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Homero Silva

HOMERO SILVA
(63 anos)
Apresentador de TV, Radialista e Político

* São Paulo, SP (30/01/1918)
+ São Paulo, SP (19/09/1981)

Foi o primeiro apresentador da televisão brasileira. Apresentava o programa TV Na Taba da TV Tupi. Foi também radialista das rádios Tupi e Difusora nas décadas de 40 e 50. Apresentava o programa de auditório Clube Papai-Noel, onde surgiram vários cantores e cantoras, entre as quais Wilma Bentivegna. Na cidade de São Paulo existe uma praça com o seu nome localizada no bairro da Pompéia, próximo à avenida de mesmo nome.

Homero Silva nasceu em São Paulo, no bairro do Cambuci. Descendente de italianos, seu pai era Eloi Domingues da Silva e a mãe Dona Cândida. Aos 18 anos Homero Silva perdeu o pai, e ele e mais um irmão menor, ficaram aos cuidados de Cândida.

O pai, fotógrafo, era pobre. E assim, Homero e o irmão Gilberto, acostumaram-se a dividir tudo, até um par de sapatos, pois a mãe comprava um número intermediário, que pudesse servir aos dois, na hora de irem à escola. E eles iam em turnos diferentes. Assim mesmo, ambos conseguiram entrar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, respectivamente em primeiro e segundo lugares.

Homero Silva e Assis Chateaubriand
Rapazes sérios, religiosos, extremamente inteligentes, eram admirados por todos. Gilberto, o mais novo, prosseguiu a carreira jurídica, mas Homero fez um concurso de locutor na Rádio Tupi de São Paulo, e passou, pois era dono de uma voz bonita e marcante.

E aí começou a carreira que, se não única, foi a mais importante de sua vida. Logo chegou a diretor da emissora. É preciso lembrar que seu grande sucesso deu-se à apresentação do programa infantil Clube do Papai Noel , onde ele era tão querido que as crianças o chamavam de Papai Noel. Nesse programa iniciaram a carreira artística: Hebe Camargo, Erlon Chaves, Wilma Bentivegna, Wanderley Cardoso, Vida Alves, e muitos outros.

Foi um acontecimento esse programa que começou na rádio e, mais tarde, transferiu-se para a televisão. Homero Silva, aliás, foi escolhido para ser o primeiro locutor, aquele que apresentou a PRF3-TV Tupi, aos telespectadores, no lançamento da primeira emissora de televisão da América Latina.

Homero Silva, alguns anos antes havia se casado com Yolanda. Desse casamento nasceram dois filhos: CéliaHomero Silva Filho. Na televisão Homero era super admirado pela perfeição de suas apresentações, por sua cultura, por sua verve. Apresentava também outros programas: Ponta de Lança, Boa Noite Amigos, e o famoso Clube dos Artistas, que foi uma criação de Airton Rodrigues, mas teve Homero Silva como apresentador por muitos anos.

Homero Silva, porém, não se satisfez somente com a vida artística, embora tivesse total sucesso. Foi para a política. Foi vereador da cidade de São Paulo, por duas vezes. Foi deputado, também por dois mandatos. Foi candidato à Prefeito, perdendo apenas por 50 votos, o que até suscitou muita polêmica, mas Homero, homem sério, quis deixar de lado e prosseguiu sua vida.

Quando deixou a TV Tupi, Homero Silva foi ser Presidente da Fundação Padre Anchieta e, posteriormente, diretor artístico da Rádio Cultura. Homero Silva, ainda desejoso de eternamente lutar, entrou para as lides universitárias e foi professor de Direito Constitucional na FMU e nas Faculdades de Bragança Paulista. Isso o fez rejuvenescer, pois adorava estar com os jovens, assim como tinha adorado trabalhar com crianças.

Uma das coisas que criou, com muito êxito foi a Campanha do Natal da Criança Pobre, que aconteceu por vários anos consecutivos e que revolucionou todo o bairro do Sumaré, que era chamado de A Cidade do Rádio, pois era a sede das Rádios Tupi, Difusora e da Televisão Tupi.

Assim foi Homero Silva, que faleceu em 19 de setembro de 1981. Ele havia se casado pela segunda vez com Mariinha, e com ela teve a filha Silvana, que é médica. Ele estava com Mariinha quando faleceu. Ao seu enterro compareceram centenas de amigos, entre artistas, advogados, professores, políticos e fãs.

Fonte: NetSaber Biografias e Wikipédia

Geraldo Bretas

GERALDO BRETAS
(69 anos)
Jornalista e Comentarista Esportivo

* Anápolis, GO (17/05/1911)
+ São Paulo, SP (06/01/1981)

Jornalista e comentarista esportivo, tornou-se um dos mais polêmicos do país pelos seus ataques a cartolas, árbitros e jogadores. Atuou na TV Gazeta e fundou o jornal Mundo Esportivo.

Fonte: Projeto VIP

Lola Brah

ELEONORA BEINAROWICZ
(61 anos)
Atriz

☼ União Soviética (07/07/1920)
┼ São Paulo, SP (14/07/1981)

Lola Brah foi uma atriz nascida na União Soviética em 07/07/1920, com o nome de Eleonora Beinarowicz, veio para o Brasil com a família em 1933 e se naturalizou brasileira em 1948.

Estreou no cinema brasileiro em 1953 na comédia "Uma Pulga Na Balança" e depois fez filmes importantes como "Floradas Na Serra", "Ravina", "Estranho Encontro" e "Fronteiras do Inferno".

Pelo filme de Walter Hugo Khouri, "Estranho Encontro", ganhou o Prêmio Governador do Estado e Prêmio Saci de melhor atriz do ano.

Bonita e sofisticada, fazia o gênero Femme Fatale. Outros filmes importantes na sua carreira foram "O Bandido da Luz Vermelha", "Paixão na Praia", "A Marcha", "Mestiça, a Escrava Indomável", "Ainda Agarro Essa Vizinha", "Noite Em Chamas" e "O Estripador de Mulheres".

Na TV fez a telenovela "A Cabana do Pai Tomás" (1969) e vários teleteatros na TV Cultura.

Lola Brah faleceu aos 61 anos em São Paulo, SP, no dia 14/07/1981, vítima de um ataque cardíaco.

Rafael de Carvalho

MANUEL RAFAEL DE CARVALHO
(63 anos)
Ator, Produtor e Dramaturgo

* Caiçara, PB (16/02/1918)
+ Salvador, BA (03/05/1981)

Aos quinze anos deixou seu estado e foi para Salvador e se tornou ator, produtor e dramaturgo, sempre preocupado com a cultura popular e suas manifestações.

