Caçapava

LUÍS CARLOS MELO LOPES
(61 anos)
Técnico e Jogador de Futebol

☼ Caçapava do Sul, RS (26/12/1954)
┼ Caçapava do Sul, RS (27/06/2016)

Luís Carlos Melo Lopes, mais conhecido como Caçapava, foi um treinador e futebolista brasileiro que atuava como volante.

Começou a jogar no EC Gaúcho de Caçapava do Sul e, em 1973, foi para o Internacional de Porto Alegre onde foi Bicampeão Brasileiro nos anos de 1975 e 1976.

Ainda foi Campeão Gaúcho pelo Internacional nos anos de 1974, 1975, 1976 e 1978.

Em 1979 transferiu-se para o Corinthians de São Paulo onde foi Campeão Paulista no mesmo ano.

Jogou ainda no Palmeiras, Vila Nova de Goiás, Ceará, onde foi Campeão Cearense no ano de 1984 e voltou ao Rio Grande do Sul para jogar no Novo Hamburgo, e se aposentou no Fortaleza, do Ceará no ano de 1987.

História

Em meados de 1970, o Internacional começava a montar um dos melhores elencos que o planeta já presenciou. Foi nesta década que o Clube do Povo provou quem era o maior clube do Rio Grande do Sul e do Brasil. O novo estádio, inaugurado alguns anos antes, correspondia à expectativa da fanática torcida colorada, sendo palco de grandes jogos e de finais inesquecíveis. Daquele time, havia craques do meio-campo para frente, como Falcão e Paulo César Carpegiani, mas quem segurava os meias e os atacantes adversários? A resposta está na ponta da língua de todos torcedores da época: Caçapava.

Batizado como Luis Carlos Melo Lopes, o apelido surgiu por causa da cidade onde nasceu, Caçapava do Sul, distante 263 km de Porto Alegre. Em um time onde quase todos atacavam e tinham qualidade para isso, o volante Caçapava era o responsável pela guarnição da defesa colorada. Junto com Falcão, Carpegiani e depois Batista, formou um dos meio-campos considerados dos sonhos pelos colorados mais antigos.

Como marcador implacável, anulou grandes craques que ousaram ameaçar os defensores do Internacional, como Adãozinho e Palhinha, na final do Campeonato Brasileiro contra o Cruzeiro em 1975, e Geraldão, do Corinthians, em 1976.

Caçapava em 1978
O volante deu seus primeiros passos no Gaúcho, time de Caçapava do Sul, então com seus 18 anos de idade.

Em 1972 transferiu-se para o Internacional, onde, aos poucos, começou a trilhar o caminho das grandes conquistas.

Em 1974, conquistou seu primeiro grande título com a camisa colorada, o primeiro Campeonato Gaúcho de muitos outros que estavam por vir - venceu também em 1975, 1976 e 1978. Um ano depois, deparava-se com um Beira-Rio completamente lotado para a grande final do Brasileirão, diante do forte Cruzeiro. Placar de 1 x 0 para o Internacional, gol de Figueroa, por quem Caçapava nutria grande amizade.

Em 1976, veio o bicampeonato, vitória de 2 x 0 em cima do Corinthians de Neca, Ruço, entre outros.

Falcão e Caçapava em 2011
Em um daqueles episódios curiosos do futebol brasileiro, o volante Caçapava tentava convencer o médico colorado, José Mottini, a não realizar operação no seu joelho direito. "Doutor, se eu chutar a bola com a direita, o menisco tem que doer? Eu não sinto nada!", questionou o volante. Com a resposta afirmativa do médico, confirmando que a lesão havia aparecido no exame de artroscopia, o jogador retrucou: "Então esse joelho aí não é o meu!".

Depois da vitoriosa passagem pelo Internacional, o volante Caçapava atuou ainda no Corinthians, Palmeiras, entre outros clubes.

Caçapava mantinha uma escolinha de futebol na distante Teresina, no Piauí. Para os colorados que assistiram ao vivo aos craques da década de 70 desfilarem pelos gramados do Brasil, uma lembrança há de ficar. Caçapava era o cão de guarda da meia-cancha colorada, e não dava descanso e nem sossego para os atacantes e meias mais desavisados.

Morte

Luís Carlos Melo Lopes morreu às 7h30 de segunda-feira, 27/06/2016, aos 61 anos, vítima de um infarto, em sua cidade natal. O velório ocorrerá na Sala 1 da Funerária Caçapava e o sepultamento foi marcado para as 17h00 no Cemitério Municipal da cidade. 

