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Moreno

ANTÔNIO IGNÁCIO DA SILVA
(100 anos)
Cangaceiro

☼ Tacaratu, PE (01/11/1909)
┼ Belo Horizonte, MG (06/09/2010)

Mais conhecido pela alcunha de Moreno, foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita, considerado o "Último Cangaceiro de Lampião". Após a morte deste, fugiu de Pernambuco e adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade, e um dos últimos a morrer.

Filho de Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Moreno perdeu o pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancando por policiais de Brejo Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.

Foi contratado por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio Fortunato da Silva, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo. Na década de 1930 casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha. O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.


Moreno era conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usado na época e ter, a sua disposição, um mosquetão.

Dois anos após a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo Horizonte no final da década de 1960.

Ainda com medo de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada. Encontrado em 2005, Inácio Carvalho Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos.  Ele é policial e mora no Rio de Janeiro. O casal de cangaceiros resolveu contar para os filhos, que nasceram em Minas Gerais, a verdadeira história de suas vidas. Só então é que a família conheceu a história do passado no cangaço. Durvinha morreu pouco tempo depois.

Moreno e Durvina foram localizados pelo cineasta cearense Wolney Oliveira, que estava produzindo o documentário "Lampião, O Governador Do Sertão". Uma das filhas do casal,  Nely Maria da Conceição, ajudou o cineasta - a chave foi um filho que Durvina e Moreno deixaram com um padre, em Tacaratu, no sertão pernambucano, enquanto fugiam. A primeira providência de Wolney foi trazer o casal de volta às suas origens: Paulo Afonso, na Bahia, onde nasceu Durvina, e Brejo Santo, no Ceará, onde estão os parentes de Moreno.

Moreno e Durvinha
Moreno foi recebido como herói, em Brejo Santo, de onde saiu em 1930, com vários crimes nas costas. Ele foi recepcionado com festa, concedeu entrevistas às emissoras de rádio e abraçou sobrinhos e amigos de infância. A mesma recepção festiva aconteceu com Durvina, em Paulo Afonso.

Segundo Nely, filha do casal, o pai já pedia para morrer há mais de dois anos, sempre chamando pela mãe. "Depois da morte de Durvina, em 2008, ele entrou em depressão e sempre falava assim ´Mãezinha vem me buscar. Já vi tudo que tinha pra ver. Quero encontrar Durvina´. Ele estava sofrendo muito", disse.

Em Brejo Santo, na conversa com os parentes, entre risos, lágrimas e versos improvisados, reviveu a sua adolescência sofrida marcada por um ardente desejo de ser soldado de Polícia. O destino, entretanto, lhe foi cruel. Terminou levando uma surra da polícia de Brejo Santo, sob a acusação injusta de ter roubado um carneiro. Quando saiu da cadeia, matou o homem que o denunciou e que era o verdadeiro ladrão do carneiro.


A partir daí virou uma fera. Matou e castrou alguns dos seus perseguidores. Ele nega estes crimes, dizendo que não assassinou ninguém em Brejo Santo. Mas, a própria família confirma as atrocidades praticadas por Moreno que, com 19 anos, fugiu para a Paraíba. Em Cajazeiras, matou mais um. Fugiu para Alagoas, onde já chegou com a fama de valente.

Nas suas contas, matou cerca de 21 homens. Os historiadores dizem que este número é muito maior.


"Ele dirigiu o seu próprio grupo e foi um dos cangaceiros mais cruéis", garante o escritor Magérbio Lucena. Moreno justificava: "Estava ali para matar e morrer, não tinha alternativa". E complementava: "Só atirava, quando o inimigo estava na mira do meu mosquetão".

Deprimido com a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada. Ele morreu no dia 06/09/2010 em Belo Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova. O temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.

Alberto Guzik

ALBERTO GUZIK
(66 anos)
Ator, Diretor, Crítico Teatral, Escritor e Professor

* São Paulo, SP (09/06/1944)
+ São Paulo, SP (26/06/2010)

Alberto Guzik tornou-se crítico teatral a partir da década de 70. Suas principais participações foram no jornal Última Hora e no Jornal da Tarde trabalhando junto com Sábato Magaldi exercendo longa e significativa carreira. Quando de seu falecimento, integrava a Companhia de Teatro Os Satyros, situada na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo.

Começou sua carreira como ator aos cinco anos, quando ingressou no Teatro Escola São Paulo, grupo orientado por Júlio Gouvêa e Tatiana Belinky, participando do elenco de "Peter Pan", com Clóvis Garcia, em 1949, ficando ligado a grupos amadores que se especializaram no teatro infanto-juvenil.

Cursou a Escola de Arte Dramática (EAD) entre 1964 e 1966. Em 1967 estreou como ator profissional em "O Processo", baseado no romance de Kafka, montagem do Núcleo 2 do Teatro de Arena, sob a direção de Leonardo Lopes. Antes do término da temporada deu por encerrada sua carreira nos palcos, transferindo-se para a platéia, na condição de crítico especializado.

Em 1971 assumiu a coluna teatral do Jornal Shopping News. Transferiu-se, subsequentemente, para os periódicos Última Hora, de 1974 a 1978, e IstoÉ, de 1978 a 1981. No Jornal da Tarde permaneceu de 1984 até 2001. Em 1984 integrou o corpo de colaboradores do Caderno 2 de O Estado de São Paulo.

Destacado professor de teatro na  Escola de Arte Dramática, de 1968 a 1978 e na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, de 1969 a 1980, entre seus vários trabalhos, dirigiu uma versão de "A Centelha", de Abdon Milanez. Também como professor atuou no Teatro Escola Macunaíma, de 1978 a 1979. Participou do programa "Metrópolis", da TV Cultura, em São Paulo.

