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Austregésilo de Athayde

BELARMINO MARIA AUSTREGÉSILO AUGUSTO DE ATHAYDE
(94 anos)
Jornalista, Cronista, Ensaísta, Orador e Professor

* Caruaru, PE (25/09/1898)
+ Rio de Janeiro, RJ (13/09/1993)

Nascido na antiga Rua da Frente (atual Rua Quinze de Novembro) em Caruaru, Pernambuco, filho do desembargador José Feliciano Augusto de Athayde e de Constância Adelaide Austregésilo, e bisneto do tribuno e jornalista Antônio Vicente do Nascimento Feitosa.

Colaborador do jornal A Tribuna e tradutor na agência de notícias Associated Press, formou-se no ano de 1922 em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do antigo Distrito Federal e ingressou no jornalismo. Trabalhou como escritor e jornalista, chegando a dirigente dos Diários Associados, a convite de Assis Chateaubriand.

Foi diretor-secretário de A Tribuna e colaborador do Correio da Manhã. Assumiu a direção de O Jornal em 1924, órgão líder dos Diários Associados. Sua declarada oposição à Revolução de 1930 e o apoio ao Movimento Constitucionalista de São Paulo (1932) levou-o a prisão e exílio na Europa e depois na Argentina.

Permaneceu muitos meses em Portugal, Espanha, França e Inglaterra, e de lá se dirigiu a Buenos Aires, onde residiu por dois anos (1933-1934).

De volta ao Brasil reiniciou nos Diários Associados como articulista e diretor do Diário da Noite e redator-chefe de O Jornal, do qual foi o principal editorialista, além de manter a coluna diária Boletim Internacional. Tomou parte como delegado do Brasil na III Assembléia Geral das Nações Unidas, em Paris no ano de 1948, tendo sido membro da comissão que redigiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em cujos debates desempenhou papel decisivo.

Austregésilo de Athayde e Josué Montello
Também escreveu semanalmente na revista O Cruzeiro e, por sua destacada atividade jornalística, recebeu em 1952, na Universidade de Columbia, Estados Unidos, o Prêmio Maria Moors Cabot.

Diplomado na Escola Superior de Guerra em 1953, passou a ser conferencista daquele centro de estudos superiores. Após a morte em 1968 de Assis Chateaubriand, passou a integrar o condomínio diretor dos Diários Associados.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 9 de agosto de 1951, para a cadeira 8, sucedendo a Oliveira Viana, e foi recebido em 14 de novembro de 1951, pelo acadêmico Múcio Leão.

Tornou-se presidente da instituição em 1959, tendo sido reeleito para dirigi-la por longos 34 anos, até o fim de sua vida.

Fonte: Wikipédia

José Lins do Rego

JOSÉ LINS DO REGO CAVALCANTI
(56 anos)
Jornalista, Escritor, Romancista, Cronista e Memorialista

* Pilar, PB (03/07/1901)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/09/1957)

José Lins do Rego foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e Jorge Amado, figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional.

Segundo Otto Maria Carpeaux, José Lins era "O último dos contadores de histórias". Seu romance de estréia, Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica.

José Lins escreveu cinco livros a que nomeou Ciclo da Cana-de-Açúcar, numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor: Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). Sua obra regionalista, contudo, não encaixa-se somente na denúncia sócio-política, mas, como afirmou Manuel Cavalcanti Proença, igualmente em sua "sensibilidade à flor da pele, na sinceridade diante da vida, na autenticidade que o caracterizavam".

José Lins nasceu na Paraíba. Seus antepassados, que eram em grande parte senhores de engenho, legaram ao garoto a riqueza do engenho de açúcar que lhe ocupou toda a infância. Seu contato com o mundo rural do Nordeste lhe deu a oportunidade de, nostalgicamente e criticamente, relatar suas experiências através das personagens de seus primeiros romances.


José Lins era ativo nos meios intelectuais. Ao matricular-se em 1920 na Faculdade de Direito do Recife, ampliou seus contatos com o meio literário de Pernambuco, tornando-se amigo de José Américo de Almeida. Em 1926, partiu para o Maceió, onde reunia-se com Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. Quando partiu para o Rio de Janeiro, em 1935, conquistou ainda mais a crítica e colaborou para a imprensa, escrevendo para os Diários Associados e O Globo.

É atribuído a José Lins do Rego a invenção de um novo romance moderno brasileiro. O conjunto de suas obras são um marco histórico na literatura regionalista por representar o declínio do Nordeste canavieiro. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever fundada na "obtenção de um ritmo oral", que foi tornada possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922. Sua magnum opus, Fogo Morto (1943), é visto como o "romance dos grandes personagens". Massaud Moisés escreveu que esta obra-prima de José Lins "é uma das mais representativas não só da ficção dos anos 30 como de todo o Modernismo".

