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Olavo de Carvalho

OLAVO LUIZ PIMENTEL DE CARVALHO
(74 anos)
Jornalista, Escritor, Ensaísta, Polemista, Influenciador Digital, Ideólogo, Astrólogo e Filósofo

☼ Campinas, SP (29/04/1947)
┼ Richmond, Estados Unidos (24/01/2022)

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho foi um jornalista, ensaísta, polemista, influenciador digital, ideólogo, astrólogo e filósofo autoproclamado, nascido em Campinas, SP, no dia 29/04/1947. Era considerado um representante do conservadorismo no Brasil, tendo também expressiva influência na extrema-direita brasileira.

Autor profícuo, escreveu mais de 40 livros, mais de 44 cursos, dezenas de milhares de páginas em apostilas e artigos, protagonizou um filme e, durante 14 anos, ministrou semanalmente seu Curso Online de Filosofia, o COF - contabilizando mais de 570 aulas.

Suas ideias ganharam protagonismo no debate público, pautando assuntos como conservadorismo, religião, filosofia e política. Segundo ele mesmo, seus cursos são os únicos realmente formadores de profissionais de alto nível no país, superiores às graduações de humanas nas universidades.

Chamado de Pai da Direita no Brasil, rejeitou tal título. Ciente de que fez muito pela direita no país, acredita que a democracia envolve o rodízio dos poderes e que a esquerda pretende ter a hegemonia governando.

Olavo de Carvalho continuou ensinando como podia até seu último dia. Como passatempo, costumava atirar usando uma arma austríaca de caça dos anos 60, Steyr-Mannlicher, além de assistir filmes e séries na Amazon.

Polemista por estilo, sua forma de atuação pública virou capa de praticamente todos os jornais do país, prova inconteste de que, tanto para os seus alunos quanto para seus opositores, Olavo de Carvalho estava ingresso nos cânones da filosofia Brasileira. Mas como tudo começou?

Estudos Independentes

Olavo de Carvalho tornou-se autodidata bem jovem, buscou o conhecimento por conta própria. Não se viu dependente do conteúdo escolar passado pelos professores regulares das instituições.

Aprendeu sozinho na companhia dos livros e também por meio de conversas com outros intelectuais brasileiros com quem teve contato.

Aos 2 anos de idade, saiu de Campinas, SP. Na cidade de São Paulo, morou no bairro do Glicério, perto da Praça da Sé.

Seu pai, Luiz Gonzaga de Carvalho, separou-se de sua esposa quando Olavo tinha aproximadamente 8 anos. Quando morreu, Olavo era ainda adolescente. Sua mãe, Nicéa Pimentel de Carvalho, era uma pobre operária da indústria gráfica. Faleceu aos 99 anos, após uma queda no banheiro seguida de fratura.

Olavo de Carvalho não era filho único, tinha também um irmão e juntos cuidaram da mãe. Tanto ela quanto o pai foram referenciados como sendo muito bons, pessoas excelentes.

Mesmo criado na pobreza e em um bairro com semi-analfabetos, Olavo de Carvalho já se dedicava à alta literatura aos 14 anos de idade, com a qual, por exemplo, já tinha lido a obra completa de Dostoievski.

Ele se recordava de se recusar a ler alguns autores brasileiros indicados no colégio, porque já estava lendo Goethe, autor que descobriu a partir da leitura de "Os Sofrimentos Do Jovem Werther".

Autonomamente, formou seu gosto literário por meio da grande literatura mundial. Sendo apenas um adolescente, já tinha lido Dante, Tolstoy, Shakespeare e tantos outros.

Como queria estudar assuntos mais profundos, deixou a escola, onde os professores, segundo afirmou, sequer acompanhavam seu nível. Abandonou o colégio na 4ª série ginasial, equivalente à oitava série do ensino fundamental.

O Envolvimento de Olavo Com o Comunismo

Em 1966, com apenas 19 anos, filiou-se ao Partido Comunista, devido ao seu interesse precoce por política.

Em 1968, aos 21, abandonou sua filiação ao comunismo. Durante o Regime Militar, foi opositor. Percebeu por que o socialismo não funcionava somente quando adulto.

Olavo de Carvalho estima que o primeiro livro marxista que leu foi uma antologia organizada por um francês, uma coletânea de vários autores. Na época, não ficou muito impressionado. Apenas mais tarde se interessou, quando cooptado por uma organização de esquerda, que era uma dissidência do partido comunista.

Esta organização mais tarde se tornaria a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Foi nesse meio que ele conheceu grandes nomes da esquerda, como José Dirceu e Rui Falcão.

Olavo de Carvalho passou um tempo morando na Casa do Estudante, imóvel inaugurado em 1947 para abrigar os estudantes universitários de baixa renda da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Ele não estudava Direito, mas por estar franqueado pela organização política, por interesse partidário, conseguiu a vaga. Até mesmo José Dirceu morava nessa casa, ainda que fosse aluno da Pontifícia Universidade Católica (PUC), também por privilégio da organização que integrava.

Primeiros Trabalhos Jornalísticos

Olavo de Carvalho começou a sua carreira como jornalista na empresa Folha da Manhã S/A aos 17 anos. Posteriormente, conseguiu o melhor emprego de jornalismo em São Paulo na época, no Jornal da Tarde.

Foi ensaísta e colunista de diversos veículos: Folha de São Paulo, Bravo!, Planeta, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época, Zero Hora e Diário do Comércio. Participou também de jornais como A Gazeta e Estado de São Paulo.

Em seus primeiros anos como jornalista, como tinha uma visão de mundo alinhada à esquerda, desenvolveu-se rapidamente. Olavo de Carvalho foi repórter, copydesk, redator, roteirista e até foi credenciado no Palácio do Governo.

Trabalhou em jornais dessa forma entre os seus 17 e 30 anos de idade.

Ainda na década de 70, Olavo de Carvalho desistiu dos empregos no jornalismo e começou a trabalhar como freelancer. O que o levou a perder o interesse não foi nenhuma razão política, mas sim a má conduta moral das pessoas desses ambientes.

Ser freelancer na época era algo tão raro, que ele foi entrevistado para explicar como era isso. Na verdade, os motivos eram práticos. Ele fazia seus próprios horários e ganhava mais do que o dobro que a média dos jornalistas ganhava.

Durante a década de 80, trabalhou para várias revistas, como Nova, Quatro Rodas, Cláudia, dentre outras. Eram revistas de administração pública e privada, de economia, política e temas variados. Em entrevistas, Olavo de Carvalho relatava que aceitava o trabalho que aparecia. Foi, inclusive, freelancer da Abril e O Globo.

Mudanças e Trajetória de Vida

Olavo de Carvalho se mudou para o Rio de Janeiro na década de 90. Este foi um período fundamental em sua vida.