Veja a nota do Internacional na íntegra:

"Faleceu, às 7h30 desta segunda-feira (27/06), aos 61 anos, um dos maiores ídolos da história colorada. Luís Carlos Melo Lopes, natural de Caçapava do Sul, ficou conhecido pelo nome de sua cidade: Caçapava. O ex-volante jogou no Internacional na década de 70, trazendo diversas alegrias à torcida colorada. Em breve daremos mais detalhes sobre a causa do falecimento e onde o corpo do ex-atleta será velado."

Caçapava na final do Brasileirão em 1975 - Cruzeiro x Internacional
Títulos

Internacional
  • 1974 - Campeonato Gaúcho
  • 1975 - Campeonato Gaúcho
  • 1975 - Campeonato Brasileiro
  • 1976 - Campeonato Gaúcho
  • 1976 - Campeonato Brasileiro
  • 1978 - Campeonato Gaúcho

Corinthians
  • 1979 - Campeonato Paulista

Ceará
  • 1984 - Campeonato Cearense

Tunga

ANTÔNIO JOSÉ DE BARROS CARVALHO E MELLO MOURÃO
(64 anos)
Escultor, Desenhista e Artista Performático

☼ Palmares, PE (08/02/1952)
┼ Rio de Janeiro, RJ (06/06/2016)

Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, conhecido como Tunga, foi um escultor, desenhista e artista performático brasileiro. É considerado uma das figuras mais emblemáticas do cenário artístico nacional.

Nascido em Palmares, PE, Tunga escolheu viver no Rio de Janeiro, onde se formou em arquitetura e urbanismo e começou a desenvolver sua carreira artística. Ele era filho do jornalista e poeta Gerardo de Mello Mourão e de Léa de Barros, que foi uma das mulheres que posou para o célebre quadro "As Gêmeas" de Guignard.

Tunga começou a carreira nas artes plásticas ainda na década de 70, com desenhos e esculturas. Traçava imagens figurativas com temas ousados, como na série de imagens do "Museu da Masturbação Infantil", de 1974. Ainda na mesma década, ele começou a fazer instalações de diferentes materiais.

Tunga foi o primeiro artista contemporâneo do mundo e o primeiro brasileiro a ter uma obra exposta no icônico Museu do Louvre em Paris. Tem obras em acervos permanentes de museus como o Guggenheim de Veneza, e galerias dedicadas à sua obra no Instituto Inhotim.


Na década de 80, Tunga montou a instalação "Ao", em que mostra um filme feito no túnel Dois Irmãos. O trecho se repete, como se a câmera andasse em círculos pelo caminho, não encontrando saída e nem entrada dentro daquela estrutura sem comunicação com o ambiente exterior.

Neste período, o artista plástico também abordou as ciências naturais em seu trabalho, mas também representava a fuga da normalidade. A obra "Les Bijoux de Mme. Sade", de 1983, é um exemplo disso, onde ele construiu um círculo com a forma de um osso.

Ao longo da década de 90, Tunga explorou as relações entre diferentes metais e figuras que fizeram história em sua obra. É o caso de "Lúcido Nigredo", de 1999.

Considerado um dos maiores nomes da arte contemporânea nacional, ele foi o primeiro a ter uma obra exposta no museu do Louvre em Paris. Tunga também expôs na Bienal de Veneza. Sua obra era carregada de simbolismo, com uso de ossos, crânios, dedais e agulhas.


Para criar seus trabalhos, Tunga investigava áreas do conhecimento como literatura, psicanálise, teatro e ciências exatas e biológicas. Utilizava em suas esculturas e instalações materiais como correntes, fios elétricos, lâmpadas, feltro e borracha. Além disso, sua obra era carregada de simbolismo, com uso de ossos, crânios, dedais e agulhas.

Colaborador da revista Malasartes e do jornal A Parte do Fogo, realizou, na década de 1980, conferências no Instituto de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Úrsula e na Universidade Cândido Mendes.

Recebeu o Prêmio Governo do Estado por exposição realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1986. No ano seguinte, realizou o vídeo "Nervo de Prata", feito em parceria com Arthur Omar.

Em 1990, recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas e, em 1991, o Prêmio Mário Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) pela obra "Preliminares do Palíndromo Incesto"

Morte

Tunga morreu na segunda-feira, 06/06/2016, aos 64 anos, vítima de um câncer na garganta. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, desde o dia 12/05/2016.