Infância

Nascido no Engenho Corredor, município paraibano de Pilar, filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti (assassinada pelo marido esquizofrênico), fez as primeiras letras no Colégio de Itabaiana, no Instituto Nossa Senhora do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X na então cidade da Paraíba atual João Pessoa. Depois estudou no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz, em Recife. Desde esse tempo revelaram-se seus pendores literários. É de 1916, por exemplo, o primeiro contato com O Ateneu, de Raul Pompeia.

Em 1918, aos dezessete anos, José Lins travou conhecimento com Machado de Assis, através do Dom Casmurro. Desde a infância, já trazia consigo outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por outros homens e mulheres sempre ligados ao mundo rural do Nordeste açucareiro, às senzalas e aos negros rebanhos humanos que a foi formando.

Juventude e Início da Carreira Literária

Após passar sua infância no interior e ver de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para as usinas, provocando muitas transformações sociais e econômicas, foi para João Pessoa, onde fez o curso secundário e depois, para Recife, onde matriculou-se, em 1920, na Faculdade de Direito do Recife.

Nesse período, além de colaborar periodicamente com o Jornal do Recife, fez amizade com Gilberto Freyre, que o influenciou e, em 1922, fundou o semanário Dom Casmurro.

Formou-se em 1923. Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literário pernambucano, tornando-se amigo de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado, Aníbal Fernandes, e outros. Gilberto Freyre, voltando em 1923 de uma longa temporada de estudos universitários nos Estados Unidos, marcou uma nova fase de influências no espírito de José Lins, através das ideias novas sobre a formação social brasileira.

Ingressou no Ministério Público como promotor em Manhuaçu, em 1925, onde entretanto não se demorou.

Casou em 1924 com Filomena Masa Lins do Rego (Naná), transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos, até 1930, e fiscal de consumo, de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda, Jorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio e outros. Ali publicou o seu primeiro livro, Menino de Engenho (1932), chave de uma obra que se revelou de importância fundamental na história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933, publicou Doidinho, o segundo livro do Ciclo da Cana-de-Açúcar.

José Lins e José Américo de Almeida
Perfil da Obra e Trajetória Literária

O mundo rural do Nordeste do Brasil, com as fazendas, as senzalas e os engenhos, serviu de inspiração para a obra do autor, que publicou seu primeiro livro Menino de Engenho.

Como vimos, em 1926, decidiu deixar para trás o trabalho como promotor público no interior de Minas Gerais e transferiu-se para Maceió, Alagoas. Lá conviveu com um grupo de escritores muito especial: Graciliano Ramos (o autor de Vidas Secas), Rachel de Queiroz (a jovem cearense, que já publicara o romance O Quinze), o poeta Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda (o mestre do dicionário), que se tornariam seus amigos para sempre.

Convivendo neste ambiente tão criativo, escreveu os romances Doidinho (1933) e Bangüê (1934). Daí em diante a obra de Zélins, como era chamado, não conheceu interrupções. Publicou romances, um volume de memórias, livros de viagem, de conferências e de crônicas. E Histórias da Velha Totônia, seu único livro para o público infanto-juvenil, lançado em 1936.

Em 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro. Homem atuante, participava ativamente da vida cultural de seu tempo. Gostava de conversar, tinha um jeito bonachão e era apaixonado por futebol, ou melhor, pelo Flamengo. Seus livros são adaptados para o cinema e traduzidos na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Despojamento

O estilo de José Lins é inteiramente despojado e sem atitudes ou artifícios literários. Ele próprio via a si mesmo como um escritor instintivo e espontâneo, chegando a apontar que suas fontes da arte narrativa estavam nas ruas:

"Quando imagino nos meus romances tomo sempre como modo de orientação o dizer as coisas como elas surgem na memória, com os jeitos e as maneiras simples dos cegos poetas"

Apesar desta simplicidade linguística com que escreve, ele descreve com muita técnica os estados psicológicos de seus personagens, seguindo, assim, uma linha inaugurada por Marcel Proust. Além disso, ele tem um domínio da tradição literária e consegue fazer uma crítica dos hábitos em um estilo que lembra Thomas Hardy.

José Lins e Austragésilo de Atayde
Academia Paraibana de Letras

É patrono da cadeira 39 da Academia Paraibana de Letras, que tem como fundador Coriolano de Medeiros. Atualmente ocupada por Sérgio de Castro Pinto.

Academia Brasileira de Letras

Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de setembro de 1955, para a cadeira 25.

Suas Principais Obras:
  • 1932 - Menino de Engenho
  • 1933 - Doidinho
  • 1934 - Bangüê
  • 1935 - O Moleque Ricardo
  • 1936 - Usina
  • 1936 - Histórias da Velha Totonha
  • 1937 - Pureza
  • 1938 - Pedra Bonita
  • 1939 - Riacho Doce
  • 1941 - Água-mãe
  • 1942 - Gordos e Magros
  • 1943 - Fogo Morto
  • 1945 - Poesia e Vida
  • 1947 - Eurídice
  • 1952 - Homens, Seres e Coisas
  • 1953 - Cangaceiros
  • 1953 - Meus Verdes Anos
  • 1954 - A Casa e o Homem
  • 1956 - Meus Verdes Anos
  • 1957 - Presença do Nordeste na Literatura Brasileira
A obra de José Lins do Rego é publicada pela Livraria José Olympio Editora.

