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Carlos Castello Branco

CARLOS CASTELLO BRANCO
(72 anos)
Jornalista, Contista e Romancista

☼ Teresina, PI (15/06/1920)
┼ Rio de Janeiro, RJ (01/06/1993)

Carlos Castelo Branco foi um jornalista e escritor brasileiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Piauiense de Letras. A coluna que manteve por décadas no Jornal do Brasil é um marco do jornalismo político. Seu acervo encontra-se no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Ruy Barbosa.

Era filho do desembargador Christino Castello Branco e de Dulcilla Santana Branco. Formou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais, em 1943.

Jornalista desde 1939, trabalhou na cadeia dos Diários Associados, passando por diversos cargos de chefia e fixando-se como repórter político, a partir de 1949, inicialmente no O Jornal, depois no Diário Carioca e na revista O Cruzeiro.

Vocação literária intermitente e absorvida pelo jornalismo, Carlos Castelo Branco foi parte da "geração mineira de 1945", ao lado de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, tendo publicado, em 1952, o livro "Continhos Brasileiros".

Único contista piauiense citado por Herman Lima no seu livro "Variações Sobre o Conto", a carreira puramente literária de Carlos Castello Branco interrompeu-se com o romance "Arco de Triunfo", publicado em 1959, para dar lugar a uma das mais fulgurantes carreiras do jornalismo brasileiro.


A atividade jornalística de Carlos Castello Branco seria interrompida brevemente em 1961, quando assumiu o cargo de Secretário de Imprensa do presidente Jânio Quadros. A proximidade com Jânio Quadros possibilitou-lhe recolher dados e circunstâncias que ninguém mais seria capaz de alinhar com tanta percuciência e segurança, e que ele iria relatar no seu livro póstumo "A Renúncia de Jânio" (1996). Ele próprio condicionou a publicação do depoimento a um prazo além de sua morte, porque não queria ninguém apontando-lhe reservas e omissões, ou até incapacidade em explicar a renúncia do presidente Jânio Quadros. Se houvesse por acaso alguma explicação objetiva, o notável jornalista que foi Carlos Castello Branco certamente decifraria as motivações desse ato.

Voltou ao jornalismo em 1962, como chefe da sucursal do Jornal do Brasil em Brasília, cargo que exerceu até 1972, e como colunista político, que foi até o fim da vida, na sua Coluna do Castello.

Reunindo suas colunas, publicou uma série de livros sobre "os fatos que precederam e sucederam o Movimento de março de 1964": os dois volumes de "Introdução à Revolução de 1964" e os quatro volumes de "Os Militares no Poder", que teriam seu seguimento, conforme disse o autor, "na medida da persistência do interesse público por um depoimento que, à margem da história, procura dar apenas uma visão parcial e contemporânea de situações complexas, repetitivas, monótonas, mas apaixonantes".

A Coluna de Castello representou, por unânime consenso, a peça mais importante do jornalismo político brasileiro. Sua leitura, todos os dias, constituía uma obrigação fundamental de todas as pessoas com qualquer dose de interesse, direto ou indireto, na vida pública do país.


A história de Carlos Castello Branco confunde-se com a história da redemocratização brasileira. Desde a queda da ditadura Vargas, Castelinho como todos os jornalistas o chamavam, passou a viver e a respirar com as instituições políticas. Pode-se dizer mesmo que passou a fazer parte delas: quando a liberdade floresce, Carlos Castello Branco se torna uma das personalidades importantes da República. Nas épocas de regressão, está sempre na primeira lista dos encarcerados. Não que ele fosse subversivo, perigoso. Ao contrário, era conservador e pacato. Mas seus escritos tinham a virtude de incomodar os poderosos que, a pretexto de salvar a pátria, escravizam seus concidadãos.

Além da aptidão jornalística de testemunhar, registrar e reter na memória, Carlos Castello Branco era uma estrela de primeira grandeza na profissão de interpretar os fatos políticos.

Jornalista dos mais conhecidos e respeitados, foi eleito, em 1976, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, cargo que exerceu até 1981.

Em 24/10/1978, foi homenageado nos Estados Unidos com o Prêmio Maria Moors Cabot, pela Universidade de Columbia, New York, destinado aos jornalistas notáveis das Américas. Recebeu também o Prêmio Mergenthaler, de liberdade de imprensa, o Prêmio Nereu Ramos de jornalismo, dado pela Universidade de Santa Catarina, e o Prêmio Almirante, na área de jornalismo.

Carlos Castello Branco era membro da Academia Piauiense de Letras e do Pen Clube do Brasil.

Na Academia Brasileira de Letras foi eleito em 04/11/1982 para a Cadeira nº 34, na sucessão de R. Magalhães Júnior, onde foi recebido em 25/05/1983, pelo acadêmico José Sarney.

Obras
  • 1952 - Continhos Brasileiros
  • 1959 - Arco de Triunfo (Romance)
  • 1975 - Introdução à Revolução de 1964, 2 Volumes
  • 1977 - Os Militares no Poder, Volume 1
  • 1978 - Os Militares no Poder, Volume 2
  • 1980 - Os Militares no Poder, Volume 3
  • 1981 - Os Militares no Poder, Volume 4
  • 1994 - Retratos e Fatos da História Recente
  • 1996 - A renúncia de Jânio
  • 1996 - Retratos e Fatos da História Recente

Fonte: O Nordeste

Cidinho Bola Nossa

ALCEBÍADES DE MAGALHÃES DIAS
(94 anos)
Jornalista, Funcionário Público e Árbitro de Futebol

☼ Urucânia, MG (11/04/1913)
┼ Belo Horizonte, MG (01/06/2007)

Natural de Ponte Nova, MG, jornalista e funcionário público, Cidinho Bola Nossa foi árbitro da Federação Mineira de Futebol entre os anos de 1940 e 1960. Cidinho só soube fazer uma coisa na vida melhor que apitar: Torcer para o Atlético Mineiro. Como as duas coisas são aparentemente incompatíveis, ser juiz e torcer de forma absolutamente escancarada por um time, Cidinho aprontou coisas do arco da velha nas quatro linhas, e tudo em nome da paixão. A história mais famosa de Cidinho aconteceu durante um jogo entre o Atlético Mineiro e o Botafogo, em 1949, quando Cidinho ganhou seu apelido:

Durante o jogo entre Atlético x Botafogo, na inauguração do estádio do Cruzeiro-MG em 1949. Numa bola lateral disputada entre Afonso (Atlético-MG) e Santo Cristo (Botafogo-RJ), ele foi questionado pelo jogador mineiro sobre de quem era a bola e, num ato falho, gritou: "É nossa, Afonso. A bola é nossa!"

Passou a ser conhecido como Cidinho Bola Nossa e adorou a deferência.

Em outra ocasião jogavam os extintos Sete de Setembro e Asas. Como o Atlético Mineiro enfrentaria três dias depois o vencedor do prélio, Cidinho encontrou uma ótima maneira de cansar o futuro adversário do Galo: Deu três horas e dez minutos de bola rolando. Isso mesmo, Cidinho Bola Nossa deu inacreditáveis 100 minutos de acréscimos, recorde mundial, e pra todo sempre imbatível, em uma partida de futebol.

