Manito

ANTÔNIO ROSAS SEIXAS
(67 anos)
Instrumentista

* Ponte Vedra (Galícia), Espanha (03/04/1944)
+ São Paulo, SP (09/09/2011)

Antônio Rosas Seixas, conhecido artisticamente por Manito foi um músico (teclados e saxofone) brasileiro, integrante da formação original de Os Incríveis, conjunto de sucesso da Jovem Guarda.

Formou em 1963, em São Paulo, com Waldemar Mozema "Risonho", Domingos Orlando "Mingo", Luiz Franco Thomaz "Netinho" e Demerval Teixeira Rodrigues "Neno", que foi substituído em 1965 por Lívio Benvenuti Júnior "Nenê", a banda The Clevers.

Em 1965, devido a desentendimentos com o empresário da banda, mudaram o nome do grupo para Os Incríveis. Durante os 4 anos que se seguiram o grupo lançou vários compactos e álbuns de enorme sucesso, chegou a fazer show pela Europa e Japão e foi considerado um dos grandes nomes do movimento Jovem Guarda.

Em meados dos anos 70, quando já havia deixado Os Incríveis, Manito formou o grupo de rock progressivo Som Nosso de Cada Dia, juntamente com Pedrão (viola, baixo e vocal), Pedrinho (bateria e vocal) e Marcinha (coro). Em 1970, lançou seu primeiro trabalho solo, O Incrível Manito.

No ano de 1973, foi convidado por Sérgio Dias para assumir o posto de tecladista dos Mutantes, no lugar de Arnaldo Baptista. Após algumas semanas o próprio Manito, da forma mais amigável possível, resolveu abandonar a banda e voltar ao Som Nosso de Cada Dia.

Em 1974, a banda lançou o clássico álbum Snegs. Em 1975, Manito resolveu sair novamente do grupo e por um bom tempo ficou fora do cenário musical. Em 1980, reapareceu com o grupo de funk-blues-rock Funk-Mora, sumindo logo depois.

Em 1994, lançou com o Som Nosso de Cada Dia o ábum Live 94. Estavam juntamente com Manito: Pedrão, Pedrinho, Jean Trade e Homero Lolito.

Em 1995, Os Incríveis se reuniram para participar do projeto 30 Anos de Jovem Guarda. Mesmo após o fim do projeto a banda decidiu não parar e desde então cumpriu uma extensa agenda de shows por todo o Brasil.

Em 1998, decidiu lançar seu segundo trabalho solo, Toque de Amor. Recentemente o músico participou do ábum Chronophagia da banda Patrulha do Espaço, outra lenda do rock brazuca.

Morte

Manito tratava desde 2006 de um Câncer na Laringe, o que o afastou dos shows devido ao duro tratamento de quimioterapia.

O tumor voltou em 2010. Em maio, ele foi operado. Mas ele já tinha feito radioterapia e a pele estava afetada, com dificuldade para cicatrizar, e ele tinha problemas hepáticos. Vivemos com empenho para ele se recuperar, tivemos momentos animadores. No fundo, eu sei que foi uma grande libertação, explicou Lucinha, companheira há 13 anos do músico, que morreu em casa.

Manito deixou cinco filhos. Três do primeiro casamento, dois do segundo.


Marcos Plonka

MARCOS PLONKA
(71 anos)
Ator, Humorista e Empresário

☼ São Paulo, SP (26/09/1939)
┼ São Paulo, SP (08/09/2011)

Marcos Plonka foi um ator e humorista brasileiro, nascido numa família judaica no bairro do Tatuapé, na capital paulista, no dia 26/09/1939. Seus pais nasceram na Polônia e vieram para o Brasil logo antes da Segunda Guerra Mundial. Tornaram-se comerciantes e passaram a ser chamados de "Turcos da Prestação", nome genérico que na época se dava a todos os mascates, a todo vendedor de porta a porta.

Marcos Plonka, mesmo no tempo da escola, só pensava em ser locutor de rádio, mas não conseguiu. O que conseguiu foi um papel no Teatro da Juventude, de Tatiana Belinky e Júlio Gouveia.

Marcos Plonka começou na TV Tupi e com ele estava, desde o começo, o amigo e "quase irmão" Elias Gleizer, suas famílias vieram juntas da Polônia.


Do Teatro da Juventude, Marcos Plonka passou a participar de todos os tele-teatros da casa. Participou de vários programas "TV de Vanguarda", fazendo papéis sérios. Mas se deu melhor no programa "TV de Comédia", de Geraldo Vietri. Com ele fez inúmeros trabalhos, tanto na televisão quanto no cinema. Passou a fazer parte de seu elenco e Geraldo Vietri tinha ciúme de sua turma. Zangava-se mesmo, quando algum deles participava de outros programas. Mas Marcos Plonka, embora adorasse Geraldo Vietri, trabalhou também muito com Wanda Kosmo, e colaborou na direção do "Grande Teatro Tupi", sempre na TV Tupi.

Marcos Plonka fez também muitas telenovelas, entre as quais, "Nino, o Italianinho" (1969) com muito sucesso. O humor, porém, estava em seu sangue, e ele acabou cedendo e participando apenas de comédias.

Da TV Tupi, das dublagens, dos filmes e dos teatros, por fim a TV Globo apareceu em sua vida, já quando era um ator experiente. Nessa emissora, participou de programas de grande sucesso, como "Planeta dos Homens", "Balança Mas Não Cai", "Os Trapalhões", "Chico Anysio Show", "Chico City" e "Escolinha do Professor Raimundo". Nesse último, consagrou o personagem judeu Samuel Blaustein, com alguns bordões conhecidos e repetidos por todo o Brasil como "Fazemos qualquer negócio". A coisa pegou tanto que Marcos Plonka montou um show com o mesmo nome, que apresentou por todo o país.