Morte

Em 1956 Lins do Rego publicou Meus Verdes Anos, um livro de memórias. No ano seguinte morreu de um problema hepático, aos 56 anos. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Menotti del Picchia

PAULO MENOTTI DEL PICCHIA
(96 anos)
Poeta, Jornalista, Tabelião, Advogado, Político, Romancista, Cronista, Pintor e Ensaísta

* São Paulo, SP (20/03/1892)
+ São Paulo, SP (23/08/1988)

Com cinco anos de idade mudou-se para a cidade de Itapira, interior de São Paulo, onde foi aluno de Jacomo Stávale. Bacharel em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, formado em 1913.

Nesse ano de 1913 publicou Poemas do Vício e da Virtude, seu primeiro livro de poesias. Na cidade de Itapira foi agricultor e advogado militante. Lá criou o jornal político O Grito e escreveu os poemas Moisés e Juca Mulato. Colaborou em vários jornais, entre os quais Correio Paulistano, Jornal do Comércio e Diário da Noite.

Em 1924 criou, com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, o Movimento Verde-Amarelo, de tendência nacionalista. Publicou vários romances, entre eles Flama e Argila, O Homem e a Morte, Republica 3000 e Salomé, além de livros de ensaios e de crônicas.

Menotti del Picchia e Joaquim Inojósa
Atividade Política

Foi membro do Partido Republicano Paulista durante a República Velha, participou da Revolução de 1932 como ajudante de ordens do governador Pedro de Toledo. Escreveu um livro sobre a Revolução de 1932, chamado A Revolução Paulista.

Exerceu vários cargos públicos. Foi o primeiro diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado de São Paulo, deputado estadual em duas legislaturas, membro da constituinte do Estado de São Paulo e deputado federal pelo Estado de São Paulo em três legislaturas.

Atividade Cultural

Foi diretor de A Noite e A Cigarra, entre 1920 e 1940, além de diversos outros jornais e revistas.

Com Oswald de Andrade, Mário de Andrade e outros jovens artistas e escritores paulistas, participou da Semana de Arte Moderna de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. Foi um dos mais combativos militantes da estética modernista.

Em 1937 foi diretor do Grupo da Anta, com Cassiano Ricardo, e diretor do Movimento Cultural Nacionalista Bandeira, com Cassiano Ricardo e Cândido Mota Filho.

Paulo Menotti del Picchia
Em 1943, foi eleito para a cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras, tendo sido suas principais obras Juca Mulato (1917) e Salomé (1940). Um livro seu de elevada popularidade é Máscaras (1920), pela sua nota lírica.

Presidiu a Associação dos Escritores Brasileiros, seção de São Paulo. Foi agraciado com o título de Intelectual do Ano em 1968, e aclamado Príncipe dos Poetas Brasileiros em 1982.

Em 1960, recebeu o Prêmio Jabuti de poesia, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.

A poesia de Menotti del Picchia vincula-se à primeira geração do Modernismo. Em 1984, recebeu o Prêmio Moinho Santista - Categoria poesia.

Representações na Cultura

Menotti Del Picchia já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório no filme O Homem do Pau-Brasil (1982) e Ranieri Gonzalez na minissérie Um Só Coração da Rede Globo (2004).

Morte

Morreu em São Paulo, no dia 23 de agosto de 1988. Seu corpo foi velado na Academia Paulista de Letras, da qual também era membro, e sepultado no Cemitério São Paulo.

Em sua homenagem, foram fundados na cidade de Itapira o Parque Juca Mulato e a Casa Menotti Del Picchia (24 de março de 1983) onde podem ser vistos objetos e livros que pertenciam ao autor.

Fonte: Wikipédia

Orestes Barbosa

ORESTES BARBOSA
(73 anos)
Jornalista, Cronista, Poeta, Escritor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (07/05/1893)
+ Rio de Janeiro, RJ (15/08/1966)

Filho do major Caetano Lourenço da Silva Barbosa e de Maria Angélica Bragança Dias Barbosa, nasceu em Aldeia Campista, bairro perto de Vila Isabel. A família morou na Ilha de Paquetá e, quando ele tinha sete anos, foi para o bairro da Gávea.

Aprendeu a ler, nos jornais e letreiros de bonde, com Clodoaldo Pereira de Moraes, pai de Vinicius de Moraes. Nessa época começou a se interessar por violão e com dez anos já sabia tocar.

Durante a infância, a família viveu em dificuldades financeiras e somente aos doze anos entrou numa escola, o Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde aprendeu o ofício de revisor.

