Esther de Figueiredo Ferraz

ESTHER DE FIGUEIREDO FERRAZ
(93 anos)
Advogada, Professora, Secretária de Estado e Ministra de Estado

☼ São Paulo, SP (06/02/1915)
┼ São Paulo, SP (23/09/2008)

Esther de Figueiredo Ferraz foi uma advogada e professora brasileira, secretária de Estado em São Paulo, e a primeira mulher ministra de Estado no Brasil. Era filha de Odon Carlos de Figueiredo Ferraz e de Julieta Martins de Figueiredo Ferraz, tendo sido irmã do ex-prefeito de São Paulo José Carlos de Figueiredo Ferraz.

Fez seus primeiros estudos em Mococa, SP. Foi diplomada normalista, com distinção, pelo Instituto de Educação Caetano de Campos, em São Paulo. Licenciou-se em Filosofia, pela Faculdade de São Bento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Concluiu o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde recebeu os prêmios "Carvalho de Mendonça" (Direito Comercial), "João Arruda" (Filosofia do Direito), "Duarte de Azevedo" (Direito Civil) e "Livreiro Saraiva".

Durante muitos anos foi a encarregada do Gabinete Psicotécnico do Instituto Profissional Feminino de São Paulo.

Como mestre, lecionou português, francês, latim, matemática, psicologia, sociologia, lógica e história da filosofia.

Esther de Figueiredo Ferraz foi Livre Docente de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, professora de Direito Judiciário penal da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo.

Presidente João Figueiredo recebe em audiência a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz.
Atuou como advogada no foro de São Paulo, onde brilhou profissionalmente. Militou não apenas no foro cível e criminal, como um dos seus mais destacados membros, mas também no assessoramento das autoridades governamentais que muito se valeram dos seus vastos conhecimentos jurídicos, seja na elaboração de códigos e leis da maior importância, como representante seu em congressos e conferências, ou ainda integrando comissões encarregadas de estudos jurídicos mais importantes.

Como membro do Instituto dos Advogados do Brasil, foi indicada para elaborar um projeto de reforma do Código Civil Brasileiro, no que dizia respeito à situação civil da mulher casada. Integrou a Comissão Oficial da Reorganização Penitenciária do Estado de São Paulo.

Em 1956 fez sua defesa mais famosa, do governador Ademar Pereira de Barros no "Caso dos Chevrolet da Força Pública".

Esther de Figueiredo Ferraz foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em 1949, tendo sempre feito parte da sua Comissão de Ética. Foi também a primeira ministra de Estado brasileira.

Foi membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, de 1963 a 1964, no governo de Ademar Pereira de Barros, e do Conselho Federal de Educação, entre 1969 e 1982.

Presidente João Figueiredo recebe em audiência a ministra da Educação e Cultura, Esther de Figueiredo Ferraz.

Em 1966 a 1967 foi diretora do Ensino Superior do Ministério da Educação e Cultura, durante o governo do presidente da República, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

Durante o governo de Laudo Natel, em São Paulo, de 1971 a 1975, foi Secretária da Educação.

Foi a primeira reitora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Membro da Academia Paulista de Letras. Primeira mulher a dar aulas na Universidade de São Paulo (USP).

Foi a primeira mulher a possuir um cargo de ministra no Brasil, ocupando a pasta da Educação no governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, de 24/08/1982 a 15/03/1985.

No Ministério da Educação e Cultura, ela regulamentou a emenda que estabeleceu percentuais mínimos obrigatórios para a aplicação na educação dos recursos arrecadados em impostos. Promoveu uma reforma universitária que aperfeiçoou os planos de carreira para professores e defendeu a criação das Escolas Técnicas Federais.

Ao comemorar seus 90 anos, recebeu do Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro o título de Doutor Honoris Causa, do reitor Paulo Alonso, em solenidade marcada pela emoção, em seu apartamento de São Paulo, cercada por amigos e familiares. Lúcida e bem disposta, Esther, de improviso, fez um discurso que emocionou a todos.


