eis o ponto.

Indicação: Miguel Sampaio

Pandiá Calógeras

JOÃO PANDIÁ CALÓGERAS
(63 anos)
Engenheiro, Geólogo, Jornalista, Escritor, Historiador e Politico

* Rio de Janeiro, RJ (19/06/1870)
+ Petrópolis, RJ (21/04/1934)

João Pandiá Calógeras nasceu no Rio de Janeiro, então capital do Império, em 19/06/1870, filho de Michel Calógeras e de Júlia Ralli Calógeras. Seu pai, de ascendência francesa, orientou a construção da Estrada de Ferro Mauá até Petrópolis, e dirigiu a ferrovia que ligava Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. A família Calógeras era de origem grega, proveniente de Chipre.

Pandiá Calógeras fez os primeiros estudos com professores particulares alemães, ingressando aos 14 anos no Colégio Pedro II, onde completou o curso secundário. Matriculou-se em seguida na Escola de Minas de Ouro Preto, em Minas Gerais, pela qual se formou engenheiro em 1890. Seu primeiro trabalho depois de formado foi a realização de pesquisas geológicas em Cariguaba, SC.

Casou-se em 1891 com Elisa da Silva Guimarães, filha de Joaquim Caetano da Silva Guimarães, ministro do Supremo Tribunal Federal, e sobrinha do escritor Bernardo Guimarães. Ainda em 1891, foi nomeado engenheiro, da então província de Minas Gerais e iniciou duradoura colaboração científica com publicações do Rio de Janeiro.

Em 1894, assumiu o cargo de consultor técnico do secretário de Agricultura, Comércio e Obras Públicas de Minas Gerais, Francisco Sá.

Foi eleito deputado federal na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM) para a legislatura de 1897-1899, logo destacou-se na Câmara por seu conhecimento dos problemas nacionais, especialmente os ligados à engenharia e à mineração. Defendeu a redução das tarifas alfandegárias, manifestou-se sobre a questão de fronteiras com a Guiana Francesa e se opôs à transferência da Escola de Minas para Barbacena, MG.

Tendo ficado contra o presidente da República, Prudente de Moraes, na cisão do Partido Republicano Federal (PR Federal), não conseguiu a reeleição para a Câmara no pleito de 1900 por lhe faltar o apoio dos grupos oligárquicos que, na época, controlavam as eleições no país.  

Depois de trabalhar algum tempo na mineração de manganês e de realizar uma viagem à Europa, Pandiá Calógeras retornou ao país e, em 1903, publicou "As Minas do Brasil e Sua Legislação", obra que lhe valeu projeção nacional. No livro, defendia a tese que mais tarde apresentou na Câmara e foi transformada na Lei Calógeras: propunha que se estabelecesse uma distinção entre a propriedade do solo e a do subsolo, assegurando ao governo o direito de desapropriar o subsolo para explorá-lo.

Retornou à Câmara ainda em 1903, eleito pelo Distrito de Ouro Preto na legenda do Partido Republicano Mineiro (PRM), e em pouco tempo adquiriu a reputação de uma das figuras mais expressivas do Congresso. Reeleito sucessivamente em 1906, 1909 e 1912, manteve-se no Parlamento até 1914, participando com destaque do debate de todas as principais questões nacionais da época.

Pronunciou-se sobre a valorização do café, a caixa de conversão, a reforma tributária, a política de transportes, a consolidação das fronteiras, a generalização de instrução pública de nível primário e, naturalmente, a mineração. Apresentou o projeto transformado na Lei Calógeras e, a convite do Barão do Rio Branco, integrou a delegação brasileira à III Conferência Pan-Americana, realizada no Rio de Janeiro em 1906. Interveio na questão do condomínio da Lagoa Mirim, na fronteira entre Brasil e Uruguai, e da livre navegação no rio Jaguarão no Rio Grande do Sul.

Em 1908, discursou na Câmara sobre o reaparelhamento bélico. Participou da IV Conferência Pan-Americana, realizada em Buenos Aires em 1910, e ainda nesse período converteu-se ao catolicismo, manifestando-se em debates parlamentares contra o divórcio e a favor da instalação de uma representação diplomática permanente junto ao Vaticano.