Também fez muitos filmes, quase sempre dirigido Geraldo Vietri, em verdade, seu grande amigo e incentivador. Por outro lado, porém, Marcos Plonka sempre teve atividades paralelas. Foi empresário em várias áreas. Sua última investida foi um restaurante em São Paulo, o Dom Place.

Casado com a atriz Olivia Camargo, o casal teve dois filhos, Fátima e Sidney, e dois netos.

Com o fim da "Escolinha do Professor Raimundo", na TV Globo, o programa passou pela TV Record, com o nome de "Escolinha do Barulho". Atualmente estava participando da "Escolinha do Gugu".

Em 2005, Marcos Plonka passou a exercer a função de assessor de imprensa da Associação Paulista de Magistrados e viajou pelo Brasil apresentando seu show chamado "Fazemos Qualquer Negócio".

Morte

Marcos Plonka morreu na noite de 08/09/2011 vítima de um infarto. Duas semanas antes, já havia sentido dores no peito que o levaram a internar-se no Instituto do Coração de São Paulo. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Israelita de Embu das Artes, em São Paulo.

O inesquecível Samuel Blaustein
Carreira

Programas (TV)

  • 1982 - Balança Mas Não Cai
  • 1982 - Estúdio A... gildo
  • 1990 - 1993 - Escolinha do Professor Raimundo ... Samuel Blaustein
  • 1999 - Escolinha do Barulho ... Samuel Blaustein
  • 2011 - Escolinha do Gugu ... Samuel Blaustein


Novelas (TV)

  • 1963 - Moulin Rouge, a Vida de Tolouse Lautrec
  • 1963 - Terror nas Trevas
  • 1964 - A Gata ... Coronel Arellana
  • 1964 - Alma Cigana ... Drº Vilares
  • 1964 - O Direito de Nascer ... Drº Mariano
  • 1964 - O Sorriso de Helena ... Drº Germano
  • 1965 - A Cor de Sua Pele ... Maguerine
  • 1965 - Fatalidade
  • 1965 - O Mestiço ... Drº Romero
  • 1965 - Olhos Que Amei
  • 1966 - A Inimiga ... Débio
  • 1966 - A Ré Misteriosa ... Jonas
  • 1966 - Os Irmãos Corsos
  • 1967 - Os Rebeldes
  • 1968 - Antônio Maria ... Onório
  • 1969 - Nino, o Italianinho ... Max
  • 1969 - O Doce Mundo de Guida
  • 1970 - Simplesmente Maria
  • 1971 - A Fábrica ... Joca
  • 1972 - Na Idade do Lobo
  • 1972 - Vitória Bonelli ... Divino
  • 1974 - O Machão ... Fritz
  • 1978 - João Brasileiro, o Bom Baiano ... Farc
  • 1980 - Drácula, Uma História de Amor ... Honorato
  • 1980 - Olhai os Lírios do Campo ... Hans Falc
  • 1995 - Sangue do Meu Sangue ... Dr. Rui

Minisséries (TV)

  • 1983 - Parabéns Pra Você ... Isaac
  • 1996 - Irmã Catarina ... Hassan
  • 1998 - Alma de Pedra ... Jamil


Seriados (TV)

  • 1983 - Mandrake
  • 2007 - A Diarista ... Jacó


Cinema

  • 1965 - Quatro Brasileiros em Paris
  • 1968 - O Pequeno Mundo de Marcos ... Marcos
  • 1971 - Diabólicos Herdeiros
  • 1976 - Senhora
  • 1980 - O Inseto do Amor
  • 1982 - O Homem do Pau-Brasil ... Presidente
  • 1982 - Um Casal de 3

Fonte: Wikipédia

Lorenzo Fernândez

OSCAR LORENZO FERNÂNDEZ
(50 anos)
Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (04/11/1897)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1948)

Nascido no Rio de Janeiro e filho de pais espanhóis, ainda rapaz começou a tocar nas festas dançantes do Centro Galego. Aos dezoito anos compôs a ópera Rainha Moura.

Em 1917 ingressou no Instituto Nacional de Música, onde iniciou os estudos de teoria, harmonia, contraponto e fuga com os professores Antônio Francisco Braga, Henrique Oswald e Frederico Nascimento, considerado seu mentor artístico. Em 1923, por ocasião de uma doença de Frederico Nascimento, assumiu como substituto na caderia de harmonia, o que se tornou permanente dois anos depois.

Compositor brasileiro da fase nacionalista, tem obra relativamente pequena caracterizada pelo apuro formal. Marcou época o trio brasileiro, de 1924, para piano, violino e violoncelo.

Em 1936 fundou o Conservatório Brasileiro de Música, o qual dirigiu até a sua morte, em 1948.

Música

Sua obra abrange três períodos:

- No primeiro período, de 1918 a 1922, se observa a influência do impressionismo francês, o uso da bitonalidade e a ausência de temática brasileira.

- No segundo período, de 1922 a 1938, considerado como o ponto alto de sua produção, verifica-se uma forte presença nacionalista, com a utilização de temas folclóricos, que valorizam a presença das etnias branca, negra e índia na formação do Brasil, assim como a transformação moderna do país.

- No terceiro período, de 1942 até a sua morte, sua obra assume um tom universalista. Compôs canções, suítes sinfônicas, balés, peças para piano, música de câmara, concertos e sinfonias.

Sua obra vocal está baseada na modinha e na música dos seresteiros. Toada Pra Você é sua canção mais conhecida.

