Lennie Dale

LEONARDO LA PONZINA
(60 anos)
Coreógrafo, Dançarino, Ator e Cantor

☼ Nova York, Estados Unidos (1934)
┼ Nova York, Estados Unidos (09/08/1994)

Leonardo La Ponzina, mais conhecido como Lennie Dale, foi um coreógrafo, dançarino, ator e cantor ítalo-americano radicado no Brasil.

O pai de Lennie Dale, um barbeiro fracassado que imigrara da Sicília e vivia amaldiçoando o dia em que decidira buscar a prosperidade na América, lamentava como mais um castigo da vida ter um filho bailarino.

Nascido no bairro de Brooklyn, em Nova York, iniciou sua carreira profissional no programa infantil "Star Lime Kids", co-estrelado por Connie Francis. Dos 14 aos 21 anos, deu aulas de balé, em tempo integral. Integrou o elenco do espetáculo "West Side Story", encenado na Broadway. Em seguida, mudou-se para Londres, onde foi contratado por um empresário de Shirley Bassey, realizando apresentações pela Europa e participando, ao lado de Gene Kelly, de um programa da televisão italiana.

Foi responsável pela coreografia para 500 bailarinos do filme "Cleópatra", protagonizado por Elizabeth Taylor, de quem se tornou amigo. Na ocasião, ficou conhecendo a grande estrela do filme de forma sui-generis: um dia abriu a porta errada no corredor dos camarins e defrontou-se com uma animada Elizabeth Taylor praticando sexo oral com Richard Burton. Nenhuma surpresa, eles acharam engraçado e acabaram tornando-se amigos.

Em 1960, uma de suas apresentações em Roma teve na platéia o empresário Carlos Machado, que o convidou para coreografar o espetáculo "Elas Atacam Pelo Telefone", encenado na boate Fred’s, no Rio de Janeiro. Logo em seguida, radicou-se no Brasil.


Lennie Dale foi personagem de destaque no cenário da bossa nova, dirigindo, nos anos 1960, vários shows no Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro, chegando até a criar uma dança especial para a bossa nova. Inovou a concepção dos espetáculos musicais, ressaltando a necessidade de produção, ensaio e expressão corporal dos artistas nos shows. Impulsionava o talento de seus alunos, em aulas vespertinas no Bottle's Bar, usando a expressão "Cresce, baby!".

Em 1961, o restaurante Night And Day vibrava com o bailarino vestindo uma saia e estalando chicote, uma coreografia revolucionária para a época. Lennie Dale foi o introdutor da noção de ensaio em espetáculos de Música Popular Brasileira. Até então, o artista chegava na hora da apresentação e cantava, sem nenhuma preocupação com a produção ou expressão corporal.

Elis Regina, discípula de Lennie Dale, dizia que a ideia do famoso gesto de "puxar a rede com os braços" quando cantou "Arrastão", de Edu Lobo, e venceu a 1º Festival de MPB da TV Excelsior em 1965 tinha sido de Lennie Dale. Ele garantia que era criação dela.

O bailarino foi o responsável também pela coreografia da Bossa Nova que não era tida como uma música "dançante". Sob sua orientação vários artistas passaram a cuidar desse aspecto da apresentação, como Sérgio Mendes, que começou a usar dançarinas nos seus shows.

Para Nelson Motta, que o conheceu no tempo do Beco das Garrafas, "Lennie era uma pessoa especial, sempre animada, engraçada e carinhosa. Ele acrescentou profissionalismo às apresentações de Bossa Nova. Instituiu um padrão americano de produção e musicais. Além disso, tinha um ritmo e uma musicalidade fantástica!".


Participou, ao lado dos também dançarinos Joe Benett e Martha Botelho, de apresentações do conjunto instrumental Bossa Três, formado pelos músicos Luiz Carlos Vinhas (piano), Tião Neto (baixo) e Edison Machado (bateria), com os quais viajou, em 1962, para os Estados Unidos e se apresentou no "Ed Sullivan Show", um dos programas de maior audiência da televisão norte-americana na época. 

Em 1964, lançou, com o Bossa Três, o LP "Um Show de Bossa...". Nesse mesmo ano, apresentou-se com o Sambalanço Trio na casa noturna Zum Zum, no Rio de Janeiro. O show gerou o disco "Lennie Dale & Sambalanço Trio no Zum Zum". Também em 1964, participou, ao lado de Elis Regina, Agostinho dos Santos, Sílvio César, Pery Ribeiro e o Zimbo Trio, do show "Boa Bossa", espetáculo beneficente para a Associação de Moças da Colônia Sírio-Libanesa, dirigido por Walter Silva.