Paulo Alonso falou da amizade que o unia à educadora, destacando sua "generosidade, simplicidade, o saber servir, profissionalismo, pioneirismo e, sobretudo, sua meiguice e docilidade". Falou, ao encerrar, que o fato de ter tido a oportunidade de conviver com Esther fez com que aprendesse muito ao longo de sua carreira:

"Foi a professora Esther quem me ensinou muito do que sei e foi ela, do alto da sua sabedoria, que me fez refletir sobre a educação com mais profundidade. A professora Esther será sempre uma pessoa extremamente querida e ficará para sempre guardada na minha memória e no meu coração. Como ministra da Educação, foi essencial para colocar a educação na agenda do Brasil."

Esther de Figueiredo Ferraz escreveu diversos livros, entre eles "Prostituição e Criminalidade Feminina" e "Mulheres Frequentemente".

Recebeu inúmeras honrarias, destacando-se a da Ordem do Mérito Nacional da Educação.

Esther de Figueiredo Ferraz faleceu no início da noite de terça-feira, 23/09/2008, aos 93 anos, no Hospital do Coração, em São Paulo, vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O velório aconteceu na quarta-feira, 24/09/2008, a partir das 8h30, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, e o enterro ocorreu às 16h00, no Cemitério do Araçá.

Esther de Figueiredo Ferraz não era casada.

Fonte: Wikipédia

José Rozenblit

JOSÉ ROZENBLIT
(89 anos)
Empresário

☼ Recife, PE (1927)
┼ Recife, PE (20/10/2016)

José Rozenblit foi um empresário brasileiro nascido em Recife, PE, no ano de 1927. Foi um dos fundadores da Fábrica de Discos Rozenblit, considerada por anos a maior fábrica de vinil do Brasil.

Seu pai possuía uma loja e após uma viagem aos Estados Unidos, José Rozenblit passou a importar e comercializar discos na loja da família e não demorou muito para inaugurar a Lojas do Bom Gosto, especializada em discos.

Em parceria com os irmãos, no dia 11/06/1954 fundou a Fábrica de Discos Rozenblit e que por anos foi a líder no mercado fonográfica como fornecedora de discos (22% do mercado nacional e 50% do regional). Paralelamente a fabricação do vinil, José Rozenblit manteve vários selos (gravadoras), sendo o principal, o selo Mocambo.

Após várias enchentes que quase destruíram a fábrica, em 1966, 1967, 1970, 1975 e 1977, além da concorrência, fizeram com que a Discos Rozenblit fechassem as portas em meados da década de 1980.

José Rozenblit foi presidente do Sport Club do Recife entre 1969 e 1970.

Fábrica de Disco Rozenblit

A indústria fonográfica no Brasil teve sua primeira fábrica de discos, a Odeon, por iniciativa do imigrante tchecoslovaco, de origem judaica, Frederico Figner (Fred Figner). A Odeon foi instalada no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, e manteve a liderança até 1924, quando o processo de gravação elétrica foi criado pela Victor Talking Machine, uma revolução na história da indústria fonográfica.

Produziram-se, assim, os discos de 78 rpm (Rotações Por Minuto) que reinaram até a década de 1960 e foram substituídos pelo LP (Long Playing = Longa Gravação), contendo entre quatro e doze músicas. No período de 1930 a 1960, o número de fábricas fonográficas no Brasil passou de três, Odeon, Victor e Colúmbia, para 150.

Dentre tantas, a única grande gravadora brasileira localizada fora do eixo Sul-Sudeste do país foi a Fábrica de Discos Rozenblit, que funcionou no Recife entre os anos de 1954 a 1984.

O comerciante José Rozenblit, criador da Fábrica de Discos Rozenblit Ltda., era proprietário de um estabelecimento comercial, as Lojas do Bom Gosto, que ficava próximo à Ponte da Boa Vista, no centro do Recife.

Lá, o cliente dispunha de seis cabinas, onde podia ouvir os álbuns antes de comprá-los ou não. Também podia se encontrar uma cabina especial de gravação, onde o cliente podia gravar jingles ou sua voz em acetato - algo raro no país.

