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Zumbi dos Palmares

ZUMBI
(40 anos)
Último Líder do Quilombo dos Palmares

* União dos Palmares, AL (1655)
* Viçosa, AL (20/11/1695)

Zumbi dos Palmares  é um conhecido líder quilombola,  para muitos o símbolo da resistência negra contra a escravidão. Foi o último chefe do Quilombo dos Palmares, localizado na parte superior do rio São Francisco, na Serra da Barriga, antiga capitania de Pernambuco. Sua história começa em 1655 com seu nascimento em Alagoas, em um dos mocambos de Palmares.  Zumbi, ou Zambi, vem do termo "nzumbe", do idioma africano quimbundo, e significa, fantasma, espectro, alma de pessoa falecida.

Não se conhece a data exata de seu nascimento. Com poucos dias de vida Zumbi foi capturado na região de Palmares pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e dado de presente ao padre Antônio Melo, em Porto Calvo.  Batizado na igreja católica como Francisco, ele ajudava nas missas além de estudar português e latim. 


Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao Quilombo dos Palmares. Com apenas vinte anos, em 1675, já era um respeitável estrategista militar e guerreiro, atuando na luta contra os soldados do Sargento-mor Manuel Lopes

1673 é a data do primeiro registro histórico referente a Zumbi. Seu nome aparece em relatos portugueses sobre uma expedição que foi derrotada pelos quilombolas.

O Quilombo dos Palmares, era uma comunidade auto-sustentável, um reino, ou república na visão de alguns, formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.

Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco, Pedro de Almeida, cansado do longo conflito com o Quilombo dos Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz.  A proposta do governador consistia em dar liberdade para os negros do Quilombo dos Palmares perante a submissão à Coroa Portuguesa.

Ganga Zumba aceitou, mas Zumbi foi contra essa decisão alegando que não se podia dar a liberdade somente ao povo de Palmares havendo ainda milhares de outros negros sendo escravizados. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do Quilombo dos Palmares.

Busto de Zumbi dos Palmares (Avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro)

Morte

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antônio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto, talvez a Serra Dois Irmãos. Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador  Caetano de Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.

Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco  Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei:

"Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."

Estátua de Zumbi dos Palmares inaugurada em 30/05/2008 na praça da Sé, Salvador, BA

Polêmicas

Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói do Quilombo dos Palmares e sim Ganga Zumba:

"Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[...]"

De acordo com José Murilo de Carvalho, em "Cidadania no Brasil", página 48:

"Os quilombos mantinham relações com a sociedade que os cercavam, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares haviam escravos. Não existiam linhas geográficas separando a escravidão da liberdade."

Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado, e os negros de Palmares elevaram Zumbi a categoria de chefe:

"Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo."

Seu governo também teria sido caracterizado pelo despotismo:

"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela 'severa justiça' do quilombo."

Escravidão no Quilombo dos Palmares

Apesar de Representar uma resistência à escravidão, muitos quilombos contavam com a escravidão internamente. Esta prática levou vários teóricos a interpretarem a prática dos quilombos como um conservadorismo africano, mantendo as diversas classes sociais existentes na África, incluindo reis, generais e escravos.

Contudo, a escravidão nos quilombos em nada se assemelhava à escravidão dos brancos sobre os negros, sendo os escravos considerados como membros das casas dos senhores, aos quais deviam obediência e respeito. Semelhante à escravidão entre brancos, comum na Europa na Alta Idade Média.

Selo comemorativo Zumbi dos Palmares (1655-1695)

Tributos

Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o Dia da Consciência Negra. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade. Hilda Dias dos Santos incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares.

Várias referências nas artes fazem tributo a seu nome:

  • Mencionado em diversas letras da banda Soulfly.
  • Mencionado na música "Ratamahatta", da banda Sepultura.
  • Mencionado na música "Apesar de Cigano", composta por Altay Veloso e Aladim Teixeira, e interpretada por Jorge Vercillo no álbum "Leve".
  • Seu nome é dado a um lutador no jogo feito em Adobe Flash: Capoeira Fighter 2.
  • Música "300 Anos" gravada por Alcione em 2007, composta por Altay Veloso e Paulo César Feital.
  • Musica "Palmares 1999" feita por Natiruts.
  • Musica da banda Vibrações"1655-Zumbi".

