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Eliza Samudio

ELIZA SILVA SAMUDIO
(25 anos)
Modelo e Atriz de Filmes Adultos

* Foz do Iguaçu, PR (22/02/1985)
+ Esmeraldas, MG (09/06/2010)
(A data da morte está em processo de investigação, o mais provável é 09/06/2010)


Eliza Samúdio foi uma modelo e atriz nascida em Foz do Iguaçu, PR, no dia 22/02/1985. Filha do arquiteto Luiz Carlos Samudio e da agricultora Sônia Fátima Silva Moura. Seus pais viveram juntos em Foz do Iguaçu por um ano. Frequentemente agredida pelo marido, Sônia Fátima, por questões financeiras, acabou deixando Eliza Samudio e não pôde ficar com a filha, que tinha só 6 meses. A partir daí ela a via as vezes. Passado o tempo, Sônia Fátima foi viver no Mato Grosso do Sul, onde se casou novamente, há dezesseis anos e teve um filho. Com seu marido, explora uma pequena propriedade agrícola de produção de pimenta. Ao completar dez anos, Eliza Samudio foi morar com a mãe, em Campo Grande, MS, onde permaneceu por um ano, voltando então para a casa do pai. Quando Eliza Samudio desapareceu, Sônia Fátima não via sua filha há seis anos e se comunicava com ela apenas por telefone.

Desde os 13 anos Eliza Samudio sonhava sair da cidade natal para tornar-se modelo no eixo Rio-São Paulo, o que fez aos dezoito anos, mudando-se para a capital paulista. O advogado Jader Marques, confirmou em entrevista que Eliza Samudio fez pequenas participações em filmes pornográficos, entre 2005 e 2009, além de participar de películas para a produtora erótica Brasileirinhas.

Segundo testemunhas, Eliza Samudio e Bruno já se conheciam pelo menos desde 2008. Bruno, entretanto, afirma que conheceu Eliza Samudio em maio de 2009, num churrasco, no Rio de Janeiro. Em agosto, Eliza Samudio anunciou publicamente estar grávida, atribuindo a paternidade ao atleta. O bebê nasceu em 10/02/2010 em São Paulo, enquanto Eliza Samudio estava morando na casa de uma amiga desde que descobriu estar grávida. Ela comunicou a Bruno sobre o nascimento do neném, mas Bruno recusou-se a reconhecê-lo como seu filho. Eliza Samudio ingressou, então, com uma ação de reconhecimento de paternidade, depois de chegar a morar com o filho na capital fluminense, em hotéis pagos por Bruno. Em 04/06/2010 ela acede a um convite para ir até Esmeraldas, MG, atendendo ao atleta, que surpreendera os advogados da ação, uma vez que parecia disposto a negociar um acordo. A modelo desapareceu, então.


O Caso Eliza Samudio

O Caso Eliza Samudio refere-se aos acontecimentos que envolveram o desaparecimento da modelo e atriz Eliza Silva Samudio. Durante as investigações, uma testemunha relatou aos investigadores do caso que a moça teria sido morta por estrangulamento. Em seguida, o cadáver teria sido esquartejado e enterrado sob uma camada de concreto. O caso obteve repercussão nacional e internacional.

Reconhecimento da Paternidade

Em 29/10/2010 exames de DNA solicitado pelo advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representava a mãe de Eliza Samudio, comprovaram que Bruno é mesmo pai do filho de Eliza Samudio. A 1ª Vara de Família da Barra da Tijuca, também decidiu que o clube do Flamengo deverá pagar pensão ao filho, e deverá depositar, todo dia 5 de cada mês, 17,5% do valor recebido pelo atleta, além de eventuais verbas trabalhistas a que o atleta tenha direito. O clube, por sua vez, diz que isso não é possível, uma vez que o contrato de Bruno foi suspenso e ele não está mais recebendo salário. O Flamengo ainda pode recorrer da decisão.

Primeiras Agressões

Em 13/10/2009 a modelo prestou queixa à polícia dizendo que, na véspera, teria sido mantida em cárcere privado pelo goleiro e seus amigos Russo e Macarrão, e obrigada a tomar substâncias abortivas. Também acusou os dois de tê-la espancado. O Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro e a polícia daquele estado somente concluiriam os exames periciais em julho de 2010, quando o desaparecimento da modelo já era tratado como homicídio.

Proibido pela delegada Maria Aparecida Mallet, da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM) de Jacarepaguá, de se aproximar da modelo por menos de 300 metros, o goleiro divulgou uma nota na qual negava a agressão:

"Não é a primeira vez que ela inventa esse monte de mentiras para tentar me prejudicar. Da outra vez não provou nada e não vai provar novamente, porque inventou essa história toda. Chegou ao ponto de, ontem, enviar e-mail para algumas redações de jornais do Rio dizendo que faltei ao treino do Flamengo porque estava com ela. Mas eu compareci tanto aos treinos da manhã quanto da tarde, conforme todos os jornalistas presentes puderam confirmar.
Por isso tudo decidi que só vou me manifestar através do meu advogado, que irá tomar todas as medidas cabíveis para impedir que ela continue tentando me prejudicar. Ela não se conforma porque já deixei claro que não quero nenhum tipo de relacionamento com ela. Não vou dar a essa moça os 15 minutos de fama que ela tanto deseja."
(Bruno Fernandes, 14 de setembro de 2009)

A despeito disto, em 2009 a juíza Ana Paula Delduque Migueis Laviola de Freitas, responsável por atender ao pedido de proteção solicitado, negou-o, argumentando que Eliza Samudio não tinha relacionamento íntimo com o goleiro, e que a moça estava a "tentar punir o agressor", Bruno Fernandes, "sob pena de banalizar a finalidade da Lei Maria da Penha".

A juíza então encaminhou o caso para uma vara criminal. Em sua decisão, asseverou que a Lei Maria da Penha "tem como meta a proteção da família, seja ela proveniente de união estável ou do casamento, bem como objetiva a proteção da mulher na relação afetiva, e não na relação puramente de caráter eventual e sexual". Não considerou a condição de Eliza Samudio, grávida de cinco meses.

