Dom Paulo Evaristo Arns

Paulo Evaristo Arns
(95 anos)
(Frade Franciscano e Cardeal)

☼ Forquilhinha, SC (14/09/1921)
┼ São Paulo, SP (14/12/2016)

Dom Frei Paulo Evaristo Arns OFM, foi um frade franciscano e Cardeal brasileiro nascido em Forquilinha, SC, no dia 14/09/1921. Foi o quinto Arcebispo de São Paulo, tendo sido o terceiro prelado dessa Arquidiocese a receber o título de Cardeal. Era Arcebispo-Emérito de São Paulo e protopresbítero do Colégio Cardinalício.

Quinto de treze filhos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner, brasileiros, descendentes de imigrantes provenientes da Alemanha, região de Rio Mosela.

Realizou seus estudos fundamentais em Forquilhinha, SC. Depois ingressou no seminário franciscano, no Seminário Seráfico São Luís de Tolosa, em Rio Negro, PR.

Em 1940, entrou no noviciado, em Rodeio, SC. A Filosofia, cursou-a em Curitiba e a Teologia em Petrópolis, RJ.

Três de suas irmãs são freiras, e um irmão faz parte da Ordem dos Frades Menores (OFM). Também é irmão de Zilda Arns, morta em um terremoto em Porto Príncipe, Haiti, em 2010.

Paulo Evaristo Arns foi ordenado presbítero no dia 30/11/1945, em Petrópolis, por Dom José Pereira Alves, Arcebispo de Niterói.

Por cerca de uma década exerceu seu ministério, assistindo a população desfavorecida de Petrópolis, RJ, onde também lecionou no Teologado Franciscano de Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis. Depois disto, foi para a França para cursar letras na Sorbonne, onde se doutorou em 1952. Retornando ao Brasil, foi professor nas faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Agudos e Bauru. A seguir, retornou a Petrópolis, onde voltou a dar assistência aos desfavorecidos.

Em 02/05/1966 foi eleito Bispo da Sé Titular de Respecta e auxiliar de São Paulo, aos 44 anos. Recebeu a ordenação episcopal em 03/07/1966, na igreja matriz do Sagrado Coração de Jesus em Forquilhinha, SC, sendo sagrante principal Dom Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo, e consagrantes Dom Anselmo Pietrulla OFM, então Bispo de Tubarão, SC, e Dom Honorato Piazera SCI, então Bispo coadjutor de Lages, SC.

No dia 22/10/1970, o Papa Paulo VI o nomeou Arcebispo metropolitano de São Paulo, tendo tomado posse a 01/11/1970, exercendo o cargo até 15/04/1998, quando renunciou, por limite de idade, detendo o título de Arcebispo-Emérito de São Paulo.

No Consistório do dia 05/03/1973, convocado pelo Papa Paulo VI, na Basílica de São Pedro, Dom PauloEvaristo Arns foi criado Cardeal-Presbítero do título de Santo Antônio de Pádua, na Via Tuscolana.

Como Cardeal eleitor, participou dos dois conclaves, de agosto e de outubro de 1978. Participou ainda, como Cardeal não-votante, dos conclaves de 2005 e de 2013.

Em 09/07/2012 tornou-se o Protopresbítero do Colégio dos Cardeais, por ser aquele que há mais tempo foi elevado à dignidade cardinalícia entre todos os cardeais-presbíteros, sendo também o mais antigo de todos os membros do Colégio Cardinalício.

Brasão e Lema

Descrição: Escudo eclesiástico. Em campo de blau uma cruz em tau de jalde com um in-fólio aberto do mesmo, brocante sobre a cruz, e uma espada de argente, empunhada e guarnecida do primeiro metal, posta em pala, cosida sobre o livro; tendo, à dextra e à senestra, dois ramos de café "ao natural", ou seja de sinopla e frutado de goles. Em chefe, um Cálice de jalde encimado por uma Hóstia de argente. O escudo está assente em tarja branca, na qual se encaixa o pálio branco com cruzetas de sable. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada de duas travessas de ouro. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por quinze borlas cada um, tudo de vermelho. Brocante sob a ponta da cruz um listel de jalde com a legenda: EX SPE IN SPEM, em letras de blau.

Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de blau (azul) representa o manto de Maria Santíssima sob  cuja proteção o Cardeal pôs toda a sua vida sacerdotal, sendo que este esmalte significa: Justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A Cruz em Tau é própria da Ordem Franciscana, à qual pertence o Cardeal e, sendo de jalde (ouro) simboliza: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. O in-fólio com a espada representam São Paulo Apóstolo, numa referência ao padroeiro do Estado, da cidade e da Arquidiocese, sendo que o metal jalde (ouro) tem o significado acima descrito) e o metal argente (prata) da lâmina da espada simboliza: inocência, castidade, pureza e eloquência; virtudes essenciais num bispo. Os ramos de café frutados representam o estado de São Paulo, "Terra do Café", cuja capital é a sede episcopal do Cardeal; sendo que as expressões "ao natural" e "de sua cor" são recursos para se colocar os ramos de café, naturalmente com a cor sinopla (verde), com frutos de goles (vermelho) sobre o campo de blau (azul), sem ferir as leis da Heráldica. Os ramos, por seu esmalte sinopla (verde) representam: esperança, liberdade, abundância, cortesia e amizade; e os frutos de café, por seu esmalte goles (vermelho) simbolizam o fogo da caridade inflamada no coração do Cardeal, bem como, valor e socorro aos necessitados, e ainda o martírio de São Paulo Apóstolo. No chefe, a Hóstia de argente (prata) e o Cálice de jalde (ouro) lembram o santo sacrifício da missa, no qual o pão e o vinho são transubstanciados no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, com os significados destes metais, acima descritos. O lema: "EX SPE IN SPEM" (De Esperança em Esperança), traduz a certeza do cardeal de que em Deus esperou e não será confundido, numa referência ao Livro dos Salmos (Sl. 70,1), sendo uma expressão da total e confiante adesão a Cristo e do humilde abandono do cardeal nas mãos da Divina Providência.

Atividade e Contribuições

Sua atuação pastoral foi voltada aos habitantes da periferia, aos trabalhadores, à formação de comunidades eclesiais de base nos bairros, principalmente os mais pobres, e à defesa e promoção dos direitos da pessoa humana. Ficou conhecido como o Cardeal dos Direitos Humanos, principalmente por ter sido o fundador e líder da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, e sua atividade política era claramente vinculada à sua fé religiosa. Segundo ele:

"Jesus não foi indiferente nem estranho ao problema da dignidade e dos direitos da pessoa humana, nem às necessidades dos mais fracos, dos mais necessitados e das vítimas da injustiça. Em todos os momentos Ele revelou uma solidariedade real com os mais pobres e miseráveis (Mt 11, 28-30); lutou contra a injustiça, a hipocrisia, os abusos do poder, a avidez de ganho dos ricos, indiferentes aos sofrimentos dos pobres, apelando fortemente para a prestação de contas final, quando voltará na glória para julgar os vivos e os mortos."

Enquanto bispo-auxiliar, trabalhou na Zona Norte paulistana, no bairro de Santana. Durante a ditadura militar, na década de 1970, notabilizou-se na luta pelo fim das torturas e restabelecimento da democracia no país, junto com o Rabino Henry Sobel, criando uma ponte entre a comunidade judaica e a Igreja Católica em solo paulista.

Renovou o plano pastoral da Arquidiocese de São Paulo, instituindo novas regiões episcopais (divisões da Arquidiocese de São Paulo) e quarenta e três novas paróquias.

Em 1972 criou a Comissão Brasileira de Justiça e Paz de São Paulo. Incentivou a Pastoral da Moradia e a Pastoral Operária.

