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Marcello Alencar

MARCELLO NUNES DE ALENCAR
(88 anos)
Advogado e Político

* Rio de Janeiro, RJ (23/08/1925)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/06/2014)

Marcello Nunes de Alencar foi um político e advogado brasileiro. Como advogado, defendeu presos políticos durante o Regime Militar de 1964. Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), foi suplente do senador Mário de Sousa Martins pelo extinto estado da Guanabara. Em 1969, com o advento do Ato Institucional Nº5 (AI5), ele próprio teve seu mandato cassado e direitos políticos suspensos.

Após a Lei da anistia e o fim do bipartidarismo no país, filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Presidiu o extinto Banco do Estado do Rio de Janeiro (BANERJ) no início do primeiro governo de Leonel Brizola que o nomeou para ocupar a chefia municipal (na época os prefeitos das capitais eram indicados pelo governador). Em janeiro de 1986 passou o cargo para Saturnino Braga. Ainda em 1986 concorreu ao Senado Federal, perdendo para Nelson Carneiro e Afonso Arinos.

Retornou à prefeitura em 1989, ao ser eleito nas eleições municipais de 1988. Em sua segunda gestão recuperou as finanças da prefeitura, que teve a falência decretada por seu antecessor. Reformou praças, vias públicas, escolas e hospitais e implementou o Rio-Orla, projeto urbanístico que consistiu na remodelação dos calçadões das avenidas litorâneas com a implantação de ciclovias.

Marcello Alencar e Paulo Moura
Por não conseguir indicar o seu aliado Luis Paulo Corrêa da Rocha como candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT) a sua sucessão, deixou o partido e entrou em choque com Leonel Brizola.

Em 1993 se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) junto com o seu grupo político. Pela legenda tucana venceu o pleito estadual de 1994, derrotando Anthony Garotinho.

Como governador fez a Via Light, expandiu as linhas 1 e 2 do metrô, levando-o para Copacabana e Pavuna e, rompendo com seu passado trabalhista, privatizou uma série de empresas estatais como a Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro (CERJ), Banco do Estado do Rio de Janeiro (BANERJ), Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro (CONERJ), Companhia Estadual de Gás (CEG), Companhia Estadual de Trens Urbanos (FLUMITRENS) e o próprio Metrô, e ainda extinguiu a Companhia de Transportes Coletivos do Estado do Rio de Janeiro (CTC-RJ).

Deixou o governo estadual em janeiro de 1999.


Morte

Marcello Alencar, morreu na madrugada de terça-feira, 10/06/2014, aos 88 anos. Ele estava em casa, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e a causa de sua morte é desconhecida.

Nos últimos anos, o político esteve com a saúde muito debilitada, tendo sofridos três AVCs (Acidente Vascular Cerebral).

O corpo de Marcello Alencar será velado na quarta-feira, 11/06/2014, no Palácio da Cidade, sede da prefeitura carioca, em Botafogo. O velório será aberto ao público das 9:00 hs às 14:00 hs, segundo o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), que foi secretário municipal de governo de Marcello Alencar.  O corpo será cremado em cerimônia familiar logo após o velório.

"Ele enfrentou, ao longo da vida, muitos problemas de saúde e sempre se recuperou. Teve três AVCs e passou por cirurgias importantes. Ele deixa todo um histórico de um carioca apaixonado pela cidade, de homem público, apaixonado pela coisa pública. Era uma referência. Era chamado de prefeito das ruas. Ia para os lugares, ouvia as pessoas!", disse Otávio Leite.

Fonte: WikipédiaO Dia e Terra
Indicação: Miguel Sampaio

Ernesto Paulelli

ERNESTO PAULELLI
(99 anos)
Violonista e Advogado

* (1914)
+ São Paulo, SP (26/02/2014)

O cantor e compositor brasileiro Adoniran Barbosa passou anos espalhando por ai que o "Arnesto o convidou para um samba no Brás, mas quando ele chegou lá, não encontrou ninguém e ficou com uma baita de uma réiva". Essa é a história narrada no clássico "Samba do Arnesto" de 1953.

Pois é, acontece que o caso não foi bem assim, e o pobre do Arnesto ainda levou a fama por dar um bolo no compositor. Pedimos licença para recontar essa história, mesmo que a versão de Adoniran seja, de longe, muito mais emocionante.

O Arnesto Nos Convidou

Pra começo de conversa, o Arnesto na verdade se chama Ernesto Paulelli. Mas não adiantou repetir "meu nome é Ernesto!", já que Adoniran Barbosa preferia chamá-lo por um nome que "desse samba".

Aliás, Ernesto Paulelli não convidou ninguém para samba nenhum: ele e Adoniran Barbosa se conheceram em 1938, quando se encontraram na Rádio Record, onde Ernesto Paulelli ia se apresentar ao lado da cantora Nhá Zefa. Trocaram cartões e ele disse: "Arnesto Paulelli". Eu o corrigi e disse que o nome certo era Ernesto. Mas ele insistiu: "Pois, a partir de hoje, você será Arnesto. E tem mais: vou lhe fazer um samba! Aduvida?".

Arnesto, ou melhor, Ernesto Paulelli, não duvidou, mas só foi ouvir o samba em sua homenagem em 1955, 17 anos após o encontro entre ele e o maior nome do samba paulistano.

Adoniran Barbosa e Arnesto, ele não liga mais que troquem seu nome, foram amigos até a morte do sambista em 1982. Como lembrança, o advogado aposentado da Moóca guarda a amizade e uma partitura do "Samba do Arnesto" com a dedicatória do compositor.

Ele Mora no Brás

Na verdade, ele morava na Mooca, bairro da zona leste paulistana, há mais de cinquenta anos. Mas até os anos 1940, época em que conheceu Adoniran BarbosaErnesto Paulelli morava mesmo no Brás. O fato é: Se não tinha samba no Brás, nem na Mooca, já que o Arnesto não tinha convidado ninguém.

Ernesto Paulelli disse que certa ocasião foi conversar com o Adoniran Barbosa e perguntar que história era aquela de dar um bolo nele. Com aquela voz rouca ele me respondeu: "Arnesto, se não tem bolo não tem samba!".

Da Outra Vez, Nóis Não Vai Mais

Esse fardo Ernesto Paulelli teve que carregar a vida toda. Até o fim de sua vida ele ainda levava a fama de "furão". O compositor se justificou, uma vez, quando encontrou Arnesto, depois que a música já fazia sucesso "É que sem mancada não tem samba!"Ernesto Paulelli ganhou de presente as partituras originais de quando seu amigo compôs o samba que o "rebatizou".

Para a nossa sorte - e do Arnesto também - o nome realmente deu um samba. Em todo caso, da próxima vez, pra evitar a "réiva" é melhor "ponhar" um recado na porta "assinado em cruz, porque não sei escrever".

Arnesto Fala do Saudoso Adoniran Barbosa

O telefone toca na casa da Rua Tagi, no bairro paulistano da Mooca, e quem atende passa a ligação, depois de saber do que se trata, para Ernesto Paulelli. Aos 95 anos, ele começa a conversar em tom festivo: "Você quer fazer uma entrevistinha? É um grande júbilo falar, atender à imprensa". Quase ninguém sabe que Ernesto Paulelli é, na realidade, "Arnesto", nome pelo qual ficou conhecido depois que Adoniran Barbosa lhe dedicou uma de suas principais criações, o "Samba do Arnesto".

O Mais Cruzeiro soube da história a partir de uma sugestão de pauta postada no site do jornal por Claudinei Paulelli, sobrinho de Ernesto Paulelli. Ele que mora em Campinas, SP, procurava na internet informações para um trabalho que desenvolve e leu na versão on line do jornal, reportagem sobre o show "Seu Rosa e Seu Barbosa", que o produtor Carlos Madia realizou no Campolim no mês de abril, para homenagear o centenário de nascimento de Adoniran Barbosa e de Noel Rosa.

