Mostrando postagens com marcador Maestro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Maestro. Mostrar todas as postagens

Carlos Gomes

ANTÔNIO CARLOS GOMES
(60 anos)
Pianista, Compositor e Maestro

* Campinas, SP (11/07/1836)
+ Belém, PA (16/09/1896)

Foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro alla Scala. É o autor da ópera O Guarani.

Carlos Gomes nasceu em Campinas e ficou conhecido por Nhô Tonico, nome com que assinava, até, suas dedicatórias. Nasceu numa segunda-feira numa humilde casa da Rua da Matriz Nova, na "Cidade das Andorinhas". Foram seus pais Manuel José Gomes (Maneco Músico) e Fabiana Jaguari Gomes.

A vida de Antônio Carlos Gomes foi, sempre, marcada pela dor. Muito criança ainda, perdeu a mãe, tragicamente, assassinada aos vinte e oito anos. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles, formou uma banda musical, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos. Desde cedo, revelou seus pendores musicais, incentivado pelo pai e depois por seu irmão, José Pedro de Sant'Ana Gomes, fiel companheiro das horas amargas.

É na banda do pai, que mais tarde Carlos Gomes viria a substituir, que ele vai fazer, em conjunto com seus irmãos, as primeiras apresentações em bailes e em concertos. Nessa época, Antônio Carlos Gomes alternava o tempo entre o trabalho numa alfaiataria costurando calças e paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais.

Aos quinze anos de idade, compõe valsas, quadrilhas e polcas. Aos dezoito anos, em 1854, compõe a primeira missa, Missa de São Sebastião, dedicada ao pai e repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compõe a modinha Suspiro d'Alma com versos do poeta romântico português Almeida Garrett.

Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos, com o pai. Moço ainda, lecionava piano e canto, dedicando-se, sempre, com afinco, ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi. Era conhecido também em São Paulo, onde realizava, freqüentemente, concertos, e onde compôs o Hino Acadêmico, ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito. Aqui, recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o rumo da Corte, em cujo conservatório poderia aperfeiçoar-se. Todavia, Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos.

A Primeira Ópera

Em 4 de setembro de 1861, foi cantada, no Teatro da Ópera Nacional, A Noite do Castelo, o primeiro trabalho de fôlego de Antônio Carlos Gomes, baseado na obra de Antônio Feliciano de Castilho. Constituiu uma grande revelação e um êxito sem precedentes, nos meios musicais do país. Carlos Gomes foi levado para casa em triunfo por uma entusiástica multidão, que o aclamava sem cessar. O imperador, também entusiasmado com o sucesso do jovem compositor, agraciou-o com a Imperial Ordem da Rosa.

Carlos Gomes conquistou logo a Corte. Tornou-se uma figura querida e popular. Seus cabelos compridos eram motivo de comentários, e até ele ria das piadas. Certa vez, viu um anúncio, que fora emendado: de "Tônico Para Cabelos", fizeram "Tonico, Apara os Cabelos!". Virou-se para seu inseparável amigo Salvador de Mendonça e disse, sorrindo: Será comigo?

Francisco Manuel costumava dizer, a respeito do jovem musicista: "O que ele é, só a Deus e a si o deve!"

A saudade de sua querida Campinas e de seu velho pai atormentava-lhe o coração. Pensando também na sua amada Ambrosina, com quem namorava, moça da família Correia do Lago, Carlos Gomes escreveu essa jóia que se chama Quem Sabe?, de uma poesia de Bittencourt Sampaio, cujos versos "Tão longe, de mim distante. Onde irá, onde irá teu pensamento!…" ainda são cantados pela nossa geração.

Dois anos depois desse memorável triunfo, Carlos Gomes apresenta sua segunda ópera, Joana de Flandres, com libreto de Salvador de Mendonça, levada à cena em 15 de setembro de 1863.

Como corolário do êxito, na congregação da Academia Imperial de Belas Artes, foi lido um ofício do diretor do Conservatório de Música, comunicando ter sido escolhido o aluno Antônio Carlos Gomes para ir à Europa, às expensas da Empresa de Ópera Lírica Nacional, conforme contrato com o Governo Imperial. Estava, assim, concretizada a velha aspiração do moço campineiro, que, mesmo comovido, ao ir agradecer ao imperador a magnanimidade, ainda se lembrou do seu velho pai e solicitou para este o lugar de mestre da Capela Imperial. Dom Pedro II, enternecido ante aquele gesto de amor filial, acedeu.

Europa

O imperador preferia que Carlos Gomes fosse para a Alemanha, onde pontificava o grande Richard Wagner, mas a imperatriz, Dona Teresa Cristina, napolitana, sugeriu-lhe a Itália.

A 8 de novembro de 1863, o estudante partiu, a bordo do navio inglês Paraná, entre calorosos aplausos dos amigos e admiradores, que se comprimiam no cais. Levava consigo recomendações de Dom Pedro II para o rei Fernando II, de Portugal, pedindo que apresentasse Carlos Gomes ao diretor do Conservatório de Milão, Lauro Rossi. O jovem compositor passou por Paris, onde assistiu a alguns espetáculos líricos, mas seguiu logo para Milão.

Lauro Rossi, encantado com o talento do jovem aluno, passou a protegê-lo e a recomendá-lo aos amigos. Em 1866, Carlos Gomes recebia o diploma de mestre e compositor e os maiores elogios de todos os críticos e professores. A partir dessa data, passou a compor. Sua primeira peça musicada foi Se Sa Minga, em dialeto milanês, com libreto de Antonio Scalvini, estreada, em 1 de janeiro de 1867, no Teatro Fossetti. Um ano depois, surgia Nella Luna, com libreto do mesmo autor, levada à cena no Teatro Carcano.

Carlos Gomes já gozava de merecido renome na cidade de Milão, grande centro artístico, mas continuava saudoso da pátria e procurava um argumento que o projetasse definitivamente.

Certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando: "Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!". Tratava-se de uma péssima tradução do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito o maestro, que comprou o folheto e procurou logo Scalvini, que também se impressionou pela originalidade da história. E, assim, surgiu O Guarani, que apesar de não ser a sua maior nem a melhor obra, foi aquela que o imortalizou. A noite de estréia da nova ópera foi 19 de março de 1870.

Não há quem não conheça os maravilhosos acordes de sua estupenda abertura. A ópera ganhou logo enorme projeção, pois se tratava de música agradável, com sabor bem brasileiro, onde os índios tinham papel de primeiro plano. Foi representada em toda a Europa e na América do Norte.

O grande Giuseppe Verdi, já glorioso e consagrado, teria dito de Carlos Gomes, nessa noite memorável: "Questo giovane comincia dove finisco io!" ("Este jovem começa de onde eu termino!").

E, na noite de 2 de dezembro de 1870, aniversário do imperador Dom Pedro II, em grande gala, foi estreada a ópera no Teatro Lírico Provisório, no Rio de Janeiro.

Os principais trechos foram cantados por amadores da Sociedade Filarmônica. O maestro viveu horas de intensa consagração e emoção. Depois, O Guarani foi levado à cena nos dias 3 e 7 de dezembro, sendo que, nesta última noite, em benefício do autor. Nesta data, o maestro ficou conhecendo André Rebouças. Após o espetáculo, houve uma alegre marche au flambeaux, com música, até ao Largo da Carioca, onde estava hospedado Carlos Gomes, em casa de seu amigo Júlio de Freitas.