Na capital baiana ele venceu festivais interpretando poemas e escreveu o livro "Quadra Quadrilha" e duas peças. Estreou no cinema em "Aguenta o Rojão" (1958) e participou de "Um Candango na Belacap" (1961).

Na TV, começou apenas em 1973, na telenovela "O Bem-Amado", interpretando o personagem Emiliano Medrado.

Ary Fontoura e Rafael de Carvalho

Destacou-se nos filmes: "Macunaíma", "O Doce Esporte do Sexo", "O Trapalhão na Ilha do Tesouro", "Fogo Morto", "Crueldade Mortal", "Gargalhada Final", "Eles Não Usam Black-Tie" e "O Homem que Virou Suco".

Na televisão teve papéis marcantes nas telenovelas O Bem-Amado (sua estreia na TV), Gabriela e Saramandaia (TV Globo), Cavalo Amarelo (ao lado de Dercy Gonçalves) e Rosa Baiana (TV Bandeirantes).

Morreu vitimado por Infarto, logo depois de encerrar as filmagens de "O Baiano Fantasma", de Denoy de Oliveira.

Fonte: Wikipédia

Dom Pedro Henrique de Orléans e Bragança

PEDRO HENRIQUE AFONSO FILIPE MARIA GASTÃO MIGUEL GABRIEL RAFAEL GONZAGA DE ORLÉANS E BRAGANÇA E BOURBON
(71 anos)
Príncipe de Orléans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará, Príncipe Imperial do Brasil, Chefe da Casa Imperial do Brasil

* Boulogne-Billancourt, França (13/09/1909)
+ Vassouras, RJ (05/07/1981)

Príncipe de Orléans e Bragança de 1909 a 1921, príncipe do Grão-Pará de 1909 a 1920, Príncipe Imperial do Brasil de 1920 a 1921 (após a morte do pai) e chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 em diante (após a morte da avó), então com 12 anos de idade, com apoio dos monarquistas e de seu tio, Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança.

Se fosse Imperador, teria reinado com o título Sua Majestade Imperial, Dom Pedro III, Por Graça de Deus, e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Primeiro varão de Dom Luís de Orléans e Bragança, Principe Imperial do Brasil, e de Maria Pia de Bourbon, princesa real das Duas Sicílias. Casou-se em 19 de agosto de 1937 com a princesa Maria Isabel da Baviera.

Infância e Juventude

Quando nasceu, a Família Imperial Brasileira já estava exilada na França, havia 20 anos. Como seu tio, Dom Pedro de Alcântara , havia renunciado aos seus eventuais direitos ao trono do Brasil em 1908, seu pai, Dom Luís de Orléans e Bragança, foi elevado a Principe Imperial do Brasil, e ele ao nascer recebeu o título de Príncipe do Grão-Pará, conforme o artigo 105 da Constituição Brasileira de 1824. Foi batizado na capela do Castelo d'Eu com as águas levadas do Chafariz do Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, tendo como padrinhos sua avó paterna, a Princesa Isabel, e o avô materno, D. Alfonso, Conde de Caserta e chefe da Casa Real das Duas Sicílias.

O príncipe e sua família viviam entre o Castelo d'Eu e o palacete de Boulogne-sur-Seine, ambos pertencentes à Família Imperial. Foi educado primeiramente por sua avó, a Princesa Isabel Leopoldina, e por inúmeros preceptores imbuídos em educá-lo como futuro imperador do Brasil.

Em 1920, seu pai falece em Cannes, França, vitimado pelos ferimentos adquiridos nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Ainda em 1920, o decreto de banimento é revogado, pelo então presidente da República Epitácio Pessoa. O avô de D. Pedro Henrique, Gastão de Orléans, Conde d'Eu, conduz parte da Família Imperial de volta ao Brasil, todavia, sua avó, a Princesa Isabel Leopoldina, não vai, pois estava idosa e adoentada, fazendo com que a viagem não lhe fosse recomendada. Mesmo assim, ficaram pouco no Brasil, pois suas vidas estavam consolidadas na Europa, e resolveram para lá voltar.

Tendo em vista o falecimento do pai em 1920, tornou-se Principe Imperial do Brasil, mas em 14 de novembro de 1921, falece no Castelo d’Eu a Princesa Isabel, e aos 12 anos ele se torna o Chefe da Casa Imperial do Brasil.

Com a revogação, em 3 de setembro de 1920, do banimento imposto à Família Imperial em 21 de dezembro de 1889, sua mãe, Dona Maria Pia de Bourbon, resolveu continuar morando na França, onde achava que ele poderia receber educação mais adequada, com seus irmãos Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança e Dona Pia Maria Raniera de Orléans e Bragança. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Sorbonne, na França.

Em 1925, aos 16 anos, o governo brasileiro indefiriu o seu pedido para servir nas Forças Armadas.

Casamento

Casou em Leutstetten 17 de agosto de 1937 e religiosamente na capela do castelo de Nymphenbourg, em Munique, em 19 de agosto de 1937 com Maria Isabel de Wittelsbach, batizada Marie Elisabeth Françoise Josèphe Thérèse de Wittelsbach (ali nascida em Nymphenburg em 9 de setembro de 1914), princesa da Baviera, filha primogênita de Francisco de Wittelsbach, Príncipe real da Baviera e de Isabel de Croÿ, Princesa de Croÿ. Tiveram 12 filhos. Esse casamento serviu de pretexto ao duque da Baviera para confrontar o governo nazista, pois estavam convidados dois soberanos e vários Chefes de Casas Reais, entre eles a grã-duquesa Charlotte I de Luxemburgo e o rei espanhol Alfonso XIII, exilado devido à Guerra Civil Espanhola. Os altos comandantes do partido nazista não foram convidados.

O casal residiu primeiramente na França. Durante várias vezes tentaram morar no Brasil, mas foram impedidos devido às dificuldades de locomoção geradas pela Segunda Guerra Mundial.

Mudança Para o Brasil

A Família Imperial só conseguiu voltar para o Brasil em 1945, quando findou a guerra. Eles se instalaram primeiramente em Petrópolis, Rio de Janeiro, no Palácio do Grão-Pará, e depois em casa no bairro do Retiro, em Petrópolis.

No Brasil, Dom Pedro Henrique viu sua posição consolidada, embora, periodicamente Dom Pedro Gastão fizesse investidas. Dom Pedro Henrique, talvez por não acreditar na possibilidade de restauração da monarquia, nunca se preocupou, embora instado a assumir algum papel em momentos de grave crise institucional, como em 1964 no início do golpe militar.

Em 1951, Dom Pedro Henrique comprou uma propriedade agrícola, a Fazenda Santa Maria, na cidade de Jacarezinho, interior do Paraná, onde se lançou como agricultor. Em 1965, retornou ao estado do Rio de Janeiro, instalando-se em Vassouras, cidade importante nos tempos do Império, quando era pólo cafeeiro. No chamado Sítio Santa Maria Dom Pedro Henrique residiu até o final de sua vida.