Sua trajetória pública começou quando publicou o artigo "Bandidos e Letrados", partes 1 e 2, no Jornal do Brasil, na seção de Opinião, abalando o meio intelectual brasileiro.

O primeiro curso de filosofia ministrado por Olavo de Carvalho fora de São Paulo foi no Rio de Janeiro. Ministrou também os cursos de História da Filosofia e Pensamento e atualidade em Aristóteles a Casa de Cultura Laura Alvim.

A maioria dos cursos foram organizados por Stella Caymmi, assistente pessoal do filósofo à época. Posteriormente, os cursos dados na Casa de Cultura Laura Alvim foram publicados em livros.

No Centro Educacional da Lagoa (Celtec), Olavo de Carvalho lançou "A Nova Era" e a "Revolução Cultural" pelo IAL e Stella Caymmi Editora. Houve palestra para um auditório lotado, iniciando uma trajetória de sucesso em Ciência Política.

As análises feitas nesse dia, mostraram-se certeiras nas décadas seguintes.

Olavo de Carvalho também se destacou a frente da Editora da Cidade ao editar e prefaciar um importante livro com ensaios de Otto Maria Carpeaux. Por essa mesma editora, lançou seu grande sucesso "O Imbecil Coletivo". Após essa obra, iniciou-se a derrocada da hegemonia gramciana implantada no Brasil desde os anos 60, tal qual ele a denunciou.

É importante também recordar que, em 1997, a Editora da Cidade em parceria com a Topbooks, de José Mario Pereira, dividiram um stand. A programação cultural foi rica, muito concorrida e tornou-se modelo para as bienais seguintes.

Além desses detalhes, nas terras cariocas, Olavo de Carvalho publicou seu outro sucesso "O Jardim das Aflições", pela editora Diadorim. Esse é considerado seu livro mais importante.

Olavo de Carvalho frequentou cursos de filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) com professores notáveis. Chegou a fazer o curso por três anos, mas não o completou. Estudou por um ano com o Padre Stanislavs Ladusãns no Conjunto de Pesquisas Filosóficas, COMPEFIL, no alto da Gavea. Não fez outros cursos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

No Rio de Janeiro, residiu em Copacabana e em Santa Cruz de Serra. Depois, mudou-se para o bairro Laranjeiras. Sendo muito pobre, residia em um edifício chamado de favelão. Ao lembrar desse período, ele considera que foi feliz. No Rio de Janeiro, ainda havia intelectuais de verdade, como Josué Montello, Herberto Sales, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony e Bruno Tolentino.

Conheceu também Antônio Olinto, intelectual e escritor brasileiro com livros traduzidos em 38 línguas.

Olavo de Carvalho os conheceu e teve seus livros lidos e apreciados por eles. Ao se recordar disso, considera essa admiração mais valiosa que qualquer apreciação vinda da grande mídia.

Rememorando sua trajetória de vida, diz que sua vida editorial começou de fato no Rio de Janeiro. Nessa época, ele já era chamado de polemista. Antes ele não emitia opinião, mas começou a falar de pessoas que nunca tinham sido criticadas, o que impactou a opinião pública.

Em 1999, saiu do Rio de Janeiro e se mudou para a Romênia, país em efervescência cultural, a convite do embaixador e ex-ministro da cultura, Jerônimo Moscardo. Ao voltar da Romênia, estava muito pobre.

Foi quando Rogério Marinho, irmão do Roberto Marinho, lhe concedeu uma coluna no jornal O Globo. Mas quando Rogério Marinho morreu, Olavo de Carvalho perdeu seu emprego, pois nenhum dos outros jornalistas o queria lá.

Também viveu por um tempo no Paraná, onde se dedicou mais intensamente ao ensino. Disse que lá encontrou os melhores estudantes, o que lhe foi um grande estímulo. Ficou por volta de um ano e meio com cursos praticamente todos os dias.

Em 2002, Olavo de Carvalho criou o website Mídia Sem Máscara (MSM), com o intuito de combater o viés de esquerda que via na grande mídia brasileira. É também o criador do programa de rádio pela internet chamado True Outspeak.

Olavo de Carvalho Nos Estados Unidos

Em 2005, Olavo de Carvalho passou a morar nos Estados Unidos porque recebeu a proposta de ser correspondente internacional do Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo. Não tinha planos de voltar a viver permanentemente no Brasil, uma vez que sua vida com filhos e netos estava constituída lá.

Esteve novamente no Brasil por questões de saúde, mas terminou seus dias no interior da Virgínia. Escolheu esse lugar porque gostou da beleza da região, do espírito dos moradores.

O professor também confessou que já estava cansado do Brasil. Preferiu a mudança pensando na liberdade que tinha para escrever sobre o que queria.

Entre 2005 e 2011 escreveu um conjunto de textos que foi reunido na coleção "Cartas de Um Terráqueo ao Planeta Brasil", em 10 volumes.

Mesmo morando nos Estados Unidos, pretendia continuar os trabalhos para O Globo, mas foi demitido. A ideia do curso de filosofia online sistemático veio de seu assessor e aluno, Silvio Grimaldo. Quando ministrou seu curso, esperava aproximadamente 100 alunos, mas alcançou mais de 5.000.

Ao tentar regularizar sua situação fora do Brasil, ele ganhou o visto de pessoas com realizações excepcionais em artes, letras, ciências, etc. Possuindo "extraordinary ability", o maior reconhecimento que um escritor brasileiro já recebeu desde o início do país, pôde residir legalmente nos Estados Unidos.

Assim, passou a viver do Diário de Comércio e dos cursos.
"A maior recompensa do meu trabalho é: Eu ver a inteligência dos meus alunos despertando!"
(Olavo de Carvalho)

De toda a sua trajetória de vida e suas obras, o que mais se recorda do professor Olavo de Carvalho foi o período em que ele se envolveu com astrologia, tópico usado para desmerecer seus trabalhos.

Por volta dos seus 30 anos, o assunto polêmico e popular da época era a astrologia. Mas como isso entrou na vida do professor Olavo de Carvalho?

Havia um psicólogo argentino em São Paulo, criado na Suíça, gênio da psicologia clínica, que chamou Olavo de Carvalho para assistir seu curso e redigi-lo. O tema era astrologia e, como não havia entendido, Olavo de Carvalho recebeu do doutor uma série de livros sobre astrologia para estudar.

Foi assim que seu interesse pelo assunto começou. Seus estudos de astrocaracterologia e alquimia estendiam-se às análises de conjuntura política, passando pela psicologia, gnoseologia e religião.

Como astrólogo, colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia para estudantes de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1979, quando tinha 32 anos.

Ele estudou as correntes em alta na época e, por isso, recebeu muita atenção da mídia, como a TV Manchete, por exemplo. Após estudar bastante, tornou-se um dos grandes nomes em astrologia no país. Mas percebendo que o assunto era difícil e que não havia conclusão sobre o tema, resolveu deixá-lo de lado.