Por intermédio de André Rebouças, o compositor foi apresentado ao Ministro do Império, João Alfredo Correia de Oliveira, em sua casa, nas Laranjeiras.

Em 1871, a 1º de janeiro, Carlos Gomes vai a Campinas, visitar seu irmão e protetor José Pedro Santana Gomes. Em 18 de fevereiro, com André Rebouças, despede-se do imperador, em São Cristóvão. E, no dia 23, segue para a Europa novamente.

Outras Óperas, Outros Triunfos

Na Itália, Carlos Gomes casou-se com Adelina Péri, que devotou toda sua vida ao maestro. Desse consórcio, nasceram cinco filhos, muito amados pelo compositor. Todavia, um a um foram morrendo em tenra idade, tendo restado somente Ítala Gomes Vaz de Carvalho, que escreveu um livro, em que honrou a memória do seu glorioso pai. Na península, Carlos Gomes escreveu, a seguir, Fosca, considerada por ele sua melhor obra, Salvator Rosa e Maria Tudor.

Em 1866, recebeu Carlos Gomes, de novo no Brasil, uma justa consagração na Bahia, onde, a pedido do grande pianista português, Arthur Napoleão, compôs o Hino a Camões, para o Quarto Centenário Camoniano, executado simultaneamente ali e na Corte, com grande sucesso.

Carlos Gomes, porém, não mais perseguia somente a glória. Abalado por seguidos e profundos desgostos, doente, desiludido, procurava uma situação que lhe permitisse viver em sua pátria e ser-lhe útil. Seu estado, contudo, era mais grave do que supunha.

De volta à Itália, compôs a grande ópera Lo Schiavo, que entretanto, por vários motivos, não pôde ser representada ali. Foi levada à cena, pela primeira vez, em 27 de setembro de 1887, no Rio de Janeiro, em homenagem à princesa Isabel, A Redentora com esplêndido sucesso.

Os Últimos Anos

Em 3 de fevereiro de 1891, outra vez na Itália, Carlos Gomes estréia, no Scala de Milão, a ópera Condor, com grande êxito, pois, nessa peça, apresentara uma nova forma, muito mais próxima do recitativo moderno.

O mal que o levaria ao túmulo, nessa época, fazia-o sofrer dolorosamente. Todavia, as desilusões, as decepções, a ingratidão de seus compatriotas e as dores físicas ainda não lhe haviam quebrado a resistência. Ainda estava à espera de sua nomeação para o cargo de diretor do Conservatório de Música, no Brasil. Nesse tempo foi proclamada a República, e seu grande amigo e protetor, Dom Pedro II, é exilado, com grande mágoa de Carlos Gomes. Compôs, ainda, Colombo em 1892, poema sinfônico que, incompreendido pelo grande público, não obteve êxito.

Finalmente, após tanto sofrimento, chegou-lhe um convite. Lauro Sodré, então presidente do Pará, pediu-lhe para organizar e dirigir o Conservatório daquele estado. Carlos Gomes volta para a Itália, a fim de pôr em ordem suas coisas, despedir-se dos filhos e reunir elementos para uma obra grandiosa que, apesar de seu estado, sempre mais grave, ainda conseguiu realizar.

Amigos aconselharam-no a fazer uma estação em Salsomaggiore, mas ele desejava partir, quanto antes, para sua pátria. Chegou a Lisboa, por estrada de ferro, e recebeu comovedora homenagem.

A 8 de abril de 1895, nessa mesma cidade, sofre a primeira intervenção cirúrgica na língua, sem resultados animadores. Embarca, no vapor Óbidos, para o Brasil. De passagem por Funchal, tem o prazer de reabraçar seu velho amigo André Rebouças, ali exilado.

Em 14 de maio, foi recebido pelo povo paraense com enternecedoras manifestações de apreço. No entanto os últimos dias de Carlos Gomes em Belém foram de grande sofrimento. Seu mal era muito grave, e os esforços médicos não conseguiam diminuir as dores. Uma única vez ele saiu de casa, quando foi ao Conservatório de Música, que não chegou a dirigir.

No dia 11 de julho, data de seu aniversário, as homenagens tributadas ao compositor davam a medida da afetividade que inspirava. Em vários pontos da cidade ouviam-se os acordes da protofonia de O Guarani, e os jornais alimentavam a dor pública com o relatório constante do agravamento do estado geral do compositor.

Estava montado o cenário onde aconteceria a representação final do pathos do artista genial, do brasileiro ilustre, do consagrado Testa di Leone (cabeça de leão, devido à farta cabeleira), como algumas publicações italianas o chamavam.


Cercado por autoridades e amigos, com o presidente do estado Lauro Sodré à cabeceira, Carlos Gomes morreu às 22 horas e 15 minutos de 16 de setembro de 1896.

Silio Boccanera Junior escreve às 22:35 o boletim:

"Expirou o eminente maestro. Cerrou-lhe os olhos o Dr. Lauro Sodré… A morte de Carlos Gomes foi completamente serena. O arquejar regularíssimo diminuiu a pouco e pouco e o último suspiro esvaiu-se num ofego quase imperceptível. A expressão do rosto é serena."

Nenhum sacerdote visitou Carlos Gomes em sua agonia e nem na hora da morte. Ele não recebeu extrema-unção nem hóstia consagrada talvez porque fosse maçon, mais um gesto incoerente e desumano da Igreja Católica. Num gesto piedoso, o Dr. Pedro Clermont colocou-lhe sobre o peito um crucifixo na hora final.

O atestado de óbito foi firmado pelos Drs. Almeida Pernambuco e Holanda Lima e declarou que o maestro faleceu às 22:20 da noite de 16 de setembro de 1896, na casa nº 59, na Travessa Quintino Bocaiúva, de Cachexia Cancerosa, sob nº 2265, lavrado em 17 de setembro de 1896 às fls. 115 v. e 116 do livro nº 24 do Cartório do Primeiro Ofício de Nascimentos e Óbitos de Belém.

Seu corpo foi embalsamado, fotografado e, em seguida, exposto à visitação pública, cercado de flores e objetos como partituras e instrumentos, bem de acordo com a idealizada "morte bela" do Romantismo.

Descrevendo os cenários da morte, os jornais tratavam com solenidade o acontecimento, destacando o repouso, o sono intérmino, o triunfo silente do grande artista. Diziam os jornais, o maestro não morrera; antes, cruzara os umbrais da Fama!

Dois dias depois do falecimento, o corpo do maestro foi transferido para o Conservatório de Música. O cortejo varou a noite de Belém. Desatrelado das parelhas de animais, o carro funerário era conduzido pelo povo, numa insólita romaria colonial anunciada pelos acordes de O Guarani e iluminado pelas velas e archotes levados no préstito ou dispostos nas varandas das casas.

