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Murilo Antunes Alves

MURILO ANTUNES ALVES
(90 anos)
Jornalista, Locutor, Comentarista Esportivo e Advogado

* Itapetininga, SP (28/04/1919)
+ São Paulo, SP (15/02/2010)

Murilo Antunes Alves nasceu em Itapetininga, São Paulo, em 28 de abril de 1919. Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1943. Teve escritório de advocacia até 1961, em Brasília, especializando-se em direito esportivo. Integrou o Tribunal de Justiça Desportivo, e foi por mais de 40 anos, assessor jurídico da Federação Paulista de Futebol.

Murilo foi o primeiro aluno desde que ingressou no curso primário até o último ano da faculdade. Mas sua vocação era pelo jornalismo, manifestando-se logo aos 14 anos, quando foi redator chefe do jornal estudantil O Arauto, em Itapetininga. Também foi correspondente do jornal O Estado de São Paulo até 1929, mesmo depois de ter se estabelecido em São Paulo para estudar. Na época, o seu pagamento era uma assinatura do jornal. O seu primeiro registro na carteira profissional é como repórter do jornal Tribuna Popular de Itapetininga, em 1935.

Ao vir morar em São Paulo concretizou o desejo de trabalhar em rádio, ao ser contratado pela Rádio São Paulo, em 01/10/1938, onde ficou por 4 anos. Inicialmente como locutor e após, como comentarista esportivo, em parceria com Geraldo José de Almeida. Seu primeiro programa foi o "Brodway Melody", de música americana.

Em 1946 foi para a Rádio Bandeirantes, sendo o primeiro locutor esportivo da emissora. Posteriormente, trabalhou na Rádio Cultura, Rádio Gazeta e Rádio Tupi. Em 1946 foi contratado pela Rádio Bandeirantes como repórter  passando depois, para a Rádio Record em 1947, onde fez várias reportagens inclusive no exterior, e entrevistas com auditores e personalidades como: Adhemar de Barros, Samuel Wainer, Getúlio Vargas, Jânio Quadros, entre outros.

Cobriu acontecimentos importantes como as eleições italianas em 1948, o Ano Santo em 1949, no Vaticano e as eleições nos Estados Unidos em 1952. Ganhou por sete vezes o Prêmio Roquette Pinto como melhor repórter do rádio.

Murilo Antunes e Zacarias
Murilo Antunes Alves começou sua carreira na TV Record, no dia 23/09/1953, que foi o primeiro dia no ar da emissora, como encarregado da parte política do jornal, o "Última Edição". Depois, o jornal "Recod Notícias" como editor chefe e diretor em 1989. Na TV Record, fez também o "Repórter Esso", trabalhou como comentarista e repórter cobrindo vários acontecimentos importantes como o casamento do príncipe Charles e o enterro do ex-presidente Tancredo Neves.

Apresentou ao lado de Hélio Ansaldo o programa "Record em Notícias" (1973-1996), popularmente conhecido como "Jornal da Tosse", da década de 1970 até o final do jornalístico, em 1996.

Permaneceu na Rede Record após Sílvio Santos e o espólio de Paulo Machado de Carvalho venderem suas participações acionárias na emissora para Edir Macedo, bispo da Igreja Universal  do Reino de Deus (em 1990), até sua morte, era o contratado mais antigo da emissora. Trabalhava na produção dos telejornais da emissora.

Concomitante à carreira de jornalista há uma outra carreira de vida pública. Em 1946 foi candidato a deputado estadual pelo Partido Social Democrático (PSD), mas as eleições foram adiadas. Em 1953 foi o primeiro Chefe do Cerimonial da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde se aposentou em 1985, como Diretor do Cerimonial e Relações Públicas.

Em 1961 foi nomeado Oficial do Gabinete da Presidência da República, pelo presidente Jânio Quadros. Entre 1971 e 1974 foi Chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo, gestão de Laudo Natel. Exerceu mandado de vereador por São Paulo, até 31/12/1996, por dois anos e meio.


Morte

O jornalista Murilo Antunes Alves morreu aos 90 anos, na segunda-feira, 15/02/2010. Ele era o colaborador mais antigo da TV Record e trabalhava como editor-chefe da emissora. O corpo de Murilo Alves foi enterrado às 17:00 hs de terça-feira, 16/02/2010 na cidade de Itapetininga, no interior de São Paulo.

Fonte: Wikipédia, Net Saber e R7
Indicação: Simone Cristina

Artur da Távola

PAULO ALBERTO MORETZSOHN MONTEIRO DE BARROS
(72 anos)
Advogado, Jornalista, Radialista, Escritor, Professor e Político

☼ Rio de Janeiro, RJ (03/01/1936)
┼ Rio de Janeiro, RJ (09/05/2008)

Artur da Távola, o pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros, foi um advogado, jornalista, radialista, escritor, professor e político brasileiro. Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Era apresentador de um programa de música erudita na TV Senado.

Iniciou sua vida política em 1960, no Partido Trabalhista Nacional (PTN), pelo estado da Guanabara. Dois anos depois, elegeu-se deputado constituinte pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Cassado pela ditadura militar, viveu na Bolívia e no Chile entre 1964 e 1968.

Tornou-se um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o líder da bancada tucana na assembléia constituinte de 1988, quando defendeu alterações nas concessões de emissoras de televisão para permitir que fossem criados canais vinculados à sociedade civil. No mesmo ano, concorreu, sem sucesso, à prefeitura do Rio de Janeiro. Posteriormente, foi presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) entre 1995 e 1997. Exerceu mandatos de deputado federal de 1987 a 1995 e senador de 1995 a 2003. Em 2001, foi por nove meses Secretário da Cultura na cidade do Rio de Janeiro.

Como jornalista, atuou como redator e editor em diversas revistas, notavelmente na Bloch Editores e foi colunista de televisão nos jornais Última Hora, O Globo e O Dia, sendo também diretor da Rádio Roquette Pinto. Publicou ao todo 23 livros de contos e crônicas.

Artur da Távola apresentava o programa "Quem Tem Medo de Música Clássica?", na TV Senado onde demonstrava sua profunda paixão e conhecimento por música clássica e erudita. No encerramento de cada programa, ele marcou seus telespectadores com uma de suas mais célebres frases:

"Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão!"

Seu compositor preferido era Vivaldi, a quem dedicou quatro programas especiais apresentando "Le Quattro Stagioni" em sua versão completa e executada pela Orquestra Filarmônica de Berlim. Também exibiu com exclusividade execuções da Orquestra Sinfônica Brasileira no Festival de Gramado nos anos de 2003 a 2007. Foi apresentador de um programa sobre música na Rádio MEC.

Morte

Artur da Távola morreu na tarde de sexta-feira, 09/05/2008, no Rio de Janeiro. A causa da morte, de acordo com a assessoria, foi um problema no coração. Ele já havia sido internado no hospital em 2007 para a colocação de marcapasso.