O público se interessava pelas temáticas de astrologia e alquimia, estudo de esoterismo, deixando de lado os aspectos teórico e científico da astrologia.

Hoje, a parte científica e complexa desses estudos não é do interesse do jornalismo. Tudo que o professor Olavo de Carvalho estudou sobre astrologia é usado apenas para manchar sua reputação, sendo constantemente depreciado como um charlatão, majoritariamente por pessoas que não leram seus livros nem conhecem a abrangência do tema sobre o qual falam.

Reputação e Polêmicas

Olavo de Carvalho é um dos maiores nomes da política, cultura e ensino em filosofia. É o maior polemista brasileiro, graças às suas provocações e acusações à mídia no poder dos maiores veículos informativos do país.

Embora possua um vastíssimo trabalho de longo prazo, é constantemente ignorado e atacado a partir, principalmente, de suas manifestações no Facebook.

Olavo de Carvalho usava o Facebook como uma espécie de diário. Assim, ele explicava que dava aos seus alunos o exemplo de um filósofo filosofando diariamente sobre suas impressões diárias.

Ele enfatizava que o pensamento não é distinto da vida, já que muitos vivem de uma maneira diferente em relação ao que falam e defendem filosofias de vida nunca postas em prática.

Costumeiramente, quando ele é mencionado, o tom é de deboche, sarcasmo ou acusações. Apenas suas postagens curtas e polêmicas recebem destaque fora de contexto.

Falando de si, Olavo de Carvalho considerava possuir uma história parecida com a de Ronaldo Alves, um amigo nascido no Morro da Rocinha, que costumava dizer:
"Eu sofri mais discriminação na favela por ler livros do que fora dela por ser preto!"
Analogamente, Olavo de Carvalho afirmava que ler livros era ser considerado louco. Dizia ter experimentado, desde o tempo na escola, a estranheza de ser um leitor assíduo e ávido perto dos que não buscavam se formar bem.

A reputação de Olavo de Carvalho é constantemente atacada por ele ter se envolvido com astrologia e por ser considerado um forte conselheiro do presidente Jair Bolsonaro.

Olavo de Carvalho rejeitava qualquer vínculo com a presidência de Bolsonaro, pois falou com ele pouquíssimas vezes e, inclusive, recusou o cargo de ministro da educação.

Sua vida familiar também já foi exposta. Em setembro de 2017, sua filha escreveu uma carta o acusando, mas os outros 7 filhos foram contra as difamações da irmã. Segundo Olavo de Carvalho, aparentemente ela fez isso por não ter sido mencionada em seu filme.

Olavo de Carvalho se considerava um escritor independente, sem vinculação a partidos ou grupos políticos. Além de independente, ele não se considerava um ideólogo, mas sim um analista da realidade. A diferença é que um ideólogo força a realidade dentro de um escopo de ideias que ele quer que sejam reais. O analista, por sua vez, analisa os fatos e diz o que vê.

Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro
Sobre o presidente Bolsonaro, considerava que é um homem sincero, que fala aquilo que vê e que é necessário para o Brasil. Sugeriu pessoas que considerava intelectuais para alguns cargos e alguns se concretizaram.  

Por outro lado, em Lula, via uma pessoa que se tornou cínica, mentirosa. Olavo de Carvalho foi o primeiro a denunciar concretamente os motivos que tornaram o PT um partido criminoso. Fez isso ao revelar a existência do Foro de São Paulo.

Ele não se afirmava como um ideólogo de direita e dizia que qualquer influência sua foi somente um subproduto de seu trabalho.

Em seus cursos, livros e artigos não ensinava "direitismo". Ele se preocupava em criar intelectos, não partidos.

De acordo com Olavo de Carvalho, não havia partido, revista, jornal diário, estação de rádio ou universidade conservadora no Brasil. Isso significava que o povo, majoritariamente conservador e cristão, não tinha representação.

Ele explicava que a esquerda entendia que isso era a democracia. Essa é a razão para que Olavo de Carvalho afirmasse que o problema não era a esquerdização, mas a exclusão das alternativas. Isso o motivou a escrever "O Imbecil Coletivo", 1996.

Os imbecis eram, para Olavo de Carvalho, aqueles que se persuadiam uns aos outros sem serem confrontados.

Olavo de Carvalho perdeu todos os seus empregos na mídia por causa de suas opiniões. Por esse livro, tornou-se a persona non grata, na Academia Brasileira de Letras, pois criticou o processo de imbecilização nas universidades e o constrangimento ideológico que sofriam aqueles que não se adequavam às pautas da esquerda.

Olavo de Carvalho não concluiu seu curso de filosofia na universidade. No entanto, sempre estudou, principalmente filosofia, psicologia e religião. Quando trabalhava assiduamente como jornalista, tinha apenas um registro profissional.

A falta de um diploma e a dependência de uma validação de uma universidade reconhecida tornou-se motivo para seus opositores negarem que ele fosse um filósofo. Outros o rotulavam como filósofo autoproclamado ou pseudofilósofo.

Seus alunos, porém, estavam prontos a atestar que Olavo de Carvalho era um filósofo no sentido genuíno da palavra. Como exemplo, citam que os grandes filósofos da humanidade, principalmente os gregos, não tinham diploma algum, simplesmente faziam filosofia com suas vidas. Para eles, determinante é ter um pensamento filosófico próprio, procurar a verdade a qualquer custo com sinceridade, sem medo do que se pode encontrar na investigação. Sem diploma algum, Olavo de Carvalho possui uma vasta obra filosófica com suas análises, reflexões e pensamentos.

Assim, ele dava a conhecer ao grande público o que pensava sobre a realidade política, econômica e cultural do dia a dia brasileiro.
"O filósofo busca a explicação do real segundo sua própria exigência de veracidade e segundo o nível alcançado por seus antecessores!"
O trabalho real de um filósofo é a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. Trata-se de uma necessidade e uma busca incessante por alcançar a unidade do conhecimento.

Obras

Como escritor, seu primeiro livro é de 1980, intitulado "A Imagem do Homem na Astrologia".

Olavo de Carvalho é autor de uma vastíssima obra, destacando-se os livros "A Nova Era e a Revolução Cultural", "O Jardim Das Aflições", "O Imbecil Coletivo", "Aristóteles em Nova Perspectiva", "A Dialética Simbólica", "O Futuro do Pensamento Brasileiro", "A Filosofia e Seu Inverso", "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota"; a tradução comentada "Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão", de Arthur Schopenhauer; a edição do debate com o cientista político russo Alexandre Dugin e "Os EUA e a Nova Ordem Mundial".

Olavo de Carvalho se atribuía o feito de ter quebrado a hegemonia da esquerda com suas publicações e com os alunos que formou. Desde o começo dos anos 90, ele já analisava o debate dos intelectuais.