O próprio Cidinho gostava de relatar como foi sua estréia no apito, com o objetivo admitido de ser parcial. Jogavam, em 1945, Atlético Mineiro e América. Jogo decisivo para o certame. Aos 40 segundos do primeiro tempo, em uma falta simples, Cidinho expulsou Fernandinho, ponteiro do América. Foi aplaudido pela torcida do Atlético Mineiro e declarou se sentir realizado.

Cidinho Bola Nossa, ao centro, sorteia a moeda.
Cidinho saiu corrido de estádios e quase morreu dezenas de vezes. Ameaças de linchamento foram pelo menos quinze. Em uma delas, em um jogo do Atlético Mineiro contra o Metalusina, em Barão de Cocais, marcou um pênalti aos 41 minutos do segundo tempo para o Atlético Mineiro em uma falta ocorrida na intermediária, uns dez metros antes da meia lua. No momento em que o jogador do Atlético Mineiro caiu, Cidinho deu a clássica corrida apontando a marca do pênalti, com tremenda autoridade e pose de vestal. Cercado pelos jogadores do Metalusina, declarou apenas:

"Penalidade máxima. Pênalti claro, a falta foi pelo menos meio metro dentro da área. Quem reclamar vai pro chuveiro mais cedo!"

Mais uma vez ameaçado de morte, ficou quase três horas protegido pela polícia no meio de campo e só conseguiu sair da cidade vestido de cigana, com argolas nas orelhas, leque, saia rodada e o escambau. Em duas outras ocasiões foi salvo da morte pelo Corpo de Bombeiros.

Existem vários casos sobre fugas espetaculares de estádio protagonizadas por Cidinho Bola Nossa. Certa vez, ele pulou o muro e caiu num córrego raso. Bateu a cabeça no fundo e acordou no hospital. Em outra ocasião, teve de se esconder num cemitério próximo ao campo. Ele, no entanto, nega que tenha se vestido de padre para escapar da ira de uma torcida revoltada com sua arbitragem.

Apesar de ter assumido o apelido, Cidinho tinha outra versão para o fato. Segundo ele, a versão maldosa teria sido espalhada por um repórter à beira do campo. Na verdade, ele teria respondido apenas que a bola era do Atlético.

Cidinho Bola Nossa morreu no dia 01/06/2007, aos 93 anos, vítima de um câncer de próstata. Confessou certa vez uma única e grande frustração em sua vida: Achava que merecia um busto na sede do Atlético Mineiro, por serviços prestados ao clube. Legou ao futebol pelo menos uma sentença exemplar:

"Nunca fui desonesto. Acontece que sou passional e não consigo ver a massa sofrendo. Jamais traí o povo!"

Café Filho

JOÃO AUGUSTO FERNANDES CAMPOS CAFÉ FILHO
(71 anos)
Advogado, Jornalista, Político e Presidente do Brasil

☼ Natal, RN (03/02/1899)
┼ Rio de Janeiro, RJ (20/02/1970)

João Augusto Fernandes Campos Café Filho foi um advogado e político brasileiro, sendo presidente do Brasil entre 24/08/1954 e 08/11/1955, quando foi deposto. Foi o único potiguar e o primeiro protestante a ocupar a presidência da República do Brasil.

Café Filho nasceu em Natal, RN no dia 03/02/1899, filho de João Fernandes Campos Café e de Florência Amélia Campos Café. Mudou-se para Recife em 1917, passando a trabalhar como comerciário para custear os estudos na Academia de Ciências Jurídicas e Comerciais. Retornou a Natal sem concluir seus estudos superiores mas, mesmo assim, baseado na sua experiência prática junto aos tribunais, prestou concurso para advogado do Tribunal de Justiça, obtendo êxito.

A atividade regular de Café Filho no campo do jornalismo começou em 1921, quando fundou o Jornal do Norte, impresso nas oficinas de A Opinião, órgão oposicionista. Disputou, sem êxito, uma cadeira de vereador em Natal no ano de 1923. Mudou-se para Recife em 1925, tornando-se diretor do jornal A Noite, onde passou a escrever reportagens e propaganda política. Viajou para a Bahia e, durante o ano de 1927, viveu nas cidades de Campo Formoso e ltabuna.

Mudou-se para o Rio de Janeiro no início de 1929, tornando-se redator do jornal A Manhã. Durante a Revolução de 1930 Café Filho transferiu-se para o Rio Grande do Norte, onde foi nomeado chefe de polícia.

Fundou em abril de 1933 o Partido Social Nacionalista (PSN) do Rio Grande do Norte, organizado para concorrer às eleições de maio seguinte para a Assembléia Nacional Constituinte. Afastado da chefia de polícia, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como inspetor no Ministério do Trabalho até julho de 1934.

GetulioVargas e Café Filho
Com o fim dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte e a fixação da data de 14 de outubro para a realização de eleições para a Câmara Federal e as assembleias constituintes estaduais, Café Filho retornou ao Rio Grande do Norte e foi eleito deputado federal para a legislatura iniciada em 03/05/1935.

Com o desgaste do Estado Novo, Getúlio Vargas adotou no início desse ano uma estratégia reformista que visava garantir para o próprio governo o controle da transição em curso na política nacional. Decidido a concorrer ao parlamento em dezembro, Café Filho viajou para o Rio Grande do Norte a fim de reagrupar seus antigos correligionários em uma nova agremiação.

Suspeito de realizar manobras continuístas, Getúlio Vargas foi deposto por um golpe militar em 29/10/1945. José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu temporariamente a chefia do governo e as eleições de 2 de dezembro foram mantidas, resultando na vitória de Eurico Gaspar Dutra. O Partido Republicano Progressista (PRP) teve um desempenho muito fraco, elegendo apenas Café Filho e Romeu dos Santos Vergal para a Assembléia Nacional Constituinte, que se reuniria a partir de 05/02/1946.

Quando Getúlio Vargas foi reeleito em outubro de 1950, Café Filho obteve a vice-presidência. Além disso, também foi reeleito deputado federal pelo Rio Grande do Norte.

Em 22/08/1954 um grupo de oficiais da Aeronáutica liderados pelo brigadeiro Eduardo Gomes, lançou um manifesto, assinado também por oficiais do Exército, exigindo a renúncia do presidente que, mesmo assim, manteve sua posição de permanecer no cargo. No dia seguinte Café Filho discursou no Senado comunicando a negativa de Getúlio Vargas em aceitar a renúncia conjunta, e seu pronunciamento foi considerado um rompimento público com o presidente.

Café Filho visita Portugal em 1955 e é recebido pelo Presidente luso António Oliveira Salazar
A situação se agravou com a divulgação, no dia 23/08/1954, de um manifesto assinado por 27 generais exigindo a renúncia de Getúlio Vargas. Na madrugada seguinte, Café Filho deixou clara sua disposição de assumir a presidência, ao mesmo tempo que Getúlio Vargas comunicava a seu ministério a decisão de licenciar-se.