O corpo de Artur da Távola foi velado às 9:00 hs de sábado, 10/05/2008 na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. O enterro ocorreu às 16:00 hs no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Trabalhos Publicados

  • 1977 - Mevitevendo
  • 1978 - Alguém Que Já Não Fui
  • 1980 - Cada Um No Meu Lugar
  • 1981 - Ser Jovem
  • 1981 - Leilão do Mim
  • 1983 - Do Amor, da Vida e da Morte
  • 1983 - Do Amor, Ensaio de Enigma
  • 1984 - A Liberdade do Ver (Televisão em Leitura Crítica)
  • 1984 - O Ator
  • 1984 - Amor A Sim Mesmo
  • 1985 - Comunicação é Mito
  • 1986 - Calentura
  • 1988 - Maurice Ravel, Um Feiticeiro Sem Deus (Livro)
  • 1991 - Vozes do Rio (Opúsculo)
  • 1993 - Orestes Barbosa (Opúsculo)
  • 1994 - Arte de Ser
  • 1995 - Notícia, Hiper-Realismo e Ética (Opúsculo)
  • 1996 - A Telenovela Brasileira
  • 1996 - Diário Doido Tempo
  • 1996 - Raul de Leôni (Opúsculo)
  • 1996 - Sem Organização Partidária Não há Democracia (Opúsculo)
  • 1996 - Olimpíadas de 2004 (Opúsculo)
  • 1996 - Flamengo, 100 Anos de Paixão (Opúsculo)
  • 1997 - O Viço da Leitura (Opúsculo)
  • 1997 - Monteiro Lobato: O Imaginário (Opúsculo)
  • 1997 - Rio: Um Olhar de Amor
  • 1997 - Centenário da Morte de Brahms (Opúsculo)
  • 1997 - Cem Anos Sem Carlos Gomes (Opúsculo)
  • 1998 - 40 Anos de Bossa Nova
  • 1998 - A Cruz e Sousa em Seu Centenário (Opúsculo)
  • 1998 Mulher (Opúsculo)
  • 1998 - O Drama da Sexualidade Precoce (Opúsculo)
  • 1999 - Liberdade de Ser
  • 1999 - Rui Barbosa, A Vitória das Derrotas (Opúsculo)
  • 1999 - Ataulfo Alves 90 anos (Opúsculo)
  • 1999 - TITO MADI - O Acento Árabe do Canto no Brasil (Opúsculo)
  • 1999 - Trinta Anos Sem Jacob (Opúsculo)
  • 1999 - Nara Leão, o Canto da Resistência (Opúsculo)
  • 1999 - CPIs "Para Não Acabar Em Pizza" (Opúsculo)
  • 2000 - Em Flagrante
  • S/D - Publicação Não Disponível Para o Comércio
  • S/D - Poema Para Palavra


Fonte: Wikipédia

Saulo Ramos

JOSÉ SAULO PEREIRA RAMOS
(83 anos)
Advogado, Jurista, Escritor e Professor

* Brodowski, SP (08/06/1929)
+ Ribeirão Preto, SP (28/04/2013)

José Saulo Pereira Ramos foi um jurista e escritor brasileiro. Professor honoris causa pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

Saulo Ramos nasceu no dia 08/06/1929, e, após uma adolescência difícil, dedicou-se à advocacia, tendo sido inclusive Ministro da Justiça no Governo Sarney (1985-1990). Quando ocupou o Ministério da Justiça, o advogado deu formato jurídico às inovações de vários economistas para os planos Cruzado 1 e Cruzado 2. Ocupou também o cargo de Consultor Jurídico da República, foi jurista, advogado de grandes personalidades, inclusive o famoso cantor Roberto Carlos, e destacou-se como o Poeta do Café. Foi também o autor da letra do hino a Ribeirão Preto.

Saulo Ramos foi crítico contumaz de dispositivos da Constituição de 1988 e defensor de reformas na Lei de Imprensa.

Em 1992, foi advogado do Senado no processo que garantiu a cassação dos direitos políticos de Fernando Collor de Mello, atuando contra o ex-presidente.

Em 2007, publicou o livro "Código da Vida", no qual narrou episódios da vida política brasileira dos quais foi personagem ou testemunha nos últimos 40 anos, como a renúncia de Jânio Quadros, de quem foi oficial de gabinete, em 1961.

Na ditadura militar (1964-1985), Saulo Ramos defendeu políticos e intelectuais de esquerda processados pelo regime. Contou que, certa vez, chegou a furtar um processo da Justiça criminal para livrar um prefeito de Santos e seu chefe de gabinete.

"Há momentos em que o valor ético não está na dança de minuetos ou na observação de etiquetas, mas na salvação de vidas, de honras e das liberdades individuais", disse sobre o caso, em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2007.

Foi membro da Academia Ribeirão-Pretana de Letras, Saulo Ramos lançou em 2007 o livro de memórias "O Código da Vida", onde, a partir de um polêmico caso judicial, conta sua trajetória de vida e fatos que marcaram a história do país.

O jurista, que se orgulhava de ter criado a Advocacia-Geral da União, relatou em suas memórias que recusou ser ministro e defensor de Fernando Collor de Mello após as denúncias de corrupção contra o então presidente.

Cândido Portinari, o ilustre pintor internacional, também nascido em Brodowski, SP, ao fazer o retrato do poeta, escreveu a seguinte dedicatória, como que vaticinando o que esperava Saulo Ramos em seu futuro brilhante: "Para Saulo, que honrará nossa Brodowski"

Saulo Ramos foi fundador da Academia Santista de Letras, como ele mesmo relata no livro citado.

Em nota divulgada na noite deste domingo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lembrou que o ex-ministro teve participação "fundamental no processo de restauração da democracia".


Morte

Saulo Ramos morreu no domingo, 28/04/2013, aos 83 anos. Saulo Ramos estava com problemas cardíacos e fazia hemodiálise regularmente. O enterro será realizado na segunda-feira, 29/04/2013, em Brodowski, interior de São Paulo.

O corpo de Saulo Ramos será velado na Câmara Municipal de Brodowski a partir da 01:00 hs. de segunda-feira, 29/04/2013, com o sepultamento previsto para às 14:00 hs.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lamentou em nota a morte do jurista. Abaixo a íntegra da nota:

Nota de Pesar - Falecimento de José Saulo Pereira Ramos
"É com tristeza que recebemos a notícia do falecimento do ex-ministro da Justiça José Saulo Pereira Ramos. Jurista refinado e exemplar, teve participação fundamental no processo de restauração da democracia e do estado de direito no país. Nossos sentimentos e orações à família".
(Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo)

Indicação: Fada Veras

Alfredo Ferreira Lage

ALFREDO FERREIRA LAGE
(79 anos)
Advogado, Fotógrafo, Jornalista, Político e Benemérito

* Juiz de Fora, MG (10/01/1865)
Juiz de Fora, MG (27/01/1944)

Alfredo Ferreira Lage foi um advogado, fotógrafo e jornalista brasileiro, filho de Mariano Procópio Ferreira Lage e fundador do Museu Mariano Procópio.

Aos sete anos, com a morte do pai, foi morar na Europa, de onde voltou mais tarde para cursar a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Casou-se com a pintora espanhola Maria Pardos, e após a morte de sua mãe foi morar no Rio de Janeiro.

Alfredo investia grandes somas na aquisição de obras de arte, minerais preciosos e móveis raros, decorando a Villa Ferreira Lage que recebeu de herança em Juiz de Fora, MG, onde então firmou residência. Seu acervo cada vez maior, aumentado graças a leilões no Brasil e principalmente no exterior, obrigou-o a construir um anexo à Villa, que em 1915 já funcionava como museu.

Sem filhos, Alfredo começou a doar seus bens à cidade de Juiz de Fora, começando pelo parque que ficava em torno de sua residência, que teve os portões abertos ao público em 1934. No mesmo ano fez uma escritura de doação do Museu e de toda área em torno para o município no valor de três mil contos de réis (aproximadamente 150 milhões de dólares em valores atuais).