Foi o que bastou para Claudinei avisar o jornal de que o tio poderia ser entrevistado. "Ele está muito bem e pode contar histórias interessantes", mencionou depois. O internauta tinha mais do que razão. Seu Ernesto Paulelli é uma figura. Carismático e dono de uma memória prodigiosa, relatou detalhes do encontro que resultou numa das mais importantes composições da música popular brasileira da década de 50.

Ernesto Paulelli e Adoniran Barbosa, porém, se conheceram no final dos anos 30. Para ser preciso, ele lembra, em 1938. Então vendedor de uma fábrica de cera, a Recorde (com "e" no final mesmo), Ernesto Paulelli era, também, músico. Frequentava rodas de samba, acompanhava artistas em apresentações nas rádios. Numa dessas ocasiões, na Rádio Record, foi apresentado ao compositor. Adoniran Barbosa, conforme Ernesto Paulelli, era, àquela altura, "relativamente famoso", mas sempre se mostrou despachado, brincalhão e irreverente.

Assim que o avistou, pediu um cigarro. Ernesto Paulelli não fumava. "Então, me dá seu cartão"Adoniran Barbosa recebeu o cartão do recém-conhecido, e disse que não lhe daria o seu porque simplesmente não tinha. Nunca teve, na verdade. Ao ler o nome impresso, comentou: "Então você é o Arnesto?". Ernesto Paulelli o corrigiu: " Não, sou Ernesto. Com E"Adoniran Barbosa emendou: "Pois, a partir de hoje, você será Arnesto. E tem mais: vou lhe fazer um samba! Aduvida?". "Fiquei lisonjeado com o gesto. Ganhei, ali, naquele dia, um irmão", contou Ernesto Paulelli.

O tempo passou, os dois não se encontraram mais, até que, em 1955, 17 anos depois, Ernesto Paulelli e a mulher ouviram, na Rádio Bandeirantes, o locutor anunciar:

" - Vamos ouvir, agora, com Os Demônios da Garoa, o Samba do Arnesto."

Ernesto Paulelli gritou para a esposa:

"- Alice! Essa peteca é minha! Esse samba é meu!"

Dona Alice não entendeu a princípio, mas ouviu com o marido a canção que tocava. Ao final, os dois, abraçados, choraram de emoção pela homenagem. Ernesto Paulelli disse que nunca "aduvidou" de que Adoniran Barbosa cumpriria a promessa.

O "Samba do Arnesto" foi um dos grandes sucessos daquela fase, mas também deu a seu Ernesto Paulelli a fama de "furão". Para quem não se lembra, a música fala de um sujeito que convida os amigos para uma festa e não aparece. São muitas as versões que tentam explicar como surgiu a composição. Adoniran Barbosa, em depoimento a um programa da TV Cultura, explicou que Arnesto teria sido, na verdade, irmão de Nicola Caporrino, seu parceiro que assinava "Alocin". Conhecido por inventar histórias, Adoniran Barbosa não foi exatamente fiel aos fatos nesse caso. Foi o próprio Nicola Caporrino quem esclareceu o mal entendido, segundo o pesquisador Celso de Campos Júnior, autor da biografia do autor de "Trem das Onze".

Consta que, em meados dos anos 50, Adoniran Barbosa costumava passar os feriados ou fins de semana com amigos no Guarujá. Nicola Caporrino o acompanhava nestas viagens, até o momento em que, por apertos financeiros, deixou de ir. Numa tarde de sexta-feira, Adoniran Barbosa foi até a casa do amigo, acompanhado de seu cachorro PetelecoNicola Caporrino pediu à mulher que dissesse que não estava, e escondeu-se no quarto. O cachorrinho, porém, localizou o fujão que acabou viajando. Já na praia, depois de umas e outras, Adoniran Barbosa sugeriu ao amigo que não mentisse, apenas "deixasse um recado na porta"Nicola Caporrino devolveu: "Isso dá samba!". E deu mesmo. Adoniran Barbosa lembrou-se da promessa feita há muito tempo ao amigo que conheceu na Rádio Record e compôs a canção.

Em 1957, novamente nos corredores da Rádio Record, Ernesto Paulelli se preparava para acompanhar um artista quando viu Adoniran Barbosa. "Te fiz o samba. Você gostou?", perguntou Adoniran BarbosaErnesto Paulelli, claro, falou da alegria de ter sido homenageado, mas disse que ficou "numa situação embaraçosa" por conta da mancada de que a música falava. Adoniran Barbosa soltou, então, outra de suas pérolas: "Arnesto, se não tivesse mancada, não saía samba!".

Os dois se tornaram, então, compadres, no dizer de Adoniran Barbosa. Para selar de vez a amizade, Adoniran Barbosa entregou a seu Ernesto Paulelli a partitura com a música, que autografou. Ele guardou a relíquia até fim da vida.

Ernesto Paulelli só voltaria a saber do amigo, quando ele passava por problemas de saúde. "Estava muito doente e internado no Hospital São Luís, na região da Brigadeiro Luiz Antonio. Fiquei sabendo, depois, que ele morreu. Uma grande e irreparável perda".

No centenário de nascimento de Adoniran Barbosa, Ernesto Paulelli, que estava muito perto de completar 100 anos, foi o centro das atenções. Procurado por jornais, contou inúmeras vezes como foi o seu encontro com o compositor. Na "Virada Cultural", embarcou no "Trem das Onze" junto com outros artistas, entre os quais o grupo Trovadores Urbanos, que cantaram temas de Adoniran Barbosa.

Morte

Ernesto Paulelli sofreu uma fratura de fêmur na sexta-feira, 21/02/2014, foi internado e operado. Na quarta-feira, 26/02/2014, após ter recebido alta da UTI, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. O velório foi realizado após às 19:30 hs. do dia 26/02/2014, no Cemitério do Araçá, em São Paulo.

No Facebook, familiares de Ernesto Paulelli lamentaram a morte: "É com grande pesar que comunico a perda do nosso querido Arnesto do Samba. Nosso grande mestre, pai, avô e bisavô. Descanse em paz, vô.", publicou Neto Paulelli.

Indicação: Miguel Sampaio

Wenceslau Brás

WENCESLAU BRÁS PEREIRA GOMES
(98 anos)
Advogado, Político e Presidente do Brasil

* Brasópolis, MG (26/02/1868)
+ Itajubá, MG (15/05/1966)

Wenceslau Brás Pereira Gomes foi um advogado e político brasileiro. Foi presidente do Brasil entre 1914 e 1918, com um pequeno afastamento de um mês em 1917 por motivo de doença. Seu vice-presidente foi Urbano Santos da Costa Araújo.

Formação e Carreira Política

Wenceslau Brás era filho de Francisco Brás Pereira Gomes e de Isabel Pereira dos Santos. Nascido na então São Caetano da Vargem Grande, hoje Brasópolis. Seu pai era o chefe político da cidade, a qual leva seu sobrenome.

Wenceslau Brás estudou no tradicional Colégio Diocesano de São Paulo nos anos de 1881 a 1884 e obteve o diploma de bacharel em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1890. De volta a Minas Gerais, foi advogado e promotor público em Monte Santo e foi prefeito da cidade destacando-se na sua administração por ter introduzido o sistema de abastecimento de água na mesma. Presidiu a Câmara Municipal de Jacuí, em Minas Gerais, e a seguir foi deputado estadual.

Entre 1898 e 1902 foi Secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do Estado. Elegeu-se então deputado federal, chegando a líder da bancada mineira na Câmara dos Deputados, em 1903. Em 1909 assumiu a Presidência de Minas Gerais onde ficou até se candidatar à vice presidência da república. Foi eleito vice-presidente em 01/03/1910, obtendo 406.012 votos, derrotando o candidato da Campanha Civilista, Albuquerque Lins, que teve 219.106 votos.