Em comunicado divulgado em 02/07/2010, a Polícia revelou os encaminhamentos só então dados ao exame toxicológico:

"O Departamento Geral de Policia Técnico Cientifica da Policia Civil do Rio de Janeiro (DGPTC) informa que foi encontrado um grupamento de substâncias consideradas abortivas na urina de Eliza Samudio. Os peritos que analisaram o material colhido decidiram, dada a complexidade do caso, mandar o material para o laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o qual a Polícia Civil mantém convênio a fim de confirmar 100% a análise feita pelos mesmos, excluindo qualquer possibilidade de tal grupamento pertencer a outros compostos. Segundo os peritos, a tal mistura também pode ser encontrada inclusive no consumo simultâneo de bebidas alcoólicas com fumo. Segundo o Departamento Geral de Policia Técnico Cientifica da Policia Civil do Rio de Janeiro (DGPTC), o resultado final ficará pronto na próxima segunda-feira, dia 5 de julho."
(Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro)

Diante do descaso da polícia na investigação das agressões inicialmente sofridas pela modelo, declarou Maria da Penha: "O Estado tem que responder. Ele foi negligente com o pedido de socorro dessa mulher."


Suposto Assassinato

Em 26/06/2010, a Polícia Civil de Minas Gerais declarou suspeito o goleiro Bruno Fernandes, por conta do desaparecimento da ex-amante, a paranaense Eliza Samudio, que tentava provar na Justiça que ele era o pai de seu filho, à época com 4 meses de idade. Eliza Samudio afirmou em depoimento que vinha sendo ameaçada pelo goleiro depois que contou que estava grávida em 2009, e que foi forçada a tomar remédios abortivos, foi sequestrada, espancada e teve uma arma apontada em sua cabeça, pelo próprio Bruno. Bruno foi casado com Dayanne Rodrigues do Carmo Souza e com ela teve duas filhas. Ela também é investigada, como alguns amigos de Bruno, inclusive seu carro foi periciado e sangue foi encontrado nele.

Segundo relatos de Bruno, ele conheceu Eliza Samudio e manteve relações sexuais com ela numa orgia na casa de um outro jogador do Flamengo. Bruno disse que o preservativo rompeu no ato sexual. O goleiro afirmou que festas desse tipo são comuns entre os jogadores de futebol.

De acordo com as investigações policiais, Eliza Samudio estava, antes de desaparecer, no sítio do jogador em Esmeraldas, interior de Minas Gerais, por um pedido dele, já que ela passou a gravidez em São Paulo na casa de amigas e chegou a morar em hotéis no Rio de janeiro, pagos por Bruno. Ela ainda tinha esperança de reatar o relacionamento com o goleiro. Bruno disse que ela desapareceu porque quis e abandonou a criança com um colega seu. O menino foi achado numa favela de Ribeirão das Neves e Dayanne foi suspeita de tê-lo deixado lá.

A mãe de Eliza Samudio pediu a guarda da criança, o que foi concedido pela Justiça. O pai de Eliza Samudio está pleiteando, na Justiça, a guarda do neto e o reconhecimento da paternidade por Bruno.

Em 6 de julho de 2010, um jovem de 17 anos, primo do goleiro, foi encontrado na residência de Bruno na Barra da Tijuca e afirmou ter dado uma coronhada em Eliza Samudio, que desacordada, teria sido levada para Minas Gerais, e lá esquartejada por traficantes a mando do goleiro e dada a cachorros da raça Rottweiler que teriam dilacerado seu corpo. Os ossos da modelo teriam sido concretados. Essa versão ainda não foi confirmada pela Polícia. Em 8 de julho de 2010, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Neném, Paulista ou Bola, e acusado de matar Eliza Samudio, foi preso pela Polícia Militar de Minas Gerais.