Preocupado com o destino do imóvel, Alfredo criou a Sociedade Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, dirigindo a fundação e o próprio museu, uma de suas principais exigências ao finalmente completar a doação do prédio com uma escritura lavrada em 29 de fevereiro de 1936. Alfredo Só deixou a direção com sua morte em janeiro de 1944.

Homem de sólida base cultural, cosmopolita, participou de várias atividades nos campos das Artes, do Jornalismo e até da Política, tendo sido vereador no início do período republicano. Também foi presidente do Photo Club do Rio de Janeiro, dando continuidade à paixão de Mariano Procópio pela fotografia.

Villa Ferreira Lage - Museu Mariano Procópio
Museu Mariano Procópio

O Museu Mariano Procópio, localizado em Juiz de Fora, MG, é o primeiro museu surgido em Minas Gerais. Fundado em 1915 por Alfredo Ferreira Lage, abriga um dos principais acervos do país, com aproximadamente 50 mil peças.

Seu conjunto arquitetônico compreende dois edifícios: a Villa Ferreira Lage, construída entre 1856 e 1861, e o Prédio Mariano Procópio, inaugurado em 1922. Atualmente, ambos se encontram em reformas, estando fechados para visitação pública.

Além do conjunto histórico, conta com um acervo natural de grande importância ecológica, valorizando em seus jardins a exótica flora brasileira.

História

A história do museu está ligada ao surgimento da Estrada União e Indústria, que une Juiz de Fora, MG a Petrópolis, RJ. Mariano Procópio, engenheiro e responsável pela estrada, mandou construir a Villa Ferreira Lage para abrigar Dom Pedro II, que inauguraria a rota. Para a construção Mariano Procópio escolheu um terreno situado no coração da nova localidade que fizera surgir, defronte ao hotel que atenderia os usuários da União e Indústria. Como a construção não ficou pronta a tempo, ele teve de hospedar a família imperial em sua própria residência.

Somente em sua segunda visita à cidade em 1869 o imperador pôde conhecer a Villa Ferreira Lage.

Villa Ferreira Lage

Projetado e construído pelo alemão Carlos Augusto Gambs, chefe dos engenheiros e arquitetos da União e Indústria, o prédio é representante típico do estilo imponente que marcou as principais obras do final do século XIX. Implantado em platô alteado, foi edificado com tijolos maciços aparentes. A ornamentação foi feita a partir de tijolos com caneluras e arestas arredondadas, entre outros elementos. A vila conserva até hoje suas características originais, inclusive no interior, decorado com paredes revestidas de papel e pinturas, forro em estuque e lambris de madeira de lei decorados. Guarda também um importante acervo mobiliário.

Museu Mariano Procópio (2005)
O Museu

Com a morte de Mariano Procópio em 14 de fevereiro de 1872, o terreno foi herdado por seus dois filhos, Frederico e Alfredo Ferreira Lage. Na parte dedicada a si Frederico construiu um imenso palacete, com material todo proveniente da Europa. Após sua morte repentina aos 39 anos de idade em 1901, as dívidas provocadas pelas obras resultaram na venda do imóvel à Estrada de Ferro Central do Brasil, sendo posteriormente transferido para o Ministério da Guerra, que instalou no local a sede da Quarta Região Militar.

A vila e a parte superior do terreno foram herdadas por Alfredo, que revelou a intenção de abrigar ali um acervo que vinha colecionando desde a juventude. Com o aumento gradual de sua coleção, graças à aquisição de peças em leilões no Brasil e principalmente no exterior - além de doações de figuras importantes como Duque de Caxias, Afonso Arinos, Rodolfo Bernardelli e Amélia Machado Cavalcanti de Albuquerque, esposa do Visconde de Cavalcanti - Alfredo viu-se obrigado a ampliar o castelo original, iniciando a construção de um prédio anexo.

No dia 23 de junho de 1921, marcando o centenário do nascimento de Mariano Procópio, Alfredo Ferreira Lage inaugurou oficialmente o museu na Villa Ferreira Lage. Foi nessa ocasião que Alfredo revelou pela primeira vez sua intenção de repassar todo o acervo para o município.

Em 13 de maio de 1922 o Museu Mariano Procópio foi oficialmente aberto ao público, inaugurado com um acervo que ocupava tanto a Villa Ferreira Lage quanto o prédio anexo.


Parque Mariano Procópio

Em torno da Villa Ferreira Lage foi projetado um imenso jardim. Mariano Procópio reunira ali diversas árvores, arbustos e espécies vegetais brasileiras - muitas delas atualmente ameaçadas de extinção, como o Pinheiro do Paraná. Esta flora hoje centenária abriga uma variada fauna de pássaros, macacos e preguiças, e foi considerada pelo naturalista suíço Jean Louis Rodolphe Agassiz como "O Paraíso dos Trópicos".

Do enorme terreno arborizado que englobava a área onde atualmente localiza-se a Quarta Região Militar e o bairro Vale do Ipê - a chamada "Chácara de Mariano Procópio" - restam cerca de 88,200 metros quadrados. Com um lago, bosque e espaço recreativo, o parque foi aberto à visitação pública gratuita em uma cerimônia em 31 de maio de 1934, quando teve início a transferência da área das mãos de seu proprietário, Alfredo Ferreira Lage, para o controle da prefeitura.

Entre aplausos, discursos e descerramento de placa, o evento serviu para que o município começasse a reconhecer os méritos daquele "ilustre e insigne amigo de Juiz de Fora", que, segundo o animado escrivão da ata da cerimônia, "vêm pugnando pela grandeza deste torrão".

A Doação

Sem filhos, Alfredo Ferreira Lage passou a doar seus bens a Juiz de Fora, começando em 1934 pelo Parque Mariano Procópio. No mesmo ano fez uma escritura de doação do Museu Mariano Procópio e de toda área em torno para o município no valor de três mil contos de réis (aproximadamente 150 milhões de dólares em valores atuais).

Preocupado com o destino do imóvel, Alfredo criou a Sociedade Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, dirigindo a fundação e o próprio museu, uma de suas principais exigências ao finalmente completar a doação do prédio com uma escritura lavrada em 29 de fevereiro de 1936. A escritura incluía outras condições para a entrega, entre elas a proibição de alteração em sua finalidade cultural, a "proibição perpétua de serem retirados do museu os objetos artísticos, históricos e científicos a ele incorporados", a permanência "das denominações atuais dadas às salas do museu" e a perpetuidade da denominação "Mariano Procópio", homenagem de Alfredo a seu pai.

Ainda segundo as exigências da escritura, Alfredo exerceria enquanto quiser, o cargo de diretor, com dispensa de submeter suas contas ao exame do Conselho, e com direito de usufruto dos bens ora doados, para o fim de conservar a sua atual habitação no imóvel. Só mesmo sua morte em 1944 o afastou da direção da instituição que criara, mas já então o Museu Mariano Procópio era considerado um dos mais importantes do Brasil.

Em 1978 o município criou a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA) para administrar o museu de acordo com os termos de doação. A Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage exerceu a tarefa até 2005, ano em que foi criada a Fundação Museu Mariano Procópio (MAPRO).

Getulio Vargas e Alfredo Ferreira Lage
Acervo

As peças presentes no Museu Mariano Procópio refletem em quase toda sua totalidade as influências culturais do século XIX e princípio do século XX, seguindo principalmente o gosto de Alfredo Ferreira Lage. Trata-se de um dos principais acervos da período imperial brasileiro - em sua maior parte originário do Palácio São Cristóvão, antiga residência de Dom Pedro II no Rio de Janeiro.