Já em 1995, Alberto lançou o romance "Um Risco De Vida", ficção que tem a vida teatral de São Paulo como pano de fundo, saudado pela crítica especializada e indicado ao Prêmio Jabuti.

Como dramaturgo estreou, em 1997, com "Um Deus Cruel", direção de Alexandre Stockler, sendo igualmente autor do inédito "72 Horas", de 1999. Em 2001, escreveu "Errado", a pedido de Renato Borghi, para a Mostra de Dramaturgia Contemporânea no Teatro Popular do Sesi (TPS), com direção de Sérgio Ferrara. Com esse mesmo diretor, adaptou e fez dramaturgia de "Mãe Coragem", de Bertolt Brecht, em 2002.

Depois de quase 40 anos sem pisar no palco, em agosto de 2003, retomou sua carreira de ator. O retorno se deu com a peça "O Horário De Visita", de Sérgio Roveri, com direção de Ruy Cortez, no Teatro do Centro da Terra.

Em 2004 ingressou na Companhia de Teatro Os Satyros, integrando o elenco de "Kaspar Ou A Triste História Do Pequeno Rei Do Infinito Arrancado De Sua Casca De Noz", encenada na Praça Roosevelt.

Em maio do mesmo ano, dirigiu, também na  Companhia de Teatro Os Satyros, "O Encontro Das Águas", de Sérgio Roveri, com José Roberto Jardim e Pedro Henrique Moutinho. Dois meses depois, outra direção, dessa vez em parceria com Wilma de Souza, "A Voz Do Povo É A Voz De Zé", de Marcelino Freire com Olívia Araújo e Fabrício Gareli, encenada no Avenida Club. E, em setembro, novamente como ator, dividiu o palco com Ivam Cabral e elenco de "Transex", de Rodolfo García Vázquez.

Em seguida, participou do premiado espetáculo "A Vida Na Praça Roosevelt", de Dea Loher, e dirigiu "O Céu É Cheio De Fúria Dos Uivos E Latidos Dos Cães Da Praça Roosevelt", de Jarbas Capusso Filho, e "De Alma Lavada", de Sérgio Roveri.

Seus próximos trabalhos como ator foram "Inocência" (2006) e "Divinas Palavras" (2007), "Vestido De Noiva" e "Liz" (2008), todos sob direção de Rodolfo García Vázquez. E, em 2009, se aventurou em um solo: "Monólogo Da Velha Apresentadora".

Sua carreira como ator, porém não se restringiu ao teatro. Alberto Guzik também flertou com a televisão. Entre 2007 e 2009, participou dos teleteatros "O Vento Nas Janelas" e "A Noiva" e da minissérie "Além Do Horizonte", todos produzidos e exibidos pela TV Cultura.

Sua trajetória artística se completou com sua obra literária. Além de "Risco De Vida", romance publicado pela Editora Globo, em 1995, e indicado ao Prêmio Jabuti, escreveu o ensaio "TBC: Crônica De Um Sonho", lançado pela Editora Perspectiva, em 1986, e "Paulo Autran / Um Homem No Palco", da Editora Boitempo, em 1998, vencedor do Prêmio Jabuti de livro-reportagem. Em junho de 2002, lançou, pela Editora Iluminuras, seu primeiro livro de contos, "O Que É Ser Rio, E Correr?".

Conclui para a Coleção Aplauso os livros "Cia. De Teatro Os Satyros - Um Palco Visceral" (2006), "Naum Alves De Souza: Imagem, Cena, Palavra" (2009) e "O Teatro De Alberto Guzik" (2009), com quatro peças de sua autoria: "Um Deus Cruel", "Cansei De Tomar Fanta", "Errado" e "Na Noite Da Praça".

Sobre seu trabalho, Alberto Guzik declarou à enciclopédia de teatro do Itaú Cultural:

"Nunca vinculei minha observação do fenômeno teatral a uma visão partidária, nunca acreditei que o teatro 'correto' tem de expressar tal ou qual ponto de vista. Acho que, ressalvados textos ou produções que demonstrem intentos anti-humanos, totalitários, todo teatro é válido. E é bom que se tenha de tudo, desde a farsa rasgada até o mais rigoroso teatro de pesquisa, do musical importado ao nacional, da dramaturgia brasileira à mundial, dos atores e diretores veteranos aos jovens estreantes. Eu acredito no teatro brasileiro."


Morte

Alberto Guzik morreu na manhã de sábado, 26/06/2010. Alberto Guzik tinha 66 anos e estava internado no Hospital Santa Helena em São Paulo desde fevereiro, lutando contra um câncer. A causa da morte foi Falência Múltipla de Órgãos. Seu corpo foi cremado no crematório da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo.

Alberto Guzik deixou ainda sem publicação uma nova obra de ficção, "Um Palco Iluminado", romance que enfoca a vida de uma companhia teatral em São Paulo entre as décadas de 1960 e 1990. Alberto Guzik escrevia também no blog "Os Dias E As Horas". Seu último post data de dois dias antes da internação em 17 de fevereiro. O post transcrito na íntegra:

15/02/2010

neste amanhecer

neste deslumbrante amanhecer, em plena segunda-feira de carnaval, embarco em minha viagem rumo à travessia do rio letes e à descida para o hades. quando voltar, relatarei o que vi e vivi. o hades não é um reino fácil de se visitar. ninguém retorna de lá sem estar transformado. sei disso. e prometo partilhar com os leitores destes dias e destas horas aquilo que vou vivenciar. dionisos me acompanha na viagem, além de ótimos amigos e do amor de muita gente. evoé.