A Loja não vendia apenas discos, ela também comercializava eletrodomésticos e móveis modernos, contudo, os vinis eram os responsáveis pela sua fama na cidade. Vez por outra, artistas plásticos locais expunham seus trabalhos no espaço físico da loja. Dessa forma, José Rozenblit se tornou conhecido entre artistas e intelectuais da cidade.

Em 1953, gravou duas composições de frevo, que foram prensadas no Rio de Janeiro, escolhidas pelo maestro Nelson Ferreira. O frevo de rua "Come e Dorme" e o frevo-canção "Boneca". O primeiro de autoria do próprio maestro e o segundo de José Menezes e Aldemar Paiva.

Esse fato foi decisivo para a criação da Fábrica de Discos Rozenblit. Em sociedade com os irmãos Isaac e Adolfo, a Fábrica, foi fundada em 11/06/1954, e instalada na Estrada dos Remédios, no bairro de Afogados. A estrutura abrigava dependências que serviam adequadamente ao processo de produção de discos, desde a gravação até a comercialização. Possuía um estúdio que comportava uma orquestra sinfônica e um moderno parque gráfico.


A criação da Fábrica quebrou o sistema de dependência de uma indústria estrangeira, a RCA Victor, para a produção e divulgação de discos de frevo e favoreceu a gravação de outros ritmos pernambucanos como o baião, coco, xote, maracatu, ciranda.  Aliás, a preocupação com a música local e regional caracterizou a produção da Fábrica de Discos Rozenblit que, esporadicamente, também produziu alguma coisa do eixo Rio-São Paulo.

Abriu filiais no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e investiu no mercado nacional: lançou artistas como Zé Ramalho e Tom Zé, e sucessos de grandes compositores como Pixinguinha, Tom Jobim e Ary Barroso.

A Fábrica de Discos Rozenblit também foi responsável por muitos sucessos internacionais. Parceira de gravadoras estrangeiras como Mercury, Barclay, Kapp entre outras, as matrizes de discos estrangeiros eram compradas, prensadas e embaladas e, dessa forma, a Rozenblit lançou no Brasil artistas como Steve Wonder, Diana Ross, Louis Armstrong.

A Fábrica de Discos também se dedicou a gravar vozes de escritores pernambucanos ora em prosa ora em versos, a exemplo de Gilberto Freyre, Ascenso Ferreira e Mauro Mota.

A marca visual dos discos da Rozenblit passou por vários selos de identificação onde o mais conhecido foi o Mocambo, utilizado desde 1953. Outros selos utilizados foram: Passarela, AU (Artistas Unidos), Arquivo e o Solar.

Coube a Fábrica de Discos Rozenblit o pioneirismo de gravar um disco do bloco O Bafo da Onça, um dos mais conhecidos do carnaval carioca.

No fim da década de 1960, gravou ao vivo as doze músicas classificadas do II Festival de Música Popular Brasileira promovido pela TV Record, São Paulo. Entre elas: "Disparada", de Geraldo Vandré, e "A Banda", de Chico Buarque

O inovador movimento Udigrudi - o movimento contra-cultural recifense que conciliava o rock psicodélico e a música regional, ilustrado não apenas pela música, mas também por peças teatrais, textos, cinema, artes plásticas e até artesanato - teve vez na Rozenblit. Dessa experiência, foram produzidos os discos "Satwa" (todo instrumental), de Lula Cortês e Lailson, e o "Paêbirú - Caminho da Montanha do Sol", de Lula Cortês e Zé Ramalho, que também reuniu grandes nomes como Geraldo Azevedo e Alceu Valença.


O maior sucesso nacional da Fábrica de Discos Rozenblit, entretanto, foi o frevo "Evocação nº 1" (Nelson Ferreira), seguido da marcha-rancho "Máscara Negra" (Zé Keti e Pereira Matos) e "Maria Betânia" (Capiba).

Embora o pioneirismo na divulgação da música nordestina e regional e, com menos frequência, da música nacional resultasse no sucesso da Fábrica de Discos Rozenblit, a competição com as gravadoras multinacionais enfraqueceu sua trajetória ascendente. As dificuldades financeiras começaram a surgir e se agravaram quando a Fábrica foi atingida pelas enchentes de 1966, 1967, 1970, 1975 e 1977.