Em 22/05/1977 recebeu o título de Doutor Honoris Causa, juntamente com o presidente norte-americano Jimmy Carter, da Universidade de Notre Dame, Indiana, Estados Unidos. A distinção, concedida também ao Cardeal Kim da Coreia do Sul e ao Bispo Lamont da Rodésia, deveu-se ao seu empenho em prol dos direitos humanos.

Entre 1979 e 1985, coordenou com o Pastor Jaime Wright, de forma clandestina, o projeto "Brasil: Nunca Mais". Este projeto tinha como objetivo evitar o possível desaparecimento de documentos durante o processo de redemocratização do país. O trabalho foi realizado em sigilo e o resultado foi a cópia de mais de um milhão de páginas de processos do Superior Tribunal Militar (STM). Contudo, este material foi microfilmado e remetido ao exterior diante do temor de uma apreensão do material. Em ato público realizado dia 14 de junho de 2011, foi anunciada a futura repatriação, digitalização e disponibilização para todos os brasileiros deste acervo. O livro homônimo "Brasil: Nunca Mais" reuniu esta pesquisa sobre a tortura no Brasil no período da Ditadura Militar e foi publicado pela Editora Vozes. Dom Paulo Evaristo Arns também foi um dos organizadores do movimento "Tortura Nunca Mais".

Em 03/06/1980 recebeu, em São Paulo o Papa João Paulo II.

Em 30/11/1984 inaugurou a Biblioteca Dom José Gaspar.

Em 1985, com a ajuda de sua irmã, a pediatra Zilda Arns Neumann, implantou a Pastoral da Criança.

Em 1989 a Arquidiocese de São Paulo, por decisão do Papa João Paulo II, teve seu território reduzido com a criação das novas dioceses: Osasco, Campo Limpo, São Miguel Paulista e Santo Amaro.

Em 1992, Dom Paulo Evaristo Arns criou o Vicariato Episcopal da Comunicação, com a finalidade de fazer a Igreja estar presente em todos os meios de comunicação.

Em 22/02/1992 inaugurou uma nova residência destinada aos padres idosos, a Casa São Paulo, ano em que também criou a Pastoral dos Portadores de HIV.

Em 1994 criou o Conselho Arquidiocesano de Leigos.

Em 1996, após completar 75 anos, apresentou renúncia ao Papa João Paulo II, em função das normas eclesiásticas, renúncia esta que foi aceita. A partir de então, tornou-se Arcebispo Emérito de São Paulo e foi substituído por Dom Frei Cláudio Cardeal Hummes.

Dom Paulo Evaristo Arns recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, em 1998.

Morte

Dom Paulo Evaristo Arns morreu na quarta-feira, 14/12/2016, aos 95 anos. Ele foi internado no Hospital Santa Catarina, no dia 28/11/2016, em decorrência de uma broncopneumonia. Com o passar do dia o estado de saúde piorou, e ele teve de ir para a UTI por causa de dificuldades na função renal. Segundo o hospital, Dom Paulo Evaristo Arns morreu às 11h45 vítima de Falência Múltipla dos Órgãos.

Bibliografia

Autor de 49 livros, suas obras versam sobre a ação pastoral da Igreja nas grandes cidades e estudos da literatura cristã dos primeiros séculos, além de centenas de artigos escritos para as diversas revistas das quais foi redator, antes do episcopado.

Umas das principais obras foi a pesquisa por ele organizada, em que foi abordada a tortura durante os Anos de Chumbo: "Brasil, Nunca Mais".