Em seu último mandato fez cerrada oposição ao governo do marechal Hermes da Fonseca, e colaborou com a revista Defesa Nacional, dirigida pelo grupo dos "jovens turcos", oficiais que haviam estagiado no Exército alemão e pretendiam modernizar as forças armadas brasileiras. Eram conhecidos assim em alusão ao movimento nacionalista que atuava no processo de modernização da Turquia na mesma época.

No Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio

Ao assumir o governo federal, em 15/11/1914, o presidente Wenceslau Brás aceitou a sugestão de militares ligados aos "jovens turcos" e nomeou Pandiá Calógeras para a pasta da Agricultura, Indústria e Comércio. Em sua gestão, que durou apenas até julho do ano seguinte, o novo titular promoveu a reorganização de todos os departamentos do ministério, fixou as bases do crédito agrícola, aplicou a lei de sua autoria na regulamentação da propriedade das minas e estudou o uso do álcool como substituto da gasolina, em virtude de problemas de abastecimento causados pela Primeira Guerra Mundial. Baixou ainda decretos reorganizando os serviços de veterinária e de inspeção de defesa agrícola.

No Ministério da Fazenda

Em junho de 1915, substituiu interinamente o ministro da Fazenda, Sabino Alves Barroso Júnior, impedido por motivo de doença. Após acumular as duas pastas durante um mês, foi efetivado no Ministério da Fazenda, onde encontrou uma situação precária, marcada pela carência de rendas para cobrir as necessidades mais urgentes, uma grande dívida flutuante, a arrecadação aduaneira reduzida a 1/3, a suspensão da cobrança de impostos até que se resolvessem alguns protestos e reclamações, a paralisia dos transportes marítimos e a existência de um segundo funding loan (consolidação dos empréstimos brasileiros junto aos credores ingleses).

Além desses problemas, Pandiá Calógeras enfrentou a incúria administrativa e a corrupção, o que lhe valeu ataques publicados na imprensa pelos beneficiários desse estado de coisas. Superando os obstáculos, o novo ministro regularizou a dívida flutuante, reorganizou a Casa da Moeda e assumiu a responsabilidade integral pelo funding, promovendo um acordo com os credores estrangeiros que impediu seu controle sobre as alfândegas brasileiras. Ao deixar a pasta, em setembro de 1917, recebeu da Casa Rothschild um documento atestando que nunca as finanças brasileiras tinham se apresentado tão florescentes.

Reconduzido à Câmara Federal em 1918, recebeu do presidente eleito Francisco de Paula Rodrigues Alves a incumbência de elaborar um relatório da situação do país, que viria a ser posteriormente publicado sob o título de "Problemas da Administração". Em novembro desse ano, motivos de saúde impediram a posse de Rodrigues Alves no seu segundo mandato à frente do governo federal, assumindo então, por pouco tempo, o vice-presidente eleito Delfim Moreira.

Com o término da Primeira Guerra Mundial, realizou-se em Versalhes, França, a Conferência de Paz. Pandiá Calógeras integrou a delegação brasileira ao congresso, presidida pelo senador Epitácio Pessoa. Entretanto, Epitácio Pessoa foi eleito presidente da República para completar o quadriênio, e retornou ao Brasil. Pandiá Calógeras assumiu a chefia da delegação e, após o encerramento do Congresso de Versalhes, permaneceu ainda algum tempo na Europa, representando o Brasil em alguns encontros internacionais e chefiando a missão comercial que esteve na Inglaterra em 1919.

No Ministério da Guerra

Regressando ao Brasil, Pandiá Calógeras não retomou seu mandato parlamentar em virtude de ter sido nomeado ministro da Guerra do governo de Epitácio Pessoa, tornando-se o único civil a ocupar esse cargo na história republicana do país. Sua escolha foi aprovada por um grande número de oficiais do Exército, que já lhe haviam prestado homenagens quando de sua atuação nos outros ministérios. Também repercutira favoravelmente um discurso que pronunciara na Câmara no ano anterior sobre a situação das forças armadas.

Em sua administração, iniciada em outubro de 1919, o Exército brasileiro experimentou intensa modernização, expansão e aperfeiçoamento em todos os setores, contando para isso, a partir de 1920, com a assessoria da missão militar francesa chefiada pelo general Maurice Gustave Gamelin, que teve profunda influência na reorganização do Exército e na formação de oficiais de estado-maior.