Em 1966, a Fábrica de Discos Rozenblit foi praticamente arruinada. Contando com a ajuda oficial e privada foi restaurada em alguns meses.

Em 1967, a enchente destruiu quase tudo e a Fábrica de Discos Rozenblit ficou funcionando precariamente.

Em 1975, a ajuda veio do governo do Estado de Pernambuco que, por intermédio do Condepe, concedeu empréstimo para compra de equipamentos para soerguer a Fábrica. 

Na década de 1980, depois de muitos anos de sucesso e alguns de perda e grandes dificuldades financeiras, a Fábrica de Discos Rozenblit encerrou suas atividades.

José Rozenblit foi homenageado pelo Carnaval do Recife em 2003, e, há alguns anos, mantinha postura reservada e sofria complicações de um acidente vascular cerebral.

Para o historiador pernambucano Jacques Ribemboim, a importância de José Rozenblit, cujo nome tem origem russa, para a cultura do Estado vai além da música. Em Boa Vista, o berço das artes plásticas pernambucanas, Jacques Ribemboim cita a família Rozenblit, que residia no Centro do Recife, onde José Rozenblit viveu até o casamento, quando mudou-se para a Av. 17 de Agosto, em Casa Forte - endereço tombado hoje como referência da arquitetura modernista local.

"Muitos artistas locais só conseguiram lançar seus discos no mercado graças à Fábrica Rozenblit. Mas o legado foi além. Ele promoveu artistas locais ao encarregá-los da concepção das capas desses discos. Entre os chamados 'capistas' da Rozenblit, se lançaram grandes artistas plásticos locais. Ele contratou, por exemplo, Wilton de Souza. Wilton de Souza, junto com Lula Cardoso Ayres, que por sua vez não chegou a integrar o quadro de funcionários da Fábrica, foi um dos principais precursores do design pernambucano. Um pioneiro!"
(Jacques Ribemboim)


O artista plástico Wilton de Souza, que fundou o Clube da Gravura e o Ateliê Coletivo em parceria com Abelardo da Hora, Gilvan Samico, José Cláudio e outros nomes das artes plásticas do Estado, via em José Rozenblit um incentivador. Foi, por muitos anos, encarregado de coordenar o departamento de artes da fábrica.

"Perdemos um elemento de grande sensibilidade, não somente pela música, pela divulgação do nosso frevo, dos ritmos locais, mas pela arte de maneira geral", observa. Wilton de Souza se recorda do teste para trabalhar na Fábrica, um desenho que seria encartado em LP, e dos conselhos trocados com o empresário em relação à indústria da música e aos nomes dos discos prensados na Rozenblit. Em entrevista ao Viver, se emociona: "Falar sobre Rozenblit é, para mim, uma oportunidade de devolver um pouco do que ele me proporcionou", diz.

No documentário "Rosa de Sangue", com direção, roteiro e produção da jornalista e produtora cultural pernambucana Melina Hickson, a história da gravadora se revela em detalhes. Premiado com o 1º lugar de Melhor Documentário da XXV Jornada Internacional de Cinema da Bahia e 3º Lugar na categoria documental do VI Festival de Vídeo de Teresina, em 1998, ano em que foi lançado, o filme reúne depoimentos de músicos locais e nomes ligados à indústria fonográfica, como Zé da Flauta, Lula Côrtes e Zé Ramalho. Nele, é reforçado o valor histórico da Fábrica Rozenblit, naquela época o maior parque industrial fonográfico do país fora do eixo Rio-São Paulo.

"José Rozenblit foi um visionário. Ele estava recluso há muitos anos. Não falava à imprensa, o que reforça o valor documental de 'Rosa de Sangue', para o qual ele abriu as portas por vários dias de registros e gravações", explica Melina Hickson.

Ela aborda, nas filmagens, não somente as memórias da fase áurea da gravadora, mas também sua derrocada. "As cheias do Recife levaram muito material dele por água abaixo. Ele foi processado por muitos músicos, ficou muito abatido", conta Melina Hickson. Por vezes, enchentes quase destruíram a empresa, causando enormes prejuízos a José Rozenblit, que optou pelo encerramento das atividades da Fábrica em meados dos anos 1980. A situação era insustentável: praticamente todo o acervo de fitas matrizes havia sido perdido em sucessivas inundações nas décadas de 1960 e 1970.