Foi ele que revelou as estratégias de dominação da cultura para a implantação do socialismo em seu livro "Nova Era e a Revolução Cultural", em 1994. Ele previu a vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) e o que fariam. O PT não estava disposto a suportar o rodízio no poder. Olavo de Carvalho já havia dito isso.
"Minha trajetória de vida são os livros que escrevi, eu não faço outra coisa além de escrever e ensinar!"
Ele explicava que houve uma esquerdização da mídia, universidades e show business. Há 20 anos, disse que o primeiro candidato com discurso conservador venceria, o que aconteceu com o Bolsonaro.

Falando sobre sua obra, "Jardim das Aflições", que está entre as mais conhecidas, disse:
"Meu propósito não é mudar o rumo da história, mas atestar que nem todos estavam dormindo enquanto a história mudava de rumo!"
Em "O Imbecil Coletivo", previu também a hegemonia que a esquerda tomaria na política brasileira e documentou o processo de decadência intelectual que estava acontecendo no Brasil.

Nas entrevistas que concedeu, costumava ressaltar que antes de algo ser vivido na prática, tudo começava com ideias em pequenos grupos.

Seu livro "O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota", 2013, tornou-se um fenômeno de vendas instantâneo. Mesmo sendo um livro compendioso, de 615 páginas, a obra figurou em todas as listas dos mais vendidos da Internet, desde a semana de lançamento.

Morte

Olavo de Carvalho faleceu na segunda-feira, 24/01/2022, aos 74 anos, na região de Richmond, na Virgínia, Estados Unidos, deixando sua esposa, a filósofa Roxane de Carvalho, oito filhos e 18 netos.

A família de Olavo de Carvalho divulgou uma nota em redes sociais sobre sua morte, oito dias após ser diagnosticado com Covid-19. Ele estava internado num hospital em Richmond, na Virgínia, Estados Unidos. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada junto da nota, sua filha Heloísa afirmou que ela se deveu à Covid-19.

Por outro lado, Ahmed Youssif El Tassa, médico de Olavo de Carvalho, disse que o motivo do falecimento teria sido Insuficiência Respiratória Aguda associada a Pneumonia Bacteriana.

Olavo de Carvalho negava a existência da pandemia, chegando a afirmar, em 2020, que o coronavírus era "a mais vasta manipulação de opinião pública que já aconteceu na história humana". Era também crítico da vacinação, da proteção pessoal com a utilização de máscara e do lockdown.

Após a sua morte, políticos de extrema-direita, como o presidente da República Jair Bolsonaro e seus filhos, lamentaram o ocorrido. Ministros, ex-ministros e parlamentares do mesmo espectro político também se manifestaram. O Governo Federal ainda emitiu uma nota de pesar, manifestando condolências e Jair Bolsonaro decretou luto oficial de um dia após a confirmação oficial da morte.

Olavo de Carvalho foi sepultado no cemitério Saint Joseph em Petersburg no dia 26/01/2022. A seu funeral, estiveram presentes familiares, o ex-chanceler Ernesto Araújo, o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster e o blogueiro Allan dos Santos.

Obras

Autor
  • 1980 - A Imagem do Homem na Astrologia
  • 1983 - O Crime da Madre Agnes ou A Confusão Entre Espiritualidade e Psiquismo
  • 1983 - Questões de Simbolismo Astrológico
  • 1983 - Universalidade e Abstração e Outros Estudos
  • 1985 - Astros e Símbolos
  • 1986 - Astrologia e Religião
  • 1986 - Fronteiras da Tradição
  • 1992 - Símbolos e Mitos no Filme "O Silêncio dos Inocentes"
  • 1993 - Os Gêneros Literários: Seus Fundamentos Metafísicos
  • 1993 - O Caráter Cforma Pura da Personalidade
  • 1994 - A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci
  • 1994 - Uma Filosofia Aristotélica da Cultura
  • 1995 - O Jardim das Aflições: De Epicuro à Ressurreição de César - Ensaio Sobre o Materialismo e a Religião Civil
  • 1996 - Aristóteles Em Nova Perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos
  • 1996 - O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras
  • 1998 - O Futuro do Pensamento Brasileiro. Estudos Sobre o Nosso Lugar no Mundo
  • 1998 - O Imbecil Coletivo II: A Longa Marcha da Vaca Para o Brejo e Logo Atrás Dela, os Filhos da PUC
  • 1998 - O Exército na História do Brasil (4 Volumes)
  • 2002-2006 - Coleção História Essencial da Filosofia
  • 2006 - A Dialética Simbólica - Ensaios Reunidos
  • 2011 - Maquiavel ou A Confusão Demoníaca
  • 2012 - A filosofia e Seu Inverso
  • 2012 - Os EUA e a Nova Ordem Mundial (Co-autor Alexandre Dugin)
  • 2013 - Visões de Descartes Entre o Gênio Mal e o Espírito da Verdade
  • 2013 - O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota
  • 2013 - Apoteose da Vigarice - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume I)
  • 2014 - O Mundo Como Jamais Funcionou - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume II)
  • 2014 - A Fórmula Para Enlouquecer o Mundo - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume III)
  • 2015 - A Inversão Revolucionária em Ação - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume IV)
  • 2016 - O Império Mundial da Burla - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume V)
  • 2016 - O Dever de Insultar - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VI)
  • 2017 - Breve Retrato do Brasil - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VII)
  • 2018 - Os Histéricos no Poder - Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil (Volume VIII)

Flávio Bolsonaro e Olavo de Carvalho
Prêmios

  • 1999 - Medalha do Pacificador
  • 2000 - Ordem Nacional do Mérito da Romênia
  • 2001 - Medalha do Mérito Santos-Dumont
  • 2012 - Medalha Tiradentes
  • 2019 - Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz (Essa é a mais alta homenagem diplomática conferida pelo Governo brasileiro, apenas para pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras pelos seus serviços ou méritos excepcionais)

#FamososQuePartiram #OlavodeCarvalho

Osório Duque-Estrada

JOAQUIM OSÓRIO DUQUE-ESTRADA
(56 anos)
Poeta, Crítico Literário, Professor e Ensaísta

Vassouras, RJ (29/04/1870)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/02/1927)

Joaquim Osório Duque-Estrada foi um poeta, crítico literário, professor e ensaísta brasileiro, nascido no então Distrito de Paty dos Alferes, pertencente ao Município de Vassouras, que veio a ser emancipado em 1988, no dia 29/04/1870.

Seu primeiro livro, um livro de poemas, foi "Alvéolos" (1886). Foi conhecido pela autoria da letra do Hino Nacional Brasileiro e sua atividade de crítico literário na imprensa brasileira do início do século XX. Foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Seu poema de 1909, em versos decassílabos, foi oficializado como letra do Hino Nacional Brasileiro por meio do Decreto nº 15.671, do presidente Epitácio Pessoa, em 06/09/1922, véspera do Centenário da Independência do Brasil. O autor morreu cinco anos mais tarde, em 05/02/1927.