Pandiá Calógeras promoveu a reforma da instrução dos quadros e da tropa, tornando-a mais técnica com a criação de escolas para cada especialidade, entre elas a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Além disso, baixou nova regulamentação para as escolas de Estado-Maior, de Aviação, de Veterinária e para os colégios militares. Instituiu também a instrução física obrigatória para todas as armas.

Alterou ainda a divisão territorial militar e a organização das divisões do Exército, reorganizando a Artilharia de Costa e criando a Diretoria Geral de Intendência de Guerra.

Fez grandes aquisições de material bélico moderno para as diversas armas e serviços, incrementando a indústria militar nacional, sobretudo as fábricas instaladas em Realengo, no Rio de Janeiro, e em Piquete, SP.  Construiu 103 estabelecimentos militares espalhados por todo o país, tomando cuidados especiais com as instalações de serviços básicos nas casernas. No setor de aviação, montou novas esquadrilhas, inclusive de aviões de caça.

Por influência direta da missão francesa, surgiram em 1920 o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE) e o Regulamento Interno de Serviços Gerais (RISG). Data também dessa época a formulação da primeira política de defesa nacional abrangendo todos os aspectos de vida do país, desde a preparação militar propriamente dita até o desenvolvimento de indústrias estratégicas, como a siderurgia. Foi o desdobramento dessa concepção que levou à criação, em 1927, do Conselho de Defesa Nacional.

Ainda em 1920 o Governo Federal adquiriu a Fazenda Quitaúna, em São Paulo, onde Pandiá Calógeras construiu um quartel-general que serviu de apoio à ampliação da força militar estacionada nesse estado.

No final de sua gestão à frente do Ministério da Guerra ocorreu o levante de 05/07/1922, inaugurando o ciclo de movimentos tenentistas que marcou a década. Pandiá Calógeras participou diretamente dos acontecimentos que antecederam a revolta, bem como da repressão ao levante. Foi ele que, a pedido do presidente Epitácio Pessoa, enviou em 1º de julho um aviso de repreensão ao marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar, por suas declarações contra a participação de tropas federais no conflito entre forças políticas pernambucanas em torno do resultado das eleições estaduais ali realizadas. A polêmica então estabelecida entre o marechal e o governo levou à sua prisão e ao fechamento do Clube Militar no dia 2 de julho, o que revoltou parcela ponderável da juventude militar. Informado dos preparativos para uma revolta no forte de Copacabana, Pandiá Calógeras enviou o capitão José da Silva Barbosa, acompanhado pelo general Bonifácio Costa, para substituir Euclides Hermes da Fonseca, filho de Hermes da Fonseca, no comando dessa corporação. A prisão desses oficiais legalistas pela guarnição de Copacabana configurou o início do levante, que envolveu também a Escola Militar e algumas tropas da Vila Militar, no Rio de Janeiro, além do contingente estacionado em Mato Grosso.

Em todas essas frentes, a revolta foi rapidamente sufocada. Esperançosos de obter o apoio dos oficiais da Vila Militar, os alunos da Escola Militar, chefiados pelo coronel João Maria Xavier de Brito Júnior, começaram sua marcha sobre a cidade. Recebidos a tiros pela guarnição, recuaram para Realengo, onde se renderam. Como conseqüência, mais de quinhentos alunos foram expulsos da escola. Também em Mato Grosso a rebelião foi logo dominada, com o deslocamento de tropas da Força Pública de São Paulo, que obtiveram a rendição dos rebeldes.

No forte de Copacabana, a revolta teve início em um ambiente de desilusão, causado pela certeza de que não poderiam contar com o apoio dos companheiros de conspiração. Apesar disso, os revoltosos atingiram o prédio do Ministério da Guerra com tiros de canhão, o que alarmou as autoridades e levou à mudança do quartel-general legalista para a guarnição do Corpo de Bombeiros situada do outro lado da praça fronteiriça, o Campo de Santana. Em 6 de julho, o forte foi cercado e Pandiá Calógeras começou a ameaçar seus ocupantes com um ataque por terra e mar, caso não se rendessem. Diante da situação, o capitão Euclides Hermes liberou seus soldados e oficiais para optarem, permanecendo no quartel apenas 28 voluntários dispostos a lutar. Pouco depois, Euclides Hermes foi preso ao sair do forte para parlamentar com Pandiá Calógeras.