Obra - Primeiro Período
  • 1920 - Arabesca
  • 1920 - Miragem
  • 1922 - Noturno
  • 1922 - Arabesca
  • 1922 - Cisnes
  • 1922 - Ausência

Obra - Segundo Período
  • 1924 - Trio Brasileiro, Opus 32, para piano, violino e violoncelo
  • 1924 - Canção Sertaneja, Opus 31
  • 1925 - Suíte Sobre Três Temas Populares Brasileiros
  • Toada Pra Você, em parceria com Mário de Andrade 
  • 1929 - Imbapara, balé
  • 1930 - Amaya, balé
  • 1930 - Reisado do Pastoreio, suíte orquestral com o famoso Batuque
  • 1941 - Malazarte, ópera
  • Valsa Suburbana
  • Suítes Brasileiras, para piano solo
  • Essa Nega Fulô, para canto e piano

Obra - Terceiro Período
  • 1945 e 1947 - Duas Sinfonias
  • Quarteto de Cordas nº 2
  • Sonata Breve
  • Variações Sinfônicas, uma síntese de suas diferentes fases
  • Toada Pra Você
  • 1944 - Invenções Seresteiras, para clarinete e fagote.

Legado

Seu sucesso maior foi o do Reisado do Pastoreio, suíte em três partes que contém o famoso Batuque que encantou Arturo Toscanini e Serge Koussevitzky.

O Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernández, inaugurado em março de 1961, foi nomeado em sua homenagem.

Fonte: Wikipédia

Casper Líbero

CÁSPER LÍBERO
(54 anos)
Jornalista

☼ Bragança Paulista, SP (02/03/1889)
┼ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1943)

Cásper Líbero foi um jornalista nascido em Bragança Paulista, SP, no dia 02/03/1889. Filho de Honório Líbero, médico e político republicano, e de Zerbina de Toledo Líbero, senhora muito respeitada em Bragança Paulista, Cásper Líbero, mudou-se para a cidade de São Paulo.

Aos 19 anos, formou-se bacharel em Ciência Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP). Como advogado trabalhou apenas por dois anos. Foi procurador da Fazenda do Mato Grosso.

Um pouco antes, trabalhou como responsável pela sucursal do jornal O Estado de S. Paulo no Rio de Janeiro, até então capital brasileira. Com 21 anos, na cidade de São Paulo, criou a Agência Americana, agência pioneira em notícias 100% nacionais.

Aos 23 anos, fundou juntamente com outros parceiros, o jornal Última Hora, o qual teve grande circulação na cidade do Rio de Janeiro.


Então, aos 29 anos, no dia 14/07/1918, Antônio Augusto de Covello, o terceiro dono do jornal A Gazeta, resolve vendê-lo a Cásper Líbero. Este tornou-se diretor e proprietário, modernizando-o e transformando-o em um dos maiores órgãos de imprensa da época. Para esse fim, importou rotativas da Alemanha, substituiu o telégrafo pelo teletipo e implantou novas técnicas de gravura, composição e impressão gráfica - a primeira em cores, no Brasil. Paralelamente, implantou, uma nova dinâmica no transporte e distribuição do jornal, possibilitando que os exemplares chegassem às mãos dos leitores em tempo recorde.

E conseguiu organizá-lo de maneira a obter lucros, mas promovendo um jornalismo correto e ético. Porém, o sucesso do jornal A Gazeta ainda não era o bastante. Ele pretendia criar um complexo de comunicação.

Por ser apaixonado por esportes, ele então idealizou A Gazeta Esportiva, que começou pequeno, como apenas uma coluna, depois virando o jornal mais importante de esportes da América Latina.

Cásper Líbero, foi um dos líderes da revolução de 32, e este ato foi tão importante, que o mesmo está enterrado no obelisco do Ibirapuera, junto dos 4 mortos no dia 23 de maio (MMDC).

MMDC é o acrônimo pelo qual se tornou conhecido o levante revolucionário paulista, em virtude das iniciais dos nomes dos manifestantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo mortos pelas tropas federais num confronto ocorrido em 23/05/1932, que antecedeu e originou a Revolução Constitucionalista de 1932.


Após a revolução, Cásper Líbero se exilou nos Estados Unidos e logo depois na França.

Em 1934, criou a versão sonora de A Gazeta, na Rádio Cruzeiro do Sul onde passava no programa "Grande Jornal Falado d’A Gazeta".

Em 1939, inaugurou o Palácio da Imprensa, como viria a ser chamada a sede própria do jornal A Gazeta na antiga Rua da Conceição, atual Avenida Cásper Líbero. Foi o primeiro edifício erguido no país com as características apropriadas para redação, gravura, composição, impressão e distribuição de um jornal.

Cásper Líbero como apaixonado por esportes e grande incentivador de várias modalidades, criou a tradicional Corrida Internacional de São Silvestre que acontece todo ano no dia 31 de dezembro. Também criou a Prova Ciclística de 9 de Julho, a qual homenageia a Revolução Constitucionalista de 1932. Além de outros eventos como a Travessia de São Paulo a Nado, que acontece no Rio Tietê e os Jogos Universitários Brasileiros.

A década de 40 é muito marcante na história de Cásper Líbero, pois em 1943, ele investiu no rádio, assim adquirindo a Rádio Educadora Paulista, atual Gazeta AM, que era a rádio pioneira em São Paulo. Ela foi sucesso de público e de crítica por ter uma programação musical muito refinada, considerada uma escola para músicos.

Cásper Líbero presidiu, entre 1940 e 1941, a Federação Nacional da Imprensa (FENAI - FAIBRA).

Morte

Em 27/08/1943, Cásper Líbero viajava no avião "Cidade de São Paulo", da VASP, que se chocou contra a Torre da Escola Naval, próximo à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O acidente foi fatal, matando não só o jornalista, como os outros passageiros. O Arcebispo de São Paulo Dom José Gaspar também estava no vôo.

Antes de sua morte, Cásper Líbero escreveu um testamento para o assegurar que seus bens deveriam ser destinados à criação de uma fundação com os fins de, se utilizando de uma educação de qualidade e de meios de comunicação, poder construir uma sociedade mais justa e desenvolvida. E de acordo com sua vontade, presente no próprio testamento, um complexo de comunicações que é administrado atualmente pela Fundação Cásper Líbero. Este complexo que reúne atualmente a TV Gazeta, Rádio Gazeta AM e FM, os jornais A Gazeta e A Gazeta Esportiva, a Faculdade Cásper Líbero e o Grupo Cidadania Empresarial.