De 18 a 20 de setembro de 1896, o corpo ficou exposto em câmara ardente nos salões do Conservatório de Música, que se transformou em santuário cívico e espaço para as representações do afeto coletivo pelo compositor, como registram as imagens de época. Em seguida, foi levado para o Cemitério da Soledade, um misto de panteão e cemitério-jardim, onde estavam sepultados heróis da Guerra do Paraguai, como o general Henrique Gurjão, acompanhado por aproximadamente 70 mil pessoas, que levavam andores, quadros, alegorias e guirlandas.

Numa Belém cujos círculos letrados eram fortemente influenciados pelo positivismo, o cortejo fúnebre tornou-se uma verdadeira procissão cívica, em grande parte por iniciativa também do governo do Pará, que instrumentalizou a morte de Carlos Gomes.

O maestro porém, não foi sepultado em Belém. A pedido do presidente do estado de São Paulo, Campos Sales, o compositor foi levado para lá, com honras e transporte militares, a bordo do vapor Itaipu. Antes, na setecentista Catedral da Sé no Pará, foi celebrada uma missa de réquiem entoando-se uma elegia a Carlos Gomes. Seu ataúde dominava o centro de um monumento funerário de quatorze metros de altura, em um catafalco encomendado por Lauro Sodré.

O culto aos grandes homens dava forma à religião cívica do positivismo e exaltava os nomes reconhecidos pela humanidade. Ao final das cerimônias litúrgicas e ao deixar o Porto de Belém rumo a Santos, o Itaipu não transportava apenas os restos de Carlos Gomes. Também conduzia o corpo de um mito que alimentara a imaginação de um Brasil singular até mesmo em suas representações.

Diante de seu estado, pouco antes de morrer o governo de São Paulo autorizou uma pensão mensal de dois contos de réis, enquanto ele vivesse e, por sua morte, de quinhentos mil réis, aos seus filhos, até completarem a idade de 25 anos. Nessa ocasião, existiam somente dois filhos do glorioso maestro.

Dias antes de sua morte, Carlos Gomes diria, fatalista: "Qual, o mano Juca não chega… eu sou mesmo o mais caipora dos caipiras…"

Os gloriosos despojos do maestro, se encontram hoje no magnífico monumento-túmulo, em Campinas, sua terra natal, na Praça Antônio Pompeu. A duas quadras dali está o Museu Carlos Gomes, que reúne objetos e partituras do compositor.

Em 1936, em todo o país, foi comemorado o centenário de seu nascimento, com grandes solenidades.

Epílogo

Carlos Gomes faz jus também ao nosso reconhecimento pelo seu grande espírito de brasilidade, que sempre conservou, mesmo no estrangeiro. Quando da estréia O Guarani, em Milão, o famoso tenor italiano Villani, escolhido para o papel de Peri, criou um problema: ele usava barbas, e recusava-se a raspá-las. Carlos Gomes protestou: "Onde se vira índio brasileiro barbado?" mas, afinal, tudo se acomodou. O tenor era um dos grandes cartazes da época e não podia ser dispensado. Assim, acabou cantando, após disfarçar os pelos, com pomadas e outros ingredientes. A procura de instrumentos indígenas foi outro tormento para o maestro. Em certos trechos de música bárbara e nativa, eram necessários borés, tembis, maracás ou inúbias. Andou por toda a Itália, mas não os encontrou, e foi preciso mandar fazê-los, sob sua direção, numa afamada fábrica de órgãos, em Bérgamo.

Representações na Cultura

Carlos Gomes já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Paulo Betti na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999).

Teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) de 1990 e em moedas de trezentos réis que foram emitidas em 1936 e 1937.

O livro Carlos Gomes - Documentos Comentados (2007) de Marcus Góes, da Algol Editora, traz documentos históricos de Carlos Gomes e cartas.

Livro Homenagem a Memoria de Carlos Gomes, organizado pela Academia de Amadores da Música de Lisboa, pela Editora Cia Nacional em 1897.

Óperas

  • 1861 - A Noite do Castelo(Rio de Janeiro)
  • 1863 - Joanna de Flandres (Rio de Janeiro)
  • 1870 - O Guarani (Milão)
  • 1873 - Fosca (Milão)
  • 1874 - Salvador Rosa (Genova)
  • 1879 - Maria Tudor (Milão)
  • 1889 - O Escravo (Rio de Janeiro)
  • 1891 - Condor (Milão)
  • 1892 - Colombo (Rio de Janeiro)
  • Minha Campinas

Fonte: Wikipédia e Blog Maestro Carlos Gomes

Eleazar de Carvalho

ELEAZAR DE CARVALHO
(84 anos)
Maestro

* Iguatu, CE (28/06/1912)
+ São Paulo, SP (12/09/1996)

Recebeu seus primeiros ensinamentos musicais na marinha, onde fez parte da Banda dos Fuzileiros Navais. Logo ingressou na Escola Nacional de Música formando-se com distinção em todas as matérias, inclusive canto e composição e foi nessa época que compôs duas óperas: O Descobrimento do Brasil e Tiradentes.

Fonte: Fundação Eleazar de Carvalho
Sua formação foi ministrada por Serge Koussevitzky, que por sua vez a recebeu diretamente de Piotr Ilitch Tchaikovsky. Doutorou-se em Música pela Washington University e humanística pela Hofstra University.

Importantes regentes como Zubin Mehta, Claudio Abbado, Seiji Ozawa, Gustav Meier e outros, receberam seus conhecimentos e entre seus alunos mais recentes estão Dante Anzolini, Hiroyuki Shimizu, Antony Princiotti, Lanfranco Marcelletti.

Foi professor de regência da Juilliard School e Yale University. Detentor do título de Diretor e Regente Emeritus da Sinfônica de Saint Louis, Professor Emeritus da Universidade de Yale e ganhador da Medalha Mahler por ter regido suas nove sinfonias.

O maestro Eleazar de Carvalho esteve à frente das maiores orquestras do mundo, Orquestra Sinfônica de Boston, Filarmônica de Viena, Filarmônica de Israel e todas as importantes orquestras da França, Bélgica e Itália. Em Paris fez sua estréia no Theatre Champs Elysées e por vários anos foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Saint Louis, Missouri.

Fonte: Fundação Eleazar de Carvalho
No Brasil foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra Sinfônica da Paraíba, e dede 1972 até sua morte foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.

Trouxe para o Brasil o modelo do Festival de Tanglewood, onde foi professor de regência por dezessete anos, e o aplicou com sucesso no Festival de Inverno de Campos do Jordão, Gramado (RS), João Pessoa (PB) e Itu (SP).

Entre as homenagens in memoriam destacam-se a da Orquestra Sinfônica da Paraíba, Orquestra Filarmônica do Ceará, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, Festival de Inverno de Campos do Jordão "Dr. Luis Arrobas Martins", Festival de Artes de Itu, Governo do Estado de São Paulo e do Ministério da Educação e Cultura que instituiu o Prêmio Eleazar de Carvalho.

Estátua de Eleazar de Carvalho em Gramado, Rio Grande do Sul
Na década de 1950 Eleazar regeu todas as óperas de Carlos Gomes de memória, o que lhe valeu receber, pós-morte, o Prêmio Carlos Gomes em 1996 e 2001. A Universidade de Yale lhe prestou homenagem instituindo o Eleazar de Carvalho Scholarship, para alunos de regência.