Escrito por alberto guzik às 07h02

recado 

não posso me afastar deste espaço sem deixar uma palavra para todos os diretores, arte-educadores, colaboradores e artistas aprendizes da sp escola de teatro - centro de formação das artes do palco. estamos no limiar da transformação do sonho em realidade. e se a realidade for áspera, como muitas vezes é, não se esqueçam jamais, de que as raizes dela estão no sonho. no sonho de construir a melhor escola de teatro que este país ja teve. uma escola tão boa, tão ampla, tão aventureira, que possa nos ajudar a mudar também este país, que anda tão precisado de sonhos. meus queridos. não estou fisicamente com vocês aí, agora, mas estou por inteiro aí, também. tenham a certeza disso. e nunca, nunca esqueçam que este projeto nasceu de um sonho, e de que é pelo sonho que tem de ser alimentado. viva a sp escola de teatro. lembrem-se de que somos todos servidores de dionisos. evoé!

Escrito por alberto guzik às 06h58

Alberto Guzik definiu-se no Twitter com a frase: "Sou um homem de teatro. E das letras. E das artes, quase todas."

Seu último post no Twitter foi no dia 14/02/2010 às 10:01 hs.:

"Ficarei algumas semanas (espero que poucas) distante daqui. For medical reasons. Amanhã serei submetido (?) a uma cirurgia. Inté."


Diego do Violino

DIEGO FRAZÃO TORQUATO
(13 anos)
Violinista

* (1997)
+ Duque de Caxias, RJ (01/04/2010)

Morador de Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Diego era aluno da Orquestra de Cordas do Grupo Cultural AfroReggae. Na escola, gostava mais das aulas de história. Talvez seja porque, ainda tão novo, tinha muitas histórias para contar.

Recentemente havia sido indicado pelo jornal O Globo para o Prêmio Faz Diferença, após ser clicado pelo fotógrafo Rogério Resende, durante o enterro do coordenador de projetos sociais e professor de violino do AfroReggae Evandro João da Silva.

Evandro foi morto após um assalto em outubro de 2009, no Centro do Rio de Janeiro. O caso causou repercussão pela brutalidade e pela ineficiência da polícia em socorrer a vítima. Em 18 de outubro, Diego tocava, seu violino, emocionado, no enterro de Evandro. O mesmo Evandro que, anos antes, havia incentivado a irmã de Diego, Priscila Torquato, a entrar para a orquestra.

Priscila contou que convenceu o irmão a ingressar no grupo, para aprender algum instrumento. Isso tudo aconteceu há quatro anos, quando Diego nem pensava em se tornar músico. "Ele jogava capoeira no AfroReggae e aí surgiu a oportunidade dele tocar na orquestra. Eu falei pra ele ir. Na época, eu também tocava violino e depois fui aprender viola. O fato do Diego ser violinista é um milagre depois de tudo o que ele passou. A própria orquestra incentiva muito a pessoa em todos os sentidos. E a gente acaba incentivando outro jovens, outras pessoas".

Para Diego, a música era sinônimo de conquista: "Tocar violino é superar um obstáculo. Quero ser violinista. Tenho vontade de viajar com a minha música. A música é uma vitória na minha vida".

Diego era um menino feliz e cheio de autoestima. Em seu perfil na internet, ele falava de suas vitórias. Aos 4 anos, teve meningite, agravada por uma pneumonia. Sobreviveu. Em Parada de Lucas, cresceu, ao largo do crime. Com a memória embaçada por uma série de problemas de saúde que teve na infância, aprendeu a tocar violino. E tocava bem. Era a estrela da Orquestra de Cordas do AfroReggae.

"Hoje sou um artista". Com esta frase Diego Frazão Torquato resumiu sua vida. Apesar das dificuldades de saúde enfrentadas na infância - Diego teve tuberculose e chegou a ficar em coma quando tinha apenas quatro anos, além de ter contraído meningite e ter sopro no coração.


Morte

Diego do Violino, como se tornou conhecido, passou pela vida e fez bonito. A despedida, na tarde desta quinta-feira (01/04/2010), após passar nove dias internado, foi como uma canção triste, que deixou um sentimento de impotência em todos, diante de tamanha trapaça do destino.

Diego começou a passar mal há duas semanas, supostamente por causa de uma apendicite. Chegou-se a cogitar, quando o estado dele se agravou, que ele poderia ter sido vítima de falhas no atendimento da UPA da Penha, que o atendera duas vezes num único dia, sem cravar o diagnóstico.

Após uma cirurgia, seguida por infecção generalizada, ele foi internado na UTI pediátrica do Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, onde foi constatado que Diego sofria de leucemia, doença que atinge os glóbulos brancos. Mas seu quadro já era gravíssimo e os médicos decidiram induzir o coma.

Na quarta-feira (31/03/2010), logo após o diagnóstico que ninguém queria ouvir, ele ainda teve uma parada cardiorrespiratória, às 14:30 hs, seguida de reanimação. O pai de Diego, Telmo, ele próprio vítima de três AVCs anos atrás, entrou em desespero. Seus gritos foram acalmados pelo carinho do pessoal do AfroReggae, que não saiu do lado dele. "Quando o Telmo soube que o filho estava com leucemia, foi como um tiro seco", contou José Júnior, coordenador do AfroReggae, em seu twitter, que passou a ser seguido por pessoas que engrossavam a torcida pela recuperação do garoto. Debilitado, Diego não podia sequer iniciar a quimioterapia, que deve começar rapidamente em casos como os dele.

"Nosso anjinho voltou para o céu" - disse Júnior, logo após receber a notícia da morte de um de seus mais ilustres pupilos. - "Só Deus explica o Diego. Ele era muito especial. Apesar da dificuldade de memória, em decorrência da meningite, aprendeu a tocar violino e emocionava todo mundo. Se lhe faltava técnica, sobrava carisma".