Presidente da República

Em 01/03/1910, Wenceslau Brás é eleito vice-presidente da república, tendo Hermes da Fonseca sido eleito presidente derrotando Ruy Barbosa que estava sem apoio. Ele conquistou o cargo através da política do "Café Com Leite", após os estados de São Paulo e Minas Gerais se reconciliarem com o Tratado de Ouro Fino.

Em 1913, seu nome foi proposto como medida reconciliatória entre Minas Gerais, São Paulo e os outros estados, como candidato à sucessão de Hermes da Fonseca. Minas Gerais havia vetado a candidatura de Pinheiro Machado que era apoiado por Hermes da Fonseca, e Rodrigues Alves, que, na época, governava São Paulo, vetara a candidatura Ruy Barbosa.

Wenceslau Brás foi eleito presidente em 01/03/1914, obtendo 532.107 votos contra 47.782 votos dados a Ruy Barbosa.

Logo de início teve de combater a Guerra do Contestado (crise herdada do governo anterior) e, após debelar a revolta, mediou a disputa de terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, tendo sido um dos fatores a dar origem ao conflito.

Wenceslau Brás definiu em 1916 os atuais limites entre Paraná e Santa Catarina. Em 20/10/1916, os governadores dos dois estados, assinaram, no Palácio do Catete, um acordo que fixava as divisas entre aqueles estados, o qual foi aprovado pelo Congresso Nacional, e publicado pelo decreto 3.304 de 03/08/1917.

Wenceslau Brás declara guerra contra o Império Alemão.
Ao seu lado, o ex-presidente e ministro interino das Relações Exteriores, Nilo Peçanha, e o futuro presidente da República, Delfim Moreira.
Crises e a Grande Guerra na Europa

Wenceslau Brás enfrentou também diversas manifestações militares, entre elas a Revolta dos Sargentos (1915), que envolvia suboficiais e sargentos.

Definiu seu governo como o "Governo da pacificação dos espíritos", que buscou o entendimento nacional depois do conturbado governo de Hermes da Fonseca. Em seu governo ocorreram os chamados "3 G": A Grande Guerra (como se chamava, na época, a Primeira Guerra Mundial), a Gripe Espanhola, e as Greves de 1917.

Promulgou o primeiro Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor em 01/01/1916 e que foi a primeira lei a grafar o nome Brasil com a letra S.

O torpedeamento de navios brasileiros, em 26/10/1917, por submarinos alemães, levou o Brasil a entrar na Primeira Guerra Mundial. Tendo a participação do país no conflito se resumido ao envio de uma esquadra naval para colaborar na guerra anti-submarina, e uma missão militar à frente ocidental, em 1918.

Devido às dificuldades em importar produtos manufaturados da Europa durante o seu mandato, causadas pela guerra, Wenceslau Brás incentivou a industrialização nacional, porém de forma inadequada, já que o país ainda era essencialmente agrícola, e o governo necessitava de armamentos bélicos que requeriam uma indústria mais sofisticada que a do Brasil de 1914.

Mais de 1500 pessoas morreram vítimas da Gripe Espanhola em seus últimos anos como presidente da República.

Seu mandato terminou em 15/11/1918, quando o advogado e republicano mineiro Delfim Moreira assumiu o cargo sem um vice-presidente.

Wenceslau Brás sentado ao centro junto com seu Ministério
Homenagens

Wenceslau Brás morreu em 15/05/1966, em Itajubá, Minas Gerais, com 98 anos, sendo o mais longevo de todos os presidentes brasileiros e o político que permaneceu mais tempo na condição de ex-presidente da república.

É homenageado por meio de três cidades, uma em Minas Gerais, Venceslau Brás, outra no Paraná, Venceslau Brás, e outra em São Paulo, Presidente Venceslau.

Fonte: Wikipédia

Barão do Rio Branco

JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS JÚNIOR
(66 anos)
Diplomata, Advogado, Geógrafo e Historiador

* Rio de Janeiro, RJ (20/04/1845)
+ Rio de Janeiro, RJ (10/02/1912)

Filho de José Maria da Silva ParanhosVisconde do Rio BrancoBarão do Rio Branco é o patrono da diplomacia brasileira e uma das figuras mais importantes da história do Brasil.

Cursou o Colégio Pedro II, em 1862, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, porém transferiu-se no último ano para a Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1866. e logo em seguida viajou pela Europa.

Iniciou-se nas letras em 1863, nas páginas da revista Popular, com uma biografia de Luís Barroso Pereira, comandante da fragata Imperatriz. Posteriormente, em 1866, na revista l'Illustration, desenhou e escreveu sobre a Guerra do Paraguai, defendendo o ponto de vista do Brasil.

Em 1868, substituiu por três meses Joaquim Manuel de Macedo como professor na cadeira de Corografia e História do Brasil, no Colégio Dom Pedro II.

Em 1869, foi nomeado promotor público de Nova Friburgo. No mesmo ano acompanhou, como secretário da Missão Especial, o Visconde do Rio Branco ao Rio da Prata e ao Paraguai. No mesmo caráter se manteve, em 1870 e 1871, nas negociações de paz entre os membros da Tríplice Aliança e o Paraguai.

Regressando ao Rio de Janeiro, dedicou-se ao jornalismo. Foi dirigir o jornal A Nação, juntamente com Gusmão Lobo, tendo colaborado, a partir de 1891, no Jornal do Brasil. Em maio de 1876, Rio Branco deixava o jornalismo para aceitar o cargo de cônsul-geral do Brasil em Liverpool.


A Diplomacia

Cônsul-geral em Liverpool a partir de 1876, foi ministro acreditado na Alemanha em 1900, assumindo o Ministério das Relações Exteriores, de 03/12/1902 até sua morte, em 1912. Ocupou o cargo ao longo do mandato de quatro presidentes da república - governos de Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca - configurando-se uma unanimidade nacional em sua época.

Em 1884, recebeu a comissão de delegado à Exposição Internacional de São Petersburgo e, depois de proclamada a República, foi nomeado, em 1891, em substituição do conselheiro Antonio Prado, superintendente geral na Europa da emigração para o Brasil, cargo que exerceu até 1893.

Durante a estadia na Europa, produziu várias obras: redigiu uma memória sobre o Brasil para a Exposição de São Petersburgo; para o Le Brésil, de Sant'Anna Nery, escreveu "Esquisse de l'Histoire du Brésil"; apresentou contribuições para a Grande Encyclopédie, de Levasseur, na parte relativa ao Brasil.

Recebeu o título de Barão do Rio Branco às vésperas do fim do período imperial, mas continuou a utilizar o título "Rio Branco" em sua assinatura mesmo após a proclamação da república, em 1889. Isso se deu por ser um monarquista convicto e para homenagear seu falecido pai, o senador e diplomata José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco.

Questões Internacionais

Sua maior contribuição ao país foi a consolidação das fronteiras brasileiras, em especial por meio de processos de arbitramento ou de negociações bilaterais, dos quais se destacam três questões de fronteiras:

Amapá: Obteve uma vitória sobre a França sobre a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, causa ganha pelo Brasil em 1900 em uma arbitragem do governo suíço. A fronteira foi definida no Rio Oiapoque.

Palmas: Em 1895, havia já conseguido assegurar para o Brasil boa parte do território dos estados de Santa Catarina e Paraná, em litígio contra a Argentina no que ficou conhecido como a Questão de Palmas. Essa primeira arbitragem foi decidida pelo presidente norte-americano Grover Cleveland, e teve como opositor pelo lado da Argentina Estanislau Zeballos, que mais tarde se tornou ministro do exterior argentino e durante muito tempo acusou Rio Branco de perseguir uma política imperialista.