O Festival Internacional de Música, por ele implantado no Brasil e promovido pela Fundação Eleazar de Carvalho, juntamente com o Governo do Estado do Ceará, já está em sua quinta edição.

A criação da Semana Eleazar de Carvalho como parte oficial das comemorações do estado de São Paulo, é um reconhecimento das autoridades pelos serviços prestados por ele à cultura brasileira.

Fonte: http://www.orquestra.ce.gov.br/ (Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho)

Lindolpho Gaya

LINDOLPHO GOMES GAYA
(66 anos)
Instrumentista, Arranjador, Compositor e Maestro

* Itararé, SP (06/05/1921)
+ Curitiba, PR (15/09/1987)

Começou a aprender piano com sete anos de idade, só se profissionalizando como músico em 1942. Estudou no Colégio Franco-Brasileiro, de São Paulo.

A partir de 1942, no Rio de Janeiro, passou a atuar como pianista em programas de calouros na então Rádio Transmissora, passando para a Orquestra de Chiquinho na Rádio Clube e depois para a Rádio Tupi, onde conheceu a cantora Stellinha Egg, com quem se casou em 1945.

Para a RCA Victor e Odeon, realizou durante 15 anos arranjos e orquestrações, destacando-se na música popular brasileira.

Com os arranjos de O Vento e O Mar (ambos de Dorival Caymmi), interpretados por Stellinha Egg, recebeu o prêmio Melhor Disco do Ano, que possibilitou ao casal uma temporada artística pela Europa em 1955.

Em Varsóvia, Polônia, regeu a orquestra filarmônica, recebendo a medalha de ouro do governo polonês, e atuou como juiz em congresso folclórico apresentado na Festa da Juventude. Em Moscou, regeu a Grande Orquestra do Teatro Strada, participando do filme Folclore de Cinco Países, de Alexandrov, no qual tocou chorinhos de sua autoria. Na França, foi diretor musical do filme Bela Aventura, com Stellinha Egg, sobre temas e motivos brasileiros.

Fixando residência em Paris, onde trabalhou para a organização de gravações de Ray Ventura, fez arranjos para gravações de músicas brasileiras e sul-americanas. Orquestrou para uma gravadora francesa o LP Chants Folkloriques Breseliens, sobre temas brasileiros, interpretados por Stellinha Egg.

De volta ao Brasil, compôs músicas e fez arranjos para histórias infantis, com os seguintes LPs: João e Maria, O Gato de Botas, A Moura Torta, A Galinha dos Ovos de Ouro, Branca de Neve e O Pequeno Polegar. Ainda na RCA Victor lançou os LPs Em Tempo de Dança (dois volumes), para órgão e pequeno conjunto.

Sua passagem para a Odeon deu-se quando a Bossa Nova começava a tomar forma: fez os arranjos para o histórico LP Amor de Gente Moça, de Sylvia Telles. Gravou ainda vários LPs pela Odeon, onde se destaca Dança Moderna com sua orquestra, tocando músicas tradicionais brasileiras, tais como Rosa Morena (Dorival Caymmi) e Grau Dez (Lamartine Babo/Ary Barroso).

Em 1965 compôs as músicas do show Rio de Quatrocentos Janeiros, apresentado no grill-room do Copacabana Palace Hotel, do Rio de Janeiro, recebendo o Prêmio Euterpe 65. A música foi registrada em LP comemorativo do IV centenário da cidade.

No ano seguinte, participou do júri que selecionou as 36 finalistas do I Festival Internacional da Canção, da TV Rio, do Rio de Janeiro, fazendo os arranjos e regendo boa parte delas, e criou o desenho rítmico da canção Saveiros (Dori Caymmi/Nelson Motta), que obteve o primeiro lugar na fase nacional e o segundo na internacional. Lançou pela Philips o LP O Grande Festival, com as músicas do certame, tendo recebido o Galo de Ouro pela sua atuação como arranjador e maestro.

Apresentou na TV Rio e depois na TV Continental, um programa popular com Stellinha Egg, entremeando canções e filmes sobre o Brasil. Dirigiu shows de Elizeth Cardoso e Amália Rodrigues, no Canecão do Rio de Janeiro.

Fonte: Cifra Antiga

Anacleto de Medeiros

ANACLETO AUGUSTO DE MEDEIROS
(41 anos)
Maestro e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (13/07/1866)
+ Rio de Janeiro, RJ (14/08/1907)

Anacleto de Medeiros nasceu e faleceu na Ilha de Paquetá, localizada no interior nordeste da Baía de Guanabara, no bairro de Paquetá, no Rio de Janeiro.

Filho de uma escrava liberta, Anacleto de Medeiros começou na música tocando flautim da Banda do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro. Aos 18 anos foi trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e ao mesmo tempo matriculou-se no Imperial Conservatório de Música.

Nessa época já dominava quase todos os instrumentos de sopro, e tinha especial preferência pelo saxofone. Fundou, entre os operários da tipografia, o Clube Musical Gutemberg, iniciando aí sua função de organizador de conjuntos musicais.

Formou-se no conservatório em 1886, época em que organizou a Sociedade Recreio Musical Paquetaense, em Paquetá, seu bairro natal, e começou a compor algumas peças sacras. Em seguida, suas composições passaram a ser mais populares, principalmente polcas, schotisch, dobrado, marcha e valsas.

Aos poucos foi criando fama como compositor, e suas peças passaram a ser executadas em bandas de todo o país. Catulo da Paixão Cearense musicou algumas de suas músicas, como o famoso schotisch "Iara", editado em 1912 com o nome "Rasga Coração".

Outras composições que ficaram conhecidas foram "Santinha", "Três Estrelinhas" e "Não Me Olhes Assim".

Anacleto de Medeiros foi fundador, diretor e maestro de muitas bandas, tendo contribuído de maneira fundamental para a fixação dessa formação no Brasil. A tradição de bandas se reflete até hoje, por exemplo no desenvolvimento de uma sólida escola de sopros. A banda que se tornou mais famosa sob regência de Anacleto de Medeiros foi a do Corpo de Bombeiros, que chegou a gravar alguns dos discos pioneiros produzidos no Brasil, nos primeiros anos do século XX.

Fonte: Wikipédia

Hekel Tavares

HEKEL TAVARES
(73 anos)
Compositor, Maestro e Arranjador

☼ Satuba, AL (16/06/1896)
┼ Rio de Janeiro, RJ (08/08/1969)

Hekel Tavares foi um compositor, maestro e arranjador brasileiro nascido em Satuba, AL, no dia 16/06/1896.

Hekel Tavares estudou piano com uma tia e, ainda criança, aprendeu harmônica e cavaquinho, mas sua maior paixão era a música popular, principalmente a que vinha dos cantadores de desafios e dos reisados.

Foi para o Rio de Janeiro em 1921 e lá começou a estudar Orquestração com o maestro J. Otaviano.

Ao lado de Waldemar Henrique da Costa Pereira, Marcelo Tupinambá e Henrique Vogeler, sob a influência nacionalista da Semana de Arte Moderna (1922), criou um tipo de música situado na fronteira do erudito e do popular.