Procurado por jornalistas e líderes políticos, Café Filho mostrou-se disposto a organizar um governo de coalizão nacional caso o presidente se afastasse em caráter definitivo. Nas primeiras horas do dia 24/08/1954, depois de receber um ultimato dos militares para que renunciasse, Getúlio Vargas suicidou-se. A grande mobilização popular então ocorrida desarmou a ofensiva golpista e inviabilizou a intervenção militar direta no governo, garantindo a posse de Café Filho no mesmo dia.

Procurando diminuir o impacto produzido pela divulgação da Carta Testamento de Vargas, Café Filho emitiu logo sua primeira nota oficial, afirmando seu compromisso com a proteção dos humildes, "preocupação máxima do presidente Getúlio Vargas".

No início de 1955 recebeu do ministro da Marinha um documento sigiloso assinado pelos ministros militares e por destacados oficiais das três armas, defendendo que a sucessão presidencial fosse tratada "em um nível de colaboração interpartidária" que resultasse em um candidato único, civil e apoiado pelas forças armadas.

Tratava-se, indiretamente, de uma crítica à candidatura de Juscelino Kubitschek. O presidente apoiou o teor do documento e, diante dos comentários da imprensa sobre sua existência, obteve a aprovação dos signatários para divulgá-lo na íntegra pelo programa veiculado em cadeia radiofônica nacional "A Voz do Brasil". Apesar dessa demonstração da oposição militar à sua candidatura, Juscelino Kubitschek prosseguiu em campanha e seu nome foi homologado pela convenção nacional do Partido Social Democrático (PSD) em 10/02/1955.

Juscelino Kubitschek foi eleito e, com a divulgação dos resultados oficiais do pleito, a União Democrática Nacional (UDN) deflagrou uma campanha contra a posse dos candidatos eleitos, voltando a sustentar a tese da necessidade de maioria absoluta. Os setores mais extremados do partido, liderados por Carlos Lacerda, intensificaram sua pregação favorável à deflagração de um golpe militar. Entretanto, Café Filho e o general Henrique Teixeira Lott reafirmaram seu compromisso com a legalidade.

Café Filho, Getulio Vargas e Bento Munhoz da Rocha
Na manhã do dia 03/11/1955 Café Filho foi internado no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, acometido de um distúrbio cardiovascular que forçou seu afastamento das atividades políticas. No decorrer do dia 11/11/1955 o Congresso Nacional, reunido em sessão extraordinária, aprovou o impedimento de Carlos Luz para assumir o cargo, empossando Nereu Ramos, vice-presidente do Senado em exercício, na presidência da República.

No dia 13/11/1955, Nereu Ramos visitou Café Filho no hospital, afirmando que permaneceria no governo apenas até sua recuperação. Entretanto, Henrique Teixeira Lott e outros generais decidiram vetar o retorno do presidente por considerá-lo suspeito de envolvimento na conspiração contra a posse dos candidatos eleitos. Mesmo assim, no dia 21/11/1955 Café Filho enviou a Nereu Ramos e aos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF) uma declaração de que pretendia reassumir imediatamente seu cargo, o que provocou nova movimentação de tropas fiéis a Henrique Teixeira Lott em direção ao Palácio do Catete e a outros pontos da capital. Café Filho dirigiu-se então à sua residência, também cercada por forte aparato militar, que incluía grande número de veículos blindados.

Na madrugada de 22/11/1955, o Congresso aprovou o impedimento de Café Filho, confirmando Nereu Ramos como presidente até a posse de Juscelino Kubitschek em janeiro seguinte. Em 14/12/1955 essa decisão foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que recusou o mandado de segurança impetrado por Prado Kelly em favor da posse de Café Filho.

Afastado da presidência, trabalhou entre 1957 e 1959 em uma empresa imobiliária no Rio de Janeiro.

Em 1961, foi nomeado pelo governador Carlos Lacerda ministro do Tribunal de Contas do Estado da Guanabara, onde permaneceu até aposentar-se em 1969.

Café Filho casou-se com Jandira Fernandes de Oliveira Café, com quem teve um filho.

Café Filho faleceu no Rio de Janeiro no dia 20/02/1970.

José Domingos Raffaelli

JOSÉ DOMINGOS RAFFAELLI
(77 anos)
Jornalista, Crítico Musical, Escritor, Radialista e Produtor

☼ Rio de Janeiro, RJ (15/10/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (26/04/2014)

José Domingos Raffaelli trabalhou para as seguintes publicações:

Jornais
  • 1954 - Le Matin (Antuérpia, Bélgica)
  • 1972-1987 - Jornal do Brasil (Rio de Janeiro)
  • 1973-1976 - Estado do Paraná (Curitiba)
  • 1976-1981 - Diário do Paraná (Curitiba)
  • 1987-2002 - O Globo (Rio de Janeiro)
  • 2002-2003 - O Tempo (Belo Horizonte)
  • 2005 - Jornal das Gravadoras (Rio de Janeiro)
Revistas:
  • 1949-1950 - Quinta Avenida (São Paulo)
  • 1976-1981 - Quem (Curitiba)
  • 1979-1989 - Somtrês (São Paulo)
  • 1980 - Musical Meeting (Rio de Janeiro)
  • 1986-1989 - Senhor (Rio de Janeiro)
  • 1993-1996 - Ele & Ela (Rio de Janeiro)
  • 1993-1997 - Qualis (São Paulo)
  • 2002 - International Magazine (Rio de Janeiro - A partir de 2002)

Atuou como correspondente brasileiro das seguintes revistas estrangeiras:

  • 1980-1993 - Jazz Journal (Inglaterra)
  • 1984-1990 - Jazz Hot (França)
  • 1986-1992 - Jazz Forum (Polônia)
  • 1989-1996 - Billboard (Estados Unidos)
  • 1995-1999 - Jazz Life (Japão)
  • 1996-1998 - Cadence International (Estados Unidos)
  • 1998-2000 - JazzIt (Itália)

Assinou cerca de 800 textos para contracapas e releases de discos de jazz e música brasileira para Cia. Brasileira de Discos, Mocambo, Sinter, Philips, Phonogram, PolyGram, Imagem, RCA Victor, Odeon, EMI, Inner City, Milestone, Empathy, Visom, Leblon, Malandro Records, DeckDisc e Delira Música, além de discos independentes.

Na televisão, trabalhou na TV-Educativa (1987), como apresentador do concerto de Oscar Peterson no Teatro Cultura Artística, São Paulo, TV-Manchete (1990-1994), como redator do programa "Free Jazz In Concert", Globo News (2005), como entrevistado no programa de 40 anos da morte do cantor Nat King Cole.

No Rádio, atuou como produtor e apresentador dos programas "Jazz em Desfile" (1956-1957 / Rádio Mayrink Veiga), "Arte Final: Jazz" (1985-1987 / Rádio Jornal do Brasil AM-Estéreo), "Jazz na Imprensa" (1988-1991 / Rádio Imprensa FM), "Jazz na Eldorado" (1991 / Rádio Eldorado AM), "Jazz na CBN" (1991-1993 / Rádio CBN), "O Mundo do Jazz" (1992-1994 / Rádio MEC FM e AM), "Brasil Instrumental" (1993-1994 / Rádio MEC AM) e "O Mundo do Jazz" (1997 / Rádio MEC FM e AM), e como produtor do programa "Domingo Sem Futebol" (1980-1983 / Rádio Guaira, Curitiba).

