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Aldir Blanc

ALDIR BLANC MENDES
(73 anos)
Compositor, Escritor e Cronista

☼ Rio de Janeiro, RJ (02/09/1946)
┼ Rio de Janeiro, RJ (04/05/2020)

Aldir Blanc Mendes foi um compositor, escritor e cronista nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 02/09/1946. Médico de formação, com especialização em psiquiatria, abandonou a profissão para se tornar compositor e um dos grandes letristas da história da música brasileira.

Em cinco décadas de atividade como compositor, foi autor de mais de 600 canções, com cerca de 50 parceiros, dentre os principais: João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra.

Entre seus trabalhos mais notáveis como compositor estão "Bala Com Bala", "O Mestre-Sala dos Mares", "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "De Frente Pro Crime", "Kid Cavaquinho", "Incompatibilidade de Gênios", "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo", "Corsário", "O Bêbado e a Equilibrista", "Catavento e Girassol", "Coração do Agreste" e "Resposta ao Tempo".

Além de compositor, Aldir Blanc foi também cronista, tendo escrito colunas em publicações como as revistas O Pasquim e Bundas, e os jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia. Muitas dessas crônicas foram lançadas mais tarde como livros, como são os casos de "Rua dos Artistas e Arredores", "Porta de Tinturaria" e "Vila Isabel, Inventário da Infância".

Apaixonado pelo Vasco da Gama escreveu, em parceria com José Reinaldo Marques, o livro "Vasco - a Cruz do Bacalhau".

Salgueirense boêmio por muitos anos, acabou se tornando uma pessoa quase totalmente reclusa em seu apartamento na Muda, no bairro carioca da Tijuca. Segundo o próprio Aldir Blanc, usar a reclusão era consequência de uma fobia social desenvolvida a partir de um grave acidente de carro, em 1991, que limitara os movimentos da perna esquerda.

Em 2010, ao descobrir sofrer de diabetes tipo 2 e pressão alta, parou de fumar e consumir álcool.

Aldir Blanc e João Bosco
Vida Pessoal

Aldir Blanc nasceu no dia 02/09/1946, no bairro do Estácio, no décimo mês de gestação de sua mãe, Helena, cujo trauma deixou uma espécie de depressão pós-parto na mãe. Nunca mais engravidou e quase não saía de casa - comportamento mais tarde adotado pelo filho - até sua morte, em 2002, com 80 anos.

Seu pai, Alceu, era funcionário do antigo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Estivadores e Transportes de Cargas (IAPTEC) e amava jogar sinuca e nos cavalinhos. Sujeito de poucas palavras, tornou-se o maior amigo de Aldir com o tempo. Filho único, teve no avô materno, o português Antônio Aguiar, a presença mais afetuosa em sua infância, que praticamente criou o neto na casa de Vila Isabel, bairro onde estariam tipos e cenários fundamentais para os textos e as letras do futuro compositor e cronista.

Tinha 11 anos, na época em que os avós foram morar no Estácio. Com o passar dos anos, o contato com os malandros da área ficava cada vez pior, o que levou os avós a persuadi-lo a morar com um primo um pouco mais velho, na Tijuca, que o levou a conhecer bailes, noitadas boêmias, mulheres, futebol, os blocos de Carnaval e a quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, que se tornaria a escola do coração de Aldir Blanc.

Aluno exemplar em biologia, conseguiu ingressar em 1965 na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, de onde saiu em 1971 com especialização em psiquiatria. Fez residência dentro do Centro Psiquiátrico Pedro II, no Hospital Gustavo Riedel, em Engenho de Dentro. Mas como se negava constantemente à rotina de eletrochoques em pacientes do manicômio, saiu de lá após um ano para abrir seu próprio consultório, no centro do Rio de Janeiro. Às vezes, chamava o paciente para conversar na rua ou num bar.

Assim foi até 1973, época em que já era um parceiro de João Bosco e, gravado por Elis Regina tinha vontade de se dedicar exclusivamente à carreira de compositor. Concretizou a decisão em 1974, logo após o trauma deixado pelas mortes de Maria e Alexandra, as filhas gêmeas prematuras de sete meses que seriam as primeiras de seu casamento com a professora Ana Lúcia.


Dessa relação, eles teriam mais tarde as filhas Mariana (nascida em 1975) e Isabel (nascida em 1981). Quando Aldir Blanc se casou com a professora Mary Sá Freire, em 1988, ela já tinha duas filhas, Tatiana e Patrícia, que foram criadas como suas também.

Aldir Blanc viveu por muitos anos em seu apartamento na Rua Garibaldi, na Muda, onde frequentou assiduamente os botequins da região. Nunca viajou para fora do Brasil.

Durante a década de 1980, passou a beber com maior frequência, foi se afastando de alguns hábitos sociais e foi desenvolvendo fobia social, chegando a ser diagnosticado com depressão. O quadro piorou e o levou a viver em reclusão quase permanente na década seguinte, agravada por um grave acidente de automóvel, sofrido em 1991, que lhe dificultou para sempre o movimento da perna esquerda.

Sem poder andar nas ruas com a frequência de outrora, Às vésperas da Copa do Mundo FIFA de 2010, recebeu diagnóstico de Diabetes Tipo 2, o que lhe exigiu o fim do consumo de álcool e de cigarros. Embora recluso, adorava falar pelo telefone com os amigos, onde comentava o noticiário e compartilhava informações sobre a família.

Além do tempo dedicado ao convívio com a família e às conversas por telefone com os amigos, passava muito tempo em seu espaçoso escritório lendo seus livros e ouvindo seus discos. Ateu, adorava ler obras sobre mitologia grega, Segunda Guerra Mundial, psicanálise, além de romances policiais. Aldir Blanc era também grande apreciador de discos de jazz.

Em 2013, o jornalista Luiz Fernando Vianna lançou uma biografia autorizada sobre Aldir Blanc.

Aldir Blanc e João Bosco
Música

Aldir Blanc deu seus primeiros passos na música em meados da década de 1960, quando começou a compor aos 16 anos e aos 17 aprendeu a tocar bateria, fundando o grupo Rio Bossa Trio, que com a entrada do músico Sílvio da Silva seria rebatizado para GB-4. Com o novo integrante, Aldir Blanc firmou sua primeira parceria musical. Uma dessas parcerias, "A Noite, a Maré e o Amor", competiu no III Festival Internacional da Canção em 1968.

A partir de 1969, surgiu uma nova parceria com César Costa Filho, compositor do qual foi colega no Movimento Artístico Universitário, que integrou ao lado de nomes como Ivan Lins e Gonzaguinha. Dessa parceria, classificou duas canções no II Festival Universitário da Música Popular Brasileira: "De Esquina em Esquina", interpretada por Clara Nunes, e "Mirante", interpretada por Maria Creuza.

Também nesse festival teve "Nada Sei de Eterno", defendida por Taiguara e fruto da parceria com Sílvio da Silva.

Em 1970, com a co-autoria de Sílvio da Silva, despontou o primeiro grande sucesso, "Amigo é Pra Essas Coisas", que chegou ao segundo lugar no III Festival Universitário de Música Popular Brasileira, da TV Tupi, na interpretação do grupo MPB-4. Ainda em 1970, teve no V Festival Internacional da Canção a composição "Diva", feita com César Costa Filho - mas desentendimento entre os compositores por questões ideológicas ceifou essa parceria em 1971.