Iniciou-se profissionalmente como compositor de Teatro de Revista, fazendo em 1926 a música para a peça carnavalesca "Está na Hora", de Goulart de Andrade, levada no Teatro Glória. Ainda em 1926 apareceu regendo uma orquestra na revista "Plus-Ultra", no mesmo teatro.

Sua primeira composição de sucesso foi "Suçuarana" (Hekel TavaresLuiz Peixoto), lançada em 1927.

Em 1927, para o Teatro de Brinquedo, idealizado por Álvaro Moreyra e outros, que funcionava no subsolo do Teatro Cassino Beira-Mar, musicou a peça de estréia, sendo também o pianista desse espetáculo e de outros que se seguiram. Essa experiência de teatro ligeiro e elegante teve pouca duração, pois era ainda muito reduzido o público de alta classe média, para o qual eram dirigidos os espetáculos.


Assim, ainda em 1927, o compositor se viu na contingência de voltar às revistas mais populares dos teatros da Praça Tiradentes e foi também em uma parceria com o compositor Luiz Peixoto seu maior êxito popular com a música "Casa de Caboclo" gravada por Gastão Formenti na gravadora Parlophon em 1928. No mesmo ano de 1928, Patrício Teixeira gravou "Eu Ri da Lagartixa", também lançada na Parlophon.

No início da década de 30, Hekel Tavares compôs com muitos parceiros entre os quais Joraci Camargo com quem fez "Favela e Leilão", com Ascenso Ferreira "Chove!… Chuva!…", com Álvaro Moreyra "Bahia", com Murilo Araújo Banzo e com Luís Peixoto as músicas "Na Minha Terra Tem" e "Felicidade".

Em 1933, Jorge Fernandes registrou "O Que Eu Queria Dizer Ao Teu Ouvido" (Hekel Tavares e Mendonça Júnior) e "Guacyra" (Hekel Tavares e Joraci Camargo) pela gravadora Odeon.

Lançou sua primeira composição erudita, "André de Leão e o Demônio de Cabelo Encarnado", tendo como base um poema de Cassiano Ricardo em 1935.

Jorge Fernandes gravou "Caboclo Bom", música composta em parceria com Raul Pederneiras, em 1942, pela gravadora Columbia.

Autor de mais de 100 músicas, de 1949 a 1953 percorreu quase todo o Brasil, em missão especial do então Ministério da Educação e Saúde Pública, pesquisando motivos folclóricos que utilizaria em diversas obras, como no poema sinfônico "O Anhangüera", canção com argumento de sua esposa, Marta Dutra Tavares, e poemas de Murilo Araújo, e também, toadas sertanejas, maracatus, fox-trot.


Fez com o ritmo alagoano coco obras sinfônicas, peças clássicas como o "Concerto Para Piano" e "Orquestra em Formas Brasileiras", obras para piano e violino, coro misto, solistas e coros infantis entre outros motivos folclóricos e regionais, tais como: "Engenho Novo" e "Bia-tá-tá".

Ainda com o material obtido na viagem, em 1955 fez "Oração do Guerreiro", para baixo profundo. Compôs ainda o "Concerto, Para Piano e Orquestra", "Concerto em Formas Brasileiras", para violino e orquestra, "O Sapo Dourado" "A Lenda do Gaúcho", fantasias infantis.

Deixou inacabados: "Rapsódia Nordestina" e "Fantasia Brasileira", ambas para piano e orquestra, e o drama folclórico "Palmares".

Mas Hekel Tavares, pessoa tão importante no cenário musical do inicio do século passado, acabou passando despercebido pela maioria por causa da retirada da educação musical das escolas em 1960, motivo pelo qual infelizmente nós brasileiros ficamos a mercê de uma formação musical totalmente influenciada pelo mercado discográfico, ou seja, condenados a alienação de ouvir as últimas sensações do momento.

Ficam assim desconhecidos os bons e importantes músicos que fizeram o brilhante passado da nossa música, e é justamente por conta disso que não chegam aos nossos ouvidos músicas tão boas quanto às do célebre maestro alagoano Hekel Tavares.

É creditada a Hekel Tavares a autoria da famosa música "As Penas do Tiê", que foi motivo de batalha judicial com o cantor Raimundo Fagner.

Fonte: Wikipédia

Moacir Santos

MOACIR JOSÉ DOS SANTOS
(80 anos)
Professor, Arranjador, Compositor, Maestro e Instrumentista

* Vila Bela, PE (26/07/1926)
+ Los Angeles, EUA (06/08/2006)

Moacir Santos é considerado pelos críticos e pesquisadores musicais como um dos principais arranjadores e compositores brasileiros, aquele que renovou a linguagem da harmonia no país.

Nasceu em uma família simples no sertão de Pernambuco e antes de completar dois anos de idade foi morar com a mãe Julita e os 3 irmãos em Flores do Pajeú. Um ano depois, ficou órfão e foi adotado pela madrinha Corina, passando a viver, mais tarde, com a tutora Ana Lúcio.

Desde cedo, sua brincadeira preferida era a de imitar, com outros meninos, a banda de música de sua cidade. Improvisava a brincadeira utilizando-se de latinhas e pífanos. Presente em todos os ensaios da banda, foi eleito vigia, com a função de evitar que as crianças mexessem nos instrumentos e com o direito de experimentá-los. Sua inclinação para a música era tão forte que os músicos da cidade lhe presenteavam com instrumentos, como violão e flautim, que o menino tocava intuitivamente. Recebeu conhecimentos musicais de vários mestres de banda, como o mestre Paixão, enviado pela Brigada do Estado de Pernambuco.

Aos 14 anos de idade já era um dos integrantes da banda local, tocando saxofone, clarinete, pistom, banjo, violão e bateria. Nessa ocasião, decidiu fugir de casa em direção a uma cidade maior, com o propósito de expandir seu talento musical. Pegou carona com jovens caminhoneiros e rumou com eles para Alagoa de Baixo. Em seguida, começou sua vida de andarilho por várias cidades nordestinas, sempre procurando trabalho nas bandas de música e sendo bem acolhido pelos músicos locais.

Moacir Santos
Sua primeira oportunidade de apresentação no rádio ocorreu em 1943, no programa Vitrine, da Rádio Clube de Pernambuco.


No ano seguinte, ingressou na Banda da Polícia Militar da Paraíba, como sax-tenorista, tendo-se desligado como sargento músico de primeira classe.

Em 1945, Severino Araújo, líder da Orquestra Tabajara, que trabalhava na Rádio PRI-4, recebeu um convite para atuar no Rio de Janeiro. Com isso, houve a necessidade de se estruturar uma nova orquestra na qual o instrumentista foi convidado a participar. Ingressou, assim, na função de sax-tenorista e clarinetista da Jazz Band da Rádio PRI-4, Rádio Tabajara da Paraíba. Continuou compondo suas músicas e dois anos depois, já casado com Cleonice, foi nomeado regente da Orquestra.

Em 1948, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, por intermédio do músico Lourival de Souza, da Orquestra Tabajara, que o apresentou como o "fera do saxofone", começou a tocar no Clube Brasil Danças. Em seguida, ingressou na Rádio Nacional Rio de Janeiro, como sax-tenorista solista da Orquestra do Maestro Chiquinho, participando de todos os programas de envolvimento orquestral da emissora.