Osório Duque-Estrada era filho do tenente-coronel Luís de Azeredo Coutinho Duque-Estrada e de Mariana Delfim Duque-Estrada. Era afilhado do general Osório, Marquês do Erval. Estudou as primeiras letras na capital do antigo império, nos colégios Almeida Martins, Aquino e Meneses Vieira.

Matriculou-se em 1882 no imperial Colégio Pedro II onde recebeu o grau de bacharel em letras, em dezembro de 1888. Em 1886, ao completar o 5º ano do curso, publicou o primeiro livro de versos, "Alvéolos".

Osório Duque-Estrada começou a colaborar na imprensa, em 1887, escrevendo os primeiros ensaios no Rio de Janeiro, como um dos auxiliares de José do Patrocínio na campanha da abolição.

Em 1888 alistou-se também nas fileiras republicanas, ao lado de Silva Jardim, entrando para o Centro Lopes Trovão e o Clube Tiradentes, de que foi segundo secretário. No ano seguinte foi para São Paulo a fim de se matricular na Faculdade de Direito, entrando nesse mesmo ano para a redação do Diário Mercantil. Abandonou o curso de Direito em 1891 para se dedicar à diplomacia, sendo então nomeado segundo secretário de legação no Paraguai, onde permaneceu por um ano.

Regressou ao Brasil, abandonando de vez a carreira diplomática. Fixou residência em Minas Gerais, de 1893 a 1896. Aí redigiu o "Eco de Cataguases". Nos anos de 1896, 1899 e 1900 foi sucessivamente inspetor geral do ensino, por concurso. Bibliotecário do Estado do Rio de Janeiro e professor de francês do Ginásio de Petrópolis, cargo que exerceu até voltar para o Rio de Janeiro, em 1902, sendo nomeado regente interino da cadeira de História Geral do Brasil, no Colégio Pedro II.

Deixou o magistério em 1905, voltando a colaborar na imprensa, em quase todos os diários do Rio de Janeiro. Entrou para a redação do Correio da Manhã, em 1910, dirigindo-o por algum tempo, durante a ausência de Edmundo Bittencourt e Leão Veloso. Foi nesse período que criou a seção de crítica "Registro Literário", mantida, de 1914 a 1917, no Correio da Manhã. De 1915 a 1917, no Imparcial, e de 1921 a 1924, no Jornal do Brasil. Uma boa parte de seus trabalhos desse período foram reunidos em "Crítica e Polêmica" (1924).

Tornou-se um crítico literário temido e gostava de polêmicas. De todas as censuras que fez, nenhuma conseguiu dar-lhe renome na posteridade. Osório Duque-Estrada tinha espírito contestador; gostava de polêmicas e de censurar atitudes alheias, testemunhado por seus colegas na Academia Brasileira de Letras. Segundo as palavras de Arthur Motta, Duque-Estrada "tinha um temperamento agressivo e espírito intolerante. Determinava-lhe a índole uma predisposição para os teirós e ação contínua de combate".

Como poeta, não fez nome literário, a não ser pela autoria da letra do Hino Nacional Brasileiro. Além do livro de estreia, publicado aos 17 anos, "Flora de Maio", com prefácio de Alberto de Oliveira, reunindo poesias escritas até os 32 anos de idade. Revelou sensível progresso na forma e na ideia. Conservou a feição dos poetas românticos, apesar de publicado em plena florescência do Parnasianismo, de que recebeu evidentes influxos, conservando, contudo, a essência romântica.

Osório Duque-Estrada foi o segundo ocupante da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleito em 25/11/1915, na sucessão de Sílvio Romero, recebido pelo acadêmico Coelho Neto em 25/10/1916. Recebeu o acadêmico Luís Carlos.

Obras

  • 1887 - Alvéolos (Poesia)
  • 1899 - A Aristocracia do Espírito
  • 1902 - Flora de Maio (Poesia)
  • 1909 - O Norte (Impressões de Viagem)
  • 1911 - Anita Garibaldi (Ópera-baile)
  • 1912 - A Arte de Fazer Versos
  • 1915 - Dicionário de Rimas Ricas
  • 1918 - A Abolição (Esboço Histórico)
  • 1924 - Crítica e Polêmica
  • Noções Elementares de Gramática Portuguesa
  • Questões de Português
  • Guerra do Paraguai
  • História Universal
  • História do Brasil
  • A Alma Portuguesa.

Encontram-se trabalhos seus na "Revista Americana", em "O Mundo Literário", na "Revista da Língua Portuguesa" e na "Revista da Academia Brasileira de Letras".

A letra do Hino Nacional Brasileiro manuscrita pelo autor, Joaquim Osório Duque-Estrada
Hino Nacional Brasileiro

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva

Primeira Parte

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Segunda Parte

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores,
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.

Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo
És mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #OsorioDuqueEstrada

Ferreira Gullar

JOSÉ RIBAMAR FERREIRA
(86 anos)
Escritor, Poeta, Crítico de Arte, Biógrafo, Tradutor, Memoralista e Ensaísta

☼ São Luís, MA (10/09/1930)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/12/2016)

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, foi um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Foi o postulante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na vaga deixada por Ivan Junqueira, da qual tomou posse em 05/12/2014.

Ferreira Gullar nasceu em São Luís, MA, no dia 10/09/1930, com o nome de José Ribamar Ferreira. É um dos onze filhos do casal Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart.

Sobre o pseudônimo, o poeta declarou o seguinte:

"Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome!"

Segundo Mauricio Vaitsman, ao lado de Bandeira Tribuzi, Luci Teixeira, Lago Burnet, José Bento, José Sarney e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Até sua morte, muitos o consideravam o maior poeta vivo do Brasil e não seria exagero dizer que, durante suas seis décadas de produção artística, Ferreira Gullar passou por todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira e participou deles.

Morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo então um poeta extremamente inovador, escrevendo seus poemas, por exemplo, em placas de madeira, gravando-os.

Em 1956 participou da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta, tendo se afastado desta em 1959, criando, junto com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo.

Posteriormente, ainda no início dos anos de 1960, se afastou deste grupo também, por concluir que o movimento levaria ao abandono do vínculo entre a palavra e a poesia, passando a produzir uma poesia engajada e envolvendo-se com os Centros Populares de Cultura (CPCs).

Militância Política

Ferreira Gullar foi militante do Partido Comunista Brasileiro (CPB) e, exilado pela ditadura militar, viveu na União Soviética, na Argentina e Chile. Ele comentou que bacharelou em subversão em Moscou durante o seu exílio, mas que devido a uma maior reflexão, experiência de vida, e de observar as coisas irem acontecendo se desiludiu do socialismo e que o socialismo não faz mais sentido pois fracassou.

"(...) toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável."