Cronologia do Caso

  • 2008 ou início de 2009 - Bruno, casado, conhece Eliza Samudio em um churrasco no Rio de Janeiro. Os dois começam um relacionamento extra conjugal.
  • 21 de maio de 2009 - Eliza Samudio engravida.
  • Outubro de 2009 - Grávida de cinco meses, Eliza Samudio registra queixa contra Bruno, na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM) de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, por tentativa de sequestro, agressão e ameaça. Bruno nega ter cometido qualquer desses delitos. Após o episódio, a polícia pediu medidas protetoras que impediam o goleiro de se aproximar mais de 300 metros de Eliza Samudio e de sua família. Bruno passou a ser investigado criminalmente. Eliza Samudio fugiu para São Paulo e ficou na casa da mãe de uma amiga.
  • 10 de fevereiro de 2010 - Nasceu o filho de Eliza Samudio. Bruno não reconhece a paternidade. Segundo o advogado Jader Marques, advogado do pai de Eliza Samudio, ela move um processo na justiça para Bruno reconhecer a paternidade do filho e pagamento da pensão.
  • 4 de junho de 2010 - É o último contato feito pela família segundo o advogado Jader Marques. Amigas de Eliza Samudio contam que ela iria até Minas Gerais para conversar com Bruno, a pedido dele. A partir daí, ela não entra em contato com ninguém.
  • 9 de junho de 2010 - Eliza Samudio é supostamente assassinada por Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
  • 24 e 25 de junho de 2010 - Pelo 181 (Disque-denúncia), a polícia recebe denúncias que Eliza Samudio teria sido agredida, morta, suas roupas teriam sido queimadas e o corpo ocultado em um sítio do atleta Bruno em Esmeraldas, MG. Desde então o sítio é vigiado.
  • 25 de junho de 2010 - Dayane de Souza, mulher de Bruno presta depoimento junto com dois funcionários do sítio. Dayane é atuada e detida por subtração de incapaz e depois liberada.
  • 26 de junho de 2010 - O filho de Eliza Samudio é encontrado pela policia na madrugada do dia 26 na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
  • 27 de junho de 2010 - Pai de Eliza Samudio, Luiz Carlos Samudio, vai para Contagem, MG, buscar o neto que estava em um abrigo. Policiais militares e bombeiros tentaram entrar no sítio mas não conseguem pois não conseguiram um mandado judicial.
  • 28 de junho de 2010 - Luiz Carlos Samudio volta para Foz do Iguaçu com o neto. A policia faz buscas no sítio do goleiro em busca do corpo de Eliza Samudio. Foram encontradas roupas de mulher, objetos de criança além de fraldas.
  • 2 de julho de 2010 - Sônia Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio pede a guarda do neto. Peritos examinam um carro do atleta do Flamengo, que tinha sido apreendido em uma blitz em junho, porque os documentos estavam irregulares. Segundo a polícia vestígios de sangue de Eliza Samudio foram encontrados no veículo.
  • 5 de julho de 2010 - A polícia recebe uma denuncia, dizendo que o corpo da vítima foi jogado em uma lagoa em Ribeirão das Neves, MG.
  • 6 de julho de 2010 - Um menor de 17 anos, que foi apreendido no apartamento do Bruno, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, depõe na Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca. Ele afirma que participou do sequestro da ex-amante do jogador, e deu coronhadas na vítima. Nas quatro páginas de inquérito em que relatam um crime atroz, Eliza Samudio teve os braços amarrados com uma corda e foi estrangulada por Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, um ex-policial. Ainda segundo o menor ouvido pela polícia, após ter estrangulado Eliza Samudio, Bola pediu para que todos deixassem o local. Depois, seguiu em direção a um canil, carregando um saco que supostamente continha o cadáver esquartejado de Eliza Samudio. Ainda segundo o adolescente, a mão de Eliza Samudio foi jogada para cachorros da raça Rottweiler.
  • 7 de julho de 2010 - A prisão preventiva de Bruno e de mais sete pessoas foram expedidas pela Justiça de Minas. O mandado de internação do jovem que prestou depoimento no dia 6 de julho. A Justiça de Rio de Janeiro também havia expedido a prisão preventiva para Bruno e Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão pelo sequestro e cárcere privado de Eliza Silva Samúdio, em outubro de 2009. Bruno e Macarrão se entregam à polícia no Rio de Janeiro. Ambos foram levados para Polinter do Andaraí. Antes das 14:30 hs, os dois foram levados ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Bruno e Macarrão estão na Penitenciária Alfredo Tranjan Bangu 2. Policia mineira pede a transferência imediata de Bruno e Macarrão para Minas Gerais. A 38ª Vara Criminal do Rio atendeu ao pedido e determinou na tarde de quinta-feira a transferência do goleiro Bruno e seu amigo Luiz Henrique Romão, também conhecido como Macarrão, para Minas Gerais.
  • 8 de julho de 2010 - Mãe de Eliza Samudio consegue a guarda provisória na justiça do neto de 4 meses. A criança estava na casa do avô materno em Foz do Iguaçu.
  • 9 de julho de 2010 - Bruno e os outros suspeitos no desaparecimento de Eliza Samudio são mantidos presos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os presos estão em celas isoladas, de 6 m² e sem comunicação entre elas.
  • 30 de julho de 2010 - O inquérito é entregue. Bruno, Macarrão, Bola e mais seis pessoas são indiciadas.
  • 29 de outubro de 2010 - Exames de DNA solicitado pelo advogado José Arteiro Cavalcante Lima, representante da mãe de Eliza Samudio, comprovaram que Bruno é mesmo pai do filho de Eliza.
  • 13 de abril de 2011 - O pedido de habeas corpus de Bruno é negado.
  • 4 de maio de 2011 - O pedido de habeas corpus de Sérgio Rosa Salles (primo de Bruno) é negado.
  • 21 de junho de 2012 - A mãe de Eliza Samudio recebe uma carta anônima falando sobre o possível local onde foram deixados os restos mortais da filha.
  • 22 de agosto de 2012 - Sérgio Rosa Sales, considerado testemunha-chave do caso e primo de Bruno, é encontrado morto no bairro de Minaslândia, em Belo Horizonte. Segundo a polícia, Sérgio estava indo trabalhar quando foi perseguido por dois homens em uma motocicleta. Ele teria tentado se esconder em uma casa e foi morto com seis tiros.
  • 19 de novembro de 2012 - Início do julgamento dos réus.

Controvérsias

Muito se tem especulado se a jovem Eliza Samudio realmente morreu, ou se apenas, teria se mudado para outro país, pois até agora seu corpo não foi achado. Segundo o advogado de defesa do goleiro Bruno, Rui Pimenta, ele recebe semanalmente de três a quatro cartas sobre o desaparecimento de Eliza Samudio. Recentemente, uma carta foi entregue ao advogado afirmando que Eliza Samúdio teria ido para a Bolívia e depois viajado para a Europa. O advogado afirmou que a carta foi enviada por um presidiário que está detido no município de Governador Valadares, em Minas Gerais. Na carta, o presidiário contou que Eliza Samudio queria sair do país em 2010 e à levou para Governador Valadares, em seguida Eliza Samudio teria conseguido documentos falsos com o nome de Olívia Lima Guimarães e ido para a Bolívia e posteriormente para a Europa.

Rebatendo o que foi dito que Eliza Samudio ainda estava viva, o promotor responsável pelo caso afirmou ser uma "galhofa":

"Tenho afirmado, na simetria da galhofa da defesa, que se Eliza hoje tem esse nome, só se fosse Olívia Palito"
(Disse o Promotor)

Fonte: Wikipédia

Moreno

ANTÔNIO IGNÁCIO DA SILVA
(100 anos)
Cangaceiro

☼ Tacaratu, PE (01/11/1909)
┼ Belo Horizonte, MG (06/09/2010)

Mais conhecido pela alcunha de Moreno, foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita, considerado o "Último Cangaceiro de Lampião". Após a morte deste, fugiu de Pernambuco e adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade, e um dos últimos a morrer.

Filho de Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Moreno perdeu o pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancando por policiais de Brejo Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.

Foi contratado por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio Fortunato da Silva, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo. Na década de 1930 casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha. O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.


Moreno era conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usado na época e ter, a sua disposição, um mosquetão.

Dois anos após a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo Horizonte no final da década de 1960.

Ainda com medo de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada. Encontrado em 2005, Inácio Carvalho Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos.  Ele é policial e mora no Rio de Janeiro. O casal de cangaceiros resolveu contar para os filhos, que nasceram em Minas Gerais, a verdadeira história de suas vidas. Só então é que a família conheceu a história do passado no cangaço. Durvinha morreu pouco tempo depois.