Estudou Teoria, Harmonia, Contraponto, Fuga e Composição com Paulo Silva, José Siqueira, Virgínia Fiusa, Cláudio Santoro, João Batista Siqueira, Nilton Pádua, Guerra Peixe e Hans Joachim Koellreutter, de quem se tornou assistente.

Durante dois anos, morou em São Paulo, onde regeu a orquestra da TV Record, voltando logo em seguida para o Rio de Janeiro.

Em 1967 mudou-se para Los Angeles pois fora convidado para a estréia mundial do filme Amor no Pacífico, do qual havia sido compositor. Estabeleceu moradia fixa na região de Pasadena, na California, onde viveu compondo trilhas para o cinema e dando aulas de música.

Realizações da Carreira


Conhecido pelo seu virtuosismo, dominava o saxofone, o piano, a clarineta, a trompeta, o banjo, o violão e a bateria. Note-se que ele iniciou-se como tocador de clarinete aos 11 anos.

É tido como um dos maiores mestres da renovação harmônica da Música Popular Brasileira.

Foi parceiro de Vinicius de Moraes, e por esse foi homenageado na canção Samba da Bênção, com Baden Powell:

"Moacir Santos / tu que não és um só, és tantos / como este meu Brasil de todos os santos."

Foi assistente do compositor alemão Hans Joachim Koellreutter e professor de músicos como Baden Powell, Paulo Moura, João Donato, Nara Leão, Roberto Menescal, Sérgio Mendes e outros importantes nomes da música brasileira.

Em julho de 2006, ganhou o Prêmio Shell de Música.

Morte

Moacir faleceu em 18 de Julho de 2006, vitima de um Derrame Cerebral que havia sofrido há dois dias, uma semana depois de completar 80 anos.



Obras

O seu primeiro disco intitula-se Coisas, lançado em 1965 pela gravadora Forma. Já morando nos Estados Unidos lançou os discos The Maestro (1972), Saudade (1974) e Carnival Of The Spirits (1975) pelo selo Blue Note Records, e Opus 3 Nº 1 (1978) pelo selo Discovery.

Suas mais conhecidas composições são Coisa n. 5, Menino Travesso, Triste de Quem, Se Você Disser que Sim (com Vinicius de Moraes) e Nanã (com Mário Teles).

Em 2001 sua obra foi novamente lançada no Brasil através do álbum Ouro Negro com arranjos e produção de Mário Adnet e Zé Nogueira, e com participações especiais de grandes artistas como Milton Nascimento, Djavan, Ed Motta, Gilberto Gil, João Bosco, João Donato entre outros.

Em 2005 foi lançado um DVD com um show da Banda Ouro Negro gravado ao vivo no SESC Pinheiros em São Paulo, e um disco, pela Biscoito Fino, com várias composições do inicio da carreira do maestro, nunca antes gravadas chamado Choros & Alegria.


Maestro Záccaro

AUGUSTINHO ZÁCCARO
(55 anos)
Maestro, Arranjador, Produtor de Espetáculos e Apresentador de TV

* São Paulo, SP (01/01/1948)
+ São Paulo, SP (02/02/2003)

Maestro, arranjador e produtor de espetáculos, conhecido pelo grande público após apresentar durante mais de uma década os programas "Záccaro" e "Italianíssimo", na TV Bandeirantes, TV Record e Central Nacional de Televisão (CNT).

Neto de italiano, Záccaro começou cedo na música. Aos 4 anos tocava acordeão. A professora ia dar aula a seu irmão e ele observava, arriscando-se sozinho no instrumento. Com 7 anos, iniciou suas aulas de piano, e aos 13, formou-se professor. No início da década de 80, o maestro inaugurou no bairro do Bixiga o Teatro Záccaro. Dividido entre a carreira de concertista e de músico, formou banda e trabalhou animando bailes.

Záccaro comandou o programa "Italianíssimo" durante 25 anos na TV Gazeta, onde estreou em 1978. Na TV Bandeirantes a partir de 1981, onde ficou 13 anos no ar durante as tardes de sábado. E na CNT, gravado no teatro que leva seu nome.

Ultimamente, era exibido no Canal 21, aos domingos, às 14:30 hs. Música, culinária e turismo, tudo sobre a Itália, e merchandising faziam parte da atração. O maestro e seu conjunto animaram bailes e festas com temática italiana em São Paulo e no Grande ABC, São Caetano do Sul principalmente.

Paulistano nascido na Avenida Paulista e neto de italianos, formou-se em piano e acordeom aos 14 anos, quando montou o primeiro conjunto. A partir dos salões de baile, já diplomado em curso superior de Música e em Direito, Záccaro foi animador musical de navio em rotas pelo Norte e Nordeste do Brasil, onde chegou a diretor artístico.

Em entrevistas, deu opiniões contundentes sobre os seguintes assuntos:

Homossexualismo: "Deveria ser segregado mesmo para todos saberem que, se tomarem tal atitude dúbia, estarão estragando a sociedade", quando o então prefeito de São Paulo Jânio Quadros, expulsou homossexuais da Escola Municipal de Balé.

Política: "O Brasil precisa de um homem que ame sua terra e arrume um cinturão de bons generais para limpar à força esse país".

Povo Brasileiro: "É um povo salafrário e corrupto, que quando chega ao poder quer usufruir mais ainda às expensas do governo".

Augustinho Záccaro faleceu aos 56 anos, no dia 02/02/2003, às 23:00 hs no Hospital do Rim e Hipertensão, São Paulo.

A causa da morte foi devido a complicações pós-operatórias. Ele estava internado em coma induzido depois da sétima cirurgia desde que transplantou um rim.

José Fernandes

JOSÉ FERNANDES
(54 anos)
Maestro, Discotecário, Produtor, Redator, Radialista e Jurado de TV

☼ Minas Gerais (1925)
┼ Rio de Janeiro, RJ (05/09/1979)

José Fernandes foi um maestro, discotecário, produtor, redator, jurado de televisão e apresentador de programas de rádio durante quase duas décadas, mas só se tornou famoso quando começou a aparecer, eternamente mal-humorado, nos júris de programas de televisão.

Fazia o tipo mal humorado, de poucas amizades e raramente dava um sorriso em frente às câmeras. E foram raras as vezes em que seu sorriso foi visto, mas aconteceu. Os calouros tremiam quando José Fernandes pegava o microfone e já sabiam que nota receberiam. Sua nota geralmente era 0 e quando estava de bem com a vida, dava 1.

Participou do "Programa Flávio Cavalcanti" e também foi jurado no "Show de Calouros" do "Programa Sílvio Santos".

Crítico feroz, costumava distribuir notas zero aos calouros e, em 13 anos, só concedeu nota 10 para os cantores Clara Nunes, Cláudia, Elis Regina, Maysa, Orlando Silva, Carlos José, Tito Madi e Dick Farney. Mesmo assim, recentemente acabaria confessando a um amigo seu arrependimento por três dessas notas.