Em 1907 o menino, que já fazia alguns versos, conseguiu seu primeiro emprego como revisor no jornal O Século, dirigido por Ruy Barbosa.

Depois de algum tempo, deu início a uma longa militância jornalística, que se estenderia ao Diário de Notícias, O Imparcial, A Folha, A Crítica, A Manhã, A Gazeta e A Notícia. Estreou como poeta em 1917 com o livro de versos Penumbra Sagrada.

Em 1920 foi a Portugal, onde entrevistou Teófilo Braga, estando também com Guerra Junqueiro pouco antes da morte deste.


Como jornalista, incluía-se entre os que criticavam os acontecimentos e as autoridades da época, com destemor e ironia. Seus artigos levaram-no várias vezes à prisão, sendo que a primeira ocorreu em 1921, por haver denunciado o Grêmio Euclides da Cunha como aproveitador dos direitos autorais do patrono.

Nesse mesmo ano publicou seu primeiro livro de crônicas-reportagens, na prisão, que contava histórias de dentro do cárcere. Ainda em 1921 apareceu Água-Marinha, seu segundo livro de poesias.

Mais ou menos em 1925, quando ainda existiam só três rádios no Rio de Janeiro - Rádio Sociedade, Rádio Clube do Brasil e Rádio Mayrink Veiga -, foi um dos primeiros a manter uma coluna radiofônica no jornal A Manhã.

Durante a presidência de Artur Bernardes (1922-1926), esteve novamente preso, mas escrevendo sempre: Bam-bam-bam (1923), Portugal de Perto! (1923), O Português no Brasil (1925), O Pato Preto (1927), todos em prosa.

Estreou como letrista em 1930, com a música Bangalô (com Osvaldo Santiago), gravada por Alvinho na Odeon (1931). Nesse mesmo ano, duas músicas suas, em parceria com J. Tomás, foram gravadas na RCA Victor: o fox Flor do Asfalto e o samba Carioca, por Castro Barbosa.

Ainda em 1931, cantou pela primeira vez em disco, Nega, Meu Bem (Heitor dos Prazeres), na Parlophon, e em 1933 sua marchinha As Lavadeiras (com Nássara), na Columbia.

Por essa época, com a colaboração de Nássara, fundou A Jornada, jornal que durou seis meses e que tinha como epígrafe "Não quero saber quem descobriu o Brasil, quero saber quem é que bota água no leite". As pautas mais constantes eram da língua brasileira e campanhas contra a Light.


Foi influenciado por suas críticas que Noel Rosa compôs o samba Não Tem Tradução (1933), em que faz referência às particularidades próprias do idioma falado no Brasil.

Em 1933, com Noel Rosa, fez o samba Positivismo, gravado pelo próprio Noel na Columbia. Com Nássara fez Caixa Econômica, samba gravado por João Petra de Barros e Luís Barbosa, na RCA Victor.

Ainda nesse ano a Livraria Educadora, do Rio de Janeiro, editou Samba, livro de crônicas que, em estilo telegráfico, registra a ascensão do samba urbano.

Assíduo freqüentador do Café Nice, foi parceiro de grandes compositores, como Custódio Mesquita, Nonô, Noel Rosa, Francisco Alves, Wilson Batista e, seu parceiro mais constante, Sílvio Caldas, com quem compôs valsas e canções que marcaram época na música popular e firmaram a fama de seresteiro do cantor.

Francisco Alves gravou em 1934, na Odeon, a marcha Há Uma Forte Corrente Contra Você, e na RCA Victor A Mulher Que Ficou na Taça, a valsa Romance e a canção Adeus (todas em parceria com Francisco Alves). Nesse mesmo ano, compôs com Nonô a canção Olga, gravada por Castro Barbosa na Odeon. Ainda em 1934, Sílvio Caldas gravou na RCA Victor Serenata e, no ano seguinte, na Odeon, a valsa-canção Quase Que Eu Disse (ambas com o cantor).

De 1934 é Santa dos Meus Amores, valsa registrada na RCA Victor por Sílvio Caldas, que no ano seguinte gravou na Odeon Torturante Ironia.

Em 1937 gravou, também na Odeon, Arranha-Céu e Chão de Estrelas, hoje antológica. Em 1938 Sílvio Caldas gravou pela Columbia a valsa Suburbana, outra grande criação da dupla. Ainda nesse ano compuseram A Única Rima, gravada mais tarde por Sílvio Caldas.

Além das letras para valsas e canções, ponto forte de sua obra, fez ainda letras para sambas de outros parceiros: com Ataulfo Alves fez O Negro e o Café, que o próprio Ataulfo Alves gravou na RCA Victor em 1945. Com Custódio Mesquita, o samba-choro Flauta, Cavaquinho e Violão, gravado por Aracy de Almeida na Odeon em 1946. Com Wilson Batista, Cabelo Branco, gravado por Carlos Galhardo na RCA Victor em 1946, e Abigail, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1947. Com Valzinho compôs Óculos Escuros, gravado em 1955 por Zezé Gonzaga.