Aldir Blanc em sua casa no Rio de Janeiro, em 1993
Em 1971, por intermédio de um amigo, conheceu o então estudante de engenharia civil João Bosco. Desse encontro, surgiu uma das mais importantes parcerias da música brasileira. Como o violonista morava em Ouro Preto, MG, a primeira leva de composições deu-se por correspondência, como é o caso de "Agnus Sei", lançada como lado B de um compacto do jornal O Pasquim, em 1972, que tinha como lado A a inédita "Águas de Março", interpretada por Tom Jobim. Ainda naquele ano, a dupla mostrou algumas músicas para Elis Regina, que gostou de "Bala Com Bala" e a incluiu no seu LP "Elis". A partir dali, a cantora gaúcha tornar-se-ia uma das principais intérpretes da dupla, tendo gravado 20 músicas da parceria, além de ter a primazia de ouvir antes a produção da dupla naquela década para escolher o que queria lançar.

Um dos seus maiores sucessos da carreira foi "O Bêbado e a Equilibrista", lançado no LP "Essa Mulher", cuja melodia de João Bosco foi inspirada inicialmente em "Smile", do ator e cineasta Charlie Chaplin, e cuja letra ganhou forma com outros deslocados na história, como os exilados pela ditadura militar brasileira. Assim que foi lançada por Elis Regina, a canção tornou-se símbolo do movimento pela anistia, de 1979.

A parceria João BoscoAldir Blanc rendeu outras canções marcantes, como "O Mestre-Sala dos Mares", "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "De Frente Pro Crime", "Kid Cavaquinho", "Incompatibilidade de Gênios", "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo", "Corsário", "Bijuterias", "Nação" (esta em parceria Paulo Emílio e gravada por Clara Nunes), "De Frente Pro Crime" (sucesso na voz de Simone) e "Caça à Raposa". No entanto, a partir da década de 1980, os amigos foram se afastando gradualmente, tendo voltado a se aproximar em 2002, quando João Bosco convidou o velho parceiro para uma gravação de "O Bêbado e a Equilibrista" em seu songbook, e dali voltaram a se falar por telefone diariamente, além de às vezes comporem. Ao todo, realizaram mais de 100 músicas.


Outros parceiros importantes na carreira de Aldir Blanc foram o violonista Guinga (mais de 80 parcerias), o sambista Moacyr Luz (mais de 60 parcerias) e o pianista Cristovão Bastos (mais de 30 parcerias).

Contendo apenas canções compostas com Aldir Blanc, Guinga lançou o seu disco de estreia, "Simples e Absurdo", início de uma parceria que renderia músicas como "Catavento e Girassol", "Nítido e Obscuro" e "Baião de Lacan".

Da parceria com Moacyr Luz vieram "Medalha de São Jorge" e "Coração do Agreste", esta um dos maiores sucessos da carreira de Fafá de Belém e tema da novela "Tieta" (1989). Compôs "Resposta ao Tempo", parceria com Cristovão Bastos gravada por Nana Caymmi, que virou tema de abertura da minissérie "Hilda Furacão" (1998).

Aldir Blanc também é autor, com Cleberson Horsth, da canção "A Viagem", sucesso gravado pelo grupo Roupa Nova e tema da novela com o mesmo nome, sucesso em 1994.


Embora tenha sido letrista de centenas de músicas, Aldir Blanc gravou como cantor apenas dois álbuns de estúdio. O primeiro deles em 1984, "Aldir Blanc e Maurício Tapajós", com Maurício Tapajós. E o segundo deles em 2005, "Vida Noturna", onde interpretou 12 faixas de sua autoria. Além desses, participou do tributo em sua homenagem, "Aldir Blanc - 50 Anos", lançado em 1996, que contou com a participação de Betinho ao lado do MPB-4 em "O Bêbado e a Equilibrista", e diversas participações especiais, como de Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.

Outra de suas grandes paixões, o futebol, foi também inspiração para diversas canções, como é o caso de "Gol Anulado" (Aldir Blanc e João Bosco). Vascaíno fanático, homenageou Roberto Dinamite em "Siri Recheado e o Cacete" (Aldir Blanc e João Bosco) e Romário "Yes, Zé-Manés" (Aldir Blanc e Guinga). Ainda compôs "Coração Verde e Amarelo" (Aldir Blanc e Tavito), que virou tema de uma emissora de televisão para a Copa do Mundo FIFA de 1994.

Um dos últimos trabalhos de Aldir Blanc foi compor, em parceria com Carlos Lyra, a trilha do musical "Era no Tempo do Rei", baseado no romance de Ruy Castro e com adaptação de Heloisa Seixas e Júlia Romeu.

Literatura

Paralelamente a sua carreira como compositor, Aldir Blanc começou a escrever crônicas inspiradas na sua vida nos subúrbios cariocas para os jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e a revista Homem, até fixar-se em O Pasquim, em 1975.

Da compilação de crônicas escritas para este último nasceriam os livros "Rua dos Artistas e Arredores" (1978) e "Porta de Tinturaria" (1981), que seriam reunidos em um só volume como o título "Rua dos Artistas e Transversais" (2006). Em suas crônicas, Aldir Blanc reconstruía cenas do cotidiano de ruas e personagens da sua infância em Vila Isabel, que segundo o cronista, existiram de fato, como o primo Esmeraldo (conhecido pelas domésticas da Penha como "Simpatia é Quase Amor", cognome que inspirou a criação do famoso bloco de Carnaval de Ipanema), Lindauro, Belizário, Pelópidas, Tatinha, Gogó de Ouro, Paulo Amarelo, Waldir Iapetec, Tuninho Sorvete. Também foi cronista dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia, além da revista Bundas.

Outras antologias de crônicas lançadas foram "Brasil Passado a Sujo: A Trajetória de Uma Porrada de Farsantes" (1993), "Vila Isabel - Inventário de Infância" (1996) e "Um Cara Bacana na 19ª"(1996).

Aldir Blanc teve em 2008 publicado "Guimbas", uma coleção de aforismos, e no ano seguinte o lançamento de "Uma Caixinha de Surpresas", sua estreia na literatura infantil.

Em 2009, foi publicado o livro "Vasco - A Cruz do Bacalhau", escrito em parceira com o jornalista José Reinaldo Marques, em homenagem ao time do coração de Aldir Blanc.

Na década de 2010, teve alguns títulos reeditados, além do lançamento de duas antologias de crônicas inéditas: "O Gabinete do Doutor Blanc: Sobre Jazz, Literatura e Outros Improvisos", compilação de textos saídos na revista eletrônica No, e "Direto do Balcão" reunião de colunas publicadas na imprensa.

Morte

Em 10/04/2020, Aldir Blanc deu entrada no Hospital Municipal Miguel Couto com infecção urinária e pneumonia. Com o agravamento do seu quadro clínico, ele foi transferido dias depois para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Pedro Ernesto, onde um exame revelou uma infecção pelo COVID-19.

Na madrugada de segunda-feira, 04/05/2020, Aldir Blanc acabou por não resistir e faleceu aos  73 anos, vítima de complicações da Covid-19, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Aldir Blanc foi cremado na tarde de terça-feira, 05/05/2020, no Crematório do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Por conta da pandemia de coronavírus, não houve velório.

Aldir Blanc deixou a esposa Mari Lucia, quatro filhas, cinco netos e um bisneto.