Gravou, em 1965, o LP "Lennie Dale".

Em 1967, lançou, com o Trio 3D, o LP "A 3ª Dimensão de Lennie Dale"

Atuou, em 1968, no show "Momento 68", promovido pela empresa Rhodia, ao lado de Caetano Veloso, Walmor Chagas, entre outros. O espetáculo teve texto de Millôr Fernandes.


No início dos anos 1970, criou, dirigiu e fez parte do grupo andrógino Dzi Croquettes, juntamente com Wagner Ribeiro, autor dos textos, e os bailarinos Ciro Barcelos, Cláudio Gaya, Reginaldo de Poli, Rogério de Poli, Cláudio Tovar, Paulo Bacelar, Carlinhos Machado, Benedictus Lacerda, Eloy Simões e Bayard Tonelli, que se apresentavam com maquiagem carregada e em trajes femininos. O primeiro show do irreverente grupo foi apresentado em 1972, sob o título de "Gente Computada Igual a Você", comédia de costumes que continha uma crítica à realidade político-social do país, à repressão sexual, à censura e à ditadura. O musical fez muito sucesso em São Paulo e o grupo foi depois levado pelo empresário Patrice Calmettes para a Europa, onde causou sensação na noite parisiense. Fez temporada na casa noturna Lê Palace, apresentou-se em Ibiza e em Londres, e participou do filme "Le Chat Et La Souris", de Claude Lelouch.

A vida dos Dzi Croquettes, no entanto, foi curta e acabou interrompida pela onda conservadora da época.

Lennie Dale chegou a voltar para os Estados Unidos, mas em 1971 retornava novamente ao Brasil, preso em seguida, por porte de maconha na Galeria Alaska. Passou um ano na Penitenciária Hélio Gomes onde, numa noite, sonhou que galopava sobre um cavalo branco, seguido por uma multidão de admiradores. O sonho repetiu-se exatamente um ano depois, na mesma data, e ele foi tomado por uma grande fé umbandista, pois identificou-se com a imagem de São Jorge Guerreiro. Embora calvo na vida real, no sonho via-se com uma longa cabeleira longa.

Lennie Dale possuía uma sapatilha roubada em Paris do russo Rudolf Nureyev e um exemplar da biografia de Madame Satã, seu ídolo máximo, um homossexual famoso por surrar policiais e travestir-se de Carmen Miranda.

Lennie Dale foi responsável pela coreografia da novela "Baila Comigo" (1981) e produziu o musical "1.707.839 - Leonardo Laponzina".

Morte

Leonard Laponzina morreu perto das 2h00 do dia 09/08/1994, aos 60 anos, no setor para pacientes com AIDS do Coler Hospital em Nova York. Lennie Dale estava doente há quase dois anos e desde janeiro vivia internado no hospital. Nos últimos tempos, extremamente magro, dormia numa cama d'água porque seu corpo estava coberto de feridas. Pouco antes de morrer, Lennie Dale ainda lúcido, pediu à mãe para ser cremado.

Discografia

  • 1964 - Um Show de Bossa… Lennie Dale Com os Bossa Três (Elenco, LP)
  • 1965 - Lennie Dale e o Sambalanço Trio-Gravado no Zum Zum (Elenco, LP)
  • 1965 - Berimbau / O Pato Lennie Dale e o Sambalanço Trio (Elenco, Compacto)
  • 1965 - Lennie Dale (Elenco, LP)
  • 1967 - A 3ª Dimensão de Lennie Dale Lennie Dale e Trio 3D (Elenco, LP)
  • 1967 - O Máximo da Bossa Vários Artistas (Elenco, LP)


Filmografia

  • Dzi Croquettes (Filme de Tatiana Issa e Raphael Alvarez)

Indicação: Luiz Mach

Abílio Farias

JOSÉ ABÍLIO DE MOURA FARIAS
(66 anos)
Cantor e Compositor

☼ Itacoatiara, AM (23/02/1947)
┼ Manaus, AM (14/06/2013)

José Abílio de Moura Farias, mais conhecido por Abílio Farias foi um cantor brasileiro, do estilo brega-romântico, nascido em Itacoatiara, a 175 quilômetros de Manaus, no dia 23/02/1947. Abílio Farias iniciou a carreira da década de 1960 na região norte do país.