A Fundação Cásper Líbero administra seus bens, e atendendo à sua vontade, criou a primeira escola de Jornalismo do país, a Faculdade Cásper Líbero. A TV Gazeta, que já fazia parte dos seus planos, também foi um dos legados que foram deixados.

Cásper Líbero encontra-se sepultado no Obelisco de São Paulo, onde repousam os restos mortais dos heróis da Revolução de 1932.

Fonte: Wikipédia

Barão de Capanema

GUILHERME SCHÜCH
(84 anos)
Naturalista, Engenheiro e Físico

☼ Ouro Preto, MG (17/01/1824)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/08/1908)

Guilherme Schüch, posteriormente Guilherme Capanema, primeiro e único Barão de Capanema, foi um naturalista, engenheiro e físico brasileiro, nascido em Ouro Preto, MG, no dia 17/01/1824. Foi o responsável pela instalação da primeira linha telegráfica do Brasil. Era bisavô do político Gustavo Capanema.

Filho do austríaco Rochus Schüch, natural da Morávia, que veio para o Brasil em 1817 como integrante da comitiva da Princesa Leopoldina, e da suiça Josefina Roth, que seu pai conhecera na colônia de Nova Friburgo, RJ.

Guilherme Schüch casou-se com Eugênia Amélia Delamare, nascida em Havre de Grace, França, no dia 12/07/1824, filha de Charles Robert Delamare e Reine Germaine Virginie, falecida no Rio de Janeiro no dia 12/04/1907. O casal teve três filhos: Paulina, Guilherme e Gustavo S. Capanema, médico e político.

Em 1841 foi enviado para a Europa, aos cuidados do Visconde de Barbacena, para estudar engenharia. Depois de 60 dias, pois a navegação se fazia à vela, chegou à Inglaterra, onde o ministro brasileiro Marquês Lisboa o fez seguir para Antuérpia e dali diretamente para Munique. Ali o ilustre botânico Carl Friedrich Philipp von Martius e o zoólogo Johann Baptiste von Spix lhe prestaram bons serviços, encaminhando-o nos seus estudos.

A viagem de Antuérpia a Munique foi feita de carruagem, pois ainda não existiam na época estradas de ferro. Concluiu o curso na Escola Politécnica de Viena. Formou-se doutor em matemática e ciência pela antiga Escola Militar do Rio de Janeiro.

De volta ao Brasil foi responsável pela fundação, em 11/05/1852, do Telégrafo Nacional, sendo seu primeiro diretor.

Guilherme Schüch frequentemente visitava o Imperador, que insistia por essas visitas para aperfeiçoar-se, dizia ele, na conversação da língua alemã.

Em uma das visitas, Manuel de Araújo Porto Alegre (Barão de Santo Angelo), informou ao Imperador que o Drº Azeredo Coutinho era de opinião que o Drº Guilherme Schüch devia ser nomeado para uma das cadeiras vagas da Escola Central, indicando a de mineralogia. O coronel Pedro de Alcântara Bellegarde, comandante da Escola Central, opinou para que sua nomeação fosse feita, devendo ela ser confirmada no fim do ano, se assim decidisse a congregação.

Dom Pedro II mandou que o Drº Guilherme Schüch se apresentasse ao Ministro da Guerra. Havia, porém, um impedimento: é que a lei dispunha que o magistério só poderia ser exercido por engenheiros formados pela Escola Central. O Ministro da Guerra resolveu o caso lembrando que o Drº Guilherme Schüch deveria ser sujeito a um exame do conjunto de matérias, inclusive arte militar. O Drº Guilherme Schüch deliberou, então, estudar a arte militar e para isto adquiriu os livros necessários e foi passar uma temporada na fazenda da família Paes Leme.

De volta, sujeitou-se aos exames exigidos pelo Ministro da Guerra, nos quais foi aprovado e em seguida nomeado lente substituto da Escola Central.

Engenheiro militar, na década de 1850 conseguiu fabricar munição para os fuzis Dreyse utilizados na Guerra Contra Oribe e Rosas, segredo militar prussiano. Também realizou diversas experiências com foguetes, tendo fabricado alguns foguetes de Halle por volta de 1852.

Em 1855 fez várias experiências com os foguetes de Halle junto com José Mariano de Mattos. No mesmo ano foi enviado à Bélgica com ordens de "comprar 1200 fuzis, 1000 clavinas com baionetas, sabres, e 500 clavinas sem baionetas".

Membro da Sociedade Velosiana de Ciências Naturais, onde participava da comissão de botânica, sugeriu sua fusão ao Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, o que não aconteceu. Tendo a sociedade se desmembrado, parte dos sócios, incluindo Guilherme Schüch, então fundou a Sociedade Palestra Científica do Rio de Janeiro, que teve sua primeira sessão em 25/06/1856.

Participou da comissão científica do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, criada em 1856, onde foi diretor da Seção Geológica e Mineralógica.

Em 1863 foi enviada à Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, em Iperó, perto de Sorocaba, tendo revitalizado-a. Inventor, desenvolveu também um formicida contra a saúva.

Notando o Drº Guilherme Schüch a dificuldade que havia em Minas Gerais de pronunciarem seu nome alemão, resolveu adotar o sobrenome de "Capanema", pertencente a uma serra e povoado daquela província, e nas vizinhanças de Ouro Preto.

Em 1877, o botânico João Barbosa Rodrigues homenageou Guilherme Schüch de Capanema, seu amigo, dando o nome de Capanemia a um novo gênero de orquídeas descrito em seu livro Genera Et Species Orchidearum Novarum.

Recebeu o título de Barão em 26/02/1881 por decreto de Dom Pedro II. O engenheiro Guilherme Schüch comandou a instalação das primeiras redes telegráficas do norte do Brasil.