Chefia da Casa Imperial

Antes mesmo de vir para o Brasil, Dom Pedro Henrique já se comunicava com o novo Movimento Monárquico existente no país. Era o Patrianovismo, uma organização da direita católica, formada por intelectuais.

Apesar das controvérsias geradas depois da renúncia de Dom Pedro de Alcântara, Dom Pedro Henrique consolidou sua posição como Chefe da Casa Imperial do Brasil, principalmente entre as Casas Reais Européias, depois de seu casamento com a Princesa Bávara. Ainda assim, o sucessor de Dom Pedro de Alcântara, Pedro de Alcântara Gastão de Orléans e Bragança, continuou a fazer eventuais investidas, afirmando-se como Chefe da Casa Imperial, embora ficasse sempre desacreditado pela maioria dos monarquistas brasileiros.

Mesmo enfrentando o anonimato e a Cláusula Pétrea das constituições republicanas, Dom Pedro Henrique foi atuante politicamente no período em que viveu no Brasil. Chegou a ser convidado por militares a dar um golpe de Estado, e restaurar a monarquia, mas ele recusou-se prontamente, alegando que não iria usar das táticas e artifícios aos quais à República sempre soube usar. Disse também que só queria uma monarquia dentro da vontade democrática, e que voltasse por meio do povo, em um referendo.

Títulos de Dom Pedro Henrique do Nascimento à Morte

- S.A.I.R.  D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança, Príncipe do Grão-Pará;

- S.A.I.R.  D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança, príncipe de Orleáns e Bragança;

- S.A.I.R.  D. Pedro Henrique de Orléans e Bragança, Príncipe Imperial do Brasil;

- S.M.I.  D. Pedro III, Imperador Constitucional de Defensor Perpétuo do Brasil (de jure).

Além desses títulos ele foi Grão-Mestre das Ordens Imperiais do Cruzeiro, de Dom Pedro I, da Rosa, de São Tiago da Espada, São Bento de Aviz e de Nosso Senhor Jesus Cristo, além de ser Grão-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da realeza napolitana.

Morte

Em 5 de julho de 1981, Dom Pedro Henrique falece em Vassouras. Em seus funerais comparecem centenas de monarquistas de todo o Brasil, em prova do fascínio da monarquia sobre a população. Foi sucedido pelo seu filho primogênito, Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança (1938), que costuma denominar Dom Pedro Henrique, como "Condestável das Saudades e da Esperança".

Fonte: Wikipédia

Nair de Teffé

NAIR DE TEFFÉ VON HOONHOLTZ
(95 anos)
Caricaturista, Pintora, Cantora, Atriz, Pianista e Primeira Dama Brasileira

☼ Petrópolis, RJ (10/06/1886)
┼ Rio de Janeiro, RJ (10/06/1981)

Considerada, por Hermes Lima e por artistas e intelectuais, a primeira caricaturista mulher do mundo. Além disso, Nair de Teffé foi a primeira-dama do Brasil de 1913 a 1914.

Filha de Antônio Luís von Hoonholtz, o Barão de Teffé, neta de Frederico Guilherme von Hoonholtz, o Conde von Hoonholtz e sobrinha de Jorge João Dodsworth, o 2º Barão de JavariNair de Teffé estudou em Paris, Marselha e Nice, na França, para onde se mudou com um ano de idade, tendo regressado ao Brasil, iniciou sua carreira por volta de 1906.

Publicou seu primeiro trabalho, "A Artista Rejane", na Revista Fon-Fon, sob o pseudônimo de Rian (Nair de trás para frente e "ninguém", em francês). Também publicaram suas caricaturas da elite, dentre outros, os periódicos O Binóculo, A Careta, O Ken, bem como os jornais Gazeta de Notícias e da Gazeta de Petrópolis.

Seu traço era ágil e transmitia muito bem o caráter das pessoas.


Deixou de exercer sua carreira como caricaturista em 08/12/1913, ao casar-se com o futuro presidente do Brasil, o marechal Hermes da Fonseca. Eles estavam noivos desde 06/01/1913. Hermes da Fonseca era viúvo de Orsina da Fonseca, falecida em 1912.

Nair de Teffé foi uma mulher à frente de seu tempo. A primeira-dama promovia saraus no Palácio do Catete, que ficaram famosos por introduzir o violão nos salões da sociedade. Sua paixão por música popular reunia amigos para recitais de modinhas.

As interpretações de Catulo da Paixão Cearense fizeram sucesso e, em 1914, incentivaram Nair de Teffé a organizar um recital de lançamento do "Corta Jaca", um maxixe composto por Chiquinha Gonzaga, sua amiga.

Foram feitas críticas ao governo e retumbantes comentários sobre os "escândalos" no palácio, pela promoção e divulgação de músicas cujas origens estavam nas danças lascivas e vulgares, segundo a concepção da elite social. Levar para o Palácio do Governo a música popular foi considerado, na época, uma quebra de protocolo, causando polêmica nas altas esferas da sociedade e entre políticos. Ruy Barbosa chegou a tecer fortes críticas a Nair de Teffé.

Nair de Teffé no dia do casamento, em Petrópolis, com o presidente da República marechal Hermes da Fonseca, tendo ao seu lado direito o cardeal Arcoverde
Logo após o término do mandato presidencial, Nair de Teffé mudou-se novamente para a Europa. Voltou para o Brasil por volta de 1921 e participou da Semana de Arte Moderna. Resolveu voltar para Petrópolis, onde foi eleita em 1928, presidente da Academia de Ciências e Letras que extinguiu em 1929 e fundou em seu lugar a Academia Petropolitana de Letras, sendo presidente até 1932.

Em 09/04/1929, Nair de Teffé tomou posse na Academia Fluminense de Letras.

Em 1932, retornou ao Rio de Janeiro onde fundou em 28/11/1932 o Cinema Rian, na Avenida Atlântica, em Copacabana.

Dezessete anos depois, já viúva, Nair de Teffé, aos 73 anos, voltou a fazer caricaturas, inclusive de várias personalidades.

No fim dos anos 70, participou das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

Nair de Teffé morreu no Rio de Janeiro, no dia 10/06/1981, no dia de seu aniversário de 95 anos.

Fonte: Wikipédia

Glauber Rocha

GLAUBER DE ANDRADE ROCHA
(42 anos)
Cineasta, Ator e Escritor

* Vitória da Conquista, BA (14/03/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (22/08/1981)

Filho de Adamastor Bráulio Silva Rocha e de Lúcia Mendes de Andrade Rocha, Glauber Rocha nasceu na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia.