Ordenações Episcopais

O Cardeal Paulo Evaristo Arns foi o principal sagrante dos seguintes bispos:

  • Benedito de Ulhôa Vieira (1920-2014)
  • Francisco Manuel Vieira (1925-2014)
  • Joel Ivo Catapan, S.V.D. (1927-1999)
  • Angélico Sândalo Bernardino (1933-)
  • Mauro Morelli (1935-)
  • Antônio Celso de Queiroz (1933-)
  • Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, S.J. (1930- 2006)
  • Dom Geraldo Majella Cardeal Agnelo (1933-)
  • Alfredo Ernest Novak, C.Ss.R. (1930-)
  • Ricardo Pedro Paglia, M.S.C. (1937-)
  • Aloísio Hilário de Pinho, F.D.P. (1934-)
  • José Carlos Castanho de Almeida (1930-)
  • Antônio Gaspar (1931-)
  • Fernando Antônio Figueiredo, O.F.M. (1939-)
  • Walter Bini, S.D.B. (1930-1987)
  • Walter Ivan de Azevedo, S.D.B. (1926-)
  • Irineu Danelon, S.D.B. (1940-)
  • José Vieira de Lima, T.O.R. (1931-)
  • Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M. (1950 -)
E foi consagrante de:

  • Dom Luís Flávio Cappio O.F.M.
  • Dom Manuel Parrado Carral
  • Dom Pedro Luiz Stringhini

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Ferreira Gullar

JOSÉ RIBAMAR FERREIRA
(86 anos)
Escritor, Poeta, Crítico de Arte, Biógrafo, Tradutor, Memoralista e Ensaísta

☼ São Luís, MA (10/09/1930)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/12/2016)

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, foi um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Foi o postulante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na vaga deixada por Ivan Junqueira, da qual tomou posse em 05/12/2014.

Ferreira Gullar nasceu em São Luís, MA, no dia 10/09/1930, com o nome de José Ribamar Ferreira. É um dos onze filhos do casal Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart.

Sobre o pseudônimo, o poeta declarou o seguinte:

"Gullar é um dos sobrenomes de minha mãe, o nome dela é Alzira Ribeiro Goulart, e Ferreira é o sobrenome da família, eu então me chamo José Ribamar Ferreira; mas como todo mundo no Maranhão é Ribamar, eu decidi mudar meu nome e fiz isso, usei o Ferreira que é do meu pai e o Gullar que é de minha mãe, só que eu mudei a grafia porque o Gullar de minha mãe é o Goulart francês; é um nome inventado, como a vida é inventada eu inventei o meu nome!"

Segundo Mauricio Vaitsman, ao lado de Bandeira Tribuzi, Luci Teixeira, Lago Burnet, José Bento, José Sarney e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o pós-modernismo no Maranhão, A Ilha, da qual foi um dos fundadores. Até sua morte, muitos o consideravam o maior poeta vivo do Brasil e não seria exagero dizer que, durante suas seis décadas de produção artística, Ferreira Gullar passou por todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira e participou deles.

Morando no Rio de Janeiro, participou do movimento da poesia concreta, sendo então um poeta extremamente inovador, escrevendo seus poemas, por exemplo, em placas de madeira, gravando-os.

Em 1956 participou da exposição concretista que é considerada o marco oficial do início da poesia concreta, tendo se afastado desta em 1959, criando, junto com Lígia Clark e Hélio Oiticica, o neoconcretismo, que valoriza a expressão e a subjetividade em oposição ao concretismo ortodoxo.

Posteriormente, ainda no início dos anos de 1960, se afastou deste grupo também, por concluir que o movimento levaria ao abandono do vínculo entre a palavra e a poesia, passando a produzir uma poesia engajada e envolvendo-se com os Centros Populares de Cultura (CPCs).

Militância Política

Ferreira Gullar foi militante do Partido Comunista Brasileiro (CPB) e, exilado pela ditadura militar, viveu na União Soviética, na Argentina e Chile. Ele comentou que bacharelou em subversão em Moscou durante o seu exílio, mas que devido a uma maior reflexão, experiência de vida, e de observar as coisas irem acontecendo se desiludiu do socialismo e que o socialismo não faz mais sentido pois fracassou.