Prêmios e Indicações

Ferreira Gullar ganhou o concurso de poesia promovido pelo Jornal de Letras com seu poema "O Galo" em 1950. Os prêmios Molière, o Saci e outros prêmios do teatro em 1966 com "Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come", que é considerada uma obra prima do teatro moderno brasileiro.

Em 1999 foi inaugurada em São Luís, MA, a Avenida Ferreira Gullar. Em Imperatriz, MA, ganhou em sua homenagem com o teatro Ferreira Gullar.

Em 2002, foi indicado por nove professores dos Estados Unidos, do Brasil e de Portugal para o Prêmio Nobel de Literatura.

Em 2007, seu livro Resmungos ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano. O livro, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, reúne crônicas de Ferreira Gullar publicadas no jornal Folha de S.Paulo no ano de 2005.

Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Ferreira Gullar foi agraciado com o Prêmio Camões em 2010.

Em 15/10/2010, foi contemplado com o título de Doutor Honoris causa, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 20/10/2011, ganhou o Prêmio Jabuti com o livro de poesia Em Alguma Parte Alguma, que foi considerado O Livro do Ano de ficção.

Em 2011, a obra Poema Sujo inspirou a vídeo instalação "Há Muitas Noites na Noite", dirigida por Silvio Tendler. Em 2015, o poema inspirou uma série documental, também denominada: "Há Muitas Noites na Noite", com sete episódios com 26 minutos cada, exibida na TV Brasil entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, também dirigida por Silvio Tendler.

Academia Brasileira de Letras

Ferreira Gullar foi postulante eleito da cadeira 37 na Academia Brasileira de Letras (ABL), tendo obtido na votação 36 dos 37 votos possíveis derrotando os outros candidatos: Ademir Barbosa Júnior, José Roberto Guedes de Oliveira e José William Vavruk em apenas 15 minutos, com uma abstenção que permanece anônima devido a queima das fichas após o resultado da urna, em 09/10/2014, tendo votado 19 acadêmicos por presença física e 18 por cartas.

A cadeira tem como patrono o poeta e inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga e foi ocupada anteriormente por personalidades como Silva Ramos, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e recentemente pelo ensaísta e curador Ivan Junqueira, amigo de Ferreira Gullar.

Sua posse era marcada para novembro, depois de várias recusas do escritor em convites anteriores.

Em 05/12/2014, Ferreira Gullar tomou posse de sua cadeira, a número 37, na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Morte

Ferreira Gullar morreu no domingo, 04/12/2016, no Rio de Janeiro, RJ vítima de vários problemas respiratórios que culminaram em uma pneumonia. Ele estava internado há 20 dias no Hospital Copa D'Or, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Amigos famosos e imortais foram à Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio de Janeiro, na segunda-feira, 05/12/2016, para velar o corpo de Ferreira Gullar. Familiares, admiradores e colegas acadêmicos prestaram sua última homenagem ao poeta, que foi velado ainda na noite de domingo, 04/12/2016, e durante toda a madrugada no saguão da Biblioteca Nacional, também no Centro do Rio de Janeiro, e na manhã de segunda-feira foi velado na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL).

O corpo de Ferreira Gullar foi sepultado por volta das 16h00 de segunda-feira, 05/12/2016, no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL) localizado no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Bibliografia

Poesia
  • 1949 - Um Pouco Acima do Chão
  • 1954 - A Luta Corporal
  • 1958 - Poemas
  • 1962 - João Boa-Morte, Cabra Marcado para Morrer (Cordel)
  • 1962 - Quem Matou Aparecida? (Cordel)
  • 1966 - A Luta Corporal e Novos Poemas
  • 1966 - História de um Valente (Cordel: Na clandestinidade, como João Salgueiro)
  • 1968 - Por Você Por Mim
  • 1975 - Dentro da Noite Veloz
  • 1976 - Poema Sujo (Onde se localiza a letra de Trenzinho do Caipira)
  • 1980 - Na Vertigem do Dia
  • 1986 - Crime na Flora ou Ordem e Progresso
  • 1987 - Barulhos
  • 1991 - O Formigueiro
  • 1999 - Muitas Vozes
  • 2005 - Um Gato Chamado Gatinho
  • 2010 - Em Alguma Parte Alguma

Antologias
  • 1977 - Antologia Poética
  • 1980 - Toda Poesia
  • 1981 - Ferreira Gullar - Seleção de Beth Brait
  • 1983 - Os Melhores Poemas de Ferreira Gullar - Seleção de Alfredo Bosi
  • 1989 - Poemas Escolhidos

Contos e Crônicas
  • 1996 - Gamação
  • 1997 - Cidades Inventadas
  • 2007 - Resmungos

Teatro
  • 1979 - Um Rubi no Umbigo

Crônicas
  • 1989 - A Estranha Vida Banal
  • 2001 - O Menino e o Arco-Íris

Memórias
  • 1998 - Rabo de Foguete - Os Anos de Exílio

Biografia
  • 1996 - Nise da Silveira: Uma Psiquiatra Rebelde

Literatura Infantil
  • 2011 - Zoologia Bizarra

Ensaios
  • 1959 - Teoria do Não-Objeto
  • 1965 - Cultura Posta em Questão
  • 1969 - Vanguarda e Subdesenvolvimento
  • 1977 - Augusto do Anjos ou Vida e Morte Nordestina
  • 1977 - Tentativa de Compreensão: Arte Concreta, Arte Neoconcreta - Uma Contribuição Brasileira
  • 1978 - Uma Luz no Chão
  • 1983 - Sobre Arte
  • 1985 - Etapas da Arte Contemporânea: Do Cubismo à Arte Neoconcreta
  • 1989 - Indagações de Hoje
  • 1993 - Argumentação Contra a Morte da Arte
  • 1998 - O Grupo Frente e a Reação Neoconcreta
  • 2002 - Cultura Pem Questão / Vanguarda e Subdesenvolvimento
  • 2002 - Rembrandt
  • 2003 - Relâmpagos

Televisão
  • 1990 - Araponga (Rede Globo) - Colaborador
  • 1995 - Irmãos Coragem (Rede Globo) - Colaborador
  • 1998 - Dona Flor e Seus Dois Maridos (Rede Globo) - Colaborador

Filmes
  • Os Herdeiros - Davi Martins

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Sábato Magaldi

SÁBATO ANTONIO MAGALDI
(89 anos)
Crítico Teatral, Teatrólogo, Jornalista, Professor, Ensaísta e Historiador

☼ Belo Horizonte, MG (09/05/1927)
┼ São Paulo, SP (14/07/2016)

Sábato Antonio Magaldi foi um crítico teatral, teatrólogo, jornalista, professor, ensaísta e historiador brasileiro, nascido em Belo Horizonte, MG, no dia 09/05/1927.

Sábato Magaldi formou-se no curso de Direito em Belo Horizonte, mas antes dos 20 anos de idade escreveu sua primeira crítica, de uma peça de Jean Paul Sartre, iniciando a carreira de crítico teatral, sua verdadeira vocação.