Trabalhos no Exterior

Sua obra acabou por ganhar repercussão internacional, levando-o a expor em importantes espaços destinados às artes plásticas ao redor do mundo.

  • 1982 - Divide o Pavilhão Brasileiro da 41ª Bienal de Veneza com o escultor Sérgio Camargo.
  • 1989 - Realiza exposições individuais no Museu de Arte Contemporânea de Chicago.
  • 1989 - Participa de uma mostra coletiva no Stedelijk Museum, na Holanda.
  • 1989 - Realiza exposições individuais na Whitechapel Gallery, em Londres.
  • 1992 - Participa de uma mostra coletiva no Jeu de Paume, em Paris.
  • 1993 - Participa de uma mostra coletiva no Moma, em New York.
  • 1993 - Participa de uma mostra coletiva no Ludwig Museum, na Alemanha.
  • 1994 - Realiza exposições individuais no Museu de Arte Contemporânea de New York.
  • 1994 - Participa da bienal de Havana, em Cuba.
  • 1997 - Participa da Documenta Kassel, Alemanha.
  • 1999 - Realiza exposições individuais no Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires.
  • 2000 - Participa da bienal de Kwang-Ju, na Coréia.
  • 2000 - Participa da bienal de Lyon, na França.
  • 2001 - Realiza exposições individuais no LarJeu de Paume, em Paris.
  • 2002 - Realiza exposições individuais na Luhring Augustine Gallery, em New York.
  • 2005 - Realiza exposições individuais na Pirâmide do Louvre, em Paris.
  • 2007 - Realiza exposições individuais no no Museu de Arte Moderna (MoMA), de New York.


Prêmios e Honrarias

  • 1985 - Prêmio Museu de Arte Moderno de Caracas - Caracas, Venezuela (Venceu)
  • 1986 - Prêmio da Trienal Latinoamericana de Arte Sobre Papel - Buenos Aires, Argentina (Venceu)
  • 1986 - Prêmio Governo do Estado do Rio Grande do Sul - Exposição realizada no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Venceu)
  • 1990 - Prêmio Brasília de Artes Plásticas (Venceu)
  • 1991 - Prêmio Mário Pedrosa Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), pela obra Preliminares do Palíndromo Incesto (Venceu)
  • 1997 - Prêmio Aquisição - Museu de Arte Contemporânea, Niterói (Venceu)
  • 1997 - Prêmio Aquisição - Museu de Arte Moderna da Bahia (Venceu)
  • 1997 - Prêmio Aquisição - Museu de Arte Moderna de Recife (Venceu)
  • 1997 - Prêmio Embratel - Museu de Arte Moderna de São Paulo (Venceu)
  • 1997 - Prêmio de 30 anos - Museu de Arte Moderna de São Paulo (Venceu)
  • 1998 - Johnny Walker Prize - Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (Venceu)
  • 2000 - Hugo Boss Award - Guggenheim Museum, New York (Indicado)
  • 2005 - Artes Mundi Prize - Wales, Inglaterra (Venceu)


Vídeos e Livros

  • 1997 - Sua obra é retrata no vídeo "Tunga: 100 Redes e Tralhas", de Roberto Moreira.
  • 1997 - Sua obra é retrata no livro "Tunga: Barroco de Lírios", lançado editora Cosac & Naify.
  • 2007 - É publicada a caixa "Tunga", constituída de sete volumes de diferentes formatos (textos, fotografias, vídeos), que documentam a trajetória do artista.

Fonte: Wikipédia e G1
Indicação: Miguel Sampaio

My Boy

MOACIL FILGUEIRA PINTO
Sonoplasta

☼ Maranhão
┼ Rio de Janeiro, RJ (08/06/2016)

Moacil Figueira Pinto chegou ao Rio de Janeiro vindo do Maranhão aos 14 anos de idade. De família pobre como a maioria dos retirantes nordestinos, saiu de sua terra em busca de sonhos e oportunidades. O primeiro emprego de Moacil foi de guia de cegos no Cenaclo Protetor dos Cegos ainda existente no bairro do Riachuelo.

Depois de algum tempo começou a trabalhar como entregador de jornais no antigo Correio da Manhã, onde seu turno iniciava às 00h00 com término às 07h00. Nesse período sua incumbência era à entrega de 240 jornais que, ao fim do turno corria direto para o seu segundo trabalho localizado na Av. Rio Branco nº 13, onde exercia o cargo de Office Boy num escritório.