"(...) toda sociedade é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o convívio social. Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável."

Prêmios e Indicações

Ferreira Gullar ganhou o concurso de poesia promovido pelo Jornal de Letras com seu poema "O Galo" em 1950. Os prêmios Molière, o Saci e outros prêmios do teatro em 1966 com "Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come", que é considerada uma obra prima do teatro moderno brasileiro.

Em 1999 foi inaugurada em São Luís, MA, a Avenida Ferreira Gullar. Em Imperatriz, MA, ganhou em sua homenagem com o teatro Ferreira Gullar.

Em 2002, foi indicado por nove professores dos Estados Unidos, do Brasil e de Portugal para o Prêmio Nobel de Literatura.

Em 2007, seu livro Resmungos ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano. O livro, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, reúne crônicas de Ferreira Gullar publicadas no jornal Folha de S.Paulo no ano de 2005.

Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Ferreira Gullar foi agraciado com o Prêmio Camões em 2010.

Em 15/10/2010, foi contemplado com o título de Doutor Honoris causa, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em 20/10/2011, ganhou o Prêmio Jabuti com o livro de poesia Em Alguma Parte Alguma, que foi considerado O Livro do Ano de ficção.

Em 2011, a obra Poema Sujo inspirou a vídeo instalação "Há Muitas Noites na Noite", dirigida por Silvio Tendler. Em 2015, o poema inspirou uma série documental, também denominada: "Há Muitas Noites na Noite", com sete episódios com 26 minutos cada, exibida na TV Brasil entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, também dirigida por Silvio Tendler.

Academia Brasileira de Letras

Ferreira Gullar foi postulante eleito da cadeira 37 na Academia Brasileira de Letras (ABL), tendo obtido na votação 36 dos 37 votos possíveis derrotando os outros candidatos: Ademir Barbosa Júnior, José Roberto Guedes de Oliveira e José William Vavruk em apenas 15 minutos, com uma abstenção que permanece anônima devido a queima das fichas após o resultado da urna, em 09/10/2014, tendo votado 19 acadêmicos por presença física e 18 por cartas.

A cadeira tem como patrono o poeta e inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga e foi ocupada anteriormente por personalidades como Silva Ramos, Alcântara Machado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e recentemente pelo ensaísta e curador Ivan Junqueira, amigo de Ferreira Gullar.

Sua posse era marcada para novembro, depois de várias recusas do escritor em convites anteriores.

Em 05/12/2014, Ferreira Gullar tomou posse de sua cadeira, a número 37, na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Morte

Ferreira Gullar morreu no domingo, 04/12/2016, no Rio de Janeiro, RJ vítima de vários problemas respiratórios que culminaram em uma pneumonia. Ele estava internado há 20 dias no Hospital Copa D'Or, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Amigos famosos e imortais foram à Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio de Janeiro, na segunda-feira, 05/12/2016, para velar o corpo de Ferreira Gullar. Familiares, admiradores e colegas acadêmicos prestaram sua última homenagem ao poeta, que foi velado ainda na noite de domingo, 04/12/2016, e durante toda a madrugada no saguão da Biblioteca Nacional, também no Centro do Rio de Janeiro, e na manhã de segunda-feira foi velado na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL).

O corpo de Ferreira Gullar foi sepultado por volta das 16h00 de segunda-feira, 05/12/2016, no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL) localizado no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Bibliografia