Na década de 1970 foi relembrado por Paulinho da Viola, que, no LP Paulinho da Viola, gravado na Odeon em 1971, regravou Óculos Escuros. Em 1974 Macalé gravou Imagens (com Valzinho), em seu LP Aprender a Nadar, pela Philips.


Morte

Faleceu em sua residência às 14:00 hs do dia 15/08/1966 no Rio de Janeiro, em decorrência de uma Trombose Cerebral.


Aluísio de Azevedo

ALUÍSIO TANCREDO BELO GONÇALVES DE AZEVEDO
(55 anos)
Romancista, Contista, Cronista, Caricaturista, Desenhista, Pintor, Jornalista e Diplomata

☼ São Luís, MA (14/04/1857)
┼ Buenos Aires, Argentina (21/01/1913)

Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo foi um romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro, além de bom desenhista e discreto pintor.

Ainda criança revelou pendores para o desenho e para a pintura, dom que mais tarde lhe auxiliaria na produção literária. Concluindo os preparatórios em São Luís do Maranhão, transferiu-se em 1876 para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu estudos na Academia Imperial de Belas-Artes, obtendo, a título de subsistência imediata, ofício de colaborador caricaturista de jornais.

Filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo, que, ainda jovem, enviuvara-se em boda anterior, e de Dona Emília Amália Pinto de Magalhães, separada do rico comerciante português Antônio Joaquim Branco, assiste Aluísio, em garoto, ao desabono da sociedade maranhense a essa união dos pais contraída sem segundas núpcias, algo que se configurava grande escândalo à época. Foi Aluísio de Azevedo, irmão mais novo do dramaturgo e jornalista Artur de Azevedo, com o qual, em parceria, viria a esboçar peças teatrais.

Com o falecimento do pai em 1879, volta ao Maranhão para sustentar a família, onde, instigado por dificuldades financeiras, finalmente dá início à atividade literária, publicando "Uma Lágrima de Mulher" (1880).

Em 1881, ano dentre a crescente efervescência abolicionista, publica o romance "O Mulato", obra que deixa a sociedade escandalizada pelo modo cru com que desnuda a questão racial. Nela, o autor já demonstra ser abolicionista convicto.

Diante da reação hostil da província, obtendo sucesso com a obra na Corte, onde era considerada como exemplo da escola naturalista, volta à capital imperial e aí, incessantemente, produz romances, contos, crônicas e peças de teatro.

Sua obra é tida na conta de irregular por diversos críticos, uma vez que a produção oscile entre o romantismo de tons melodramáticos, de cunho comercial para o grande público, e o naturalismo já em obras mais elaboradas, deixando a marca de precursor do movimento.

Diplomata

Feito Diplomata em 1895 deixa definitivamente da pena, indo servir na Espanha, Inglaterra, Itália, Japão (do qual fez apontamentos antevidentes e singulares), Paraguai e Argentina.

Em 1910, feito já Cônsul de primeira classe, instala-se em Buenos Aires, onde, passados quase três anos, vem a falecer deixando esposa e os dois filhos desta.

Academia Brasileira de Letras

Aluísio Azevedo foi um dos fundadores do Sodalício Brasileiro, onde ocupou a cadeira 4, que tem por patrono Basílio da Gama.

Contribuições

  • Inaugurou a estética do naturalismo no Brasil com a publicação do romance "O Mulato" (1881). É também autor de outros romances de mesma estética, "Casa de Pensão" (1884), "O Cortiço" (1890) e outros.
  • Tendo por influência escritores naturalistas europeus, dentre eles Émile Zola, por tal ótica capta a mediocridade rotineira, a vida dos sestros, os preconceitos e mesmo taras individuais, opção contrária à dos românticos precedentes.
  • Fazem-se veementemente presentes em sua obra certos traços fundamentais do naturalismo, quais sejam a influência do meio social e da hereditariedade na formação dos indivíduos, também o fatalismo. Em Aluísio de Azevedo "a natureza humana afigura-se-lhe uma certa selvageria onde os fortes comem os fracos", afirma o crítico Alfredo Bosi.