Foi criado na religião da mãe, protestante, membro da Igreja Presbiteriana, por ação de missionários americanos da Missão Brasil Central.

Alfabetizado pela mãe, estudou no Colégio do Padre Palmeira - instituição transplantada pelo padre Luís Soares Palmeira de Caetité (então o principal núcleo cultural do interior do Estado).

Em 1947 mudou-se com a família para Salvador, onde seguiu os estudos no Colégio 2 de Julho, dirigido pela Missão Presbiteriana, ainda hoje uma das principais escolas da cidade.

Ali, escrevendo e atuando numa peça, seu talento e vocação foram revelados para as artes performativas. Participou em programas de rádio, grupos de teatro e cinema amadores, e até do movimento estudantil, curiosamente ligado ao Integralismo.

Começou a realizar filmagens (Filme Pátio de 1959) ao mesmo tempo em que ingressou na Faculdade de Direito da Bahia, entre 1959 a 1961. Logo abandonou a faculdade para iniciar uma breve carreira jornalística, em que o foco era sempre sua paixão pelo cinema. Da faculdade foi o seu namoro e casamento com uma colega, Helena Ignez.

Sempre controvertido, escreveu e pensou cinema. Queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Era visto pela ditadura militar que se instalou no país, em 1964, como um elemento subversivo.

No livro 1968 - O ano que não terminou, Zuenir Ventura registra como foi a primeira vez que Glauber fez uso da maconha, bem como o fato de, segundo Glauber, esta droga ter seu consumo introduzido na juventude como parte dos trabalhos da CIA (Agência Americana de Inteligência) no Brasil.

Em 1971, com a radicalização do regime, Glauber partiu para o exílio, de onde nunca retornou totalmente. Em 1977, viveu seu maior trauma: a morte da irmã, a atriz Anecy Rocha, que, aos 34 anos, caiu em um fosso de elevador. Antes, outra irmã dele morreu, aos 11 anos, de leucemia.

O Cineasta

Antes de estrear na realização de uma longa-metragem (Barravento, 1962), Glauber Rocha realizou vários curtas-metragens, ao mesmo tempo que se dedicava ao cineclubismo e fundava uma produtora cinematográfica.

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969) são três filmes paradigmáticos, nos quais uma crítica social feroz se alia a uma forma de filmar que pretendia cortar radicalmente com o estilo importado dos Estados Unidos da América.

Essa pretensão era compartilhada pelos outros cineastas do Cinema Novo, corrente artística nacional liderada principalmente por Rocha e grandemente influenciada pelo movimento francês Nouvelle Vague.

Glauber Rocha foi um cineasta controvertido e incompreendido no seu tempo, além de ter sido patrulhado tanto pela direita como pela esquerda brasileira. Ele tinha uma visão apocalíptica de um mundo em constante decadência e toda a sua obra denotava esse seu temor. Para o poeta Ferreira Gullar, "Glauber se consumiu em seu próprio fogo".

Com Barravento ele foi premiado no Festival Internacional de Cinema da Tchecoslováquia em 1963. Um ano depois, com "Deus e o Diabo na Terra do Sol", ele conquistou o Grande Prêmio no Festival de Cinema Livre da Itália e o Prêmio da Crítica no Festival Internacional de Cinema de Acapulco.

Foi com Terra em Transe que tornou-se reconhecido, conquistando o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes, o Prêmio Luis Buñuel na Espanha e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. Outro filme premiado de Glauber foi O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, prêmio de melhor direção no Festival de Cannes e, outra vez, o Prêmio Luiz Buñuel na Espanha.

Longa-Metragens

1962 - Barravento
1963 - Deus e o Diabo na Terra do Sol
1967 - Terra em Transe
1968 - O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro
1970 - Cabeças Cortadas
1971 - O Leão de Sete Cabeças
1972 - Câncer
1975 - Claro
1980 - A Idade da Terra

Documentários e Curta-Metragens

1959 - O Pátio A
1966 - Maranhão 66 B
1974 - História do Brasil
1974 - As Armas e o Povo C
1976 - Di Glauber
1979 - Jorge Amado no cinema

Glauber faleceu vítima de Septicemia, ou como foi declarado no atestado de óbito: Choque Bacteriano, provocado por Broncopneumonia que o atacava há mais de um mês, na Clínica Bambina (RJ), depois de ter sido transferido de um hospital em Lisboa (Portugal), onde permaneceu 18 dias internado. Residia há meses em Sintra, cidade de veraneio portuguesa, e se preparava para fazer um filme, quando começou a passar mal.

Fonte: Wikipédia

Inhana

ANA EUFROSINA DA SILVA
(58 anos)
Cantora

☼ Araras, SP (28/03/1923)
┼ São Paulo, SP (11/06/1981)

Ana Eufrosina da Silva, conhecida pelo nome artístico de Inhana, foi uma cantora nascida em Araras, SP, no dia 28/03/1923.

Mais do que detentora de uma consistente carreira fonográfica, Inhana era também dona de uma das mais belas e afinadas vozes da nossa música popular. O talento para o canto surgiu cedo, aos 14 anos. A jovem empregada doméstica Ana Eufrosina, nascida em Araras, SP, em 28/03/1923, apresentou-se pela primeira vez na rádio local, no programa "A Voz de Araras". Por essa época, já participava como solista, nas horas vagas, do Jazz Band Araras, no qual atuavam seus irmãos mais velhos e uma irmã.

Em 1941, com 17 anos, cantava no serviço de alto-falantes da cidade de Araras, SP, quando, em fevereiro, o Circo Nova Iorque passou por lá. Da trupe fazia parte a dupla Chopp e Cascatinha, o cantor e instrumentista Francisco dos SantosAna Eufrosina foi assistir a apresentação e foi amor à primeira vista: Ana Eufrosina, então noiva, desfez o compromisso. Ela e Francisco namoraram e se casaram naquele mesmo ano, em 25/09/1941. "Quando vi aquele mulato tocando violão, me apaixonei" contou ela.

Marido e esposa, juntos formaram uma das principais duplas sertanejas do Brasil. Suas mais famosas músicas foram "Índia" (1952) que os levou a um grande sucesso, "Meu Primeiro Amor" (1952) e "Colcha de Retalhos" (1959).

O violeiro e a moreninha se casaram cinco meses depois, no dia 23/09/1941. Romance que daria pra virar música, filme e poesia. Cantaram nos picadeiros de centenas de circos por todo o país, gravaram 54 discos de 78 rpm e 30 LPs. Venderam milhares de discos numa época em que vitrola era artigo de luxo. Cantaram o Brasil mulato, o Brasil Caboclo, o Brasil fronteiriço a outros sons e culturas, traduziram a linguagem rítmica e poética de um país que nos anos 50 vivia um acelerado processo de urbanização.