Sob o comando do tenente Antônio Siqueira Campos, os revoltosos resolveram então abandonar o quartel e continuar a luta marchando pela avenida Atlântica de encontro às forças legalistas, desencadeando então o episódio conhecido como Os 18 do Forte, última escaramuça da revolta de 1922, que resultou na morte de vários revoltosos e ferimentos nos restantes.

Depois de 1922

Com o fim do mandato de Epitácio Pessoa, 15/11/1922, Pandiá Calógeras deixou o ministério e se afastou da política por discordar da eleição de Arthur Bernardes para a presidência da República.

Entre 1923 e 1929, presidiu a Companhia Nacional de Artefatos de Cobre (Conac), desenvolvendo também grande atividade intelectual como jornalista, conferencista e escritor. Nesse período, publicou "A Política Exterior do Império", em três volumes, considerada sua obra mais importante como historiador e, em 1930, "Formação Histórica do Brasil". Em 1928, foi eleito presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia.

Quando das eleições presidenciais de março de 1930, apoiou Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal (AL), coligação interpartidária de oposição. Com a vitória do situacionista Júlio Prestes, as forças oposicionistas aceleraram os preparativos para uma revolta armada que, deflagrada em 3 de outubro, foi vitoriosa ao cabo de 21 dias de luta. Convidado, Pandiá Calógeras recusou-se a participar da junta governativa que exerceu o poder até a formação, em 3 de novembro, do Governo Provisório, chefiado por Getúlio Vargas. Esse governo nomeou-o em 1931 relator do projeto sobre legislação de minas nas comissões legislativas então instituídas e membro da Comissão de Estudos Financeiros e Econômicos dos Estados e Municípios. No mesmo ano, a convite do governo mineiro, estudou a reforma do sistema tributário desse estado.

Em 1932 tornou-se presidente da Liga Eleitoral Católica e manifestou simpatias pela Revolução Constitucionalista, deflagrada em São Paulo para exigir a imediata reconstitucionalização do país e a devolução da autonomia estadual. Mesmo derrotada, a Revolução teve influência na convocação de eleições para a Assembléia Nacional Constituinte em 1933. Nesse pleito, concorrendo em Minas Gerais na legenda do Partido Progressista (PP), Pandiá Calógeras obteve a maior votação até aí alcançada no Brasil por um candidato a deputado. Pouco depois, seu nome foi incluído na lista apresentada por líderes mineiros a Getúlio Vargas para que este escolhesse o interventor que substituiria o governador Olegário Maciel, recém-falecido, na chefia do Executivo estadual. A escolha do chefe do Governo Provisório recaiu, entretanto, sobre Benedito Valadares.

Foi em Petrópolis, RJ, que Pandiá Calógeras viveu os últimos anos de sua profícua existência e onde provavelmente escreveu "Ascensões D'alma", obra publicada em 1934, com prefácio do Padre Leonel Franca, verdadeira obra-prima que revela seu amor pelo Criador e sua fidelidade aos ensinamentos do Evangelho.

Pandiá Calógeras faleceu em Petrópolis, no Sanatório São José, anexo aos Hospital Santa Tereza, onde se achava em tratamento havia poucos dias, às 20:30 hs do dia 21/04/1934. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal, numa sepultura em cuja lápide ainda hoje podem-se ler os dizeres:

"Ad pedes tuos... Fiat voluntas tua..."
(Aos teus pés... Faça-se a tua vontade...)"

Dizeres que refletem a resignação e a humildade evangélica que acompanharam sua alma profundamente cristã nos estertores de sua existência.

Pandiá Calógeras faleceu na vigência de seu mandato constituinte.

Foi patrono da cadeira nº 7 e membro correspondente no exterior da Academia Carioca de Letras. Além de inúmeros discursos, relatórios e artigos, publicou obras sobre diferentes temas, nas áreas de sociologia, história, finanças, indústria, administração, engenharia, política e pedagogia, entre as quais "As Minas do Brasil e Sua Legislação" (3v., 1904-1905), "La Politique Monétaire du Brésil" (1910), "Os Jesuítas e o Ensino" (1911), "Novos Rumos Econômicos" (1912), "Rio Branco e a Política Exterior" (1916), "A Política Exterior do Império" (3v., 1927-1933), "A União Brasileira" (1927), "A Ordem de São Bento e a Civilização" (1927), "Problemas de Governo" (1928), "Formação Histórica do Brasil" (1930), "Conceito Cristão do Trabalho" (1932), "Problemas de Administração" (1933), "Estudos Históricos e Políticos (Res Nostra)" (2ª ed., 1936), "O Marquês de Barbacena" (1936), "Ascensões D'alma (Uma Página Íntima)", "As Relações Exteriores do Brasil" e "A Lei de Minas".  