Poesia
  • 1949 - Um Pouco Acima do Chão
  • 1954 - A Luta Corporal
  • 1958 - Poemas
  • 1962 - João Boa-Morte, Cabra Marcado para Morrer (Cordel)
  • 1962 - Quem Matou Aparecida? (Cordel)
  • 1966 - A Luta Corporal e Novos Poemas
  • 1966 - História de um Valente (Cordel: Na clandestinidade, como João Salgueiro)
  • 1968 - Por Você Por Mim
  • 1975 - Dentro da Noite Veloz
  • 1976 - Poema Sujo (Onde se localiza a letra de Trenzinho do Caipira)
  • 1980 - Na Vertigem do Dia
  • 1986 - Crime na Flora ou Ordem e Progresso
  • 1987 - Barulhos
  • 1991 - O Formigueiro
  • 1999 - Muitas Vozes
  • 2005 - Um Gato Chamado Gatinho
  • 2010 - Em Alguma Parte Alguma

Antologias
  • 1977 - Antologia Poética
  • 1980 - Toda Poesia
  • 1981 - Ferreira Gullar - Seleção de Beth Brait
  • 1983 - Os Melhores Poemas de Ferreira Gullar - Seleção de Alfredo Bosi
  • 1989 - Poemas Escolhidos

Contos e Crônicas
  • 1996 - Gamação
  • 1997 - Cidades Inventadas
  • 2007 - Resmungos

Teatro
  • 1979 - Um Rubi no Umbigo

Crônicas
  • 1989 - A Estranha Vida Banal
  • 2001 - O Menino e o Arco-Íris

Memórias
  • 1998 - Rabo de Foguete - Os Anos de Exílio

Biografia
  • 1996 - Nise da Silveira: Uma Psiquiatra Rebelde

Literatura Infantil
  • 2011 - Zoologia Bizarra

Ensaios
  • 1959 - Teoria do Não-Objeto
  • 1965 - Cultura Posta em Questão
  • 1969 - Vanguarda e Subdesenvolvimento
  • 1977 - Augusto do Anjos ou Vida e Morte Nordestina
  • 1977 - Tentativa de Compreensão: Arte Concreta, Arte Neoconcreta - Uma Contribuição Brasileira
  • 1978 - Uma Luz no Chão
  • 1983 - Sobre Arte
  • 1985 - Etapas da Arte Contemporânea: Do Cubismo à Arte Neoconcreta
  • 1989 - Indagações de Hoje
  • 1993 - Argumentação Contra a Morte da Arte
  • 1998 - O Grupo Frente e a Reação Neoconcreta
  • 2002 - Cultura Pem Questão / Vanguarda e Subdesenvolvimento
  • 2002 - Rembrandt
  • 2003 - Relâmpagos

Televisão
  • 1990 - Araponga (Rede Globo) - Colaborador
  • 1995 - Irmãos Coragem (Rede Globo) - Colaborador
  • 1998 - Dona Flor e Seus Dois Maridos (Rede Globo) - Colaborador

Filmes
  • Os Herdeiros - Davi Martins

Fonte: Wikipédia
Indicação: Miguel Sampaio

Ademar Silva

ADEMAR MARQUES RATAIESKY
(71 anos)
Cantor, Compositor, Acordeonista e Apresentador

☼ São Lourenço do Sul, RS (15/11/1943)
┼ Pelotas, RS (13/04/2015)

Ademar Marques Rataiesky, artisticamente conhecido como Ademar Silva, foi um cantor, compositor e acordeonista brasileiro, nascido em São Lourenço do Sul, RS, no dia 15/11/1943.

Ainda adolescente tirava na harmônica solos de músicas de seu compositor favorito, Pedro Raymundo

Ademar Silva iniciou sua carreira aos 15 anos como acordeonista, o primeiro a acompanhar o cantor Teixeirinha, com quem tocou no Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Em carreira solo fez grande sucesso com quase 55 anos de carreira.

Em 1961 gravou pela Philips "Gaúcho Forasteiro" (Ademar Silva e Leopoldo) e "Oito de Maio" (Ademar Silva e Pinheiro).

Em 1962 lançou pela Philips "O Amor Que Eu Sonhei" (Ademar Silva e Leopoldo) e "Homenagem ao Papai" (Ademar Silva e Leopoldo).