Em 1976, Guilherme Arantes se apresentou no programa "Show de Calouros", com o seu primeiro sucesso "Meu Mundo e Nada Mais", que era tema da novela "Anjo Mau". O cantor recebeu nota máxima de todos os jurados, menos de José Fernandes, que deu 4,5 (a nota máxima era 5), alegando que o trecho da letra "Só Sobraram Restos", formava o cacófato "Sóçobraram Restos". Guilherme Arantes discutiu com José Fernandes e Sílvio Santos pôs panos quentes, dizendo que os candidatos não deveriam comentar as opiniões do júri.

Como músico, dirigiu uma orquestra dedicada especialmente a tangos.

Em 1976, pela RCA Camden, lançou o LP "Tangos Nota 10 - José Fernandes e Sua Orquestra Típica", com a interpretação dos tangos "Ojos Negros" (Vicente Greco), "Caminito" (Gabino Coria Peñaloza e Juan de Dios Filiberto), "Derecho Viejo" (Eduardo Arolas), "Nostalgias" (Juan Carlos Cobián e Enrique Cadícamo), "Ré-fá-si" (Enrique Delfino), "A Media Luz" (Edgardo Donato e Carlos César Lenzi), "Quejas de Bandoneon" (Juan de Dios Filiberto), "Tango Pra Teresa" (Jair Amorim e Evaldo Gouveia), "El Choclo" (Angel Villoldo, Enrique Santos Discépolo e Carlos Marambaio Catan), "Volver" (Carlos Gardel e Alfredo Le Pera), "La Maleva" (A. Buglione e M. Prado) e "Yira Yira" (Enrique Santos Discépolo).


Em 1977, lançou o LP "Tangos Nota 10 - Volume 2 - José Fernandes e Sua Orquestra Típica", com os tangos "Mi Refugio" (Juan Carlos Cobián e P. N. Córdoba), "La Útima Cita" (Agustin Bardi e Francisco Garcia Jimenez), "Uno" (Mariano Mores e Enrique Santos Discépolo), "Madreselva" (Francisco Canaro e Luis César Amadori), "Buen Amigo" (Julio de Caro e C. Marambio), "Felicia" (Enrique Saborido), "Noche de Reyes" (Jorge Curi e Pedro Maffia), "À Eduardo Arolas", (José Fernandes), "Cuesta Abajo" (Carlos Gardel e Alfredo Le Pera), "Tomo y Obligo" (Carlos Gardel e Manuel Romero), "Canaro" (José Martinez), "Esta Noche Me Emborracho" (Enrique Santos Discépolo), "Recuerdo" (Adolfo Pugliese) e "Maipo" (Eduardo Arolas).

Apesar de maestro, sua notoriedade se deveu, segundo a crítica especializada, ao tipo especial que criou no "Programa Flávio Cavalcanti": Carrancudo, mal-humorado, dando sempre notas baixas aos calouros. O que fez com que o seu nome, tal sua popularidade, ficasse sinônimo de pessoas de mal com a vida.

José Fernandes faleceu no dia 05/09/1979, aos 53 anos, no Rio de Janeiro, RJ, vítima de uma afecção renal.

Fonte: Wikipédia

Villa-Lobos

HEITOR VILLA-LOBOS
(72 anos)
Maestro e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (05/03/1887)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/11/1959)

Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista onde incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas.

Filho de Noêmia Monteiro Villa-Lobos e Raul Villa-Lobos, foi desde cedo incentivado aos estudos, pois sua mãe queria vê-lo médico. No entanto, Raul Villa-Lobos, pai do compositor, funcionário da Biblioteca Nacional e músico amador, deu-lhe instrução musical e adaptou uma viola para que o pequeno Heitor iniciasse seus estudos de violoncelo.

Aos 12 anos, órfão de pai, Villa-Lobos passou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes. Paralelamente, interessou-se pela intensa musicalidade dos "chorões", representantes da melhor música popular do Rio de Janeiro, e, neste contexto, desenvolveu-se também no violão.

De temperamento inquieto, empreendeu desde cedo escapadas pelo interior do Brasil, primeiras etapas de um processo de absorção de todo o universo musical brasileiro. Em 1913 Villa-Lobos casou-se com a pianista Lucília Guimarães, indo viver no Rio de Janeiro.

Em 1922 Villa-Lobos participa da Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte embarca para Europa, regressando ao Brasil em 1924. Viaja novamente para a Europa em 1927, financiado pelo milionário carioca Arnaldo Guinle. Desta segunda viagem retorna em 1930, quando realiza turnê por sessenta e seis cidades. Realiza também nesse ano a "Cruzada do Canto Orfeônico" no Rio de Janeiro. Seu casamento com Lucília termina na década de 1930.

Depois de operar-se de Câncer em 1948, casa-se com Arminda Neves d'Almeida a Mindinha, uma ex-aluna, que depois de sua morte se encarrega da divulgação de uma obra monumental. O impacto internacional dessa obra fez-se sentir especialmente na França e EUA, como se verifica pelo editorial que o The New York Times dedicou-lhe no dia seguinte a sua morte. Villa-Lobos nunca teve filhos.

Obra

As primeiras composições de Villa-Lobos trazem a marca dos estilos europeus da virada do século XIX para o século XX, sendo influenciado principalmente por Wagner, Puccini, pelo alto romantismo francês da escola de Frank e logo depois pelos impressionistas. Teve aulas com Frederico Nascimento e Francisco Braga.

Nas Danças características africanas (1914), entretanto, começou a repudiar os moldes europeus e a descobrir uma linguagem própria, que viria a se firmar nos bailados Amazonas e Uirapuru (1917). O compositor chega à década de 1920 perfeitamente senhor de seus recursos artísticos, revelados em obras como a "Prole do Bebê", para piano, ou "O Noneto" (1923). Violentamente atacado pela crítica especializada da época, viajou para a Europa em 1923 com o apoio do Mecenas Carlos Guinle e, em Paris, tomou contato com toda a vanguarda musical da época. Depois de uma segunda permanência na capital francesa (1927-1930), voltou ao Brasil a tempo de engajar-se nas novas realidades produzidas pela Revolução de 1930.

Apoiado pelo Estado Novo, Villa-Lobos desenvolveu amplo projeto educacional, em que teve papel de destaque o Canto Orfeônico, e que resultou na compilação do Guia prático (temas populares harmonizados).

À audácia criativa dos anos 1920 (que produziram as Serestas, os Choros, os Estudos para violão e as Cirandas para piano) seguiu-se um período "Neobarroco", cujo carro-chefe foi a série de nove Bachianas Brasileiras (1930-1945), para diversas formações instrumentais. Em sua obra prolífera, o maestro combinou indiferentemente todos os estilos e todos os gêneros, introduzindo sem hesitação materiais musicais tipicamente brasileiros em formas tomadas de empréstimo à música erudita ocidental. Procedimento que o levou a aproximar, numa mesma obra, Johann Sebastian Bach e os instrumentos mais exóticos.

Em 1960, o governo do Brasil criou o Museu Villa-Lobos no Rio de Janeiro.

Estilo

É possível encontrar na obra de Villa-Lobos preferências por alguns recursos estilísticos: combinações inusitadas de instrumentos, arcadas bem puxadas nas cordas, uso de percussão popular e imitação do cantos de pássaros. O maestro não defendeu nem se enquadrou em nenhum movimento, e continuou por muito tempo desconhecido do público no Brasil e atacado pelos críticos, dentre os quais Oscar Guanabarino. Também se encontra em sua obra uma forte presença de referências a temas do folclore brasileiro.