Foi responsável pela produção dos seguintes eventos:

  • 1979-1980 - "Música Instrumental na Universidade Candido Mendes"
  • 1995-2000 - "Sextas de Jazz" (Hotel Novo Mundo)
  • 2002 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2004 - "Chivas Jazz Festival"
  • 2003-2004 - "Chivas Jazz Lounge" (Restaurante Epitácio e Mistura Fina)

Produziu concertos de Dôdo Ferreira (2003), Osmar Milito Trio (2003), Brazilian Jazz Trio - Hélio Alves, Nilson Matta e Duduka da Fonseca (2004) e Quinteto Victor Assis Brasil (2004).

Ao longo de sua trajetória profissional, proferiu inúmeras palestras sobre jazz e música popular brasileira.

Publicou os seguintes livros:

  • 1978 - "Miles Davis, Vida e Obra"
  • 1991 - "CD Clássicos & Jazz" Co-autor da seção de jazz em parceria com Zuza Homem de Mello e Alberico Cilento
  • 2000 - "Guia de Jazz em CD" Em parceria com Luiz Orlando Carneiro

José Domingos Raffaelli foi um dos fundadores e dirigiu o Rio de Janeiro Jazz Clube (1951), o Clube Amigos do Jazz (1952) e a Sociedade Brasileira de Jazz (1980). Foi diretor honorário do Clube de Jazz e Bossa (1965).

Atuou como colaborador da discografia "Jazz Records" (1942-1980), de Erik Raben (Dinamarca), da "Modern Jazz Discography" (1981-1985), de Walter Bruyninckz (Bélgica), e da discografia de Bill Evans (1982), de Karl Emil Knudsen (Dinamarca).

Fez parte do júri do III Festival de Música Brasileira (1985 - Cascavel, PR) e de cinco edições do Prêmio BDMG-Instrumental (2001-2005, Belo Horizonte).

Recebeu as seguintes premiações:
  • 1989 - Distinción Jazzologia "Por Su Valiosa Contribuición al Jazz", outorgada pelo Centro Cultural San Martin (Buenos Aires)
  • 1999 - Troféu "In Recognition Of Outstanding Service And Dedication To Jazz", outorgado pela International Association Of Jazz Educators (IAJE)

Assinou o texto introdutório do catálogo "Clube de Jazz e Bossa", editado, em 2004, pelo Instituto Cultural Cravo Albin. A coletânea incluiu mais cinco catálogos temáticos e veio acompanhada por um CD remissivo aos temas abordados.

Morte

José Domingos Raffaelli morreu no sábado, 26/04/2014, aos 77 anos. Ele lutava contra um tumor na coluna e estava internado no Hospital Souza Aguiar. Foi enterrado no domingo, 27/04/2014, às 16:66 hs, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Em abril deste de 2014, seu filho Flávio fez um post no Facebook avisando a amigos que a doença já estava em metástase.

Pietro Bardi

PIETRO MARIA BARDI
(99 anos)
Jornalista, Ensaísta, Galerista, Marchand, Historiador, Crítico, Colecionador, Expositor e Negociador de Obras de Arte

☼ La Spezia, Itália (21/02/1900)
┼ São Paulo, SP (10/10/1999)

Pietro Maria Bardi foi um jornalista, historiador, crítico, colecionador, expositor e negociador de obras de arte. Pietro Maria Bardi ou simplesmente P.M. Bardi foi, junto com Assis Chateaubriand, o responsável pela criação do Museu de Arte de São Paulo (MASP), sendo seu diretor por 45 dedicados anos consecutivos.

Filho de Pasquale Bardi e Elisa Viggioni, Pietro era o segundo de quatro irmãos. Diziam que era de poucos amigos e que sua vida escolar foi bastante atribulada. O próprio Pietro Bardi declarou, em inúmeras entrevistas, ter sido reprovado quatro vezes na terceira série do ensino fundamental.

Abandonou a escola ainda novo, desanimado pelo insucesso, e atribuía sua inteligência a um acidente doméstico, após uma queda em que feriu a cabeça, onde a partir daí tomou gosto pela leitura. Lia absolutamente tudo que podia durante sua adolescência, hábito que o acompanhou por toda a vida.

Pietro Bardi ao lado da estátua de Assis Chateaubriand
Jornalismo

Ainda rapaz, Pietro Bardi trabalhou como operário assistente no Arsenale Marittimo e, em seguida, tornou-se aprendiz em um escritório de advocacia. Em 1917 foi convocado para integrar o Exército italiano e partiu de La Spezia para não mais retornar.

É nessa fase que ele iniciou de fato sua carreira jornalística, antes já esboçada em alguns artigos e colaborações a jornais como Gazzetta di Genova e o Indipendente e com a publicação, aos 16 anos, de seu primeiro livro, um ensaio sobre colonialismo.

Instalado em Bérgamo desde a baixa na carreira militar, Pietro Bardi encontrou trabalho no Giornale di Bergamo. Mais tarde, integrou a equipe do Popolo di Bergamo, Secolo, Corriere della Sera, Quadrante, Stile e muitos outros.

Escrever foi sua principal atividade profissional até a morte, a maneira encontrada para manifestar seu estilo polêmico e a crítica baseada no conhecimento profundo e na vivência cotidiana da arte, da política e principalmente da arquitetura.

Arte

Em 1924, Pietro Bardi transferiu-se para Milão e casou-se com Gemma Tortarolo, com quem teve duas filhas, Elisa e Fiorella. Foi em Milão que ele começou uma aventura como marchand e crítico de arte, com a aquisição da Galleria dell'Esame.

Em 1929 tornou-se diretor da Galleria d'Arte di Roma e mudou-se para a capital.

Trazendo uma exposição a Buenos Aires, passou pelo Brasil pela primeira vez em 1933. Foi nessa ocasião que viu a Avenida Paulista, futuro endereço do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

Após a Segunda Guerra Mundial, Pietro Bardi conheceu a arquiteta Lina Bo no Studio d'Arte Palma, em Roma, onde ambos trabalhavam. Ele divorciou-se e casou-se com Lina Bo em 1946. No mesmo ano, atiraram-se à aventura da vinda para o Brasil, país com a perspectiva de prosperidade e cenário de uma arquitetura talentosa e promissora, situação oposta à da Europa, que amargava a reconstrução nos anos pós-guerra.

O casal alugou o porão de um navio cargueiro, o Almirante Jaceguay. Partiram de Gênova trazendo uma significativa coleção de obras de arte e peças de artesanato que seriam organizadas numa série de mostras. Transportaram também a enorme biblioteca do marchand. Chegaram ao Rio de Janeiro em 17/10/1946.