Abílio Farias era um dos poucos artistas que, independente de tocar em rádios, gravar discos anualmente, e da força de uma gravadora, tinha seu nome defendido pelos amantes da música popular. Seu estilo musical seguia o padrão imortalizado por Waldick Soriano, ou seja, cantava o que o povo entendia e gostava de ouvir.

Cantando como amador desde os 14 anos de idade, foi assim que ele descobriu que tinha um público fiel, resultado de suas apresentações na Rádio Baré. Abílio Farias já tinha um nome, quando foi levado para o Rio de Janeiro em 1977, para gravar o seu primeiro LP, "Abílio Farias", pela gravadora Tapecar. A mesma gravadora já tinha uma estrela que luzia no Norte e Nordeste, vendendo muitos discos e introduzindo para sempre, na história da música popular, um nome que provavelmente ficará para sempre. Tratava-se de Bartô Galeno, cantor e compositor que a partir da segunda metade da década de 70, se estabeleceu no mercado fonográfico arregimentando um exercito de admiradores, e de cantores seguidores.

Não foi por acaso que para o disco de Abílio Farias, a gravadora tenha recorrido ao talento e a fama de Bartô Galeno, participando do LP de Abílio Farias com quatro composições: "Que Pena" (Bartô Galeno), "Vou Fechar o Cabaret" (Bartô Galeno e Abílio Farias), "Fica Comigo Esta Noite" (Bartô Galeno e Antonio Pires) e "É Muita Maldade" (Bartô Galeno).

Em 1999 lançou pela EMI, o CD "Abílio Farias - Revive o Sucesso", com gravações como "Mulher Difícil Homem Gosta", "Que Pena", "Cabeça Oca", "O Pijama e o Chinelo" e "Vou Fechar o Cabaret".


A interpretação de Abílio Farias na música "Vou Fechar o Cabaret", foi o suficiente para a consagração como artista popular. Até os dias atuais a música permanece em catálogo como destaque de inúmeras coletâneas.

Em 2006, Abílio Farias lançou seu 13º CD com uma série de shows pelo Estado do Amazonas. Ele entrou para a galeria dos cantores populares, se destacando dentre os respeitados e queridos do público nortista e nordestino.

Mesmo sem aparições na mídia, suas interpretações para as dezenas de sucessos que o povo conhece, fez dele um dos maiores representantes do gênero vulgarmente chamado de "brega". A sua interpretação para a música "Negue" (Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos), popularizou ainda mais um hit que já havia estourado no Brasil na voz de Nelson Gonçalves e Maria Bethânia.

O maior sucesso da carreira de Abílio Farias foi "Mulher Difícil, Homem Gosta". Em mais de 40 anos de carreira, gravou 8 LPs e 13 CDs.

Nos anos 1970 ele chegou a ser o "Cantor Mascarado" do programa do Chacrinha. Apaixonado por esportes, Abílio Farias torcia para o Flamengo do Rio de Janeiro e para o Nacional do Amazonas.

Segundo sua filha Joelma Farias, Abílio Farias foi dependente químico por 30 anos, mas há cinco, havia abandonado o vício por "força de vontade". Ele fazia aniversário no dia 23 de fevereiro, mesma data do ex-senador e ex-governador do Amazonas, Gilberto Mestrinho, do qual era amigo. De acordo com Joelma Farias, no dia do aniversário, eles ligavam para parabenizar um ao outro.

Morte

Abilio Farias morreu aos 66 anos vítima de complicações cardíacas, na noite de sexta-feira, 14/06/2013, no Prontocord - Hospital do Coração, localizado na Avenida Álvaro Maia, Zona Centro-Sul de Manaus. 

De acordo com Joelma Farias, filha do cantor, Abilio Farias morreu por volta das 19h30.

"Ele teve um infarto na segunda-feira, 10/06/2013, e foi levado para o Hospital Beneficente Portuguesa, no Centro. Lá, eles fizeram um cateterismo e os médicos constataram que as artérias estavam entupidas."

Após a constatação de que as veias do cantor estavam entupidas, ele foi transferido para o Prontocord para que fosse implantada uma ponte de safena. Depois da cirurgia, que aconteceu na terça-feira, 11/06/2013, ele se recuperava no hospital, mas acabou tendo falência dos rins na sexta-feira, 14/06/2013.