Posteriormente, em homenagem à sua mediação no conflito entre Brasil e Argentina pela posse região do Rio Iguaçu, uma localidade do Paraná recebeu o nome de Capanema. Assim, configurou-se um caso em que um topônimo originou um antropônimo que, por sua vez, foi posteriormente motivo para a denominação de um outro nome de lugar.

Em 1889 com a Proclamação da República se aposentou da direção do Telégrafo Nacional.

Em 1903 foi nomeado diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Foi também professor de física e de mineralogia na Escola Militar.

Recipiente da comenda da Imperial Ordem da Rosa e da Imperial Ordem de Cristo, além de ter sido membro do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil.

Fonte: Wikipédia

João Cabete

JOÃO CABETE
(68 anos)
Compositor, Instrumentista e Espírita

* São Paulo, SP (03/04/1919)
+ São Paulo, SP (26/08/1987)

João Cabete foi um destes tantos lutadores e divulgadores da música espírita. Escreveu mais de 200 composições, interpretadas hoje por vários grupos e corais espalhados pelo Brasil. Entre as mais conhecidas, estão músicas como Fim dos Tempos, Além das Grandes Estrelas e Alma das Andorinhas.

Filho de imigrantes portugueses e caçula de cinco filhos, Cabete nasceu em 03 de abril de 1919, na cidade de São Paulo, local onde passou sua infância e juventude.

Apesar dos momentos difíceis, principalmente por ter perdido o pai aos oito anos de idade, a veia musical esteve presente. Desde pequenino, acompanhado de seu inseparável violão, já fazia apresentações em movimentos promovidos pelas rádios da comunidade portuguesa.

Ao longo da vida, João Cabete conquistou muitos amigos e irmãos sinceros dentro da Doutrina Espírita, bem como parceiros musicais, entre eles Welson Barbosa, Rafael Ranieri, Caribe e outros. Este último foi muito marcante, pois foi em sua casa, localizada em São Bernardo do Campo, que Cabete, reunido com outros poetas como Formiga, escreveu um grande número de letras musicais. Mas sua fonte de inspiração verdadeira sempre foi a natureza e Deus em sua grandeza.

A maioria de suas composições foram feitas ao pé do piano, instrumento para o qual nunca estudou, mas que tocava muito bem.

Casado com Ady Lourdes, hoje desencarnada, Cabete teve cinco filhos: Dinazara, Denise Cinira, João Euclides, Domota e Lílian Cristina (filha adotiva). E é Dinazara quem recorda como era o pai:

"Falar de meu pai se torna ainda mais difícil, porque ele sempre pensou muito na família, era amoroso e amigo com todos. Até mesmo os netos, que não tiveram a oportunidade de conviver muito tempo com ele, recordam-se nitidamente de sua doce presença."

Além da sua paixão pela música, João Cabete concluiu o curso da faculdade de Direito depois dos 40 anos de idade, ocasião em que foi orador de sua turma. Tornou-se tabelião na cidade de Cruzeiro, no 20º Cartório de Notas e Ofícios, em 1953. Na mesma década, fundou o Grupo da Fraternidade Carmem Cinira, que iniciou como orfanato e hoje abriga 80 crianças em regime de creche.

Segundo sua família, João Cabete sempre foi uma pessoa muito disposta e que usou seu tempo na terra como algo precioso. Entre as diversas atividades, pertenceu ao Rotary Club, do qual foi presidente, e fundou uma obra social denominada S.O.S.

Dentro do Movimento da Fraternidade, era filiado à "Oscal", da qual foi um dos fundadores e um membro atuante. Entretanto, o coração físico de Cabete infelizmente não comportou tantas atividades e emoções. As palestras que fazia ao violão foram sendo reduzidas e foi impossibilitado de viajar e ver os amigos, sofrendo muito com tal situação.

Cabete não chegou a gravar um CD, mas tinha um amor muito grande pelo Coral Scheilla, de Belo Horizonte, e também pelo Coral de Juiz de Fora, tanto que suas músicas foram gravadas e interpretadas por diversos cantores, grupos e corais espíritas. O Grupo Sinfonia do Amor, por exemplo, traz músicas compostas por Cabete nos CDs Soberana Sinfonia, Cabete Por Elói Braga, Sinfonia Para o Amor e Alma das Andorinhas.

Raimundo Santos, presidente do Sinfonia do Amor, conta como surgiu a idéia de gravar as músicas de João Cabete:

"Uma senhora Telma, que convivia com Cabete enquanto encarnado e reside em Niterói, comentou comigo que, certa vez, ele havia dito em uma conversa que partiria da Terra sem divulgar suas obras. Eu não sei porque, mas no momento em que ouvi isso, respondi logo que iria desenvolver o trabalho e assim iniciamos. Trata-se de uma tarefa difícil, mas que vale a pena, porque o resultado do trabalho tem beneficiado muitas pessoas no sentido espiritual."

Para Raimundo, trabalhar junto com Cabete é uma grande honra, um compromisso difícil, mas maravilhoso. "Ele é alguém de muita importância, é um espírito de Luz voltado para a Paz", analisa.

Em 26 de agosto de 1987, João Cabete desencarnou, vítima de Insuficiência Cardíaca.

Um grande nome da música espírita partiu para o Plano Espiritual, mas as notícias ainda chegam por meio de mensagens psicografadas através de alguns amigos, principalmente por Glória Caribe, uma grande amiga da família.


Dori Edson

ANTÔNIO DORIVAL ANGIOLELLA
(62 anos)
Cantor e Compositor

* São Paulo, SP (26/08/1946)
+ Campinas, SP (26/08/2008)

Antônio Dorival Angiolella, nasceu em 26/08/1947, em São Paulo, no bairro da Liberdade. Iniciou a carreira por volta de 1959 com o nome de Dori Angiolella, assinando contrato com o selo Young, especializado em música jovem e versões.