Acre: Foi o prestígio obtido nesses dois casos que fez com que Rodrigues Alves escolhesse Rio Branco para o posto máximo da diplomacia em 1902, quando o Brasil estava justamente envolvido em uma questão de fronteiras, desta vez com a Bolívia.

Esta tentava arrendar uma parte do seu território a um consórcio empresarial anglo-americano. A terra não era reclamada pelo Brasil, mas era ocupada quase que integralmente por colonos brasileiros, que liderados por Plácido de Castro resistiam às tentativas bolivianas de expulsá-los, episódio que ficou conhecido como Revolução Acreana.

Em 1903, assinou com a Bolívia o Tratado de Petrópolis, pondo fim ao conflito dos dois países em relação ao território do Acre, que passou a pertencer ao Brasil mediante compensação econômica e pequenas concessões territoriais. Esta é a mais conhecida obra diplomática de Rio Branco, cujo nome foi dado à capital daquele território, hoje Estado.


Outros Sucessos e Reconhecimento

Negociou com o Uruguai o condomínio sobre o Rio Jaguarão e a Lagoa Mirim, essencialmente uma concessão voluntária do Brasil a um vizinho que necessitava daqueles canais. Por essa razão, foi homenageado pelo governo do Uruguai, sendo conferido seu nome à antiga Pueblo Artigas, hoje cidade de Rio Branco, no departamento de Cerro Largo, vizinha da brasileira Jaguarão.

O município de Paranhos, MS, localizado na fronteira com o Paraguai foi batizado em sua homenagem.

Em 1908, então no Rio de Janeiro, convidou o engenheiro Augusto Ferreira Ramos a projetar um sistema teleférico que facilitasse o acesso ao cume do morro da Urca, conhecido mundialmente como o bondinho do Pão de Açúcar.

Em 1909, seu nome foi sugerido para a sucessão presidencial do ano seguinte. Rio Branco preferiu declinar de qualquer candidatura que não fosse de unanimidade nacional.

Foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1907 - 1912) e escreveu dois livros.
Seu filho, Paulo do Rio Branco, foi um proeminente jogador de rugby do Brasil na França.

Argentina e Amapá

Em 1893, Floriano Peixoto escolheu Rio Branco para substituir o Barão Aguiar de Andrade, falecido no desempenho da missão encarregada de defender os direitos do Brasil aos territórios das Missões. A questão, nos últimos dias do Império, fora submetida ao arbitramento do presidente Cleveland, dos Estados Unidos, como resultado do tratado de 07/09/1889, concluído com a Argentina.

Rio Branco, encarregado de advogar os pontos de vista brasileiros, apresentou ao presidente Cleveland uma exposição, acompanhada de valiosa documentação, reunida em seis volumes, A questão de limites entre o Brasil e a Argentina, obra que muito contribuiu para o laudo arbitral de 05/02/1895, inteiramente favorável às pretensões brasileiras.

Em 1898, foi encarregado de resolver outro importante assunto diplomático: a questão do Amapá. O tratado de 10/04/1897 escolheu para árbitro da questão o presidente da Suíça. Rio Branco vinha estudando a questão do Amapá desde 1895. Ao chegar a Berna, apresentou uma memória de sete volumes. A sentença arbitral, de 01/12/1900, foi favorável ao Brasil, e o nome de Rio Branco foi colocado em plano de superioridade em relação a qualquer outro político ou estadista brasileiro da época.

Ministro das Relações Exteriores

Em 31/12/1900 foi nomeado ministro plenipotenciário em Berlim. Em 1902 foi convidado pelo presidente Rodrigues Alves a assumir a pasta das Relações Exteriores, na qual permaneceu até a morte, em 1912.

Logo no início de sua gestão, defrontou-se com a questão do Acre, território fronteiriço que a Bolívia pretendia ocupar, solucionando-a pelo Tratado de Petrópolis. A seguir, encetou negociações com outros países limítrofes, cujas fronteiras com o Brasil suscitavam questões litigiosas. Seu empenho encerrou as velhas disputas que o Brasil mantinha com quase todos os países da América do Sul.

Em 1901, apesar dos esforços e do valor intelectual do plenipotenciário brasileiro, Joaquim Nabuco, a questão da Guiana Inglesa foi resolvida, por laudo do árbitro Victor Emanuel, rei da Itália, contra o Brasil. Rio Branco, no entanto, soube entender os motivos do laudo que despojava o Brasil de uma parte do seu território e deu a Joaquim Nabuco a compensação de nomeá-lo embaixador do Brasil em Washington.

Definindo O Contorno Do Território Brasileiro

Veio, depois, uma série de tratados memoráveis: em 1904, com o Equador; em 1906, com a Guiana Holandesa; em 1907, com a Colômbia; em 1904 e 1909, com o Peru; em 1910, com a Argentina. Ficavam definidos, de um modo geral, os contornos do território brasileiro, assim como, com pequenas alterações, ainda hoje subsistem.

Além da solução dos problemas de fronteira, Rio Branco lançou as bases de uma nova política internacional, adaptada às necessidades do Brasil moderno. Foi, nesse sentido, um devotado pan-americanista, preparando o terreno para uma aproximação mais estreita com as repúblicas hispano-americanas e acentuando a tradição de amizade e cooperação com os Estados Unidos.


Últimos Dias

Sofrendo de problemas renais, pediu demissão de seu cargo, o que foi negado pelo presidente Hermes da Fonseca.

Em seus últimos instantes de vida, lamentou o bombardeio da capital baiana, Salvador, motivado por uma crise política e ocorrido em 10/01/1912.

Sua morte, durante o carnaval de 1912, alterou o calendário da festa popular naquele ano, dado o luto oficial e as intensas homenagens que lhe renderam na cidade do Rio de Janeiro.

"Morreu ontem o Barão do Rio Branco. Há dias a sua vida era a agonia prolongada pelos recursos da ciência. A cidade, os estados, o país inteiro, as nações vizinhas, a América, o mundo indagavam ansiosa da saúde do grande homem. E o grande homem caíra para não se levantar. Fora com um imenso soble, que resistindo anos e anos ao vendaval e a intempérie  dominando a vida, de repente estala e cai. Dizer do Barão do Rio Branco uma rápida impressão de dor, de luto, de lágrimas, quando o país inteiro soluça é bem difícil. E sua obra foi enorme e grandiosa. Ele teve duas vidas: a do jornalista de talento que se fez cônsul e a do cônsul que se transformou no maior dos brasileiros pelo seu desinteressado amor à Pátria, e no maior dos diplomatas contemporâneos pelo seu alto espírito, pela alta compreensão da função que exercia. Ele foi o dilatador do Brasil, alargando-o e aumentando-o em terras, graças ao seu engenho, sem um leve ataque à justiça e ao seu direito. (...)"
(Gazeta de Notícias, 11 de fevereiro de 1912)

Por ajudar na consolidação do território nacional sempre buscando soluções pacíficas para os conflitos com os vizinhos do Brasil o Barão do Rio Branco é considerado o patrono da diplomacia brasileira.

Seu corpo foi sepultado no jazigo de seu pai, no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Representações Na Cultura

O Barão do Rio Branco já foi retratado como personagem no cinema, interpretado por J. Silveira no filme "A Vida do Barão do Rio Branco" (1912). Também teve sua efígie impressa nas notas de 5 mil réis de 1913 e 1924, Cr$ 5 (cinco cruzeiros) de 1950, nas de Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) de 1978 - por este fato, a gíria popular brasileira incorporou o termo "barão" como sinônimo de "mil" - e cunhado no verso das moedas de 50 centavos em circulação atualmente no Brasil. Até mesmo a quantia de mil reais é designada como "um barão".

Academia Brasileira de Letras e Homenagens

Foi o segundo ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 01/10/1898, na sucessão de João Manuel Pereira da Silva.

Atualmente, também há referência a seu famoso título de nobreza no nome do notório Instituto Rio Branco, instituição de ensino superior subordinada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) que forma diplomatas de carreira.