Moreno e Durvina foram localizados pelo cineasta cearense Wolney Oliveira, que estava produzindo o documentário "Lampião, O Governador Do Sertão". Uma das filhas do casal,  Nely Maria da Conceição, ajudou o cineasta - a chave foi um filho que Durvina e Moreno deixaram com um padre, em Tacaratu, no sertão pernambucano, enquanto fugiam. A primeira providência de Wolney foi trazer o casal de volta às suas origens: Paulo Afonso, na Bahia, onde nasceu Durvina, e Brejo Santo, no Ceará, onde estão os parentes de Moreno.

Moreno e Durvinha
Moreno foi recebido como herói, em Brejo Santo, de onde saiu em 1930, com vários crimes nas costas. Ele foi recepcionado com festa, concedeu entrevistas às emissoras de rádio e abraçou sobrinhos e amigos de infância. A mesma recepção festiva aconteceu com Durvina, em Paulo Afonso.

Segundo Nely, filha do casal, o pai já pedia para morrer há mais de dois anos, sempre chamando pela mãe. "Depois da morte de Durvina, em 2008, ele entrou em depressão e sempre falava assim ´Mãezinha vem me buscar. Já vi tudo que tinha pra ver. Quero encontrar Durvina´. Ele estava sofrendo muito", disse.

Em Brejo Santo, na conversa com os parentes, entre risos, lágrimas e versos improvisados, reviveu a sua adolescência sofrida marcada por um ardente desejo de ser soldado de Polícia. O destino, entretanto, lhe foi cruel. Terminou levando uma surra da polícia de Brejo Santo, sob a acusação injusta de ter roubado um carneiro. Quando saiu da cadeia, matou o homem que o denunciou e que era o verdadeiro ladrão do carneiro.


A partir daí virou uma fera. Matou e castrou alguns dos seus perseguidores. Ele nega estes crimes, dizendo que não assassinou ninguém em Brejo Santo. Mas, a própria família confirma as atrocidades praticadas por Moreno que, com 19 anos, fugiu para a Paraíba. Em Cajazeiras, matou mais um. Fugiu para Alagoas, onde já chegou com a fama de valente.

Nas suas contas, matou cerca de 21 homens. Os historiadores dizem que este número é muito maior.


"Ele dirigiu o seu próprio grupo e foi um dos cangaceiros mais cruéis", garante o escritor Magérbio Lucena. Moreno justificava: "Estava ali para matar e morrer, não tinha alternativa". E complementava: "Só atirava, quando o inimigo estava na mira do meu mosquetão".

Deprimido com a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada. Ele morreu no dia 06/09/2010 em Belo Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova. O temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.

Alberto Guzik

ALBERTO GUZIK
(66 anos)
Ator, Diretor, Crítico Teatral, Escritor e Professor

* São Paulo, SP (09/06/1944)
+ São Paulo, SP (26/06/2010)

Alberto Guzik tornou-se crítico teatral a partir da década de 70. Suas principais participações foram no jornal Última Hora e no Jornal da Tarde trabalhando junto com Sábato Magaldi exercendo longa e significativa carreira. Quando de seu falecimento, integrava a Companhia de Teatro Os Satyros, situada na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo.

Começou sua carreira como ator aos cinco anos, quando ingressou no Teatro Escola São Paulo, grupo orientado por Júlio Gouvêa e Tatiana Belinky, participando do elenco de "Peter Pan", com Clóvis Garcia, em 1949, ficando ligado a grupos amadores que se especializaram no teatro infanto-juvenil.

Cursou a Escola de Arte Dramática (EAD) entre 1964 e 1966. Em 1967 estreou como ator profissional em "O Processo", baseado no romance de Kafka, montagem do Núcleo 2 do Teatro de Arena, sob a direção de Leonardo Lopes. Antes do término da temporada deu por encerrada sua carreira nos palcos, transferindo-se para a platéia, na condição de crítico especializado.

Em 1971 assumiu a coluna teatral do Jornal Shopping News. Transferiu-se, subsequentemente, para os periódicos Última Hora, de 1974 a 1978, e IstoÉ, de 1978 a 1981. No Jornal da Tarde permaneceu de 1984 até 2001. Em 1984 integrou o corpo de colaboradores do Caderno 2 de O Estado de São Paulo.

Destacado professor de teatro na  Escola de Arte Dramática, de 1968 a 1978 e na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, de 1969 a 1980, entre seus vários trabalhos, dirigiu uma versão de "A Centelha", de Abdon Milanez. Também como professor atuou no Teatro Escola Macunaíma, de 1978 a 1979. Participou do programa "Metrópolis", da TV Cultura, em São Paulo.

Já em 1995, Alberto lançou o romance "Um Risco De Vida", ficção que tem a vida teatral de São Paulo como pano de fundo, saudado pela crítica especializada e indicado ao Prêmio Jabuti.

Como dramaturgo estreou, em 1997, com "Um Deus Cruel", direção de Alexandre Stockler, sendo igualmente autor do inédito "72 Horas", de 1999. Em 2001, escreveu "Errado", a pedido de Renato Borghi, para a Mostra de Dramaturgia Contemporânea no Teatro Popular do Sesi (TPS), com direção de Sérgio Ferrara. Com esse mesmo diretor, adaptou e fez dramaturgia de "Mãe Coragem", de Bertolt Brecht, em 2002.

Depois de quase 40 anos sem pisar no palco, em agosto de 2003, retomou sua carreira de ator. O retorno se deu com a peça "O Horário De Visita", de Sérgio Roveri, com direção de Ruy Cortez, no Teatro do Centro da Terra.

Em 2004 ingressou na Companhia de Teatro Os Satyros, integrando o elenco de "Kaspar Ou A Triste História Do Pequeno Rei Do Infinito Arrancado De Sua Casca De Noz", encenada na Praça Roosevelt.

Em maio do mesmo ano, dirigiu, também na  Companhia de Teatro Os Satyros, "O Encontro Das Águas", de Sérgio Roveri, com José Roberto Jardim e Pedro Henrique Moutinho. Dois meses depois, outra direção, dessa vez em parceria com Wilma de Souza, "A Voz Do Povo É A Voz De Zé", de Marcelino Freire com Olívia Araújo e Fabrício Gareli, encenada no Avenida Club. E, em setembro, novamente como ator, dividiu o palco com Ivam Cabral e elenco de "Transex", de Rodolfo García Vázquez.

