(87 anos)
Montador, Roteirista e Diretor de Cinema e TV
☼ Rio de Janeiro, RJ (06/01/1928)
┼ Rio de Janeiro, RJ (17/09/2015)
José Carlos Aranha Manga foi um montador, roteirista e diretor de cinema e televisão brasileiro. Carlos Manga inovou a comédia e a sátira no cinema brasileiro. Filho do advogado Américo Rodrigues Manga e de Maria Isabel Aranha, José Carlos Aranha Manga nasceu em 06/01/1928, no Rio de Janeiro.
Começou a trabalhar como bancário, porém sua paixão pelo cinema. Essa paixão o levou para a Atlântida Cinematográfica, através do ator Cyll Farney que integrava o primeiro time da companhia. Na ocasião, foi contratado pela Atlântida, para trabalhar no setor de almoxarifado, e abandonou o curso de direito no segundo ano. Mas aos poucos foi aprendendo o ofício e galgando posições. De contra-regra, passou a assistente de montagem e de direção. Por volta de 1951, atuou como diretor musical em filmes da Atlântida, o que o qualificou para a sua primeira empreitada como diretor.
Seu nome artístico, Carlos Manga, foi sugerido pelo então presidente da companhia, Luiz Severiano Ribeiro Júnior.
Junto com Watson Macedo, foi um dos principais diretores do período de ouro, os anos 50, da Atlântida, onde esteve à frente de clássicos da chanchada como "Nem Sansão Nem Dalila" (1954), "Matar Ou Correr" (1954) e "O Homem do Sputnik" (1959). Fez sua estreia, inclusive, em um filme produzido em 1952 pela antiga companhia, e dirigido por José Carlos Burle, "Carnaval Atlântida" (1952). Na época, foi responsável por dirigir os números musicais.
Ao todo, Carlos Manga dirigiu 32 filmes. O primeiro deles, ainda na Atlântida, foi "A Dupla Do Barulho", em 1953. No elenco, além de Oscarito e Grande Otelo, os grandes astros da época, nomes como Wilson Grey, Fregolente, entre outros.
Do Cinema Para a Televisão
Começou a trabalhar na televisão no início dos anos 1960, a convite de Chico Anysio, na antiga TV Rio. Estreou dirigindo o programa "O Riso é o Limite", depois passou por "Noites Cariocas", "Agora é Que São Elas", entre muitos outros. Ainda naquela emissora, foi o responsável, junto com o técnico Marcelo Barbosa, pela primeira edição em videotape da televisão brasileira, feita para o humorístico "Chico City", em 1961. Ainda no início da década de 1960, começou a trabalhar também com publicidade, atividade que desempenharia ao longo de toda a sua carreira no cinema e na televisão.
Contratado pela TV Excelsior, onde chegaria a ser o diretor geral, dirigiu programas importantes, como o musical "Times Square", "Vovô Deville", "A Cidade Se Diverte", "Dois No Balança", "My Fair Lady", entre outros.
Carlos Manga trabalhou também na TV Record de São Paulo, no final da década de 1960, ao lado de profissionais renomados como o produtor Nilton Travesso, o editor Paulo de Carvalho, o escritor Manoel Carlos e o humorista Jô Soares. Ainda na TV Record, criou programas como "Preto No Branco" e "Quem Tem Medo da Verdade?", além de participar das edições do Prêmio Roquette Pinto, sobretudo a de 1968, quando se apresentou imitando o cantor norte-americano Al Johnson, devidamente caracterizado.
No início dos anos 1970, Carlos Manga morou na Itália, onde conheceu a Cinecittá e trabalhou com seu grande ídolo, o diretor de cinema Federico Fellini. De volta ao Brasil, em 1974, escreveu, produziu e dirigiu o longa-metragem "O Marginal", estrelado por Darlene Glória e Tarcísio Meira, inspirado nos métodos de direção aprendidos com Federico Fellini. Em seguida, ainda em 1974, Carlos Manga escreveu e dirigiu "Assim Era Atlântida", em que contou com a assistência de direção de um iniciante promissor, Silvio de Abreu.
Em 1980, também convidado por Chico Anysio, foi contratado pela TV Globo, onde dirigiu a segunda versão do humorístico "Chico City". Ainda na linha de humor da emissora, Carlos Manga dirigiu também "Os Trapalhões", na fase de maior sucesso do programa. Seu último trabalho no cinema seria ao lado deles, no filme "Os Trapalhões e o Rei do Futebol" (1986), que contou com a participação especial de Édson Arantes do Nascimento, o Pelé.