Lina Bo e Pietro Bardi
Com as obras trazidas da Itália, Pietro Bardi organizou a Exposição de Pintura Italiana Moderna, em cujos salões conheceu o empresário Assis Chateaubriand, que o convidou para montarem juntos um museu há muito tempo idealizado.

De 1947 a 1996 Pietro Bardi criou e comandou o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Paralelamente, manteve sua atividade de ensaísta, crítico, historiador, pesquisador, galerista e marchand.

Publicou, em 1992, seu 50º e último livro, "História do MASP".

Em 1996, já adoecido, afastou-se do comando do museu.

Fundou, ao lado de Massimo Bontempelli, a revista Quadrante, importante periódico no qual diversos arquitetos modernos italianos, como Giuseppe Terragni, puderam publicar suas obras.

Abatido e com sua saúde debilitada desde a morte de Lina Bo, em março de 1992, morreu em 10/10/1999, tendo cumprido quase um século de vida a provar sua definição de si próprio, em resposta ao parceiro Assis Chateaubriand"Sim, sou um aventureiro".

Fonte: Wikipédia

Geir Campos

GEIR NUFFER CAMPOS
(75 anos)
Poeta, Escritor, Contista, Radialista, Jornalista, Tradutor e Professor

☼ São José do Calçado, ES (28/02/1924)
┼ Niterói, RJ (08/05/1999)

Geir Nuffer Campos foi um poeta, escritor, jornalista e tradutor brasileiro. Filho de Getúlio Campos, dentista, e Nair Nuffer, professora.

Viveu parte da sua infância em Campos dos Goytacazes, RJ, e parte no Rio de Janeiro. A partir de 1941, passou a residir em Niterói, RJ.

Foi aluno do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e do Colégio Plínio Leite, em Niterói.

Em 1951, casou-se com Alcinda Lima Souto, que passou a chamar-se Alcinda Campos. Deste casamento vieram seus dois filhos: Carlos Augusto Campos e Mauro Campos.

Piloto, tripulou navios mercantes do Lloyd Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Advindo daí a sua condição de civil ex-combatente.

Poeta, estreou em 1950 com "Rosa dos Rumos", após ter publicado em jornais e revistas, especialmente no Diário Carioca, vários poemas, contos e traduções.

Editor, fundou em 1951, com Thiago de Mello, as Edições Hipocampo, que chegaram a publicar vinte volumes de poesia e prosa, dos autores mais representativos da literatura brasileira e também de alguns estreantes como Paulo Mendes Campos e outros. Nessa coleção apareceu, em janeiro de 1952, "Arquipélago", o seu segundo livro de versos.


Como professor ginasial, atual ensino fundamental, lecionou no Colégio Plínio Leite, onde antes estudara, e no Colégio Figueiredo Costa, ambos em Niterói. Como professor universitário, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde em 1980 fez-se Mestre em Comunicação, com um trabalho, publicado, sobre "Tradução e Ruído na Comunicação Teatral", e em 1985 defendeu tese de doutoramento sobre "O Ato Criador na Tradução".

Como tradutor, começou a publicar em 1953, uma coletânea de poemas de Rainer Maria Rilke.

Como contista, lançou em 1960 a primeira edição de "O Vestíbulo".

Como radialista, em agosto de 1954 começou a produzir e apresentar, na Rádio Ministério de Educação, um programa semanal de meia hora, "Poesia Viva". Para essa mesma emissora produziu, durante muitos anos, diversos programas literários.

Como jornalista, colaborou e assinou colunas em diversos jornais, entre eles o Diário de Notícias e o Diário Carioca.

É o autor da letra do Hino de Brasília, cuja música é de autoria da professora Neusa Pinho França Almeida.

Foi membro fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e da Associação Brasileira de Tradutores, da qual foi presidente, lutando pela conscientização dos que traduzem profissionalmente no Brasil e pela regulamentação desta profissão.

Traduziu várias obras de Rilke, Brecht, Goethe, Shakespeare, Sófocles, Whitman e outros, sendo merecedor de um ensaio da professora Maria Thereza Coelho Ceotto da Universidade Federal do Espírito Santo.

Destacou-se enquanto ativista cultural de grande influência e presença na literatura brasileira, tornando-se o grande representante capixaba da "Geração de 45".

Foi um dos poucos poetas brasileiros a comporem uma coroa de sonetos.

Obras

Poesia
  • 1950 - Rosa dos Rumos
  • 1952 - Arquipélago
  • 1953 - Coroa de Sonetos
  • 1956 - Da Profissão do Poeta
  • 1957 - Canto Claro e Poemas Anteriores
  • 1959 - Operário do Canto
  • 1960 - Canto Provisório
  • 1964 - Cantigas de Acordar Mulher
  • 1968 - Canto ao Homem da ONU
  • 1969 - A Meus Filhos
  • 1970 - Metanáutica
  • 1977 - Canto de Peixe e Outros Cantos
  • 1982 - Cantos do Rio (Roteiro lírico do Rio de Janeiro)
  • 1983 - Cantar de Amigo ao Outro Homem da Mulher Amada

Contos
  • 1979 - O Vestíbulo
  • 1982 - Conto & Vírgula

Teatro
  • 1959 - O Sonho de Calabar
  • 1967 - Édipo-Rei, de Sófocles
  • 1970 - Macbeth, de William Shakespeare
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1972 - Castro Alves ou O Canto da Esperança
  • 1972 - As Sementes da Independência
  • 1976 - Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Diz-que-sim & Diz-que-não, de Bertolt Brecht
  • 1977 - O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht
  • 1977 - Na Selva das Cidades, de Bertolt Brecht
  • 1977 - A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht
  • 1978 - Luz nas Trevas, de Bertolt Brecht
  • 1978 - O Julgamento de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1978 - A Condenação de Lúculus, de Bertolt Brecht
  • 1970 - A Tragédia do Homem, de Imre Madách (Com Paulo Rónai)

Peças Não Publicadas, Mas Registradas na Sociedade Brasileira dos Autores Teatrais (Levantamento Parcial)
  • 1967 - De Bocage a Nelson Rodrigues, (Com Nelson Rodrigues e Jaime Barcelos)
  • 1969 - Aquele Que Diz Sim e Aquele Que Diz Não, de Bertolt Brecht
  • 1974 - O Quarto Vazio
  • 1974 - Nós
  • 1974 - Arruda Para Você Também
  • 1974 - O Refugiado e os Sentados, de Miguel Hernandez
  • 1974 - A Estranha História do Doutor Fausto, de Christopher Marlowe
  • 1974 - Amar / Luar, de Jack Larson
  • 1983 - Esse Bocage

Teatro Infantil
  • 1959 - O Gato Ladrão
  • 1960 - A Verdadeira História da Cigarra e da Formiga
  • 1960 - História dos Peixinhos Voadores (Parceria com Maria Niedenthal)

Literatura Infanto-Juvenil
  • 1973 - Qual é a História de Hoje?, Joana Angélica d’Avila Melo