Morte

José Rozenblit faleceu na noite do sábado, 29/10/2016, aos 89 anos, em consequência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Poucas pessoas, entre familiares e amigos, compareceram à cerimônia judaica, que foi bastante simples, como pede a religião. José Rozenblit foi enterrado na manhã de domingo, 30/10/2016, no Cemitério Israelita, no Barro. 

Com a morte dele vai embora também um testemunho histórico da música do Estado, do Nordeste e do Brasil, de 1954 a 1984, período em que a fábrica produziu mais de dois mil discos. 

Indicação: Miguel Sampaio

Carlos Alberto Torres

CARLOS ALBERTO TORRES
(72 anos)
Jogador de Futebol, Técnico e Comentarista Esportivo

☼ Rio de Janeiro, RJ (17/07/1944)
┼ Rio de Janeiro, RJ (25/10/2016)

Carlos Alberto Torres foi um futebolista, treinador e comentarista esportivo brasileiro, nascido no Rio de Janeiro, RJ, no dia 17/07/1944. Em sua longa carreira, atuou como lateral-direito, tendo sido um dos símbolos do clássico futebol brasileiro, eternizado pela conquista do tricampeonato mundial na Copa do Mundo de 1970 no México.

Considerado um dos maiores jogadores da história em sua posição, ele foi o capitão da Seleção Brasileira que ganhou a Copa do Mundo de 1970, no México, ficando conhecido como o "Capitão do Tri". No que diz respeito aos clubes, Carlos Alberto Torres jogou pelo Fluminense, Botafogo, Flamengo, California Surf, Santos e New York Cosmos. Ele foi o companheiro de Pelé nos últimos dois clubes.

Carioca de Vila da Penha, Carlos Alberto Torres foi revelado pelo Fluminense, sendo medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1963, disputados em São Paulo, e foi campeão do Campeonato Carioca de 1964. Logo depois, se transferiria para o Santos.

Quando Carlos Alberto Torres chegou na Vila Belmiro em 1965, o Santos atravessava o seu apogeu, com conquistas como o bicampeonato da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes.


Muitos cronistas dizem que ele foi um dos maiores laterais-direitos de todos os tempos. Tinha habilidade, respeito dos companheiros e, como uma de suas características principais, uma forte personalidade.

Pelo Santos foi pentacampeão paulista em 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973, ano em que conquistou seu último título pelo time da Vila Belmiro.

Em 1971, atuou por empréstimo com a camisa do Botafogo em 22 jogos, onde também se destacou nos 3 meses que por lá passou.

Em 1976 retornou ao Fluminense, onde fez parte do time que ficou conhecido como a "Máquina Tricolor", sendo bicampeão carioca no Campeonato Carioca de Futebol de 1976, semifinalista do Campeonato Brasileiro de 1976, depois passando pelo Flamengo.

Carlos Alberto Torres marcou sua história em todos os times que jogou, pois conseguiu se firmar e ganhar respeito em vários times de craques, mesmo na Seleção Brasileira tricampeã de 1970, onde era um dos líderes e o capitão da equipe.

Em março de 2004, Carlos Alberto Torres foi nomeado por Pelé um dos 125 melhores jogadores vivos do mundo.

Seleção Brasileira

Em 1964, um Pacaembu lotado vaiou quando a Argentina goleou o Brasil na final da Taça das Nações. "Meteram duas ou três bolas aqui atrás, não houve cobertura e quase que eu fui crucificado", contou. O técnico Vicente Feola disse que Carlos Alberto Torres era indisciplinado. O veterano Djalma Santos recuperou o posto de titular.

Cortado da Seleção Brasileira que fracassou na Copa de 1966, Carlos Alberto Torres voltou em 1968 como capitão.