Segundo Joelma Farias, em 2010, o pai já havia se submetido ao primeiro cateterismo. Na ocasião, ele recebeu um equipamento utilizado para alargar as artérias.

Abílio Farias era viúvo e deixou quatro filhos, todos criados no ambiente musical. O último show dele aconteceu em Humaitá, a 675 quilômetros de Manaus. O último álbum do cantor foi um especial com músicas de Waldick Soriano. Ele também se preparava para uma turnê pelo Nordeste do país no segundo semestre de 2013.

O velório e o enterro do cantor ocorreram no sábado, 15/06/2013. O corpo foi velado na Funerária São Francisco, localizada ao lado do Terminal de Ônibus da Cachoeirinha. O enterro aconteceu no Cemitério São João Batista.

Durante o velório foi cantada a música "Luzes da Ribalda", de Charles Chaplin. Segundo os familiares, a canção foi escolhida por Abílio Farias para ser interpretada pelo amigo coronel Martins no dia de seu velório. "Eles firmaram um acordo: quem morresse primeiro receberia a homenagem do outro", disse Joelma Farias.

Fonte: WikipédiaG1 e Letras.com.br  
#FamososQuePartiram #AbiliFarias

Maurício Reis

JOÃO MAURÍCIO DA COSTA
(58 anos)
Cantor

☼ Santa Rita, PB (1942)
┼ Bonito, PE (22/07/2000)

João Maurício da Costa, conhecido artisticamente por Maurício Reis, foi um cantor brasileiro. Era representante do estilo conhecido como brega.

Nascido na cidade de Santa Rita, na Paraíba, João Maurício da Costa adotou o nome artístico de Maurício Reis e teve uma carreira de 29 anos. Conhecido no Nordeste como o "Cantor das Rosas", ele gravou 27 álbuns, entre LPs e CDs. Seus maiores sucessos são "Verônica" e "Mercedão Vermelho".

O LP "Fim de Noivado", lançado pela Phonogram em 1973, contém o clássico "Verônica" (C. Blanco), versão de Fernado Adour, teve a direção de produção assinada por Luis Paulo e Hyldon Souza.

Hyldon Souza é o mesmo que em 1975 estourou no país inteiro com as músicas "As Dores do Mundo" e "Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda", ambas de autoria do cantor. Ironicamente, no mesmo disco, a música "Lenço Manchado" (Isaias Souza), narra a história de um acidente automobilístico. Um homem apaixonado recebe a notícia de que sua mulher havia morrido num acidente na estrada. Os demais ocupantes saíram vivos, somente seu amor havia morrido. O único bem que ficou do amor, foi um lenço manchado de sangue.

Morte

Maurício Reis morreu no dia 22/07/2000, aos 58 anos, vítima de um acidente automobilístico ocorrido no município pernambucano de Bonito.

O acidente foi causado pelas fortes chuvas que caíam na região de Bonito e que inundou a pista da PE-109, provocando a derrapagem que jogou seu carro, um Fiat Tempra, na barragem do Prata. O cantor viajava no banco do passageiro e sofreu um grande impacto quando o Tempra afundou na rodovia inundada.

Muito nervoso, teve dificuldade para sair do veículo. Ainda respirando foi carregado pelos demais ocupantes do automóvel. Eles conseguiram ajuda de moradores da região, que jogaram uma corda para facilitar o resgate.

Minutos depois, uma ambulância chegou para transportar o músico para um hospital de Bonito. Por conta dos buracos, o carro de socorro teve o pneu furado. Maurício Reis mudou de condução, sendo levado na caçamba de uma Toyota. O músico não resistiu e morreu.

Seu filho, o tecladista Maurício Inácio Costa, dirigia o carro no momento do acidente, e conseguiu sobreviver. Maurício Reis havia saído de Gravatá, onde morava há sete anos, para fazer um show em Xexéu, na Zona da Mata Sul.

A família do cantor processou o Departamento de Estradas de Rodagem pela falta de sinalização na estrada, o que teria sido causa do desastre.

Indicação: Saulo Tarso de Oliveira

Luiza Bairros

LUIZA HELENA DE BAIRROS
(63 anos)
Administradora

☼ Porto Alegre, RS (27/03/1953)
┼ Porto Alegre, RS (12/07/2016)

Luiza Helena de Bairros foi uma administradora brasileira nascida em Porto Alegre, RS, no dia 27/03/1953. Foi ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014.