Em 1960 lançou sua primeira gravação, Danny Boy, lado A de um disco 78 rpm, que trazia no lado B o cantor Marcos Roberto. Este disco também foi lançado em compacto simples de 45 rotações, que estava em teste no Brasil naquele momento. Participou diversas vezes do programa Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos, na TV Record.

Dori Edson, Carlos Bandeira e Marcos Roberto
Em 1966, transferiu-se para a gravadora Continental e lançou um compacto simples com as músicas Veja Se Me Esquece e É Uma Brasa. Entre 1967 e 1968, o conjunto Os Caçulas lançou no disco, que levava o nome do grupo, duas músicas da autoria de Dori Edson e Marcos Roberto: Tente Perdoar e Tudo Isso Só Eu Sei.

Em 1967, já na RGE, lançou seu primeiro Long Play. Nesse mesmo ano, Marcos Roberto lançou seu primeiro Long Play com onze músicas em parceria com Dori Edson.

Nesse período, Dori Edson lançou um compacto duplo pela Continental com as seguintes músicas: O Canguru, Veja Se Me Esquece, Rosa Maria e Dá o Dedinho, todas de sua autoria. No período de lançamento da música O Canguru, Dori Edson e Marcos Roberto ofereceram um prêmio de dois milhões de cruzeiros a quem lhes levasse um canguru vivo, que seria usado para promoção da referida música.

Dori Edson - Long Play (1968)
Em 1968, lançou seu segundo Long Play, com destaque para a música Perto dos Olhos, Longe do Coração, que ficou várias semanas nas paradas de sucesso. Por essa época, Dori Edson tinha 100 composições gravadas em parceria com Marcos Roberto, por diversos artistas da Jovem Guarda, entre os quais, Waldirene (Você Entendeu Meu Olhar), Mário Marcos (O Brinquedinho), Os Caçulas (Tente Perdoar) e Eduardo Araújo (Nunca Mais Adeus).

Em 1973, teve a música Separação, com Jean Pierre, gravada por Jerry Adriani na CBS.

Cantor de voz suave, Dori Edson foi, principalmente, um compositor de grande talento e sensibilidade. Ao lado do parceiro inseparável Marcos Roberto, formaram uma grande dupla de compositores cujas canções traduziam perfeitamente o sentimento do movimento Jovem Guarda. É deles o clássico O Tremendão, música-título do terceiro Long Play de Erasmo Carlos e que pegou como apelido para ele pelo resto da vida.

"Foram Dori Edson e Marcos Roberto que chegaram um dia com esse presente, dizendo: 'Erasmo, nós fizemos uma música pra você e que você vai gostar pra caramba!' Veja que eu já tinha essa personalidade de machão, que era passada para outras pessoas" – lembra Erasmo Carlos.

Como cantor, Dori Edson emplacou poucos sucessos, porém, a juventude brasileira jamais esquecerá músicas como Veja Se Me Esquece, Perto Dos Olhos, Longe Do Coração, Fingimento (1967) e Antigas Namoradas (1973), seu último grande hit.

Faleceu vítima de uma Parada Cardiorrespiratória, no mesmo dia do seu aniversário.


Moisés

MOISÉS MATHIAS DE ANDRADE
(59 anos)
Jogador de Futebol e Técnico

* Resende, RJ (30/11/1948)
+ Rio de Janeiro, RJ (26/08/2008)

Zagueiro de jogo viril e às vezes ríspido, era conhecido como Xerife pelos seus admiradores e como Moisés Paulada pelos adversários. Ficou conhecido por sua frase "Zagueiro que se preza não pode ganhar o Belfort Duarte", ironizando o prêmio que era dado aos jogadores mais disciplinados. Apesar disso, foi expulso poucas vezes em toda a sua carreira.

Começou no Bonsucesso e jogou em todos os grandes clubes cariocas, sendo campeão da Taça Brasil de 1968 pelo Botafogo e campeão brasileiro pelo Vasco em 1974. Conquistou ainda o Campeonato Paulista de 1977 pelo Corinthians. Teve rápida passagem pelo Paris Saint-Germain Football Club. Terminou sua carreira no Bangu, em 1983, imediatamente assumindo como treinador do clube.

Disputou uma partida em 1973 pela Seleção Brasileira de Futebol, quando jogava pelo Club de Regatas Vasco da Gama.

Como técnico do Bangu, foi responsável por alguns de seus grandes momentos, sagrando-se vice-campeão carioca e brasileiro em 1985, em duas decisões polêmicas contra o Fluminense e o Coritiba. Naquela época foi aventada até a possibilidade de treinar a Seleção Brasileira de Futebol.

Foi treinador do Atlético Mineiro e do America do Rio, tendo também trabalhado em Portugal e nos Emirados Árabes. Seu clube mais recente foi a Cabofriense, em 2006.

Em 2009, o Campeonato Estadual de Futebol da Primeira Divisão do Rio de Janeiro contou com uma taça que leva o seu nome. Ela foi disputada pelos 3º e 4º colocados de cada grupo, em semi-finas e finais. As partidas semi-finais foram preliminares às disputadas pela Taça Guanabara.

Apesar do estilo duro em campo, fora dele era conhecido pelo bom humor. Gostava muito de Carnaval e ajudou a fundar o Bloco das Piranhas, no qual jogadores de futebol desfilavam vestidos de mulher por ruas da zona norte do Rio de Janeiro.

Morte

Faleceu na madrugada de 26 de agosto de 2008 vitimado por um Câncer Pulmonar. O corpo do ex-jogador foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

João Caetano

JOÃO CAETANO DOS SANTOS
(55 anos)
Ator

* Itaboraí, RJ (27/01/1808)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/08/1863)

Foi importante ator e encenador brasileiro. Começou a carreira como amador, até que em 24 de abril de 1831 estreou como profissional na peça O Carpinteiro da Livônia, mais tarde representada como Pedro, o Grande.