O primeiro levantamento de suas peças foi feito em 1944. O próximo só seria realizado em 1981, ocasião aproveitada para a ampliação do espaço físico do museu e reforma de grande parte das obras. Muitos documentos então encontravam-se irrecuperáveis, destruídos pela ação de cupins e traças, reflexo da má conservação do local. Desde então o museu passou por várias reformas, na maioria das vezes devido a vazamentos e infiltração de água da chuva nas paredes e no teto.

Esculturas:

Ao adentrar no Museu já se tem a impressão do seu imponente acervo de esculturas, com estátuas que compõem o jardim, escadarias e a pérgula da Villa. Em seu interior encontram-se duas estatuetas de terracota "de Tanagra", cidade da Grécia antiga, além de moldes em gesso e bronze para várias estátuas, expostas no salão principal. Alfredo Ferreira Lage adquiriu grande parte desse acervo na Europa e também no Brasil, contando com obras de Antonin Mercié, Louis Barye, Claude Michel Clodion, Modestino Kanto, José Otávio Correia Lima e Rodolfo Bernadelli.

Quadros:

Casado com a pintora Maria Pardos, era natural que Alfredo Ferreira Lage se tornasse um grande apreciador e colecionador de quadros. A essência do acervo está no período entre 1870 e 1930, com um interesse particular pela arte européia e posteriormente brasileira, consequência do desenvolvimento das academias artísticas no país. Somando as várias doações, principalmente por parte da Viscondessa de Cavalcanti, a coleção de pinturas, gravuras e desenhos chega a um total de quase 2 mil obras.

Um dos maiores destaques é o quadro "Tiradentes Esquartejado", de autoria de Pedro Américo. Feito por encomenda, passou muitos anos na sala de reuniões da Câmara Municipal de Juiz de Fora, após o qual foi transferido para o museu. Também encontram-se expostas obras dos franceses Jean Honoré Fragonard e Charles-François Daubigny, e do holandês Willem Roelofs, premiado com a medalha de ouro na Exposição de Paris em 1888. Os brasileiros estão representados por Antônio Parreiras, Rodolfo Amoedo, Horácio Pinto da Hora e Henrique Bernadelli.

Para abrigar a coleção foi projetada no anexo à Villa Ferreira Lage, a Galeria Maria Amália, uma homenagem de Alfredo Ferreira Lage à sua mãe. Foi inaugurada em 13 de maio de 1922, e sua estrutura segue o modelo das principais galerias de arte do século XIX.

História Natural:

São duas salas dedicadas à paleontologia, geologia, zoologia e mineralogia. Foi a primeira coleção de Alfredo Ferreira Lage, consequência de sua viagem à Europa aos sete anos de idade. Embrionária, daria origem à paixão de seu dono pelas artes.

Fósseis, cristais e uma grande variedade de minerais podem ser vistos, além de insetos e animais selvagens empalhados, como uma onça pintada, um jacaré de papo amarelo e um lobo guará.

O setor foi inaugurado em 1931 e reúne 1279 minerais e fragmentos de rochas, 50 fósseis, 55 vidros de carpoteca (coleção de frutos secos e sementes), 527 exsicatas do herbário (folhas de plantas), 415 espécimes zoológicos e inúmeros insetos.

Armas e Indumentária:

A exposição de armas de fogo como o bacamarte e o revólver, e de armas brancas como a espada e o sabre ajudam a revelar parte da história da armaria no Brasil.

Entre as roupas presentes no acervo do museu destaca-se o Fardão da Maioridade, usado por Dom Pedro II em 18 de julho de 1841 na cerimônia em que foi considerado apto para assumir o Império do Brasil.

Jóias, Moedas e Medalhas:

A coleção numismática deve-se em grande parte às doações da Viscondessa de Cavalcanti, especialista no assunto. De sua coleção fazem parte raros exemplares de medalhas cunhadas na Europa referentes à episódios da história do Brasil, como a ocupação holandesa na Bahia (1624) e em Pernambuco (1631).

Destaque também para as medalhas, entre elas a Imperial Ordem do Cruzeiro, criada em 1822 na coroação de Dom Pedro I e a Ordem do Cruzeiro do Sul concedida a partir de 1932 em homenagem a civis, militares e estrangeiros.

Entre o acervo de jóias encontra-se um relógio de bolso presenteado a Dom Pedro II por suas irmãs Francisca e Januária em seu décimo aniversário, no dia 2 de dezembro de 1835.

Mobiliário:

Composto principalmente do chamado "mobiliário de estilo", imitações brasileiras das peças produzidas na Europa. É a atração principal do acervo da Villa Ferreira Lage, que procura conservar o ambiente familiar dos Ferreira Lage. Destaque especial para a sala de música, trabalhada em madeira. Originalmente construída na Inglaterra, foi transportada e montada no local.

Cristais, Louças e Porcelanas:

Esta coleção, espalhada por todo o prédio, tem como base as peças da Família Real adquiridas do Palácio de São Cristóvão, além de doações feitas por personagens marcantes da história social e política do Brasil.

Ainda assim o monograma imperial aparece em grande parte das peças - algumas exóticas, como uma sopeira do século XVIII que reproduz a cabeça de um javali.

Peças Sacras:

Representadas especialmente por objetos de ouro, prata, marfim e madeira nobre dos séculos XVIII e XIX, como castiçais, turíbulos e esmoleiros.

Reserva Técnica:

Esta seção abriga a maior parte do acervo do museu. Com condições especias de armazenamento - controle de iluminação, umidade e temperatura - realizadas depois de uma reforma em 1996, a reserva abriga as peças que requerem mais cuidados, consequentemente ficando fechada à visitação pública e disponível apenas para fins de pesquisa ou exposições temporárias.

Documentos:

Reunido basicamente em função de doações e aquisições de arquivos particulares e documentos avulsos, o acervo de documentos é composto por cartas, livros, revistas, jornais, mapas, fotografias e ofícios. Alguns desses papéis trazem relatos de importantes momentos históricos, como um livro revestido de ouro e prata exaltando os feitos do Duque de Caxias durante a Guerra do Paraguai e as cartas de Dom Pedro I enviadas à sua amante, a Marquesa de Santos.

São aproximadamente 10 mil documentos que, somados à coleção de mais de 18 mil fotografias, forma um importante e diversificado acervo cultural e histórico.

Sede da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA)
Administração

Conselho de Amigos:

Criada por Alfredo Ferreira Lage em 1936 após a doação do museu ao município de Juiz de Fora, o Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio foi dirigido por ele até 1944. Apesar da criação da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA) o Conselho de Amigos continuou a existir, atuando como órgão curador do patrimônio do museu.

Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage:

Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA), criada para promover a valorização cultural de Juiz de Fora, administrou o Museu Mariano Procópio de 1978 a 2005. Subordinada à prefeitura e integrada à Secretaria de Política Social, a gestão da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage ficou marcada por problemas estruturais.

Apesar de algumas reformas, a Villa Ferreira Lage e seu prédio anexo continuaram com um sistema elétrico e hidráulico arcaico, comprometendo a integridade do acervo ali reunido. Tanto no teto quanto nas paredes eram frequentes o vazamento e infiltração de água, culminando em 2003 com o desabamento de parte do forro do segundo andar do anexo, que encontra-se atualmente fechado ao público, negando aos visitantes o acesso às principais atrações do acervo.