(Geir Campos é o autor dos contos das páginas: 14-15, 15-16, 29-30, 36-37, 49, 61-62, 65-66, 80-81, 83-84, 90-91, 113-114, 124-125, 126-127, 137-138, 142-144, 149-151, 154-156, 163-164, 179 e 186-187)
  • 1987 - Estórias Pitorescas da História do Brasil (Para Gente Grande e Pequena)
  • 1991 - Histórias de Anjos

Ensaios
  • 1960 - Carta aos Livreiros do Brasil
  • 1967 - Rubén Dário, Poeta Participante
  • 1978 - O Problema da Tradução no Teatro Brasileiro
  • 1981 - Tradução e Ruído na Comunicação Teatral
  • 1985 - Do Ato Criador na Tradução (Tese de Doutorado - Inédita em livro)

Referências
  • 1960 - Pequeno Dicionário de Arte Poética
  • 1986 - Como Fazer Tradução
  • 1986 - O Que é Tradução
  • 1989 - Glossário de Termos Técnicos do Espetáculo

Antologias
  • S/D - Alberto de Oliveira
  • S/D - Livro de Ouro da Poesia Alemã
  • 1960 - Poesia Alemã Traduzida no Brasil
  • 1986 - Versei, Antologia Poética (Exterior)

Traduções (Levantamento Parcial)
  • 1953 - Poemas de Rainer Maria Rilke
  • 1956 - Parábolas e Fragmentos de Kafka
  • 1956 - Nossa Vida Com Papai, Romance de Clarence Day Jr.
  • 1957 - O Coronel Jack, Romance de Daniel Defoe
  • 1958 - A Sabedoria de Confúcio
  • 1959 - A Alma Boa de Setsuan, Fábula Teatral de Bertolt Brecht (Com Antônio Bulhões)
  • 1964 - Folhas de Relva, Poesia de Walt Whitman
  • 1964 - Sociologia e Filosofia Social de Karl Marx - Textos escolhidos, seleção, introdução e notas por T. B. Bottomore e Maximilien Rubel
  • 1965 - Flor do Abandono, Romance de Zsigmond Móricz
  • 1966 - Poemas e Canções, Bertolt Brecht
  • 1967 - Poemas e Cartas a um Jovem Poeta, Rainer Maria Rilke (Com Fernando Jorge)
  • 1967 - Édipo-Rei, Peça de Sófocles
  • 1976 - Andares, Poesia de Hermann Hesse
  • 1977/1978 - Teatro de Bertolt Brecht (Várias peças como supervisor e tradutor)
  • 1980 - A Tragédia do Homem, Peça de Imre Madách (Com Paulo Rónai)
  • 1983 - Folhas das Folhas de Relva, seleção de poesias de Folhas de Relva, de Walt Whitman
  • 1985 - Arco-íris de Amor, de Joan Walsh Anglund
  • 1988 - A Vida de Nosso Senhor, romance de Charles Dickens
  • 1988 - Haicais: Poesia do Japão, da versão de Jan Ulenbrook
  • 1988 - O Quinto Evangelho, romance de Mario Pomilio
  • 1990 - Frases de Cabeceira Gerald Goodfrey
  • 1984 - Frases de Cabeceira 2 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 3 Gerald Goodfrey
  • S/D - Frases de Cabeceira 4 Gerald Goodfrey
  • 1991 - As Melhores Histórias de Natal
  • 1991 - O Livro de Emmanuel, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1992 - As Fogueiras do Rei, romance de Pedro Casals
  • 1993 - O Livro de Horas, poesia de Rainer Maria Rilke
  • 1994 - O Livro de Emmanuel II, psicografias de Pat Rodegast e Judith Stanton
  • 1995 - Cantos do Meu Coração, poemas e fotografias de Daisaku Ikeda

Traduções Que Colaborou
  • 1956 - A Terra Inútil, de T. S. Eliot - Tradução de Paulo Mendes Campos
  • 1982 - Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol - Tradução de Fernanda Lopes de Almeida. Geir Campos traduziu os poemas das páginas 8 e 9, 49, 98 e 99, 102 e 103, 116 e 117.


Fonte: Wikipédia
Nota: Todas as informações constantes nesta página foram escritas por Mauro Campos, filho do Geir Campos. Elas estão disponíveis na Web, nas publicações citadas ou em documentos que pertencem à família.

Visconde de Sousa Franco

BERNARDO SE SOUSA FRANCO
(69 anos)
Jornalista, Magistrado e Político

☼ Belém, PA (28/06/1805)
┼ Rio de Janeiro, RJ (28/05/1875)

Bernardo de Sousa Franco, o Visconde de Sousa Franco, foi um jornalista, magistrado e político brasileiro. Foi deputado geral, presidente da província do Rio de Janeiro, ministro, conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1855 a 1875.

Filho legítimo do negociante matriculado da província do Pará, Manuel João Franco, e de Catarina de Sousa Franco, nasceu na capital da mesma província em 28/06/1805.

Formado em Direito pela Faculdade de Olinda em 1835, foi Conselheiro de Estado e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Em 1836 ocupou o lugar de procurador fiscal da Tesouraria de Pernambuco, cargo em que permaneceu por dois anos e de juiz do cível da Capital.

Exerceu a presidência das Províncias do Pará em 1839, de Alagoas em 1844 e a do Rio de janeiro em 1864.

Em 1848 foi Ministro da Fazenda interino e em 1857, com o Gabinete Olinda, convidado, ocupou pela segunda vez a pasta da Fazenda. Executou a Nova Tarifa Alfandegária. As moedas inglesas passaram a ser recebidas nas repartições públicas, pois era sua convicção de que a expansão das emissões fomentava a indústria e o comércio.

Filiado à escola da pluralidade bancária, sua gestão no Ministério da Fazenda foi denominada, por Joaquim Nabuco, de período de ensaio da chamada liberdade bancária, pois então se desenrolou a luta entre os partidários da pluralidade e os da unidade emissora.

Visconde de Sousa Franco foi Senador em 1855.

Além de muitos relatórios publicados, como Ministro de Estado e como Administrador de Província, escreveu artigos políticos editados em diversas folhas. Na sua bibliografia destaca-se o seguinte:

  • 1848 - Os Bancos do Brasil - Sua história, defeitos da organização atual e reforma do sistema bancário
  • 1863 - A Situação Econômica e Financeira do Brasil (Biblioteca Brasileira, Rio de Janeiro, I (1/2). Revista mensal editada por uma Associação de Homens de Letras)
  • 1857-1858 - Proposta e relatório apresentados à Assembléia Geral Legislativa (Rio de Janeiro, Tipografia Nacional)


Aluízio Alves

ALUÍZIO ALVES
(84 anos)
Jornalista, Advogado e Político

* Angicos, RN (11/08/1921)
* Natal, RN (06/05/2006)

Aluízio Alves foi um jornalista, advogado e político brasileiro natural do Rio Grande do Norte, estado do qual foi governador entre 1961 e 1966 sendo depois cassado pelo Ato Institucional Número Cinco (AI-5) em 1969. É o decano do clã dos Alves, contraparte política da família Maia num embate que há anos domina a cena política potiguar, em especial a partir dos anos 80 do Século XX.