Discografia

Álbuns de Estúdio

  • 1984 - Aldir Blanc e Maurício Tapajós
  • 2005 - Vida Noturna

Coletâneas

  • 1984 - Rio, Ruas e Risos (Com Maurício Tapajós)
  • 1994 - Aldir Blanc e Maurício Tapajós

Tributos

  • 1991 - Simples e Absurdo (De Guinga)
  • 1996 - Aldir Blanc - 50 Anos (Com vários artistas)
  • 1996 - Catavento e Girassol (De Leila Pinheiro)
  • 1999 - Pequeno Círculo Íntimo (De Adriana Capparelli)
  • 2006 - Dorina Canta Sambas de Aldir e Ouvir Ao Vivo

Trilha Sonora

  • 2010 - Era no Tempo do Rei (Com vários artistas)


Livros


  • 1978 - Rua dos Artistas e Arredores (Ed. Codecri)
  • 1981 - Porta de Tinturaria
  • 1993 - Brasil Passado a Sujo (Ed. Geração)
  • 1996 - Vila Isabel - Inventário de Infância (Ed. Relume-Dumará)
  • 1996 - Um Cara Bacana na 19ª (Ed. Record)
  • 2004 - Heranças do Samba (Parceria com Hugo Sukman e Luiz Fernando Vianna)
  • 2006 - Rua dos Artistas e Transversais
  • 2008 - Guimbas
  • 2009 - Vasco - A Cruz do Bacalhau (Parceria com José Reinaldo Marques)
  • 2010 - Uma Caixinha de Surpresas
  • 2016 - O Gabinete do Doutor Blanc - Sobre Jazz, Literatura e Outros Improvisos
  • 2017 - Direto do Balcão

Fonte: Wikipédia
#FamososQuePartiram #AldirBlanc

Ernani Satyro

ERNÂNI AIRES SÁTIRO E SOUSA
(74 anos)
Fazendeiro, Poeta, Cronista, Romancista, Ensaísta e Político

☼ Patos, PB (11/09/1911)
┼ Brasília, DF (08/05/1986)

Ernâni Aires Sátiro e Sousa foi um fazendeiro, poeta, cronista, romancista, ensaísta e político brasileiro, que exerceu oito mandatos de deputado federal pela Paraíba. Foi ainda prefeito de João Pessoa e governador da Paraíba.

Pertenceu à Academia Paraibana de Letras, à Academia Brasiliense de Letras e à Academia Campinense de Letras.

Filho de Miguel Sátiro e Sousa e Capitulina Ayres Sátiro e Sousa, formou-se em 1933 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco.

Em 1934 elegeu-se deputado estadual pelo Partido Republicano Libertador (PRL) a exemplo do que fizera antes seu pai. Durante a vigência do Estado Novo getulista, dedicou-se à advocacia, fase interrompida apenas em 1940 quando foi nomeado prefeito de João Pessoa, cargo que exerceu por apenas dezoito dias.

Homem importante da União Democrática Nacional (UDN) foi eleito deputado federal para a Assembléia Nacional Constituinte em 1945 sendo reeleito em 1950, 1954, 1958 e 1962.

Partidário do Golpe Militar de 1964 foi eleito presidente da União Democrática Nacional (UDN), o último antes da instituição do bipartidarismo pelo Ato Institucional Número 2 em 27/10/1965. Ernâni Sátiro ingressou na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e foi reeleito em 1966.

Líder do governo Costa e Silva na Câmara dos Deputados entre 1967 e 1968, renunciou ao mandato em 09/05/1969 após ser escolhido ministro do Superior Tribunal Militar.

Em 1970 foi escolhido governador da Paraíba pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, fato que o levou a abdicar da toga ministerial.

De volta à política Ernâni Sátiro foi reeleito deputado federal em 1978 e 1982 quando já estava no Partido Democrático Social (PDS). Em seu último mandato ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira em 1984 e votou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985.

Ficou conhecido por tratar a todos que encontrava pela expressão "amigo velho".

Ernâni Sátiro faleceu vítima de derrame cerebral.

Academia Paraibana de Letras

É o fundador da cadeira número 32 da Academia Paraibana de Letras, que tem como patrono Carlos Dias Fernandes. Atualmente é ocupada por Wills Leal. Assumiu a sua cadeira em 03/08/1963, com saudação do acadêmico Ivan Bichara.


Obras

  • O Canto do Retardatário (Poesias)
  • 1954 - O Quadro-Negro (Romance)
  • 1957 - Mariana (Romance)

Fonte: Wikipédia

Dinah Silveira de Queiroz

DINAH SILVEIRA DE QUEIROZ
(71 anos)
Romancista, Contista e Cronista

* São Paulo, SP (09/11/1911)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/11/1982)

Filha de Alarico Silveira, advogado, homem público e autor de uma Enciclopédia Brasileira, e de Dinorah Ribeiro Silveira, de quem ficou órfã muito pequena. Quem lê "Floradas Na Serra", seu livro de estréia de 1939, tem sua atenção despertada por aquela cena em que, ao morrer, um personagem, não querendo contaminar a filha pequena, despede-se dela, à distância, e pede que retirem a fita que prendia o cabelo da menina para beijá-la. A cena se passou na realidade com a escritora. Dona Dinorah veio a falecer aos vinte e poucos anos, deixando duas filhas: Helena e Dinah.

Com a morte da mãe, cada uma das irmãs foi para casa de um parente. Dinah foi morar com sua tia-avó Zelinda, que tanto influiria em sua formação. Datam desses tempos as temporadas na fazenda em São José do Rio Pardo, na Mogiana. Nas freqüentes visitas que o pai fazia à filha, havia sempre tempo para os livros, quando ele lia, em voz alta, as narrativas de Herbert George Wells. As passagens da "Guerra dos Mundos" causariam grande impressão no espírito da menina, assim com os escritos de Camille Flamarion a respeito de astronomia.

Dinah Silveira de Queiroz estudou no Colégio Les Oiseaux, em São Paulo, onde com a irmã Helena colaborou assiduamente no Livro de Ouro, vindo "por motivo de doença de Helena", como sempre assegurou, a ficar, afinal, com seu troféu literário de menina.


Casou-se aos 19 anos com Narcélio de Queiróz, advogado e estudioso de Montaigne, que teria grande influência nas leituras da mulher e a levaria a descobrir a vocação de escritora. Teve duas filhas: Zelinda e Léa.

Em 1961, a romancista enviuvou e, no ano seguinte, casou-se com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves.

Seu primeiro trabalho literário recebeu o título de "Pecado", seguido da novela "A Sereia Verde", publicado pela Revista do Brasil, dirigida por Otávio Tarquínio de Sousa. Seu grande sucesso viria em 1939, com o romance "Floradas Na Serra", contemplado com o Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1940), da Academia Paulista de Letras, e transposto para o cinema em 1955.

Em 1941, publicou o volume de contos "A Sereia Verde", voltando ao romance em 1949, quando publicou "Margarida la Rocque", e em 1954, com o romance "A Muralha", em homenagem às festas do IV Centenário da fundação de São Paulo. Ainda em 54, a Academia Brasileira de Letras lhe conferiu o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.

Em 1956, fez uma incursão no teatro com a peça bíblica "O Oitavo Dia". No ano seguinte, publicou o volume de contos "As Noites do Morro do Encanto", que fora laureado com o Prêmio Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras (1950).