Filha do militar Carlos Silveira de Bairros e da dona de casa Celina Maria de Bairros. Sempre foi estimulada pelos pais quanto a sua formação. Não causou estranheza a seus familiares quando começou a envolver-se com as questões raciais, pois no período de colégio sempre fazia parte de grêmios e na universidade pertencia a diretórios acadêmicos, demonstrando um forte interesse pela militância estudantil.

E foi na universidade, a partir de um amigo participante do diretório acadêmico, que teve seu primeiro contato com informações sobre os movimentos sociais americanos e ao conhecer o material dos Panteras Negras, ficou ainda mais entusiasmada com o caminho que estava traçando para sua luta política.

No início de 1979, participou da Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência, ocorrida em Fortaleza. Foi impactada pela presença de inúmeros integrantes do Movimento Negro de várias regiões brasileiras, quando travou um contato mais próximo com o pessoal do Movimento Negro Unificado da Bahia e resolveu muda-se para Salvador, no mês de agosto do mesmo ano.


Entre 1976 e início da década de 1990 esteve envolvida em pesquisas relevantes para o conhecimento e combate do racismo no Brasil e nas Américas, como por exemplo sua participação na coordenação da pesquisa do Projeto Raça e Democracia nas Américas: Brasil e Estados Unidos. Uma cooperação entre CRH e a National Conference Of Black Political Scientists (NCOBPS).

Bacharel em Administração Pública e Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com conclusão em 1975; Especialista em Planejamento Regional pela Universidade Federal do Ceará (UFC) concluindo em 1979; Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutora em Sociologia pela Michigan State University no ano de 1997.

Com toda esta qualificação trabalhou entre 2001 a 2003 no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na coordenação de ações inter-agenciais e de projetos no processo de preparação e acompanhamento da III Conferência Mundial Contra o Racismo - relação Agências Internacionais/Governo/Sociedade Civil.

Entre 2003 a 2005 trabalhou no Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID), na pré-implementação do Programa de Combate ao Racismo Institucional para os Estados de Pernambuco e Bahia.


Entre 2005 a 2007 foi consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), para questões de gênero e raça como coordenadora do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) na Prefeitura da Cidade do Recife, Prefeitura Municipal de Salvador e Ministério Público de Pernambuco.

Enquanto docente trabalhou na Universidade Católica do Salvador (UCSAL), Universidade Federal da Bahia (UFBA), dentre outras. Foi organizadora de alguns livros memoráveis e autora de vários artigos e dossiês. Coordenou diversos eventos na área do combate a discriminação racial.

Dona de uma trajetória respeitável, Luiza Bairros é reconhecida como uma das principais lideranças do movimento negro no País. Fez parte dos grupos de estudiosos e ativistas que contribuíram e lutaram para a superação do racismo e sexismo e esteve nas últimas décadas à frente de inúmeras iniciativas de afirmação da identidade negra na sociedade brasileira.

Pesquisadora na área de políticas públicas para população afro descendente, sempre trabalhou em prol da redefinição de novos caminhos para as mulheres negras, apresentando e sugerindo propostas em políticas voltadas para a igualdade racial e de gênero.

Coroando esta trajetória no dia 08/08/2008 tomou posse como titular da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (SEPROMI), no governo Jaques Wagner quando foi convidada pela presidente Dilma Rousseff a participar de seu ministério em 2011.

Morte

Luiza Helena de Bairros morreu em Porto Alegre, RS, na terça-feira, 12/07/2016, em virtude de um câncer de pulmão. O corpo de Luiza Bairros foi sepultado na tarde de quinta-feira, 14/07/2016, no Cemitério João XXIII, em Porto Alegre, RS.

O sepultamento foi realizado às 15h00, segundo a administração do jazigo. O velório teve início no dia da morte de Luiza Bairros no cemitério, mas o corpo foi transferido na quarta-feira, 13/07/2016, para o Memorial da Assembleia Legislativa, onde familiares, amigos e colegas de militância prestaram as últimas homenagens.

Após a solenidade na Assembleia, o corpo foi encaminhado diretamente para o jazigo.