Fonte: O Globo e Programa de Redução da Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens
Indicação: Simone Cristina Firmino

Dina Di

VIVIANE LOPES MATIAS
(34 anos)
Cantora

☼ Campinas, SP (19/02/1976)
┼ São Paulo, SP (19/03/2010)

Dina Di, nome artístico de Viviane Lopes Matias, foi uma cantora de rap brasileira, vocalista do grupo Visão de Rua, nascida em Campinas, SP, no dia 19/02/1976.

Considerada a primeira mulher a alcançar sucesso no rap brasileiro, Dina Di iniciou sua carreira em 1989 e lançou diversos singles em sua carreira, com destaque para "A Noiva do Thock".

Dina Di e seu grupo Visão de Rua revolucionaram o rap nacional em meados dos anos 90 quando lançaram a música "Confidências de Uma Presidiária", que virou clássico instantâneo nas periferias brasileiras. 

Foi indicada a diversos prêmios e festivais brasileiros, com destaque ao Prêmio Hutúz, onde foi escolhida na categoria Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da década.

Dina Di lançou vários álbuns em parceria com o grupo Visão de Rua.

Morte

Dina Di morreu na sexta-feira, 19/03/2010, aos 34 anos, após contrair uma infecção hospitalar. Ela tinha dado à luz sua segunda filha em uma clínica particular localizada no bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo.

O parto aconteceu no dia 02/03/2010. Dina Di sofreu complicações logo após o procedimento e ficou internada por 10 dias. A cantora chegou a receber alta, mas sua saúde voltou a piorar. Na segunda internação, ela não resistiu.

O sepultamento de Dina Di ocorreu no Cemitério da Vila Formosa, no sábado, dia 20/03/2010.

Aline sua filha ficou bem, aos cuidados da avó paterna, junto ao pai. 

Prêmios

  • 2008 - Prêmio Hutúz - Álbum do Ano "Com o Poder nas Mãos" (Indicada)
  • 2008 - Prêmio Hutúz - Grupo ou Artista Solo (Indicada)
  • 2009 - Prêmio Hutúz - Melhores Grupos ou Artistas Solo Feminino da Década (Venceu)
  • 2009 - Prêmio Hutúz - Melhores Grupos ou Artistas Solo da Década (Indicada)

Mauro Montalvão

MAURO MONTALVÃO
(74 anos)
Apresentador de TV e Locutor de Rádio

* (1936)
+ Rio de janeiro, RJ (06/02/2010)

Mauro Montalvão foi um apresentador de televisão e locutor de rádio brasileiro da década de 1970. Um dos últimos remanescentes da Era de Ouro da TV brasileira. Por duas décadas, comandou na TV Tupi o programa Mauro Montalvão Em Quatro Tempos. Passou também pela TV Record, TV Bandeirantes, e encerrou a carreira no vídeo nos anos 90, na extinta TV Rio.

Em 2000, teve breve passagem no rádio, ao lado de Francisco Barbosa e Paulo Martins, na Rádio Carioca (AM 710).

Mauro Montalvão já morou num apartamento de quatro quartos de frente para o mar na Rua Vieira Souto, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro brasileiro a ter um Bugatti, carro de luxo esportivo. Era comum vê-lo em rodas de amigos cercado de craques como Pelé e Jairzinho.

Em 2001, os tempos áureos de Mauro Montalvão, repórter esportivo que cobriu três Copas do Mundo e ganhou fama como apresentador de um programa que levava seu nome na extinta TV Tupi, estavam presentes apenas nas fotografias que ele guardava em seu apartamento de um quarto alugado em Copacabana.

A queda de Mauro Montalvão começou em 1980, quando a TV Tupi saiu do ar. Dois anos depois passou ter sintomas de uma doença que só em 1990 foi diagnosticada como Síndrome do Pânico. Foi tratado como cardíaco por sentir palpitações. Melhorou, mas não entrava em elevador sozinho, sentia-se mal em congestionamentos e túneis. "A doença acabou com minha carreira", disse Mauro.

A Síndrome do Pânico, hoje uma doença curável se o tratamento for seguido corretamente, se arrastou no caso de Montalvão. "A doença se tornou crônica nele porque, por problemas financeiros, não seguiu o tratamento indicado. E também era hipertenso", explicou o neurologista Fernando Pompeu Filho, seu médico. "Cerca de 80% dos pacientes se curam em um ano, com medicamentos específicos. No terceiro mês dão sinais de melhora", disse a psiquiatra Silvana Forelli.

Gustavo Almeida e Mauro Montalvão
Mauro Montalvão foi dono de fábrica de pastel. Sem sucesso, vendia canetas e isqueiros em quiosques da orla,  mas abandonou a vida de ambulante porque não alcançava o lucro necessário para cuidar de sua doença e se manter. Vivendo com aposentadoria de R$ 900,00 por mês, morava com a mulher e o filho, desempregado, e amigos o ajudam a pagar o aluguel de R$ 900,00.

Mauro Montalvão faleceu vítima de um Infarto na madrugada de sábado, dia 06/02/2010, aos 74 anos, no Hospital Municipal de Itatiaia, região sul Fluminense.  O seu corpo foi sepultado às 15:00hs de sábado, dia 06/02/2010, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Mauro Montalvão deixou duas filhas, sete netos e bisnetos. 

Ivan Kojak

IVAN BAPTISTA DIAS
(75 anos)
Policial Civil

* Rio de Janeiro, RJ (04/12/1935)
+ Brasília, DF (29/12/2010)

Conhecido como Ivan Kojak ou Ivan Gaguinho, era carioca nascido em 1935. Kojak ingressou nos quadros da Polícia Civil do Distrito Federal em 1960, como agente de polícia, e teve papel importante na Instituição, sendo um dos fundadores do Sinpol e presidente da Associação Geral dos Policiais Civis (Agepol) entre 1983 e 1987.