Reconhecimento

Não obstante as severas críticas, Villa-Lobos alcançou grande reconhecimento em nível nacional e internacional. Entre os títulos mais importantes que recebeu, está o de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque e o de fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Música. O maestro foi retratado nos filmes Bachianas Brasileiras: "Meu Nome É Villa-Lobos" (1979), "O Mandarim" (1995) e "Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão" (2000), além de aparecer pessoalmente no filme da Disney, "Alô, Amigos" (1940), ao lado do próprio Walt Disney. Em 1986, Heitor Villa-Lobos teve sua efígie impressa nas notas de quinhentos cruzados.

Villa-Lobos faleceu aos 72 anos, no dia 17/11/1959, no Rio de Janeiro, vítima de câncer.

Fonte: Wikipédia

Sílvio Barbato

SÍLVIO SÉRGIO BONACCORSI BARBATO
(50 anos)
Maestro e Compositor de Ópera e Balé

* Rio de Janeiro, RJ (11/05/1959)
+ Oceano Atlântico, (01/06/2009)

Silvio Sérgio Bonaccorsi Barbato foi um maestro e compositor de ópera e balé ítalo-brasileiro, importante personalidade da música erudita, estava a bordo do Airbus da Air France, que desapareceu no Oceano Atlântico durante o voo 447 de 01/06/2009.

Silvio Barbato era filho de Daniele Barbato e de Rosalba Bonaccorsi, filha de Silvio e Alvara Bonaccorsi e neta de Celestino e Luigi Bonaccorsi, primeiros descendentes dos irmãos Bonaccorsi, originarios de Fornaci di Barga, Itália, imigrados no Brasil no final do século XIX. Seus pais eram ambos médicos em Candeias. O pai faleceu em Brasília, vitima de infarto, na década de 1990, quando era professor na Universidade da capital.

Sílvio Barbato estudou composição e regência com Claudio Santoro. Em 1984 recebeu o diploma de mérito na Accademia Musicale Chigiana de Siena.

No Conservatório Giuseppe Verdi, em Milão, recebeu o Diploma de Alta Composição na classe de Azio Corghi, e foi homenageado com a Medalha de ouro em Alta Composição - tendo sido o único brasileiro depois de Carlos Gomes a receber tal honraria. Ainda na Itália freqüentou a classe de Franco Ferrara, colaborando com o maestro Romano Gandolfi no Teatro Alla Scala. Em Chicago, obteve seu PhD em Ópera Italiana sob a orientação de Philip Gossett.

Em 1985 foi contatado para ser Assessor Musical no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e regeu a primeira ópera, "Tosca", com apenas 25 anos, ganhando o apelido de "Menudo", porque usava cabelos compridos.

Em 1996, no centenário de Carlos Gomes, a convite de Plácido Domingo, foi o curador da ópera "O Guarani", que abriu a temporada da Washington Opera. A versão foi aquela do 1870, nunca mais apresentada desde a sua "prima" no Teatro Alla Scala de Milão.

Em 2001, foi premiado com o "Grande Prêmio Cinema Brasil" por seu trabalho como diretor musical do filme "Villa Lobos, Uma Vida de Paixão", na categoria de melhor trilha musical. Pelo trabalho que foi realizando na área cultural, em 2002 Silvio Barbato recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República e foi promovido ao grau de Comendador da Ordem de Rio Branco.

O balé "Terra Brasilis", composto pelo maestro, teve sua estréia mundial em 30 de setembro de 2003, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com coreografia de Antonio Gaspar, com o Ballet e a Orquestra Sinfônica Ópera Brasil, sob a regência do compositor e a direção geral de Fernando Bicudo. O balé foi apresentado também no Teatro Massimo Bellini de Catânia , na Itália, em 2005. Nesse histórico teatro siciliano é que foram esgotadas as lotações de suas nove últimas apresentações, com o Ballet Ópera Brasil e a Orquestra do Teatro Massimo Bellini, sob a regência do próprio Barbato.

Em 2006 regeu a primeira audição européia da ópera Colombo, poema coral sinfônico em quatro partes de Albino Falanca, musica de Antônio Carlos Gomes, no Teatro Massimo Bellini em Catania, Italia. Foi um evento muito importante, que chamou a atenção da imprensa internacional sendo que, em 114 anos, a opera nunca foi apresentada na Europa, mas somente no Continente Americano. Pela ocasião foi realizado um álbum pela "Edizioni Musicali Bongiovanni" de Bologna. Sempre no mesmo ano recebeu o encargo e de orquestrar o concerto que fechou o ano Mozartiano, no famoso Teatro Olímpico de Vicenza.

Desde 2006, Barbato era Diretor Musical da Sala Palestrina do Palazzo Pamphilj, sede da embaixada brasileira em Roma e lugar sagrado da música de concerto em Roma.

Em maio de 2008, em Brasília, regeu a Orquestra Camerata Brasil, formada por ele, no concerto "Tributo ao Pavarotti", com a participação de Luciana Tavares, Thiago Arancam, Andreas Kisser e Fernanda Abreu.

Em novembro estreou sua segunda ópera, Carlos Chagas, em versão pocket, na Sala Palestrina, com a presença de membros da Pontificia Accademia delle Scienze e de oito laureados com o prêmio Nobel.

Nos últimos anos, Sílvio Barbato dedicava-se muito à composição, tendo estreado duas óperas: "O Cientista", baseada na vida de Oswaldo Cruz, sob a direção do Maestro Eduardo Alvares, e "Chagas", sobre a vida de Carlos Chagas Filho. Estava elaborando sua terceira ópera, sobre Simon Bolívar.

Na Itália regeu em Roma, Catania, Spoleto, San Remo, Palermo, Vicenza, Lecce. Entre os artistas internacionais com quem trabalhou, destacam-se: Aprile Millo, Montserrat Caballé, Plácido Domingo, Roberto Alagna e Angela Gheorghiu.

Barbato foi Diretor Musical e Regente Titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro por duas vezes, de 1989 a 1992 e de 1999 a 2006.

Atualmente era Regente Titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Diretor Artistico do Teatro Nacional Cláudio Santoro em Brasilia e Diretor Musical da Sala Palestrina, em Roma.

O Maestro Silvio Barbato desapareceu tragicamente no dia 1° de junho de 2009, durante o voo 447 da Air France, quando estava a caminho de Kiev, Ucrânia (com conexão em Paris), onde iria fazer uma palestra sobre música russa e música brasileira e apresentar sua ópera "Carlos Chagas" em versão integral.

No dia 28 de abril 2010, o teatro do SESC "Presidente Dutra" de Brasilia, localizado no Setor Comercial Sul, foi nomeado "Teatro Silvio Barbato" em homenagem ao maestro. O tributo foi marcado com um concerto de músicas eruditas, tocada pela Orquestra Camerata Brasil e regida pelo maestro Joaquim França.

O presidente do SESC, Adelmir Santana destacou a importância do Maestro Silvio Barbato para o SESC: "Ao nomear o teatro, queremos lembrar de Silvio Barbato permanentemente".

Fonte: Wikipédia