Para sua infelicidade, alguns meses depois da família estar estabelecida no Rio de Janeiro, seu pai foi atropelado, aonde veio a falecer. Moacil que já entregava todo seu salário à sua mãe para ajudar nas despesas da casa, com a falta do pai aumentou ainda mais sua responsabilidade. Por dois anos essa foi a luta do menino Moacil, que era arrimo de família. Todavia, sua luta estava apenas começando.

Havia a necessidade de conciliar os seus horários de trabalho para se dedicar aos estudos, pois, ganhou uma bolsa em uma escola na Vila da Penha. Foi quando passou a frequentar as aulas todos os dias das 20h00 às 21h30, horário em que saía do escritório.

Ao término de três anos conseguiu uma vaga de trabalho no Palácio do Itamaraty, onde seu salário melhorou. Foi nessa época que o adolescente com quase 18 anos pode dormir um pouco mais. Até então levava uma vida tão cheia de responsabilidades, que já nem se lembrava de sua idade.

Esse emprego que conseguiu no Palácio do Itamaraty era um mundo completamente novo, pois, Moacil jamais havia servido mesas. A principio, começou como garçom de funcionários, porém não tardou a destacar-se, pois sua vontade de aprender superava qualquer dificuldade. E foi servindo mesas de gente importante que ganhou confiança, e teve seu trabalho reconhecido. Sem contar as gordas gorjetas que ganhava por desempenhar bem seu trabalho, passando a ser o preferido para o atendimento a algumas pessoas de destaque.

Permaneceu ali até à época da Revolução, quando teve que ir à luta novamente por outro emprego, caminho natural de crescimento para pessoas que não aceitam qualquer migalha e almejam ser alguém na vida, não se acomodando. Através de amigos ouviu dizer que a Rádio Guanabara estava precisando de um discotecário e programador.

E aí não deu outra! Ousadia naquele menino não faltava, isso ele tinha de sobra. Candidatou-se ao cargo de discotecário, lhe deram um prazo de 15 dias para organizar e catalogar todo o acervo da rádio, sem ao menos ter noção de como fazer aquilo.

Uma das coisas que ele sabia fazer muito bem eram suas amizades, sempre foi uma pessoa cativante, tinha amigos por todos os lados. E nessa empreitada recorreu a um amigo que trabalhava na Rádio Nacional para ajudá-lo a entender o funcionamento de seu novo trabalho.

E como fazer para conciliar esse aprendizado com seus horários tão apertados? Moacil passou a acompanhar o seu amigo nas madrugadas ao seu trabalho na Rádio Nacional... Aprendeu tudo o que precisava e ao término dos quinze dias estava contratado, e com louvor. 

Em pouquíssimo tempo estava organizando um acervo de 240 mil discos de vinil.

Durante os intervalos em seu trabalho procurava se inteirar do funcionamento da rádio, de como se operava o som, por exemplo. E seis meses depois passou a ser Programador de Som da Rádio Guanabara.

Moacil, um sobrevivente vindo do Nordeste, com uma história de vida que poderia ter um desfecho igual a tantos outros. Seu destino seria a construção civil, ajudante geral em um porão de alguma fábrica, no máximo concluir a quarta série primária, ou o antigo curso ginasial, envelhecer e viver da miséria que é a aposentadoria pra quem teve esse histórico de trabalho.

Surgiu uma oportunidade na TV Tupy  do Rio de Janeiro onde teve a honra de fazer os programas de Flávio Cavalcanti, "Esta é a Sua Chance", e também "O Céu é o Limite" com J. Silvestre, chances tais que agarrou com unhas e dentes.

"Desaforado como sempre fui, pegava logo os programas principais da casa... Nunca disse não, mesmo que não soubesse fazer!"
(My Boy)

Logo em seguida, no ano de 1971, My Boy foi trabalhar na Rede Globo de Televisão, com nada mais, nada menos que Chacrinha "O Velho Guerreiro".

Não demorou muito e My Boy passou para o programa "Globo de Ouro", que foi um dos maiores sucessos da TV Globo. Em 1986 passou para o "Programa da Xuxa", viajando com toda equipe para as gravações dos programas com sede na Argentina. O sucesso foi tão estrondoso que faziam programas diários no Rio de Janeiro ás 04h40, e no mesmo formato, também diários, eram exibidos em Buenos Ayres e transmitidos para 18 países latinos, onde tinham que ser visitados em 12 meses, para entrevistas e shows.