Com muita história na Instituição, Ivan Kojak mostrou-se verdadeiro apaixonado pelo trabalho policial, foi perseguido, preso e anistiado em épocas de repressão, mas isso não abalou sua vontade de lutar.

Uma das grandes conquistas durante sua gestão na Agepol, quando ainda o policial não podia filiar-se ao sindicato, foi um reajuste de cerca de 315% entre vencimentos, gratificações e outros benefícios, concedido já no fim do governo do presidente do Brasil João Baptista de Oliveira Figueiredo. Fato contado na revista Tribuna Policial em abril do ano de 2006.

Mesmo aposentado, o falecimento de Ivan Kojak foi considerado perda irreparável na Polícia Civil do Distrito Federal. Segundo o diretor do Sinpol, André Rizzo que visitou o policial às vésperas do natal, Ivan Kojak sempre foi atuante e preocupado com as causas da Instituição: "É um referencial para nós, homem de muitos amigos, sem dúvidas fará muita falta, pois nos ensinou a lutar de cabeça erguida por nossos ideais", declarou André Rizzo.

O presidente do Sinpol Wellington Luiz e a presidente da Associação dos Policiais Civis Aposentados e Pensionistas (Apcap), Sandra Lobo externam seus sentimentos pela perda do policial que tanto contribuiu para a história da Polícia Civil do Distrito Federal. "Agradecemos a Deus por ter nos dado a oportunidade de conhecer esse grande homem que está partindo, mas que deixou um legado de muitos ensinamentos", lamentou Wellington Luiz.

A última aparição de Ivan Kojak no meio policial foi durante as comemorações do dia do policial civil em abril de 2010, quando o Sinpol homenageou todos os seus sindicalizados com um churrasco no clube da Agepol, momento em que o aposentado teve oportunidade de se expressar em público e falar do seu orgulho de ser policial.

Título de Cidadão Honorário de Brasília

A Câmara Legislativa do Distrito Federal no dia 07 de maio de 2003 concedeu ao senhor Ivan Baptista Dias (Ivan Kojak), o título de Cidadão Honorário de Brasília através do deputado Fábio Barcellos (PL), pela sua dedicação e zelo durante 37 anos à polícia e a sociedade do Distrito Federal onde destacou-se como excelente policial, desempenhando com brilhantismo as suas funções e sendo reconhecido por todos nesta instituição.

No dia 23/04/2008, a Câmara Legislativa do Distrito Federal homenageou 152 policiais civis com moção de louvor, durante sessão solene que comemorou o Dia do Policial Civil. O presidente da Casa, deputado Alírio Neto (PPS), autor do requerimento para a sessão em conjunto com Milton Barbosa (PSDB), saudou os policiais antigos na pessoa de Ivan Kojak, ex-presidente da Associação Geral dos Servidores da Polícia Civil do DF (Agepol). Ele foi o principal responsável, segundo Alírio Neto, pela conquista da progressão na carreira.

Morte

Ivan Kojak faleceu vítima de Câncer. O policial estava internado desde o dia 15/12/2010 Hospital de Apoio de Brasília e faleceu às 19:05hs de quarta-feira, 29/12/2010.

Fonte:  Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal

Valeria Sffeir

VALÉRIA SFFEIR
(57 anos)
Jornalista

* Juiz de Fora, MG (27/02/1953)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/10/2010)

Valéria Sffeir foi uma das primeiras correspondentes internacionais da televisão brasileira e atuando em Londres, fez coberturas importantes, como a Guerra do Golfo.

Iniciou carreira na TV Panorama e logo depois na TV Aratu, antiga afiliada da TV Globo na Bahia, passando por Belo Horizonte e Brasília, até ser transferida para a Inglaterra na década de 1980. Fez parte da equipe que criou a Globo News, em 1996.

Valéria Sffeir faleceu na quinta-feira, dia 28 de outubro de 2010, aos 57 anos de idade, em decorrência de um Câncer no Pulmão.

Fonte: Wikipédia

José Mindlin

JOSÉ EPHIM MINDLIN
(95 anos)
Advogado, Empresário e Bibliófilo

* São Paulo, SP (08/09/1914)
+ São Paulo, SP (28/02/2010)

Filho do dentista Ephim Mindlin e de Fanny Mindlin, judeus nascidos em Odessa, formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Advogou por alguns anos, atividade que deixou para fundar a empresa Metal Leve, que mais tarde se tornou uma potência nacional no setor de peças para automóveis. José Mindlin deixou a empresa em 1996. Posteriormente, entre outras atividades, presidiu a Sociedade de Cultura Artística.

Após sua aposentadoria do mundo empresarial, José Mindlin pôde dedicar-se integralmente a uma paixão que tinha desde os treze anos de idade: colecionar livros raros. Seu primeiro livro foi Discours Sur l'Histoire Universelle de Jacques-Bénigne Bossuet, de 1740.

Ao completar 95 anos de idade, acumulava um acervo de aproximadamente 40 mil volumes, incluindo obras de literatura brasileira e portuguesa, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários (originais e provas tipográficas), periódicos, livros científicos e didáticos, iconografia e livros de artistas (gravuras). É considerada como a mais importante biblioteca privada do gênero, no Brasil.

Em 20 de junho de 2006 José Mindlin foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, onde passou a ocupar a cadeira número 29, sucedendo a Josué Montello.

Após saber da vitória na eleição, José Mindlin declarou: "De certa forma, corôa uma vida dedicada aos livros". No mesmo ano, José Mindlin decidiu doar todas as obras brasileiras da vasta coleção à Universidade de São Paulo (USP). A partir de então, ela passou a ser chamada de Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

"Nunca me considerei o dono desta biblioteca. Eu e Guita (esposa já falecida de Mindlin) éramos os guardiães destes livros que são um bem público."
(José Mindlin)

Morte

Morreu na manhã de domingo (28/02/2010), em São Paulo. Ele tinha 95 anos e estava internado há cerca de um mês no Hospital Albert Einstein. A morte foi causada por Falência Múltipla dos Órgãos.