Obras

  • 1880 - Uma Lágrima de Mulher (Romance)
  • 1881 - O Mulato (Romance)
  • 1882 - Mistério da Tijuca ou Girândola de Amores (Romance)
  • 1882 - Memórias de um Condenado ou A Condessa Vésper (Romance)
  • 1884 - Casa de Pensão (Romance)
  • 1884 - Filomena Borges (Romance)
  • 1887 - O Homem (Romance)
  • 1890 - O Cortiço (Romance)
  • 1890 - O Coruja (Romance)
  • 1894 - A Mortalha de Alzira (Romance)
  • 1895 - Demônios (Contos)
  • 1895 - O Livro de uma Sogra (Romance)
  • 1894 - O Japão ¹
  •            O Touro Negro (Crônicas e Epistolário)
  •            Os Doidos (Peça)
  •            Casa de Orates (Peça)
  •            Flor de Lis (Peça)
  •            Em Flagrante (Peça)
  •            Caboclo (Peça)
  •            Um Caso de Adultério (Peça)
  •            Venenos Que Curam (Peça)
  •            República (Peça)
  •            O Esqueleto ²

¹ Publicado, a partir de manuscritos encontrados na Academia Brasileira de Letras (1894)
² Não obstante publicado em recente versão de suas obras completas, organizadas por Nogueira Jr., não é de autoria de Aluísio Azevedo senão de Olavo Bilac e de Pardal Mallet.

Fonte: Wikipédia

Patrícia Bins

PATRÍCIA DOREEN BINS
(79 anos)
Jornalista, Romancista, Cronista, Tradutora, Artista Plástica e Escritora

* Rio de Janeiro, RJ (29/07/1928)
+ Porto Alegre, RS (04/01/2008)

Filha da inglesa Iris Holliday e do húngaro Andor Ströh, que vêm para o Brasil para se casar, pois os pais não aprovam a união entre pessoas de nacionalidades diferentes.

Durante a infância, fala inglês dentro de casa. Em 1933, passa a estudar numa escola particular inglesa, onde aprende a dançar, a tocar piano e a pintar. No ano seguinte, a família se muda para Belo Horizonte, e Patrícia é matriculada no Colégio Americano.

Escreve seu primeiro poema, O Beijo, em 1937, um soneto que deixa sua mãe assustada por abordar um tema adulto.

Três anos depois, a família se muda para Porto Alegre, e, mais uma vez, a escritora é matriculada no Colégio Americano.

Em 1950, forma-se em artes plásticas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde conhece seu marido, então seu professor, o arquiteto Roberto Haroldo Bins, com quem teve dois filhos.

De 1968 a 1984, é responsável pelo suplemento cultural do jornal Correio do Povo. Termina sua segunda graduação, em jornalismo, em 1980. Lança, em 1982, seu primeiro livro, O Assassinato dos Pombos, organizado, ilustrado e publicado como presente de Natal por seu marido.

A partir de 1995, escreve com menos freqüência, dedicando-se ao marido doente, que morre dois anos depois (29/01/1997).

Obras

1982 - O Assassinato dos Pombos
1983 - Jogo de Fiar
1984 - Antes Que o Amor Acabe
1986 - Janela do Sonho
1989 - Pele Nua do Espelho
1991 - Theodora
1993 - Sarah e os Anjos
1995 - Caçador de Memórias
1995 - La Piel Desnuda Del Espejo
1996 - O Dia da Árvore
1997 - Pedro e Pietrina
1998 - Receitas de Criar e Cozinhar Vol. 1
1999 - Instantes do Mundo
2001 - Receitas de criar e Cozinhar Vol. 2

Faleceu devido a problemas cardíacos.

Maria Julieta Drummond de Andrade

MARIA JULIETA DRUMMOND DE ANDRADE
(59 anos)
Cronista

* Belo Horizonte, MG (04/03/1928)
+ Rio de Janeiro, RJ (05/08/1987)

Maria Julieta, dedicada mãe de três filhos, mulher moderna e habilidosa na arte de escrever. Filha única do itabirano Carlos Drummond de Andrade e Dolores Dutra de Morais. Maria Julieta era a grade paixão de Carlos Drummond de Andrade. A cumplicidade existente entre os dois se explicava através de códigos, rapidamente interpretados por um e outro. Um grande amor enriquecido pela sensibilidade da poesia, vocação que ambos compartilhavam.

Maria Julieta e seu pai Carlos Drummond de Andrade

Suas Obras

Aos 17 anos, antes mesmo de ser escritora, lançou o que chamavam de novela: "A Busca", livro no qual relatou sua vida de adolescente, estudante de um colégio em regime de semi-internato mostrando, inclusive, seus sentimentos por ser filha única. Este livro teve a primeira edição esgotada e foi relançado. Trinta e cinco anos mais tarde, escreveu "Buquê de Alcachofras", o qual se formou pela seleção de crônicas editadas no Jornal O Globo desde novembro de 1977 até janeiro de 1980. Em ambas publicações Maria Julieta foi muito elogiada por grandes nomes da literatura Brasileira, dentre eles Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Fernando Sabino, Rubem Braga e Paulo Mendes Campos.

Infelizmente Julieta se limitou a apenas essas duas obras. Uma pena realmente, já que sua aptidão para escrever fazia juz ao sobrenome famoso que carregava.

Faleceu em 5 de agosto de 1987 devido a um Câncer Ósseo, doze dias antes de seu pai.