Cronologia

  • Mais ou menos em 1600: negros fugidos do trabalho escravo dos engenhos de açúcar, onde hoje são os estados de Pernambuco e Alagoas no Brasil, fundam na Serra da Barriga o Quilombo dos Palmares. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.
  • 1630: Começam as invasões holandesas no nordeste brasileiro, o que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar com o Quilombo dos Palmares que, como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.
  • 1654: Os holandeses deixam o nordeste brasileiro.
  • 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares.
  • Por volta de 1662 (data não confirmada): Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados portugueses e levado a Porto Calvo, onde é "dado" ao padre jesuíta Antônio Melo. Este o batizou com o nome de Francisco. Zumbi passou a ajudar nas missas e estudar português e latim.
  • 1670: Zumbi aos quinze anos de idade foge e regressa a Palmares. Neste mesmo ano de 1670, Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune, tio de Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com mais de trinta mil habitantes.
  • 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada por Manuel Lopes, depois de uma batalha sangrenta, ocupam um mocambo com mais de mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi com apenas vinte anos de idade, e após um combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se retirar para Recife. Palmares se estendia então da margem esquerda do São Francisco até o Cabo de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos quilômetros de extensão, era uma república com uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam as cidades muradas medievais da Europa, mas no lugar das pedras haviam paliçadas de madeira. O principal mocambo, o que foi fundado pelo primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500 choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro, outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene, Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.
  • 1678: A Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram reconstruídos, e passou a ser economicamente desinteressante, os habitantes dos mocambos faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma, as vestimentas eram feitas das cascas de algumas árvores, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão e cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceitou, mas Zumbi foi contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. Além do mais eles tinham suas próprias leis e crenças e teriam que abrir mão de sua cultura.
  • 1680: Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre envenenado.
  • 1694: Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados. Após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi conseguiu fugir.
  • 20 de novembro de 1695: Zumbi, então aos 40 anos, foi traído e denunciado pelo antigo companheiro Antônio Soares. Ele é localizado pelo capitão Furtado de Mendonça, preso, tem a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca, ao governador Caetano de Melo e Castro . Ainda no mesmo ano, Dom Pedro II premia com 50 mil réis o capitão Furtado de Mendonça por "haver morto e cortado a cabeça do negro dos Palmares do Zumbi".


Quintino de Lacerda

QUINTINO DE LACERDA
(59 anos)
Escravo e Político

* Itabaiana, SE (08/06/1839)
+ Santos, SP (10/08/1898)

Quintino de Lacerda foi um ex-escravo que tornou-se herói abolicionista. Nasceu escravo em 1839 na cidade serrana de Itabaiana, em Sergipe. Vendido para São Paulo, lá foi escravo de Antônio de Lacerda Franco.

Ganhou sua liberdade com a conquista da amizade de seu senhor, de quem herdou até o sobrenome, e adquiriu terras formando o maior quilombo conhecido no Brasil, situado em localidade onde hoje abriga o bairro Jabaquara, na cidade de Santos, SP.

Sua popularidade na cidade propiciou-lhe o cargo de vereador da Câmara de Santos em 1895, chegando a exercer a presidência da casa. Foi reconhecido na luta pela liberdade dos negros em sua comunidade.


Quintino de Lacerda morreu em 10/08/1898 vítima de um ataque cardíaco, deixando três filhos menores. Seu enterro foi acompanhado por um grande número de pessoas, um testemunho do reconhecimento de sua importância histórica.

Recebeu várias homenagens e foi mandado erguer na cidade de Santos, monumentos ao coronel Quintino de Lacerda, patente outorgada pelo então presidente marechal Deodoro da Fonseca ao menino escravo dos engenhos de Sergipe, em Itabaiana.

Seu nome também foi lembrado em sua terra, onde denominaram uma artéria publica com seu nome no centro da cidade, Rua Quintino de Lacerda, e reconheceram-no pelo seu legislativo municipal, como Herói Negro de Itabaiana, considerando o 8 de Junho como o Dia Municipal de Luta da Consciência Negra em sua homenagem gravado em 20/09/2001.

  • Herói negro de Itabaiana
  • Líder do maior quilombo fora de Palmares
  • Primeiro vereador negro do Brasil
  • Recebeu a patente de Coronel postumamente do então presidente Marechal Deodoro da Fonseca

Chica da Silva

FRANCISCA DA SILVA DE OLIVEIRA
(64 anos)
Escrava

* Arraial do Tijuco (Atual Diamantina), MG (1732)
* Arraial do Tijuco (Atual Diamantina), MG (15/02/1796)

A data de nascimento de Chica da Silva é imprecisa. A maioria dos historiadores, porém, aponta o ano de 1732. Mas há quem também informe que a ex-escrava nasceu em 1731.

Foi uma escrava, posteriormente alforriada, que viveu no Arraial do Tijuco, atual Diamantina, Minas Gerais, durante a segunda metade do século XVIII. Manteve durante mais de quinze anos uma união consensual estável com o rico contratador dos diamantes João Fernandes de Oliveira tendo com ele treze filhos. O fato de uma escrava alforriada ter atingido posição de destaque na sociedade local durante o apogeu da exploração de diamantes deu origem a diversos mitos.

Fachada da casa de Chica da Silva
Era filha do português Antonio Caetano de Sá e da escrava da Costa da Mina, Maria da Costa, por meio de um relacionamento extraconjugal. Foi libertada por solicitação de João Fernandes de Oliveira, um contratador de diamantes.