Filho de Manuel Alves Filho e Maria Fernandes Alves, advogado com Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Maceió com especialização em Serviço Social, voltou-se às atividades jornalísticas após a graduação: primeiro como funcionário dos jornais A Razão e A República, ambos em Natal, tendo se dirigido em 1949 ao Rio de Janeiro onde foi redator-chefe da Tribuna da Imprensa, que pertencia a Carlos Lacerda.

De volta ao seu estado natal, em 1950, fundou e dirigiu a Tribuna do Norte. Ainda no ramo de comunicação foi diretor da Rádio Cabugi, da TV Cabugi e da Rádio Difusora de Mossoró. Antes foi Oficial de Gabinete da Interventoria Potiguar, chefe do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS) e diretor estadual da Legião Brasileira de Assistência (LBA).

Sua vocação política surgiu em consequência das suas atividades profissionais e a estréia se deu sob as bênçãos de José Augusto Bezerra de Medeiros e Dinarte Mariz, líder-mor da União Democrática Nacional (UDN) potiguar e assim Aluízio Alves foi eleito deputado federal em 1945 e participou da Assembleia Nacional Constituinte que promulgaria a nova Constituição em 18/09/1946.


Reeleito em 1950, 1954 e 1958, chegou aos postos de secretário-geral da União Democrática Nacional (UDN) e vice-líder da bancada. Figura de proa na eleição de Dinarte Mariz para o governo do estado em 1955, rompeu com seu aliado em face de um episódio onde o governador recém-eleito ignorou uma série de ações de governo que foram reunidas por Aluízio Alves num extenso documento. Irritado, afastou-se politicamente de seu mentor e ingressou no PSD e foi eleito governador em 1960 para o desgosto de Dinarte Mariz.

A animosidade entre os dois líderes tornou-se cada dia mais férrea e com o advento do Regime Militar de 1964 foi Dinarte Mariz quem retomou o comando da cena política, o que não impediu, contudo, o ingresso de Aluízio Alves na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a conquista de seu quinto mandato de deputado federal em 1966 após Dinarte Mariz vetar sua candidatura a senador. No ano anterior Aluízio Alves derrotou o grupo de Dinarte Mariz ao eleger o monsenhor Valfredo Gurgel para governador.

Veio então o revés: Em 07/02/1969 teve seu mandato cassado pelo AI-5 sob a acusação de corrupção sendo indiciado em um processo que foi arquivado em fevereiro de 1973. Mesmo sem poder atuar diretamente na política usou sua experiência e se manteve influente ao levar seus correligionários para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1970, e ademais sua condição de empresário permitiu que mantivesse boas relações com os arenistas, à exceção de Dinarte Mariz.


Executivo da União das Empresas Brasileiras, expandiu suas atividades para além da área de comunicação e tão logo foi restaurado o pluripartidarismo ingressou no Partido Progressista (PP) e a seguir no Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) sendo derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte em 1982 por José Agripino Maia do Partido Democrático Social (PDS).

Entusiasta da candidatura vitoriosa de Tancredo Neves à Presidência da República foi indicado Ministro da Administração pelo presidente eleito sendo confirmado no cargo por José Sarney e permaneceu à frente desse ministério entre 15/03/1985 e 15/02/1989 e durante a sua gestão foi criada a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

Em 1990 foi eleito para o sexto mandato de deputado federal, cargo do qual esteve licenciado durante o governo Itamar Franco quando foi Ministro da Integração Regional entre 08/04/1994 e 01/01/1995. Como Ministro da Integração, Aluízio Alves retomou o projeto de transposição do Rio São Francisco.

Morte

Aluízio Alves morreu às 14:55 hs, do dia 06/05/2006, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele vinha agonizando desde quarta-feira, 03/05/2006, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento e foi socorrido pelo SAMU que o encaminhou para a Casa de Saúde São Lucas.

Na sexta-feira, 05/05/2006, o seu quadro clínico tinha apresentado uma pequena melhora e os médicos já tinham suspendido a medicação de indução a coma, no entanto na madrugada de sábado, 06/05/2006, o ex-governador apresentou novas complicações e teve a morte cerebral constatada.

O velório ocorreu no Palácio da Cultura, antigo Palácio da Esperança, local onde Aluízio Alves exerceu o cargo de governador do Estado entre 1961 e 1966. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério Morada da Paz.

Aluízio Alves era pai do deputado federal Henrique Eduardo Alves.

Eneida de Moraes

ENEIDA DE VILLAS BOAS COSTA DE MORAES
(66 anos)
Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Militante Política

* Belém, PA (23/10/1904)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/04/1971)

Eneida de Villas Boas Costa de Moraes, ou simplesmente Eneida, como ela preferia ser chamada, foi jornalista, escritora, militante política e pesquisadora brasileira. Eneida é sempre descrita em relatos de amigos e parentes como uma mulher forte, viva, corajosa, audaciosa e inteligente.

"Eneida sempre livre / Eneida sempre flor / Eneida sempre viva / Eneida sempre amor", diz o poeta João de Jesus Paes Loureiro.

Filha de um comandante de navios, desde pequena nutriu grande afeição pelos rios e pela Amazônia. Ainda criança, participou de um concurso de Jovens Escritores, obtendo o primeiro lugar, com um texto que falava do imaginário de um caboclo amazônida.

Eneida foi uma mulher que contestou os padrões instituídos ao papel feminino de sua época, transitando em redutos considerados masculinos: a redação de jornais, a publicação de livros e a célula partidária - mecanismos que ela utilizou para o exercício de sua militância em 50 anos de atuação no cenário político e jornalístico-literário brasileiro (1920-1970).


A abrangência desse período pode ser dividida em três momentos:

1920-1930, época  em que a escritora residia em Belém do Pará, sua terra natal, e ingressou oficialmente no jornalismo colaborando, entre outros, nos jornais o Estado do Pará e Para Todos (RJ) e nas revistas Guajarina, A Semana e  Belém Nova. Participou também de vários grupos  e associações de intelectuais em Belém e no Rio de Janeiro, e publicou o livro "Terra Verde".

1930-1945, período em que fixou residência no Rio de Janeiro e, seduzida pelas idéias socialistas, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB) engajando-se no ativismo revolucionário dos anos 30, aderindo ao discurso proletário quando este se fez uma motivação radical. Declaradamente marxista, contestou o poder constituído participando de movimentos de reivindicações sociais e de agitação e propaganda comunista, produzindo uma escritura panfletária veiculada em volantes e jornais de células. Envolveu-se diretamente nas revoluções de 1932 e 1935, o que resultou em prisões, torturas, clandestinidade e exílio. Na prisão, conheceu Olga Benário e Graciliano Ramos, que a imortalizou em "Memórias do Cárcere".

1945-1970, fase caracterizada por uma "escrita consentida", atuando como jornalista profissional em periódicos partidários e da grande imprensa, nas  funções de repórter e de cronista, entremeando essas atividades com a publicação de 11 livros e várias traduções.