Indicação: Miguel Sampaio

Lidoka

MARIA LÍDIA MARTUSCELLI
(66 anos)
Cantora e Bailarina

☼ (1950)
┼ Rio de Janeiro, RJ (22/07/2016)

Maria Lídia Martuscelli, mais conhecida por Lidoka, foi uma cantora e bailarina brasileira. Fez parte do grupo As Frenéticas, formado por Leiloca Neves, Lidoka Martuscelli, Regina Chaves, Edyr Duque, Dhu Moraes e Sandra Pêra, que surgiu em 1976 no Rio de Janeiro, no auge das discotecas. Entre os sucessos cantados por elas estão "Perigosa", "Dancin' Days" e "Feijão Maravilha".

Lidoka foi uma das responsáveis por tornar famosa as músicas "Dancing Days", "Perigosa" e outras letras emblemáticas das décadas de 1970 e 1980.

As Frenéticas

As Frenéticas foram um grupo vocal feminino brasileiro formado por seis integrantes, que surgiu em 1976 no Rio de Janeiro, no auge do sucesso das discotecas.

1976 - 1981: Formação e Sucesso

Em 05/08/1976, o compositor e produtor musical Nelson Motta inaugurou num shopping no bairro da Gávea, Rio de Janeiro, a discoteca Frenetic Dancing Days, que se tornou a febre das noites cariocas.

Para servir as poucas mesas no espaço ocupado por uma enorme pista de dança, Nelson Motta teve a ideia de contratar garçonetes que, vestidas de malhas colantes, com saltos altíssimos e maquiagem carregada, fariam o atendimento, mas com uma inovação: no meio da noite, subiriam de surpresa ao palco, cantariam três ou quatro músicas, antes de voltar a servir.

Sandra Pêra, que era cunhada de Nelson Motta, casado com sua irmã, a atriz Marília Pêra, se interessou pela colocação e trouxe para o grupo as amigas Regina Chaves, Leiloca e Lidoka, que fizeram parte do conjunto Dzi Croquettes, e a cantora Dhu Moraes. Completou o sexteto, indicada pelo DJ da discoteca, a mulata Edyr de Castro, que tinha participado do elenco do musical "Hair".

Foi selecionado um repertório de cinco músicas e o grupo ensaiou com o músico Roberto de Carvalho, que então começava a namorar a roqueira Rita Lee.

Mas o sucesso das Frenéticas, como foram chamadas para associá-las ao nome da discoteca, foi tão grande, que milhares de frequentadores entusiasmados exigiam que elas cantassem cada vez mais.

Passaram a fazer shows de mais de uma hora e deixaram de ser garçonetes. O público foi capturado por uma combinação inusitada de humor picante, erotismo nas roupas e na letra das músicas, ritmo contagiante e uma performance esfuziante no palco. No seu primeiro sucesso, "Perigosa", o refrão "dentro de mim" repetido inúmeras vezes entre gemidos lúbricos e gritinhos histéricos, deu o tom de suas apresentações.

Com o fechamento da Frenetic Dancing Days, passaram a apresentar-se no Teatro Rival, atraindo um público mais diversificado. As Frenéticas foram as primeiras contratadas da gravadora Warner, que recém se instalava no Brasil. O primeiro compacto,  "A Felicidade Bate a Sua Porta" de Gonzaguinha, foi muito executado nas rádios. Em seguida, o primeiro LP "Frenéticas" vendeu 150 mil cópias rapidamente e recebeu um Disco de Ouro.

No final dos anos 70 conseguiram o feito inédito de emplacar o tema de abertura de duas novelas da Rede Globo, "Dancin' Days" (1978) e "Feijão Maravilha" (1979). Depois vieram mais três discos pela Warner.

1982 - 1984: Saída de Sandra e Regina e Separação

Em 1982, Sandra Pêra e Regina Chaves saem do grupo e o quarteto remanescente assina contrato com a gravadora Top Tape. Mas o único álbum lançado por este selo não fez sucesso e o grupo se desfez em 1984.

1992: Primeiro Retorno

O sexteto voltou a se reunir em 1992 para gravar o tema de abertura da novela "Perigosas Peruas" (1992), da Rede Globo, e duas músicas inéditas para uma coletânea de seus sucessos lançada em CD. Até então, a discografia do grupo era constituída apenas de LPs de vinil. Outra coletânea em CD foi lançada em 1999.

2001: Segundo Retorno

As Frenéticas voltaram em 2001 com nova formação. Do grupo original ficaram Lidoka, Edir e Dudu com uma particularidade: as três aconselhadas por uma numeróloga, mudaram seus nomes artísticos respectivamente para Lidia Lagys, Edyr Duqui e Dhu Moraes. As demais integrantes do grupo original não quiseram retornar, preferindo continuar nas atividades que exerciam: Regina, como produtora do humorista Chico AnysioLeiloca como astróloga e atriz; Sandra como diretora de teatro. As vagas foram preenchidas por Gabriela Pinheiro, Cláudia Borioni e Liane Maya.