Em 1960, publicou outro volume de contos, "Eles Herdarão a Terra", no qual já manifestava seu interesse pela ficção científica, que irá expressar-se melhor em "Comba Malina" (1969). Em ambos, prevalece a narrativa vazada dentro do chamado realismo fantástico.

Em 1962 foi nomeada Adido Cultural da Embaixada do Brasil em Madri. Após o casamento com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves, seguiu com o marido para Moscou. Permaneceu na União Soviética quase dois anos, escrevendo artigos e crônicas, que eram veiculados na Rádio Nacional, na Rádio Ministério da Educação e no Jornal do Commercio. A ausência do Brasil criou em Dinah Silveira de Queiroz a necessidade de uma contribuição à vida brasileira, à qual concorria com suas crônicas diárias, mais tarde recolhidas no livro de crônicas "Café da Manha" (1969), e ainda em "Quadrante I" e "Quadrante II".

De volta ao Brasil, em 1964, escreveu "Os Invasores", romance histórico em comemoração do IV Centenário da fundação da Cidade do Rio de Janeiro.

Em 1966, partiu novamente para a Europa, fixando-se em Roma. Na capital italiana continuou a escrever crônicas e manteve um programa semanal na Rádio do Vaticano. Publicou a biografia da Princesa Isabel, "A Princesa dos Escravos", e "Verão dos Infiéis", romance inspirado nas palavras do Papa Paulo VI ao falar perante a Assembléia da Organização das Nações Unidas, em 1965. Essa obra recebeu o prêmio de ficção Prefeitura do Distrito Federal em 1969, quando comemorava a escritora trinta anos de literatura.


Em novembro de 1974, iniciou a publicação do "Memorial do Cristo", cujo primeiro volume se intitula "Eu Venho", seguido, em 1977, do segundo volume, "Eu, Jesus".

A eleição de Dinah Silveira de Queiroz, a segunda mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, em 1980, foi a consagração de uma escritora vinda de uma das famílias brasileiras mais voltadas às letras. Além do pai, Alarico Silveira, nela figuram os nomes de Valdomiro Silveira, um dos fundadores da nossa literatura regional; Agenor Silveira, poeta e filólogo; Helena Silveira, contista, cronista e romancista; Miroel Silveira, contista e teatrólogo; Isa Silveira Leal, novelista; Breno Silveira, tradutor; Cid Silveira, poeta; e Ênio Silveira, editor.

A escritora viveu os últimos anos em Lisboa, Portugal, onde o embaixador Dário de Castro Alves chefiava a representação diplomática do Brasil. Lá escreveu seu último romance, "Guida, Caríssima Guida", publicado em 1981.

Dinah Silveira de Queiroz sempre dizia que só pararia de escrever quando morresse. E, já muito grave seu estado de saúde, continuava, mesmo assim, a ditar, em São Paulo, suas crônicas diárias. E ditou-as até três dias antes de passar para a eternidade.


Academia Brasileira de Letras

Dinah Silveira de Queiroz tornou-se a segunda mulher a ocupar uma cadeira, a sétima ocupante da cadeira sete, na Academia Brasileira de Letras, em sucessão a Pontes de Miranda, tendo sido recebida em 07/04/1981, mesmo ano da publicação de seu último trabalho, o romance "Guida, Caríssima Guida".

Adaptações

Tanto "Floradas na Serra" como "A Muralha" ganharam adaptações para o cinema e para a televisão, com muito sucesso. "Floradas na Serra" foi filmado em 1953 pelo estúdio Vera Cruz, com direção do italiano Luciano Salce e estrelado por Cacilda Becker e Jardel Filho.

Na televisão, houve duas adaptações. Uma na TV Cultura, de São Paulo, em 1981, na série "Teleromance", com Bete Mendes e Amaury Alvarez, e a outra no início da década de 1990, na TV Manchete, com as atuações de Carolina Ferraz, Marcos Winter, Myrian Rios e Tarcísio Filho. Já "A Muralha" foi adaptada para a televisão em três oportunidades: a primeira, em 1961, em uma adaptação simples e sem muitos recursos de Benjamin Cattan para a TV Tupi; a segunda adaptação foi de Ivani Ribeiro, em 1968, para uma superprodução da TV Excelsior que reuniu todo o elenco de estrelas da casa, na época, e em 2000, quando Maria Adelaide Amaral fez uma das minisséries mais caras da TV Globo.

Prêmios

Dinah Silveira de Queiroz foi laureada com vários prêmios literários. Recebeu em 1940 da Academia Paulista de Letras o Prêmio Antônio de Alcântara Machado pela obra "Floradas na Serra". Seu romance "Verão dos Infiéis" recebeu o Prêmio Prefeitura do Distrito Federal, em 1969. Da Academia Brasileira de LetrasDinah foi agraciada com duas importantes premiações: o Prêmio Afonso Arinos em 1950, pelo volume de contos "As Noites do Morro do Encanto" e o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, em 1954.


Obras


  • 1939 - Floradas na Serra (Romance)
  • 1941 - A Sereia Verde (Contos)
  • 1949 - Margarida La Rocque (Romance)
  • 1951 - As Aventuras do Homem Vegetal (Infantil)
  • 1954 - A Muralha (Romance)
  • 1956 - O Oitavo Dia (Teatro)
  • 1957 - As Noite do Morro do Encanto (Conto)
  • 1960 - Era Uma Vez Uma Princesa (Biografia)
  • 1960 - Eles Herdarão a Terra (Conto)
  • 1965 - Os Invasores (Romance)
  • 1966 - A Princesa dos Escravos (Biografia)
  • 1968 - Verão dos Infiéis (Romance)
  • 1969 - Comba Malina (Conto)
  • 1969 - Café da Manhã (Crônicas)
  • 1974 - Eu Venho, Memorial do Cristo I
  • 1977 - Eu, Jesus, Memorial do Cristo II
  • 1979 - Baía de Espuma (Infantil)
  • 1981 - Guida, Caríssima Guida (Contos)


Em Colaboração


  • 1960 - Antologia Brasileira de Ficção-Científica (Conto)
  • 1961 - Histórias do Acontecerá (Conto)
  • 1962 - O Mistério dos MMM (Contos)
  • 1962 - Quadrante 1 (Crônicas)
  • 1963 - Quadrante 2 (Crônicas)


Elsie Lessa

ELSIE LESSA
(86 anos)
Jornalista e Cronista

* São Paulo, SP (05/04/1914)
+ Cascais, Portugal (17/05/2000)

Elsie Lessa foi uma jornalista e cronista brasileira.

De 1952 a 2000, Elsie Lessa escreveu e publicou, sem interrupção, no jornal O Globo. Nenhum outro escritor teve um espaço por tanto tempo nas páginas do jornal.

Na juventude, embora natural de São Paulo, foi considerada uma das duas mais belas mulheres do Rio de Janeiro, a outra era Adalgisa Nery. O cronista Rubem Braga a seguiu pelas ruas de São Paulo, fascinado pela sua beleza e graça.

Entrou em O Globo como repórter, em 1946. Sobre ela, o escritor Ruy Castro disse:

"Elsie tem seu lugar ao lado dos maiores cronistas da língua portuguesa, como Rubem Braga, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino."

Era neta do escritor e gramático Júlio Ribeiro, membro da Academia Brasileira de Letras, e foi casada com o escritor e também imortal Orígenes Lessa, com quem teve um filho, o jornalista, cronista e escritor Ivan Lessa. Foi casada, pela segunda vez, com o jornalista e escritor Ivan Pedro de Martins.

Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra
Saudades de Elsie Lessa

Carecem os jornais de hoje de textos que nos queiram tocar a alma, reacender-nos a sensibilidade, proporcionar-nos reflexões sobre as coisas simples da vida. O veículo jornal nada mais é que uma fonte crua e opaca de realidade, que mais nos seda os sentidos que instiga nosso impulso vivificador.

Pensar as singelezas da vida tornou-se atividade sem lugar na esteira incessante dos compromissos que nos aguardam e a reflexão sobre o cotidiano restringiu-se à abordagem de temas tais como violência, corrupção e miséria.

Cada dia mais robotizado na rotina casa-trabalho-casa, ao indivíduo resta "entreter-se" no entorpecimento dos copos de cerveja ou na alienação proporcionada pela caixa mágica que cotidianamente veneramos no calor do lar. Em outras palavras, estamos atrofiando os nossos sentidos. Somos, gradativamente, mais e mais incapazes de nos ater às singularidades, aos detalhes, às sutilezas do mundo que nos cerca. O prazer, cada vez mas indissociável do consumismo e refém das táticas de propaganda e do conceito de propriedade capitalista, torna-nos constantemente insatisfeitos.

Há alguns anos, perdemos uma das nossas mais sensíveis cronistas, Elsie Lessa, cujo lirismo do olhar nos revelava belezas insuspeitadas numa vida predominantemente caótica. Amiga do velho Rubem Braga, com que compartilhava semelhanças e anseios, essa cidadã do mundo (pois residiu em diversas cidades, brasileira e européias) voltava sua curiosidade para tudo aquilo que valesse a pena ser lembrado, contemplado: um sorriso de criança a brincar, um entardecer cor de rosa que nos transforma os sentimentos, a expressão inesperadamente curiosa de um companheiro anônimo de viagem, uma conversa com amigos à beira da praia, um passeio de bicicleta...

Jefferson Ávila Júnior acompanha visita de Elsie Lessa ao Museu Antônio Parreiras

Elsie nos convidava a desviar os olhos da rotina célere e voltá-los para elementos mais simples, resistentes, mas não menos belos, coisas corriqueiras que passam despercebidas por nossa sensibilidade fragilizada, numa tentativa de resgatar um prazer e uma felicidade primordiais. Faz parte dessa iniciativa o apego que a cronista tem por suas memórias. Elsie lança mão das próprias lembranças para, associando-as à memória da cidade (ou das cidades por onde passou), resgatar a sua própria história do esquecimento gradativo, causado pelo excesso de atribuições e informações do presente. Degustar novamente pela via da memória um doce que se comia na infância, comprado numa barraquinha que não mais existe; relembrar os livros que se lia na juventude, debaixo de uma árvore, comendo pão com manteiga; reconhecer-se emocionada e surpreendida diante da casa onde residiu na infância, tão igual a antes, mas tão oprimida pelas grandes construções modernas... Eis alguns exemplos hábitos e sensações que se quer proteger do fenecimento. Essa atitude revela a necessidade da escritora em colecionar experiências significativas e contáveis para dividi-las com o público leitor. Este, impulsionado didaticamente pela proposta da autora, vê-se incitado a fazer o mesmo e a reencontrar um prazer adormecido. E ao se permitir enxergar o mundo com olhos lúdicos, reata laços afetivos com a cidade - agora não somente agente de violência, mas também fonte de deleite – recobrando a capacidade de encontrar satisfação em coisas simples. Não se trata de fechar os olhos para os dilemas e dificuldades da vida, mas sim de impedir que eles amortizem a nossa sensibilidade, desumanizando-nos.

Para aqueles que desejem "experimentar" as crônicas lessianas, há as coletâneas "A Dama da Noite", "Ponte Rio-Londres" e "Canta Que a Vida é Um Dia". Permita-se reencontrar sua alma infantil e faça as pazes com o mundo e com a vida.

Aline Aimée Carneiro de Oliveira

Carlos Reverbel

CARLOS DE MACEDO REVERBEL
(84 anos)
Jornalista, Cronista e Historiador

* Quaraí, RS (21/07/1912)
+ Porto Alegre, RS (27/06/1997)

Carlos Reverbel foi um dos maiores estudiosos da cultura gaúcha deste século. Jornalista militante, pesquisou sobre imprensa e história do Rio Grande do Sul, formando a maior biblioteca especializada do estado.

Carlos Reverbel deixou uma obra representativa de suas paixões e do seu trabalho. Escreveu sobre Simões Lopes Neto em "Um Capitão da Guarda Nacional" (1981), sobre Assis Brasil em "Diário de Cecília de Assis Brasil" (1983) e "Pedras Altas" (1984). Suas crônicas foram reunidas em "Barco de Papel" (1978) e "Saudações Aftosas" (1980).

Escreveu, ainda, "Maragatos e Pica-Paus" (1985) e "Assis Brasil" (1990). "Arca de Blau" (1993) reúne suas memórias em depoimento dado à jornalista Cláudia Laitano. "O Gaúcho", publicado originalmente em 1986, é um dos mais completos ensaios históricos sobre a origem e a formação do gaúcho.

Depois de passar a infância em São Gabriel, Carlos Reverbel foi para Porto Alegre em 1927. Iniciou na carreira jornalística em 1934, em Florianópolis, SC. Atuou como correspondente internacional em três ocasiões diferentes.

Morou no Rio de Janeiro por um tempo e colaborou com o jornal A Razão, de Santa Maria, RS, e trabalhou na Editora Globo, na Revista do Globo e foi um dos criadores da revista Província de São Pedro. Foi pesquisador da história e da literatura do Rio Grande do Sul e colaborador dos jornais Correio do Povo e Zero Hora.

Carlos Reverbel foi escolhido como o patrono da Feira do Livro de Porto Alegre de 1993.

Carlos Reverbel (Foto: Dulce Helfer)
Obra Literária

  • 1978 - Barco de Papel (Crônicas)
  • 1980 - Saudações Aftosas (Crônicas)
  • 1981 - Um Capitão da Guarda Nacional (Biografia de Simões Lopes Neto)
  • 1984 - Diário de Cecília de Assis Brasil
  • 1984 - Pedras Altas - A Vida no Campo Segundo Assis Brasil
  • 1985 - Maragatos e Pica-paus
  • 1986 - O Gaúcho
  • 1993 - Arca de Blau (Memórias)


Álvaro Moreyra

ÁLVARO MARIA DA SOLEDADE PINTO DA FONSECA VELHINHO RODRIGUES MOREIRA DA SILVA
(75 anos)
Escritor, Poeta, Cronista e Jornalista

* Porto Alegre, RS (23/11/1888)
+ Rio de Janeiro, RJ (12/09/1964)

Álvaro Moreyra foi um poeta, cronista e jornalista brasileiro. Modificou voluntariamente o longo nome de família para Álvaro Moreyra, com "y", para que esta letra "representasse as supressões" destes nomes.

Nascido Álvaro Maria da Soledade Pinto da Fonseca Velhinho Rodrigues Moreira da Silva, filho de João Moreira da Silva, autor teatral, cronista e poeta, e de Maria Rita Pinto da Fonseca, estudou no colégio jesuíta de São Leopoldo. Ao terminá-lo foi trabalhar como jornalista em Porto Alegre, no Petit Journal e depois no Jornal da Manhã, de Alcides Maya.

Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se em Direito em 1910. Entre 1912 e 1914 esteve em Paris e viajou também à Itália, Bélgica e Inglaterra. De volta ao Brasil, iniciou a carreira jornalística no Rio de Janeiro, tendo sido redator da Fon-Fon, Bahia Ilustrada, A Hora, Boa Nova, Ilustração Brasileira, Diretrizes e Para Todos. Com Brício de Abreu, criou o periódico Dom Casmurro.

Admirador das artes cênicas, fundou no Rio de Janeiro, em 1927, o "Teatro de Brinquedo", junto com sua esposa, o primeiro movimento racionalmente estruturado no país para a renovação do teatro.

Em 1937, apresentou à Comissão de Teatro do Ministério da Educação e Cultura, um plano de organização de uma "Companhia Dramática Brasileira", que foi aceito. Com ela, Álvaro Moreyra excursionou aos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, e fez temporada de três meses no Teatro Regina, do Rio de Janeiro.

A partir de 1942, teve destacada atuação no rádio brasileiro, onde além de escrever crônicas, também as interpretava ao microfone. Esteve na Rádio Cruzeiro do Sul, entre 1942 e 1945, passando, a seguir, a trabalhar na Rádio Globo, onde celebrizou-se por sua participação no programa "Conversa em Família". Depois passou a apresentar o "Bom-dia Amigos", uma crônica diária de cinco minutos, que ele transformou num recado de bom-humor, alegria, conselho, poesia e, sobretudo, de humanismo.

Em 1958, recebeu o prêmio do melhor disco de poesia com os "Pregões do Rio de Janeiro". Era membro da Fundação Graça Aranha, da Sociedade Felipe d’Oliveira, da Academia Carioca de Letras e do Pen Clube do Brasil.

Era casado com Eugênia Álvaro Moreyra, sua companheira de teatro e jornalismo, uma líder feminista, e sua residência em Copacabana era ponto de encontro de escritores e intelectuais. Enviuvando, casou com Cyla Rosenberg.


Academia Brasileira de Letras

Álvaro Moreyra foi membro da Academia Brasileira de Letras, sendo o quarto ocupante da cadeira 21. Foi eleito em 13 de agosto de 1959, na sucessão de Olegário Mariano, tendo sido recebido por Múcio Leão em 23 de novembro de 1959.

Poesia

  • 1909 - Degenerada
  • 1909 - Casa Desmoronada
  • 1910 - Elegia da Bruma
  • 1911 - Legenda da Luz e da Vida
  • 1916 - Lenda das Rosas
  • 1929 - Circo
  • 1933 - Caixinha dos Três Segredos

Prosa

  • 1915 - Um Sorriso Para Tudo
  • 1921 - O Outro Lado da Vida
  • 1923 - A Cidade Mulher
  • 1924 - Cocaína
  • 1927 - A Boneca Vestida de Arlequim
  • 1933 - O Brasil Continua
  • 1936 - Tempo Perdido
  • 1946 - Teatro Espanhol na Renascença
  • 1954 - As Amargas, Não...
  • 1955 - O Dia Nos Olhos
  • 1958 - Havia Uma Oliveira no Jardim

Teatro

  • 1929 - Adão e Eva e Outros Membros da Família

Discursos

O mais conhecido é o dedicado a Olavo Bilac, na sessão solene do Conselho Municipal de Porto Alegre, em 1916.

Fonte: Wikipédia

Rubem Braga

RUBEM BRAGA
(77 anos)
Escritor,  Repórter, Redator, Editorialista e Cronista

☼ Cachoeiro de Itapemirim, ES (12/01/1913)
┼ Rio de Janeiro, RJ (19/12/1990)

Rubem Braga foi um escritor, irmão do poeta e jornalista Newton Braga. Era considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, em 12 de janeiro de 1913.

Iniciou seus estudos em Cachoeiro de Itapemirim, porém, quando fazia o ginásio, revoltou-se com um professor de matemática que o chamou de burro e pediu ao pai para sair da escola. Sua família o enviou para Niterói, RJ, onde moravam alguns parentes, para estudar no Colégio Salesiano.

Iniciou a faculdade de Direito no Rio de Janeiro, mas se formou em Belo Horizonte, MG, em 1932, depois de ter participado, como repórter dos Diários Associados, da cobertura da Revolução Constitucionalista, em Minas Gerais - no front da Mantiqueira conheceu Juscelino Kubitschek de Oliveira e Adhemar de Barros.

Na capital mineira se casou, em 1936, com Zora Seljan Braga, de quem posteriormente se desquitou, mãe de seu único filho Roberto Braga.

Rubem Braga foi correspondente de guerra do Diário Carioca na Itália, onde escreveu o livro "Com a FEB na Itália", em 1945, sendo que lá fez amizade com Joel Silveira. De volta ao Brasil morou em Recife, Porto Alegre e São Paulo, antes de se estabelecer definitivamente no Rio de Janeiro. Primeiro numa pensão do Catete, onde foi companheiro de Graciliano Ramos. Depois, numa casa no Posto Seis, em Copacabana, e por fim num apartamento na Rua Barão da Torre, em Ipanema.

Rubem Braga (E) e Newton Braga (D) em 1932
Sua vida no Brasil, no Estado Novo, não foi mais fácil do que a dos tempos de guerra. Foi preso algumas vezes, e em diversas ocasiões andou se escondendo da repressão.

Seu primeiro livro, "O Conde e o Passarinho", foi publicado em 1936, quando o autor tinha 22 anos, pela Editora José Olympio. Na crônica-título, escreveu:

"A minha vida sempre foi orientada pelo fato de eu não pretender ser conde."

De fato, quase tanto como pelos seus livros, o cronista ficou famoso pelo seu temperamento introspectivo e por gostar da solidão. Como escritor, Rubem Braga teve a característica singular de ser o único autor nacional de primeira linha a se tornar célebre exclusivamente através da crônica, um gênero que não é recomendável a quem almeja a posteridade.

Certa vez, solicitado pelo amigo Fernando Sabino a fazer uma descrição de si mesmo, declarou:

"Sempre escrevi para ser publicado no dia seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso, mas em bom estado de funcionamento."

Foi com Fernando Sabino e Otto Lara Resende que Rubem Braga fundou, em 1968, a Editora Sabiá, responsável pelo lançamento no Brasil de escritores como Gabriel García Márquez, Pablo Neruda e Jorge Luis Borges.

Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos texto de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."


A chave para entendermos a popularidade de sua obra, toda ela composta de volumes de crônicas sucessivamente esgotados, foi dada pelo próprio escritor: ele gostava de declarar que um dos versos mais bonitos de Camões"A Grande Dor Das Coisas Que Passaram", fora escrito apenas com palavras corriqueiras do idioma. Da mesma forma, suas crônicas eram marcadas pela linguagem coloquial e pelas temáticas simples.

Como jornalista, Rubem Braga exerceu as funções de repórter, redator, editorialista e cronista em jornais e revistas do Rio de Janeiro, de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Foi correspondente de O Globo em Paris, em 1947, e do Correio da Manhã em 1950.