Francisco Gros

FRANCISCO ROBERTO ANDRÉ GROS
(65 anos)
Economista

* Rio de Janeiro, RJ (21/04/1943)
+ São Paulo, SP (20/05/2010)

Francisco Gros formou-se em economia em 1964 pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

Sua carreira como banqueiro de investimentos começou em 1972, no Kidder, Peabody and Co., um banco de investimentos em Wall Street.

Em 1975 voltou ao Brasil para assumir a direção da Multiplic Corretora.

De 1977 a 1981 foi Diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No período de julho de 1985 a fevereiro de 1987, ocupou cargos de diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e vice-presidente do BNDES Participações S.A. (BNDESPar). Deixou o BNDES para assumir a presidência do Banco Central, cargo que exerceu em 1987 e novamente de 1991 até 1992.

No seu segundo período à frente do Banco Central, Francisco Gros foi um dos principais integrantes da equipe econômica que elaborou e conduziu o programa de recuperação e abertura da economia brasileira iniciado em 1991. Conduziu também as negociações que levaram a acordos com o Clube de Paris em fevereiro de 1992 e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em junho do mesmo ano.

Francisco Gros foi nomeado presidente do BNDES no dia 24 de fevereiro de 2000, cargo que ocupou até 2002.

Substituiu Henri Philippe Reichstul na presidência da Petrobrás em 2 de janeiro de 2002. Ocupou o cargo até 2 de janeiro de 2003.

Em 2007, Francisco Gros aceitou o convite do empresário Eike Batista para assumir a presidência da OGX, a incipiente empresa de petróleo e gás do grupo. Ficou até 2008, quando decidiu se afastar das funções executivas para dedicar-se às representações em conselhos de administração de diversas empresas. Acertou com Eike que permaneceria apenas no conselho. "Ele foi um importante colaborador do nosso grupo. Mais que isso, foi um ser humano exemplar e, especialmente, um brasileiro que trabalhou a serviço do desenvolvimento do seu País", disse Eike.

Tranquilo, reservado e bem-humorado, Francisco Roberto André Gros transitava com desenvoltura nas diversas instâncias de poder. Mesmo que não desfrutasse de consenso para suas idéias, focadas no conceito de redução do Estado na economia, ele defendia com elegância seu ponto de vista. "Gros foi um homem íntegro e competente, que teve êxito na atividade privada e, quando serviu ao governo, agiu com responsabilidade pública. Além da perda para o País, eu perdi um amigo", disse o sociólogo e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

No último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, Francisco Gros, que presidia a Petrobrás, protagonizou um bate-boca público com o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, que inaugurou a campanha eleitoral na TV cobrando explicações à Petrobrás pela encomenda de plataformas de petróleo no exterior. Na época, a companhia estava prestes a iniciar a licitação de três embarcações de grande porte e não via possibilidades de serem construídas no Brasil.

"A Petrobrás parece ignorar o que é ser uma empresa brasileira", disse Lula, no programa filmado no estaleiro Verolme, que estava fechado na época. Francisco Gros se manifestou de imediato, reforçando que o Brasil não tinha capacidade para absorver a encomenda e que as declarações de Lula mostravam "completo desconhecimento" sobre o assunto.

As eleições de 2002 renderam a Francisco Gros críticas também do então candidato governista, José Serra. Naquele ano, o Brasil liberou os preços dos combustíveis e a Petrobrás passou a acompanhar as variações do mercado internacional, que atravessava período de alta. Os reajustes no mercado interno levou José Serra a reclamar da política de preços da estatal, que prejudicava sua campanha.

Francisco Gros faleceu em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês, no dia 20 de maio de 2010, vítima de Câncer.

José Ângelo Gaiarsa

JOSÉ ÂNGELO GAIARSA
(90 anos)
Psiquiatra

* Santo André, SP (19/08/1920)
+ São Paulo, SP (16/10/2010)

Foi um psiquiatra brasileiro. Autor de mais de 35 livros e com intensa participação na imprensa, principalmente a televisiva.

Nasceu em 1920 na cidade de Santo André, região metropolitana de São Paulo. Formado em medicina pela Universidade de São Paulo e especializado em Psiquiatria pela Associação Paulista de Medicina, foi o introdutor das técnicas corporais em psicoterapia no Brasil.

Durante dez anos (de 1983 a 1993), Gaiarsa apresentou o quadro Quebra-Cabeça do Programa Dia Dia, transmitido pela Rede Bandeirantes, em que analisava problemas emocionais contando sempre com a participação dos espectadores.

O médico ainda era especialista em comunicação não verbal. Sua produções na área da psicoterapia têm contribuído para a produção científica e para a socialização dos conhecimentos científicos sobre temas como família, sexualidade e relacionamentos amorosos.

Faleceu na capital paulista no dia 16 de outubro de 2010, aos 90 anos de idade, em decorrência de causas naturais em sua residência.

Fonte: Wikipédia

Walter Alfaiate

WALTER NUNES DE ABREU
(79 anos)
Cantor e Compositor

* Rio de Janeiro, RJ (07/06/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/02/2010)

Alfaiate - que, de fato, exercia a profissão que lhe deu apelido - começou a despontar nos anos 60, com a participação em rodas no Teatro Opinião e de shows na Boate Bolero. Teve músicas gravadas por João Nogueira e Paulinho da Viola na década de 70 e foi "redescoberto" pela mídia nos anos 90, também com apoio de Paulinho da Viola. Seu primeiro disco, Olha Aí foi gravado em 1998.