Em seguida, participou do premiado espetáculo "A Vida Na Praça Roosevelt", de Dea Loher, e dirigiu "O Céu É Cheio De Fúria Dos Uivos E Latidos Dos Cães Da Praça Roosevelt", de Jarbas Capusso Filho, e "De Alma Lavada", de Sérgio Roveri.

Seus próximos trabalhos como ator foram "Inocência" (2006) e "Divinas Palavras" (2007), "Vestido De Noiva" e "Liz" (2008), todos sob direção de Rodolfo García Vázquez. E, em 2009, se aventurou em um solo: "Monólogo Da Velha Apresentadora".

Sua carreira como ator, porém não se restringiu ao teatro. Alberto Guzik também flertou com a televisão. Entre 2007 e 2009, participou dos teleteatros "O Vento Nas Janelas" e "A Noiva" e da minissérie "Além Do Horizonte", todos produzidos e exibidos pela TV Cultura.

Sua trajetória artística se completou com sua obra literária. Além de "Risco De Vida", romance publicado pela Editora Globo, em 1995, e indicado ao Prêmio Jabuti, escreveu o ensaio "TBC: Crônica De Um Sonho", lançado pela Editora Perspectiva, em 1986, e "Paulo Autran / Um Homem No Palco", da Editora Boitempo, em 1998, vencedor do Prêmio Jabuti de livro-reportagem. Em junho de 2002, lançou, pela Editora Iluminuras, seu primeiro livro de contos, "O Que É Ser Rio, E Correr?".

Conclui para a Coleção Aplauso os livros "Cia. De Teatro Os Satyros - Um Palco Visceral" (2006), "Naum Alves De Souza: Imagem, Cena, Palavra" (2009) e "O Teatro De Alberto Guzik" (2009), com quatro peças de sua autoria: "Um Deus Cruel", "Cansei De Tomar Fanta", "Errado" e "Na Noite Da Praça".

Sobre seu trabalho, Alberto Guzik declarou à enciclopédia de teatro do Itaú Cultural:

"Nunca vinculei minha observação do fenômeno teatral a uma visão partidária, nunca acreditei que o teatro 'correto' tem de expressar tal ou qual ponto de vista. Acho que, ressalvados textos ou produções que demonstrem intentos anti-humanos, totalitários, todo teatro é válido. E é bom que se tenha de tudo, desde a farsa rasgada até o mais rigoroso teatro de pesquisa, do musical importado ao nacional, da dramaturgia brasileira à mundial, dos atores e diretores veteranos aos jovens estreantes. Eu acredito no teatro brasileiro."


Morte

Alberto Guzik morreu na manhã de sábado, 26/06/2010. Alberto Guzik tinha 66 anos e estava internado no Hospital Santa Helena em São Paulo desde fevereiro, lutando contra um câncer. A causa da morte foi Falência Múltipla de Órgãos. Seu corpo foi cremado no crematório da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo.

Alberto Guzik deixou ainda sem publicação uma nova obra de ficção, "Um Palco Iluminado", romance que enfoca a vida de uma companhia teatral em São Paulo entre as décadas de 1960 e 1990. Alberto Guzik escrevia também no blog "Os Dias E As Horas". Seu último post data de dois dias antes da internação em 17 de fevereiro. O post transcrito na íntegra:

15/02/2010

neste amanhecer

neste deslumbrante amanhecer, em plena segunda-feira de carnaval, embarco em minha viagem rumo à travessia do rio letes e à descida para o hades. quando voltar, relatarei o que vi e vivi. o hades não é um reino fácil de se visitar. ninguém retorna de lá sem estar transformado. sei disso. e prometo partilhar com os leitores destes dias e destas horas aquilo que vou vivenciar. dionisos me acompanha na viagem, além de ótimos amigos e do amor de muita gente. evoé.

Escrito por alberto guzik às 07h02

recado 

não posso me afastar deste espaço sem deixar uma palavra para todos os diretores, arte-educadores, colaboradores e artistas aprendizes da sp escola de teatro - centro de formação das artes do palco. estamos no limiar da transformação do sonho em realidade. e se a realidade for áspera, como muitas vezes é, não se esqueçam jamais, de que as raizes dela estão no sonho. no sonho de construir a melhor escola de teatro que este país ja teve. uma escola tão boa, tão ampla, tão aventureira, que possa nos ajudar a mudar também este país, que anda tão precisado de sonhos. meus queridos. não estou fisicamente com vocês aí, agora, mas estou por inteiro aí, também. tenham a certeza disso. e nunca, nunca esqueçam que este projeto nasceu de um sonho, e de que é pelo sonho que tem de ser alimentado. viva a sp escola de teatro. lembrem-se de que somos todos servidores de dionisos. evoé!

Escrito por alberto guzik às 06h58

Alberto Guzik definiu-se no Twitter com a frase: "Sou um homem de teatro. E das letras. E das artes, quase todas."

Seu último post no Twitter foi no dia 14/02/2010 às 10:01 hs.:

"Ficarei algumas semanas (espero que poucas) distante daqui. For medical reasons. Amanhã serei submetido (?) a uma cirurgia. Inté."


Diego do Violino

DIEGO FRAZÃO TORQUATO
(13 anos)
Violinista

* (1997)
+ Duque de Caxias, RJ (01/04/2010)

Morador de Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Diego era aluno da Orquestra de Cordas do Grupo Cultural AfroReggae. Na escola, gostava mais das aulas de história. Talvez seja porque, ainda tão novo, tinha muitas histórias para contar.

Recentemente havia sido indicado pelo jornal O Globo para o Prêmio Faz Diferença, após ser clicado pelo fotógrafo Rogério Resende, durante o enterro do coordenador de projetos sociais e professor de violino do AfroReggae Evandro João da Silva.

Evandro foi morto após um assalto em outubro de 2009, no Centro do Rio de Janeiro. O caso causou repercussão pela brutalidade e pela ineficiência da polícia em socorrer a vítima. Em 18 de outubro, Diego tocava, seu violino, emocionado, no enterro de Evandro. O mesmo Evandro que, anos antes, havia incentivado a irmã de Diego, Priscila Torquato, a entrar para a orquestra.