Em 1963 gravou pela RCA as toadas "Leva Eu, Sodade" (Tito Neto e Alventino Cavalcânti) e "Chuva do Bem" (Demóstenez Gonzales). 

Em 1968, lançou "Rei dos Pampas" (Raul Torres). Gravou também "Vida Triste" (Piraci e Lourival dos Santos).

Apresentou-se em emissoras de rádio e de TV, circos, boates e teatros de diversos estados do Brasil.

Em 1975, gravou um LP pela Tropicana. Destacaram-se nesse LP as músicas "Saudades de Porto Alegre" (Roberto Stanganelli e Paraguassu), "Felicidade" (Lupicínio Rodrigues), "Velhas Cartas" (Tonico, Tinoco e Zé Paioça) e "Sortes Iguais", de sua autoria.

Entre 1975 e 1982, gravou quatro LPs pela Chantecler. Gravou, ainda, diversos discos pelas gravadoras PolyGram, Continental e Solo Livre.

Ao longo de sua carreira, Ademar Silva gravou cerca de 600 músicas e cantou em mil shows.

Morte

Ademar Silva faleceu na segunda-feira, 13/04/2015, retornando para Pelotas, vítima de infarto do miocárdio, após fazer um show no município de Veranópolis, no Rio Grande do Sul.

Discografia
  • [S/D] - Saudade da Querência (Alvorada, LP)
  • 1996 - Ademar Silva (USA Discos, LP)
  • 1995 - Ademar Silva (Solo Livre, LP)
  • 1990 - Ademar Silva (Discoteca Gravações, LP)
  • 1986 - Ademar Silva (Continental, LP)
  • 1985 - Ademar Silva (PolyGram, LP)
  • 1984 - Ademar Silva (PolyGram, LP)
  • 1983 - Ademar Silva (PolyGram, LP)
  • 1982 - Ademar Silva (Chantecler, LP)
  • 1981 - Ademar Silva (Disco Tiaraju, LP)
  • 1977 - Ademar Silva (Chantecler, LP)
  • 1976 - Ademar Silva (Chantecler, LP)
  • 1975 - Ademar Silva (Tropicana, LP)
  • 1968 - Ademar Silva (Chantecler, LP)
  • 1963 - Leva Eu, Sodade / Chuva do Bem (RCA Candem, 78)
  • 1962 - O Amor Que Eu Sonhei / Homenagem Ao Papai (Philips, 78)
  • 1961 - Gaúcho Forasteiro / Oito de Maio (Philips, 78)
  • 1960 - Ademar Silva (Phillips, LP)

Indicação: Miguel Sampaio

Doriel de Oliveira

DORIEL DE OLIVEIRA
(77 anos)
Pastor e Fundador da Igreja Casa da Bênção

☼ Araraquara, SP (27/05/1939)
┼ Brasília, DF (17/11/2016)

Doriel de Oliveira foi um pastor e fundador da igreja Casa da Benção, nascido em Araraquara, SP, no dia 27/05/1939. Era filho de Cycero de Oliveira e Idulmira Lyrio de Oliveira.  Era doutor em Teologia pela Jacksonville Theological Seminary - Flórida, Estados Unidos, presidente da Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus (ITEJ), conhecida como Casa da Bênção. Tinha sob sua responsabilidade mais de 2.000 igrejas em vários Estados do Brasil e 25 igrejas no exterior como nos Estados Unidos, Angola, Alemanha, Itália, Suíça, Japão, Portugal e Espanha.

Recebeu seu chamado para o Ministério ainda adolescente, aos 16 anos, quando participou de um culto realizado por dois missionários norte-americanos em uma tenda. Neste dia, estava presente uma menina com uma perna bem maior que a outra, cerca de uns 10 centímetros, o que a obrigava usar um aparelho especial. Um dos missionários falava que Deus havia-lhe revelado que aquela menina seria curada naquela noite.