Fundado em 1945 como parte da comemoração do centenário de nascimento do Barão do Rio Branco, o Instituto Rio Branco (IRBr) localiza-se em Brasília atrás do Palácio do Itamaraty.

Seu título é também atribuído ao nome do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, localizado na cidade de Urussanga, Estado de Santa Catarina, à cidade de Rio Branco, capital do Estado do Acre à Avenida Rio Branco, uma das principais vias urbanas do centro da cidade do Rio de Janeiro, capital, e a Rua Barão do Rio Branco em Curitiba, no Paraná.


Murilo Antunes Alves

MURILO ANTUNES ALVES
(90 anos)
Jornalista, Locutor, Comentarista Esportivo e Advogado

* Itapetininga, SP (28/04/1919)
+ São Paulo, SP (15/02/2010)

Murilo Antunes Alves nasceu em Itapetininga, São Paulo, em 28 de abril de 1919. Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1943. Teve escritório de advocacia até 1961, em Brasília, especializando-se em direito esportivo. Integrou o Tribunal de Justiça Desportivo, e foi por mais de 40 anos, assessor jurídico da Federação Paulista de Futebol.

Murilo foi o primeiro aluno desde que ingressou no curso primário até o último ano da faculdade. Mas sua vocação era pelo jornalismo, manifestando-se logo aos 14 anos, quando foi redator chefe do jornal estudantil O Arauto, em Itapetininga. Também foi correspondente do jornal O Estado de São Paulo até 1929, mesmo depois de ter se estabelecido em São Paulo para estudar. Na época, o seu pagamento era uma assinatura do jornal. O seu primeiro registro na carteira profissional é como repórter do jornal Tribuna Popular de Itapetininga, em 1935.

Ao vir morar em São Paulo concretizou o desejo de trabalhar em rádio, ao ser contratado pela Rádio São Paulo, em 01/10/1938, onde ficou por 4 anos. Inicialmente como locutor e após, como comentarista esportivo, em parceria com Geraldo José de Almeida. Seu primeiro programa foi o "Brodway Melody", de música americana.

Em 1946 foi para a Rádio Bandeirantes, sendo o primeiro locutor esportivo da emissora. Posteriormente, trabalhou na Rádio Cultura, Rádio Gazeta e Rádio Tupi. Em 1946 foi contratado pela Rádio Bandeirantes como repórter  passando depois, para a Rádio Record em 1947, onde fez várias reportagens inclusive no exterior, e entrevistas com auditores e personalidades como: Adhemar de Barros, Samuel Wainer, Getúlio Vargas, Jânio Quadros, entre outros.

Cobriu acontecimentos importantes como as eleições italianas em 1948, o Ano Santo em 1949, no Vaticano e as eleições nos Estados Unidos em 1952. Ganhou por sete vezes o Prêmio Roquette Pinto como melhor repórter do rádio.

Murilo Antunes e Zacarias
Murilo Antunes Alves começou sua carreira na TV Record, no dia 23/09/1953, que foi o primeiro dia no ar da emissora, como encarregado da parte política do jornal, o "Última Edição". Depois, o jornal "Recod Notícias" como editor chefe e diretor em 1989. Na TV Record, fez também o "Repórter Esso", trabalhou como comentarista e repórter cobrindo vários acontecimentos importantes como o casamento do príncipe Charles e o enterro do ex-presidente Tancredo Neves.

Apresentou ao lado de Hélio Ansaldo o programa "Record em Notícias" (1973-1996), popularmente conhecido como "Jornal da Tosse", da década de 1970 até o final do jornalístico, em 1996.

Permaneceu na Rede Record após Sílvio Santos e o espólio de Paulo Machado de Carvalho venderem suas participações acionárias na emissora para Edir Macedo, bispo da Igreja Universal  do Reino de Deus (em 1990), até sua morte, era o contratado mais antigo da emissora. Trabalhava na produção dos telejornais da emissora.

Concomitante à carreira de jornalista há uma outra carreira de vida pública. Em 1946 foi candidato a deputado estadual pelo Partido Social Democrático (PSD), mas as eleições foram adiadas. Em 1953 foi o primeiro Chefe do Cerimonial da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde se aposentou em 1985, como Diretor do Cerimonial e Relações Públicas.

Em 1961 foi nomeado Oficial do Gabinete da Presidência da República, pelo presidente Jânio Quadros. Entre 1971 e 1974 foi Chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo, gestão de Laudo Natel. Exerceu mandado de vereador por São Paulo, até 31/12/1996, por dois anos e meio.


Morte

O jornalista Murilo Antunes Alves morreu aos 90 anos, na segunda-feira, 15/02/2010. Ele era o colaborador mais antigo da TV Record e trabalhava como editor-chefe da emissora. O corpo de Murilo Alves foi enterrado às 17:00 hs de terça-feira, 16/02/2010 na cidade de Itapetininga, no interior de São Paulo.

Fonte: Wikipédia, Net Saber e R7
Indicação: Simone Cristina

Artur da Távola

PAULO ALBERTO MORETZSOHN MONTEIRO DE BARROS
(72 anos)
Advogado, Jornalista, Radialista, Escritor, Professor e Político

☼ Rio de Janeiro, RJ (03/01/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (09/05/2008)

Artur da Távola, o pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros, foi um advogado, jornalista, radialista, escritor, professor e político brasileiro. Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Era apresentador de um programa de música erudita na TV Senado.

Iniciou sua vida política em 1960, no Partido Trabalhista Nacional (PTN), pelo estado da Guanabara. Dois anos depois, elegeu-se deputado constituinte pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Cassado pela ditadura militar, viveu na Bolívia e no Chile entre 1964 e 1968.

Tornou-se um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o líder da bancada tucana na assembléia constituinte de 1988, quando defendeu alterações nas concessões de emissoras de televisão para permitir que fossem criados canais vinculados à sociedade civil. No mesmo ano, concorreu, sem sucesso, à prefeitura do Rio de Janeiro. Posteriormente, foi presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) entre 1995 e 1997. Exerceu mandatos de deputado federal de 1987 a 1995 e senador de 1995 a 2003. Em 2001, foi por nove meses Secretário da Cultura na cidade do Rio de Janeiro.

Como jornalista, atuou como redator e editor em diversas revistas, notavelmente na Bloch Editores e foi colunista de televisão nos jornais Última Hora, O Globo e O Dia, sendo também diretor da Rádio Roquette Pinto. Publicou ao todo 23 livros de contos e crônicas.

Artur da Távola apresentava o programa "Quem Tem Medo de Música Clássica?", na TV Senado onde demonstrava sua profunda paixão e conhecimento por música clássica e erudita. No encerramento de cada programa, ele marcou seus telespectadores com uma de suas mais célebres frases:

"Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão!"

Seu compositor preferido era Vivaldi, a quem dedicou quatro programas especiais apresentando "Le Quattro Stagioni" em sua versão completa e executada pela Orquestra Filarmônica de Berlim. Também exibiu com exclusividade execuções da Orquestra Sinfônica Brasileira no Festival de Gramado nos anos de 2003 a 2007. Foi apresentador de um programa sobre música na Rádio MEC.

Morte

Artur da Távola morreu na tarde de sexta-feira, 09/05/2008, no Rio de Janeiro. A causa da morte, de acordo com a assessoria, foi um problema no coração. Ele já havia sido internado no hospital em 2007 para a colocação de marcapasso.