Cascatinha
, como contava, ganhou o apelido ainda na infância, por matar as aulas pra tomar banho de cascata. Outra versão sobre o apelido, é que este teria surgido depois da formação da parceria com Chope, em alusão à cerveja Cascatinha .

Do casamento surgiu o Trio Esperança, composto por Cascatinha, Ana e Chope). Com o desentendimento de Cascatinha e Chope, Ana começou oficialmente a dividir os palcos com o marido. Cascatinha achou que Inhana, corruptela de Sinhá Ana, seria ideal pra ela. Assim, em 1942 surgia a dupla que faria história: Cascatinha & Inhana.

Foram contratados pelo Circo Estrela Dalva e, entre diversas excursões pelo Brasil, atuaram também em outros circos e também no Parque de Diversões Imperial.

Em 1947, quando o parque passou por Bauru, SP, Cascatinha e Inhana assinaram um contrato de um ano com a Rádio Clube de Bauru. Nessa ocasião, cansados que estavam de tantas andanças, acharam que seria a hora de dar uma pausa.

Assim, em 1948, um novo rumo: a Capital Paulista. Contratados pela Rádio América, foram morar num quarto e cozinha no Ipiranga. Dois anos depois, foram para a Rádio Record, onde permaneceram por 12 anos.

Em 1951, Raul Torres, que Cascatinha e Inhana já conheciam desde os tempos em que tentavam a sorte no Rio de Janeiro, juntamente com Florêncio e Rielli, tinham um show marcado na cidade de Jundiaí. Como Raul Torres havia adoecido, sugeriu que Cascatinha e Inhana o substituíssem. E, nesse show, apesar do cachê razoável oferecido e que havia chegado em boa hora, Cascatinha & Inhana interpretariam somente a célebre "Ave-Maria no Morro" (Herivelto Martins). Eles foram aplaudidos de tal modo que só conseguiram sair do palco após cantar mais uma meia dúzia de outros sucessos.


Nesse mesmo ano, Raul Torres, quando soube do sucesso do casal em Jundiaí, convidou Inhana para fazer o acompanhamento vocal nas gravações das modas de viola "Rolinha Correio" (Raul Torres e Sebastião Teixeira) e "Pomba do Mato" (Raul Torres), na Todamérica, gravadora na qual Raul Torres tinha boa influência. No dia seguinte, o primeiro disco foi gravado: um 78 RPM contendo "La Paloma" (S. Yradier com versão de Pedro Almeida) e "Fronteiriça" (José Fortuna), lançado em julho de 1951. José Fortuna, por sinal, era o compositor preferido de Cascatinha.

No quinto disco, também pela Todamérica, o maior sucesso da carreira da dupla: as duas conhecidíssimas versões de José Fortuna para as guarânias paraguaias "Índia" (M. Ortiz Guerrero, José Asunción Flores com versão de José Fortuna), no lado A, e "Meu Primeiro Amor (Lejania)" (Hermínio Giménez com versão de José Fortuna e Pinheirinho Junior), no lado B. Disco esse que atingiu a vendagem astronômica superior a 2.500.000 cópias. Um marco na época, pois foi a primeira vez que um disco de música sertaneja atingiu tal vendagem. Um fato inusitado, pois, nos anos 50, poucas pessoas tinham aparelhos fonográficos em casa.

Tal o sucesso dos dois lados desse 78 RPM, que veio também o convite para participarem do filme, "Carnaval em Lá Maior" de Adhemar Gonzaga, em 1955, filme no qual Cascatinha & Inhana interpretaram os dois sucessos.

E esse disco demorou a sair, porque o diretor artístico da Todamérica, Hernani Dantas, não queria gravar pois não acreditava que fosse fazer sucesso. Além disso, ele também argumentava que a versão original em castelhano era conhecida demais, para surgir de repente com uma nova letra diferente.

Na verdade, Hernani Dantas acabou cedendo aos pedidos insistentes dos ouvintes que escutavam as duas guarânias que o casal cantava ao vivo com frequência na Rádio Record e que procuravam inutilmente os discos nas lojas, as quais, por sua vez, os encomendavam à gravadora.


"Índia" e "Meu Primeiro Amor" também foram regravadas ao longo do tempo por grandes nomes da música brasileira, tais como Dilermando Reis (em solo de violão), Carlos Lombardi, Gal Costa, Nara Leão e Taiguara, apenas para citar alguns.

Calcula-se que a vendagem de "Índia" e "Meu Primeiro Amor" tanto em 78 RPM, como em LP e CD, pode ter faturado algo equivalente à vendagem dos discos da dupla "Chitãozinho e Xororó" no auge da década de 80.

Em 1954, Cascatinha & Inhana receberam Medalha de Ouro da revista Equipe e passaram a ser conhecidos como Os Sabiás do Sertão, pelos recursos vocais e agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla. A voz soprano de Inhana é considerada uma das vozes femininas mais perfeitas do Brasil.

Téo Azevedo considerava a voz de Inhana como:
"A mais bonita e afinada que já surgiu no Brasil desde que Cabral pisou nesta terra. Gal Costa, Tetê Espíndola e Elis Regina, as quais são consideradas por muitos como as maiores cantoras do país, são muito boas, mas afinação e voz bonita igual a de Inhana nunca mais apareceu. Era perfeita!"
O casal "terçava" as vozes como fazem as duplas caipiras, porém, a beleza em particular do timbre das duas vozes, aliada à facilidade com que Inhana conseguia passear pelas notas agudas, mais a sofisticação da segunda voz do Cascatinha e os arranjos instrumentais bem elaborados deram a Cascatinha & Inhana uma liberdade incomum para escolha do repertório, por sinal, um dos mais bem escolhidos, não só na música caipira, mas na música brasileira, de um modo geral.


Cascatinha & Inhana
também gravaram obras de grandes compositores brasileiros tais como "Guacyra" (Hekel Tavares e Joracy Camargo), "Quero Beijar-te as Mãos" (Lourival Faissal e Arsênio de Carvalho), "O Menino e o Circo" (Ely Camargo), "Flor do Cafezal" (Luiz Carlos Paraná), "Chuá, Chuá" (Pedro Sá Pereira, Marques Porto e Ary Pavão), "Colcha de Retalhos" (Raul Torres), e "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo), esta com um excelente acompanhamento de piano, orquestra e violinos em Pizzicatti, gravada na Chantecler/Continental. Enfim, um repertório riquíssimo em canções de bastante lirismo, toadas, baiões, xotes, valsas, canções rancheiras e tangos brejeiros, além das famosas versões de músicas latinas, principalmente as já mencionadas guarânias paraguaias.