Fonte: Viva Itabira

Carlos Drummond de Andrade

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
(84 anos)
Poeta, Contista e Cronista

* Itabira, MG (31/10/1902)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/08/1987)

Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no Colégio Anchieta.

Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma Poesia" (1930), o seu poema "Sentimental" é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas.

Drummond e o Modernismo Brasileiro

Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.

A Poesia de Drummond

Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além.

"A obra de Drummond alcança - como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Hélder ou Murilo Mendes - um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).

Affonso Romano de Sant'Anna costuma estabelecer que a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "Eu x Mundo", desdobrando-se em três atitudes:

- Eu maior que o mundo - marcada pela poesia irônica
- Eu menor que o mundo - marcada pela poesia social
- Eu igual ao mundo - abrange a poesia metafísica

Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame.

Muito a propósito da dua posição política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O Obervador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que: "Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em Deus."

No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.

Representações na Cultura

Drummond já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório e Pedro Lito no filme "Poeta de Sete Faces" (2002) e Ivan Fernandes na minissérie JK (2006).

Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 50,00 (cinquenta cruzados novos) em circulação no Brasil entre 1988 e 1990.

Atualmente, também, a representações em Esculturas do Escritor, como é o caso das estátuas "Dois Poetas", na cidade de Porto Alegre, e também "O Pensador", na praia de Copacabana no Rio de Janeiro, além de um memorial em sua homenagem da cidade de Itabira.

Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.

Poesia

1930 - Alguma Poesia
1934 - Brejo das Almas
1935 - Os Ombros Suportam o Mundo
1940 - Sentimento do Mundo
1942 - José
1945 - A Rosa do Povo
1951 - Claro Enigma
1954 - Fazendeiro do Ar
1954 - Quadrilha
1955 - Viola de Bolso
1964 - Lição de Coisas
1968 - Boitempo (1968)
1968 - A Falta Que Ama
1968 - Nudez
1970 - Futebol a Arte
1973 - As Impurezas do Branco
1973 - Menino Antigo (Boitempo II)
1977 - A Visita
1977 - Discurso de Primavera
1977 - Algumas Sombras
1978 - O Marginal Clorindo Gato
1979 - Esquecer Para Lembrar (Boitempo III)
1980 - A Paixão Medida
1983 - Caso do Vestido
1984 - Corpo
1985 - Amar Se Aprende Amando
1988 - Poesia Errante
1992 - O Amor Natural
1996 - Farewell

Antologia Poética

1950 - A Última Pedra no Meu Caminho
1956 - 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor
1962 - Antologia Poética
1962 - Antologia Poética
1971 - Seleta em Prosa e Verso
1975 - Amor, Amores
1982 - Carmina Drummondiana
1987 - Boitempo I e Boitempo II
1987 - Minha Morte

Infantil

1983 - O Elefante
1985 - História de Dois Amores
1988 - O Pintinho

Prosa

1944 - Confissões de Minas
1951 - Contos de Aprendiz
1952 - Passeios na Ilha
1957 - Fala, Amendoeira
1962 - A Bolsa & a Vida
1966 - Cadeira de Balanço
1970 - Caminhos de João Brandão
1972 - O poder Ultrajovem e Mais 79 Textos em Prosa e Verso
1974 - De Notícias & Não-Notícias Faz-se a Crônica
1977 - Os Dias Lindos
1978 - 70 Historinhas
1981 - Contos Plausíveis
1984 - Boca de Luar
1985 - O Observador no Escritório
1986 - Tempo Vida Poesia
1987 - Moça Deitada na Grama
1988 - O Avesso das Coisas
1989 - Auto-Retrato e Outras Crônicas
1989 - As Histórias das Muralhas

Fonte: Wikipédia



Armando Nogueira

ARMANDO NOGUEIRA
(83 anos)
Jornalista e Cronista Esportivo

* Xapuri, AC (14/01/1927)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/03/2010)

Foi um jornalista e cronista esportivo do Brasil. Pioneiro do telejornalismo e responsável pela implantação do jornalismo na Rede Globo, com destaque para a criação do Jornal Nacional, primeiro jornal com transmissão em rede e ao vivo da história da televisão brasileira.

Filho de cearenses que emigraram para o Acre, nascido na mesma localidade onde também nasceu o seringueiro e líder sindical Chico Mendes, mudou-se para o Rio de Janeiro com apenas dezessete anos de idade. Formou-se na Faculdade de Direito e conseguiu um emprego de ensacador, mas desde então pensava em ser jornalista.

Em 1950, foi trabalhar na seção de esportes no Diário Carioca. Esse jornal reunia, na época, os mais expressivos jornalistas do Rio de Janeiro como Prudente de Moraes Neto, Carlos Castello Branco, Otto Lara Resende, Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Pompeu de Souza, e foi uma verdadeira escola de jornalismo para Armando, que lá permaneceu por treze anos.