O corpo de Artur da Távola foi velado às 9:00 hs de sábado, 10/05/2008 na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Trabalhos Publicados

  • 1977 - Mevitevendo
  • 1978 - Alguém Que Já Não Fui
  • 1980 - Cada Um No Meu Lugar
  • 1981 - Ser Jovem
  • 1981 - Leilão do Mim
  • 1983 - Do Amor, da Vida e da Morte
  • 1983 - Do Amor, Ensaio de Enigma
  • 1984 - A Liberdade do Ver (Televisão em Leitura Crítica)
  • 1984 - O Ator
  • 1984 - Amor A Sim Mesmo
  • 1985 - Comunicação é Mito
  • 1986 - Calentura
  • 1988 - Maurice Ravel, Um Feiticeiro Sem Deus (Livro)
  • 1991 - Vozes do Rio (Opúsculo)
  • 1993 - Orestes Barbosa (Opúsculo)
  • 1994 - Arte de Ser
  • 1995 - Notícia, Hiper-Realismo e Ética (Opúsculo)
  • 1996 - A Telenovela Brasileira
  • 1996 - Diário Doido Tempo
  • 1996 - Raul de Leôni (Opúsculo)
  • 1996 - Sem Organização Partidária Não há Democracia (Opúsculo)
  • 1996 - Olimpíadas de 2004 (Opúsculo)
  • 1996 - Flamengo, 100 Anos de Paixão (Opúsculo)
  • 1997 - O Viço da Leitura (Opúsculo)
  • 1997 - Monteiro Lobato: O Imaginário (Opúsculo)
  • 1997 - Rio: Um Olhar de Amor
  • 1997 - Centenário da Morte de Brahms (Opúsculo)
  • 1997 - Cem Anos Sem Carlos Gomes (Opúsculo)
  • 1998 - 40 Anos de Bossa Nova
  • 1998 - A Cruz e Sousa em Seu Centenário (Opúsculo)
  • 1998 Mulher (Opúsculo)
  • 1998 - O Drama da Sexualidade Precoce (Opúsculo)
  • 1999 - Liberdade de Ser
  • 1999 - Rui Barbosa, A Vitória das Derrotas (Opúsculo)
  • 1999 - Ataulfo Alves 90 anos (Opúsculo)
  • 1999 - TITO MADI - O Acento Árabe do Canto no Brasil (Opúsculo)
  • 1999 - Trinta Anos Sem Jacob (Opúsculo)
  • 1999 - Nara Leão, o Canto da Resistência (Opúsculo)
  • 1999 - CPIs "Para Não Acabar Em Pizza" (Opúsculo)
  • 2000 - Em Flagrante
  • S/D - Publicação Não Disponível Para o Comércio
  • S/D - Poema Para Palavra


Fonte: Wikipédia

Saulo Ramos

JOSÉ SAULO PEREIRA RAMOS
(83 anos)
Advogado, Jurista, Escritor e Professor

* Brodowski, SP (08/06/1929)
+ Ribeirão Preto, SP (28/04/2013)

José Saulo Pereira Ramos foi um jurista e escritor brasileiro. Professor honoris causa pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

Saulo Ramos nasceu no dia 08/06/1929, e, após uma adolescência difícil, dedicou-se à advocacia, tendo sido inclusive Ministro da Justiça no Governo Sarney (1985-1990). Quando ocupou o Ministério da Justiça, o advogado deu formato jurídico às inovações de vários economistas para os planos Cruzado 1 e Cruzado 2. Ocupou também o cargo de Consultor Jurídico da República, foi jurista, advogado de grandes personalidades, inclusive o famoso cantor Roberto Carlos, e destacou-se como o Poeta do Café. Foi também o autor da letra do hino a Ribeirão Preto.

Saulo Ramos foi crítico contumaz de dispositivos da Constituição de 1988 e defensor de reformas na Lei de Imprensa.

Em 1992, foi advogado do Senado no processo que garantiu a cassação dos direitos políticos de Fernando Collor de Mello, atuando contra o ex-presidente.

Em 2007, publicou o livro "Código da Vida", no qual narrou episódios da vida política brasileira dos quais foi personagem ou testemunha nos últimos 40 anos, como a renúncia de Jânio Quadros, de quem foi oficial de gabinete, em 1961.

Na ditadura militar (1964-1985), Saulo Ramos defendeu políticos e intelectuais de esquerda processados pelo regime. Contou que, certa vez, chegou a furtar um processo da Justiça criminal para livrar um prefeito de Santos e seu chefe de gabinete.

"Há momentos em que o valor ético não está na dança de minuetos ou na observação de etiquetas, mas na salvação de vidas, de honras e das liberdades individuais", disse sobre o caso, em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2007.

Foi membro da Academia Ribeirão-Pretana de Letras, Saulo Ramos lançou em 2007 o livro de memórias "O Código da Vida", onde, a partir de um polêmico caso judicial, conta sua trajetória de vida e fatos que marcaram a história do país.

O jurista, que se orgulhava de ter criado a Advocacia-Geral da União, relatou em suas memórias que recusou ser ministro e defensor de Fernando Collor de Mello após as denúncias de corrupção contra o então presidente.

Cândido Portinari, o ilustre pintor internacional, também nascido em Brodowski, SP, ao fazer o retrato do poeta, escreveu a seguinte dedicatória, como que vaticinando o que esperava Saulo Ramos em seu futuro brilhante: "Para Saulo, que honrará nossa Brodowski"

Saulo Ramos foi fundador da Academia Santista de Letras, como ele mesmo relata no livro citado.

Em nota divulgada na noite deste domingo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lembrou que o ex-ministro teve participação "fundamental no processo de restauração da democracia".


Morte

Saulo Ramos morreu no domingo, 28/04/2013, aos 83 anos. Saulo Ramos estava com problemas cardíacos e fazia hemodiálise regularmente. O enterro será realizado na segunda-feira, 29/04/2013, em Brodowski, interior de São Paulo.

O corpo de Saulo Ramos será velado na Câmara Municipal de Brodowski a partir da 01:00 hs. de segunda-feira, 29/04/2013, com o sepultamento previsto para às 14:00 hs.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lamentou em nota a morte do jurista. Abaixo a íntegra da nota:

Nota de Pesar - Falecimento de José Saulo Pereira Ramos
"É com tristeza que recebemos a notícia do falecimento do ex-ministro da Justiça José Saulo Pereira Ramos. Jurista refinado e exemplar, teve participação fundamental no processo de restauração da democracia e do estado de direito no país. Nossos sentimentos e orações à família".
(Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo)

Indicação: Fada Veras

Alfredo Ferreira Lage

ALFREDO FERREIRA LAGE
(79 anos)
Advogado, Fotógrafo, Jornalista, Político e Benemérito

* Juiz de Fora, MG (10/01/1865)
Juiz de Fora, MG (27/01/1944)

Alfredo Ferreira Lage foi um advogado, fotógrafo e jornalista brasileiro, filho de Mariano Procópio Ferreira Lage e fundador do Museu Mariano Procópio.

Aos sete anos, com a morte do pai, foi morar na Europa, de onde voltou mais tarde para cursar a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Casou-se com a pintora espanhola Maria Pardos, e após a morte de sua mãe foi morar no Rio de Janeiro.

Alfredo investia grandes somas na aquisição de obras de arte, minerais preciosos e móveis raros, decorando a Villa Ferreira Lage que recebeu de herança em Juiz de Fora, MG, onde então firmou residência. Seu acervo cada vez maior, aumentado graças a leilões no Brasil e principalmente no exterior, obrigou-o a construir um anexo à Villa, que em 1915 já funcionava como museu.

Sem filhos, Alfredo começou a doar seus bens à cidade de Juiz de Fora, começando pelo parque que ficava em torno de sua residência, que teve os portões abertos ao público em 1934. No mesmo ano fez uma escritura de doação do Museu e de toda área em torno para o município no valor de três mil contos de réis (aproximadamente 150 milhões de dólares em valores atuais).

Preocupado com o destino do imóvel, Alfredo criou a Sociedade Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, dirigindo a fundação e o próprio museu, uma de suas principais exigências ao finalmente completar a doação do prédio com uma escritura lavrada em 29 de fevereiro de 1936. Alfredo Só deixou a direção com sua morte em janeiro de 1944.