A dupla Cascatinha & Inhana ganhou também o Troféu Roquete Pinto em 1951, 1953 e 1954, além de seis Discos de Ouro por vendagens de mais de 100.000 exemplares.

Com a morte de Inhana, Cascatinha continuou a se apresentar sozinho em Votuporanga, SP e depois em São José do Rio Preto, SP, onde veio a falecer em 1996, na Beneficência Portuguesa, vítima de cirrose hepática.

Viu lançados pela Revivendo dois CDs: "Índia - Volume 1" e "Meu Primeiro Amor - Volume 2", os quais reuniram 38 músicas de seus antigos discos de 78 RPM. A gravadora paranaense também produziu os volumes 3, 4 e 5 no mesmo estilo dos dois primeiros, formando um conjunto bastante representativo da obra de Cascatinha & Inhana, além do excelente encarte explicativo e dados fiéis do disco original, como acontece em todos os CD's da Revivendo.

Cascatinha também chegou a lançar no ano seguinte ao falecimento de Inhana o LP "Canto Com Saudade". Também participou de uma gravação de "Flor do Cafezal" (Luís Carlos Paraná) juntamente com Rolando Boldrin em 1982, pela RGE, hoje Som Livre.

No casamento, tiveram um filho adotivo chamado Marcelo José.

Morte

Inhana faleceu na quinta-feira, 11/06/1981, aos 58 anos, em São Paulo, SP, vítima de um infarto.

A dupla Cascatinha & Inhana se preparava para uma apresentação no show Grande Noite da Viola, no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, ao lado das duplas Tonico & Tinoco Milionário & José Rico.

Cláudio Coutinho

CLÁUDIO PECEGO DE MORAES COUTINHO
(42 anos)
Preparador Físico e Técnico de Futebol

* Don Pedrito, RS (05/01/1939)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/11/1981)

Cláudio Pecego de Moraes Coutinho foi um preparador físico e treinador de futebol brasileiro, que comandou o Flamengo e a Seleção Brasileira na década de 1970.

Nascido na pequena cidade gaúcha de Dom Pedrito, na fronteira com o Uruguai, Cláudio Coutinho mudou-se para o Rio de Janeiro, quando tinha somente quatro anos de idade.

Vivendo na Cidade Maravilhosa, Cláudio Coutinho ingressou na escola militar e seguiu carreira, chegando ao posto de capitão de artilharia. Por outro lado, também demonstrava grande interesse para área esportiva, tanto que se graduou na Escola de Educação Física do Exército.

Em 1968, foi escolhido para representar sua escola em um Congresso Mundial, realizado nos Estados Unidos. Lá conheceu o professor norte-americano Kenneth Cooper, idealizador do famoso método de avaliação física que leva o seu nome. Convidado pelo mesmo, frequentou o Laboratório de Estresse Humano da NASA. Dando prosseguimento às suas experiências internacionais, defendeu tese de mestrado na Universidade de Fontainbleau, na França.


Cláudio Coutinho posa de faixa com o filho Cascão no gramado do Maracanã após a conquista do Estadual
Em 1970 foi chamado para ser preparador físico da Seleção Brasileira, tricampeã mundial no México. Nos treinamentos, passou a trabalhar com o Método de Cooper, sendo a partir daí conhecido por ser o seu introdutor no Brasil.

Após a competição, trabalhou - agora como treinador - na Seleção Peruana de Futebol, como coordenador técnico do Brasil na Copa de 1974, no time francês do Olympique de Marselha e na Seleção Brasileira Olímpica, levando-a ao quarto lugar nas Olimpíadas de Montreal de 1976. No mesmo ano, passou a treinar o Flamengo.

O relativo bom desempenho nesses lugares, além de seu histórico dentro da Confederação Brasileira de Desportos, o credenciaram para ser o substituto de Osvaldo Brandão dentro da Seleção Brasileira de Futebol, então postulante a uma vaga na Copa do Mundo de 1978, na Argentina.

A escolha de seu nome causou certa surpresa, já que era considerado pouco experiente para o cargo. Assim, Cláudio Coutinho quase começava por onde todos terminavam. Logo que assumiu o comando, Cláudio Coutinho tratou de implantar sua filosofia própria. Na época o futebol brasileiro sofria com uma controvérsia em relação à sua própria essência. O fracasso na Copa do Mundo de 1974, aliado a outros fatores, levaram muitos à conclusão de que o nosso método de jogo, aquele individualista, baseado nos craques que desequilibram, estava ultrapassado e que o importante passava a ser o modelo europeu, coletivo, somatório, aonde os jogadores nada mais eram do que peças de uma engrenagem comum, o time.


Cláudio Coutinho e Zico (Foto: O Globo)
Essa era uma discussão polêmica e que dividia opiniões e logo o treinador tratou de assumir que era um ardoroso defensor da europeização dos métodos. Para ele, a Seleção Brasileira já não dependia mais de craques foras-de-série, mas sim de um esquema em grupo, com disciplina tática. Ele também inventou uma terminologia confusa para descrever seu novo estilo de trabalho, com palavras como o "overlapping", o "ponto futuro" (que descrevia o procedimento em que o jogador fazia a jogada com seu companheiro já se posicionando para receber a bola posteriormente) e a "polivalência" (em que cada jogador passaria a exercer mais de uma função em campo).

Terminando de classificar o Brasil nas eliminatórias, Cláudio Coutinho passou a treiná-lo em uma série de amistosos. Mas em alguns desses, como um contra a Inglaterra que terminou empatado em 1 x 1, suas teorias, tão firmemente defendidas, não se aplicavam com muito sucesso.

Às vésperas da Copa, Cláudio Coutinho passou a rever seus conceitos, mas era tarde. Na convocação, causou controvérsia: deixou de levar Falcão, do Internacional, considerado por muitos o melhor armador do futebol brasileiro à época, para ir com Chicão, do São Paulo, conhecido mais por sua garra e truculência, talvez pela questão da obediência tática.

Na estréia da competição, o Brasil enfrentou a Suécia. O resultado foi um desanimador empate em 1 x 1. O jogo seguinte foi contra a Espanha. Um novo empate, desta vez em 0 x 0, já fazia pipocar críticas contra seu estilo e contra um certo espírito "retranqueiro" da Seleção Brasileira.


Cláudio Coutinho e Zagalo
Um dos problemas que Cláudio Coutinho enfrentava era a falta de entrosamento do time como um todo, em especial entre Zico e Reinaldo, dois craques absolutos, mas que estavam rendendo aquém do esperado no torneio.