Escreveu "História do Carnaval Carioca" (1958), a primeira grande obra sobre este assunto, que estabeleceria as principais categorias do carnaval brasileiro ao definir o conceito de cordões, corso, ranchos, sociedades e entrudo, entre tantos outros. Foi criadora do Baile do Pierrot no Rio de Janeiro e em Belém.

As escolas de samba Salgueiro em 1973, com o tema "Eneida, Amor e Fantasia e Paraíso do Tuiuti" em 2010, com "Eneida, o Pierrot Está de Volta", homenagearam a jornalista no carnaval.

Obras

  • 1958 - História do Carnaval Carioca
  • Terra Verde (Poesia)
  • O Quarteirão (Crônicas)
  • Paris e Outros Sonhos (Crônicas)
  • Sujinho da Terra (Crônicas)
  • Cão da Madrugada (Crônicas)
  • Aruanda (Crônicas)

Fonte: Wikipédia

Deolindo Amorim

DEOLINDO AMORIM
(78 anos)
Jornalista, Sociólogo, Publicitário, Escritor e Conferencista Espírita

* Baixa Grande, BA (23/01/1906)
+ Rio de Janeiro, RJ (24/04/1984)

Deolindo Amorim foi um jornalista, sociólogo, publicitário, escritor e conferencista espírita brasileiro. Colaborou no Jornal do Commercio e em praticamente toda a imprensa espírita do país.

Deolindo Amorim nasceu no seio de uma família pobre e católica, vindo a tornar-se presbiteriano fervoroso. Rompeu com a sua igreja e permaneceu muitos anos sem definição filosófica ou religiosa. Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do país. Graduou-se em Sociologia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, tendo feito, ainda, outros cursos de nível superior. Tornou-se jornalista e, posteriormente, funcionário público, tendo galgado elevada posição funcional no Ministério da Fazenda.

Um de seus três filhos é o jornalista Paulo Henrique Amorim.

O Ativista Espírita

Por volta de 1935, já no Rio de Janeiro, passou a frequentar o Centro Espírita Jorge Niemeyer, onde entrou em contato com o acervo da Doutrina Espírita, mostrando-se profundo admirador das obras de Léon Denis.

Já em 1939 idealizou e promoveu o I Congresso de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado no auditório da sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro em 15 de novembro. A importância da iniciativa pode ser avaliada considerando-se que, no plano externo, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial, e que, no plano interno, o Espiritismo era perseguido por setores da igreja Católica e pela polícia do Estado Novo.

Também esteve ao lado de Leopoldo Machado na promoção do I Congresso de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil, ocorrido no Rio de Janeiro, em julho de 1948, e na criação do Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas.

Privou da amizade de grandes vultos do Espiritismo no Brasil e no exterior, como, por exemplo, Carlos Imbassahy, Leopoldo Machado, Herculano Pires, Leôncio Correia e Humberto Mariotti.

Um dos mais ardorosos defensores das obras codificadas por Allan Kardec e profundo admirador de Léon Denis, foi presidente do Instituto de Cultura Espírita do Brasil e presidente de honra da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas.

Levou o Espiritismo ao meio universitário, proferindo bela conferência no Instituto Pinel da Universidade do Brasil, focalizando o tema: "O Suicídio à Luz do Espiritismo".

Umberto Mariotti e Deolindo Amorim
Em Defesa do Conceito de Espiritismo

Um dos problemas mais emergentes relativos ao bom entendimento da Doutrina Espírita, em meados do século XX, foi a constante tentativa de confundi-lo quer seja com o Candomblé, quer com a Umbanda, quer com as diversas doutrinas espiritualistas. As confusões eram muito grandes, principalmente com os cultos afro-brasileiros. A própria Federação Espírita Brasileira (FEB) pretendeu chamar de "Espiritismo" todas as práticas mediúnicas ou assemelhadas e de "Doutrina Espírita", os conceitos decorrentes da obra codificada por Allan Kardec.

Para dirimir dúvidas, lançando luz sobre o assunto, em 1947 Deolindo Amorim publicou "Africanismo e Espiritismo", obra onde deixa clara a inexistência de ligações filosóficas, práticas ou doutrinárias entre o Espiritismo e as correntes espiritualistas apoiadas na cultura africana, trazida pelos escravos e que se converteram em vários cultos de gosto popular.

Posteriormente, determinado a explanar didaticamente as bases da doutrina de Allan Kardec, escreveu "O Espiritismo e os Problemas Humanos" e o "O Espiritismo à Luz da Crítica", este último em resposta a um padre que escrevera uma obra criticando a Doutrina. Segui-se-lhes "Espiritismo e Criminologia", oriundo de uma conferência no Instituto de Criminologia da Universidade do Rio de Janeiro.

Por fim, em 1958, lançou a obra "O Espiritismo e as Doutrina Espiritualistas", onde sem combater nenhuma corrente ou filosofia espiritualista, como a Teosofia, a Rosacruz, e as diversas seitas de origem asiática e africana, embora ressaltando eventuais coincidências de pontos filosóficos, simplesmente define, separa e identifica o que é o Espiritismo, mostrando a sua independência.

Sobre a questão religiosa no Espiritismo, a sua posição foi a mesma de Allan Kardec. Citando as palavras do fundador, concluía que, como qualquer filosofia espiritualista, o Espiritismo tinha consequências religiosas, mas de forma alguma se tornava uma religião constituída.

Herculano Pires (sentado) com Deolindo Amorim no Instituto de Cultura Espírita do Brasil.
A Fundação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB)

Tendo existido, no Rio de Janeiro, a Faculdade Brasileira de Estudos Psíquicos a que pertenceu e foi seu último presidente, quando a instituição se tornou insubsistente Deolindo Amorim promoveu a criação do Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), fundado em 07 /12/1957 e por ele dirigido até sua morte.

Quanto à questão da unificação do movimento, Deolindo Amorim nunca se ligou à Federação Espírita Brasileira, tendo mantido laços com a Liga Espírita do Brasil, entidade criada em 1927 por Aurino Barbosa Souto e da qual Deolindo Amorim foi o último 2º vice-presidente.

Em 1949, com a assinatura do "Pacto Áureo", a Liga Espírita do Brasil, que não tinha representatividade nacional, deixou de existir, transformando-se numa entidade federativa estadual. Atualmente, após várias denominações, é denominada União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro (USEERJ).

Deolindo Amorim foi contra o acordo, à época, referindo:

"Quando a Liga [Espírita do Brasil] aceitou o Acordo de 5 de outubro [de 1949], acordo que se denominou depois, Pacto Áureo, tomei posição contrária (...) votei contra a resolução, porque não concordei com o modo pelo qual se firmara esse documento. E o fiz em voz alta, de pé, na Assembleia, com mais doze companheiros que pensavam da mesma forma."

Obras
  • Africanismo e Espiritismo
  • Allan Kardec
  • Análises Espíritas
  • Doutrina Espírita
  • Espiritismo à Luz da Crítica
  • Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas
  • Espiritismo e Criminologia
  • Idéias e Reminiscências Espíritas (Documentário)
  • Ponderações Doutrinárias
  • Relembrando Deolindo Vol. 1
  • Relembrando Deolindo Vol. 2

Fonte: Wikipédia