Fundação Museu Mariano Procópio:

Surgida a partir de um projeto de lei de maio de 2001, a Fundação Museu Mariano Procópio (MAPRO) passou a exercer a administração em setembro de 2005, mesmo ano em que prefeitura de Juiz de Fora anunciou um projeto de revitalização do Museu Mariano Procópio.

A instituição continua integrada à Secretaria de Política Social mas agora conta com mais autonomia, tendo orçamento próprio e capacidade de receber investimentos externos.

Reforma

Em janeiro de 2008 parte do museu foi interditado para o início das obras de restauração no parque, o mesmo acontecendo posteriormente com as instalações. As obras dão continuidade ao processo de recuperação iniciado em 2005.

A primeira etapa, referente à reforma do parque, foi concluída e entregue em 15 de julho de 2008. As obras nos edifícios do museu, no entanto, foram interrompidas na mesma época e retomadas apenas no final de 2009, o que representou um atraso significativo na reabertura do museu ao público.

Fonte: Wikipédia

Nivaldo Machado

NIVALDO RODRIGUES MACHADO
(85 anos)
Advogado, Professor e Político

☼ Olinda, PE (21/01/1921)
┼ Olinda, PE (27/01/2006)

Nivaldo Rodrigues Machado foi um político brasileiro que exerceu cargos políticos entre 1947 e 1987. Era filho de Antônio Rodrigues Machado e Jesuína Rodrigues Machado. Casou-se com Maria Carmelita Martins Machado, com quem teve três filhos: Antônio Carlos Martins Machado, Nivaldo Rodrigues Machado Filho e Paulo Henrique Martins Machado.

Formou-se bacharel em Direito no ano de 1949, pela Faculdade de Direito do Recife. Advogado, funcionário público federal e professor universitário, elegeu-se vereador na Câmara Municipal de Olinda por dois mandatos (1948/1951 e 1952/1955).

Depois de oito anos como vereador, Nivaldo Machado elegeu-se prefeito de sua cidade natal, cargo que exerceu entre 1956 e 1959. Pouco antes do fim desse mandato, renunciou para candidatar-se a deputado estadual.

Elegeu-se deputado estadual por seis vezes: 1960/1963, 1964/1967, 1968/1971, 1972/1975, 1976/1979 e 1980/1983. No primeiro mandato, foi eleito pelo Partido Republicano (PR), no segundo, pelo Partido Democrata Cristão (PDC), e nos quatro últimos sob a legenda da Aliança Renovadora Nacional (ARENA).

Presidiu a ARENA do estado de Pernambuco durante os governos de Nilo Coelho e Eraldo Gueiros (1968/1971 - 1972/1975), respectivamente. Durante seus seis mandatos na Assembléia Legislativa, presidiu a instituição por três vezes (1973/1974, 1977/1978 e 1982).

Nivaldo Machado foi, ainda:

  • Membro da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembléia Legislativa (1960/1963, 1965, 1967/1970)
  • 3º secretário da Assembléia Legislativa (1964)
  • Membro da Comissão de Redação de Leis da Assembléia Legislativa (1965)
  • Membro da Comissão que adaptou a Constituição Estadual à Federal, tendo sido relator dos capítulos da Legislação Social e dos Funcionários Públicos (1967)
  • Membro da Comissão de Economia, Agricultura, Indústria, Comércio, Viação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa (1970)
  • 1º secretário da Assembléia Legislativa (1971/1972)
  • Vice-presidente da Comissão da Área das Secas e Negócios Municipais (1973)
  • Presidente da Assembléia Legislativa (1973/1974, 1977/1978 e 1982)

Entre 1975 e 1976 foi líder do governo na Assembléia Legislativa. Em virtude da vacância dos cargos de governador e de vice-governador, decorrente de viagem dos respectivos titulares, assumiu o governo do Estado de Pernambuco em 23 de novembro de 1978. Chegou a ser, ainda, presidente da Comissão de Redação de Leis e Suplente da Comissão de Finanças, Orçamento e Economia e da Comissão das Secas e Negócios Municipais (1979/1980).

Suplente de senador, Nivaldo Machado assumiu o mandato em 18/03/1985, em virtude do afastamento do titular, senador Marco Maciel, ocupante do cargo de ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República.

No Senado foi membro da Comissão de Assuntos Regionais, de Constituição e Justiça, de Serviço Público Civil, de Legislação Social, de Municípios e de Redação. Suplente das Comissões de Agricultura, do Distrito Federal, de Educação e Cultura, de Fiscalização e Controle e de Relações Exteriores (1985/1986). Entre 1986 e 1987, foi líder do Partido da Frente Liberal (PFL).

Condecorações

Nivaldo Machado foi agraciado com diversas medalhas, inclusive a Medalha Pernambucana do Mérito-Classe Ouro, conferida pelo governador Moura Cavalcanti, em 1979, para homenagear os relevantes serviços que prestara a Pernambuco.

Outra condecoração que recebeu foi o Prêmio Springer - Troféu Leão do Norte, concedido pela Springer Admiral, por duas ocasiões, para homenagear sua significativa atuação no desenvolvimento cultural de Pernambuco.

Morte

Nivaldo Machado submeteu-se a uma cirurgia de aneurisma na aorta abdominal aos 68 anos, e a uma revascularização, implantação de pontes de safena, dois anos depois, aos 70 anos.

Aos 85 anos de idade, em 27/01/2006, faleceu por volta das 21h00s, em decorrência de embolia pulmonar. Estava em sua casa, em Olinda, sua terra natal, da qual jamais se afastou.

Fonte: Wikipédia

Ranieri Mazzilli

PASCOAL RANIERI MAZZILLI
(64 anos)
Advogado, Jornalista, Político e Presidente Interino do Brasil

* Caconde, SP (27/04/1910)
+ São Paulo, SP (21/04/1975)

Pascoal Ranieri Mazzilli foi um advogado, jornalista e político brasileiro, tendo sido presidente do Brasil em dois momentos durante o 17° período do Governo Republicano.

O primeiro, após a renúncia do titular Jânio Quadros, e durante a ausência do vice-presidente João Goulart, que estava em visita oficial à República Popular da China. Neste período, Ranieri Mazzilli governou o país durante catorze dias, de 25 de agosto a 8 de setembro de 1961. Ranieri Mazzilli governou o Brasil, pela segunda vez, de 2 de abril de 1964 até 15 de abril de 1964.

Filho de Domenico Mazzilli e Angela Liuzzi, imigrantes italianos, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo em 1930, mas não terminou os estudos jurídicos nessa faculdade. Trabalhou brevemente como coletor de impostos em Taubaté. A partir de 1932 passou a trabalhar como jornalista especializado em temas fiscais. Em 1936 decidiu continuar os estudos de direito, vindo a se formar em 1940 na Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense.

No Distrito Federal, à época na cidade do Rio de Janeiro, teve vários empregos no setor público. Foi diretor do Tesouro Público Nacional (1942), secretário-geral de Finanças da Prefeitura do Distrito Federal (1946) e diretor da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro (1948). Foi também chefe de gabinete do ministro da Fazenda Guilherme da Silveira, entre 1949 e 1951.

Na década de 1950 entrou para a política, elegendo-se deputado federal por São Paulo, filiado ao Partido Social Democrático (PSD). Foi reeleito em 1954 e 1958. Em 1959 candidatou-se à presidência da Câmara dos Deputados, cargo no qual permaneceu até 1965, reelegendo-se cinco vezes seguidas.