Homem de sólida base cultural, cosmopolita, participou de várias atividades nos campos das Artes, do Jornalismo e até da Política, tendo sido vereador no início do período republicano. Também foi presidente do Photo Club do Rio de Janeiro, dando continuidade à paixão de Mariano Procópio pela fotografia.

Villa Ferreira Lage - Museu Mariano Procópio
Museu Mariano Procópio

O Museu Mariano Procópio, localizado em Juiz de Fora, MG, é o primeiro museu surgido em Minas Gerais. Fundado em 1915 por Alfredo Ferreira Lage, abriga um dos principais acervos do país, com aproximadamente 50 mil peças.

Seu conjunto arquitetônico compreende dois edifícios: a Villa Ferreira Lage, construída entre 1856 e 1861, e o Prédio Mariano Procópio, inaugurado em 1922. Atualmente, ambos se encontram em reformas, estando fechados para visitação pública.

Além do conjunto histórico, conta com um acervo natural de grande importância ecológica, valorizando em seus jardins a exótica flora brasileira.

História

A história do museu está ligada ao surgimento da Estrada União e Indústria, que une Juiz de Fora, MG a Petrópolis, RJ. Mariano Procópio, engenheiro e responsável pela estrada, mandou construir a Villa Ferreira Lage para abrigar Dom Pedro II, que inauguraria a rota. Para a construção Mariano Procópio escolheu um terreno situado no coração da nova localidade que fizera surgir, defronte ao hotel que atenderia os usuários da União e Indústria. Como a construção não ficou pronta a tempo, ele teve de hospedar a família imperial em sua própria residência.

Somente em sua segunda visita à cidade em 1869 o imperador pôde conhecer a Villa Ferreira Lage.

Villa Ferreira Lage

Projetado e construído pelo alemão Carlos Augusto Gambs, chefe dos engenheiros e arquitetos da União e Indústria, o prédio é representante típico do estilo imponente que marcou as principais obras do final do século XIX. Implantado em platô alteado, foi edificado com tijolos maciços aparentes. A ornamentação foi feita a partir de tijolos com caneluras e arestas arredondadas, entre outros elementos. A vila conserva até hoje suas características originais, inclusive no interior, decorado com paredes revestidas de papel e pinturas, forro em estuque e lambris de madeira de lei decorados. Guarda também um importante acervo mobiliário.

Museu Mariano Procópio (2005)
O Museu

Com a morte de Mariano Procópio em 14 de fevereiro de 1872, o terreno foi herdado por seus dois filhos, Frederico e Alfredo Ferreira Lage. Na parte dedicada a si Frederico construiu um imenso palacete, com material todo proveniente da Europa. Após sua morte repentina aos 39 anos de idade em 1901, as dívidas provocadas pelas obras resultaram na venda do imóvel à Estrada de Ferro Central do Brasil, sendo posteriormente transferido para o Ministério da Guerra, que instalou no local a sede da Quarta Região Militar.

A vila e a parte superior do terreno foram herdadas por Alfredo, que revelou a intenção de abrigar ali um acervo que vinha colecionando desde a juventude. Com o aumento gradual de sua coleção, graças à aquisição de peças em leilões no Brasil e principalmente no exterior - além de doações de figuras importantes como Duque de Caxias, Afonso Arinos, Rodolfo Bernardelli e Amélia Machado Cavalcanti de Albuquerque, esposa do Visconde de Cavalcanti - Alfredo viu-se obrigado a ampliar o castelo original, iniciando a construção de um prédio anexo.

No dia 23 de junho de 1921, marcando o centenário do nascimento de Mariano Procópio, Alfredo Ferreira Lage inaugurou oficialmente o museu na Villa Ferreira Lage. Foi nessa ocasião que Alfredo revelou pela primeira vez sua intenção de repassar todo o acervo para o município.

Em 13 de maio de 1922 o Museu Mariano Procópio foi oficialmente aberto ao público, inaugurado com um acervo que ocupava tanto a Villa Ferreira Lage quanto o prédio anexo.


Parque Mariano Procópio

Em torno da Villa Ferreira Lage foi projetado um imenso jardim. Mariano Procópio reunira ali diversas árvores, arbustos e espécies vegetais brasileiras - muitas delas atualmente ameaçadas de extinção, como o Pinheiro do Paraná. Esta flora hoje centenária abriga uma variada fauna de pássaros, macacos e preguiças, e foi considerada pelo naturalista suíço Jean Louis Rodolphe Agassiz como "O Paraíso dos Trópicos".

Do enorme terreno arborizado que englobava a área onde atualmente localiza-se a Quarta Região Militar e o bairro Vale do Ipê - a chamada "Chácara de Mariano Procópio" - restam cerca de 88,200 metros quadrados. Com um lago, bosque e espaço recreativo, o parque foi aberto à visitação pública gratuita em uma cerimônia em 31 de maio de 1934, quando teve início a transferência da área das mãos de seu proprietário, Alfredo Ferreira Lage, para o controle da prefeitura.

Entre aplausos, discursos e descerramento de placa, o evento serviu para que o município começasse a reconhecer os méritos daquele "ilustre e insigne amigo de Juiz de Fora", que, segundo o animado escrivão da ata da cerimônia, "vêm pugnando pela grandeza deste torrão".

A Doação

Sem filhos, Alfredo Ferreira Lage passou a doar seus bens a Juiz de Fora, começando em 1934 pelo Parque Mariano Procópio. No mesmo ano fez uma escritura de doação do Museu Mariano Procópio e de toda área em torno para o município no valor de três mil contos de réis (aproximadamente 150 milhões de dólares em valores atuais).

Preocupado com o destino do imóvel, Alfredo criou a Sociedade Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, dirigindo a fundação e o próprio museu, uma de suas principais exigências ao finalmente completar a doação do prédio com uma escritura lavrada em 29 de fevereiro de 1936. A escritura incluía outras condições para a entrega, entre elas a proibição de alteração em sua finalidade cultural, a "proibição perpétua de serem retirados do museu os objetos artísticos, históricos e científicos a ele incorporados", a permanência "das denominações atuais dadas às salas do museu" e a perpetuidade da denominação "Mariano Procópio", homenagem de Alfredo a seu pai.

Ainda segundo as exigências da escritura, Alfredo exerceria enquanto quiser, o cargo de diretor, com dispensa de submeter suas contas ao exame do Conselho, e com direito de usufruto dos bens ora doados, para o fim de conservar a sua atual habitação no imóvel. Só mesmo sua morte em 1944 o afastou da direção da instituição que criara, mas já então o Museu Mariano Procópio era considerado um dos mais importantes do Brasil.

Em 1978 o município criou a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA) para administrar o museu de acordo com os termos de doação. A Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage exerceu a tarefa até 2005, ano em que foi criada a Fundação Museu Mariano Procópio (MAPRO).

Getulio Vargas e Alfredo Ferreira Lage
Acervo

As peças presentes no Museu Mariano Procópio refletem em quase toda sua totalidade as influências culturais do século XIX e princípio do século XX, seguindo principalmente o gosto de Alfredo Ferreira Lage. Trata-se de um dos principais acervos da período imperial brasileiro - em sua maior parte originário do Palácio São Cristóvão, antiga residência de Dom Pedro II no Rio de Janeiro.

O primeiro levantamento de suas peças foi feito em 1944. O próximo só seria realizado em 1981, ocasião aproveitada para a ampliação do espaço físico do museu e reforma de grande parte das obras. Muitos documentos então encontravam-se irrecuperáveis, destruídos pela ação de cupins e traças, reflexo da má conservação do local. Desde então o museu passou por várias reformas, na maioria das vezes devido a vazamentos e infiltração de água da chuva nas paredes e no teto.