Foi escrava do sargento-mor Manoel Pires Sardinha, proprietário de lavras no Arraial do Tijuco. Nesta época teve pelo menos um filho, Simão Pires Sardinha, nascido em 1751, que teve como padrinho de batismo o então Capitão dos Dragões do Distrito Diamantino, em homenagem ao qual recebeu o nome. O registro de batismo deste filho não declara a sua paternidade, mas Manoel Pires Sardinha deu-lhe alforria e nomeou-o como um de seus herdeiros no seu testamento, daí o uso do mesmo sobrenome. Simão Pires Sardinha foi educado na Europa e veio a ocupar cargos importantes no governo da Corte. Embora não haja comprovação, alguns autores pretendem que ele teria tido parte na Inconfidência Mineira.

Em seguida, Chica da Silva foi vendida ou dada como escrava a José da Silva e Oliveira Rolim, o Padre Rolim. Ele foi, posteriormente, condenado à prisão pela importante participação que teve na Inconfidência Mineira. Também veio a viver com Quitéria Rita, uma das filhas de Chica da Silva e João Fernandes.

Casa de Chica da Silva
Pouco tempo depois, em 1753, João Fernandes de Oliveira chegou ao Arraial do Tijuco para assumir a função de contratador dos diamantes, que vinha sendo exercida por seu pai homônimo desde 1740. Em 1754, Chica da Silva foi adquirida, ou alforriada, pelo novo explorador de diamantes João Fernandes com o qual passou a viver sem que nunca tivessem se casado oficialmente.

O casal Chica da Silva e João Fernandes teve 13 filhos durante os quinze anos em que conviveu: Francisca de Paula (1755), João Fernandes (1756), Rita (1757), Joaquim (1759), Antonio Caetano (1761), Ana (1762), Helena (1763), Luiza (1764), Antônia (1765), Maria (1766), Quitéria Rita (1767), Mariana (1769), José Agostinho Fernandes (1770). Todos foram registados no batismo como sendo filhos de João Fernandes, ato incomum na época quando os filhos bastardos de homens brancos e escravas eram registrados sem o nome do pai.

Entre 1763 e 1771, João Fernandes e Chica da Silva habitaram a edificação existente atualmente na Praça Lobo de Mesquita, nº 266, em Diamantina.

A união consensual estável de João Fernandes e Chica da Silva não foi um caso isolado na sociedade colonial brasileira de envolvimento de homens brancos com escravas. Distinguiu-se por ter sido pública, intensa e duradoura, além de envolver um dos homens mais ricos da região durante o apogeu econômico.

Os amantes separaram-se em 1770, quando João Fernandes de Oliveira necessitou retornar a Portugal para receber os bens deixados em testamento pelo pai. Ao partir, João Fernandes levou consigo os seus quatro filhos. Em Portugal, os filhos de Chica da Silva receberam educação superior, ocuparam postos importantes na administração do Reino e até receberam títulos de nobreza.

Chica da Silva ficou no Arraial do Tijuco com as filhas e a posse das propriedades deixadas por João Fernandes, o que lhe garantiu uma vida confortável. Suas filhas receberam a melhor educação que se dava às moças da aristocracia local naquela época, sendo enviadas para o Recolhimento das Macaúbas onde aprenderam a fazer tricô, foram letradas, receberam intrução musical. Dali, só saíram em idade de se casar, embora algumas tenham seguido a vida religiosa.

Casa de Chica da Silva
Apesar de ser uma concubina, Chica da Silva alcançou prestígio na sociedade local e usufruiu das regalias privativas das senhoras brancas. Na época, as pessoas se associavam a irmandades religiosas de acordo com a sua posição social. Chica da Silva pertencia à Irmandade de São Francisco e Irmandade do Carmo, que eram exclusivas de brancos, mas também à Irmandade das Mercês (composta por mulatos) e Irmandade do Rosário, reservada aos negros. Portanto, Chica da Silva tinha renda para realizar doações a quatro irmandades diferentes, era aceita como parte da elite local composta quase que exclusivamente por brancos, mas também mantinha laços sociais com mulatos e negros por meio de suas irmandades. Apesar disto, como era costume da época, logo que foi alforriada passou a ser dona de vários escravos que cuidavam das atividades domésticas de sua casa.

Faleceu em 1796. Como era costume na época, Chica da Silva tinha o direito de ser sepultada dentro da igreja de qualquer uma das quatro irmandades a que pertencia. Foi sepultada dentro da Igreja de São Francisco de Assis pertencente a mais importante irmandade local, um privilégio quase que exclusivo dos brancos ricos, o que demonstra que mantinha a condição social mais alta mesmo vários anos após a partida de João Fernandes para Togo.

O jornalista Antônio Torres em seus apontamentos sobre Diamantina contou que o corpo de Chica da Silva foi encontrado alguns anos após sua morte, intacto, conservando ainda a pele seca e negra.



Fonte: Wikipédia