Apenas dois anos depois, em 1833, João Caetano já ocupava o teatro de Niterói junto com um elenco de atores brasileiros. Assim iniciava a Companhia Nacional João Caetano.

Praça Tiradentes, Teatro João Caetano (RJ)
O ator também exerceu as funções de empresário e ensaiador. Autodidata da arte dramática, seu gênero favorito era a tragédia, mas chegou a representar papéis cômicos.

Além de atuar em muitas peças, tanto no Rio de Janeiro como nas províncias, João Caetano publicou dois livros sobre a arte de representar: Reflexões Dramáticas (1837) e Lições Dramáticas (1862).


Em 1860, após uma visita ao Conservatório Real da França, João Caetano organizou no Rio de Janeiro uma escola de arte dramática, em que ensino era totalmente gratuito. Além disso, promoveu a criação de um júri dramático, para premiar a produção nacional. Era dono absoluto da cena teatral brasileira de sua época.

O pesquisador J. Galante de Souza (O Teatro no Brasil, vol.1) considera que o ator, "um estudioso dos problemas da arte de representar, e dotado de verdadeira intuição artística, reformou completamente a arte dramática no Brasil."

Antes dele, a declamação era uma espécie de cantiga monótona, como uma ladainha. Ainda segundo J. Galante, "João Caetano substituiu aquela cantilena pela declamação expressiva, com inflexões e tonalidades apropriadas, ensinou a representação natural, chamou atenção para a importância da respiração e mostrou que o ator deve estudar o caráter da personagem que encarna, procurando imitar, não igualar, a natureza."

Fonte: Wikipédia

Luíz Gama

LUÍZ GONZAGA PINTO DA GAMA
(52 anos)
Advogado, Jornalista, Poeta e Escritor

* Salvador, BA (21/06/1830)
+ São Paulo, SP (24/08/1882)

Filho de um fidalgo português (cujo nome ele jamais revelou), que gostava de pesca, caça, cavalos, jogo de cartas e de festas e que assim esbanjou toda fortuna que herdara em 1836 de uma tia, e de Luísa Mahin, africana da Nação Nagô, nascida na Costa da Mina, liberta. Sua mãe trabalhava no comércio como quitandeira, sendo conhecida na cidade de Salvador, Bahia.

Conforme texto autobiográfico do próprio Luís, a sua mãe foi detida em várias ocasiões, por se envolver em planos de insurreições de escravos, como a Revolta dos Malês (1835). Em 1837, acusada de participação na Sabinada, a sua mãe foi deportada para o Rio de Janeiro, onde desapareceu.

Como nunca se converteu ao cristianismo, Luís só aos oito anos de idade foi batizado. Em 10 de novembro de 1840, o jovem, então com dez anos de idade, foi vendido ilegalmente por seu próprio pai como escravo, afirma-se que devido a uma dívida de jogo.

Luís Gama foi transportado como escravo no patacho Saraiva até à cidade do Rio de Janeiro, ficando com o comerciante Vieira, estabelecido na esquina da Rua da Candelária com a Rua do Sabão. Ainda em 1840 foi vendido para o alferes Antônio Pereira Cardoso num lote de mais de cem escravos, sendo todos trazidos para a então Província de São Paulo pelo Porto de Santos.

De Santos até à cidade de Campinas, a viagem foi realizada a pé. Em Campinas ninguém o comprou por ser baiano. Os escravos baianos tinham fama de revoltosos "negros fujões". Já que o alferes não conseguiu vendê-lo, foi utilizado na sua fazenda em Lorena, onde aprendeu os ofícios do escravo doméstico - copeiro, sapateiro, lavar, passar e engomar.

Em 1847, quando tinha dezessete anos, o estudante Antônio Rodrigues de Araújo hospedou-se na fazenda do alferes. O jovem tornou-se amigo de Luís Gama e o ensinou a ler e escrever. Gama, conscientizando-se da ilegalidade de sua condição, evadiu-se para a cidade de São Paulo em 1848, inscrevendo-se nas milícias, onde deu baixa em 1854 na patente de cabo graduado, após ser detido por causa de um ato que o próprio Gama classificou como "suposta insubordinação" já que, segundo afirmou, apenas se limitara a responder a um oficial que o insultara.

Nessa cidade, por volta de 1850, casou-se, e freqüentou, como ouvinte, o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, que não chegou a completar. Em 1856, retornou à Força Pública, como funcionário da Secretaria da Repartição.

Folha Ilustrada da Folha de São Paulo
Na década de 1860 tornou-se jornalista de renome, ligado aos círculos do Partido Liberal. Entre 1864 e 1875 colaborou no Diabo Coxo e no Cabrião de Angelo Agostini, no Ipiranga, Coroaci e em O Polichileno. Fundou, em 1869, o jornal Radical Paulistano, com Ruy Barbosa. Participou da criação do Club Radical e, mais tarde, da criação do Partido Republicano Paulista (1873), ao qual se manteve ligado até à sua morte, em 1882. Por volta de 1880, foi líder da Mocidade Abolicionista e Republicana.

Advogado provisionado, passou a ganhar a vida como rábula, a partir de sua demissão do emprego de amanuense por motivos políticos, ligados à veemência da sua atuação jurídica a favor da libertação dos escravos. Com o apoio (inclusive financeiro) da Loja Maçônica Abolicionista, Loja América, à qual pertencia, desde então despenderia a maior parte de suas energias em levar aos tribunais causas cíveis de liberdade.

Sua liderança abolicionista criou, em torno de si, o movimento abolicionista paulista. Gama, sozinho, foi o responsável pela libertação de mais de mil cativos - um feito notável - considerando-se que agia exclusivamente com o uso da lei.

A sua morte, vítima de Diabetes, comoveu a cidade de São Paulo, e o féretro foi o mais concorrido até então naquela terra. Foi sepultado no dia 25 no Cemitério da Consolação. A cada momento alguém subia numa tribuna improvisada, promovendo um discurso emocionado.