Minisséries: Grandes Produções
Na década de 1990, já como diretor artístico de minisséries da TV Globo, Carlos Manga foi responsável por grandes produções da teledramaturgia brasileira, como "Agosto" (1993), "Memorial De Maria Moura" (1994), protagonizada por Glória Pires, e "Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados" (1995), adaptação da obra clássica de Nelson Rodrigues, com Cláudia Raia no papel principal.
Carlos Manga dirigiu ainda "A Madona De Cedro" (1994), adaptada por Walther Negrão a partir do romance homônimo de Antônio Callado, "Incidente em Antares" (1994), baseada na obra de Érico Verissimo, e "Decadência" (1995), de Dias Gomes.
Além das minisséries, Carlos Manga tornou-se diretor de núcleo e foi responsável pela produção de duas novelas na TV Globo. A primeira foi o remake de "Anjo Mau" (1997), escrita originalmente por Cassiano Gabus Mendes em 1976 e adaptada por Maria Adelaide Amaral, com a atriz Glória Pires no papel da vilã Nice. A segunda novela foi "Torre de Babel" (1998), de Sílvio de Abreu, que teve no elenco grandes astros e estrelas da emissora, como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Edson Celulari, Cláudia Raia, Tony Ramos, entre outros.
No final dos anos 1990, após a experiência com a teledramaturgia e o êxito que suas obras obtiveram, Carlos Manga voltou a trabalhar com a linha de shows, na qual iniciara sua carreira, cerca de quarenta anos antes. Nessa linha, dirigiu desde programas de auditório, como o "Domingão do Faustão" (1989), seriados, como "Sandy & Junior" (1999) e "Sítio do Pica-Pau Amarelo" (2001).
Carlos Manga iniciou os anos 2000 trabalhando como diretor artístico do "Zorra Total" (1999), que reúne diversos humoristas da emissora. Em 2004, voltou a trabalhar como diretor artístico em uma minissérie da TV Globo.
Em "Um Só Coração" (2004), de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, o diretor esteve à frente de um grande elenco, estrelado por Ana Paula Arósio, Edson Celulari, entre muitos outros. A minissérie foi produzida em comemoração aos 450 anos da cidade de São Paulo.
Aos 50 anos de carreira, o diretor foi homenageado e fez uma participação especial, no papel de si mesmo, na novela "Belíssima" (2006), de seu amigo Sílvio de Abreu. Além disso, por sua contribuição ao cinema brasileiro, recebeu o primeiro Troféu Oscarito, no Festival de Gramado.
Em 2007, o núcleo Carlos Manga foi responsável pela produção da novela "Eterna Magia" (2007), de Elizabeth Jhin, que contou com a supervisão de texto de Sílvio de Abreu.
Em setembro de 2008, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) concedeu ao cineasta Carlos Manga o título de Cidadão Benemérito do Estado do Rio.
Em novembro de 2010, Carlos Manga participou como ator do seriado "Afinal, o Que Querem As Mulheres?". A trama contava a aventura de um jovem escritor e psicólogo, interpretado por Michel Melamed, obcecado por entender o sexo oposto. Carlos Manga interpretou o papel de Don Carlo, um conde italiano decadente que namorava Celeste, vivida por Vera Fischer.
Em "Dercy de Verdade", da autora Maria Adelaide Amaral, Carlos Manga foi personagem. A minissérie, que foi ao ar em janeiro de 2012, contou a história de um século de vida e 86 anos de carreira da artista Dercy Gonçalves. Carlos Manga foi responsável pela primeira aparição de Dercy Gonçalves na televisão, quando era produtor da TV Excelsior. Ele foi interpretado pelo ator Danton Mello.
Morte
Carlos Manga morreu na quinta-feira, 17/09/2015, aos 87 anos. Ele tinha 87 anos e morava no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada no começo da noite de quinta-feira, 17/09, pela Central Globo de Comunicação. A causa da morte não foi divulgada.
Fonte: Memória Globo
Indicação: Fadinha Veras e Miguel Sampaio
Foi um dos idealizadores do programa Jovem Guarda na TV Record em 1965. A Midia omite isto..
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