"Não temos ninguém que se aproxime, que possa chegar perto de exercer essa liderança com naturalidade que ele exercia, em uma geração que nunca tivemos igual no futebol brasileiro. Buscar outro Carlos Alberto Torres é impossível, mas tem que se espelhar nele!"
(Galvão Bueno)

Carlos Alberto Torres era dono de uma personalidade marcante e de muita elegância em campo. Tinha um estilo de liderança que não poupava ninguém de suas críticas - nem mesmo Pelé, que é 4 anos mais velho.

Carlos Alberto Torres não era capitão apenas na hora do cara ou coroa. Ele foi um dos que pediram a Zagallo a escalação de Everaldo no lugar de Marco Antônio, então com 19 anos e inexperiente demais, na avaliação do grupo.

Um episódio que demonstra bem seu estilo de liderança, aconteceu na partida que o Brasil venceu a Inglaterra por 1x0 na Copa de 1970. Carlos Alberto Torres abandonou a posição só para dar uma entrada mais forte no ponta inglês Francis Lee, que tinha chutado o rosto de Félix. Depois do lance, Francis Lee sumiu do jogo.

Clodoaldo, Carlos Alberto Torres e Felix
Como Treinador

Em seu primeiro ano como treinador, já se consagrou Campeão Brasileiro pelo Flamengo. Foi treinador do Fluminense no bicampeonato carioca, em 1984.

Em 1985, foi bicampeão pernambucano pelo Clube Náutico Capibaribe.

Em 1993 foi campeão da Copa Conmebol pelo Botafogo.

Carreira Política e Vida Pessoal

Na política, Carlos Alberto Torres era filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi vereador de 1989 a 1993, ocupando a vice-presidência e a primeira secretaria da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

Em 2008 tentou uma vaga para vice-prefeito da capital fluminense, na chapa de Paulo Ramos, não se elegendo.

Carlos Alberto Torres foi casado três vezes: com Sueli, mãe dos seus filhos Andréa e Alexandre Torres, também jogador, com a atriz Terezinha Sodré e com Graça, sua ultima esposa.

Morte

Carlos Alberto Torres morreu aos 72 anos, na terça-feira, 25/10/2016, vítima de um infarto fulminante em sua casa, no Rio de Janeiro, RJ. Ele fez sua última aparição no SporTV, onde era comentarista, apenas dois dias antes de sua morte, quando participou do programa "Troca de Passes".

Carlos Alberto Torres ainda foi levado para o Hospital Riomar, onde chegou por volta das 11h00 com parada cardiorrespiratória, mas as tentativas de reanimá-lo foram em vão. O detalhe é que Carlos Alberto Torres tinha um irmão gêmeo, Carlos Roberto, falecido há um mês.

Seu corpo foi velado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, e o enterro aconteceu na manhã de quarta-feira, 26/10/2016, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

"Tudo foi feito, mas não teve reanimação. Foi provavelmente um infarto agudo do miocárdio. Algumas vezes obtemos êxito. Teríamos condições de reanimar com procedimento, mas ele não nos deu essa chance. Ele já tinha algumas doenças que poderiam levar a esse fato. Sem contar a idade, 72 anos. Chegou acompanhado da esposa, desacordado, sem nenhuma resposta e sem sinais de vida naquele momento. As manobras foram adotadas naquele momento, mas não obtivemos resposta. É lamentável." - disse o médico Marcelo Meucci.

Títulos

Como Jogador:

Fluminense
  • 1964 - Campeonato Carioca
  • 1966 - Taça Guanabara
  • 1975 - Campeonato Carioca
  • 1975 - Taça Guanabara
  • 1976 - Campeonato Carioca
  • 1976 - Torneio de Paris
  • 1976 - Torneio Viña del Mar

Santos
  • 1965 - Campeonato Brasileiro
  • 1965 - Campeonato Paulista
  • 1966 - Torneio Rio-São Paulo (Rio de Janeiro x São Paulo)
  • 1967 - Campeonato Paulista
  • 1968 - Recopa Sul-Americana
  • 1968 - Campeonato Brasileiro
  • 1968 - Campeonato Paulista
  • 1969 - Campeonato Paulista
  • 1973 - Campeonato Paulista