Priscila contou que convenceu o irmão a ingressar no grupo, para aprender algum instrumento. Isso tudo aconteceu há quatro anos, quando Diego nem pensava em se tornar músico. "Ele jogava capoeira no AfroReggae e aí surgiu a oportunidade dele tocar na orquestra. Eu falei pra ele ir. Na época, eu também tocava violino e depois fui aprender viola. O fato do Diego ser violinista é um milagre depois de tudo o que ele passou. A própria orquestra incentiva muito a pessoa em todos os sentidos. E a gente acaba incentivando outro jovens, outras pessoas".

Para Diego, a música era sinônimo de conquista: "Tocar violino é superar um obstáculo. Quero ser violinista. Tenho vontade de viajar com a minha música. A música é uma vitória na minha vida".

Diego era um menino feliz e cheio de autoestima. Em seu perfil na internet, ele falava de suas vitórias. Aos 4 anos, teve meningite, agravada por uma pneumonia. Sobreviveu. Em Parada de Lucas, cresceu, ao largo do crime. Com a memória embaçada por uma série de problemas de saúde que teve na infância, aprendeu a tocar violino. E tocava bem. Era a estrela da Orquestra de Cordas do AfroReggae.

"Hoje sou um artista". Com esta frase Diego Frazão Torquato resumiu sua vida. Apesar das dificuldades de saúde enfrentadas na infância - Diego teve tuberculose e chegou a ficar em coma quando tinha apenas quatro anos, além de ter contraído meningite e ter sopro no coração.


Morte

Diego do Violino, como se tornou conhecido, passou pela vida e fez bonito. A despedida, na tarde desta quinta-feira (01/04/2010), após passar nove dias internado, foi como uma canção triste, que deixou um sentimento de impotência em todos, diante de tamanha trapaça do destino.

Diego começou a passar mal há duas semanas, supostamente por causa de uma apendicite. Chegou-se a cogitar, quando o estado dele se agravou, que ele poderia ter sido vítima de falhas no atendimento da UPA da Penha, que o atendera duas vezes num único dia, sem cravar o diagnóstico.

Após uma cirurgia, seguida por infecção generalizada, ele foi internado na UTI pediátrica do Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, onde foi constatado que Diego sofria de leucemia, doença que atinge os glóbulos brancos. Mas seu quadro já era gravíssimo e os médicos decidiram induzir o coma.

Na quarta-feira (31/03/2010), logo após o diagnóstico que ninguém queria ouvir, ele ainda teve uma parada cardiorrespiratória, às 14:30 hs, seguida de reanimação. O pai de Diego, Telmo, ele próprio vítima de três AVCs anos atrás, entrou em desespero. Seus gritos foram acalmados pelo carinho do pessoal do AfroReggae, que não saiu do lado dele. "Quando o Telmo soube que o filho estava com leucemia, foi como um tiro seco", contou José Júnior, coordenador do AfroReggae, em seu twitter, que passou a ser seguido por pessoas que engrossavam a torcida pela recuperação do garoto. Debilitado, Diego não podia sequer iniciar a quimioterapia, que deve começar rapidamente em casos como os dele.

"Nosso anjinho voltou para o céu" - disse Júnior, logo após receber a notícia da morte de um de seus mais ilustres pupilos. - "Só Deus explica o Diego. Ele era muito especial. Apesar da dificuldade de memória, em decorrência da meningite, aprendeu a tocar violino e emocionava todo mundo. Se lhe faltava técnica, sobrava carisma".

Fonte: O Globo e Programa de Redução da Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens
Indicação: Simone Cristina Firmino

Dina Di

VIVIANE LOPES MATIAS
(34 anos)
Cantora

☼ Campinas, SP (19/02/1976)
┼ São Paulo, SP (19/03/2010)

Dina Di, nome artístico de Viviane Lopes Matias, foi uma cantora de rap brasileira, vocalista do grupo Visão de Rua, nascida em Campinas, SP, no dia 19/02/1976.

Considerada a primeira mulher a alcançar sucesso no rap brasileiro, Dina Di iniciou sua carreira em 1989 e lançou diversos singles em sua carreira, com destaque para "A Noiva do Thock".

Dina Di e seu grupo Visão de Rua revolucionaram o rap nacional em meados dos anos 90 quando lançaram a música "Confidências de Uma Presidiária", que virou clássico instantâneo nas periferias brasileiras. 

Foi indicada a diversos prêmios e festivais brasileiros, com destaque ao Prêmio Hutúz, onde foi escolhida na categoria Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da década.

Dina Di lançou vários álbuns em parceria com o grupo Visão de Rua.

Morte

Dina Di morreu na sexta-feira, 19/03/2010, aos 34 anos, após contrair uma infecção hospitalar. Ela tinha dado à luz sua segunda filha em uma clínica particular localizada no bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo.

O parto aconteceu no dia 02/03/2010. Dina Di sofreu complicações logo após o procedimento e ficou internada por 10 dias. A cantora chegou a receber alta, mas sua saúde voltou a piorar. Na segunda internação, ela não resistiu.

O sepultamento de Dina Di ocorreu no Cemitério da Vila Formosa, no sábado, dia 20/03/2010.

Aline sua filha ficou bem, aos cuidados da avó paterna, junto ao pai. 

Prêmios

  • 2008 - Prêmio Hutúz - Álbum do Ano "Com o Poder nas Mãos" (Indicada)
  • 2008 - Prêmio Hutúz - Grupo ou Artista Solo (Indicada)
  • 2009 - Prêmio Hutúz - Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da Década (Venceu)
  • 2009 - Prêmio Hutúz - Melhores Grupos ou Artistas Solo da Década (Indicada)

Mauro Montalvão

MAURO MONTALVÃO
(74 anos)
Apresentador de TV e Locutor de Rádio

* (1936)
+ Rio de janeiro, RJ (06/02/2010)

Mauro Montalvão foi um apresentador de televisão e locutor de rádio brasileiro da década de 1970. Um dos últimos remanescentes da Era de Ouro da TV brasileira. Por duas décadas, comandou na TV Tupi o programa Mauro Montalvão Em Quatro Tempos. Passou também pela TV Record, TV Bandeirantes, e encerrou a carreira no vídeo nos anos 90, na extinta TV Rio.

Em 2000, teve breve passagem no rádio, ao lado de Francisco Barbosa e Paulo Martins, na Rádio Carioca (AM 710).