Um de seus amigos foi Antônio Bento, que continuou seu trabalho para a libertação dos escravos na Província de São Paulo.

Literatura

Os poemas de Luís Gama estão vinculados à segunda geração do romantismo no Brasil. A sua primeira obra veio a público em 1859, com o título Primeiras Trovas Burlescas do Getulino. Nela reuniu poesias satíricas que ricularizavam a aristocracia e os poderosos da época, tendo a primeira edição se esgotado em três anos.

Homenagem

De Luís Gama, disse Raul Pompéia:

"...não sei que grandeza admirava naquele advogado, a receber constantemente em casa um mundo de gente faminta de liberdade, uns escravos humildes, esfarrapados, implorando libertação, como quem pede esmola; outros mostrando as mãos inflamadas e sangrentas das pancadas que lhes dera um bárbaro senhor; outros... inúmeros. E Luís Gama os recebia a todos com a sua aspereza afável e atraente; e a todos satisfazia, praticando as mas angélicas ações, por entre uma saraivada de grossas pilhérias de velho sargento. Toda essa clientela miserável saía satisfeita, levando este uma consolação, aquele uma promessa, outro a liberdade, alguns um conselho fortificante. E Luís Gama fazia tudo: libertava, consolava, dava conselhos, demandava, sacrificava-se, lutava, exauria-se no próprio ardor, como uma candeia iluminando à custa da própria vida as trevas do desespero daquele povo de infelizes, sem auferir uma sobra de lucro...E, por essa filosofia, empenhava-se de corpo e alma, fazia-se matar pelo bom...Pobre, muito pobre, deixava para os outros tudo o que lhe vinha das mãos de algum cliente mais abastado."

Em sua homenagem, em 1919, a Estrada de Ferro Sorocabana, atual FEPASA, nomeou uma de suas estações, hoje praticamente em ruínas.

Advogado Abolicionista

Demonstrando que a escravidão era um sistema injusto e injustificável, Luís Gama formulou alguns pensamentos que ilustram suas ideias:

"O escravo que mata o seu senhor pratica um ato de legítima defesa."

"Em nós, até a cor é um defeito. Um imperdoável mal de nascença, o estigma de um crime.
Mas nossos críticos se esquecem que essa cor é a origem da riqueza de milhares de ladrões que nos insultam. Que essa cor convencional da escravidão, tão semelhante à da terra, abriga sob sua superfície escura, vulcões, onde arde o fogo sagrado da liberdade."

Walter George Durst

WALTER GEORGE DURST
(75 anos)
Cineasta, Escritor e Roteirista de TV e Cinema

* São Paulo, SP (15/06/1922)
+ São Paulo, SP (24/08/1997)

Walter George Durst nasceu em 15 de junho de 1922 em São Paulo. Figura bonita, claro, de estatura mediana, sempre de óculos, estava na Rádio Tupi, emissora associada, quando da chegada da TV Tupi. Estudioso de cinema, idealizador do tipo de teleteatro que a emissora implantou e que ali reinou por muitos anos.

Associou-se a Cassiano Gabus Mendes, que era o diretor artístico da televisão pioneira, Dionísio Azevedo, Silas Roberg, Álvaro de Moya, Lima Duarte e aquele grupo é que tornou-se responsável pela teledramaturgia da TV Tupi.

Walter Durst, sempre educado e de fala mansa, ao lado de Dionísio Azevedo principalmente, fazia as adaptações dos grandes textos universais. É assim que lançavam as grande peças. Eram espetáculos de duas a três horas de duração que iam ao ar a noite em domingos alternados.

Uma ousadia atrás da outra, dada o pouco tempo de ensaio e de espaço nos estúdios. Mas o publico entendeu a proposta e respondia com audiência total. O TV de Vanguarda era programa obrigatório do público no domingo a noite e ficou no ar por 16 anos consecutivos.

Mas Walter Duart, o intelectual, foi contratado pela Colgate-Palmolive e sob orientação de Glória Magadan adaptou dramalhões estrangeiros, o que resultou em muitas críticas contra ele. Walter Durst, nesta época, já era casado com a atriz Bárbara Fazio e o casal teve dois filhos: Ella e Walter.

Depois da TV Tupi, Durst esteve na TV Bandeirantes, onde dirigiu Cacilda Becker. Foi para a TV Cultura onde se destacou na criação do Teatro 2 e do núcleo de teledramaturgia. Ligou-se também ao cinema, que era sua paixão e escreveu e dirigiu alternadamente: Toda a Vida em Quinze Minutos, A Carrocinha, O Sobrado e Paixão de Gancho.

Na TV Tupi escreveu O Pequeno Mundo de Dom Camilo, Cleópatra, O Sorriso de Helena, Gutiervitos, o Drama dos Humildes, Teresa, O Cara Suja, Olhos Que Amei, A Outra, A Cor de Sua Pele, Um Rosto Perdido e Meu Filho, Minha Vida.

Por fim, foi para a TV Globo, já em meados de 1975. Estourou, ao assinar as novelas: Gabriela e Mina, que lhe valeram dois prêmios APCA, seguidos, como o Melhor Autor de Novelas.

Escreveu em seguida O Homem Que Veio do Céu, Carga Pesada, Obrigado Doutor, Terras do Sem Fim e Anarquistas.

Foi para a TV Manchete e escreveu Tocaia Grande e no SBT escreveu Os Ossos do Barão.

Walter George Durst foi vitimado por um Câncer e faleceu em 24 de agosto de 1997.

Escreveu e trabalhou até o último dia de sua vida. Walter George Durst teve duas imensas paixões na vida: a teledramaturgia e a esposa Bárbara, que a seu lado esteve até os instantes finais. Morria ali um dos mais importantes personagens da televisão brasileira.

Fonte: Museu da TV