Nascido no Rio de Janeiro, iniciou o trabalho como alfaiate aos 13 anos, no bairro de Botafogo. Autodidata, compôs para blocos carnavalescos da região, como o Foliões de Botafogo e o São Clemente.

Participou nos anos 60 de rodas de samba no Teatro Opinião e formou vários grupos, com destaque para os Reais do Samba e o Samba Fofo. Mesmo sendo um dos principais nomes do samba em Botafogo, que viria a se tornar o grande celeiro de compositores do gênero, o cantor e compositor só foi descoberto na década de 70, quando Paulinho da Viola gravou três de suas canções – Coração Oprimido, A.M.O.R.Amor e Cuidado, Teu Orgulho Te Mata.

Brilhou como crooner da Boate Bolero, em Copacabana, onde ficou conhecido como Walter Sacode, por interpretar com maestria o samba Sacode Carola, de Hélio Nascimento e Alfredo Marques.

Em 1982 foi convidado pelo parceiro e amigo Mauro Duarte a entrar para o Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela. Cultuado pela maioria dos sambistas do Rio de Janeiro, jamais foi reconhecido pelas gravadoras – com mais de 50 anos de carreira e com 200 sambas compostos, gravou apenas um disco intitulado, Olha Aí, lançado em 1998 pelo selo Alma e produzido por Aldir Blanc e Marco Aurélio.

Morte

O sambista carioca Walter Alfaiate, morreu no sábado (27/02/2010) por volta das 17hs, no Rio de Janeiro. O músico estava internado em estado grave há cerca de dois meses no Hospital da Lagoa, na Zona Sul da cidade.


Alfaiate havia sido transferido para a unidade de saúde em dezembro. Anteriormente, ele foi internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, também na Zona Sul, por quase um mês.

O cantor e compositor deixou três filhos.

Fonte: Wikipédia e G1

Ezequiel Neves

EZEQUIEL NEVES
(74 anos)
Ator, Jornalista, Compositor, Produtor Musical e Bibliotecário

* Belo Horizonte, MG (29/11/1935)
+ Rio de Janeiro, RJ (07/07/2010)

Ezequiel Neves foi produtor da gravadora Som Livre, gravadora das Organizações Globo, presidida por João Araújo, pai do cantor Cazuza.

Junto com o também produtor Guto Graça Mello, foi mentor do cantor Cazuza e de sua banda, o Barão Vermelho. Ezequiel acompanhou a carreira do Barão Vermelho, do qual produziu todos os discos desde o início, e também foi parceiro musical de Cazuza.


Chegou a escrever para a revista Rolling Stone.

Sua morte aconteceu exatamente no aniversário de 20 anos da morte de seu grande amigo e pupilo musical, Cazuza. Zeca, como era conhecido, sofria de um Câncer no Cérebro e faleceu na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

Dorina Nowill

DORINA GOUVÊA NOWILL
(91 anos)
Filantropa, Administradora e Pedagoga

* São Paulo, SP (28/05/1919)
+ São Paulo, SP (29/08/2010)

Nascida em 1919, filha de pai português e mãe italiana, Dorina cresceu na Rua Matias Aires, entre a Rua Frei Caneca e a Rua Augusta, região central de São Paulo, e foi matriculada no Instituto Elvira Brandão onde foi contemporânea dos futuros atores Paulo Autran e Célia Biar. Empolgou-se com a Revolução Constitucionalista de 1932 participando da coleta de cigarros e sabonetes para os soldados. Frequentava o Clube Português e era uma menina comportada.

A Aba Bateu em Seu Olho Direito

Em 16 de agosto de 1936 foi com a família à missa das 9h do Colégio São Luiz. Naquela manhã, uma amiga de sua mãe usava um chapéu de abas largas. Ao se despedirem, ela quis dar um beijo em Dorina e a aba bateu em seu olho direito. No dia seguinte de manhã, fechou o olho esquerdo e no outro surgiu uma mancha opaca, bem no centro da visão. A mácula havia sido afetada, não pelo choque, mas por uma razão clínica não traumática como descobriu depois.

O que se seguiu foram visitas a oftalmologistas, exames e mais exames, mas em 14 de outubro: "Vi uma cortina de sangue e nada mais distingui. Era como se eu estivesse vendo uma vidraça com chuva escorrendo. Em vez de água, sangue". Ela, então, soube que não mais poderia enxergar. Sua mãe pediu a Deus: "Se Dorina não puder voltar a ver, que pelo menos se conforme, aceite e possa assim viver."

De 1936 a 1943, Dorina viveu um processo de adaptação a seu novo modo de vida. Foi apresentada ao método braile de leitura e sua mãe pode comemorar o "milagre da aceitação".

Naquele ano, 1943, ela conseguiu uma vitória inédita – ser aceita como aluna regular no Caetano de Campos, para o Curso Normal. Foi a primeira aluna cega a matricular-se em São Paulo numa escola comum de formação de professores.


Ainda estudante, outra conquista foi quando a mesma escola implantou o primeiro curso de especialização de professores para o ensino de cegos em 1945. Em 2008, ela contou como conseguiu não desistir:
"Eu perdi a visão e ao mesmo tempo encontrei o apoio de meus pais em tudo o que eu queria realizar. Devo a eles a forma de encarar com realidade as novas situações e de resolver os problemas sem mistificações, mas dentro de uma proposta real de vida, baseada sempre na verdade. O início foi encarar a realidade como ela se apresenta, pois é aí que encontramos forças para dominar o desânimo e a falta de coragem, depois encontrar soluções mais adequadas, embora diferentes daquelas com que todos nós contamos desde os primeiros dias de vida."
Após diplomar-se, viajou para os Estados Unidos, com uma bolsa de estudos patrocinada pelo governo americano, pela Fundação Americana Para Cegos e pelo Instituto Internacional de Educação. Frequentou um curso de especialização na área de deficiência visual na Universidade de Columbia. Ao voltar ao Brasil, Dorina mergulhou no trabalho para implantar a primeira imprensa braile de grande porte no país. Também foi convidada a organizar o Departamento de Educação Especial da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Esse cargo foi fundamental para ela e seus amigos comemorarem quando a educação para cegos se transformou em atribuição do governo por força de lei. Em 1953, em São Paulo, e em 1961, em todo o país.