Amigo de Café Filho, vice-presidente e depois presidente do Brasil, foi nomeado Chefe do Escritório Comercial do Brasil em Santiago, no Chile, em 1953. Em 1961, com os amigos Jânio Quadros na Presidência e Affonso Arinos no Itamaraty, tornou-se Embaixador do Brasil no Marrocos. Mas Rubem Braga nunca se afastou do jornalismo. Fez reportagens sobre assuntos culturais, econômicos e políticos na Argentina, nos Estados Unidos, em Cuba, e em outros países.

Quando faleceu, era funcionário da TV Globo. Seu amigo Edvaldo Pacote, que o levou para lá, disse:

"O Rubem era um turrão, com uma veia extraordinária de humor. Uma pessoa fechada, ao mesmo tempo poeta e poético. Era preciso ser muito seu amigo para que ele entreabrisse uma porta de sua alma. Ele só era menos contido com as mulheres. Quando não estava apaixonado por uma em particular, estava apaixonado por todas. Eu o levei para a Globo... Ele escrevia todos os textos que exigiam mais sensibilidade e qualidade, e fazia isto mantendo um grande apelo popular."

Morte

Na noite de segunda-feira, 17/12/1990, o escritor Rubem Braga reuniu um pequeno grupo de amigos, cada vez mais selecionados por ele, na sua cobertura em Ipanema. Foi uma visita silenciosa, mas claramente subentendida pelos amigos Moacyr Werneck de Castro, Otto Lara Resende e Edvaldo Pacote.

Às 23:30 hs da noite de quarta-feira, 19/12/1990, sedado num quarto do Hospital Samaritano, Rubem Braga morreu, sozinho como desejara e pedira aos amigos. A causa da morte foi uma Parada Respiratória em conseqüência de um tumor na laringe que ele preferiu não operar nem tratar quimicamente.

Homenagem

Foi inaugurada no dia 30/06/2010 a terceira saída da estação General Osório do Metrô em Ipanema, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. O novo acesso, que conta com duas torres com dois elevadores ligando a Rua Barão da Torre ao Morro do Cantagalo, recebeu o nome de Complexo Rubem Braga, em homenagem ao escritor que por anos morou na cobertura do prédio vizinho à estação.

Crônica

  • 1936 - O Conde e o Passarinho
  • 1944 - O Morro do Isolamento
  • 1945 - Com a FEB na Itália
  • 1948 - Um Pé de Milho
  • 1949 - O Homem Rouco
  • 1951 - 50 Crônicas Escolhidas
  • 1954 - Três Primitivos
  • 1955 - A Borboleta Amarela
  • 1957 - A Cidade e a Roça
  • 1958 - 100 Crônicas Escolhidas
  • 1960 - Ai de Ti, Copacabana
  • 1961 - O Conde e o Passarinho e O Morro do Isolamento
  • 1964 - Crônicas de Guerra - Com a FEB na Itália
  • 1964 - A Cidade e a Roça e Três Primitivos
  • 1967 - A Traição das Elegantes
  • 1988 - As Boas Coisas da Vida
  • 1990 - O Verão e as Mulheres
  • 200 Crônicas Escolhidas
  • Casa dos Braga: Memória de Infância (Público Juvenil)
  • 2002 - 1939 - Um episódio em Porto Alegre (Uma Fada no Front)
  • Histórias do Homem Rouco
  • Os Melhores Contos de Rubem Braga (Seleção Davi Arrigucci)
  • O Menino e o Tuim
  • Recado de Primavera
  • Um Cartão de Paris
  • Pequena Antologia do Braga


Romance

  • Casa do Braga


Adaptações

  • O Livro de Ouro dos Contos Russos
  • Os Melhores Poemas de Casimiro de Abreu (Seleção e Prefácio)
  • Coleção Reencontro Audiolivro - Cirano de Bergerac - Edmond Rostand
  • Coleção Reencontro: As Aventuras Prodigiosas de Tartarin de Tarascon Alphonse Daudet
  • Coleção Reencontro: Os Lusíadas - Luis de Camões (Com Edson Braga)


Tradução

  • Antoine de Saint-Exupéry - Terra dos Homens.


Sobre Rubem Braga

  • Na Cobertura de Rubem Braga (João Castello)
  • Rubem Braga (Jorge de Sá)
  • Rubem Braga - Um Cigano Fazendeiro do Ar (Marco Antonio de Carvalho)


No volume publicado, também de crônicas, "As Coisas Boas da Vida", em 1988, Rubem Braga enumera, no texto que dá título ao livro "as dez coisas que fazem a vida valer a pena". A última delas: "Pensar que, por pior que estejam as coisas, há sempre uma solução, a morte - o assim chamado descanso eterno".

Fonte: Wikipédia e Releituras

Lêdo Ivo

LÊDO IVO
(88 anos)
Jornalista, Poeta, Romancista, Contista, Cronista e Ensaísta

* Maceió, AL (18/02/1924)
+ Sevilha, Espanha (23/12/2012)

Quinto ocupante da Cadeira nº 10, eleito em 13 de novembro 1986, na sucessão de Orígenes Lessa e recebido em 7 de abril de 1987 pelo acadêmico Dom Marcos Barbosa. Recebeu os acadêmicos Geraldo França de Lima, Nélida Piñon e Sábato Magaldi.

Lêdo Ivo nasceu no dia 18 de fevereiro de 1924, em Maceió, AL, filho de Floriano Ivo e Eurídice Plácido de Araújo Ivo. Casado com Maria Lêda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), tem o casal três filhos: Patrícia, Maria da Graça e Gonçalo.

Fez os cursos primário e secundário em sua cidade natal. Em 1940, transferiu-se para o Recife, onde ocorreu sua primeira formação cultural. Em 1941, participou do I Congresso de Poesia do Recife. Em 1943 transferiu-se para o Rio de Janeiro e se  matriculou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, pela qual se formou. Passou a colaborar em suplementos literários e a trabalhar na imprensa carioca, como jornalista profissional.

Em 1944, estreou na literatura com "As Imaginações", poesia, e no ano seguinte publicou "Ode e Elegia", distinguido com o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Nos anos subsequentes  sua obra literária avolumou-se com a publicação de livros de poesia, romance, conto, crônica e ensaio.

Em 1947, seu romance de estréia "As Alianças" mereceu o Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha. Em 1949, pronunciou, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a conferência "A geração de 1945". Nesse ano, formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, mas nunca advogou, preferindo continuar exercendo o jornalismo.


No início de 1953, foi morar em Paris. Visitou vários países da Europa e, em fins de 1954, retornou ao Brasil, reiniciando suas atividades literárias e jornalísticas.

Em 1963, a convite do governo norte-americano, realizou uma viagem de dois meses (novembro e dezembro) pelos Estados Unidos, pronunciando palestras em universidades e conhecendo escritores e artistas.

Ao seu livro de crônicas "A Cidade e os Dias" (1957) foi atribuído o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras.

Como memorialista, publicou "Confissões de um Poeta" (1979), distinguido com o Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal, e "O Aluno Relapso" (1991).

Seu romance "Ninho de Cobras" foi traduzido para o inglês, sob o título "Snakes’ Nest", e em dinamarquês, sob o título "Slangeboet". No México, saíram várias coletâneas de poemas seus, entre as quais "La Imaginaria Ventana Abierta", "Oda al Crepúsculo", "Las Pistas", "Las Islas Inacabadas", "La Tierra Allende", "Mía Patria Húmeda" e "Réquiem".