Mauro Montalvão já morou num apartamento de quatro quartos de frente para o mar na Rua Vieira Souto, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro brasileiro a ter um Bugatti, carro de luxo esportivo. Era comum vê-lo em rodas de amigos cercado de craques como Pelé e Jairzinho.

Em 2001, os tempos áureos de Mauro Montalvão, repórter esportivo que cobriu três Copas do Mundo e ganhou fama como apresentador de um programa que levava seu nome na extinta TV Tupi, estavam presentes apenas nas fotografias que ele guardava em seu apartamento de um quarto alugado em Copacabana.

A queda de Mauro Montalvão começou em 1980, quando a TV Tupi saiu do ar. Dois anos depois passou ter sintomas de uma doença que só em 1990 foi diagnosticada como Síndrome do Pânico. Foi tratado como cardíaco por sentir palpitações. Melhorou, mas não entrava em elevador sozinho, sentia-se mal em congestionamentos e túneis. "A doença acabou com minha carreira", disse Mauro.

A Síndrome do Pânico, hoje uma doença curável se o tratamento for seguido corretamente, se arrastou no caso de Montalvão. "A doença se tornou crônica nele porque, por problemas financeiros, não seguiu o tratamento indicado. E também era hipertenso", explicou o neurologista Fernando Pompeu Filho, seu médico. "Cerca de 80% dos pacientes se curam em um ano, com medicamentos específicos. No terceiro mês dão sinais de melhora", disse a psiquiatra Silvana Forelli.

Gustavo Almeida e Mauro Montalvão
Mauro Montalvão foi dono de fábrica de pastel. Sem sucesso, vendia canetas e isqueiros em quiosques da orla,  mas abandonou a vida de ambulante porque não alcançava o lucro necessário para cuidar de sua doença e se manter. Vivendo com aposentadoria de R$ 900,00 por mês, morava com a mulher e o filho, desempregado, e amigos o ajudam a pagar o aluguel de R$ 900,00.

Mauro Montalvão faleceu vítima de um Infarto na madrugada de sábado, dia 06/02/2010, aos 74 anos, no Hospital Municipal de Itatiaia, região sul Fluminense.  O seu corpo foi sepultado às 15:00hs de sábado, dia 06/02/2010, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Mauro Montalvão deixou duas filhas, sete netos e bisnetos. 

Ivan Kojak

IVAN BAPTISTA DIAS
(75 anos)
Policial Civil

* Rio de Janeiro, RJ (04/12/1935)
+ Brasília, DF (29/12/2010)

Conhecido como Ivan Kojak ou Ivan Gaguinho, era carioca nascido em 1935. Kojak ingressou nos quadros da Polícia Civil do Distrito Federal em 1960, como agente de polícia, e teve papel importante na Instituição, sendo um dos fundadores do Sinpol e presidente da Associação Geral dos Policiais Civis (Agepol) entre 1983 e 1987.

Com muita história na Instituição, Ivan Kojak mostrou-se verdadeiro apaixonado pelo trabalho policial, foi perseguido, preso e anistiado em épocas de repressão, mas isso não abalou sua vontade de lutar.

Uma das grandes conquistas durante sua gestão na Agepol, quando ainda o policial não podia filiar-se ao sindicato, foi um reajuste de cerca de 315% entre vencimentos, gratificações e outros benefícios, concedido já no fim do governo do presidente do Brasil João Baptista de Oliveira Figueiredo. Fato contado na revista Tribuna Policial em abril do ano de 2006.

Mesmo aposentado, o falecimento de Ivan Kojak foi considerado perda irreparável na Polícia Civil do Distrito Federal. Segundo o diretor do Sinpol, André Rizzo que visitou o policial às vésperas do natal, Ivan Kojak sempre foi atuante e preocupado com as causas da Instituição: "É um referencial para nós, homem de muitos amigos, sem dúvidas fará muita falta, pois nos ensinou a lutar de cabeça erguida por nossos ideais", declarou André Rizzo.

O presidente do Sinpol Wellington Luiz e a presidente da Associação dos Policiais Civis Aposentados e Pensionistas (Apcap), Sandra Lobo externam seus sentimentos pela perda do policial que tanto contribuiu para a história da Polícia Civil do Distrito Federal. "Agradecemos a Deus por ter nos dado a oportunidade de conhecer esse grande homem que está partindo, mas que deixou um legado de muitos ensinamentos", lamentou Wellington Luiz.

A última aparição de Ivan Kojak no meio policial foi durante as comemorações do dia do policial civil em abril de 2010, quando o Sinpol homenageou todos os seus sindicalizados com um churrasco no clube da Agepol, momento em que o aposentado teve oportunidade de se expressar em público e falar do seu orgulho de ser policial.

Título de Cidadão Honorário de Brasília

A Câmara Legislativa do Distrito Federal no dia 07 de maio de 2003 concedeu ao senhor Ivan Baptista Dias (Ivan Kojak), o título de Cidadão Honorário de Brasília através do deputado Fábio Barcellos (PL), pela sua dedicação e zelo durante 37 anos à polícia e a sociedade do Distrito Federal onde destacou-se como excelente policial, desempenhando com brilhantismo as suas funções e sendo reconhecido por todos nesta instituição.

No dia 23/04/2008, a Câmara Legislativa do Distrito Federal homenageou 152 policiais civis com moção de louvor, durante sessão solene que comemorou o Dia do Policial Civil. O presidente da Casa, deputado Alírio Neto (PPS), autor do requerimento para a sessão em conjunto com Milton Barbosa (PSDB), saudou os policiais antigos na pessoa de Ivan Kojak, ex-presidente da Associação Geral dos Servidores da Polícia Civil do DF (Agepol). Ele foi o principal responsável, segundo Alírio Neto, pela conquista da progressão na carreira.

Morte

Ivan Kojak faleceu vítima de Câncer. O policial estava internado desde o dia 15/12/2010 Hospital de Apoio de Brasília e faleceu às 19:05hs de quarta-feira, 29/12/2010.

Fonte:  Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal

Valeria Sffeir

VALÉRIA SFFEIR
(57 anos)
Jornalista

* Juiz de Fora, MG (27/02/1953)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/10/2010)

Valéria Sffeir foi uma das primeiras correspondentes internacionais da televisão brasileira e atuando em Londres, fez coberturas importantes, como a Guerra do Golfo.