Em 1948 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a escrever críticas para o jornal Diário Carioca, em substituição à Paulo Mendes Campos, na função de crítico.

Em 1953 Sábato Magaldi foi trabalhar em São Paulo, exercendo sua função nos jornais O Estado de São Paulo e no Jornal da Tarde, à partir de 1966.

Foi membro da Academia Brasileira de Letras, sendo eleito em 08/12/1994, tomando posse em julho de 1995 na cadeira nº 24, na sucessão de Ciro dos Anjos. Foi professor titular de História do Teatro Brasileiro da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Lecionou, ainda, durante quatro anos nas universidades francesas da Universidade de Paris III, (Sorbonne) Nouvelle e de Provence.

Atuou na política, ao ser o primeiro secretário municipal de Cultura de São Paulo, entre abril de 1975 e julho de 1979, na administração Olavo Egydio Setúbal.

Sábato Magaldi foi um dos grandes organizadores da obra de Nelson Rodrigues, de quem era amigo pessoal, e foi responsável pela classificação de suas peças segundo tema e gênero: Tragédias Cariocas, Peças Míticas e Peças Psicológicas. Seus prefácios às peças são verdadeiros ensaios sobre a obra do dramaturgo.

Sábato Magaldi foi casado com a escritora Edla Van Steen.

Morte

Sábato Magaldi morreu às 23h30 de quinta-feira, 14/07/2016, aos 89 anos. Ele estava internado desde o dia 02/07/2016 no Hospital Samaritano, em São Paulo, com problemas pulmonares. Sua morte de seu em decorrência de um quadro séptico, insuficiência renal e comprometimento pulmonar.

O velório ocorreu na sexta-feira, 15/07/2016, a partir das 12h00, no Cemitério Memorial Parque Paulista, em São Paulo. O corpo do crítico foi cremado às 15h00. Depois, as cinzas seguiram para o Rio de Janeiro, onde foram sepultadas no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.

Produção Literária

  • Panorama do Teatro Brasileiro (Global Editora, 2001)
  • Iniciação ao Teatro (Editora Ática, 1998)
  • O Cenário do Avesso (Editora Perspectiva, 1991)
  • Um Palco Brasileiro - O Arena de São Paulo (Editora Brasiliense)
  • Nelson Rodrigues - Dramaturgia e Encenações (Editora Perspectiva)
  • O Texto no Teatro (Editora Perspectiva)
  • As Luzes da Ilusão, em parceria com Lêdo Ivo (Global Editora)
  • Moderna Dramaturgia Brasileira (Editora Perspectiva, 1998)
  • Depois do Espetáculo (Editora Perspectiva, 2003)
  • Teatro da Obsessão - Nelson Rodrigues (Editora Global, 2004)
  • Teatro da Ruptura - Oswald de Andrade (Editora Global, 2003)
  • Teatro de Sempre (Editora Perspectiva, 2006)
  • Cem Anos de Teatro em São Paulo (Editora Senac, 2001)
  • Edição da obras de Nelson Rodrigues - Teatro Completo (Editora Global, Vários Volumes)
  • Teatro Vivo (Responsável pela Coleção)

Fonte: Wikipédia

José Carlos Avellar

JOSÉ CARLOS AVELLAR
(79 anos)
Crítico, Ensaísta, Professor e Gestor Público de Cinema

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/12/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (18/03/2016)

José Carlos Avellar foi um crítico e gestor público de cinema brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 15/12/1936.

Jornalista de formação, José Carlos Avellar trabalhou por mais de vinte anos como crítico de cinema do Jornal do Brasil. Atualmente era integrante do conselho editorial da revista Cinemais e da publicação virtual El Ojo Que Piensa, da Universidade de Guadalajara, México.

Era consultor dos festivais internacionais de cinema de Berlim desde 1980, de San Sebastián desde 1993, e de Montreal desde 1995. Desde 2006 era o curador, com Sérgio Sanz, do Festival de Gramado.

José Carlos Avellar já publicou seis livros de ensaios sobre cinema, e foi co-autor de dezenas de trabalhos sobre o cinema brasileiro e latino-americano, entre eles "Le Cinéma Brésilien" (Centre Pompidou, Paris) e "Hojas de Cine" (Universidad Autonoma Metropolitana, México).

Teve ainda inúmeros ensaios publicados em catálogos de festivais de cinema como o de Manheim, Locarno e Valladolid. Organizou a edição de "O Processo do Cinema Novo", de Alex Viany e a edição brasileira das duas principais obras de Sergei Eisenstein, "A Forma do Filme" e "O Sentido do Filme".

Não satisfeito com seu papel de critico e ensaísta, José Carlos Avellar dedicou grande parte de sua vida à administração cultural do cinema brasileiro.

Na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), foi vice-diretor em dois períodos, em 1969 e 1985, e diretor de 1991 a 1992. Foi diretor da área cultural da Embrafilme (1985-1987) e diretor-presidente da RioFilme (1994-2000). Presidiu o Conselho do Programa Petrobrás Cinema desde 2001.

Na Escola de Cinema Darcy Ribeiro (ECDR), José Carlos Avellar foi curador do Cineclube, editor dos Cadernos da ECDR e ainda faz parte da coordenação dos Cursos Regulares, onde lecionou Linguagem Audiovisual e História do Cinema Brasileiro.

Foi vice-presidente da Fédération Internationale de la Presse Cinématographique (FIPRESCI), de 1986 a 1995, e secretário da mesma entidade para a América Latina. Participou de júris oficiais e de júris da crítica em vários festivais internacionais, inclusive em Cannes e Veneza.

Por suas atividades cinematográficas, recebeu em dezembro de 2006 a condecoração de Chevalier Des Arts Et Lettres, conferida pelo governo francês, através do Cônsul Geral da França no Rio de Janeiro.

Nos anos 1960 e 1970, José Carlos Avellar também exerceu várias funções como cineasta. Estreou na direção com o curta "Treiler" (4 min, 1965) e co-dirigiu dois filmes coletivos: "Destruição Cerebral" (25 min, 1977), com Nick Zarvos e Joatan Vilela; e "Viver é Uma Festa" (14 min, 1972) com Tereza Jorge, Isso Milan, Manfredo Caldas e Alvaro Freire.

Foi diretor de fotografia do média "Manhã Cinzenta" (1969) de Olney São Paulo e do longa "Triste Trópico" (1974), de Arthur Omar. Produziu o documentário "Passe Livre" (1974), de Oswaldo Caldeira, e montou "Ião" (1976), de Geraldo Sarno.

Morte

José Carlos Avellar morreu na sexta-feira, 18/03/2016, aos 79 anos. Ele estava internado desde 09/02/2016 no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, Rio de Janeiro, onde travava um câncer. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, morreu em decorrência de complicações de um linfoma.