A vitória sobre a Áustria por 1 x 0 não acalmou muito os ânimos e o presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), Heleno Nunes, acabou por intervir. Ordenou a Cláudio Coutinho que trocasse a dupla por Roberto Dinamite e Jorge Mendonça, e também que substituísse o zagueiro improvisado na lateral esquerda Edinho, já que Cláudio Coutinho não havia aprovado Júnior na posição, por um atleta do ofício, Rodrigues Neto.

As mudanças podem ter surtido algum efeito, já que o Brasil, no primeiro jogo da segunda fase, goleou o Peru por 3 x 0. Mesmo não apresentando um futebol ideal, era visível a melhora da equipe, a maior vontade e determinação. O jogo seguinte, contra a anfitriã Argentina, a futura campeã, ficou marcado pela rivalidade e tensão. Um 0 x 0 truncado e disputado, com todo o tempero dessa "batalha". A decisão sobre qual dos dois rivais sul-americanos iria à grande final ficou então para a última rodada: o Brasil enfrentaria a Polônia, enquanto a Argentina duelava com o Peru.

Os jogos, marcados para o mesmo dia, originalmente transcorreriam também no mesmo horário, mas subitamente a FIFA decidiu adiar o jogo da Argentina, para que começasse apenas após o término da peleja brasileira. A seleção então fez sua parte, vencendo sua partida por 3 x 1. Já os argentinos entraram em campo sabendo quantos gols precisariam fazer para superar seu adversário no saldo (primeiro critério de desempate).


Cláudio Coutinho
Em um jogo polêmico, marcado pela suspeita de irregularidade, o time goleou o Peru de forma surpreendente, por 6 x 0, contando com erros crassos do time adversário. Com isso, restou à Seleção Brasileira disputar o terceiro lugar com a Itália, partida ganha por 2 x 1. O Brasil, embora não chegasse à final, foi o único time invicto da competição, um dos fatores que levou Cláudio Coutinho a cunhar uma frase que se tornaria célebre: "Fomos os campeões morais dessa Copa".

Mesmo assim, o treinador acabou responsabilizado pela mídia e opinião pública pelo fracasso de seu selecionado e teve até sua capacidade profissional questionada. Voltou ao Flamengo e, pouco tempo depois, conseguiu "dar a volta por cima" na equipe ao ser Tricampeão Estadual em 1978-1979-1979 (Especial) e Campeão Brasileiro em 1980, e, de certa forma, ao ser o "patriarca" do supertime que seria Campeão Mundial Interclubes em 1981, já sob o comando de Paulo César Carpegiani, pois Cláudio Coutinho, magoado com a direção do clube, havia saído da Gávea rumo ao futebol norte-americano.

No rubro-negro, Cláudio Coutinho obteve sucesso ao misturar seus avançados conhecimentos táticos com o talento individual abundante naquele fantástico time, conseguindo montar um dos maiores esquadrões da história do nosso futebol, um raro caso de uma equipe completa. Com isso, consagrou-se como um de nossos técnicos mais importantes.

No final da temporada de 1981, mesmo ano da consagração de boa parte de seu trabalho, estava em férias no Rio de Janeiro, antes de ingressar no futebol árabe. Exímio mergulhador, no dia 27/11/1981 praticava um de seus hobbies, a pesca submarina nas Ilhas Cagarras, arquipélago próximo a Praia de Ipanema, quando morreu afogado, aos 42 anos.

Fonte: Wikipédia

Mazzaropi

AMÁCIO MAZZAROPI
(69 anos)
Ator, Humorista, Cantor e Cineasta

☼ São Paulo, SP (09/04/1912)
┼ São Paulo, SP (13/06/1981)

Amácio Mazzaropi, mais conhecido por Mazzaropi, foi um ator, humorista, cantor e cineasta nascido em São Paulo, SP, no dia 09/04/1912.

Filho de Bernardo Mazzaroppi, imigrante italiano e Clara Ferreira, portuguesa, com apenas dois anos de idade sua família mudou-se para Taubaté, no interior de São Paulo. O pequeno Mazzaropi passou longas temporadas no município vizinho de Tremembé, na casa do avô materno, o português João José Ferreira, exímio tocador de viola e dançarino de cana verde. Seu avô também era animador das festas do bairro onde morava, às quais levava seus netos que, já desde cedo, entram em contato com a vida cultural do caipira, que tanto inspirou Mazzaropi.

Em 1919, sua família voltou à capital e Mazzaropi ingressou no curso primário do Colégio Amadeu Amaral, no bairro do Belém. Bom aluno, era reconhecido por sua facilidade em decorar poesias e declamá-las, tornando-se o centro das atenções nas festas escolares.

Em 1922, morreu o avô paterno e a família mudou-se novamente para Taubaté, onde abriram um pequeno bar. Mazzaropi continuou a interpretar tipos nas atividades escolares e começou a frequentar o mundo circense. Preocupados com o envolvimento do filho com o circo, os pais mandaram Mazzaropi aos cuidados do tio Domenico Mazzaroppi em Curitiba, PR, onde trabalhou na loja de tecidos da família.

Em 1926, com 14 anos, regressou à São Paulo ainda com o sonho de participar em espetáculos de circo e, finalmente, entrou na caravana do Circo La Paz. Nos intervalos do número do faquir, Mazzaropi contava anedotas e causos, ganhando uma pequena gratificação.

Em 1929, sem poder se manter, Mazzaropi voltou a Taubaté com os pais, onde começou a trabalhar como tecelão, mas não conseguiu se manter longe dos palcos e atuou numa escola do bairro.

O Teatro, o Rádio e a Televisão

Com a Revolução Constitucionalista de 1932 seguiu-se uma grande agitação cultural e Mazzaropi estreou em sua primeira peça de teatro, chamada "A Herança do Padre João".

Em 1935, conseguiu convencer seus pais a seguir turnê com sua companhia e a atuarem como atores. Até 1945, a Troupe Mazzoropi percorreu muitos municípios do interior de São Paulo, mas não havia dinheiro para melhorar a estrutura da companhia.

Com a morte da avó materna, Maria Pita Ferreira, Mazzaropi recebeu uma herança suficiente para comprar um telhado de zinco para seu pavilhão, podendo assim estrear na capital, com atuações elogiadas por jornais paulistanos. Depois, partiu com a companhia em turnê pelo Vale do Paraíba. A grave situação de saúde de seu pai complicou a situação financeira da companhia de teatro e, em 08/11/1944, faleceu Bernardo Mazzaroppi.

Dias após a morte de seu pai, estreou no Teatro Oberdan ao lado de Nino Nello, sendo ator e diretor da peça "Filho de Sapateiro, Sapateiro Deve Ser", acolhida com entusiasmo pelo público.