Presidência Interina

Primeiro Período

Na qualidade de presidente da Câmara dos Deputados, conforme previa a Constituição vigente, assumiu a presidência da República algumas vezes, dentre elas duas especialmente marcantes. Em 25 de agosto de 1961, em virtude da renúncia de Jânio Quadros e da ausência do vice-presidente João Goulart, que se encontrava em missão na China.

Nesta ocasião os ministros militares do governo Jânio Quadros, general Odílio Denys, do Exército, brigadeiro Gabriel Grün Moss, da Aeronáutica, e almirante Sílvio Heck, da Marinha, formaram uma junta militar informal que tentou impedir, sem sucesso, a posse de João Goulart, abrindo-se uma grave crise político-militar no país. A solução para o impasse foi a aprovação pelo Congresso, em 2 de setembro, de uma emenda à Carta de 1946, instaurando o sistema parlamentarista de governo. João Goulart assumiu, então, a presidência em 7 de setembro de 1961.

Segundo Período

Em 2 de abril de 1964, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu mais uma vez a presidência da República, por ocasião do golpe político-militar que depôs o presidente João Goulart. Em menos de três anos, era a sexta vez que assumia o cargo interinamente. Apesar disso, o poder de fato passou a ser exercido por uma junta, auto-denominada Comando Supremo da Revolução, composta pelo general Artur da Costa e Silva, almirante Augusto Rademaker Grünewald e o brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo.

O regime instaurado com o golpe de 1964 apresentava-se como uma intervenção militar de caráter provisório, que pretendia reinstaurar a ordem social e retomar o crescimento econômico, contendo o avanço do comunismo e da corrupção. No dia 15 de abril, entregou o cargo ao marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

Os dois períodos em que Ranieri Mazzilli foi presidente se caracterizaram por sua pouca influência nas decisões políticas. Assim, o Ato Institucional, depois conhecido como número 1, foi baixado no seu segundo período, com a assinatura dos ministros militares, que se auto-denominavam Comando Supremo da Revolução e detinham o poder de fato, cabendo a Ranieri Mazzilli um cargo apenas formal.

Com saúde frágil, anoréxico, com problemas renais e com sequelas de uma bronquite mal curada, era jocosamente apelidado de "Modess": descartável, estava sempre na hora e lugar certo para evitar derramamento de sangue.

Apesar de ter facilitado a fundamentação política e constitucional do golpe de 1964, em 1966 o regime militar patrocinou sua derrota na candidatura à presidência da Câmara dos Deputados, em favor de Bilac Pinto, União Democrática Nacional (UDN), depois nomeado pela ditadura ministro do Supremo Tribunal Federal, deixando assim um cargo que exercia havia sete anos. Foi também presidente da União Interparlamentar Mundial.

Ranieri Mazzilli morreu esquecido do meio político, em 21 de abril de 1975.

Fonte: Wikipédia

Afonso Pena

AFONSO AUGUSTO MOREIRA PENA
(61 anos)
Advogado, Político e Vice-Presidente e Presidente do Brasil

☼ Santa Bárbara, MG (30/11/1847)
┼ Rio de Janeiro, RJ (14/06/1909)

Membro do Partido Republicano Mineiro foi posteriormente deputado federal, governador do estado de Minas Gerais, vice-presidente e presidente do Brasil entre 15/11/1906 e 14/06/1909, data de seu falecimento. Antes da carreira política, foi advogado e jurista.

Afonso Pena nasceu em Santa Bárbara, Minas Gerais, filho do imigrante Português Domingos José Teixeira Pena e da brasileira Ana Moreira dos Santos. Diplomado em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870, Afonso Pena foi um dos fundadores e diretor, em 1892, da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais, atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Exerceu o mandato de deputado pelo estado de Minas Gerais, em 1874.

Nos anos seguintes, enquanto se mantinha como deputado, também ocupou alguns ministérios: da Guerra (1882), da Agricultura, Comércio e Obras Públicas (1883 e 1884), e da Justiça (1885). Afonso Pena e Rodrigues Alves, seu colega de faculdade, foram os dois presidentes da república que foram antes conselheiros do Império do Brasil.

É o único membro do Gabinete Imperial de Dom Pedro II que se tornou presidente da República do Brasil. Afonso Pena presidiu a seguir a Assembleia Constituinte de Minas Gerais, nos primeiros anos da república.

Governador de Minas Gerais e Vice-Presidente da República

Foi governador do estado de Minas Gerais entre 1892 e 1894, sendo o primeiro governador de Minas Gerais a ser eleito pelo voto direto. Foi durante seu governo que se decidiu pela mudança da capital do estado, de Ouro Preto para a Freguesia do Curral d'El Rei, hoje Belo Horizonte. Foi presidente do Banco do Brasil, de 1895 a 1898 e depois senador por Minas Gerais.

Em 01/03/1902, Rodrigues Alves foi eleito presidente da República tendo Francisco Silviano de Almeida Brandão como seu vice-presidente. Silviano Brandão faleceu em setembro de 1902, antes de sua posse. Para ocupar seu lugar, Afonso Pena foi eleito vice-presidente, em 18/03/1903, e, empossado na vice presidência, em 23/06/1903.

Na Presidência da República

Afonso Pena foi eleito presidente da república, em 01/03/1906, obtendo a quase totalidade de votos. Obteve 288.285 votos contra 4.865 votos de Lauro Sodré e 207 votos de Ruy Barbosa. Nilo Peçanha foi eleito, na mesma data, seu vice-presidente.

Apesar de ter sido eleito com base na chamada política do café-com-leite, realizou uma administração que não se prendeu de tudo a interesses regionais. Incentivou a criação de ferrovias, e interligou a Amazônia ao Rio de Janeiro pelo fio telegráfico, por meio da expedição de Cândido Rondon.

Fez a primeira compra estatal de estoques de café, em vigor na República Velha, transferindo assim, os encargos da valorização do café para o Governo Federal, que antes era praticada regionalmente, apenas por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que haviam assinado o Convênio de Taubaté. Modernizou o Exército e a Marinha por meio do general Hermes da Fonseca, e incentivou a imigração. Seu lema era: "governar é povoar", lema absorvido e ampliado depois por Washington Luís: "Governar é povoar; mas, não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as espécies; Governar é pois, fazer estradas".

Seus ministérios eram ocupados por políticos jovens e que respeitavam muito a autoridade dele. Estes jovens receberam a alcunha de "Jardim da Infância". Chegou mesmo a declarar, em carta a Ruy Barbosa, que a função dos ministros era executar seu pensamento:

"Na distribuição das pastas não me preocupei com a política, pois essa direção me cabe, segundo as boas normas do regime. Os ministros executarão meu pensamento. Quem faz a política sou eu."

Foi um grande incentivador das ferrovias, sendo que se destaca em seu governo, a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) e da ligação das ferrovias paulistas com as paranaenses, permitindo-se pela primeira vez, a ligação do sudeste com o sul do Brasil por trem.

Em virtude de seu afastamento dos interesses tradicionais das oligarquias, na chamada República Oligárquica, enfrentou uma crise por ocasião da sucessão. David Morethson Campista, indicado pelo presidente, foi rejeitado pelos grupos de apoio a Hermes da Fonseca, principalmente por Pinheiro Machado, mais influente congressista daquela época.

Ainda tentou indicar os nomes de Campos Salles e Rodrigues Alves, sem sucesso. Em meio a tudo isso, iniciou-se também a campanha civilista, lançada por Ruy Barbosa.