Esculturas:

Ao adentrar no Museu já se tem a impressão do seu imponente acervo de esculturas, com estátuas que compõem o jardim, escadarias e a pérgula da Villa. Em seu interior encontram-se duas estatuetas de terracota "de Tanagra", cidade da Grécia antiga, além de moldes em gesso e bronze para várias estátuas, expostas no salão principal. Alfredo Ferreira Lage adquiriu grande parte desse acervo na Europa e também no Brasil, contando com obras de Antonin Mercié, Louis Barye, Claude Michel Clodion, Modestino Kanto, José Otávio Correia Lima e Rodolfo Bernadelli.

Quadros:

Casado com a pintora Maria Pardos, era natural que Alfredo Ferreira Lage se tornasse um grande apreciador e colecionador de quadros. A essência do acervo está no período entre 1870 e 1930, com um interesse particular pela arte européia e posteriormente brasileira, consequência do desenvolvimento das academias artísticas no país. Somando as várias doações, principalmente por parte da Viscondessa de Cavalcanti, a coleção de pinturas, gravuras e desenhos chega a um total de quase 2 mil obras.

Um dos maiores destaques é o quadro "Tiradentes Esquartejado", de autoria de Pedro Américo. Feito por encomenda, passou muitos anos na sala de reuniões da Câmara Municipal de Juiz de Fora, após o qual foi transferido para o museu. Também encontram-se expostas obras dos franceses Jean Honoré Fragonard e Charles-François Daubigny, e do holandês Willem Roelofs, premiado com a medalha de ouro na Exposição de Paris em 1888. Os brasileiros estão representados por Antônio Parreiras, Rodolfo Amoedo, Horácio Pinto da Hora e Henrique Bernadelli.

Para abrigar a coleção foi projetada no anexo à Villa Ferreira Lage, a Galeria Maria Amália, uma homenagem de Alfredo Ferreira Lage à sua mãe. Foi inaugurada em 13 de maio de 1922, e sua estrutura segue o modelo das principais galerias de arte do século XIX.

História Natural:

São duas salas dedicadas à paleontologia, geologia, zoologia e mineralogia. Foi a primeira coleção de Alfredo Ferreira Lage, consequência de sua viagem à Europa aos sete anos de idade. Embrionária, daria origem à paixão de seu dono pelas artes.

Fósseis, cristais e uma grande variedade de minerais podem ser vistos, além de insetos e animais selvagens empalhados, como uma onça pintada, um jacaré de papo amarelo e um lobo guará.

O setor foi inaugurado em 1931 e reúne 1279 minerais e fragmentos de rochas, 50 fósseis, 55 vidros de carpoteca (coleção de frutos secos e sementes), 527 exsicatas do herbário (folhas de plantas), 415 espécimes zoológicos e inúmeros insetos.

Armas e Indumentária:

A exposição de armas de fogo como o bacamarte e o revólver, e de armas brancas como a espada e o sabre ajudam a revelar parte da história da armaria no Brasil.

Entre as roupas presentes no acervo do museu destaca-se o Fardão da Maioridade, usado por Dom Pedro II em 18 de julho de 1841 na cerimônia em que foi considerado apto para assumir o Império do Brasil.

Jóias, Moedas e Medalhas:

A coleção numismática deve-se em grande parte às doações da Viscondessa de Cavalcanti, especialista no assunto. De sua coleção fazem parte raros exemplares de medalhas cunhadas na Europa referentes à episódios da história do Brasil, como a ocupação holandesa na Bahia (1624) e em Pernambuco (1631).

Destaque também para as medalhas, entre elas a Imperial Ordem do Cruzeiro, criada em 1822 na coroação de Dom Pedro I e a Ordem do Cruzeiro do Sul concedida a partir de 1932 em homenagem a civis, militares e estrangeiros.

Entre o acervo de jóias encontra-se um relógio de bolso presenteado a Dom Pedro II por suas irmãs Francisca e Januária em seu décimo aniversário, no dia 2 de dezembro de 1835.

Mobiliário:

Composto principalmente do chamado "mobiliário de estilo", imitações brasileiras das peças produzidas na Europa. É a atração principal do acervo da Villa Ferreira Lage, que procura conservar o ambiente familiar dos Ferreira Lage. Destaque especial para a sala de música, trabalhada em madeira. Originalmente construída na Inglaterra, foi transportada e montada no local.

Cristais, Louças e Porcelanas:

Esta coleção, espalhada por todo o prédio, tem como base as peças da Família Real adquiridas do Palácio de São Cristóvão, além de doações feitas por personagens marcantes da história social e política do Brasil.

Ainda assim o monograma imperial aparece em grande parte das peças - algumas exóticas, como uma sopeira do século XVIII que reproduz a cabeça de um javali.

Peças Sacras:

Representadas especialmente por objetos de ouro, prata, marfim e madeira nobre dos séculos XVIII e XIX, como castiçais, turíbulos e esmoleiros.

Reserva Técnica:

Esta seção abriga a maior parte do acervo do museu. Com condições especias de armazenamento - controle de iluminação, umidade e temperatura - realizadas depois de uma reforma em 1996, a reserva abriga as peças que requerem mais cuidados, consequentemente ficando fechada à visitação pública e disponível apenas para fins de pesquisa ou exposições temporárias.

Documentos:

Reunido basicamente em função de doações e aquisições de arquivos particulares e documentos avulsos, o acervo de documentos é composto por cartas, livros, revistas, jornais, mapas, fotografias e ofícios. Alguns desses papéis trazem relatos de importantes momentos históricos, como um livro revestido de ouro e prata exaltando os feitos do Duque de Caxias durante a Guerra do Paraguai e as cartas de Dom Pedro I enviadas à sua amante, a Marquesa de Santos.

São aproximadamente 10 mil documentos que, somados à coleção de mais de 18 mil fotografias, forma um importante e diversificado acervo cultural e histórico.

Sede da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA)
Administração

Conselho de Amigos:

Criada por Alfredo Ferreira Lage em 1936 após a doação do museu ao município de Juiz de Fora, o Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio foi dirigido por ele até 1944. Apesar da criação da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA) o Conselho de Amigos continuou a existir, atuando como órgão curador do patrimônio do museu.

Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage:

Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA), criada para promover a valorização cultural de Juiz de Fora, administrou o Museu Mariano Procópio de 1978 a 2005. Subordinada à prefeitura e integrada à Secretaria de Política Social, a gestão da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage ficou marcada por problemas estruturais.

Apesar de algumas reformas, a Villa Ferreira Lage e seu prédio anexo continuaram com um sistema elétrico e hidráulico arcaico, comprometendo a integridade do acervo ali reunido. Tanto no teto quanto nas paredes eram frequentes o vazamento e infiltração de água, culminando em 2003 com o desabamento de parte do forro do segundo andar do anexo, que encontra-se atualmente fechado ao público, negando aos visitantes o acesso às principais atrações do acervo.

Fundação Museu Mariano Procópio:

Surgida a partir de um projeto de lei de maio de 2001, a Fundação Museu Mariano Procópio (MAPRO) passou a exercer a administração em setembro de 2005, mesmo ano em que prefeitura de Juiz de Fora anunciou um projeto de revitalização do Museu Mariano Procópio.

A instituição continua integrada à Secretaria de Política Social mas agora conta com mais autonomia, tendo orçamento próprio e capacidade de receber investimentos externos.

Reforma

Em janeiro de 2008 parte do museu foi interditado para o início das obras de restauração no parque, o mesmo acontecendo posteriormente com as instalações. As obras dão continuidade ao processo de recuperação iniciado em 2005.

A primeira etapa, referente à reforma do parque, foi concluída e entregue em 15 de julho de 2008. As obras nos edifícios do museu, no entanto, foram interrompidas na mesma época e retomadas apenas no final de 2009, o que representou um atraso significativo na reabertura do museu ao público.

Fonte: Wikipédia