Em 1946, convidado por Dermival Costa Lima da Rádio Tupi, estreou o programa dominical "Rancho Alegre", encenado ao vivo no auditório da rádio no bairro do Sumaré e dirigido por Cassiano Gabus Mendes.

Em 1950, este mesmo programa estreou na TV Tupi, mas agora contava com a coadjuvação dos atores João Restiffe e Geny Prado.

Mazzaropi tinha um hobby, gostava de cantar valsa, música popular brasileira e seresta com os seus amigos .

O Cinema

Convidado por Abílio Pereira de Almeida e Franco Zampari, Mazzaropi estreou seu primeiro filme, intitulado "Sai da Frente", em 1952, rodado pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, onde filmaria mais duas películas. Com as dificuldades financeiras da Vera Cruz, Mazzaropi fez, até 1958, mais cinco filmes por diversas outras produtoras.

Naquele mesmo ano, vendeu sua casa e criou a Produções Amácio Mazzaropi (PAM Filmes). O primeiro filme da nova produtora foi "Chofer de Praça", que agora passou não só a produzir, mas distribuir as películas em todo o Brasil.

Em 1959, foi convidado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o famoso Boni, na época da TV Excelsior de São Paulo, a fazer um programa de variedades que ficou no ar até 1962. Neste mesmo ano começou a produzir um de seus filmes mais famosos, o "Jeca Tatu", que foi aos cinemas em 1963.

Em 1961, Mazzaropi adquiriu uma fazenda onde iniciou a construção de seu primeiro estúdio de gravação, que produziu seu primeiro filme em cores, "Tristeza do Jeca", que também foi o primeiro filme veiculado na televisão pela TV Excelsior e ganhou prêmios para melhor ator coadjuvante, Genésio Arruda, e melhor canção.

Em 1966, lançou o filme "O Corintiano", recorde de bilheteria do cinema nacional.

Em 1972, foi recebido pelo então Presidente da República, o general Emílio Garrastazu Médici, ao qual pediu mais apoio ao cinema brasileiro.

Em 1974, rodou "Portugal... Minha Saudade", com cenas gravadas no Brasil e em Portugal.

Em 1975, começou a construir, em Taubaté, um grande estúdio cinematográfico, oficina de cenografia e um hotel para os atores e técnicos. A partir de então produziu e distribuiu mais cinco filmes até 1979.

Seu 33º filme, "Maria Tomba Homem", nunca seria terminado.

Em 1994 foi inaugurado o Museu Mazzaropi, localizado na mesma propriedade dos antigos estúdios, recolhendo a história da carreira de um dos maiores nomes do cinema, do teatro e da televisão brasileira.

Foi somente na década de 1990 que a cultura brasileira começou a ver de uma outra óptica a obra de Mazzaropi, que durante sua vida sempre foi duramente atacado (ou ignorado) pela crítica e pela intelectualidade.

A partir de "Chofer de Praça", em 1959, além de ser o protagonista, Mazzaropi também acumulou as funções de produtor e roteirista, colaborando frequentemente com os diretores. Recentemente, foi lançada em DVD uma coleção de 22 de seus filmes em sete volumes. Alguns dos filmes tinham no título o nome "Jeca" mesmo ele tendo interpretado esse personagem apenas no filme "Jeca Tatu".

Morte

Mazzaropi faleceu no sábado, 13/06/1981, aos 69 anos, vítima de um Câncer na Medula Óssea, em São Paulo, SP, no Hospital Albert Einstein, depois de 26 dias internado.

Mazzaropi foi sepultado na cidade de Pindamonhangaba, no mesmo cemitério onde seu pai já repousava. Mazzaropi nunca se casou, mas deixou um filho adotivo, Péricles Mazzaropi.

Homenagens

Desde a década de 80, a cidade de São Paulo possui equipamentos culturais com filosofia descentralizada com o objetivo de formar profissionais da arte e da cultura (ou reforçar a sua formação). A Oficina Cultural que homenageia Amácio Mazzaropi foi criada em agosto de 1990 e está instalada num edifício centenário, de 1912, construído especialmente para abrigar a segunda mais antiga Escola Normal de São Paulo, a Escola Padre Anchieta. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico tombou o prédio em 1988. Trata-se de um centro fomentador da cultura brasileira, responsável em trabalhar o resgate da cultura popular e o intercâmbio entre artistas com atividades nas diversas expressões artísticas. O objetivo é integrar artistas amadores e profissionais, formar públicos e ampliar sua atuação para bairros como o Brás, o Pari, o Belém e a Mooca.

Outra homenagem significativa é o filme longa-metragem "Tapete Vermelho". Trata-se de um caipira, vivido por Matheus Nachtergaele, que resolve mostrar ao filho quem era Mazzaropi. No caminho até o cinema que exibe um filme do comediante, pai e filho se envolvem com violeiros que venderam a alma ao diabo, mandingas, o Movimento dos Sem-Terra, vigaristas que lhes roubam a mula, caminhoneiros e um milagre em Aparecida. Experiências que vão render a ambos uma grande lição sobre direitos humanos. A homenagem não para no argumento do filme, que tem direção de Luiz Alberto Pereira. O ator Matheus Nachtergaele compõe um tipo com o mesmo andar e a mesma voz do ídolo.

Filmografia

  • 1952 - Sai da Frente
  • 1952 - Nadando em Dinheiro
  • 1954 - Candinho
  • 1955 - A Carrocinha
  • 1956 - Fuzileiro do Amor
  • 1956 - O Gato de Madame
  • 1956 - Chico Fumaça
  • 1957 - O Noivo da Girafa
  • 1958 - Chofer de Praça
  • 1959 - Jeca Tatu
  • 1959 - As Aventuras de Pedro Malazartes
  • 1960 - Zé do Periquito
  • 1961 - Tristeza do Jeca
  • 1961 - O Vendedor de Linguiça
  • 1962 - Casinha Pequenina
  • 1963 - O Lamparina
  • 1964 - Meu Japão Brasileiro
  • 1965 - O Puritano da Rua Augusta
  • 1966 - O Corintiano
  • 1967 - O Jeca e a Freira
  • 1969 - No Paraíso das Solteironas
  • 1969 - Uma Pistola Para Djeca
  • 1971 - Betão Ronca Ferro
  • 1972 - O Grande Xerife
  • 1973 - Um Caipira em Bariloche
  • 1974 - Portugal... Minha Saudade
  • 1975 - O Jeca Macumbeiro
  • 1976 - Jeca Contra o Capeta
  • 1977 - Jecão, Um Fofoqueiro no Céu
  • 1978 - O Jeca e Seu Filho Preto
  • 1979 - A Banda das Velhas Virgens
  • 1980 - O Jeca e a Égua Milagrosa
  • Maria Tomba Homem (Não Concluído)

Fonte: Wikipédia
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