Costinha

LÍRIO MÁRIO DA COSTA
(72 anos)
Humorista e Ator

* Rio de Janeiro, RJ (24/03/1923)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/09/1995)

Nascido no Rio de Janeiro, capital federal na época, Costinha vem de família de cunho artístico: seu pai foi palhaço de circo. A infância circense iria influenciar a trajetória do humorista de forma definitiva. Porém, a situação estável da família muda quando ele completa treze anos: Seu pai e grande ídolo, abandona a família.

Na época, o então menino Costinha tem de deixar a vocação artística e pegar no batente. Foi, dentre outras profissões, contínuo, garçom de botequim, engraxate e até apontador de jogo do bicho. Esse convívio ao lado de tipos urbanos e muitas vezes até marginais do Rio de Janeiro dos anos 40, seria muito importante nos personagens feitos pelo humorista posteriormente.

Em 1942, emprega-se como faxineiro da Rádio Tamoio. Pelo novo veículo ganha sua grande chance, sendo radio-ator em diversos e importantes programas da época como Cadeira de Barbeiro, Recruta 23 e mesmo na primeira versão radiofônica da Escolinha do Professor Raimundo.

Fez parte do elenco de importantes emissoras da época como a Rádio Record e também a Rádio Mayrink Veiga. Foi ainda cômico no Teatro de Revista, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro.


Já como grande personalidade consagrada, Costinha fez diversas propagandas, destacando-se na das Loterias do Rio de Janeiro (onde chegou a ser dirigido por Cacá Diegues). A série de discos de humor nos anos 70 e 80 O Peru da Festa e As Proibidas do Costinha, tiveram grande vendagem pelo selo CID.

No cinema, sua participação foi intensa desde os anos 50. Sua primeira participação foi logo no polêmico Anjo do Lodo de Luiz de Barros. O filme foi a segunda adaptação do livro Lucíola de José de Alencar as telas. Voltaria as ordens de Luiz de Barros em O Rei do Samba, biografia do lendário sambista Sinhô.

Seu tipo franzino e marcadamente de cabelos engomados, era perfeito para papéis secundários e pontas das chanchadas. Essa função, ele desempenharia com atores como Wilson Grey, Wilson Viana e tantos outros daquela geração. A produtora dominante da época, a Atlântida, tinha astros cômicos como Oscarito e diretores como Carlos Manga. Já a secundária, mas não menos importante, Herbert Richers, apostava em outros nomes da época, como Ankito e em realizadores como Victor Lima e J.B. Tanko.

Costinha com Chacrinha (Arnaldo Silva)
Costinha logo é chamado pela Herbert Richers para desempenhar papéis secundários. Às vezes conseguia ser bandido (De Pernas Pro Ar), um aspone do Carlos Imperial (Garota Enxuta) ou mesmo um fotógrafo de jornal (É de Chuá). O melhor filme de toda essa fase é Sherlock de Araque. Outros filmes do período na época são feitos ao lado de Zé Trindade.

Com a chegada de movimentos cinematográficos mais ambiciosos e pretensamente intelectuais de Glauber Rocha e seus pares, o espaço de comediantes oriundos da chanchada foi a televisão. Nos anos 60, pouquíssimas comédias ou filmes populares foram feitos no Brasil comparados com a década anterior. Uma exceção é um interessante ciclo de fitas policiais e nazi exploitation (Os Carrascos Estão Entre Nós). Nesta época, nomes como Oscarito, Grande Otelo, Ankito se viram mais sem meio do cinema e sem o estrelato de antes.

Mas a televisão, se é um excelente meio para os até então secundários em chanchadas. Por ela, Costinha consegue se tornar uma personalidade conhecida em todo território nacional, levando milhares de brasileiros a darem muitas risadas.

Os anos setentas, trazem os velhos comediantes de volta às telas. O cinema volta a ser popular. Seja em filmes urbanos (Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva), homenagens à chanchada (Salário Mínimo), filmes de juventude (Amor em Quatro Tempos) ou mesmo em pornochanchadas (Histórias Que As Nossas Babás Não Contavam).


Outra coisa típica da década mais dinâmica da carreira cinematográfica do comediante foram as paródias em que ele desempenhou o personagem principal em diversos filmes. Isso ocorre em fitas como O Libertino, O Homem de Seis Milhões de Cruzeiros Contra as Panteras, Costinha, o Rei das Selvas, Costinha e o King Mong, As Aventuras de Robinson Crusoé - neste último, faz par com Grande Otelo, com direção de Mozael Silveira.

Continuando atuando em diversas peças de teatro, programas como Apertura (Rede Tupi), Apertem o Riso (TV Manchete), Planeta dos Homens e Chico Anysio Show (Rede Globo), Lírio Mário da Costa continuou levando alegria e risos a milhares de compatriotas.

Gravou vários discos de piadas, sendo os mais famosos os da série O Peru da Festa. Trata-se de uma série de cinco LP's, pela gravadora CID. Todos vinham com a tarja Proibida a Execução Pública e a Venda Para Menores de 21 Anos", não só pelas piadas consideradas pesadas, mas pelas capas sugestivas. No primeiro volume, Costinha parecia estar nu, com uma mesa tapando suas partes íntimas e um peru assado sendo servido sobre ela.

Seu último papel foi como Seu Mazarito na Escolinha do Professor Raimundo (1990/1995).

Foi casado com Irany Pereira da Costa, com quem teve quatro filhos naturais e adotou outros três.

Morte

Em 04/09/1995, Costinha deu entrada no Hospital Pan-Americano, no Rio de Janeiro, com falta de ar, falecendo no dia 15 do mesmo mês aos 72 anos, vítima de Enfisema Pulmonar. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

8 comentários:

  1. Excelente site, parabéns pelo seu belo trabalho.
    Todos essas pessoas contribuiram muito para a cultura brasileira.

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  2. Costinha era demaaaais!!! Morria de rir com as comédias dele!
    Parabéns Marcos Aurélio! As figuras ilustrativas inseridas nos textos ficaram ótimas.

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  3. Costinha simplesmente único! Fui a um show dele no Canecão que não esqueço jamais! Descanse em paz!

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  4. Grande Humorista faz falta marcou era grande os de hoje não cheguam aos seus pes ficou a saudade.

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  5. Nos dias de hoje com esse politicamente correto absurdo o Costinha estaria sendo perseguido pelos patrulheiros de plantão sendo acusado de homofobia.

    Que triste época que nós vivemos hoje em dia !



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    1. Costinha seria problematizado porque ele era realmente homofóbico. Toda e qualquer piada tem um objetivo e não apenas o de fazer rir, e no caso dele, o objetivo era humilhar e ofender a comunidade gay como se ser homo fosse motivo de chacota. Sorte que os tempos mudaram, porque a roda da história nunca fica estagnada

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  6. O maior humorista brasileiro de todos os tempos. Nos fazia rir sem precisar dizer nada... seus trejeitos, caras e bocas são insuperáveis.

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