Trazida do meio da multidão para frente, foi colocada sentada num ponto que dava para ser vista por todos. Chegada a hora, ele pediu que todos fechassem os olhos, mas Doriel de Oliveira, que depois de muito se espremer conseguiu chegar à frente da multidão, junto a uma corda prestava toda a atenção possível.


Durante a oração a perna da menina, como se tivera uma mola começou a crescer… Num instante, como se a fé lhe falhasse, retornou ao estado original, mas o Pastor clamou mais acirradamente ao Senhor e, para seu deslumbramento Doriel de Oliveira presenciou o primeiro milagre da sua vida. Naquele momento ele dobrou seus joelhos e aceitou Jesus como seu Salvador.

Doriel de Oliveira exercia o cargo de Presidente do Seminário Nacional da Igreja Tabernáculo Evangélico de Jesus, que anualmente centenas de pessoas são formadas para a obra de missões, sendo que vários destes já foram fazer a obra em outros países, também era presidente do Supremo Concílio da ITEJ e vice- presidente do Conselho de Pastores e Igrejas Evangélicas do Distrito Federal.

Por direção de Deus, foi para Belo Horizonte, MG, onde conseguiu alugar um pequeno salão para a nova e promissora igreja. Foi atrás das rádios para conseguir divulgar o seu ministério. A Casa da Benção foi inaugurada em 09/06/1964. O começo foi muito difícil e o povo continuava indiferente ao Evangelho, até que toda equipe programou uma grande campanha evangelística onde muitos foram curados e libertos, deixando-os espantados com o estrondoso sucesso conseguido. E desde então a igreja passou a ser forte, com cultos realizados pela manhã, tarde e noite. A obra se estendeu por Belo Horizonte e por inúmeras cidades de Minas Gerais.


No dia 31/05/1970, Doriel de Oliveira e sua comitiva mudaram-se para Brasília, optando por Taguatinga, onde os terrenos eram mais baratos e eram permitidas construções de madeiras. Com o crescimento da igreja em Brasília nasceu a necessidade de levar esta mensagem aos demais Estados da Federação.

No dia 08/07/1985 foi inaugurada a Catedral da Bênção, com cerca de 2.000 mts²,  um grande sonho realizado por Deus.

O ano de 1987 foi marcado por um acelerado crescimento da igreja Casa da Bênção em todo o Brasil e outros países como Estados Unidos, Japão, Alemanha, entre outros.

Doriel de Oliveira era casado com Ruth Brunelli de Oliveira e é pai de três filhos: A missionária Lílian Brunelli, o pastor Júnior Brunelli e o caçula Samuel Wesley de Oliveira.

Ex-deputado evangelico Júnior Brunelli
Oração da Propina

Seu filho, ex-deputado distrital, Júnior Brunelli ficou famoso em todo o país no episódio que ficou conhecido como a "Oração da Propina". Em 2009, Júnior Brunelli, o então colega de Câmara Legislativa Leonardo Prudente e Durval Barbosa, delator da Caixa de Pandora, fazem uma oração após receberem dinheiro desviado.

Em maio de 2012, Júnior Brunelli chegou a ser preso pela Polícia Civil, depois de dois dias foragido. Ele é acusado de desviar R$ 1,7 milhão de emendas parlamentares.

Morte

Doriel de Oliveira morreu na quinta-feira, 17/11/2016, em Brasília, DF, aos 77 anos. Doriel de Oliveira estava internado desde o fim de agosto de 2015 no Hospital Brasília, no Lago Sul, após sofrer fortes dores abdominais.

O velório ocorrerá na quarta-feira, 23/11/2016, à tarde, na Catedral da Bênção, em Taguatinga, DF. O enterro será às 10h00 de quinta-feira, 24/11/2016, no Cemitério Campo da Esperança em Brasília, DF.

A ideia de esperar uma semana entre a morte e a cerimônia é dar tempo de fiéis de todo o país virem para Brasília.