Em Lima, foi editada uma antologia, "Poemas"; na Espanha saíram "La Moneda Perdida" e "La Aldea de Sal"; nos Estados Unidos, "Landsend", antologia poética; na Holanda, a seleção de poemas "Vleermuizen em blauw Krabben" (Morcegos e Goiamuns).

No Chile, saiu a antologia "Los Murciélagos". Na Venezuela, foi publicada a antologia "El Sol de los Amantes".

Na Itália foram publicados "Illuminazioni" e "Réquiem".


Em 1973, foram conferidos a "Finisterra" o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (poesia) do PEN Clube do Brasil, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal e o Prêmio Casimiro de Abreu do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

O seu romance "Ninho de Cobras" conquistou o Prêmio Nacional Walmap de 1973. Em 1974, "Finisterra" recebeu o Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 1982, foi distinguido com o Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras.

Ao seu livro de ensaios "A Ética da Aventura" foi atribuído, em 1983, o Prêmio Nacional de Ensaio do Instituto Nacional do Livro. Em 1986, recebeu o Prêmio Homenagem à Cultura, da Nestlé, pela sua obra poética.

Eleito "Intelectual do Ano de 1990", recebeu o Troféu Juca Pato do seu antecessor nessa láurea, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Ao seu livro de poemas "Curral de Peixe" o Clube de Poesia de São Paulo atribuiu o Prêmio Cassiano Ricardo em 1996.

Em 2004 foi-lhe outorgado o Prêmio Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro, pelo conjunto da obra.

No plano internacional, Lêdo Ivo é detentor do Prêmio de Poesia del Mundo Latino Victor Sandoval (México, 2008), do Prêmio de Literatura Brasileira da Casa de las Américas (Cuba, 2009) e do Prêmio Rosalía de Castro, do PEN Clube da Galícia (Espanha, 2010).

Ao longo de sua vida literária, Lêdo Ivo foi convidado numerosas vezes para representar o Brasil em congressos culturais e participar de encontros internacionais de poesia.

É sócio efetivo da Academia Alagoana de Letras, sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, sócio efetivo da Academia de Letras do Brasil, sócio honorário da Academia Petropolitana de Letras, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

Morte

Lêdo Ivo morreu, na madrugada de domingo, 23/12/2012, em Sevilha, na Espanha, vítima de Infarto, aos 88 anos.

Segundo informações de familiares, o jornalista passou mal quando almoçava num restaurante. Ele seguiu até o hotel onde recebeu atendimento médico, mas acabou falecendo antes mesmo de ser encaminhado ao hospital da cidade.

O corpo de Lêdo Ivo vai ser cremado na Europa. As cinzas serão trazidas para o Rio de Janeiro e serão sepultadas no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras no Cemitério São João Batista.

O imortal vai ser homenageado numa sessão extraordinária da Academia Brasileira de Letras no dia 10 de janeiro de 2013.


Condecorações

  • Ordem do Mérito dos Palmares, no grau de Grã-Cruz
  • Ordem do Mérito Militar, no grau de Oficial
  • Ordem do Rio Branco, no grau de Comendador
  • Medalha Manuel Bandeira
  • Cidadão honorário de Penedo, Alagoas
  • Grande Benemérito do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro
  • Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Alagoas
  • Pertence ao PEN Clube Internacional, sediado em Paris

Bibliografia
Conjunto da obra de Lêdo Ivo

Poesia

  • 1944 - As Imaginações
  • 1945 - Ode e Elegia
  • 1948 - Acontecimento do Soneto. Barcelona: O Livro Inconsútil
  • 1948 - Ode ao Crepúsculo
  • 1949 - Cântico. Ilustrações de Emeric Marcier
  • 1951 - Linguagem: (1949-19041)
  • 1951 - Ode Equatorial. Com xilogravuras de Anísio Medeiros
  • 1951 - Acontecimento do Soneto. Incluindo Ode à Noite
  • 1955 - Um Brasileiro em Paris e O Rei da Europa
  • 1960 - Magias
  • 1962 - Uma Lira dos Vinte Anos
  • 1964 - Estação Central
  • 1965 - Rio, a Cidade e os Dias: Crônicas e Histórias
  • 1972 - Finisterra
  • 1974 - O Sinal Semafórico
  • 1980 - O Soldado Raso
  • 1982 - A Noite Misteriosa
  • 1985 - Calabar
  • 1987 - Mar Oceano
  • 1990 - Crepúsculo Civil
  • 1995 - Curral de Peixe
  • 1997 - Noturno Romano. Com gravuras de João Athanasio
  • 2000 - O Rumor da Noite
  • 2004 - Plenilúnio
  • 2008 - Réquiem
  • 2004 - Poesia Completa - 1940-2004
  • 2008 - Réquiem. Com pinturas de Gonçalo Ivo e desenho de Gianguido Bonfanti

Antologias

  • 1965 - Antologia Poética
  • 1966 - O Flautim
  • 1966 - 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor
  • 1976 - Central Poética
  • 1983 - Os Melhores Poemas de Lêdo Ivo (2ª edição, 1990)
  • 1986 - 10 Contos Escolhidos
  • 1987 - Cem Sonetos de Amor
  • 1991 - Antologia Poética
  • 1995 - Os Melhores Contos de Lêdo Ivo
  • 1988 - Um Domingo Perdido (Contos)
  • 2000 - Poesia Viva
  • 2004 - Melhores Crônicas de Lêdo Ivo
  • 2004 - 50 Poemas Escolhidos Pelo Autor
  • 2005 - Cem Poemas de Amor
  • 2010 - O Vento do Mar

Romance

  • 1947 - As Alianças (Prêmio da Fundação Graça Aranha)
  • 1948 - O Caminho Sem Aventura
  • 1964 - O Sobrinho do General
  • 1973 - Ninho de Cobras (V Prêmio Walmap)
  • 1984 - A Morte do Brasil

Conto

  • 1961 - Use a Passagem Subterrânea
  • 1966 - O Flautim
  • 1986 - 10 Contos Escolhidos
  • 1995 - Os Melhores Contos de Lêdo Ivo
  • 1998 - Um Domingo Perdido

Crônica

  • 1957 - A Cidade e os Dias
  • 1971 - O Navio Adormecido no Bosque
  • 2004 - As Melhores Crônicas de Lêdo Ivo

Ensaio

  • 1951 - Lição de Mário de Andrade
  • 1955 - O Preto no Branco. Exegese de um poema de Manuel Bandeira
  • 1958 - Raimundo Correia: Poesia (apresentação, seleção e notas)
  • 1961 - Paraísos de Papel
  • 1963 - Ladrão de Flor
  • 1963 - O Universo Poético de Raul Pompéia
  • 1967 - Poesia Observada
  • 1972 - Modernismo e Modernidade
  • 1976 - Teoria e Celebração
  • 1976 - Alagoas
  • 1982 - A Ética da Aventura
  • 1995 - A República da Desilusão
  • 2009 - O Ajudante de Mentiroso
  • 2009 - João do Rio

Autobiografia

  • 1979 - Confissões de um Poeta
  • 1991 - O Aluno Relapso

Literatura Infanto-Juvenil

  • 1990 - O Canário Azul
  • 1995 - O Menino da Noite
  • 2000 - O Rato da Sacristia
  • 2009 - A História da Tartaruga

Edição Conjunta

  • 1971 - O Navio Adormecido no Bosque (reunindo A Cidade e os Dias e Ladrão de Flor)