Ao recusar o convite, Leiloca deixou registradas em seu sítio na Internet suas razões: Ela só participaria desta volta se houvesse uma infra-estrutura à altura. Um show com um diretor; um patrocinador; assessoria de imprensa; enfim, o básico. As razões de Leiloca parecem ter se confirmado, o retorno das Frenéticas passou quase despercebido do grande público.

2002 - 2016: Carreiras Individuais e Atividades Recentes

No dia 01/04/2011, a história do grupo foi contada no especial "Por Toda Minha Vida" da Rede Globo.

Três integrantes do grupo, Leiloca e Sandra como elas mesmas e Dhu como Valda, fizeram uma aparição na novela "Cheias de Charme" (2012).

Em julho de 2006, para comemorar os 30 anos das Frenéticas, o grupo se apresentou em São Paulo junto com o grupo franco-americano Santa Esmeralda, do sucesso "Don't Let Me Be Misunderstood".

Morte

Lidoka morreu na noite de sexta-feira, 22/07/2016, aos 66 anos, em sua casa em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela lutava havia 10 anos contra um melanoma, tipo mais grave de câncer de pele.

Seu tratamento era paliativo, uma vez que a quimioterapia deixou de ser eficaz. Lidoka tornou-se uma defensora da Fosfoetanolamina Sintética, a polêmica "Pílula do Câncer", ainda em testes. Nas redes sociais, reivindicava a liberação da substância.

De acordo com a família, a artista teve um melanoma, mas havia sido curado. Em agosto de 2015, porém, ela descobriu uma "pinta nas costas", que originou uma metástase, atingindo o cérebro.

O filho dela, Igor Bandoca, deu a notícia em seu perfil do Facebook:

"Informo a todos que minha mãe, a eterna Frenética, voou há duas horas. Agora irá curtir as energias do céu! Que sorte tive em poder me despedir, aceitar e entender sua ida. Agradeço muito a todos, vocês ajudaram muito a seu espírito subir com paz. Foi super tranquilo, em paz. Como um passarinho, palavras do enfermeiro que estava acompanhando ela!"

Em carta aberta publicada na internet, Igor Bandoca homenageou a mãe. No texto, ele ressaltou a alegria de viver da cantora e do legado que ela deixou para fãs, familiares e amigos.

"Em carne, pode ser que não fique mais, até mesmo porque já estava cansada da maldade e destruição da natureza, mas de vida e alma estará pra sempre dentro de nós. É este nós que suplico que segurem em seus corações, pois realmente só ele me fará está em paz com tudo isto. Obrigado por ter vocês! E antes de mais nada, peço, por mais difícil que seja, que façamos comemorações festivas, dançantes e felizes. Dançar é bom, e faz bem a saúde. Dance bem, dance mal... Dance sem parar. Quem viveu lembra, quem não viveu terá em sua alma a energia dela que só exalava coisas boas. Assim como a mamãe, que nasceu também para ser uma divulgadora do inovar e do bem!"
(Um Trecho da Mensagem)

O velório acontecerá no domingo, 24/07/2016, a partir das 10h00 no Memorial do Carmo, no Caju, Rio de Janeiro. O corpo será cremado às 15h00.

Ex-companheira de grupo, Leiloca Neves escreveu uma mensagem de despedida em seu Instagram:

"Lidoka, taurina, guerreira, divertida, sua luta não foi em vão. Agora acabaram-se as limitações e você pode voar. Muita Paz e muita Luz, minha querida. A tristeza pra quem fica é muito grande, mas o que nos consola é que você agora está liberta. Todo o nosso amor, sempre!"
Discografia

Estúdio

  • 1977 - Frenéticas
  • 1978 - Caia na Gandaia
  • 1979 - Soltas na Vida
  • 1980 - Babando Lamartine
  • 1983 - Diabo a 4
  • 2001 - Pra Salvar a Terra


Coletâneas

  • 1992 - As Mais Gostosas das Frenéticas
  • 1999 - Sempre Frenéticas

Fonte: UOLO Globo e IstoÉ 
Indicação: Daniele Marinho e Miguel Sampaio