Morte e Homenagens

Afonso Pena acabou falecendo durante o mandato, em 14/06/1909, em meio à crise política gerada pelas disputas à sua sucessão que se daria em 1910, e pouco depois da morte de seu filho, Álvaro Pena. A presidência foi transferida ao vice-presidente Nilo Peçanha .

Seu filho, Afonso Augusto Moreira Pena Júnior, foi ministro de Arthur Bernardes.

Foi homenageado dando seu nome à cidade de Penápolis, à cidade de Conselheiro Pena e ao Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP).

Por ter sido seu fundador e primeiro diretor, a própria Faculdade é até hoje chamada carinhosamente de Vetusta Casa de Afonso Pena por seus alunos, ex-alunos, professores e funcionários, além de toda a comunidade acadêmica e jurídica que com ela interage.

Em Belo Horizonte, ainda dá seu nome à avenida mais importante da cidade. De igual modo, em Campo Grande, MS seu nome figura na principal avenida. Também empresta seu nome a uma importante avenida em Porto Velho, Rondônia.

É também homenageado em São José dos Pinhais, PR, região metropolitana de Curitiba, dando nome ao principal aeroporto da cidade, o Aeroporto Internacional Afonso Pena.

No dia 13/02/2009 chegaram à histórica cidade de Santa Bárbara o mausoléu e os restos mortais do ex-presidente da República Afonso Pena. O traslado partiu do Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, para o casarão onde nasceu o político e advogado.

O monumento onde estavam os restos mortais de Afonso Pena, no Rio de Janeiro, foi inaugurado em 1912, e, provavelmente, esculpido na Itália. Ele foi construído em mármore de Carrara por José Maria Oscar Rodolfo Bernardelli, artista mexicano radicado no Brasil no fim do século XIX. A figura, uma mulher chorando sobre a lápide de três toneladas, representa a Pátria. O estilo do mausoléu é eclético, misturando neoclássico e art-nouveau.

Fonte: Wikipédia

Campos Salles

MANUEL FERRAZ DE CAMPOS SALLES
(72 anos)
Advogado, Político e Presidente do Brasil

* Campinas, SP (15/02/1841)
+ Santos, SP (28/06/1913)

Manuel Ferraz de Campos Salles foi um advogado e político brasileiro, segundo presidente do estado de São Paulo, de 1896 a 1897 e o quarto presidente da República, entre 1898 e 1902.

Campos Salles era filho de Francisco de Paula Salles e Ana Cândida Ferraz de Salles. Casou-se com Anna Gabriella de Campos Salles e tiveram os filhos Leonor e Paulo Campos Salles.

Campos Salles recebeu o apelido de "Campos Selos", por causa do imposto do selo, sendo vaiado ao deixar a presidência também por causa de sua política de ajuste financeiro que incluiu a retirada de circulação de papel-moeda, o que dificultou o consumo interno e o comércio, política econômica essa que fora mal compreendida pela população brasileira.

Formação e Carreira Política

Bacharel em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo da turma de 1863, Campos Salles ingressou, logo após se formar, no Partido Liberal. A seguir, participou da criação do Partido Republicano Paulista (PRP), em 1873, sendo, portanto, um republicano histórico.

Foi deputado provincial de 1867 a 1871, vereador em 1872, novamente deputado provincial em 1881, deputado geral, hoje se diz deputado federal, de 1885 a 1888, e deputado provincial em 1889, sempre pelo Partido Republicano Paulista. Foi um dos três únicos republicanos a serem eleitos deputados gerais durante o Império do Brasil.

Com a proclamação da República, foi nomeado ministro da Justiça do governo provisório de Deodoro da Fonseca quando promoveu a instituição do casamento civil e iniciou a elaboração de um Código Civil na República. Substituiu o Código Criminal do Império de 1830, pelo Código Penal da República, através do decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890.

Foi eleito senador da república em 1891, mas renunciou ao cargo, em 1896, para se tornar presidente do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até 1897, quando renunciou para poder ser candidato à presidência da república. Na comissão de justiça do Senado Federal, trabalhou, entre outros, no projeto de lei sobre crimes de responsabilidade do presidente da República.

Como governador, na época se dizia presidente, enfrentou um surto de febre amarela em todo o estado, um conflito na colônia italiana na capital, uma onda de violência na cidade de Araraquara, no episódio que ficou conhecido como "Linchaquara", e enviou tropas estaduais para combater na Guerra de Canudos (Veja também: Antônio Conselheiro).

A Estabilidade Política do Brasil

Em 1 de março de 1898, foi eleito presidente da República. Teve 420.286 votos contra 38.929 votos do seu principal oponente Lauro Sodré. Seu vice-presidente foi Francisco de Assis Rosa e Silva. Campos Salles sucedeu, em 15 de novembro de 1898, o presidente Prudente de Moraes, em uma época que a economia brasileira, baseada na exportação de café e borracha, não ia bem. Campos Salles julgava que todos os problemas do Brasil tinham uma única causa: a desvalorização da moeda.

Fez um governo desligado dos partidos políticos, assim expressando sua visão sobre seu governo:

"Entendi dever consagrar o meu governo a uma obra puramente de administração, separando-o dos interesses e paixões partidárias, para só cuidar da solução dos complicados problemas que constituem o legado de um longo passado. Compreendi que não seria através da vivacidade incandescente das lutas políticas, aliás sem objetivo, que eu chegaria a salvar os créditos da nação, comprometidos em uma concordata com os credores externos!"
(Campos Salles)

Campos Salles procurou escolher para seu ministérios técnicos não ligados à política partidária, e se inspirou nos conselhos do presidente americano Benjamin Harrison para organizar sua administração. No livro "Da Propaganda À Presidência", Campos Salles cita o livro de Harrison chamado "Governo E Administração Dos Estados Unidos".

Desenvolveu a sua Política dos Estados mais conhecida como Política dos Governadores, através da qual afastou os militares da política e estabeleceu a República Oligárquica, segunda fase da República Velha. E assim se manifestou a respeito:

"Outros deram à minha política a denominação de 'Política dos Governadores'. Teriam acertado se dissessem 'Política dos Estados'. Esta denominação exprimiria melhor o meu pensamento!"
(Campos Salles)

E esse seu pensamento foi definido assim por Campos Salles:

"Neste regime, disse eu na minha última mensagem, a verdadeira força política, que no apertado unitarismo do Império residia no poder central, deslocou-se para os Estados. A Política dos Estados, isto é, a política que fortifica os vínculos de harmonia entre os Estados e a União é, pois, na sua essência, a política nacional. É lá, na soma destas unidades autônomas, que se encontra a verdadeira soberania da opinião. O que pensam os Estados pensa a União!"
(Campos Salles)

Através da Política dos Estados, obteve o apoio do Congresso através de relações de apoio mútuo e favorecimento político entre o governo central, representado pelos presidentes da república e os estados, representados pelos respectivos governadores, e municípios, representados pelos coronéis. Era preservada a autonomia e independência dos governos municipais e estaduais desde que os governos municipais apoiassem a política dos governos estaduais, e que, por sua vez, os governos estaduais apoiassem a política do governo federal. Com esta forma de governar Campos Salles conseguiu a estabilidade política do Brasil.

Esta política fora iniciada e testada, anteriormente, quando Campos Salles, como governador de São Paulo, garantiu o poder local dos coronéis desde que eles se filiassem ao Partido Republicano Paulista e apoiassem os governadores de São Paulo.