Companheiro de Toda Uma Vida

Em fevereiro de 1950, casou-se com Alexandre Nowill, companheiro de toda uma vida, com quem teve cinco filhos e viveu uma relação de companheirismo em todas as atividades em que acabou se envolvendo.

Dorina foi convidada para dirigir o primeiro órgão nacional de educação de cegos no Brasil, criado pelo Ministério da Educação, em que permaneceu de 1961 a 1973 tocando projetos que implantaram serviços para cegos em diversos estados do país, além de campanhas para a prevenção da cegueira.
"Aprendi que eu mesma teria de resolver como manter as minhas aspirações dentro de um nível capaz de me satisfazer, mas nunca pensei em desistir e fui resolvendo grandes problemas, mesmo com elementos diferentes do início da minha vida."
O reconhecimento pelo trabalho de Dorina Nowill foi além de nossas fronteiras. Ocupou cargos em organizações internacionais de cegos. Em 1979, foi eleita presidente do Conselho Mundial dos Cegos.

Em 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente, discursou na Organização das Nações Unidas (ONU). E ainda batalhou com ardor pela criação da União Latino-Americana de Cegos (ULAC).

Certa vez, viajou sozinha a Nova York e, depois de esbarrar em muita lata de lixo, aprendeu a se virar com a bengala.
"Sem força interior não se encontram soluções. Viver tem que ser real, não pode ser uma história, é preciso viver e 'viver é realizar'. A realidade, muitas vezes, é dura, mas é preciso enfrentá-la."

O Primeiro Centro de Reabilitação

Em 1989, Dorina registrou mais uma vitória, quando o Congresso Nacional ratificou a Convenção 1599 da Organização Internacional do Trabalho, que trata da reabilitação, do treinamento e da profissionalização de cegos, resultado de mais uma luta, que havia começado 18 anos antes com o primeiro centro de reabilitação criado pela Fundação.

O Centro de Memória da Fundação guarda a história de luta pela inclusão social em sua sede, na Vila Clementino, em São Paulo. Ali, uma exposição aberta ao público orienta museus a receberem pessoas com deficiência visual e, desde 2006, promove o programa de formação em acessibilidade para museus. Estudantes cegos de todo o Brasil estudam com os livros produzidos na Fundação. Eles imprimem ainda as revistas Veja e Cláudia, além de outras específicas sob demanda. A Biblioteca Circulante de Livro Falado da Fundação Dorina Nowill Para Cegos possui um acervo com cerca de 900 títulos em áudio de obras de diversos autores, desde clássicos da literatura brasileira aos mais variados best-sellers internacionais. Esse serviço está disponível gratuitamente para pessoas com deficiência visual de todo o Brasil.
"Acreditamos que a educação seja o melhor caminho para a inclusão social. Para a pessoa com deficiência visual, ter acesso garantido à literatura, ao estudo ou ao entretenimento é questão primordial em seu desenvolvimento pessoal. Anualmente são produzidas milhares de páginas em braile de livros didático-pedagógicos, paradidáticos, literários e obras específicas solicitadas pelos deficientes visuais... A natureza é sábia. O rico potencial do ser humano procura suprir quaisquer perdas. É preciso enfrentá-las em toda a sua realidade. Muito difícil para uns, um pouco menos para outros, fácil para ninguém."

Aos 91 anos, com a saúde debilitada e num leito de hospital em São Paulo, a bravíssima Dorina de Gouvêa Nowill lutou pela vida da mesma maneira que a desfrutou - com tranquila consciência. Já não falava e resistia à alimentação. Muito magra, enfrentava problemas nos pulmões e no esôfago. Seus cinco filhos, 12 netos e três bisnetos rezavam por essa mulher, que ganhou o respeito e a admiração de todos os brasileiros.

"Quando perdi a visão, percebi que algo tinha se modificado. Nesse momento tão particular, simplesmente surgiu uma força interior que me impulsionou a encarar a própria vida 'sem ver' e a importância que dei a outras possibilidades foi muito maior que o desespero de ter perdido a visão. Eu tinha de enfrentar as situações como elas se apresentavam e todos esperavam a minha reação. Nesse momento foram surgindo soluções de acordo com meu temperamento e com minhas aspirações. Hoje acredito que não perdi aspirações, apenas tive de modificá-las um pouco, até mesmo para mantê-las, mesmo dentro de situações para as quais não estava preparada integralmente", contou ela em sua autobiografia lançada em 1996, "...E Eu Venci Assim Mesmo", em que conta em detalhes de como cuidou dos filhos, da casa, do casamento e de suas ações sociais ao mesmo tempo.

A pedagoga Dorina Nowill, morreu por volta das 19:30hs de domingo, dia 29/08/2010, em São Paulo. Ela estava internada por conta de uma infecção e sofreu uma parada cardíaca no Hospital Santa Isabel.

Ela deixou cinco filhos, doze netos e três bisnetos. O velório aconteceu às 8:00hs de segunda-feira 30/08/2010 na sede da Fundação Dorina Nowill, localizada na Zona Sul de São Paulo. O enterro aconteceu às 15:30hs, no Cemitério da Consolação.

Para conhecer mais a Fundação, visite o site no link: Fundação Dorina Nowill

Fonte: Contigo e R7