Iniciou carreira na TV Panorama e logo depois na TV Aratu, antiga afiliada da TV Globo na Bahia, passando por Belo Horizonte e Brasília, até ser transferida para a Inglaterra na década de 1980. Fez parte da equipe que criou a Globo News, em 1996.

Valéria Sffeir faleceu na quinta-feira, dia 28 de outubro de 2010, aos 57 anos de idade, em decorrência de um Câncer no Pulmão.

Fonte: Wikipédia

José Mindlin

JOSÉ EPHIM MINDLIN
(95 anos)
Advogado, Empresário e Bibliófilo

* São Paulo, SP (08/09/1914)
+ São Paulo, SP (28/02/2010)

Filho do dentista Ephim Mindlin e de Fanny Mindlin, judeus nascidos em Odessa, formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Advogou por alguns anos, atividade que deixou para fundar a empresa Metal Leve, que mais tarde se tornou uma potência nacional no setor de peças para automóveis. José Mindlin deixou a empresa em 1996. Posteriormente, entre outras atividades, presidiu a Sociedade de Cultura Artística.

Após sua aposentadoria do mundo empresarial, José Mindlin pôde dedicar-se integralmente a uma paixão que tinha desde os treze anos de idade: colecionar livros raros. Seu primeiro livro foi Discours Sur l'Histoire Universelle de Jacques-Bénigne Bossuet, de 1740.

Ao completar 95 anos de idade, acumulava um acervo de aproximadamente 40 mil volumes, incluindo obras de literatura brasileira e portuguesa, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários (originais e provas tipográficas), periódicos, livros científicos e didáticos, iconografia e livros de artistas (gravuras). É considerada como a mais importante biblioteca privada do gênero, no Brasil.

Em 20 de junho de 2006 José Mindlin foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, onde passou a ocupar a cadeira número 29, sucedendo a Josué Montello.

Após saber da vitória na eleição, José Mindlin declarou: "De certa forma, corôa uma vida dedicada aos livros". No mesmo ano, José Mindlin decidiu doar todas as obras brasileiras da vasta coleção à Universidade de São Paulo (USP). A partir de então, ela passou a ser chamada de Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

"Nunca me considerei o dono desta biblioteca. Eu e Guita (esposa já falecida de Mindlin) éramos os guardiães destes livros que são um bem público."
(José Mindlin)

Morte

Morreu na manhã de domingo (28/02/2010), em São Paulo. Ele tinha 95 anos e estava internado há cerca de um mês no Hospital Albert Einstein. A morte foi causada por Falência Múltipla dos Órgãos.


Francisco Gros

FRANCISCO ROBERTO ANDRÉ GROS
(65 anos)
Economista

* Rio de Janeiro, RJ (21/04/1943)
+ São Paulo, SP (20/05/2010)

Francisco Gros formou-se em economia em 1964 pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Sua carreira como banqueiro de investimentos começou em 1972, no Kidder, Peabody and Co., um banco de investimentos em Wall Street.

Em 1975 voltou ao Brasil para assumir a direção da Multiplic Corretora.

De 1977 a 1981 foi Diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No período de julho de 1985 a fevereiro de 1987, ocupou cargos de diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e vice-presidente do BNDES Participações S.A. (BNDESPar). Deixou o BNDES para assumir a presidência do Banco Central, cargo que exerceu em 1987 e novamente de 1991 até 1992.

No seu segundo período à frente do Banco Central, Francisco Gros foi um dos principais integrantes da equipe econômica que elaborou e conduziu o programa de recuperação e abertura da economia brasileira iniciado em 1991. Conduziu também as negociações que levaram a acordos com o Clube de Paris em fevereiro de 1992 e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em junho do mesmo ano.

Francisco Gros foi nomeado presidente do BNDES no dia 24 de fevereiro de 2000, cargo que ocupou até 2002.

Substituiu Henri Philippe Reichstul na presidência da Petrobrás em 2 de janeiro de 2002. Ocupou o cargo até 2 de janeiro de 2003.

Em 2007, Francisco Gros aceitou o convite do empresário Eike Batista para assumir a presidência da OGX, a incipiente empresa de petróleo e gás do grupo. Ficou até 2008, quando decidiu se afastar das funções executivas para dedicar-se às representações em conselhos de administração de diversas empresas. Acertou com Eike que permaneceria apenas no conselho. "Ele foi um importante colaborador do nosso grupo. Mais que isso, foi um ser humano exemplar e, especialmente, um brasileiro que trabalhou a serviço do desenvolvimento do seu País", disse Eike.

Tranquilo, reservado e bem-humorado, Francisco Roberto André Gros transitava com desenvoltura nas diversas instâncias de poder. Mesmo que não desfrutasse de consenso para suas idéias, focadas no conceito de redução do Estado na economia, ele defendia com elegância seu ponto de vista. "Gros foi um homem íntegro e competente, que teve êxito na atividade privada e, quando serviu ao governo, agiu com responsabilidade pública. Além da perda para o País, eu perdi um amigo", disse o sociólogo e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

No último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, Francisco Gros, que presidia a Petrobrás, protagonizou um bate-boca público com o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, que inaugurou a campanha eleitoral na TV cobrando explicações à Petrobrás pela encomenda de plataformas de petróleo no exterior. Na época, a companhia estava prestes a iniciar a licitação de três embarcações de grande porte e não via possibilidades de serem construídas no Brasil.

"A Petrobrás parece ignorar o que é ser uma empresa brasileira", disse Lula, no programa filmado no estaleiro Verolme, que estava fechado na época. Francisco Gros se manifestou de imediato, reforçando que o Brasil não tinha capacidade para absorver a encomenda e que as declarações de Lula mostravam "completo desconhecimento" sobre o assunto.

As eleições de 2002 renderam a Francisco Gros críticas também do então candidato governista, José Serra. Naquele ano, o Brasil liberou os preços dos combustíveis e a Petrobrás passou a acompanhar as variações do mercado internacional, que atravessava período de alta. Os reajustes no mercado interno levou José Serra a reclamar da política de preços da estatal, que prejudicava sua campanha.

Francisco Gros faleceu em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês, no dia 20 de maio de 2010, vítima de Câncer.