Campos Salles conseguiu também estabelecer um equilíbrio entre o poder dos estados, como o rodízio de mineiros e paulistas na presidência e na vice-presidência da república, chamada "política do café-com-leite", que foi explicado assim por Campos Salles, assim se expressando em relação à necessidade de ele próprio conduzir sua sucessão presidencial que se daria em 1 de março de 1902, para a qual Campos Salles indicou o paulista Rodrigues Alves como candidato à presidência, e explicou ainda a necessidade de um vice-presidente mineiro:

"Se nos achássemos em condições normais de vida política, com partidos políticos bem assinalados entre si, obedecendo cada um à autoridade de seus chefes legítimos… conservar-me-ia em posição neutra para oferecer aos contendores todas as garantias eleitorais, mas bem diversa é a situação da república… e é preciso evitar, com decidido empenho, as agitações sem base no interesse nacional que não serviriam senão para levar à arena política as ambições perturbadoras que têm sido e serão sempre os eternos embaraços a proficuidade da ação administrativa... (e explica a necessidade de um vice-presidente mineiro para Rodrigues Alves). Tenho motivos para acreditar que Minas só aceitará a combinação que também entrar um mineiro e para evitar embaraços julgo conveniente indicar Silviano Brandão para vice presidente!"
(Campos Salles)

Atuação Na Área Econômica

Na economia, a presidência Campos Salles decidiu que a resolução do problema da dívida externa era o primeiro passo a ser tomado. Em Londres, o presidente e os ingleses estabeleceram um acordo, conhecido como "funding loan".

Com esse acordo, suspendeu-se por 3 anos o pagamento dos juros da dívida; suspendeu-se por 13 anos o pagamento da dívida externa existente; o valor dos juros e das prestações não pagas se somariam à dívida já existente; a dívida externa brasileira começaria a ser paga em 1911, pelo prazo de 63 anos e com juros de 5% ao ano; as rendas da alfândega do Rio de Janeiro e Santos ficariam hipotecadas aos banqueiros ingleses, como garantia.

Então, livre do pagamento das prestações, Campos Salles pôde levar adiante a sua política de saneamento econômico. Combateu a inflação, não emitindo mais dinheiro e retirando de circulação uma parte do papel-moeda emitido pelos governos anteriores. Depois combateu os déficits orçamentários, reduzindo a despesa e aumentando a receita. Joaquim Murtinho, Ministro da Fazenda, cortou o orçamento do Governo Federal, elevou todos os impostos existentes e criou outros.

Assim, a despesa fixada que era de R$ 372.812:424$169 para o ano de 1898, caiu para R$ 328.623:257$386 para o ano de 1899, R$ 36.973:646$021 em ouro e R$ 263.162:276$044 em papel-moeda para o ano de 1900, e, em 1901, a despesa fixada caiu para R$ 37.509:984$913 em ouro e R$ 244.514:800$507 em papel-moeda.

Finalmente, dedicou-se à valorização da moeda, elevando o câmbio de uma taxa de 48 mil-réis por libra para 14 mil-réis por libra. Sua política foi acusada de extremamente recessiva, para usarmos um termo atual, e chamada de "estagnação forçada", em linguagem da época.

A Visita à Argentina e a Sucessão de Campos Salles

Em 1899, o presidente da Argentina Júlio Roca, visitou o Rio de Janeiro, e, em 1900, Campos Salles retribuiu a sua visita, sendo recebido por um grande público, cerca de um quarto da população portenha, em Buenos Aires (300.000 pessoas do total de 1,2 milhão de habitantes da capital argentina). Campos Salles foi o primeiro presidente brasileiro a viajar ao exterior.

Durante seu governo, Campos Sales criou ainda o Instituto de Manguinhos, que entre outras coisas dedicava-se a fabricação de vacinas contra a peste bubônica.

Quando finalmente seu mandato chegou ao fim, Campos Salles governou até 15 de novembro de 1902, deixou o posto vaiado pela população que não foi capaz de compreender a política de ajuste financeiro necessária tomada por Campos Sales. Mas mesmo assim, conseguiu que o Conselheiro Rodrigues Alves, o candidato que indicou para sucessão, vencesse o pleito eleitoral, e como vice-presidente, o mineiro Silviano Brandão, que faleceu, sendo substituído por outro mineiro, o Conselheiro Afonso Pena.

Após a Presidência

Após o mandato presidencial, foi senador por São Paulo e diplomata na Argentina onde trabalhou com Júlio Roca que também era diplomata e do qual ficara amigo quando ambos foram presidentes. Durante as articulações (demárches) para a eleição presidencial de 1914, seu nome chegou a ser lembrado para a presidência da república, mas faleceu repentinamente, em 1913, quando passava por dificuldades financeiras.

Túmulo de Campos Sales, Cemitério da Consolação.
Morte

Campos Salles faleceu no dia 28/06/1913, às 3:30 hs, no chalé 17, Hotel de La Plage, Santos, SP, vítima de Hemorragia Cerebral. Campos Salles foi sepultado no Cemitério da Consolação, na cidade de São Paulo.

Homenagens

É homenageado dando seu nome a uma cidade do Ceará: Campos Salles; outra em São Paulo: Salesópolis; a uma importante avenida em Belo Horizonte, Avenida Campos Salles; a uma rua em Campo Grande, MS, a Rua Presidente Manoel Ferraz de Campos Salles, onde está localizado a chefia do Ministério Público daquele estado.

Cruzando o Rio Tietê, ligando Barra Bonita a Igaraçu do Tietê, há a Ponte Campos Salles, inaugurada em 1915, obra construída por iniciativa do próprio Campos Salles. Dá o nome a uma importante avenida onde residiu, na cidade de Campinas, Avenida Campos Salles. Na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca também existe uma rua com seu nome. Campos Salles também empresta seu nome a uma importante avenida em Porto Velho, Rondônia.

Ministério de Campos Salles

  • Ministério da Justiça e Negócios Interiores:
  1. Epitácio da Silva Pessoa (15 de novembro de 1898 - 6 de agosto de 1901)
  2. Sabino Barroso (6 de agosto de 1901 - 15 de novembro de 1902)

  • Ministério da Marinha:
  1. Carlos Baltasar da Silveira, Almirante (15 de novembro de 1898 - 9 de agosto de 1899)
  2. José Pinto da Luz, Contra-Almirante (19 de agosto de 1899 - 15 de novembro de 1902)

  • Ministério da Guerra:
  1. João Nepomuceno de Medeiros Mallet (15 de novembro de 1898 - 5 de novembro de 1902)
  2. João Tomás de Cantuária

  • Ministério das Relações Exteriores:
  1. Olinto de Magalhães (15 de novembro de 1898 - 15 de novembro de 1902)
  2. Joaquim Tomás do Amaral (Visconde de Cabo Frio) - Interino

  • Ministério da Fazenda:
  1. Joaquim Duarte Murtinho (15 de novembro de 1898 - 2 de setembro de 1902)
  2. Sabino Alves Barroso Júnior (2 de setembro de 1902 - 15 de novembro de 1902)

  • Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas:
  1. Severino dos Santos Vieira (15 de novembro de 1898 - 27 de janeiro de 1900)
  2. Alfredo Eugênio de Almeida Maia (27 de janeiro de 1900 - 8 de março de 1902)
  3. Epitácio da Silva Pessoa (Interino)
  4. Antônio Augusto da Silva (8 de março de 1902 - 15 de novembro de 1902)