O velório ocorreu no domingo, domingo, 20/03/2016, às 11h00, e a cremação, às 16h00, no Memorial do Carmo, no Caju.

Bibliografia

Livros Publicados

  • 2007 - O Chão da Palavra: Cinema e Literatura no Brasil
  • 2002 - Glauber Rocha
  • 1995 - A Ponte Clandestina - Tteorias de Cinema na América Latina
  • 1995 - Deus e o Diabo na Terra do Sol
  • 1986 - O Cinema Dilacerado
  • 1982 - Imagem e Ação, Imagem e Som, Imaginação" (editora Paz e Terra, São Paulo)

Organização de Volumes

  • 2007 - O Que o Cinema Vê, o Que Vemos no Cinema
  • 1999 - O Processo do Cinema Novo (De Alex Viany)
  • 1990 - A Forma do Filme (De Sergei Eisenstein)
  • 1990 - O Sentido do Filme (De Sergei Eisenstein)

Artigos em Obras Coletivas

  • 2008 - "Hacer Cine - Producción Audiovisual En América Latina" (Org. Eduardo Russo, Ed. Paidós, Buenos Aires)
  • 2007 - "Toda a Vida Mais Cem Anos" em "Ecos do Cinema - de Lumière ao Digital" (Org. Ivana Bentes, Ed. da UFRJ, Rio de Janeiro)
  • 2006 - "O Paraíso do Espectador" (e mais 4 textos) em "Cinema Político Italiano - Anos 60 e 70" (Org. Alvaro Machado, Ed. Cosac e Naify, São Paulo)
  • 2005 - "Os Anos 70, Ainda Sob a Tempestade" (Org. Adauto Novaes, Ed. Europa, Rio de Janeiro)
  • 2004 - "Mujeres y Cine En América Latina" (Org. Patricia Tores San Martín, Universidad de Guadalajara)
  • 2003 - "Alle Radici Del Cinema Brasiliano" (Org. Gian Luigi De Rosa, Università Degli Studi Di Salerno)
  • 2003 - "Cine Documental En América Latina" (Org. Paulo Paranaguá, Ed. Cátedra, Madrid)
  • 2003 - "The Cinema Of Latin America" (Org. Alberto Elena e Marina Díaz López, Wallflower Press, Londres)
  • 2002 - "Julio Bressane" (Org. Simona Fina e Roberto Turigliatto, edição do Torino Film Festival, Turim)
  • 2001 - "Brasilien In Lateinamerikanischen Kontext" (Org. Walter Bruno Berg, Max Niemeyer Verlag, Tübingen, Alemanha)
  • 1998 - "Cinema Novo And Beyond" (The Museum Of Modern Art, New York)
  • 1997 - "Framing Latin American Cinema" (Org. Ann Marie Stock, Minnesota Press, USA)
  • 1996 - "O Cinema no Século" (Org. Ismail Xavier, Ed. Imago, Rio de Janeiro)
  • 1995 - "El Documental Como Creación" (Org. Teresa Toledo, Filmoteca de La Generalitat Valenciana, Valencia)
  • 1995 - "Prima e Dopo La Rivoluzione, Dal Cinema Novo Al Cinema Marginal" (Org. Marco Giusti e Marco Melani, Ed. Lindau e Festival Internazionale Cinema Giovani, Turim)
  • 1992 - "A La Decouverte de l'Amerique Latine" (Org. Paulo Paranaguá, Cinema du Réel, Centre Georges Pompidou, Paris)
  • 1988 - "Latin American Vision" (Org. Patricia Aufderheide, International House Of Philadelphia, USA)
  • 1987 - "Le Cinéma Brésilien" (Org. Paulo Pranaguá, Centre Georges Pompidou)
  • 1986 - "O Bestiário de Chris Marker" (Org. Robert Grélier, edição Livros Horizonte, Portugal)
  • 1980 - "Anos 70: Cinema" (Ed. Europa, com Jean-Claude Bernardet e Ronald Monteiro)

Indicação: Miguel Sampaio

Vianna Moog

CLODOMIR VIANNA MOOG
(81 anos)
Advogado, Jornalista, Romancista e Ensaísta

☼ São Leopoldo, RS (28/10/1906)
┼ Rio de Janeiro, RJ (15/01/1988)

Clodomir Vianna Moog foi um advogado, jornalista, romancista e ensaísta brasileiro. Filho de Marcos Moog, funcionário público federal, e de Maria da Glória Vianna, professora pública, foi aluno da escola dirigida por sua mãe na cidade natal e, depois, do Colégio Elementar Visconde de São Leopoldo.

Queria seguir a carreira militar e por esta razão foi para o Rio de Janeiro para prestar exame na Escola Militar do Realengo. Como, porém, naquele ano não se abrissem as provas vestibulares, voltou para Porto Alegre, onde trabalhou algum tempo no comércio e, em 1925, matriculou-se na Faculdade de Direito. Foi nomeado, no mesmo ano, guarda-fiscal interino da Repressão ao Contrabando na Fronteira e designado para a Delegacia Fiscal de Porto Alegre.

Em 1926 prestou concurso para Agente Fiscal de Imposto de Consumo e serviu dois anos na cidade de Santa Cruz do Sul e um ano na cidade de Rio Grande.

Vianna Moog formou-se em em 1930 e, no mesmo ano, participou da Aliança Liberal. Contrário à ditadura de Getúlio Vargas, participou da Revolução de 1932, tendo sido preso e removido para o Amazonas. Anistiado, retornou ao Rio Grande do Sul em 1934.

Vianna Moog foi representante do governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos (OEA) e na Organização das Nações Unidas (ONU).

Faleceu aos 81 anos, no dia 15/01/1988, no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardíaca após uma intervenção cirúrgica.

Academia Brasileira de Letras

Vianna Moog foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), sendo o terceiro ocupante da cadeira 4. Foi eleito em 20/09/1945, na sucessão de Alcides Maia, tendo sido recebido por Alceu Amoroso Lima em 17/11/1945.

Obras

  • 1936 - O Ciclo do Ouro Negro (Ensaio)
  • 1937 - Novas Cartas Persas (Sátira)
  • 1938 - Eça de Queirós e o Século XIX (Ensaio)
  • 1938 - Um Rio imita o Reno (Romance)
  • 1939 - Heróis da Decadência (Ensaio)
  • 1942 - Uma Interpretação da Literatura Brasileira (Ensaio)
  • 1946 - Nós, os Publicanos (Ensaio)
  • 1946 - Mensagem de Uma Geração (Ensaio)
  • 1954 - Bandeirantes e Pioneiros (Estudo Social)
  • 1959 - Uma Jangada Para Ulisses (Novela)
  • 1962 - Tóia (Romance)
  • 1965 - A ONU e os Grandes Problemas (Política)
  • 1966 - Obras Completas de Vianna Moog
  • 1968 - Em Busca de Lincoln (Biografia)


Fonte: Wikipédia