Foi testemunha ocular do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, na Rua Toneleros, em Copacabana. Ao escrever sobre o episódio, fez história no jornalismo brasileiro: pela primeira vez numa reportagem um fato era narrado em primeira pessoa.

Além do Diário Carioca, passou a colaborar também com o Diário da Noite. Depois de uma passagem pela revista Manchete, em 1957, foi para a revista O Cruzeiro, dos Diários Associados, de propriedade de Assis Chateaubriand e, em 1959, para o Jornal do Brasil, no qual foi redator e colunista. Lá, de 1961 a 1973, assinou a coluna diária "Na Grande Área".

Armando foi pioneiro na televisão brasileira, ao trabalhar, a partir de 1959, na primeira produtora independente do país, dirigida por Fernando Barbosa Lima, onde escrevia textos para os locutores Cid Moreira e Heron Domingues lerem na antiga TV Rio. Convidado por Walter Clark, foi para a Rede Globo em 1966 onde implantou, com Alice Maria, o telejornalismo da emissora. Graças ao trabalho de Armando e Alice Maria, o telejornalismo, que antes era visto como uma coisa menor, passou a atrair o interesse dos profissionais e do grande público.

Nos 25 anos que passou na Globo foi responsável ainda pela implantação do jornalismo em rede nacional e pela criação dos noticiosos Jornal Nacional e Globo Repórter. Mas sua paixão sempre foi o esporte, em especial o futebol. A partir de 1954, esteve presente na cobertura todas as Copas do Mundo e, desde 1980, de todos os Jogos Olímpicos.

Mesmo com todos esses serviços prestados, envolveu-se numa polêmica em 1989, dentro da própria Globo. No segundo turno das eleições presidenciais daquele ano, a emissora promoveu um debate entre os candidatos Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva. No compacto do evento, exibido no dia seguinte de sua transmissão no Jornal Nacional, houve uma edição tendenciosa a favor do candidato Collor, que desde o início foi apoiado - direta ou indiretamente - pelas empresas de Roberto Marinho. Na qualidade de diretor de jornalismo, Armando foi pessoalmente a Roberto Marinho e fez duras críticas à sua postura e a dos funcionários que realizaram aquela edição, dizendo que não compactuava com aquilo. Por causa disso, acabou aposentado pela alta cúpula e desligou-se da emissora definitivamente no ano seguinte. Passou, então, a se dedicar integralmente ao jornalismo esportivo. De acordo com Paulo Henrique Amorim, então editor de economia da emissora, a "Globo demitiu Armando Nogueira para agradar Collor". Por este motivo, foi entrevistado pela equipe do documentário britânico Beyond Citizen Kane.

No início de 1990, Nogueira deixou a Rede Globo para se dedicar ao jornalismo esportivo. Foi comentarista do programa Cartão Verde, da TV Cultura, entre 1992 e 1993; e da TV Bandeirantes, de 1994 a 1999. No SporTV, canal da Globosat, participou em programas de 1995 a 2007. Mantinha uma coluna reproduzida em 62 jornais brasileiros, um programa no canal por assinatura SporTV, um programa de rádio e um sítio na Internet. Era também proprietário da Xapuri Produções, que faz vídeos institucionais para empresas, para as quais também profere palestras motivacionais. Escreveu dez livros, todos sobre esportes. Teve também passagens pelo rádio, fazendo comentários diários na Rádio Bandeirantes (durante o Primeira Hora e o Jornal em Três Tempos) e na Rádio CBN (durante o CBN Brasil).

Foi praticante de voos em ultraleves, tendo sido fundador do clube carioca da modalidade. No futebol, foi torcedor apaixonado do Botafogo.

Armando Nogueira era dono de um estilo original e elegante, que fugia dos lugares comuns que proliferam na crônica esportiva. Pode-se dizer que fez escola, pois vários repórteres esportivos tentam imitá-lo.

Não raro, Armando extravasava sua veia poética para demonstrar sua admiração pelo esporte e por seus ídolos. Algumas de suas frases inspiradas se tornaram antológicas. A seguir, alguns exemplos.

- Sobre futebol e caráter: O futebol não aprimora os caracteres do homem, mas sim os revela.

- Sobre a vitória na Copa de 1970: Choremos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia, fazendo amigos. Fazendo irmãos em todos os continentes.

- Sobre Garrincha e sua habilidade para driblar: Para Garrincha, a superfície de um lenço era um latifundio.

Em consequência de um Câncer no Cérebro diagnosticado em 2007, Armando Nogueira, então com 83 anos, faleceu no dia 29 de março de 2010 às 7 horas em sua casa no Rio de Janeiro. Em virtude de sua morte, a CBF, entidade máxima do futebol brasileiro, decretou luto de três dias, a partir do dia 29 de março de 2010. Todos os jogos do futebol brasileiro ocorridos nesses dias, respeitaram um minuto de silêncio antes de seu início, em homenagem a Armando Nogueira.

Fonte: Wikipédia