Deixou vários inéditos, entre os quais "Diário da Conferência de Paz", um ensaio sobre a eucaristia, e um trabalho de caráter íntimo chamado "Méditations".

Muitos artigos e livros foram escritos sobre a vida de Pandiá Calógeras, entre os quais o de de E.M de Castro e Silva, "À Margem do Ministério Calógeras", a coletânea "Pandiá Calógeras na Opinião de Seus Contemporâneos" (1934), o de Antônio Gontijo de Carvalho, "Calógeras" (1935) e o de Luís Pinto, "Pandiá Calógeras" (1955).

João Cleofas de Oliveira

JOÃO CLEOFAS DE OLIVEIRA
(87 anos)
Engenheiro e Político

* Vitória de Santo Antão, PE (22/09/1899)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/09/1987)

João Cleofas de Oliveira era filho de Augusto Teixeira de Oliveira e Maria Florentina de Lemos Oliveira, casado com Maria Olenka Carneiro. Ele foi um político brasileiro, ministro da Agricultura no governo Getúlio Vargas, senador por Pernambuco, de 1966 a 1975 e presidente do senado de 1970 a 1971.

Engenheiro civil, pela Escola de Engenharia de Pernambuco e pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, 1920.

Foi presidente do Senado Federal no período de 1970 a 1971, representante do Estado de Pernambuco, tendo exercido o mandato de senador no período de 1966 a 1975. Durante sua gestão o Senado Federal realizou 139 sessões ordinárias, 32 extraordinárias, duas preparatórias, 55 conjuntas, tendo sido feitos 255 pronunciamentos e apresentados 40 projetos de lei.

João Cleofas de Oliveira e Getúlio Vargas
Foi membro das Comissões de Orçamento, de Agricultura, de Ajustes Internacionais, de Legislação sobre Energia Atômica, de Economia, de Estudos para Alienação e Concessão de Terras Públicas e Povoamento, de Comunicações e Obras Públicas, de Projetos do Executivo, presidente da Comissão de Finanças.

Foi prefeito municipal e vereador em Vitória de Santo Antão (1922 a 1924), Deputado à Assembléia Legislativa Estadual de Pernambuco (1925 a 1927), Secretário de Estado da Agricultura, Indústria e Comércio, Viação e Obras Públicas (1931 a 1934), Deputado Federal (1935 a 1937), Ministro da Agricultura (1950 a 1954), Deputado Federal (1946 a 1950; 1951 a 1954; 1958 a 1962; 1965 a 1966), Presidente do Senado (1970), Membro da Comissão de Finanças (1971 a 1972) e Presidente da Comissão de Finanças do Senado Federal ( 1973).

Foi condecorado com a Comenda da Ordem do Rio Branco, Medalha Almirante Tamandaré Medalha Ministro Fernando Costa.

João Cleofas de Oliveira faleceu no Rio de Janeiro no dia 17/09/1987.


OBRAS PUBLICADAS
  • 1933 - Estudos de Economia
  • 1946 - Desorganização Financeira do País
  • 1952 - Contribuição à Solução das Secas do Nordeste
  • 1960 - Reforma Agrária no Brasil
  • 1967 - Política do Desenvolvimento do Nordeste - I
  • 1967 - ICM na Agricultura
  • 1967 - A Desordem Orçamentária
  • 1969 - Aspectos da Reforma Agrária no Brasil
  • 1971 - Política de Desenvolvimento do Nordeste - II
  • 1971 - Orçamento, Planejamento, Revolução
  • 1972 - I Seminário Continental Sobre Reforma Agrária
  • 1972 - Defesa da Economia Açucareira de Pernambuco


Antônio Ermírio de Moraes

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
(86 anos)
Empresário, Engenheiro e Industrial

* São Paulo, SP (04/06/1928)
+ São Paulo, SP (24/08/2014)

Antônio Ermírio de Moraes foi um empresário, engenheiro e industrial brasileiro. Foi presidente e membro do conselho de administração do Grupo Votorantim e presidente da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Seu pai, o engenheiro pernambucano José Ermírio de Morais, criou o Grupo Votorantim, comprando as ações de uma empresa de tecelagem localizada na cidade de Votorantim, São Paulo que pertencia ao seu sogro, avô de Antônio Ermírio, o imigrante português António Pereira Inácio, diversificando o negócio. Sua mãe, Helena Rodrigues Pereira, nasceu em Boituva, SP, e teve com José Ermírio de Morais, quatro filhos, dos quais Antônio Ermírio foi o segundo.