New York Cosmos
  • 1977 - NASL Exterior Championships
  • 1978 - NASL Exterior Championships
  • 1978 - Eastern Division (National Conference)
  • 1979 - Eastern Division (National Conference)
  • 1980 - NASL Exterior Championships
  • 1980 - Eastern Division (National Conference)
  • 1980 - Trans-Atlantic Cup Championships
  • 1982 - NASL Exterior Championships
  • 1982 - Eastern Division (National Conference)

Seleção Brasileira
  • 1970 - Copa do Mundo FIFA
  • 1963 - Jogos Pan-Americanos: Medalha de Ouro


Como Treinador:

Flamengo
  • 1983 - Campeonato Brasileiro

Fluminense
  • 1984 - Campeonato Carioca

Botafogo
  • 1993 - Copa Conmebol

Flávio Gikovate

FLÁVIO GIKOVATE
(73 anos)
Psiquiatra, Psicoterapeuta e Escritor

☼ São Paulo, SP (11/01/1943)
┼ São Paulo, SP (13/10/2016)

Flávio Gikovate foi um médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor brasileiro, nascido em São Paulo, SP, no dia 11/01/1943.

Filho do médico polonês Febus Gikovate, formou-se pela Universidade de São Paulo (USP) em 1966 como psicoterapeuta e desde o início da carreira dedicou-se às técnicas breves de psicoterapia. Flávio Gikovate alegou que escolheu a especialidade psiquiátrica em função de dois motivos combinados: pessoal - ter sido um obeso tímido e familiar - pai era médico e a mãe dele sofria de depressão.

Em 1970, foi assistente clínico no Institute Of Psychiatry da Universidade de Londres.

Nos últimos trinta anos, escreveu 25 livros sobre problemas relacionados com a vida social, afetiva e sexual e seus reflexos na sociedade, alguns dos quais também publicados em língua espanhola. Colaborava regularmente com vários periódicos de grande circulação. Manteve uma coluna semanal sobre comportamento no jornal Folha de S.Paulo, entre 1980 e 1984 e, entre 1987 e 1999, uma página na revista mensal Claudia.

Mantinha um programa de rádio semanal na CBN chamado "No Divã do Gikovate" e frequentemente participava, como convidado, de programas de televisão.

Entre 1991 e 1993, coordenou programas na Rede Bandeirantes de Televisão e uma primeira fase do talk-show "Canal Livre". O formato desse programa era ao vivo e Flávio Gikovate sempre começava fazendo considerações psicológicas profundas sobre um determinado tema.

Era também conferencista, atuando em eventos dirigidos ao público em geral, como também naqueles voltados a quadros gerenciais e profissionais de psicologia ou de diferentes especialidades médicas.

Fez participações na novela "Passione" (2010), como ele mesmo, ajudando o personagem que tinha sofrido de abuso sexual na infância, Gérson, vivido por Marcello Antony.

Morte

Flávio Gikovate morreu na quinta-feira, 13/10/2016, aos 73 anos, no Hospital Albert Einstein onde estava internado desde março de 2016 devido a um câncer.

Alguns Livros Publicados

  • 1981 - As Drogas: Opção de Perdedor (Ed. MG Editores)
  • 1987 - Vício dos Vícios (Ed. MG Editores)
  • 1989 - Homem: O Sexo Frágil? (Ed. MG Editores)
  • 1990 - Cigarro: Um Adeus Possível (Ed. MG Editores)
  • 1996 - Uma Nova Visão do Amor (Ed. MG Editores)
  • 1998 - Os Sentidos da Vida - Uma Pausa Para Pensar (Ed. Moderna)
  • 1998 - A Arte de Educar (Ed. MG Editores)
  • 1998 - Ensaios Sobre o Amor e a Solidão (Ed. MG Editores)
  • 2000 - Liberdade Possível (Ed. MG Editores)
  • 2001 - A Libertação Sexual (Ed. MG Editores)
  • 2005 - Deixar de Ser Gordo (Ed. MG Editores)
  • Uma História de Amor... Com Final Feliz (Ed. Grupo Editorial Summus)

Fonte: Wikipédia