Além do Brasil, Argentina e os 18 países latinos, passaram a fazer "Xuxa Park" na Tele-5 em Madrid, programa semanal. Nos dias que seriam de folgas, haviam as turnês da Xuxa pelo Brasil e Argentina. Nenhum programa de sucesso da TV Globo ele deixou de fazer. My Boy pertencia ao staff principal da TV Globo.

My Boy nunca deixou de cumprir uma tarefa ou algo para o qual fora contratado. A obstinação fazia parte de sua personalidade. Jamais mediu esforços para realizar seus planos ou correr atrás de seus sonhos. Queria fazer todos os programas que pudesse, assim, bem como os shows, e gostava de desafios.

Os desafios fora a mola propulsora de sua vida. Tanto que um dia, com a Xuxa em Los Angeles, através de um amigo da TV Globo Internacional, conseguiu fazer uma inscrição para um suposto vestibular sobre Produção, Técnica de Som e Sonoplasta com mais três mil pessoas e apenas ele de Brasileiro. Conseguiu se formar pela Universidade de Los Angeles com uma Bolsa ofertada por amigos daquela época.

Se tornou um Técnico de Som de Programação ao Vivo e com a maior dinâmica de criação rítmica do Brasil. Abriu sua própria Empresa de Eventos, a Fire & Earth Produções Artística Ltda. que paralelo a TV Globo, faz produções de shows, gravações de DVDs e Produções de CDs. Além de produções, fazia  parte do trabalho da empresa, Assessoria de Imprensa.

Depressão

My Boy, estava em estado vegetativo persistente - quando o paciente fica durante um ano sem responder aos estímulos. My Boy estava entubado, se alimentava por sonda e não expressava qualquer reação. Fernanda França, sua filha, visitava o pai uma vez por mês. Uma das irmãs de My Boy ia semanalmente visitá-lo.

Um médico explicou que o cérebro do sonoplasta parou no tempo em 03/07/2012, quando ele tentou suicídio ingerindo um poderoso veneno, popularmente chamado de chumbinho, para matar ratos, e deixou uma carta culpando a TV Globo por seu ato, já que ele estava de licença, há alguns anos, por problemas de saúde.

My Boy enviou um e-mail para diretores e funcionários da TV Globo avisando que iria se suicidar. No texto intitulado "Não Suporto Mais"My Boy culpou a TV Globo pelo seu atual estado de depressão, afirmando que a emissora o abandonou quando ele ficou mais velho.

"Hoje por um erro de alguns Diretores com mais de 66 e 75 anos de idade, eles estão afastando quem tem 60 anos de idade da empresa como se 60 anos um ser humano perdesse o conhecimento aprendido durante toda a sua vida profissional.
Estou sofrendo há muito tempo e lutando contra uma forte depressão 'criada Pela Globo Participação' Rede Globo."
(My Boy disse no e-mail)

A Central Globo de Comunicação se manifestou sobre o assunto, dizendo:

"A TV Globo está acompanhando e dando a ele todo o apoio necessário, como faz com todos os funcionários. Ele estava em licença para tratamento psiquiátrico."

A TV Globo continuava pagando o plano de saúde de My Boy e deu a promoção para a filha do sonoplasta como forma de indenização.

Morte

Moacil Filgueira Pinto, o My Boy, morreu na manhã de quarta-feira, 08/06/2016, às 9h15. Ele estava internado no Hospital Quinta D'Or, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e há quatro anos estava inconsciente. My Boy deixou uma filha, Fernanda França, produtora da Rede Globo.

A filha de My Boy, Fernanda França, escreveu uma homenagem ao pai no Instagram.

"Você foi minha força, minha base, minha segurança..."

O apresentador Luciano Huck também lembrou de My Boy.

"Hoje perdemos o My Boy! Parte da história dos programas de auditório da tv brasileira! Parte da história do #caldeirão! Deixo meu carinho a toda a família!"
(Escreveu Luciano Huck nas redes sociais)

Indicação: Miguel Sampaio

Ventura Ramirez

VENTURA RAMIREZ
(77 anos)
Cantor, Compositor, Violonista e Arranjador

☼ Mombuca, SP (1939)
┼ São Paulo, SP (06/06/2016)

Ventura Ramirez foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Fez parte do grupo Demônios da Garoa tocando Violão de 7 cordas e também do regional de choro de Carlos Poyares. Em ambos os conjuntos esteve presente também Canhotinho no cavaquinho. Era um dos melhores violonistas 7 cordas do Brasil e uma referência de nosso Samba-Choro e Seresta.