Antonio Ermírio nasceu sem um rim e isso o ajudou a lutar toda a vida. Formou-se em engenharia metalúrgica em 1949 pela Colorado School Of Mines, mesma universidade que o seu pai, José Ermírio de Morais, estudou. Casou em 1953 com Maria Regina, com quem passou a lua-de-mel na Europa.

Na década de 50, sua família foi taxada de louca por querer concorrer com os grandes produtores de alumínio, como Alcan, Alcoa e Vale, e fundou a Companhia Brasileira de Alumínio. A empresa iniciou suas operações em 1955 produzindo apenas 4 mil toneladas e completou seu cinquentenário com 400 mil toneladas.

Em 1956, Antônio Ermírio de Moraes, teve de contrair empréstimos que equivaliam a 16 meses de faturamento, na mesma época sofreu um acidente ao visitar a unidade e, queimado por soda cáustica, ficou um mês de cama. Esta experiência ajudou a sedimentar em sua obsessão por conduzir o Grupo Votorantim da forma mais conservadora possível, evitando contrair dívidas.

Após assumir o grupo, Antônio Ermírio transformou-o em uma multinacional, com a aquisição de uma fábrica de cimento no Canadá. Expandiu o Grupo Votorantim, com mais de 60 mil funcionários, atuou nas áreas de cimento, celulose, papel, alumínio, zinco, níquel, aços longos, filmes de polipropileno bi orientado, especialidades químicas e suco de laranja.

Apesar do Grupo Votorantim possuir um banco, Antônio Ermírio de Moraes era um crítico do sistema financeiro e da especulação financeira:

"Se eu não acreditasse no Brasil, seria banqueiro!"

Antônio Ermírio de Moraes, 1980
Quando o banco foi criado não se conformava com o fato dele, ocupando somente um andar e empregando poucos funcionários, ser mais lucrativo do que sua Companhia Brasileira de Alumínio. Em relação ao banco Antônio Ermírio de Moraes costumava brincar que a instituição só foi criada "para não pagar os juros cobrados pelo mercado e estabelecidos pelo Banco Central".

Ao mesmo tempo que lidava com matérias-primas, Antônio Ermírio de Moraes deu o aval para a criação da Votorantim Ventures, a caçula das empresas do grupo criada há quase quatro anos. A Votorantim Ventures é um fundo de investimento com 300 milhões de dólares para investir em áreas tão diversas como biotecnologia, bioinformática, distribuição de MRO, serviços de datacenter e de call center, comércio eletrônico e biodiversidade.

Assim como o pai, aventurou-se na política, lançando-se à candidatura ao governo do Estado de São Paulo em 1986 pela União Liberal Trabalhista Social (PTB, PL e PSC), ficando em segundo lugar, perdendo para Orestes Quércia, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em uma época em que não havia segundo turno. Durante esta experiência ficou chocado com as manobras políticas e fisiológicas, todos que o abordavam pediam cargos para poder ficar sem trabalhar.

Foi a frustração com a política que o levou a escrever peças teatrais, dizia que "a política é o maior de todos os teatros". É autor de três peças de teatro, duas já lançadas no circuito paulistano: "Brasil S.A.", "Acorda Brasil" e "S.O.S Brasil". Todas as peças acabaram virando livro e a peça "Acorda Brasil" foi vista por 26 mil pessoas.

Também escreveu para a Folha de São Paulo uma coluna dominical durante 17 anos. O empresário sempre dedicou parte de seu tempo à Sociedade Beneficência Portuguesa de São Paulo, uma hora e meia todo dia. Também se dedicou à Associação Cruz Verde de São Paulo, à Fundação Antônio Prudente, entre outras organizações não governamentais.