Ventura Ramirez começou sua carreira aos 15 anos, em 1954, como calouro no programa de rádio "Calouros Toddy" de Hebe Camargo, na extinta Rádio Nacional, assinando logo em seguida um contrato de 5 anos com a Rádio Nacional.

Com seu talento nato ao violão e voz marcante, Ventura Ramirez logo entrou para o cenário musical brasileiro, acompanhando músicos renomados no choro e seresta, como Nelson Gonçalves, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, Orlando Silva, Luiz Gonzaga, Cartola, Lupicínio Rodrigues, além de participar do regional de choro de Carlos Poyares.

No início da década de 1960, ainda com o violão de 6 cordas, mas já com o seu estilo inconfundível nas "baixarias" que fazia com o instrumento, Ventura Ramirez foi convidado a integrar o conjunto Demônios da Garoa, do qual fez parte por diversas vezes até 2005. Pouco tempo depois de entrar no conjunto, Ventura Ramirez adotou permanentemente o violão de 7 cordas, instrumento que o consagrou como um dos seus melhores representantes. Foi ele quem levou pela primeira vez o 7 cordas para os Demônios da Garoa, criando uma das marcas registradas ainda hoje mantidas pelo conjunto, mesmo após o seu desligamento.


O 7 cordas surgiu para o artista cedo ainda em sua vida musical, iniciada aos 13 anos de idade, vindo da necessidade que sentia ao achar, ainda cedo, o violão de 6 cordas "limitado por ter poucas cordas".

Ao longo de sua carreira de mais de 50 anos, Ventura Ramirez recebeu diversos prêmios e honrarias de renomados nomes. Entre eles, está o prêmio Roquete Pinto de Revelação do Ano em 1960, o Oscar da música brasileira há alguns anos. Naquele ano, Ventura Ramirez recebeu a notícia que fora premiado pelo apresentador Silvio Santos, seu então companheiro de Rádio Nacional e com quem excursionou pelo Brasil com a famosa "Caravana do Peru que Fala", grupo de artistas comandado por Silvio Santos e que viajava pelo Brasil divulgando a música brasileira.

Como outros importantes prêmios de sua carreira, Ventura Ramirez foi por 3 vezes agraciado com o Troféu Velho Guerreiro, do saudoso Chacrinha, sendo duas vezes solo e uma com os Demônios da Garoa. Quatorze vezes recebeu o diploma de Melhor da Semana pelo comunicador Helio Souto e outros diversos prêmios de grêmios estudantis, da Casa da Fazenda e da Secretaria de Cultura de São Paulo.

Ventura Ramirez era considerado um dos melhores violões de 7 cordas pela crítica musical do Brasil, com uma agilidade e domínio das cordas pouco vistas até os dias de hoje. Além de violonista e cantor, Ventura Ramirez era compositor e arranjador, tendo já várias músicas gravadas ao longo da discografia dos Demônios da Garoa e de outros artistas de renome no cenário nacional, como Waldick Soriano.


Em sua carreira solo, Ventura Ramirez já gravou diversos discos, sendo o mais recente deles o CD "Tributo a Nelson Gonçalves", pela gravadora ZAN. Nelson Gonçalves foi seu amigo e companheiro musical, sendo, fora dos Demônios da Garoa, o cantor de cujas gravações mais participou. Seu timbre forte lembra bastante a voz do grande Nelson Gonçalves em seus momentos de mais forte vigor vocal.

Ainda nos tempos dos LPs, Ventura Ramirez tem registrados 3 discos, sendo dois cantando e um instrumental com o violão de 7 cordas. Recentemente, Ventura Ramirez gravou também com artistas atuais do cenário musical brasileiro, como os consagrados Ivan Lins e Guilherme Arantes.

Como fiel representante da música tradicional brasileira, de um tempo áureo em que os artistas tinham necessariamente que ter talento e técnica, em seus shows, Ventura Ramirez passeia pelo repertório da seresta e dos grandes cantores de rádio, como Nelson GonçalvesOrlando Silva e Silvio Caldas, além de, com o seu violão de 7 cordas, representar os maiores clássicos do choro e, é claro, do bom samba, tudo no melhor estilo de um dos mais importantes violonistas da história da Música Popular Brasileira.

Morte

Ventura Ramirez morreu em sua casa em São Paulo, aos 77 anos, na madrugada de segunda-feira, 06/06/2016. Um médico ainda vai avaliar qual a causa da morte súbita.

Fonte: Wikipédia