Em 2001 deixou a presidência do conselho de administração do Grupo Votorantim e entregou o comando do conglomerado aos filhos e sobrinhos. Trabalhador incansável, uma combinação de doenças afetaram sua mente e seus movimentos, imobilizando-o numa cama, levando-o a sofrer de Hidrocefalia e Mal de Alzheimer.


Resultados e Homenagens

Em 2013 a família de Antônio Ermírio de Moraes apareceram entre os 100 maiores bilionários do mundo, segundo ranking da Forbes, com fortuna avaliada em US$ 12,7 bilhões. No Brasil, a família foi considerada a terceira mais rica, segundo ranking divulgado pela revista em maio de 2014.

Antônio Ermírio de Moraes trabalhava 12 horas por dia, mas ponderava que era preciso moderação.

"Na vida, o meio termo é o correto, nem tanto ao mar,  nem tanto à terra. Eu acho que é preciso trabalhar, mas não se descuidar do lazer, para você, para sua família, para sua saúde inclusive!"
(Antônio Ermírio de Moraes durante uma entrevista à rádio CBN)

Pela intensa atividade social e pela trajetória empresarial ascendente, o empresário é um ícone da classe empresarial industrial. O currículo exibe ainda o Prêmio Eminente Engenheiro do Ano, mérito reconhecido em 1979. Em 2003 recebeu a Medalha do Conhecimento do Governo Federal.

Sua família ganhou o destaque do Prêmio Octavio Frias de Oliveira, tanto pela administração do Hospital Beneficência Portuguesa há mais de 50 anos, quanto pela participação no conselho curador da rede voluntária do Hospital A.C. Camargo e ser uma das maiores doadoras da Associação de Assistência à Criança Deficiente.

Em 2013, a vida do empresário foi retratada pelo sociólogo José Pastore em uma biografia intitulada "Antônio Ermírio de Moraes: Memórias de Um Diário Confidencial".

"No campo pessoal, a marca de Antônio Ermírio foi a simplicidade, sempre acompanhada de humildade e generosidade. Como empresário ele tinha como meta investir continuamente para gerar empregos de boa qualidade. [...] Como investidor ele pregava ser de responsabilidade dos empresários não apenas produzir e pagar impostos, mas também, ajudar o próximo. E para tanto, ele deu o exemplo ao longo dos seus 60 anos de trabalho", disse José Pastore, em nota.

Maria Regina Costa de Moraes e Antônio Ermírio de Moraes
Família

Antônio Ermírio de Moraes tinha 9 filhos, entre eles, Regina de Moraes, presidente da ONG Velho Amigo. Seu filho Carlos Ermírio de Moraes faleceu no dia 18/08/2011 após lutar durante 4 anos contra um câncer.


Morte

Antônio Ermírio de Moraes morreu na noite de domingo, 24/08/2014, em São Paulo, aos 86 anos. Segundo informações da assessoria de imprensa da empresa, ele morreu em sua casa, no Morumbi, Zona Sul, vítima de insuficiência cardíaca.

O corpo do empresário será velado a partir das 09:00 hs de segunda-feira, 25/08/2014, no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa. A partir das 16:00 hs, o cortejo deve seguir ao Cemitério do Morumbi, onde ele será sepultado. Antônio Ermírio de Moraes deixa a esposa, Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos.


Nota do Grupo Votorantim

"É com grande pesar que o Grupo Votorantim comunica o falecimento do Drº  Antônio Ermírio de Moraes, aos 86 anos, na noite deste domingo, 24 de agosto, em São Paulo.
Presidente de honra do Grupo Votorantim, Dr. Antônio era engenheiro metalúrgico formado pela Colorado School Of Mines (EUA) e iniciou sua carreira no Grupo em 1949, sendo o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio, inaugurada em 1955.
Com o falecimento do Drº Antônio Ermírio de Moraes, o Grupo Votorantim perde um grande líder, que serviu de exemplo e inspiração para seus valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais justo, com saúde e educação de qualidade para todos.
Drº Antônio deixa a esposa, Dona Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos. O corpo será velado a partir das 9h desta segunda-feira no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa e o cortejo sairá às 16h rumo ao Cemitério do Morumbi, onde o corpo será enterrado."

Hugo Miguel Etchenique

HUGO MIGUEL ETCHENIQUE
(88 anos)
Engenheiro e Empresário

* La Paz, Bolívia (24/11/1925)
+ São Paulo, SP (21/07/2014)

Hugo Miguel Etchenique foi um engenheiro e empresário, fundador da marca Brastemp, uma das mais importantes indústrias do país. Boliviano naturalizado brasileiro, Hugo Miguel era filho de Miguel Etchenique e Elena Etchenique Dorado, nasceu em La Paz, na Bolívia, no dia 24/11/1925.

Engenheiro industrial formado pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, passou por diversos cursos no Massachusetts Institute Of Technology (MIT), em Cambridge, e no Stevens Institute Of Techonology, em Hoboken, New Jersey.

Em 1950, desembarcou no Brasil para trabalhar com o pai no empreendimento da Brasmotor.

Depois de passar por todos os setores da fábrica de São Bernardo do Campo, assumiu uma das gerências da empresa e participou da criação da marca Brastemp em 1954. Peça importante nas negociações da transição da companhia para a linha-branca. Hugo Miguel trabalhou também na criação da Multibrás em associação com a Sears e a Whirlpool em 1958, e na montagem final da holding Brasmotor em 1961. Dois anos depois, assumiu a superintendência da Multibrás.


Nos anos 70, já à frente do Conselho de Administração e da Superintendência da Brasmotor S.A., coordenou a incorporação e o ajustamento da Consul e da Empresa Brasileira de Compressores (Embraco) ao grupo, processo que repetiria em 1984 com a aquisição do controle acionário da Semer, fabricante de fogões.

Nos anos 90, sob o comando de Hugo Miguel Etchenique, a Brasmotor solidificou sua estrutura corporativa e preparou as bases de sua internacionalização. Para realizar o primeiro objetivo, o presidente do Conselho de Administração propôs, em 1994, a fusão da Brastemp, Consul e Semer na nova Multibrás S.A. Eletrodomésticos. Nesse mesmo ano, Hugo Miguel Etchenique e seus executivos foram à Itália finalizar a compra da Aspera S.A., importante fábrica de compressores, incorporando-a à Empresa Brasileira de Compressores (Embraco).

No início de 1995, formalizaram uma joint-venture entre a Embraco, a Whirlpool e a Beijing Snowflake Electric Appliance Group, também para a produção de compressores para refrigeradores domésticos na China.

Apesar de ter deixado o comando do grupo Brasmotor, controlador da Multibrás, dona das marcas Brastemp e Consul, no ano 2000, após 30 anos, Hugo Miguel Etchenique ainda era chamado para opinar sobre os negócios da empresa, que teve o controle acionário vendido em 1997 para a americana Whirlpool.

O bordão "Não é assim uma Brastemp", um dos mais famosos da publicidade brasileira, foi criado na sua gestão. "Ele era uma Brastemp", comentou o seu filho Rodrigo, que participava com ele da direção da empresa.


Morte

Hugo Miguel Etchenique morreu na segunda-feira, 21/07/2014, às 22:22 hs, aos 88 anos. O empresário tinha 83 anos e sofria de complicações pulmonares há cerca de três anos. No domingo, 20/07/2014, foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, mas a infecção agravou-se e ele não resistiu.

O velório ocorreu na terça-feira, 22/07/2014, das 10:00 hs às 14:00 hs, no Einstein, na Avenida Albert Einstein, 672, no Morumbi, e em seguida o sepultamento no Cemitério São Paulo, na Avenida Cardeal Arcoverde, em Pinheiros.

Hugo Miguel Etchenique deixa cinco filhos, quatorze netos e um bisneto.

Na nota de falecimento assinada por João Carlos Brega, Chief Executive Officer (CEO) da Whirpool, lamenta a perda:

"Em nome dos 68 mil colaboradores da Whirlpool Corporation em todo mundo, manifestamos irrestrita solidariedade e carinho aos familiares. Inexistem palavras capazes de descrever o profundo respeito e admiração que sempre tivemos pelo Srº Etchenique, além do reconhecimento por suas inúmeras contribuições ao nosso País, à indústria brasileira e à inovação."

"Hugo Miguel Etchenique será para sempre lembrado como um ícone e um exemplo para os brasileiros e para a indústria", escreveu em comunicado enviado à imprensa.

Fonte: Economia IG
Indicação: Miguel Sampaio